CRISTIANO
STEIL
DA
SILVA
TRATAMENTO
ENDOSC
ÓPIC
O
DO
REFLUXO
VESICOURETERAL
COM
INJEÇÃO
SUBURETERAL DE
TEFLON
Trabalho apresentado â Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
‹
FLORIANÓPOLIS
CRISTIANO
STEIL
DA
SILVA
TRATAMENTO
ENDOSCÓPICO
DO
REFLUXO'
VESICOURETERAL
COM
INJEÇÃO
SUBURETERAL DE
TEFLON
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
Presidente do Colegiado do Curso: Edson J. Cardoso
Orientador: Rogério Paulo Moritz
FLORIANÓPOLIS
17p.
Trabalho de conclusão no Curso de Graduação em - Universidade
Federal de Santa Catarina.
AGRADECIMENTOS
Utilizo-me deste espaço para agradecer a
meus
familiares eamigos que
dealguma
maneira
colaboraram para a realização deste.Agadeço
também
aomeu
co-orientador Ricardo R. Bürkle,
que muito
me
ajudou para concluir estetrabalho.
Faço
aquium
agradecimentoem
especial parameu
orientador,professor Dr.
Rogério
Paulo Moritz, pessoa a qualdemonstrou compreender o
momento.
confuso pelo qual nós, alunos, as vésperas das. provas de residência ecom
um
curso por terminar, estamos passando,além
de que, apesar de seusmuitos
compromissos,
estevesempre
disponível para elucidarminhas
dúvidas,que
foram
muitas,mostrando
seralém
de tudoum
amigo.A
todos estesmeus
amigos,AGRADECIMENTOS
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
... ..OBJETIVO
... ..MÉTODO
... ..RESULTADOS
... ..DISCUSSÃO
... .. Q o Q o o o o o o o Q o › oo o o u o c o u o o o Q o o no Q u u u u Q Q Q Q n Q Q o no o o o o Q o o o o o o o o ooCONCLUSÃO
... ..REFERÊNCIAS
... ._RESUMO
ABSTRACT
O1.
rNTRoDUÇÃo
O
tratamento endoscópico derefluxo
vesicoureteraltêm
sidoum
método
bem
aceitocom
um
índice de curaque
varia entre60
e80%”.
Diferentesmateriais
como
politetrafluoretileno(Teflon®),
silicone,defluxl
emacroplastique3,
têm
sido usadosem
injeções subureterais. Estes materiaispermanecem
parasempre
no
corpohumano
epouco
se sabe sobre seus efeitos alongo prazo.
Existem
também
muitos materiais naturaiscomo
sangue, gordura,cartilagem e colágeno
bovino
sendo testados experimentalmente,mas
somente
iocolágeno
bovino
éusado
clinicamentecom
resultados satisfatóriosl.O
usoda
pasta de politetrafluoretileno(Teflon®)
foi primeiramente descrito porMatouscheck
(1981) e efetivamenteconfirmada
por Puri e O`Donnell4(1984)
em
8 porcos e subseqüentementeem
13 garotass. Esta técnicatem
sidousada
desde entãocom
sucessono
tratamentodo refluxo
vesicoureteral4”6”7.O
procedimento consistena
injeção endoscópica de pasta deTeflon®
dentroda
lâmina própria, atrásda
submucosa
ureteral.A
pasta deTeflon®
éuma
suspensão
de
partículas dePTFE
biologicamente inerteem
glicerina.A
glicerinacorresponde a
50%
do
pesoda
pasta.Após
a injeção a glicerina é absorvidadentro dos tecidos e
o
implante dePTFE
adquireuma
consistência firme,mantendo
suaforma
e posiçãono
localda
injeção4°8.As
partículas encapsuladasiniciam
uma
reação inflamatória crônicacom
a presença de células gigantes e -histiócitos. Foi sugeridoque
esta reação tecidual “resultariaem
fibrose epossibilitaria
uma
formação
tumoral9. Cita-setambém
que
as partículasque
formam
a pasta deTeflon® podem
entrarna
circulaçãovenosa
e embolizar para2.
OBJETIVO
Iremos relatar os resultados obtidos nos pacientes submetidos ao implante
da
pasta de politetrafluoretilenono
tratamentodo refluxo
vésico-ureteral,bem
3
3.
MÉToDo
Durante
o
períodode
abril de1992
anovembro
de 1997, 8 pacientescom
refluxo
vesicoureteralforam
tratadosendoscopicamente
por injeção subureteral de pasta de politetrafluoretilenono
Ultralitho CentroMédico,
Florianópolis, SC.Dos
82 pacientes 7eram
do
sexo feminino eum
do
sexo masculino.A
idadevariou entre
22
e56
anos(média
de 33 anos).Quanto
ao tipo derefluxo
5pacientes
tinham
refluxo
vesicoureteral unilateral, 2refluxo
bilateral eum
apresentavarefluxo
bilateralem
ureter duplo. Estes casos representaramrefluxo
em
13 ureteres.i
As
indicações para correção endoscópicaforam
infecçãode
repetiçãodo
trato urinário e
um
caso derefluxo
grau IIIem
rim
(mico.O
refluxo
vesicoureteral foi diagnosticado através de ,çistçgrafia retrógradacom
chapa
miccional, sendo graduado de acordocom
a classificação ínternacionalm, tendo assim dos 13 ureteres, 2 de grau I,4
de grau II, 4 de grauIII e 3 de grau
IV
(Tabela I).Tabela I: Distribuição dos ureteres quanto ao grau
de
refluxo segtmdo
aclassificação intemacional de refluxo.
_Í¡-...`_...`_.. ,.Í.Í..__.,_,L'... ...Í,‹.‹¬..‹. š.l...l....¬.;;.LÍ.§.M...Í1fÍ,...L.I.ÍzÃÍ,L...;_.1lÍÃ,..L_.Í.._..JÍÍÇ.
Hu
1-;
._v .,
Para injeção
da
pasta foiusado
um
“kit” específico para estefim,
produzidopor Storz,
Alemanha.
Uma
seringa de lml
é completada
com
pasta dePTFE
eentão conectada a
um
dispositivo metálicoque
garanteuma
conexão
seguraentre a seringa e
o
cateter.Acionando o
dispositivoo
êmbolo
de
metalenche o
cateter
com
pastade
PTFE
até elimina-lona
pontada
agulha.O
cateter éintroduzido. através de
um
cistoscópio 2lF,sem
remover o
telescópio.Sob
visãodireta através.
do
cistoscópio a agulha é introduzidaembaixo da
mucosa
da
bexiga, 2 a
3mm
abaixodo
orificio ureteral afetado,na
posiçãode 6
horas.A
agulha é introduzida
4
a5mm
dentroda
lâmina própriana
porçãosubmucosa
do
ureter e a injeção iniciada lentamente.
Com
a injeçãoda
pasta, irá surgiruma
saliência
no
andarda
submucosa
ureteral. Durante a injeção, a agulha élentamente
removida
atéque
uma
saliência vulcânica seja visualizada.A
agulhadeve
ser retirada30
a60
segundos após a injeção» para evitar extrusão.A
maioria dosrefluxos
ureteraisrequerem de
3 aSml
de pasta para corrigiro
refluxo.A
figura
l mostra a localizaçãodo
politetrafluoretilenono
andarda
submucosa
ureteral.
A
perfuraçãoda
mucosa ou
do
ureterpode
permitiro
escapeda
pastapodendo
resultarem
falha.omFic|.otuRE1E11âL FECHAD oz 1 j I* - /2: ; .
*KT
.¡¡1¿¡ A ) i Q..-Â'-' 'i ij_/
-~ _ . _. p0L¡rEmz=.FLuoREr|LENo ."'jf¡.¡if_¿...¡. ' J'
5
~ ~
Com
exceçao deum
pacienteque
necessitou intemaçao, os procedimentosforam
realizadosem
caráter ambulatorial, sendo feito sedaçãocom
diazepan10mg
VO
uma
hora antes.A
anestesia utilizada foi tópicacom
xylocaína a2%.
Após
o procedimento o
pacientepermaneceu
uma
horaem
repouso, paraem
seguida ser liberado para casa.
A
antibioticoterapia foi prescritano
pós-operatório por 1 semana. .
O
controle de cura foi feito atravésda
cistografia retrógradacom
chapa
miccional, realizado
aproximadamente
3meses
apóso
procedimento.Após
otratamento os pacientes
foram
acompanhados
num
períodoque
variou de 4meses
a 3 anos e 4meses
(Tabela II), sendo avaliados atravésde
uretrocistografia e ultra-sonografia.
Tabela II: Distribuição dos pacientes de acordo
com
o
tempo
deacompanhamento.
VTEMPO
DE
NUMERO
DE
AcoMPANHAMETo
PACIENTES
_. f _ f__ _,,~ f __ _; _ _,.,.._____ _ . __.v__ . _ ___. ..._ ...IT-¿ {,¬...-...«..,.._... .... ¬,v.._w...,,.._...,¬. _›«__...¬¬«..,...z.._.z¬.¬‹ _,..w.- ».._.¬..-¬-....,..-...¬¬.z,..,...__ \.‹...¬_¬z›-W..WA»...,..«¬..×....»›.,..._. ., V;2a3anos
33 anos a 3 anos e 4
meses
24.
RESULTADOS
A
tabela III mostra os resultados obtidos atravésdo
tratamento endoscópicocom
uso de pasta deTeflon®
em
13 ureteres,tomando
como
parâmetros aprimeira avaliação
que
foi realizada por volta de 3meses
ea
última avaliação realizadaem
cada paciente.O
período deacompanhamento
dos pacientes varioude 4
meses
a 3 anos e 4 meses.Tabela III: Resultados
do
tratamento endoscópicoem
13 ureterescom
refluxovesicoureteral considerando a primeira e a última avaliação de cada paciente.
1
RESULTADOS
Nf*DE
N.°tDE
da ila avaliação Avaliação fmal
A ,_ -= t «W.-¬.-.-._-ma;-11;.--ͬ.\z.«/.›Í..\-..Í.›‹-Ã..¶z..z~...» zz.. ~..._,§z.¬Í,Í.›.Í\.z\‹-,, É,z¬¬.›-¬.f....,....<z....›.<.,-. ..~zzÃÂz.. " Á ..'...l.. ì.Í Ã.Í..'...¬._.'Í..Q...ÍÍ..._' ff; ' `*"Í-ÍÍÍÍ.L.Q¬. _ ÂWÍ 4' ">` _* W ""A`4" 7 W 4 ›fÍ"_"';:i f ~
A
tabelaIV
relaciona a prevalência derefluxo
vesicoureteralem
relaçãocom
7
Tabela IV:
Número
de pacientesde
acordocom
a» idade.5.
DISCUSSÃO
O
tratamentodo refluxo
vesicoureteral atravésda
injeção subureteralda
pasta de
Teflon®
é consideradoum
método
simples e efetivona
correção detodos os graus de
refluxo
vesicoureteral(RVU).
O
principiodo
procedimento éo
mesmo
que na
ureteroneocistostomia aberta.O
implante deTeflon®,
o
qual éencapsulado por
um
tecido fibrosog,não somente produz
um
suporte sólido atrásdo
ureter afetadocomo também
produz
uma
firme
ancoragem
para aquela partedo
ureter,impedindo
um
deslizamento ascendentem.A
figura
2 mostra a jimçãovesicoureteral antes e após
o
implante deTeflon®.
Figura 2:
A-
orificio ureteral antesdo
implante deTeflon®.
B-
orifício ureteralapós
o
implante deTeflon®.
O
sucessoou
falhado
procedimentodepende da
experiência e precisãona
técnica de injeção.
A
agulha é introduzida dentroda
lâmina própriana
posiçãodas 6 horas,
na
localização proximal ao orifício ureteral,o
implantedeve
serno
andar
da
submucosa
ureteral ao invés de ser ao ladodo
ureter, seguindo estespassos deve-se conseguir corrigir
o refluxo
com
uma
ímica aplicação. Se a9
quantidade de
Teflon®
será necessária para corrigiro
refluxo do que
se ainjeção for realizada
em
local errado, isto é,músculo
detrussorou ao
ladodo
ureter.
A
técnica de injeção endoscópica éum
procedimento ambulatorialque
requer
um
tempo
anestésico deaproximadamente
15minutos
e é associadocom
pequena morbidade”.
No
presente estudo ai idade dos pacientes variou entre22
e56
anoscom
uma
média
de 33 anos, sendoque
6(75%)
pacientes apresentavam idade entre22
e40
anos e 2(25%)
apresentavam idade igualou
superiora 50
anos, observando-se assim
um
predomínio
do
RVU
em
uma
faixa etáriamais
baixa.Dos
8pacientes apenas l necessitou hospitalização devido
ao
fatodo
procedimento tersido realizado
com
auxílio de anestesia geral.Dos
13 ureteres 12 (92,3%)necessitaram
apenas
1 injeção,porcentagem
a qual é superior a encontradana
literatura pesquisada. Puri e cols.15 obtiveram
76.8%
de ausência derefluxo
apósl injeção
em
393
ureteres analisados, eem
um
trabalho realizado pela EscolaEuropéia”,
de
um
total de6216
ureterescom
refluxo,76,3%
apresentaramausência
de
refluxo
após l injeção.Deve
ser levadoem
contaque a amostragem
utilizada neste trabalho é
menor
que a da
literatura,o que
pode
ter levado a estadiferença
nos
resultados obtidos.Em
1 uretercom
RVU
grau IIIhouve
apenasmelhora
do refluxo na
primeiraavaliação realizada aos
4
meses,o
qual após a aplicaçãode
pasta deTeflon®
foiconsiderado grau II,
sendo
que na
última avaliação deste paciente,que
foirealizada
2
anos apóso
tratamento, havia ausênciade
refluxo._Em
1 (7,7%)ureter
houve
falhana
correçãodo
refluxo. Este paciente apresentavaum
ureterduplo
com
refluxo
bilateral,em
3 unidadeso refluxo
cessou após a primeirainjeção de pasta
de
Teflon®, mas
no
ureter superior esquerdo foi realizado4
aplicações,
sendo que na
terceirahouve
escapedo
Teflon®, sem
resultarem
melhora do
refluxo.Neste
caso foi realizadoo
tratamento cirúrgico paraa
foram
reimplantadosem
conjtmto, neste caso a uretrocistografia retrógrada realizada4
meses
após a cirurgia revelou curado
refluxo.A
pastade
Teflon®
também
pode
ser utilizada para correçãodo refluxo
bilateral
em
ureterduplomn,
mas
o
sucessodo
procedimento varia de27%
a59%7”l6, resultados
bem
inferiores aos obtidosno
tratamento derefluxo
em
ureter simples.
A
ocorrênciade
complicações duranteo
procedimentonão
foirelatada
em
nenhum
dos casos.O
período deacompanhamento
dos pacientesvariou de
4 meses a
3 anos e4 meses
sendoque
dos 8 pacientes 7 tiveramum
acompanhamento
superior a 1ano
e 5 meses, esomente
1 paciente realizouapenas
uma
avaliação4
meses
após.Neste
períodonenhum
caso de recorrênciafoi observado.
São
relatadasalgumas
complicaçõesdo
procedimento: obstruçãoda
junçãovesicoureteral, septicemias e
um
caso de fistula vesicovaginal após 2 injeções deTeflon®
para correçãode
RVU18.
A
maioria dos cirurgiões pediátricos e urologistas reconhece o sucessodo
tratamento endoscópico para corrigir
o
RVU,
mas
têm
sepreocupado
com
o
usoda
pasta deTeflon®
como
substância utilizadano
implante.PTFE
(politetrafluoretileno) pertencea
família dos polímeros: substânciascompostas
de grandes moléculasformadas
porcombinações
químicas de muitosmonômeros
em
cadeia.PTFE
éo
polímerode fluorcarbono mais
estudado eprovavelmente
o mais
inerte dos materiais plásticos. Ele possuio
menor
coeficiente
de
fricção e é altamente cristalino(>94%
de
cristalinidade).polímero
tem
um
alto peso molecular, alta densidade (2,15-
2,2g/ml), baixaforça de tensão (17
-
28Mpa)
euma
baixa tensão surfactante (18,5 ergs/cm2).O
diâmetro.
da
partícula de politetrafluoretileno variade 4
a 100um,
com
aproximadamente
90%
das partículas tendo diâmetromenor
que
40|,tm15.Politetrafluoretileno
têm
sidousado
na
fabricaçãode
materiais plásticos para11
é facilmente esterilizado e retém suas características funcionais por
um
longo período4.A
preocupaçãocom
o
usoda
pastade
Teflon®
originou-se primariamente deum
trabalho-da
ClínicaMayo.
realizado. por Malizia e cols.12”15,
em
cachorros emacacos, sobre migração'
de
partículasde
PTFE
para longedo
localda
injeção.Neste
estudo a pastade
Teflon®
foi injetada juntocom
estrôncio radioativoo
qualtem
diâmetro similar as partículas dePTFE.
Os
autores acreditavamque
sendo as partículas
de
PTFE
injetadas juntocom
o estrôncio elaspoderiam
migrar
na
mesma
direção. Para identificaro
PTFE
nos órgãos foi realizado adetecção de fluorina através de microanálise radiográfica. Este estudo
experimental foi
bom
no que
tangeo
objetivode
demonstrar locaisque
antes,através
da
microscopia eletrônica,somente
se sugeriaserem
tecidos quenão
apresentavam
PTFE.
Contudo,não há
como
comprovar que
as partículas deestrôncio
migram
da
mesma
maneira que
asde
PTFE.
A
enorme
variaçãodo
tamanho. das partículas
de
PTFE
sugereque
estaspoderiam
tercomportamento
diferente das partículas de estrôncio,
além
deque
a fluorina acarreta grandedificuldade para a microanálise pelo raio
X,
pois a emissãode
fluorina émuito
fraca, sendo assim, para se obter
uma
boa
detecção por estemétodo
serianecessário grandes concentrações de partículas.
Rames
e Aaronson4*19 dissolveram0
cérebro eo
pulmão
de
dois cachorrosque tinham
sido injetadoscom
2,5mlde
pastade
Teflon
em
regiãoperiureteral. Este estudo revelou partículas óptica e morfologicamente
indistingüíveis de
PTFE
quando examinados
por microscópiode
luz polarizada,mas
os autoreslevam
em
contao
fatoda
bexigado
cachorro sermuito
fina
ehaver
uma
forte probabilidadeda
pasta sair para forada
bexigaquando
injetadaendoscopicamente, assim
consideram
este experimentocomo
demonstração do
que poderá
ocorrer seo
Teflon®
for injetado inadvertidamenteno
intravascular.espécies de animais (porcos e cachorros), para determinar se as partículas
de
PTFE
migrariam
parapulmões
e cérebro, após injeçãoda
pasta deTeflon®
em
região subureteral, intravenosa e intra-arterial.
Após
1ano
os animaisforam
sacrificados e ospulmões
e cérebros analisados por. microscópio de luzpolarizada, microscopia eletrônica e microanálise radiográfica..
Nos animaisem
que o
PTFE em
solução salina foiinjetadona
veia periférica foi encontradoPTFE
nos pulmões
mas
não no
cérebro.Nos
animaisem
que o
PTFE
foiinjetado
na
artéria carótida, encontrou-sePTFE
no
cérebro,mas
apenasna
veiacerebral e
não
no
parênquima. Este detalhado estudomostrou
claramenteque
ainjeção subureteral de pasta de
Teflon®,
em
dosespequenas
eno
local exato,não
está associadacom
migração de
partículas a distância.`
A
migração
a distância, de partículas dePTFE
em
hmnanos,
édocumentada
em
3 casos nos últimos30
anos após injeção periuretral deTeflon®.
Em
um
caso foi encontrado partículas de
PTFE
em
um
granuloma
pulmonar,quando
realizada a autópsia, de
um
garoto de6
anosque
sofreumorte
acidentalzl. Outrocaso relatado é
o
de partículasde
PTFE
encontradasem
regiãopulmonar
durantea autópsia”, e
há
um
casode pneumonite
com
documentação
patológica departículas de PTFE4”u.
Há
somente
um
relato demigração de
partículas dePTFE
após injeção subureteral de pasta de
Teflon®.
Após
a injeçãoda
pasta deTeflon®
ocorreum
processo inflamatóriocrônico,
com
a presençade
células gigantes e histiócitosg. Malizia e cols.9injetaram pasta de
Teflon®
na
região periuretral 'e periureteral de cachorros emacacos. Eles
demonstraram que
ocorreuma
reação inflamatória crônica, a qualconsiste histologicamente
em
formação
granulomatosa. Foi sugeridoque
estareação tecidual poderia evoluir. para fibrose e possibilitar
uma
formação
tumoral.H.
Norman
Noe
ea cols.9 realizaramum
estudo experimentalcom
20
ratos. Elesinjetaram pasta de
Teflon®
sob visão diretana
cúpulada
bexiga eforam
13
aos 15 meses. Eles
observaram que
aos 3meses
havia presença deum
processoinflamatório
com
células gigantes, aos 6meses
observou-seque
haviano
localda
injeçãouma
encapsulação fibrosa. Notou-seque
as lesões pareciamestabilizar aos 6 meses,
não
apresentando progressão inflamatóriaou
sinais pré-malignos aos 15 meses.
Não
houve
evidências desarcoma
ou tumor
epitelial enão
se encontrou adenopatiaou
formação
granulomatosa intra-abdominal.Kaplan”
avaliou 10 pacientes tratadoscom
injeção subureteral dc pasta deTeflon®
porum
período de 3 anos,com
tomografia
computadorizada
e ultrassonografia, enão
encontrounenhum
exemplo
de
aumento do
granuloma.Similannente
Mann
e cols.14não
encontraramnenhuma mudança
do
localdo
granuloma
apósum
ano
de estudode
seus pacientes, os quaisforam
avaliadosatravés
de
ultra-sonografia.No
que
diz respeito ao potencial carcinogênicodo
implante deTeflon®,
não
existe
nenhum
caso publicadode
transformaçãomaligna do
implante.Durante
os últimos
30
anos,foram
encontrados4
pacientesque tinham
uma
neoplasiaadjacente
ao
implantede
Teflon®:
um
caso defibrossarcoma
adjacente aoimplante
de
uma
prótese aórtica deTeflon®
realizado 10 anos antes,mn
paciente
que
apresentou, 6 anos apósum
implante deTeflon®,
um
condrossarcoma
de cordas vocais, lesão consideradamuito
rara,um
caso decarcinoma-adjacente
ao
implante deTeflon®,
eum
rabdomiossarcoma
vaginal euterino
em uma
pacienteque
havia realizadouma
injeção periuretralde
Teflon®
10 meses
antes4°23.Em
nenhum
destes casosficou comprovado
azrelaçãocom
o
6.
CONCLUSÃO
O
implante deTeflon®
parao
tratameto derefluxo
vesicoureteral éprocedimento ambulatorial simples e efetivo
no
tratamento derefluxo de
todosos graus. _
Os
resultados obtidos neste trabalhodemonstraram a
eficáciado
tratamento,e são superiores aos resultados encontrados
na
literatura mundial, deve-se levarem
contaque a amostragem
utilizada émenor
do que a
citadana
literatura.Deve-se
observarque
no
casoem
que o
tratamentocom Teflon®
não
foi efetivotratava-se
de
RVU
bilateralem
ureter duplo, situaçãona
qual os resultadosda
literatura
mostram-se
bem
inferioresquando
relacionados aRVU
em
ureter simples.Não
houve
recorrênciaou
complicaçõesem
nenhum
dos pacientes, estasquando ocorrem
são relacionadas,na
sua maioria,com
erro técnico.A
literaturadá
ênfasea migração de
partículas a distância, situação a qual aindanão
estábem
definida
se acarretaem
danos
parao
pacienteou
não, e ao efeitocarcinogênico
do
PTFE,
sendoque
aindanão
foicomprovado
a
relação entre aoPTFE
e neoplasias.Demonstra-se
desta maneiraque o
tratamentode
RVU
com
pasta deTeflon®
éum
procedimento eficaz pe, até omomento,
não
foi apresentadonenhum
dado
ceitificandoque o
politetrafluoretileno possa trazer riscos para a15
7.
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Tratamento
Endoscópico
do
Refluxo
Vesicoureteral
com
Injeção
Subureteral
de
Teflon
Cristiano S.
da
Silva, Rogério P. Moritz, Ricardo R. Bürkle \Universidade Federal de Santa Catarina
No
período de abril de1992
anovembro
de
1997, 8 pacientesque
apresentavam 13 ureteres
com
refluxo
vesicoureteral(RVU)
foram
tratadoscom
injeção endoscópica de pasta
de
politetrafluoretileno(Teflon®).
Os
pacientesforam
acompanhados
porum
períodoque
varioude 4 meses
a 3 anos e4
meses.Sete pacientes
foram
tratados ambulatorialmente.O
refluxo. cessouem
12(92,3%)
dos 13 ureteres apósuma
única injeção de pasta deTeflon®,
necessitando
aproximadamente
de 3» à 5'mlde
pasta por ureter para corrigiro
refluxo.
Um
ureter necessitou correção cirúrgica.Não
houve
recidivano
períodode
acompanhamento.
Foi realizada
uma
revisãoda
literatura sobre a experiência clínicacom
pastade
Teflon®
etambém
uma
análise sobre amigração
de partículas depolitetrafluoretileno
(PTFE)
relatadaem
estudos experimentaiscom
animais.Concluímos que
a pasta deTeflon®
representauma
alternativa fácil e simples para oc tratamento endoscópicodo refluxo
vesicoureteral(RVU).
ABSTRACT
Endoscopic Treatment of
Vesicoureteral
Reflux
by
Subureteric
'
Injection
of
Teflon
Cristiano S.
da
Silva, Rogério P. Moritz, Ricardo R. BürkleUniversidade Federal de Santa Catarina
In a period
from
april,1992
tonovember,
1997, 8 patients thathad
13ureters with vesicoureteral
reflux
(VUR)
were
treatedby
the endoscopicinjection
of
polytetrafluoroethylene paste.The
patientswere
followed-up for4
months
to 3 yearsand 4
months.Seven
patientswere
.treated as»day
case..Reflux ceased
in 12-(92,3%) of
the13 ureters after a single injection
of
Teflon®
paste, required aproximately 3 toSml
of paste per ureter to correct reflux.One
ureterneeded
surgery correction.Treatment appeared to
be
free recur.This paper reviews clinical experience with
Teflon®
pasteand
also analysesthe polytetrafluoroethylene