• Nenhum resultado encontrado

Editorial

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Editorial"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)
(2)
(3)

Editorial

Cilene Victor

Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo

Coordenadora do Centro Interdisciplinar de Pesquisa da Faculdade Cásper Líbero E-mail: cilenevictor@casperlibero.edu.br

(4)

Volume 16 – Nº 1 – 1º Semestre de 2016

Editorial

9

A cada ano, a produção científica no campo da comunicação no Brasil tem alcançado nível indiscutível de excelência, resultado do crescimento e do fortalecimento dos programas de pós-graduação na área e do amadurecimento de uma pesquisa mais atenta às diversas interfaces com outras ciências e temas, especialmente com aqueles considerados mais urgentes.

Entre tantas interfaces, é sempre um desafio escolher as que serão con-templadas nas edições especiais e dossiês da Revista Communicare. E neste número, dedicado à relação Saúde e Meio Ambiente, não foi diferente.

Um olhar atento para os acontecimentos de 2015, considerado um mar-co na retomada da mar-conscientização, das discussões e mobilizações em prol de um mundo ambientalmente mais justo e capaz de garantir a todos os se-res humanos condições dignas de sobrevivência, com esforços internacio-nais para fortalecer uma agenda verdadeiramente sustentável e combater as ameaças das mudanças climáticas, foi o ponto de partida para pensarmos na interface “meio ambiente”.

Ao vermos crescer o interesse e a preocupação da sociedade brasileira, dos profissionais e pesquisadores de comunicação pelos temas ligados à ciência e à saúde, tivemos a certeza de que era necessário unir ciência, meio ambiente e saúde em um único especial e, com ele, também reiterar a importância da abordagem transdisciplinar dessas temáticas.

Abrimos a edição sobre Comunicação, Ciência, Meio Ambiente e Saúde com a entrevista de Álvaro Nagib Atallah, professor titular e chefe da disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências da Universidade Federal de São Paulo. Durante a entrevista, conduzida pela professora de Jor-nalismo da Faculdade Cásper Líbero e doutoranda da Unifesp, Tatiana Ferraz, o entrevistado, que também é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Terapêutica da mesma instituição, ressaltou a importância da informação como ferramenta para diminuir as mais de 700 mil mortes evi-táveis no Brasil.

O primeiro artigo, “A cura do câncer na agenda setting: crenças, leis, e po-lítica se sobrepondo à evidência científica”, reforça a preocupação explicitada na entrevista sobre a qualidade das informações na área da saúde, sobretudo no contexto da “pílula do câncer”. Assinado por José de Moura Leite Neto, mestre e doutorando em Ciência com ênfase em Oncologia pelo A. C. Camargo Cancer Center, o texto contextualiza a importância da comunicação em ciência e saúde como forma de minimizar os riscos aos quais o público leigo está mais exposto.

Na sequência, Kátia Lerner, doutora em antropologia social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/ UFRJ), analisa em “Doença, jornalismo e visibilidade: notas sobre a cobertura do câncer no jornal O Globo” os principais eixos temáticos, as localizações e

(5)

Revista Communicare

10

Editorial

as hierarquizações internas, entre outras questões, nos 444 textos publicados sobre o tema câncer no diário carioca, entre janeiro e junho de 2012.

De autoria de Érico Soriano, doutor em Ciências pelo Programa de Pós--Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental da Universidade Federal de São Paulo (EESC/USP), Wanda Aparecida Machado Hoffmann, doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pelo Departamento de Engenharia de Mate-riais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Luciana de Resende Lon-de, doutora em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais (INPE), Leonardo Bacelar Lima Santos, doutor em Computação Aplicada (CAP) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Regla de La Cari-dad Duthit Somoza, doutora em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o artigo “Rompimento de barragens em Mariana (MG): o processo de comunicação de risco de acordo com dados da mídia” tem o objetivo de analisar de maneira crítica o processo de comunicação de riscos relacionado ao desastre de Mariana, com foco nas informações divulgadas pelos meios de comunicação de massa, em especial no meio digital.

Na mesma direção, Cristiane Holanda Moraes Paschoin, mestranda em Comunicação Social da UMESP, e José Luis Ridente Junior, doutor em Geo-ciências e Meio Ambiente pela UNESP, discutem no artigo “A comunicação socioambiental em situações de risco para a implantação de empreendimentos lineares” o papel da comunicação no contexto do licenciamento ambiental para a implantação de empreendimentos lineares, como rodovias, ferrovias e dutos que, de muitas maneiras, afetam a vida das pessoas.

“Engajamento de stakeholders no contexto da sustentabilidade: contri-buições do modelo de relações públicas PARC de Stanley Deetz (2009) para as diretrizes GRI G4 e a norma ISO 26000”, de autoria de Ágatha Camargo Paraventi, doutoranda e mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, tem o objetivo de analisar o engajamento de stakeholders como processo de co-municação e relações públicas capaz de apoiar o desenvolvimento sustentável. Para isso, a autora faz o mapeamento das recomendações dos mecanismos de engajamento propostas pelos modelos reconhecidos no Brasil, como o GRI-G4 e a norma ISO 2.600.

Da Nigéria, Godswill O. Okiyi, doutorando em Comunicação de Massa na Babcock University Ilishan-Remo, aborda os impactos negativos das voçorocas para a economia e a qualidade de vida da população do país localizado na região ocidental da África Subsaariana. Em “O Banco Mundial, o Estado e a colaboração midiática na luta contra voçorocas em Abia State, Nigéria”, Okiyi resgata tanto o papel social da mídia na cobertura dos problemas ambientais, como no caso dessas erosões, quanto as outras formas de comunicação, como a interpessoal e a realizada em pequenos grupos.

(6)

Editorial

11

Volume 16 – Nº 1 – 1º Semestre de 2016

Luciana Miranda Costa, professora do curso de Comunicação Social da UFRN e da Pós--Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da UFPA, assina o artigo “Um bom negócio: o discurso empresarial no Jornal FSP no contexto das mudanças climáticas”, parte integrante de um estudo comparativo mais amplo dos discursos dos principais veículos jornalísticos sobre a temática das mudanças climáticas. O texto aqui apresentado enfoca a cobertura da 15ª Confe-rência das Partes sobre as Mudanças do Clima (COP 15) pelo jornal Folha de S.Paulo.

E quando falamos em meio ambiente, raramente consideramos o fenômeno da sonori-dade, exceto quando o objeto da discussão é a poluição sonora. Por isso, o artigo “Arquitetura aural: a dimensão sonora da avenida mais paulista da cidade”, de Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC, soa como um oásis. O objetivo do artigo é “inclinarmos nossos ouvidos e corpos para a Paulista, reconhecer a pluralidade de sua dimensão sonora e como ela atua nas relações comunicativas”.

O artigo “Casos de ‘roubo de sombra’ em fronteiras interétnicas: sofrimento mental no Baixo Amazonas/AM, Amazônia Central” brinda o leitor desta edição especial com as impres-sões das entrevistas realizadas com indígenas e profissionais que descrevem o fenômeno do “roubo de sombra”. Com o resultado dessas entrevistas, os autores visam problematizar modelos de tratamento para o contexto sociocultural local, ampliando o nosso olhar para a ciência, o conhecimento científico e os saberes tradicionais. O texto é assinado por Renan Albuquerque, doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM, Ricardo Alexino Ferreira, professor associado (livre-docente) da ECA/USP, Júlio Cesar Schweickardt, doutor em História das Ciên-cias pela Fundação Oswaldo Cruz, e Maria Audirene Cordeiro, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFAM.

Arquimedes Pessoni, doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo e pós-doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, assina o artigo “No-vos aspectos comunicacionais dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido em Ciências Humanas e Sociais”, com o qual promove uma discussão sobre a resolução 510 proposta pela CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), com destaque “ao aspecto comunicacional presente nos procedimentos metodológicos que envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana dos sujeitos de pesquisa”.

E no ensaio desta edição, “Comunicação de risco: a mídia no papel de ator social”, Silvio Barbosa, professor da ESPM e titular licenciado da Faculdade Cásper Líbero, discute a atuação do poder público e dos meios de comunicação no cenário dos desastres e sugere o desenvolvimento de um sistema brasileiro de alerta a desastres no formato multimídia de webdocumentário.

Referências

Documentos relacionados

O primeiro e segundo livro, “Aritmética para meninos” (1879) e “Aritmética prática” (1888) são mais antigos que o último livro e no geral são muito parecidos, tanto

Considerando um assunto de grande relevância levando em conta o papel da família do incentivo no acompanhamento junto a Instituição Especializada, julgamos

Oral Self-administration of cocaine by male and female rats with Attention Deficit Hyperactivity Disorder induced by 6-hydroxydopamine.. Kelly Martins Bisognin 1,3 ,Laísa de

A falta de rotinas e procedimentos arquivísticos é resul- tado da não aplicação das normas prescritas pela legislação arquivística bra- sileira; da inexistência de um órgão

1) O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da XP Investimentos CCTVM S/A (“XP Investimentos ou XP”) ou por agentes autônomos de investimento que

(2007) também expõe que a substituição de sistemas convencionais eletromecânicos por sistemas digitais modernos mais eficientes, mudanças no design da cabine de comando e

Programa de Pós-Graduação em Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP). Programa de Pós-Graduação em Turismo da Escola de

A adoção de medidas diretas, assim como medidas indiretas, apresenta algumas limitações, como: (a) necessidade de observadores previamente treinados, segundo critérios objetivos;