• Nenhum resultado encontrado

Preparação laboral de estudantes com deficiência intelectual visando uma futura inserção no trabalho.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Preparação laboral de estudantes com deficiência intelectual visando uma futura inserção no trabalho."

Copied!
86
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

FAUSTINO EMILIO ARENCIBIA JAIME

PREPARAÇÃO LABORAL DE ESTUDANTES COM

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL VISANDO UMA FUTURA

INSERÇÃO NO TRABALHO

Salvador 2018

(2)

FAUSTINO EMILIO ARENCIBIA JAIME

PREPARAÇÃO LABORAL DE ESTUDANTES COM

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL VISANDO UMA FUTURA

INSERÇÃO NO TRABALHO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação. Linha de Pesquisa: Educação e Diversidade. Orientador: Dr. Miguel Ángel García Bordas.

Salvador 2018

(3)

futura inserção no trabalho / Faustino Emilio Arencibia Jaime. – 2018. 85 f.

Orientador: Prof. Dr. Miguel Ángel García Bordas.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Educação, Salvador, 2018.

1. Pessoa com deficiência intelectual - Educação. 2. Pessoa com deficiência intelectual - Emprego. 3. Preparação para o trabalho. 4. Mercado de trabalho. 5. Educação para o trabalho. I. Bordas, Miguel Ángel García. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Educação. III. Título.

(4)

FAUSTINO EMILIO ARENCIBIA JAIME

PREPARAÇÃO LABORAL DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA

INTELECTUAL VISANDO UMA FUTURA INSERÇÃO NO TRABALHO.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação.

Salvador, 28 de fevereiro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

Miguel Ángel García Bordas - Orientador

Doutorado em Filosofia pelo Universidad Complutense de Madrid, Espanha Universidade Federal da Bahia, Brasil

Félix Marcial Díaz Rodríguez - Coorientador

Doutorado em Ciencias Pedagógicas pelo Instituto Central de Ciencias Pedagógicas del MINED, Cuba

Universidade Federal da Bahia, Brasil.

Admilson Santos

Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, Brasil.

Sheila de Quadros Uzêda

Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia, Brasil Universidade Federal da Bahia, Brasil.

(5)

Para aqueles que no desenvolvimento dessa pesquisa mostraram a

beleza do mundo que envolve as Pessoas com Deficiência Intelectual na

constante luta pela verdadeira

INCLUSÃO.

(6)

AGRADECIMENTOS

 Ao Brasil por me receber com os braços abertos.

 A minha mãe por ter tido a clareza ao me botar nesse mundo, educar-me e amar-me como ninguém, Que Dios la te tenga en La Gloria .

 A meu orientador Miguel Ángel García Bordas por acreditar em mim mesmo desde a distância.

 A minha esposa por todo seu Amor, apoio e dedicação nestes anos de união.  A meu irmão por botar esse país nos meus olhos e me ajudar virar pesquisador comprometido.

 A meu neto por ser o motor que estimula hoje minha luta longe da terra que me viu nascer.

A meu grande amigo, meu compatriota e paisano Dr. Félix Marcial Díaz Rodríguez quem foi para mim, o que foi em Cuba Rafael María de Mendive para José Martí.

 As minhas amigas e amigos do Programa da Pós-graduação da Faculdade de Educação da UFBA.

 A minhas amigas e amigos que fizeram da FILANTROPIA e o AMOR o método para me ajudar nesta batalha.

 A meus colegas de estudo nesses 24 meses de caminhada juntos.

 A todos meus professores que aperfeiçoaram minha trilha de 25 anos como educador.

(7)

RESUMO

Seguindo a tendência mundial da “Educação para Todos”, na atualidade por lei uma parte considerável de pessoas com deficiência tem a possibilidade de estudar nos centros especiais e inclusivos em condições de igualdade social e de qualidade educacional, entre eles, as pessoas com deficiência intelectual (PCDI). Independentemente de que existe também por lei uma quota obrigatória deles a serem admitidos nas empresas, é por todos conhecido, a grande dificuldade que confrontam estas pessoas para se adequar às condições (também especiais) uma vez inseridas, isto sucede em grande parte deles produto uma insuficiente preparação trabalhista durante seu passo pelo contexto escolar, que além de lhes proporcionar conhecimentos básicos, devem lhes oferecer habilidades para enfrentar as exigências (segundo suas particularidades) de um futuro trabalho. Querendo compreender, como acontece o processo de formação para o mundo do trabalho dos escolares com deficiência intelectual (DI) que são formados no Centro de Educação Especial de Bahia (CEEBA) da cidade de Salvador de Bahia, o objetivo geral deste trabalho foi conhecer o critério avaliativo de professores e empregadores sobre a preparação destes jovens que recebem Atendimento Educacional Especializado (AEE) no CEEBA. Metodologicamente esse trabalho foi desenvolvido em diferentes lócus que coincidem com aqueles onde foram coletadas as informações através de técnicas como: a entrevista e dentro dela a entrevista semiestructurada aplicadas a professoras e empregadores dos jovens com DI formados ali; O diário de campo também permitiu arrecadar os pormenores da cada acontecimento onde realizamos nosso trabalho nos referidos lugares; uma investigação bibliográfica veio justamente depois de nosso primeiro contato com a documentação fornecida e recomendada pela instituição, bem como com livros, artigos e documentos achados na plataforma científica on-line à que tivemos acesso. O material de investigação foi analisado a partir da construção de quadros com recortes das respostas dadas pelas professoras e empregadores em suas entrevistas, e para as análises dos resultados foi utilizado o método “Análise de conteúdo de Bardin". Os resultados obtidos na pesquisa confirmam que existe um critério unificado entre professoras e empregadores de que ainda se perceba um trabalho diferenciado com muitos sucessos na formação dos jovens com DI no CEEBA, devemos aperfeiçoar a preparação destes estudantes procurando uma formação mais virada a uma profissão, a que poderia melhorar se o referido centro pudesse contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar que apoie na mencionada preparação com programas de estudos virados à profissionalização dos alunos com DI que aspiram a ocupar uma vaga no Mundo do Trabalho.

Palavras Chaves: Preparação Trabalhista. Mercado de Trabalho. Deficiência Intelectual.

(8)

RESUMEN

Siguiendo la tendencia mundial de “Educación para Todos”, en la actualidad por ley, una parte considerable de personas con deficiencia tiene la posibilidad de estudiar en los centros especiales e inclusivos en condiciones de igualdad social y de calidad educacional, entre ellos, las personas con deficiencia intelectual (PCDI). Independientemente de que existe también por ley una cuota obligatoria de ellos a ser admitidos en las empresas, es conocido por todos la gran dificultad que confrontan estas personas para adecuarse a las condiciones (también especiales) una vez insertados, esto sucede en gran parte de ellos producto de una insuficiente preparación laboral durante su paso por el contexto escolar, que además de proporcionarles conocimientos básicos, deben ofertarles determinadas habilidades para enfrentar las exigencias (según sus particularidades) de un futuro trabajo. Queriendo comprender, como acontece el proceso de formación para el mundo del trabajo de los escolares con deficiencia intelectual (DI) que son formados en el Centro de Educación Especial de Bahía (CEEBA) de la ciudad de Salvador de Bahía, el objetivo general de este trabajo fue conocer el criterio evaluativo de profesores y empleadores sobre la preparación de estos jóvenes que reciben Atendimiento Educacional Especializado (AEE) en el CEEBA. Metodológicamente este trabajo fue desarrollado en diferentes lócus que coinciden con aquellos donde fueron recolectadas las informaciones a través de técnicas como: la entrevista y dentro de ella la entrevista semiestructurada aplicadas a profesoras y empleadores de los jóvenes con DI formados allí; El diario de campo también permitió recaudar los pormenores de cada acontecimiento donde realizamos nuestro trabajo en los referidos lugares; una investigación bibliográfica vino justamente después nuestro primer contacto con la documentación suministrada y recomendada por la institución, así como con libros, artículos y documentos hallados en la plataforma científica on-line a la que tuvimos acceso. El material de investigación fue analizado a partir de la construcción de cuadros con recortes de las respuestas dadas por las profesoras y empleadores en sus entrevistas y para los análisis de los resultados fue utilizado el método “Análisis de contenido de Bardin". Los resultados obtenidos en la pesquisa confirman que existe un criterio unificado entre profesoras y empleadores de que aunque se perciba un trabajo diferenciado con muchos logros en la formación de los jóvenes con deficiencia intelectual en CEEBA, aún debemos perfeccionar la preparación de estos estudiantes buscando una formación más volcada a una profesión, la que podría mejorar si el referido centro pudiera contar con un equipo multidisciplinar que apoye en la mencionada preparación con programas de estudios volcados a la profesionalización de los alumnos con DI que aspiran a ocupar una plaza en el Mundo del Trabajo.

(9)

SUMMARY

Following the global trend of the “Education for Everyone”, currently by law most people with disabilities can study at special inclusive centers, with equal social wellbeing conditions and high educational quality. Amongst those are the people with intellectual disability (DI). Regardless mandatory law quotas that impose organizations to hire those people, the difficulties that they face to adapt to their special work conditions are well known. Their professional challenges are results of inadequate preparedness during their school term, which should provide not only academic knowledge but also equip them to face particular requirements of future work opportunities. Trying to understand how workforce preparedness process happens to the students with DI graduated at the Centro de Educação Especial de Bahia (CEEBA), in the city of Salvador – Bahia, the goal of this thesis was to learn about the assessment criteria of teachers and employers regarding readiness assessment of those young students who receive Specialized Educational Support at CEEBA.The methodology of this study was developed in different locations, where coincides with the places where the information was collected through techniques that include: interviews, such as semi-structured interviews applied to teachers and employers of those students with DI graduated there; local report that allowed collecting details of events where the study happened; a literature review after the first contact with the documentation provided and suggested by the institution, as well as books, journals and documents found at the available scientific online platform.The investigative material was analyzed through the construction of frames with parts of the responses provided by the teachers and employers during their interviews and for the analyses of the results the “Bardin Content Analyses” was the methodology utilized.The research results confirm that despite of the existence of an unified criteria between teachers and employers regarding the successful work done with the development of the students with DI at CEEBA, there is still a need to improve the preparedness of these students who seek for professional development. This could happen if the center could count on the help of multidisciplinary teams who could support with the development of study programs targeting the professional development of these students with DI who aspire a job at the workforce labor.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Avaliação dos professores do processo de preparação para o MT

dos alunos no CEEBA... 64 Figura 2 Avaliação media dos professores do processo de preparação para

o MT no CEEBA... 65 Figura 3 Avaliação dos empregadores do processo de preparação para o

MT no CEEBA... 71 Figura 4 Avaliação media dos empregadores sobre o processo de

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Nível de gravidade da DI - Leve... 23

Quadro 2 Nível de gravidade da DI - Moderada... 24

Quadro 3 Nível de gravidade da DI - Grave... 25

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEEBA - Centro de Ensino Especial da Bahia. DI- Deficiência Intelectual.

MEC- Ministério de Educação. MT- Mercado de Trabalho.

ONG - Organizações Não Governamentais. PCD - Pessoa com Deficiência

PCDI - Pessoa com Deficiência Intelectual PL - Preparação Laboral.

PlPf - Preparação Laboral Profissional.

PNE - Pessoas com Necessidades Educativas Especiais. RH - Departamento de Recursos Humanos.

SEC - Secretaria de Educação do Estado da Bahia. SME - Secretaria Municipal de Educação.

(13)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 QUESTIONAMENTOS... 20 1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA... 20 1.3 OBJETIVO GERAL... 21 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 21

2 TEORIZANDO SOBRE PREPARAÇÃO LABORAL DO DEFICIENTE INTELECTUAL INCLUÍDO NO MERCADO DE TRABALHO... 22

2.1 O DEFICIENTE INTELECTUAL... 22

2.2 A PREPARAÇÃO LABORAL E PROFISSIONAL DO DEFICIENTE INTELECTUAL... 33

2.3 O MUNDO LABORAL DO DEFICIENTE INTELECTUAL... 40

3 METODOLOGIA DA PESQUISA... 47

3.1 SUJEITOS DA PESQUISA... 48

3.2 ANÁLISES DO MATERIAL DA PESQUISA... 50

4 CONCLUSÕES... 74

4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 76

REFERÊNCIAS... 77

APENDICES... 81

APENDICE A - Roteiro de entrevista para aplicar com a avaliação escolar... 82

APENDICE B - Roteiro de entrevista para ser aplicada com a avaliação laboral... 83

APENDICE C - Roteiro de conversa para ser aplicada com a diretora do CEEBA... 84

APENDICE D - Roteiro de perguntas para se aplicar com uma professora de educação especial ( professora cubana)... 85

(14)

1 INTRODUÇÃO

Seguindo a tendência mundial de “Educação para Todos”, na atualidade uma parte considerável de pessoas com deficiência por lei tem a possibilidade de estudar nos centros especiais e inclusivos, em condições de igualdade social e de qualidade educacional, entre elas, aquelas com deficiência intelectual. Independentemente de que por lei existe uma cota obrigatória de pessoas com deficiência intelectual a serem aceitas no mercado de trabalho (MT) pelas empresas é por todos conhecida a grande dificuldade que confrontam estes para se adequar às condições, ainda especiais uma vez inseridos no mundo laboral, causado em grande parte, por uma insuficiente preparação profissionalizante durante seu passo pelo contexto escolar, que além de lhes proporcionar conhecimentos básicos, deve oferecer-lhes, determinadas habilidades para enfrentar de maneira geral, as exigências acordes a suas particularidades num futuro trabalho.

Esta pesquisa busca conhecer como são preparados os alunos que recebem AEE no Centro de Educação Especial da Bahia, antes de serem inserida no MT com o propósito de mostrar (uma vez concluída) ao centro objeto de pesquisa, uma panorâmica de como é valorizada a formação laboral que eles dão a seus jovens. O centro escolhido para o desenvolvimento de nossa pesquisa se destaca também por desenvolver uma política de inclusão de alunos no MT sempre a partir da decisão dos próprios jovens e com a anuência de familiares e professores que se encargam de sua formação, mesmo que função principal de este centro esteja direcionada ao acompanhamento dos alunos com DI matriculados nas escolas regulares ou comuns da região soteropolitana.

A escolha de esse centro de ensino na cidade de Salvador teve como principal intenção conhecer a suficiência qualitativa do mesmo na formação laboral dos jovens que se formam a partir de normas estabelecidas pelo MEC/ SEC em concordância com leis internacionais como a Declaração de Salamanca de 1994. Pretendemos

(15)

futuramente em função dos resultados da pesquisa propor um aperfeiçoamento curricular das disciplinas que são ministradas por eles.

A ideia de desenvolver este projeto de pesquisa originou-se a partir da situação que observamos em uma oficina do Instituto Politécnico “Juan Manuel Castiñeiras” do município Mariel em Havana a capital de Cuba lugar onde trabalhamos como professor de ensino técnico. Em decorrência de uma série de problemas em uma escola especial que era apadrinhada pelo instituto ao qual pertencíamos, tivemos que assumir a inserção de 6 estudantes com DI que se formavam em dita escola como “obreiros qualificados”1.

Na época, ministrávamos a disciplina “Máquinas Ferramentas” pra estudantes que cursavam o segundo dos seis semestres que estavam contemplados pelo currículo da disciplina e assumimos a responsabilidade de completar a formação técnicas daqueles 6 jovens diferentes sem ter a menor ideia do desafio que enfrentaríamos em nosso trabalho como educadores.

Todo o trabalho começou primeiro com uma orientação oficial da direção docente de nosso centro, seguida de uma palestra sobre inclusão e deficiência intelectual oferecida por uma das especialistas em educação especial da Secretaria Municipal de Educação (SME). Dessa forma, nasceu a necessidade de abraçar (na época) a causa das PCDI o que se materializa tema que hoje pesquisamos.

O objetivo principal daquele encontro foi acolher os novos estudantes, os que foram agrupados numa turma de 8 alunos (sem DI) com os quais já se vinha trabalhando regularmente. O foco da disciplina era medir o desenvolvimento prático dos alunos

1

Obreiros qualificados: É um trabalhador que está certificado por uma instituição onde se faz constar que essa pessoa está habilitada para desenvolver bem esse trabalho segundo seja seu posto.

(16)

na elaboração individual de uma ferramenta metálica chamada cinzel2, elaboração

que se atingiria seguindo todo um processo tecnológico traçado previamente, trabalho que serviria como avaliação final da mesma. Eles (os alunos) só seriam capazes de levar a cabo o mesmo com auxilio da “Maquina Cortadora de Metais”, a qual é muito utilizada no meu país em oficinas particulares de mecânica, o que sempre os motiva pelo fato de que os operários dela são muito bem remunerados, o que implicaria futuramente ter acesso a uma economia própria o que também permitiria se fosse o caso, ajudar sustentar a família a partir dessa profissão.

Ao perceber que no final do curso os alunos da escola especial conseguiram desenvolver as mesmas habilidades que os alunos sem DI, assumimos a tarefa de pesquisar a razão pela qual eles não terem desenvolvido antes tais habilidades.

Durante a revisão das anotações do professor anterior e através das entrevistas realizadas aos dirigentes da escola especial interditada, à família, e produto do intercambio diário com os próprios alunos, percebemos que eles não estavam suficientemente preparados (profissionalmente) nesse momento para realizarem determinadas tarefas ou assumir compromissos laborais, simplesmente pela falta de desenvolvimento prático com determinadas ferramentas que se consideram perigosas e que ao serem inseridos no MT com certeza podem encontrar.

Em Cuba, a diferencia do Brasil, os alunos egressos das escolas especiais com condições de serem inseridos no MT têm sua inserção no mundo laboral garantida num centro de produção ou serviço, trabalho que é providenciado e coordenado pela própria instituição estudantil.

2Cinzel: Esse termo vem do latim popular arcaico císellus que significa "cortar”. É um instrumento de

corte manual que possui numa extremidade uma ponta metálica que pode ser aguçada ou de variadas formas, o outro extremo feito geralmente de aço reforçado se utiliza como zona de impactos provocados por uma terceira ferramenta, geralmente um martelo. A mencionada ponta geralmente é tratada termicamente para provocar dureza nela. O cinzel é utilizado para cortar lâminas de metais, pedras, concreto, madeira etc., aqueles que são utilizados para trabalhar em madeira têm um cabo também de madeira reforçada procurando ser mais resistente aos impactos. Disponível em: <http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-cinzel.html>. Acesso em: 12 fev. 2016.

(17)

A partir de uma visita realizada no Brasil, no ano de 2015, por meio de um grupo de amigos, frequentamos uma escola especial na cidade de Salvador e nela nos deparamos com cinco estudantes que além de já estar inseridos no MT são regularmente acompanhados ainda pela referida escola, dando um seguimento a seu desenvolvimento como jovem trabalhador. Ao observar o desempenho daqueles jovens, queríamos compreender como é organizada no CEEBA a preparação laboral daqueles estudantes com DI que hoje estão inseridos MT.

Depois da visita, no próprio ano surgiu a possibilidade de concorrer no processo seletivo do mestrado na Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o que nos impulsou para apresentarmos como candidatos com um projeto de pesquisa que hoje graças a essa Casa de Altos Estudos foi desenvolvido. Nele procuramos conhecer na escola de referencia e nos centros que tem alunos de CEEBA trabalhando o critério avaliativo por parte de professores e empregadores sobre a preparação destes jovens com deficiência intelectual antes de entrar no MT. Segundo Araújo e Schmidt (2006), no sentido geral, a nível mundial, o MT torna-se mais exigente, demandando um pessoal cada vez mais capacitado para assegurar o sucesso empresarial. A inserção e manutenção do empregono Brasil emergem como um desafio e conquista, devido à alta competitividade. Os autores supracitados alertam que: “o agravamento das crises econômicas, afeta o desenvolvimento mercantil e provocam o desemprego crescente”.

Além do planteado no paragrafo anterior, Já Nascimento e Guimarães (2007) perceberam no Brasil uma redução de trabalhadores com carteira assinada nos últimos anos, situação que ajuda na compreensão do fenômeno chamado desemprego, essa situação é válida também para pessoas com deficiência (PCD) que procuram sem sucesso vagas de trabalho apesar do esforço pessoal e familiar, da pressão exercida pelos movimentos sociais no Brasil e do caráter punitivo que impõe a lei de cotas no caso das PCDI, suas características de baixo nível de aprendizagem multiplicam estas dificuldade, tal desvantagem se acrescenta quando esse jovem não

(18)

possui a preparação adequada que o capacite para satisfazer as demandas e normas cada vez mais exigentes do mundo laboral atual.

Considerando o exposto, um dos grandes desafios da educação especial é oferecer a preparação suficiente para que o futuro trabalhador esteja apto para se incorporar, e se manter com sucesso no MT, lamentavelmente, a partir de minhas leituras sobre o tema, se percebe que nem todos os alunos egressos logram ocupar uma vaga nas instituições laborais das comunidades. Os conhecimentos e habilidades essenciais que desde o ponto de vista laboral que devem possuir se determinam pela preparação nas escolas especiais e devem estar em correspondência com o nível de exigência estabelecido pelo MEC. O cumprimento destas normas na escola responsável pela sua formação e profissionalização deve ser respeitado ao máximo. A nosso ver a educação constitui uma das tarefas mais importantes da sociedade, nela, a escola deve ser o maior centro cultural da comunidade que com seu processo pedagógico-formativo contribui conjuntamente com outras instituições sociais, na criação e fomento de uma cidadania que, entre seus princípios capitais, tem a produtividade, onde a pessoa não é só um ente consumidor, mas também um ente que produz bens e/ou serviços segundo suas possibilidades.

Assim, consideramos que educar é também preparar o ser humano a ter consciência para cumprir com os mais elementares deveres sociais. Neste caso contribuir com o desenvolvimento material da sociedade onde está inserido através de seu aporte como um trabalhador eficiente. No caso da PCDI consideramos que esse trabalho deve ser providenciado e previamente selecionado de acordo com suas características biopsicossociais.

Desta forma, a primeira formação de caráter laboral presente nas diferentes disciplinas escolares do ensino fundamental ocupa também um lugar importante na educação especial e não deve existir espaço para o cansaço e muito menos para deixar de buscar alternativas que contribuam a aperfeiçoar a preparação desta

(19)

população, pelo que consideramos que esse é o maior desafio a ser assumida pelos sistemas educativos a escala mundial.

A educação especial deve apelar com todo seu esforço ao desenvolvimento da mencionada formação laboral, e, além disso, em aquelas escolas dedicadas à inclusão de alunos no MT, tentar formar profissionalmente estes alunos, de maneira que permita estes futuros trabalhadores aplicar uma vez inseridos no MT os conhecimentos e habilidades adquiridos durante sua formação.

Explicavam os autores Menezes e Santos (2004) que a partir da Declaração de Salamanca de 1994, se têm estabelecido no mundo os critérios normativos para assegurar uma preparação profissional adequada para a inserção no MT das PCD em função das exigências da época em todos os países que assinaram a mesma. Só que por razões diversas não sempre se cumpre com o disposto nesta declaração, dentro das quais puderam se encontrar razões económicas fazendo referência neste casoao nível de desenvolvimento econômico de cada país; razões politicas dentro das quais se acha a vontade dos governos de atingir com politicas públicas o nivelamento teórico-prático de pessoas com determinada deficiência que pretendem se incorporar no mundo de trabalho.

Existem conhecimentos e habilidades profissionais que consideramos essenciais na formação e preparação dos estudantes com DI que aspiram serem incluídos no MT, tais conhecimentos e habilidades devem garantir a capacidade total de desenvolvimento dos alunos nas empresas ou centros onde forem incluídos. Nesse sentido estamos nos referendo às habilidades que devem ser contempladas multidisciplinarmente nos programas de estudo das Secretarias Estaduais de Educação e em programas complementares dedicados a formar profissionalmente ao aluno com DI nas escolas especiais e centros de educação especial do Estado, visando uma plena inclusão no MT, o que poderia ser razão para uma pesquisa posterior. Todo em conformidade com aquilo orientado pelo MEC aos Centros de Educação Especial do Estado da Bahia nos que se inclui aquela que nos permitiu desenvolver a

(20)

nossa pesquisa (o CEEBA) cumprindo o disposto no Art. 11 da Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001 que Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

Art. 11. Recomenda se às escolas e aos sistemas de ensino a constituição de parcerias com instituições de ensino superior para a realização de pesquisas e estudos de caso relativos ao processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais, visando ao aperfeiçoamento desse processo educativo.

Querendo conhecer um pouco mais sobre a origem, missão e expectativa de trabalho do CEEBA como instituição que abriu suas portas em apoio no desenvolvimento da pressente pesquisa, apresento uma informação publicada no site “Conhecendo O CEEBA”.

Conhecendo O CEEBA

ORIGEM: O Centro de Educação Especial da Bahia foi criado em 1992, pela antiga Gerencia de Educação Especial – GEDES, um setor da Secretaria de Educação do Estado da Bahia pela portaria n 3065, publicada no diário oficial 03 de junho de 1992, com a finalidade de dotar o Estado de um espaço especializado, com instalações ambientais e funcionais adequadas e modernas que propicie atendimento complementar em áreas específicas a pessoas com deficiência, matriculados prioritariamente na rede estadual de ensino. Além disso, neste espaço será estimulado o desenvolvimento de estudos e pesquisas aplicados à educação especial nas diversas áreas de deficiências.

“Modificado pela portaria 5908/2008, de 18 de junho de 2008; onde informa que “destina-se ao atendimento complementar e suplementar a educandos com necessidades especiais, nas áreas, educacional e profissional de acordo com a resolução CNE/CEB n° 02 de 11 de setembro de 2001 que institui as diretrizes nacionais para educação especial na educação básica.”

MISSÃO: Contribuir para a inclusão da pessoa com deficiência intelectual ou múltipla deficiência através de atendimento educacional especializado, partilhando idéias, disseminando saberes; incitar o pleno exercício da cidadania na perspectiva de garantir o respeito à diversidade.

Revisão nº. 6 - 2011

EXPECTATIVA: Apoiar de maneira efetiva a inclusão de alunos com deficiência intelectual e múltipla deficiência, assim como professores, coordenadores e gestores de unidade escolar regular numa perspectiva de uma educação inclusiva, tornando-nos assim referência em Atendimento Educacional Especializado (AEE).

(21)

Disseminar o respeito à diversidade sensibilizando a sociedade em geral quanto ao direito da pessoa com deficiência ter garantido seu espaço no mundo do trabalho. (CONHECENDO O CEEBA, 2011)

Depois de conhecer o centro de ensino que constituiria uns de nossos lócus de trabalho na presente pesquisa, já que também formam parte deles os 3 centros empregadores de alunos formados pelo CEEBA pertencentes ao setor privado de trabalho da cidade de Salvador de Bahia e a escola especial Antonio Santiago do município Marianao na Cidade de Havana em Cuba, passaremos a mostrar a estrutura de nossa pesquisa.

Mostraremos quais as perguntas que nos inquietaram e deram lugar a identificar a presencia de um problema científico a ser resolvido, qual é o objetivo geral da pesquisa e como subdividir este em objetivos específicos de maneira que atingindo aos poucos cada um deles, possamos cumprir aquele geral antes mencionado.

1.1 QUESTIONAMENTOS

Durante o nascimento mesmo da ideia inicial da pesquisa surgiram alguns questionamentos que nos propusemos responder em nossa caminhada, por exemplo:

1. Existem documentos oficiais na SEC que orientem especificamente a preparação para o MT dos jovens com DI dos centros de educação especial do Estado?

2. Como é valorizada esta preparação no CEEBA por parte de professores e empregadores?

3. Coincidem ambas as valorações? 1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA

A partir do anteriormente exposto, declaro neste momento a ideia que constitui o problema de nossa pesquisa:

Como são preparados os jovens com DI no CEEBA visando uma futura inserção no trabalho?

(22)

1.3 OBJETIVO GERAL

Em correspondência com o problema apresentado se expõe o seguinte objetivo: Conhecer o critério avaliativo por parte de professores e empregadores sobre a preparação dos jovens com deficiência intelectual que recebem AEE no CEEBA. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para cumprir com o Objetivo Geral proposto se apresentam os seguintes objetivos específicos:

1. Conhecer as normas estabelecidas pelo MEC/SEC para considerar uma ótima preparação laboral dos egressos deficientes intelectuais na sua inclusão no mercado de trabalho.

2. Conhecer os critérios e valorização da avaliação escolar3 do desempenho durante

a PL dos alunos que vão se inserir no MT.

3. Conhecer os critérios e valorização da avaliação laboral4 deste desempenho dos

egressos no centro de trabalho onde se encontram incluídos.

4. Comparar ambos os critérios para chegar a uma conclusão sobre a preparação dos jovens com DI que recebem AEE no CEEBA.

3Avaliação escolar: Adotaremos por avaliação escolar as pessoas da escola especial responsável pela (PLPf) do DI incluído no MT.

4Avaliação laboral: Adotaremos o termo avaliação laboral para identificar o pessoal da empresa ou local de trabalho responsável pelo emprego, cuidado e/ou primeiro treinamento laboral e profissionalizante do DI incluído ao chegar à empresa.

(23)

2 TEORIZANDO SOBRE PREPARAÇÃO LABORAL DO DEFICIENTE INTELECTUAL INCLUÍDO NO MERCADO DE TRABALHO

No capitulo anterior destacamos aquilo que motivou a realização de nosso trabalho, o problema que se nos apresentava a fim de ser resolvido, assim como os diferentes degraus que devíamos ascender para chegar a cumprir alvo principal na realização da pesquisa. Consideramos que resultaria praticamente impossível falar de acesso ao mundo do trabalho de pessoas com deficiência sem falar um pouco das características deste tipo de deficiência, “A deficiência intelectual”.

2.1 O DEFICIENTE INTELECTUAL

Na antiguidade e idade média as pessoas hoje identificadas com pessoas com deficiência seja do tipo física, sensorial ou intelectual eram vistos como possuidores de alguma força do bem ou do mal, significando que certas deficiências eram consideradas possessões divinas e outras como demoníacas segundo tenha sido o caso.

Muitos deles eram abandonados ou eliminados, pois tais atitudes eram coerentes com os ideais de perfeição desse período da história. A partir das modificações advindas com a doutrina cristã, as atitudes de abandono foram substituídas por sentimentos de misericórdia e caridade, assim, essas pessoas passaram a ter direitos de sobrevivência, sendo acolhidas em conventos, igrejas e interpretados como indivíduos que estavam sob a proteção especial de Deus. Com o decorrer dos séculos, o conceito de deficiência foi sendo gradualmente elaborado, juntamente com a evolução das ciências médicas.O misticismo foi sendo deixado de lado e a concepção de alteração neurobiológica foi sendo adotada. (SILVA, L; GONÇALVES, P. 2013)

Já no atual século XXI, quando tudo isso devia ter sido esquecido, (refiro-me ao misticismo falado no parágrafo anterior) a “deficiência intelectual” continua sendo assustadora para muitos e infelizmente, ainda presencia-se uma tendência à segregação e marginalização das PCD; porém, nas últimas décadas, isso tem mudado a partir do desenvolvimento dos conhecimentos científicos e humanistas, além da elaboração e implantação de leis que asseguram os direitos e deveres dessas pessoas e seu papel na sociedade. Consideramos também como fator positivo que ajuda nessa mudança, a politica dos centros de educação especial e a escola brasileira em geral

(24)

em seu trabalho de difusão dos verdadeiros valores das PCD e dentro destas, as pessoas que tem DI.

Do DSM-5 elaboramos 4 quadros em função dos níveis de gravidade da DI (transtorno do desenvolvimento intelectual) e os domínios de relacionamentos conceitual, social e prático o que ajudaria a compreender um pouco possíveis respostas das pessoas com DI em cada caso, lembrando que cada PCDI é um ente particular com caraterísticas, vivencias e representações sociais diferentes, cada um deles tem suas particularidades que não obrigatoriamente precisam cumprir estritamente com aquilo que a partir de estudos desenvolvidos pelos autores Black e Grant (2014) se expõe em cada quadro.

Quadro 1 - Nível de gravidade da DI - Leve.

Fonte: Elaboração do autor baseado em Black e Grant (2014)

DOMINIO CONCEITUAL DOMINIO

SOCIAL DOMINIO PRATICO

Em crianças pré-escolares , pode não haver diferenças conceituais obvias.

Para crianças em idade escolar e os adultos, existem dificuldades em aprender habilidades acadêmicas que envolvam leitura, escrita, matemáticas, tempo ou dinheiro, sendo necessário apoio em uma ou mais áreas para o alcance das expectativas associadas á idades.

Nos adultos, pensamento abstrato, função executiva (e. planejamento, estabelecimento de estratégias, fixação de prioridades e flexibilidade cognitiva) e academia de curto prazo, bem como uso funcional de habilidades acadêmicas (p. ex. leitura, controle do dinheiro) estão prejudicados. Há uma abordagem um tanto concreta a problemas e soluções em comparação com indivíduos.

Comparado aos indivíduos na mesma faixa etária com desenvolvimento típico, o individuo mostra-se imaturo nas relações sociais. Por ex. pode haver dificuldade em perceber, com precisão, pistas sociais dos pais. Comunicação, conversação e linguagem são mais concretas e imaturas do que o esperado para a idade. Podem existir dificuldades de regulação da emoção e do comportamento de uma forma adequada à idade; tais dificuldades são percebidas pelos pares em situações sociais. Há compreensão limitada do risco em situações sociais; o julgamento social é imaturo para a idade, e a pessoa corre o risco de ser manipulada pelos outros (credulidade)

O individuo pode funcionar de acordo com a idade nos cuidados pessoais. Precisa de algum apoio nas tarefas complexas da vida diária na comparação com os pais. Na vida adulta, os apoios costumam envolver compras de itens para a casa, transporte, organização do lar e dos cuidados com os filhos, preparo de alimentos nutritivos, atividades bancarias e controle do dinheiro.

As habilidades recreativas assemelham-se ás dos companheiros de faixa etária, embora o juízo relativo ao bem-estar e a organização da recreação precise de apoio. Na vida Oi pode conseguir emprego em funções que não enfatizem habilidades conceituais. Os indivíduos em geral necessitam de apoios para tomar decisões de cuidados de saúde e decisões legais, bem como para aprender a desempenhar uma profissão de forma competente. Apoio costuma ser necessário.

(25)

Quadro 2 - Nível de gravidade da DI –Moderada. DOMINIO CONCEITUAL DOMINIO

SOCIAL

DOMINIO PRÁTICO Durante todo o

desenvolvimento, as habilidades conceituais individuais ficam bastante atrás das dos companheiros.

Nos pré-escolares a linguagem e as habilidades pré-acadêmicas se desenvolvem lentamente. Nas crianças em idade escolar, ocorre lento progresso na leitura, na escrita, na matemática e a compreensão do tempo y do dinheiro ao longe dos anos escolares, com limitações marcadas na comparação com os colegas. Nos adultos, o desenvolvimento e habilidades acadêmicas costumam mostrar-se em um nível elementar, havendo necessidade de apoio para todo emprego de habilidades acadêmicas no trabalho e na vida pessoal. Assistência continua diária é necessária para a realização de tarefas conceituais cotidianas, sendo que outras pessoas podem assumir integralmente responsabilidade pelo indivíduo. O individuo mostra diferenças marcadas em relação aos pares no comportamento social e na comunicação durante o desenvolvimento. A linguagem falada costuma ser um recurso primário para a comunicação social, embora com muito menos complexidade que a dos companheiros. A

capacidades de

relacionamento é evidente nos laços com família, amigos e o individuo pode manter amizade bem-sucedidas na vida e por vezes relacionamentos românticos na vida adulta. Pode entre tanto não perceber ou interpretar com exatidão as pistas sociais. O julgamento social e a capacidade de tomar decisões são limitados, com cuidadores tendo que auxiliar a pessoa nas decisões.

Amizade com companheiros com desenvolvimento normal costumam ficar afetadas pelas limitações de comunicação e sociais. Há necessidade de apoio social e de comunicação significativo para o sucesso nos locais de trabalho.

O individuo é capaz de dar conta das necessidades pessoais envolvendo alimentar-se, vestirem-se, eliminações e higiene como adulto, ainda que haja necessidade de período prolongado de ensino e de tempo para que se torne independente nessas áreas, talvez com necessidade de lembretes. Da mesma forma, a participação em todas as tarefas domésticas pode ser alcançadas na vida adulta, ainda que seja necessário longo período de aprendizagem e que um apoio continuado tenha que ocorrer para um desempenho na vida adulta.

Emprego independente em tarefas que necessitem de habilidades conceituais e de comunicação limitadas pode ser conseguido, embora com necessidade de apoio considerável de colegas, supervisores e outras pessoas para o manejo das expectativas sociais, complexidade de trabalho e responsabilidadesauxiliares, como horário, transportes, benefícios de saúde e controle do dinheiro. Uma variedade de habilidades de lazer pode ser desenvolvida, estas costumam demandar apoio e oportunidade de aprendizagem por um longo período de tempo.

(26)

Quadro 3 - Nível de gravidade da DI - Grave DOMINIO CONCEITUAL DOMINIO SOCIAL DOMINIO PRATICO Alcance limitado de habilidades conceituais. Geralmente, o individuo tem pouca compreensão da linguagem escrita ou de conceitos que envolvam números, quantidade tempo e dinheiro. Os cuidadores proporcionam grande apoio para a solução de problemas ou longo da vida.

A linguagem falada é bastante limitada em termos de vocabulário e gramática. A fala pode ser composta de palavras ou expressões isoladas com possível suplementação por meios alternativos. A fala e a comunicação tem foco no aqui e agora dos eventos diários. A linguagem é usada para comunicação social mais do que para explicações. Os indivíduos entendem discursos e comunicação gestual simples. As relações com familiares e pessoas conhecidas

O individuo precisa de apoio para todas as atividades cotidianas, inclusive refeições, vestir-se , banhar-se e eliminação. Precisa de supervisão em todos os momentos. Não é capaz de tomar decisões responsáveis quanto a seu bem-estar e dos demais. Na vida adulta, há necessidade de apoio e assistência contínua nas tarefas domestica recreativa e profissional. A aquisição de habilidades em todos os domínios envolve ensino prolongado e apoio continua. Comportamento mal- adaptativo, inclusive auto lesão.

(27)

Quadro 4 - Nível de gravidade da DI - Profunda

Fonte: Elaboração do autor baseado em Black e Grant (2014)

Segundo os autores Black e Grant (2014) se define deficiência intelectual desde o ponto de vista Quadro os supracitados.

Ao iniciar a leitura de artigos, livros, dissertações e teses sobre o tema DI percebemos a utilização por alguns pesquisadores de termos como: retraso, retardo ou deficiência mental. Hoje, depois de ter ampliado nosso diapasão de conhecimento a partir das referidas leituras, percebe-se que todas constam com aquilo que chamamos “a mesma base científica”, que mesmo utilizando uma terminologia intempestiva os pesquisadores da época ajudaram na difusão de conhecimentos referente ao importante tema da DI.

DOMINIO CONCEITUAL DOMINIO SOCIAL DOMINIO PRATICO As habilidades conceituais costumam envolver mais o mundo físico do que os processos simbólicos. A pessoa pode usar objetos de maneira direcionada a metas para o auto cuidado,trabalho e a recreação. Algumas habilidades visuais espaciais, como combinar e classificar, baseadas em características físicas, podem ser adquiridas. A ocorrências concomitante de prejuízos motores e sensoriais porem podem impedir o uso funcional dos objetos.

O individuo apresenta compreensão muito limitada da comunicação simbólica na fala ou nos gestos. Pode entender algumas instruções ou gestos simples.

Há ampla expressão dos próprios desejos e emoções pela comunicação não verbal e não simbólica.

A pessoa aprecia os relacionamentos com membros bem conhecidos da família, cuidadores e outras pessoas conhecidas além de iniciar interações sociais e reagir a elas por meio de pistas gestuais e emocionais. A ocorrência concomitante de prejuízos sensoriais e físicos pode impedir muitas atividades sociais.

O individuo depende dosoutros para todos os aspectos do cuidado físico diário, saúde e segurança, ainda que possa conseguir participar também de algumas dessas atividades.

Aqueles sem prejuízos físicos graves podem ajudar em algumas tarefas diárias de casa, como levar os pratos para a mesa.

Ações simples com objetos podem constituir a base para a participação em algumas atividades profissionais com níveis elevados de apoio continuado. Atividades recreativas podem envolver, por exemplo, apreciar ou ouvir musica assistir a filmes, sair para passear ou participar de atividades aquáticas, tudo isso, com apoio de outras pessoas. A ocorrência concomitante de prejuízos físicos e sensoriais é barreira freqüente a participação em atividades domesticas, recreativas etc.

(28)

A partir da pergunta em aqueles primeiro momento sobre: Qual o termo que deveríamos utilizar para concordar com a comunidade cientifica hoje na hora chamar às pessoas que se nos apresentavam com uma ou outra deficiência? E foi no Artigo “Como chamar as pessoas que têm deficiência?” achamos a resposta.

Segundo o autor Sassaki (2003)

O indivíduo que hoje é chamado “deficiente intelectual” recebeu inúmeras terminologias durante o processo histórico tais como: oligofrênico; cretino; tonto; imbecil; idiota; débil profundo; criança subnormal; criança mentalmente anormal; mongoloide; criança atrasada; criança eterna; criança excepcional; retardada mental em nível dependente/custodiar, treinável/adestrável ou educável; deficiente mental em nível leve, moderado, severo ou profundo (nível estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, 1968); criança com déficit intelectual; criança com necessidades especiais; criança especial, etc.

Continua dizendo Sassaki (2003) no mesmo texto que jamais houve ou haverá um único termo correto válido definitivamente em todos os espaços, ou seja, latitudinal e longitudinalmente para se referir às pessoas que tem determinada deficiência. A razão disto reside no fato de que a cada época são utilizados termos cujo significado seja compatível com os valores em cada sociedade enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência.

Na viagem que fizemos em Cuba no final de 2017 com o propósito de coletar de informações de para nossa pesquisa, percebemos que ainda hoje existe resistência de muitos professores experientes para chamar às pessoas que tem DI de maneira correta segundo com as orientações do Ministério de Educação em Cuba (MINED) é muito utilizado nos centros educacionais o termos “pessoas com necessidades educativas especiais” e ouvimos de não poucas professoras e outros funcionários utilizar o termo “retraso mental” para identificar de essa maneira o tipo de escola especial que atende alunos com DI. Chamou-nos muito a atenção a contradição observada, já que Cuba é avaliado no mundo, pelos seus avanços alcançados na esfera educativa e seu histórico na organização de eventos internacionais como a

(29)

“Pedagogia”, congresso educativo em que se recebem pessoalidades da educação latino-americana e até de outras latitudes.

Consideramos oportuno neste momento, expor que partindo de eventos como o anteriormente mencionado e outros que são celebrados na ilha, assim como da atualização educativa de seus profissionais na área de educação, unidos à assinatura e acatamento das legislações advindas de congressos e convenções internacionais sobre o tema DI, em Cuba sempre foi analisada, discutida e tomada em consideração a evolução da terminologia utilizada para nomear às PCD.

O termo PCD foi o resultado do aperfeiçoamento com o tempo das denominações anteriormente citadas. É importante destacar que com a evolução da terminologia aumentaram as manifestações de respeito e consideração com todos os anos de luta contra a discriminação e a segregação que viveram essas pessoas, luta que também era levada a cabo por familiares de PCD, órgãos públicos e todos aqueles que trabalha pela inclusão no mundo.

Sassaki (2003) também afirma que o termo deficiência intelectual vem sendo utilizado desde 1995 e incorporado no mundo todo. Segundo o autor, o termo Intelectual é mais apropriado por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo, segundo ele essa terminologia também permite distinguir melhor entre deficiência mental e transtorno mental.

Com respeito às pessoas que utilizam ainda o termo Portador de Deficiênciapara se referiràs PCD, nós com toda certeza também discordamos. Já queconsideramos que as pessoas não portam a deficiência; elas têm a deficiência. Portar (etimologicamente) significa levar com você, trazer, transportar e implica também ter a capacidade de desistir do que se porta quando a pessoa quiser o que não é possível no caso da DI. Portanto, consideramos inapropriado u uso da terminologia portador de deficiência ou qualquer outra similar.

(30)

Compartimos com a ideia do autor Sassaki em nomear esse tipo de deficiência como Deficiência Intelectual e para falar das pessoas que possuem a mesma, utilizar o termo Pessoas com Deficiência Intelectual, o que deve ser também aplicado tratar de pessoas com qualquer tipo de deficiência na hora de referirmos a elas. Já Black e Grant (2014) no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V) as chamavam PCD e no caso daqueles cuja deficiência estava no ordem mental os chamaram PCDI.

Seguindo a Vygotsky (1989) e Díaz (2011), destaca-se que em toda síndrome se diferenciam alterações primárias, secundárias e ainda terciárias. No caso da PCDI, as alterações primárias se encontram efetivamente na área cognitiva que representa o intelecto, porém, de maneira secundária, também se encontram afetações na área afetiva (ex: imaturidade afetiva, labilidade emocional, etc.) e como alterações terciárias pode-se mencionar alterações comportamentais (ex: agressividade, hiperatividade, etc.).

Vamos, agora, apresentar algumas características ou detalhes da deficiência intelectual que a nosso critério deve-se ter em conta neste trabalho, o que ajudariam a compreender um pouco mais o universo daquele jovem que está inserido no mercado do trabalho e que também tem uma deficiência Intelectual, tais como:

 Quais são as causas dão origem à DI?

Ao início de nossos estudos sobre o tema “deficiência”, surgiu o questionamento de como era diagnosticada a pessoa com DI e em que critérios se baseavam os especialistas para tomar tal decisão?

E foi no DSM-V que achamos a resposta para essa pergunta. O referido manual discorre sobre a questão e diz que esse diagnóstico baseia-se em três importantes critérios: O primeiro deles refere-seàs análises do coeficiente de inteligência (QI). Se este for abaixo de 70 (valor determinado a partir do resultado de uma prova de

(31)

inteligência5 e de uma média de 100 estabelecidas para aquelas pessoas consideradas

“normais”);

O segundo critério, segundo Black e Grant (2014)está baseado nas limitações significativas da pessoa no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais e interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança. O terceiro e último critério fala que os dois anteriormente expostos devem ter ocorrido antes que a criança chegue aos 18 anos.

Segundo o mesmo manual (DSM-V) a origem da DI é muito diversa e nele se apresentam os variados fatores que determinam múltiplas causas de sua procedência.

A primeira das causas é a hereditariedade, onde segundo Black e Grant (2014) um 5% das DI diagnosticadas são produtos de mutações gênicas ou erros metabólicos inatos. Outros dos fatores (e o maior causador de deficiências intelectuais) são as alterações cromossômicas precoces, que ocorrem no desenvolvimento embrionário ou fetal, como é o caso da Síndrome de Down, o dano pré-natal causado por toxinas que foram inseridas no corpo da futura mãe através do consumo de álcool e infecções como a Rubéola. Esse grande grupo ou fator acolhe aproximadamente 30% das causas de aparecimento da deficiência intelectual.

Segundo o mesmo manual os autores Black e Grant (2014) destacam que os problemas da gravidez e perinatais como desnutrição fetal (baixo peso do feto), prematuridade, hipóxia, infecções virais, trauma encefálico, entre outras, são as causas de aproximadamente o 10% de aparecimento de DI nas crianças. Continuam

5 Essas provas de inteligência aplicam uma escala padrão com uma pontuação de 100 como medida geral. A grande maioria das probas uma tem uma pontuação equivalente a 90 e 110 (considerando também 10 pontos a mais e 10 pontos a menos) é considerado padrão comum ou normal e se diz que esse é o nível de inteligência standard. Por outra parte valores pertos 130 indicam uma inteligência surpreendente e excepcional, menores aos 70 pontos indica um retraso mental. Um resultado maior de 160 indicaria uma inteligência descomunal a qual é classificada como “Gênio”.

(32)

falando que problemas como traumas e envenenamentos devido ao chumbo adquiridas no início da infância, ocasionam aproximadamente 5% deste tipo de deficiência.

Existem razões afetivas que não originam DI, já que elas sempre estão relacionadas com lesões cerebrais, pero sim podem provocar um agravamento do estado da criança com DI, as que são chamadas por Black e Grant (2014) como influências ambientais, entre elas estão a privação de afeto e cuidados, traduzidos como maus tratos, assim como, a falta de estimulação social e linguística.

Existem fatores de riscos relacionados à DI e propostas de prevenção que os autores Black e Grant (2014) demarcam em três níveis:

 O primeiro consiste em evitar as possíveis causas de deficiências intelectuais, por exemplo, os problemas na gravidez que podem ser evitados, a partir de um pré-natal bem feito, quando a mãe evita o consumo de álcool e drogas, e tem uma alimentação e condições físicas adequadas.

 O segundo nível de prevenção consiste em diminuir ou reverter o impacto dos problemas, como, por exemplo, a utilização de mecanismos e medicamentos que possam evitar a progressão das complicações.

 Já num terceiro nível de prevenção, deve-se buscar o desenvolvimento das capacidades do indivíduo, com foco nas habilidades preservadas através de trabalhos de estimulação. (BLACK; GRANT, 2014)

Toda esta multiplicidade causal atinge de diferentes formas o cérebro criando lesões6

significativas de diversos graus que afeta estrutural e/ou funcionalmente os sistemas funcionais que produzem os processos cognitivos (pensamento, memória, senso-percepção, linguagem, atenção, etc.) limitando, bloqueando e tornando lento segundo o grau da lesão, suas funções (impacto funcional), característica principal da deficiência intelectual (DÍAZ, 2011) Tais lesões são irreversíveis, porém não

6

Em sentido geral, se refere a um dano estrutural-funcional que se reproduz no tecido cerebral consistente em alguma perda neuronal ou funcional dos neurônios produto de fatores genéticos, tóxicos, traumáticos, infecciosos, elétricos, etc. no momento pré-natal, Peri-natal, ou pós-natal.

(33)

progressivas. Não obstante, um deficiente intelectual possuidor de tal lesão pode, com ajuda “especial”, sobrepor-se a esta desvantagem neuropsicológica e melhorar seu desempenho intelectual e as adaptações psicossociais correspondentes.

Consideramos que saber diferenciar a DI do transtorno mental é um passo crucial para os profissionais das escolas especiais ou centros de AEE com vistas a evitar equívocos que possam prejudicar o aluno em seus prognósticos e tratamento no caminho de sua PL, assim como, nas consequências das mudanças psicológicas, financeiras e sociais advindas do falso diagnóstico.

Assim, a conduta profissional correta favorecerá o delineamento de intervenções que contribuam para comportamentos adaptativos mais adequados, promovendo mais qualidade de vida para o deficiente intelectual e seus familiares.

Para compreender a deficiência intelectual temos que recorrer a todas as dimensões de conhecimentos dessa condição. Alguns autores ainda defendem o critério que ela é fenômeno interno ao sujeito, outros consideram a deficiência intelectual como um fenômeno que deve ser compreendido também em sua dimensão social, ou seja, não considerar o deficiente intelectual isolado de seu meio social com suas interações. Para alguns autores, a compreensão da DI deve ser feita de forma global, levando em consideração aspectos funcionais, ou seja, propõe-se que as possibilidades de interação sejam o foco do diagnóstico. Essa compreensão tira da pessoa com deficiência o fardo de impossibilidades decorrentes da limitação intelectual e passa a atentar para as capacidades de socialização em ambientes adequados de apoio. Um dos objetivos primários no atendimento é estimular e assegurar o funcionamento adaptativo. O funcionamento adaptativo refere-se ao modo como uma pessoa lida com tarefas cotidianas7, sociais8 e práticas9enquanto atende às expectativas de

7Tarefas cotidianas: nos domínios conceituais são habilidades ligadas à linguagem, leitura, escrita, matemática, raciocínio, conhecimento e memória.

8 Tarefas sociais: não são mais que habilidades ligadas à consciência das experiências alheias, empatia, habilidades com amizades, julgamento social e auto-regulação.

(34)

independência pessoal e responsabilidade social considerando sua idade e contexto sociocultural e comunitário.

Resumindo, os autores Black e Grant (2014), confirmam que as limitações no comportamento adaptativo levam à necessidade de apoio na escola, no trabalho ou para ter uma vida independente.

Segundo estes autores Black e Grant (2014), as pessoas com transtorno do desenvolvimento intelectual podem ter dificuldades no controle de seus comportamentos e emoções, nos relacionamentos interpessoais e em manter a motivação no processo de aprendizagem. Essas dificuldades podem ser superadas por meio da estimulação sistemática do desenvolvimento, adequações em situações pessoais, escolares, profissionais e sociais, além de oportunidades de inclusão social (Grifos do autor)

2.2 A PREPARAÇÃO LABORAL E PROFISSIONAL DO DEFICIENTE INTELECTUAL

Segundo Vygotsky (1989) o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com a teoria que justifica o papel da educação no processo de ensino aprendizagem.

A nosso entender, consideramos uma como pessoa educada, aquela cresceu que madureceu e finalmente se emancipou de aqueles que guiaram seus passos ate esse momento, uma vez que adquiridos tais conhecimentos e total independência de daqueles, vira em sé mesmo, condutor de seu próprio crescimento pessoal.

Evidentemente a educação não pode sozinha transmitir conhecimentos e experiências sobre fatos e fenômenos da vida, senão também tem que ensinar o “saber fazer” ou o “Como fazer” desenvolvendo ademais o intelecto das mãos. (RAMÍREZ DOMÍNGUEZ, 2005)

9Tarefas práticas: estão ligadas à aprendizagem e autogestão em situações da vida, como cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, recreação, controle do próprio comportamento e organização em tarefas escolares e profissionais.

(35)

Concordamos com a afirmação anterior de Ramírez Domínguez (2005) que não é possível alcançar a capacidade de desenvolver nenhum tipo de trabalho com total eficiência, se não há uma orientação educativa no desempenho do mesmo.

O anterior tem a ver com o postulado martiano10: “Educar é, preparar o Homem para

a vida”, propósito que não é possível atingir se a educação está divorciada do trabalho, já que, a própria necessidade de viver, tem implícita a necessidade de trabalhar.

Segundo Abreu (1999) a combinação do trabalho com o estudo, a vinculação da teoria com prática da escola com a vida e do ensino com a produção, constituem aspectos decisivos para a formação integral da criança e a juventude, e isto é fundamental para o ensino do estudante com DI, o qual precisa, com ajuda do trabalho corretivo-educativo, superar as deficiências das operações mentais.

Para López Hurtado (1990)

No ensino de qualquer disciplina é necessário integrar os componentes acadêmicos e práticos em um só processo para conseguir a efetividade do ensino e aprendizagem; isto prepara o homem para viver numa sociedade que depende cada dia mais do desenvolvimento acelerado da ciência e a técnica. É responsabilidade de a escola prepará-lo para que compreenda cada uma das transformações e as mudanças necessárias que se operem ao seu redor e, sobretudo, que esteja em condições de procurar com os conhecimentos que possui soluções aos problemas que se apresentam cotidianamente.

O objetivo cardinal da educação em qualquer país é formar um homem integralmente desenvolvido, com vistas a atingir uma plena incorporação destes à vida social, o que significa, também, o preparar para cumprir honradamente com suas funções e tarefas que essa sociedade demanda dele, dentro das que se

10

Postulados enunciados por José Julián Martí Pérez, que nasceu em Havana, Cuba, em 28 de janeiro de 1853 e morreu em “Dos Rios”, Cuba no dia 19 de maio de 1895, foi um político liberal, pensador, jornalista, filósofo e poeta cubano, criador do Partido Revolucionário Cubano e organizador da Guerra do 95 o Guerra Necessária. Pertenceu ao movimento literário do modernismo. Informações no site “El Cometa”, Disponível em:

<http://66.128.53.125/~elcometa/portada/index.php?option=com_content&view=article&id=2036 %3Ajose-marti&Itemid=125. Acesso em: 23 de out. de 2016.

(36)

encontram a produção de bens de consumo, o que atinge, também, ao aluno que tem uma deficiência que se prepara nas escolas especiais para ingressar num mercado de trabalho cada dia mais exigente e excludente.

Quando analisamos as palavras da pedagoga cubana Josefina López Hurtado sobre a relação entre estudo e trabalho se percebe que ela destaca pontos fundamentais nessa relação e que em nosso trabalho de pesquisa adquirem um valor fundamental dando inicio pela responsabilidade da escola e do professor no processo de prepararão dos jovens que esperam se embarcar na nave do trabalho, destaca também a dependência do desenvolvimento da ciência e da técnica na qualidade do ensino que se pretende levar às aulas.

O Jovem com DI no Brasil necessita de uma educação dirigida também a fazer dele um jovem capaz de se auto sustentar com seu próprio esforço, partindo ante tudo do interesse da escola comprometida em sua formação, da família que vai receber uma ajuda na renda e do próprio aluno que, diante das dificuldades, encontra uma porta para a sua inclusão social.

Para Ramírez Domínguez (2005, p. 15-16):

Na escola especial, a educação de alunos com deficiência deve cumprir uma série de tarefas que vão encaminhadas a aperfeiçoar o processo de aprendizagem na esfera de preparação laboral, uma dessas tarefas é a preparação desses alunos com o intuito de participar na atividade produtiva como componentes ativos dos coletivos habituais de trabalhadores da sociedade, na que convivem a correção das insuficiências fundamentais dos processos cognoscitivos e a educação de qualidades positivas da personalidade do aluno deficiente, que facilitem sua incorporação às relações trabalhistas dos coletivos habituais de trabalho.

Alegaremos também, que as escolas especiais com alunos candidatos a serem incluídos no mundo laboral, devem dividir a preparação dos estudantes em duas etapas que não devem ser confundidas, além de que, ambas estão estreitamente relacionadas.

(37)

A primeira é a etapa de Preparação Laboral, etapa em que se forma e se dota ao aluno de conhecimentos práticos que vão ser utilizados com vistas a sua preparação pessoal nas oficinas da escola. Conhecimentos que, com a prática continuada, vão virar habilidades manuais e intelectuais. (RAMÍREZ DOMÍNGUEZ, 2005, p. 18-19) Ramírez Domínguez (2005) disse também, que durante a etapa de preparação ou formação laboral os alunos deficientes intelectuais guiados pela professora, atingem um maior número de conhecimentos profissionais, de maneira tal que a teoria adquirida, reforça seus conhecimentos práticos e, ao mesmo tempo, a prática gera novos conhecimentos que ajuda a dominar conscientemente a teoria.

Continua dizendo o autor:

A segunda é a etapa de preparação profissional ou profissionalizante aonde vai se treinar trabalhadores propriamente ditos. Aqui eles vão se preparar segundo o perfil que tenha sido selecionado pelo estudante e/ou previsto pelo grupo docente de acordo com suas capacidades desenvolvidas. Esta etapa de preparação profissional se sustenta também em tarefas encarregadas aos DI.

As tarefas formativas, corretivas e compensatórias para o desenvolvimento das necessárias habilidades profissionais e que são as premissas indispensáveis para que os egressos das escolas especiais para deficientes intelectuais se insiram no mercado de trabalho em igualdade de condições para a concorrência e a produção, estão enquadradas em duas etapas, cada uma delas com uma particularidade que a identifica e distingue: etapa propedêutica e a etapa profissional. (RAMÍREZ DOMÍNGUEZ, 2005, p. 20)

As tarefas principais da etapa propedêutica segundo Ramírez Dominguez (2005, p.15) são:

 Melhorar o funcionamento dos órgãos sensoriais e a esfera motriz.

 Corrigir a percepção, a atenção e a memória.

 Desenvolver habilidades e hábitos práticos de trabalhos com diferentes materiais, ferramentas e instrumentos.

 Ensinar a utilizar os conhecimentos gerais em atividades trabalhistas.

 Propiciar a análise das propriedades e qualidades dos objetos que se utilizam em processo de trabalho.

 Estabelecer como norma a comparação do objeto com o protótipo apresentado pelo maestro.

Referências

Documentos relacionados

As pontas de contato retas e retificadas em paralelo ajustam o micrômetro mais rápida e precisamente do que as pontas de contato esféricas encontradas em micrômetros disponíveis

No entanto, expressões de identidade não são banidas da linguagem com sentido apenas porque a identidade não é uma relação objetiva, mas porque enunciados de identi- dade

número de folha por planta (NFP), altura média da colmo (AMC), número de perfilho por touceira (NPT), diâmetro médio do colmo (DMC), brix da cana (BC), tonelada de cana por

Conectores LC: Estes conectores estão disponíveis para aplicações multimodo e monomodo (em muitos casos são preferidos para aplicações monomodo).. Estes conectores terminam

1.1 - Torna-se público o Edital do Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Feliz - PORTOPREV, que estabelece as normas para credenciamento, sem

Os roedores (Rattus norvergicus, Rattus rattus e Mus musculus) são os principais responsáveis pela contaminação do ambiente por leptospiras, pois são portadores

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto

Desenvolvimento do Vale do Zambeze] foi o de insistir que os planos da CVRD não poderiam restringir-se apenas ao carvão - melhor dizendo, que não se poderia pensar a linha