• Nenhum resultado encontrado

Composição e estabilidade de misturas de feijoeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Composição e estabilidade de misturas de feijoeiro"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

COMPOSIÇÃO E ESTABILIDADE DE MISTURAS DE FEIJOEIRO 1

PAULO MIRANDA2, ANTONIO FÉLIX DA COSTA e ODEMAR VICENTE DOS REIS3

RESUMO - Estudou-se o comportamento de linhas de feijoeiro (P/wseolus vulgaris L.) em diversos am-bientes ecológiéos de Pernambuco, visando orientar a formação de misturas estáveis. Os estudos foram desenvolvidos em três etapas. Na primeira etapa, estudaram-se dez misturas preparadas com 40 linhas F10 oriundas do cruzamento 'Costa Rica' x L3-0-50. Na segunda etapa, avaliaram-se 25 linhas elite, geração F10, oriundas dos cruzamentos entre 'Costa Rica' x 'Gordo' e 'Rico-23 x Gordo', utilizando-se a cultivar IPA-74-19 como controle. Na terceira etapa, estudaram-se quinze misturas formadas por nove linhas elite, selecionadas com base nas etapas anteriores, sendo três consideradas aptas às boas condições, três estáveis e três adaptadas às más condições. Verificou-se que as misturas mais estáveis foram: 1, as formadas pela reunião de linhas adaptadas às más condições; 2. linhas adaptadas às boas condições com linhas adaptadas às más condições, em números iguais; e 3. linhas estáveis com linhas adaptadas às más condições envolvendo no máximo quatro linhas neste tipo de mistura, em números

—5.

Termos para indexação: cultivar, variedade composta, linhagem, genótipo x ambiente. BEAN MIXTURES COMPOSITION AND THEIR STABILITY

ABSTRACT - The bebavior ol bean lines (Phaseo/us vu/garis Li was studied under several ecological conditions In the State of Pernambuco, Brazil. The riaIs were performed In three stages 'ri order to obtain mixtures with good stability. Ten mistures of F10 lines obtained from 'Costa Rica' x 'L-3-O-50' cross were studied In the first stage. Twenty-flve F10 tines from 'Costa Rica x Gordo' and 'Rico-23 x Gordo' crosses were evaluated in the second stage using IPA 74-19 as control. Finaily, fifteen mixtures of nine lines studied in prior stages were used In the thirt stage. Out of these nine tines, three were adapted to good conditions, three showed good stability and three were adapted to poorconditions. The results showed that the mixtures holding superior stability were: 1. lines adapted to poor condi-tions; 2. lines adapted to good conditions blended with those adapted to poor conditions, in equal number; and 3. tines with good stability blended with those adapted to poor conditions, involvíng the maximum of four lines in this kind of mixture.

Index terms: cultivar, composite variety, tine, genotype x envirOnment.

INTRODUÇÃO

As variedades de feijão apresentam grandes flu-tuações na produção de grãos, quando cultivadas em diferentes condições ambientais.

Segundo Frankel (1938), no século XIX as va-riedades puras começaram a substituir as varieda-des misturadas, sob a influ&ncia da modernização da agricultura, em prejuízo da variabilidade gené-tica.

Com o uso de cultivares mais puras, uniformes, para melhor atender às exigências do mercado, o homem passou a trabalhar com genótipos mais exi-gentes e específicos para determinadas condições, a ponto de pesquisadores como Liang et

ai.

(1966)

e Liang & Walter (1966) encontrarem interações

Aceito para publicação em 6 de dezembro de 1983.

2 Eng? - Agi?, M.Sc., Empresa Pernambucana de Pesqui-

sa Agropecuária (IPA), Caixa Postal 1022 - CEP 5 0000 - Recife, PE.

Eng?- Agr U'A, Recife, PE.

genótipo x ambiente, cru trigo e em sorgo, alta-mente significativas, e sugerirem a divisão da re-gião estudada em sub-regiões mais ou menos homogêneas.

Procurando reduzir a estratificação ambiental e a produção de grande número de genótipos para atender a cada situação específica, Finlay & Wilkinson (1963) propuseram a análise de regres-são para detectar gen6tipos que apresentassem menor flutuação da produção quando cultivados em diferentes condições ambientais.

Allard & Bradshaw (1964) sugeriram que a di-versidade genética, sob a forma de heterozigotos ou misturas de genótipos diferentes, produzisse variedades mais estáveis, as quais mostrassem pe-quenas interações genótipo x ambiente.

Wellhausen (1958), Shands et al. (1964) e Vieira (1959, 1972) recomendam ouso de varieda-des compostas, ou seja, misturas varietais na cultu-ra do feijão, objetivando maior diversidade genéti-ca e, conseqüentemente, dificultar mais a disse-minação de patógenos.

(2)

1342 P. MIRANDA etal. Segundo Guazzelli' (1975), a identificaçãó de

linhas puras que reajam positivamente à competi-ção, para com elas compor misturas genéticas mais produtivas, é campo aberto à investigação e apli-cável ao feijoeiro.

O presente trabalho tenta mostrar que as mis-turas, quando compostas de forma casual, não conduzem necessariamente à estabilidade, porém quando as misturas são frmadas obedecendo cer-tas normas previamente estabelecidas, tendem à estabilidade, mantendo média elevada de produ-çaO

MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente, foram estudadas dez misturas preparadas com quarenta linhas F10 do cruzamento entre as cultiva-res Costa Rica x L3-0-50. As misturas foram compostas reunindo-se quatro linhas para formar a mistura número um. A essa mistura Inicial, adicionaram-se mais quatro li-nhas, em um total de oito, para formar a mistura número dois, e, pela adição de mais quatro linhas a cada mistura anteriormente formada, chegou-se à mistura número dez, reunindo-se as quarenta linhas em uma só mistura. Cada mistura assim formada era composta por igual número de sementes das linhas componentes. O experi-mento foi composto por quinze trataexperi-mentos: - dez misturas e cinco cultivares -,em blocos ao acaso, com seis repetições, em onze diferentes ambientes.

Posteriormente, foram estudadas vinte e cinco linhas elite, geração F10, dos cruzamentos entre as cultivares Costa Rica x Gordo e Rico-23 x Gordo mais a cultivar IPA-74-19 como controle, em blocos ao acaso, com seis repetições, em quatro diferentes ambientes.

Numa terceira etapa, foram estudadas quinze misturas formadas por nove linhas elite, sendo três delas adap-tadas a boas condições (0), três linhas estáveis (E) e três linhas adaptadas a más condições (M), selecionadas do experimento anterior. As misturas• foram compostas da seguinte maneira:

Mistura 1 - Reunião das três linhas adaptadas a boas condições (30).

Mistura 2- Reunião das três linhas estáveis (3E). Mistura 3 - Reunião das três linhas adaptadas a más

con-dições (3M).

Mistura 4 Reunião de uma linha adaptada a boa condições, com uma linha estável (1$ + tE). Mistura 5 - Reunião de uma linha adaptada a boas

condições com uma linha adaptada a más condições (18 + 1M).

Mistura 6- Reunião de uma linha estável com uma linha adaptada a más condições (1E + 1M). Mistura 7 - Reunião de duas linhas adaptadas a

boas condições com duas linhas estáveis (28+2E).

Mistura 8 - Reunião de duas linhas adaptadas a boas condições com duas linhas adaptadas a más condições (2B + 2M).

Mistura 9. Reunião de duas linhas estáveis com duas li- nhas adaptadas a más condições (2E + 2M). Mistura 10- Reunião de três linhas adaptadas a boas

condições com três linhas estáveis (38 + M. Mistura 11 -'. Reunião de três linhas adaptadas a boas con- dições com três linhas adaptadas a más con- dições (311 + 3M).

Mistura 12- Reunião de três linhas estáveis com três linhas adaptadas a más condições (3E + 3M). Mistura 13- Reunião de uma linha adaptada a boas con-dições, com uma linha estável e uma linha adaptada a más condições (18 + lE + 1M). Mistura 14- Reunião de duas linhas adaptadas a boas

con-dições, com duas linhas estáveis e duas linhas adaptadas a más condições (2B + 2E + 2M). Mistura 15- Reunião de três linhas adaptadas a boas

con-dições, com três linhas estáveis e três linhas adaptadas a más condições (38 + 3E + 3M). As linhas componentes de cada mistura apresentavam sementes mais ou menos uniformes em relação a cor e peso de 100 sementes. O experimento constou de 16 tra-tamentos - as quinze misturas e a cultivar IPA 74-19 -, em blocos ao acaso, com seis repetições. Em 1978, o ex-perimento foi lançado em quatro locais apenas, com as misturas de números 1 a 12 mais a cultivar IPA 74-19. Em 1979, foi repetido nos mesmos locais; acrescido das misturas de números 13, 14 e 15. As determinações

estatísticas seguiram o método apresentado por Eberhart & Russeli (1966).

Os índices ambientais, que são os efeitos dos diversos fatores de produção, como: precipitação, temperatura, fertilidade do solo, etc. de uma determinada localida-de em um localida-determinado tempo, foram obtidos utilizan-do-se a média de produção de grãos de todasas cul-tivares em cada localidade menos a média geral, em face das várias localidades ou ambientes, ou seja, I. - (s Yf' - (EE/YJ/Vn)) conforme Eberhart & Rus-

1 lj seu (1966).

As misturas, formadas pela reunião de igual número de sementes das linhas componentes, foram plantadas em par-celas de 3m x 2 m,no espaçamento de 0,50 m xO,20 na,

deixando-se duas plantas por cova ap6s o desbaste. Foi efetuada adubação com a fórmula 40-60-0 em todos os campos, na ocasião do plantio, sendo 213 do nitrogênio aplicado em cobertura aos 20 dias após o plantio. A área útil da parcela fçi de 5 m x 1 m, o que corresponde à

colheita das duas fileiras centrais.

Os locais de execução dos experimentos apresentaram as seguintes características de solo:

Caruaru - Solo: Litossolo Eutrófico pH : 6,4

(3)

Ot4I'OSIçÃO E ESTABILIDADE 1343 Análise química: P • 19 ppm ice 100 ppm Ca +Mg-7 me% Al- O me% Textura arenosa

São João - Solo: Regossolo p11 : 6,9 Análise química: P- 5 ppm K. 4sppm Ca. -Mg- 1,3me% AI - O me% Textura arenosa

Belém do São Francisco- Solo: Aluvião arenoso pH : 6

Análise química:P -22 ppm K- 83 ppm Ca + Mg- 2,7 me% AI-O me% Santana do Ipanema- Solo: Litossolo

pH :5,9 Análise química:P - 7 ppm K- 86 ppm Ca+Mg-2,8me% Ai-O,! me% Textura arenosa RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro experimento, composto por dez misturas e cinco cultivares, lançado em onze dife- rentes ambientes, apresentou os resultados que se encontram na Fig. 1.

Estudiosos como Probst (1957), Allard (1961), Frey & Maldonado (1967), Qualset & Granger (1970) e Trenbath (1974) citam, como vantagem mais comumente encontrada nas misturas, a dimi-nuição da interação genótipo x ambiente, e, portan- to, um aumento na estabilidade da produção. Os dados constantes, da Fig. 1 mostram que as mistu- ras estudadas no primeiro experimento, apesar de apresentarem boas médias de produção, não foram todas elas estáveis quando cultivadas em diferentes ambientes.

O conceito de variedade estável adotado neste trabalho foi o parâmetro b, definido por Eberhart & RusseU (1966) como a que apresentasse coefi- ciente de regressão b - 1 e desvio da regressão tão

pequeno quanto possível, s j O. Os desvios das regressões,deixaram de ser apresentados, por indicarem apenas o ajustamento dos dados ao mo-delo adotado e por serem considerados pelos auto-res como parâmetro que se refere mais à precisão e confiabilidade dos coeficientes de regressão b.

Determinou-se, na Fig, 1, um intervalo de con-fiança definido por IC - 1 ± t 5 %. Sb que ficou compreendido entre os coeficientes de regressão o,96 e 1,04, que corresponde à faixa de estabilida-de. Os coeficientes de regressão acima de 1,04 (Fig. 1) descrevem variedades com crescente sen-sibilidade a mudanças ambientais e maior adapta-bilidade a ambientes de alta produção, ou seja, adaptadas a boas condições. Coeficientes de regres-são abaixo de 0,96 (Fig. 1) oferecem uma medida de maior resistência a mudanças ambientais, aumentando a adaptabilidade para ambientes de

1 -Mi,llJ,,d, 41i4,a 2 -Mi,l.nad, Bimba, 2 Mi,llar,d, 12 Imnl,a 4 - Mis a4a ISlinha. 5 -M!,lun,de2OlinhIl 4.24 linha 7 - Mina,. 4.28 linha, 8 - Minar, dn 32 linha O - Mi,',,, 4,36 linhal II - Mi,tmsr. de 4oljnha. II -Cosr.Ric, 12 -IPA-I Ia - 13-0-5 14 - Rmn,-d,-Ponça lc 88 IS •Vag"s-Aaaa 13 LII- 1h AdapladaSboa,candiçó,, 1,06 1.00- 2 1,04 'II 12 1,02 ESláan!S 1 .00 EE '14

-

1

Adanl.dàs'ràS,Ondiçla,

Mddia, 4, pnadaaçan O,,,

FIG. 1. Distribuição da adaptabilidade de 10 misturas a 5 cultivares em relação à média de produção e o coeficiente de regressão em 11 diferentes sm-bientes em 1975 e 1976.

(4)

Tt.i€,.0

-

Conibln.çI. Calt. 71.0. 3 3M MM.3 4 E,IE E-E .4,7,10 E 1 EIM E •M

5,1.4 E ,M 7 25,2€ E,E,M.33,14,15 E 2E2 25-M E 3M 30 35,3€ 33 35,3.4 12 35.3.4 13 39,15,1.4 34 352E.2M 3 6,35 '3M IS IPA.74IE •15

Mipi.d. ÍE boa

P. MIRANDA et aL

Como à cultura do feijoeiro é explorada em condições ecológicas variadas, a identificação de misturas estáveis seria a mais aconselhável, não so-mente por proporcionr maior equilíbrio da pro-dução nos diferentes ambientes,.mas também por dificultar a disseminação de patógenos.

'Na tentativa de orientar o preparo de misturas estáveis, avaliou-se um grupo de vinte e cinco li-nhas elite e homozigotas. Foram selecionadas nove linhas, sendo três adaptadas a boas condições, três estáveis e três adaptadas a más condições.

Com estas nove linhas foram preparadas quinze misturas que,juntamente com a cultivar IPA 74-19, formaram o terceiro experimento, cujos resultados encontram-se na Fig. 2.

E.k,ES

A mistura número: 1 (Fig. 2), formada pela reu-

5

nião de três linhas adaptadas a boas condições

-'4

Ad.01.daM 'S' 0O'+ÇOa

P.odoti.'4S

FIG. 2. Distribuição da adaptabilidade das misturas em

relação à média do produção e o coeficiente de regressão, em oito diferentes ambientes, em 1978

e 1979.

baixa produção, ou seja, adaptadas a más condi-ções.

Analisando-se a distribuição das misturas (Fig. 1), conclui-se que somente as misturas de números 1, 8 e 10, compostas por quatro, trinta e duas e quarenta linhas, respectivamente, apresentaram-se como estáveis. As misturas de números 2, 5, 4 e 6, compostas por oito, vinte, dezesseis e vinte e qua-tro linhas, respectivamente, comportaram -se como adaptadas a boas condições. E as misturas de nú-meros 3, 7 e 9, compostas por doze, vinte e oito e trinta e seis linhas,respectivamente, mostraram -se como adaptadas a más condições. Estes resultados reforçam as conclusões de Rasmusson (1968), Clay & Allard (1969) e Erskine (1977) segundo as quais um aumento da diversidade genética não conduz necessariamente a um aumento na !stabili-dade da produção.

Pesq. agropec. bras., Brasília, 18(1 2):1341-1 348, dez. 1983. 1344 3,60 "lo a .00 ".4 o 0.51

-

-

(iIi), apresentou adaptabilidade a ambientes de

baixa produção, ou seja, adaptada a más condi-ções. Este comportamento mostra que linhas com maior adaptabilidade a ambientes de alta produ-ção, ou seja, adaptadas a boas condições, não se combinaram bem, por causarem diminuição da produção em ambientes de alta produção.

A mistura número 2 (Fig. 2), formada pela reu-nião de três linhas estáveis (SE), também apresen-tou adaptabilidade a ambientes de baixa produção, mostrando que linhas estáveis também não se combinaram bem, apresentando redução na produção nos ambientes favoráveis.

A mistura número 3 (Fig 2), formada pela reunião de três linhas adaptadas a más condições (3M), apresentou estabilidade, indicando que li-nhas adaptadas a más condições se combinaram bem e formaram misturas estáveis.

Com a produção de grãoi e os índices ambien-tais, em t/ha, foram preparadas figuras explicativas do comportamento das misturas (Fi& 3 a 7). Os índices ambientais, calculados em número de oito, foram: -1,05, -0,92, -0,50, -0,37, +0,30, + 0,60, +0,89 e +1,06, sendo que os negativos indicam ambientes desfavoráveis, más condições, e os po -sitivos, ambientes favoráveis, boas condições.

A Fig. 3 mostra o comportamento das misturas 1, 2 e 3 comparadas à média da população com b - 1, destacando-se a mistura número 3, estável, e as misturas 1 e 2, adaptadas a más condições.

(5)

COMPOSIÇÃO E ESTABILIDADE

41 40 -0 .4* .44 .0J O 11 4. 4. 41 fll -b. 101

I0

1345

913.3. Respostas das misturas 1,2e3 comparadas à mé-dia da popuIaço com b 1, em diferentes ambi-entes, em 1978e 1979.

As misturas de números 4, 7 e 10 (Fig. 2), for-madas pela reunião de uma linha adaptada a boas condições com uma linha estável (1B + tE), duas linhas adaptadas a boas condições, com duas linhas estáveis (2B + 2E), e três linhas adaptadas a boas condições, com três linhas estáveis (3B + SE), respectivamente, apresentaram adaptabilidade a ambientes de baixa produção, ou seja, adaptadas a más condições, mostrando que linhas adaptadas a boas condições com linhas estáveis, em números iguais, não se combinaram bem, pela redução em ambientes de alta produção.

A Fig. 4 mostra o comportamento das misturas 4, 7 e 10 comparadas à média da população com b - 1, onde se observa a tendência de adaptabilida-de das misturas 4, 7 e 10 a ambientes adaptabilida-de baixa pro-dução.

As misturas de números 5, 8 e 11 (Fig. 2), for-madas pela reunião de uma linha adaptada a boas condições, com uma linha adaptada a más condi-ções (1B + 1M), duas linhas adaptadas a boas con-dições com duas linhas adaptadas a más concon-dições

í,d1*fli,(t411

913.4. Respostas das misturas 4, 7 e 10 comparadas à média da população com b = 1, em diferentes ambientes, em 1978 e 1979.

(2B + 2M) e três linhas adaptadas a boas condi-ções com três linhas adaptadas a más condicondi-ções (SB + 3M), respectivamente, apresentaram-se como estáveis, mostrando que linhas adaptadas a boas condições com linhas adaptadas a más condições, em números iguais, se combinaram bem e formaram misturas estáveis.

A Fig. 5 mostra o bom comportamento das misturas 5, 8 e 11, comparadas & média da popu-lação com b- 1.

As misturas de números 6, 9 e 12 (Fig. 2), for-madas pela reunião de uma linha estável com uma linha adaptada a más condições (1E + IM), duas li-nhas estáveis com duas lili-nhas adaptadas a más condições (2E + 2M) e três linhas estáveis com três linhas adaptadas a más condições (SE + 3M), res-pectivamente, mostraram comportamento estável, com exceção da mistura 12, que se mostrou adap-tada a boas condições, com perda de produção em ambientes desfavoráveis e um ligeiro acréscimo de produção em ambientes favoráveis. Este tipo de Pesq. agropec. bras., Brasília, 18(12): 1341 -1348,dez. 1983.

(6)

1346 P. MIRANDA èt ai. 0.O 1.1 0.S I.0

.1

1

FIG. 5. Respostas das misturas 5, 8 e 11 comparadas à média da populaçio com b - 1, em diferentes ambientes, em 1978 e 1979.

mistura parece ser viável apenas com pequeno nú-meto de linhas, em números iguais.

A Fig. 6 mostra o bom comportamento das turas 6 e 9 e a tendência de adaptabilidade da mis-tura 12 a ambiente de alta produçio.

As misturas de númros 13, 14 e 15 (Fig. 2), formadas pela reuniâo de uma linha adaptada a boas condições com uma linha estável e uma linha adaptada a más condições (13 4 1E + 1M), duas li-nhas adaptadas a boas condições, com duas lili-nhas estáveis e duás linhas adaptadas à más condições (23 + 2E + 2M) e três linhas adaptadas a boas con-dições com três linhas estáveis e três linhas adapta-da a más condições (3D + SE + 3M), respectiva-mente, apresentaram adaptabilidade a ambientes de baixa produção, mostrando que linhas adapta-das a boas condições com linhas estáveis e linhas adaptadas a más condições, mesmo em números iguais, no se combinaram bem em ambientes de alta produçâo. A Fig. 7 mostra o comportamento das mistura 13, 14 e 15 comparadas à média da

fnó.,ni. (t

FIG. 6. Respostas das misturas 6.9 e 12 comparadas á

média da popu?aç5o com b - 1, em diferentes ambientes, em 1978 e 1979.

1.0 IMjb.0

MI.bOO

rs-r. tt4*I

FIG. 7. Respostas das misturas 13, 14e 15comparedasà

média da populaç5o com b - 1, em diferentes ambientes, em 1978 e 1979.

(7)

cotwosIçÃo

E ESTABILIDADE 1347 população com b a 1, percebendo-se a tendência

da adaptabilidade das misturas 13, 14 e 15 a am-biente de baixa produção. Estes resultados mos-tram que, quando o memorista pretende trabalhar com misturas, deve selecionar genótipos adaptados a boas condições, genótipos estáveis e genótipos adaptados a más condições, e não somente genó-tipos estáveis, como recomendam Eberhart & Russeil (1966), para casos de utilização individual de genótipos como novas variedades.

CONCLUSÕES

1. As misturas formadas por linhas homozigotas de feijão, sem um conhecimento prévio da adapta-ção das linhas, apesar de aumentar a diversidade genética, não conduzem necessariamente a um au-mento da estabilidade da produção.

2. Linhas de feijão adaptadas a boas condições, com maior adaptabilidade a ambientes de alta pro-dução, formam misturas adaptadas a ambietites de baixa produção.

3. Linhas estáveis, quando reunidas, formam misturas adaptadas a ambientes de baixa produção. 4. Linhas adaptadas a más condições formam misturas estáveis.

S. Linhas adaptadas a boas condições mistura-das com linhas estáveis, em números iguais, for-mam misturas adaptadas a ambientes de baixa produção.

6. Linhas adaptadas a boas condições mistura-das com linhas adaptamistura-das a más condições, em nú-meros iguais, formam misturas estáveis.

7. Linhas estáveis misturadas com linhas adapta-das a más condições, em números iguais, formam misturas estáveis e misturas com tendência de adiptabilidade a ambientes de alta produção.

8. Linhas adaptadas a boas condições e mistura-das com linhas estáveis, e linhas adaptamistura-das a más condições, em números iguais, formam misturas com adaptabilidade a ambientes de baixa produção. 9. Quando o meffiorista pretende formar mis-turas estáveis, deve selecionar os três tipos de ge-nótipos: adaptados a boas condições, estáveis e adaptados a más condições.

10. As misturas mais estáveis foram as formadas pela reunião de linhas adaptadas a más condições, linhas adaptadas a boas condições, com linhas

adaptadas a más condições, em números iguais, e linhas estáveis com linhas adaptadas a más con-dições envolvendo no máximo quatro linhas neste tipo de mistura, em números iguais.

11. A classificação das misturas em adaptadas a boas condições, estáveis, e adaptadas a más con-dições, dependeu, quase sempre, da produção de grãos das localidades com Índices ambientais po-sitivos.

REFERÊNCIAS

ALLARD, R.W. Relationship between genetic diversity and consistency of performance ia different environments. Crop Sei, Madison 1(2):127.33, 1961.

ALLARD, R.W. & BRADSHAW, A.D. Implication of genotype x environmental interactions ia applied plant bieeding. Crop Sei., Madison, 4(5):503-8, 1964.

eLAS, R.E. & ALLARD, R.W. A coniparison of the performance of homogeneous and heterogeneous baxley populations. &op Sei, Madison, 9(4): 407-12, 1969.

EBERHART, S.A. & RUSSELL,W.A. Stabiiity parameters for comparing varieties. Crop Sei., Madison, 6(1): 36-40, 1966.

ERSKINE, W. Adaptation and competition in mixtures o! cowpea (Vignauniculata (L.) Waip.). Euphytica, 26:193-202, 1977.

FINLAY, K.W. & WILKINSON, G.N. fle analysis of adaptation in a plant.breeding programme. Aust.

J. Avie. Res., Melbourne, 14:742-54, 1963. FRANKEL, O.H. Analytical yield investigations on

New Zealand wheat. IV. Biending varieties o! wheat. J. Aust. lnst. Agric. Sei., 24:112-23, 1938.

FREY, K.J. & MALOONADO, U. Relative productivity of homogeneous and heterogeneous oat cultivars ia optimum and suboptimum environments. Crop Sci., Madison, 7(5):532-35, 1967.

GUAZZELLI, R.J. Competição intergenotípica em feijão,

(Phaseohis pulgaris L): estimação da capacidade

competitiva. Piracicaba, ESALQ - USP, 1975. 62p. Tese Mestrado.

LIANG, G.H.L.; HEYNE, E.G. & WALTER, T.L. Esti-mates of varieties x environmental interaction ia yield tests of three smallgrains and their significance on the breeding programs. erop Sei, Madison, 6(2): 135-9, 1966.

LL&NG, G.H.L. & WALTER, T.L. Genotype x environ-ment interactions - from yield tests and their applica-tion to sorghum breeding programs. Can. J. Genet. CitoL, Ottawa, 8:306-11, 1966.

PROBST, A.H. Performance of variety biends ia soybeans. Apon. 1., Madison, 49(3):148-51, 1957.

(8)

1348 P. MIRANDA et ai.

QUALSET, C.O. & GRANGER, R.M. Frequency dependent stability of performance ia oats. Crop Sci, Madison, 10(4): 386-9. 1970.

RASMUSSON, D.C. Yield and stability of yield ofbarley populations. Crop Sei., Madison, 8(5):600-2,

1968.

SHANDS, II.; VIEIRA, C. & ZAUMEYER, E.J. Observa-tions on dry bean diseases in Brazil. Plant. Dis Rep.,48:784, 1964.

TRENBATH, B.R. Biomass productivity of mixtures. Adv. Agron., 26:177-210, 1974.

VIEIRA, C. Resistência horizontal às doenças e diversi-dade genética no melhoramento do feijoeiro no Brasil. R. Ceres, Viçosa, 19(104):261-79, 1972. VIEIRA, C. Rico-23, nova variedade de feijão preto para

a Zona da Mata, Minas Gerais. R. Ceres, Viçosa, 11:22-6, 1959.

WELLHAUSEN, E.J. El estado actual de los trabajos sobre ei mejoramiento genético de las principales plantas básicas alimentícias, en la América Latina. Ia: REUNIÓN INTERAMERICANA DE FITOGE-NETICISTAS, FITOPATÓLOGOS, ENTOMÓLO-GOS Y EDAFÕLOENTOMÓLO-GOS, 3, Colombia, Mm. Agric.,

1958. p.41-58.

Referências

Documentos relacionados

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

Daí que o preâmbulo, seja por indicar os fins a serem atingidos pelo ordenamento constitucional e, por isso, ser capaz de influenciar a interpretação dos seus preceitos, não pode

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue