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Academic year: 2021

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TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DA DETERMINAÇÃO DA GRAVIDEZ ECTÓPICA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: BIOMEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): BIANCA LAFALCE AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANA MARINA REIS BEDÊ BARBOSA ORIENTADOR(ES):

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1. Resumo

A gravidez ectópica é uma gestação que se instala e evolui fora da cavidade pélvica e contém vários fatores de risco atribuídos. O objetivo do trabalho é avaliar a doença inflamatória pélvica (DIP), como um dos principais fatores de risco para gravidez ectópica, tendo como metodologia o levantamento bibliográfico de artigos científicos. A DIP é considerada uma inflamação do tipo aguda ou crônica, que pode ser representada muitas vezes, por doenças sexualmente transmissíveis, causadas principalmente por Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. Umas das consequências da DIP é barrar as tubas uterinas impedindo que o embrião passe e se implante no útero, gerando assim, uma gravidez ectópica que pode levar a perda das tubas uterinas e até mesmo ao óbito. Uma das grandes dificuldades de diagnosticar estes microrganismos se deve a ausência de sintomas em cerca de 70% a 80% das mulheres infectadas e quando presentes são vagos. É importante a prevenção destes microrganismos para diminuição de novos casos de DIP e gravidez ectópica.

2. Introdução

Segundo Pinto et al. (2012) a gestação ectópica é definida como a gestação que ocorre fora da cavidade uterina. Nos últimos anos foram diagnosticados diversos relatos de casos de gravidez ectópica de localização atípica (intersticial, cervical, cicatriz de cesárea, ovariana e abdominal), que representam situações de elevada morbimortalidade (ELITO JUNIOR et al., 2008).

Seus principais fatores de risco estão listados da seguinte maneira: histórico de cirurgia tubaria; contracepção com pílulas de progestogênio; histórico de gravidez ectópica prévia; fertilização assistida e o fator a ser discutido no decorrer do trabalho, doença inflamatória pélvica (DIP).

As opções de tratamento existentes são: cirurgia (pode – se usar a laparoscopia para remover a gravidez, mantendo a tuba intacta se ela puder ser recuperada, sendo mais vantajosa em relação à cirurgia abdominal) tratamento medicamentoso e conduta expectante. Diante de diagnósticos mais precoces, métodos menos invasivos, priorizando tratamentos não cirúrgicos, especialmente o uso do Metotrexato (MTX), que é a droga mais utilizada (BRITO et al., 2009).

O diagnóstico precoce da gravidez ectópica é importante para reduzir o risco de ruptura tubária e aumentar as taxas de sucesso nas condutas mais conservadoras. Em alguns casos a dosagem sérica quantitativa do ß-hCG, a ultrassonografia

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transvaginal e a curetagem uterina facilitam o diagnóstico precoce de gravidez ectópica (MURRAY et al., 2005).

3. Objetivo

O objetivo do trabalho é avaliar a DIP como um dos principais fatores de risco para a gravidez ectópica.

4. Metodologia

A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa especificamente o levantamento bibliográfico, com base em artigos do ano 2000 ao ano 2015, as principais fontes de pesquisa foram os seguintes sites acadêmicos: Sciello, PubMed, Google Acadêmico.

5. Desenvolvimento

O conceito de gravidez ectópica pode ser explicado como, a gestação cuja implantação e desenvolvimento do zigoto ocorre fora da cavidade corpórea do útero. As localizações mais frequentes são classificadas em: tubária (95%); abdominal (1,4%); ovariana (0,7%) (DARZÉ, 2004; TULANDI, 2014; REZENDE, 2010).

De acordo com Gracia et al. (2001), a dor abdominal ou sangramento vaginal no primeiro trimestre de gravidez, são os únicos sinais clínicos e sintomas, porém não são específicos, entretanto, Montenegro et al. (2013) dizem que as manifestações clínicas surgem tipicamente entre 6 e 8 semanas após o último período menstrual normal, mas podem ocorrer mais tardiamente se a gravidez estiver fora da tuba uterina. Os sintomas da gravidez inicial normal também estão presentes: aumento da sensibilidade mamária, náuseas e polaciúria. Na maioria das vezes a gravidez tubária íntegra é assintomática e só se manifesta na ocasião da rotura.

O diagnóstico e o tratamento precoce da gravidez ectópica são essenciais para a redução de mortalidade materna e prevenção da fertilidade futura. Os principais meios de diagnóstico são: ultrassonografia transvaginal (USG transvaginal), valores quantitativos do hormônio Gonatrofina Coriônica Humana (ß-hCG) e antigamente alguns médicos utilizavam a avaliação dos níveis de progesterona (LIN et al., 2008).

A USG transvaginal transformou a avaliação das mulheres com problemas precoces na gravidez, permitindo, a visualização mais clara do desenvolvimento normal dos embriões e anormalidades (MURRAY et al., 2005).

O principal marcador laboratorial é a dosagem sérica de β-hCG, que apresenta aumento dos seus valores em pelo menos duas vezes dentro de um período de 48 horas nas pacientes com gestação tópica, ao contrário dos casos de implantação ectópica do embrião, o aumento dos níveis séricos é mais lento. Quando ocorre

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aumento inferior a 50% dos valores prévios, existe alta probabilidade de anormalidade da gestação, seja ela intrauterina ou extrauterina. É importante observar que 85% das gestações ectópicas em evolução podem apresentar aumento superior a 60% dos valores de β-hCG. Da mesma maneira, se houver valores mais baixos do que os esperados pelo período também sugere casos de gravidez ectópica (FEBRONIO et al., 2012).

Os principais fatores de riscos da gravidez ectópica são: histórico anterior de

gravidez ectópica, histórico de cirurgia tubaria anterior (laqueadura, ré-anostomose,

salpingoplastias) e doenças inflamatórias pélvicas. Outros fatores como: infertilidade, o uso de dispositivo intrauterino (DIU), fertilização in vitro, anomalias uterinas e endometriose (LIN et al., 2008; BRITO et al., 2009).

A DIP é um processo agudo, que abrange diferentes espectros nos quadros de infecção e inflamação, podendo ser causada por várias bactérias como: Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis, seguindo-se o Micoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Streptococus β hemolítico, anaeróbios (em especial o Bacterioides fragilis) e outros aeróbios. São infecções frequentemente polimicrobianas, com envolvimento de bactérias anaeróbias e facultativas, sendo 90% originárias de agentes sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2006; CROSSMAN, 2006).

A Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis são os agentes mais frequentes na DIP, a doença geralmente se inicia com uma infecção cervical por clamídia ou gonococo que ascende ao trato superior e leva à infecção polimicrobiana. Com a continuidade da ascensão da infecção, as tubas uterinas podem ser atingidas, levando à salpingite (ROSS, 2002).

A Chlamydia trachomatis é conhecida como principal agente da DIP, e um dos maiores causadores da Gravidez Ectópica. A recorrência das infecções é comum, especialmente nos indivíduos que se infectam antes dos 20 anos de idade (SEADI et al., 2002).

Muitas mulheres que desenvolvem a DIP não apresentam nenhum sintoma ou não procuram nenhum tratamento, sendo assim ela é detectada somente quando ocorrer problemas na gravidez ou desenvolver dor pélvica crônica (MITCHELL et al., 2013).

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Segundo Trent (2013) os sinais e sintomas da DIP são: dor pélvica, secreção vaginal com odor forte, menstruação irregular, dores na relação sexual, febre, seguida de vômitos e dificuldades e/ou dores ao urinar.

O diagnóstico da DIP é baseado em avaliação clínica. Devido ao potencial de consequências significativas, os médicos devem tratar com base no julgamento clinico, sem a espera de confirmação de exames laboratoriais ou de imagem. É importante que os médicos considerem a idade da paciente para diferenciar o diagnóstico, no entanto não existe um único sintoma especifico o suficiente para definitivamente diagnosticar a DIP (GRADISON, 2012).

6. Resultados

A DIP é um fator de risco importante e evolui para complicações de uma DST, sendo uma infecção do trato genital inferior feminino causada pelos agentes Neisseria gonorrhoeae e/ou Chlamydia thrachomatis. A área se inflama devido à infecção presente, podendo gerar abscessos e acúmulo de pus nos casos mais graves, e requerem internação para tratamento com antibióticos e/ou cirúrgico. Como a mesma pode bloquear parcialmente as tubas uterinas ou distorce-las, esse tecido anormal pode impedir que o embrião passe, e se deposite no útero, aumentando as chances de se ter uma gravidez ectópica (FERNANDES; et al., 2004).

Dentre as mulheres não tratadas por gonorreia ou clamídia, 10% a 40% desenvolvem DIP; destas, mesmo nos casos assintomáticos ou pouco sintomáticos, estima-se que 12% estará infértil após o primeiro episódio, 25% após o segundo e 50% após o terceiro (SUTTON; et al., 2005).

7. Considerações Finais

A DIP tem grande importância para determinação da gravidez ectópica, sendo uma das principais causas, é mais frequente em mulheres de 15 a 25 anos, especialmente mulheres que têm relação sexual com múltiplos parceiros. A infecção se dá principalmente por bactérias como clamídia e gonococo, sendo sexualmente transmitidas ou através de partos, abortos e uso de dispositivos intrauterinos (DIU). Por ter evolução insidiosa e na maioria das vezes pouco ou nada sintomática, o diagnóstico precoce da DIP, acaba sendo mais difícil, impossibilitando um tratamento precoce, ocasionando assim complicações como: esterilidade, dor pélvica crônica e gravidez ectópica. O controle da infecção, tanto pela prevalência, quanto ao grande número de casos assintomáticos, tem custo alto.

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O tipo mais frequente de gravidez ectópica é a tubaria, a gestação se desenvolve nas tubas uterinas. É esperado que o diagnóstico seja feito precocemente para haver chances de tratamento clinico (utilizando o Metotrexato) ou laparoscópico. O atraso no diagnóstico pode comprometer ainda mais a saúde da mulher, na maioria dos casos há amputação das tubas uterinas e anexos e se elevam as chances de morbidade e mortalidade.

Para diminuição de novos casos, a orientação sobre prevenção de DSTs deve ser preconizada, o médico também deve estar atento ao diagnóstico de clamídia e gonococo e realizar o tratamento adequado para que não ocorram complicações. Segundo diversos autores a gravidez ectópica é considerada uma patologia grave, com altos índices de morbidade, e deve ser diagnosticado o quanto antes para evitar danos mais elevados.

8. Fontes Consultadas

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 4ª edição, p. 66 – 69, 2006.

BRITO, M. B.; SILVA, J. C. R; BARBOSA H. F.; et al. Tratamento clínico da gravidez ectópica com metotrexato. Rev. Feminina, p. 29 – 34, 2009.

ELITO JUNIOR, J.; MONTENEGRO, N. A. M. M.; SOARES, R. C.; et al. Gravidez Ectópica não rota – Tratamento e Diagnostico. Rev. Bras Ginecol Obstet., p. 140 – 159, 2008.

FEBRONIO, E. M.; ROSAS, G. Q., D’IPPOLITO, G.; Gravidez Ectópica: Ensaio iconográfico com enfoque em achados de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Rev. Radiol. Bras., 2012.

FERNADES, A. M. S.; RIBEIRO, L. P.; MORAES, F. H.; et al. Prevalência de

Gestação Etópica de tratamento cirúrgico em hospital público de 1995 – 2000. Rev. Assoc Med Bras., p. 413 – 416, 2004.

GRACIA, C. R.; BARNHART, K. T. Diagnosing Ectopic Pregnancy: Decision

Analysis Comparing Six Estrategies. Rev. The American College of Obstetricians and Gynecologists, p. 464 – 470, 2001.

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GRADISON, M. Pelvic Inflammatory Disease. Rev. American Academy of Family Physicians, p. 791 – 796, 2012.

HALBE, H. W.; DONALDO, C. C. Doença Inflamatória Pélvica. Rev. Diagn. Tratamento, p. 106 – 109, 2010.

LIN, E. P.; BHAAT, S.; DOGRA, V. S. Diagnostic Clues to Ectopic Pregnancy. Rev. RadioGraphics, p. 1661 – 1671, 2008.

MARQUES, C. A.; MENEZES, M. L. B., Infecção Genital por Chlamydia trachomatis e esterilidade. Rev. DST – J bras Doenças Sex Transm. p. 66 – 70, 2005.

MITCHELL, C.; PRABHU, M. Pelvic inflammatory disease — Current concepts in pathogenesis, diagnosis and treatment. Rev. Infectious Disease Clinics of North America, p. 277 - 293, 2013.

MONTENEGRO, A. C.; FILHO, J. R. Gravidez Ectópica. Rev. Rezende Obstetrícia, p. 390 – 401, 2013.

MURRAY, H.; BAAKDAH, H.; BARDELL T.; et al. Diagnosis and treatment of ectopic pregnancy. Rev. CMA Media Inc. or its licensors, p. 905 – 912, 2005.

PINTO, H. C.; JUNG, L. K.; WENDLAND, E.; et al. Colpotomia no tratamento da gestação ectópica. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., p. 118 – 121, 2012.

SUTTON, M. Y., M. STERNBERG, ZAIDI, A.; et al. Trends in pelvic inflammatory disease hospital discharges and ambulatory visits, United States, 1985-2001. Rev. Sexually Transmitted Diseases, p. 778 – 784, 2005.

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