ííí
\\
\\
\\
\\
\\\\
\\
\\
\\
\\
íí-
í___í
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ii
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_í_í-
aí
11-
aí-
__í_i
gí-
ííí
_í_í-
04008704GESTAÇÃO NA
ADoLEscÊNcIAz
Características
sócio-econômicas
e
médico-biológicas
Trabalho apresentado
àUniversidade
Federalde
Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.Florianópolis
Universidade
Federal
de Santa
Catarina
~
_' AGESTAÇAO NA
ADOLESCENCIA:
Características
sócio-econômicas
enifiédico-biológicas
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federalde Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
_de_Graduação
ein Medi'cina.p p _'C
Coordenador
do
Curso:
Professor
Dr.
Maurício
Lopes Pereima
Professor Orientador:
Maria
Cristina
M.
Calvo
Florianópolis
4_
Universidade
Federal de Santa
Catarina
que
me
deu a vida eme
ensinou a ser oque
sou.A
meu
pai,Raul
Carlosda
Silva,pelo sustento.
À
minha
avó, Nilza B.da
Silva,pelo apoio nas horas difíceis.
E
aosmeus
irmãos,A Daniela, Ricardo e
Deise,
Pelo
amor
eamizade
mútuos.A
Deus, pelodom
da
vida e buscado
conhecimento.À
minha
mãe,
Neusa
da Silva, pelo inquestionável apoio, pelas palavras de carinho,esperança e alento.
A
meu
pai,Raul
Carlosda
Silva, por terme
dado
a chance de estudar.À
minha
avó, Nilza B.da
Silva, por ter seguidocomigo mais
esta etapada
vida.À
professoraMaria
CristinaM.
Calvo pela orientação, apoio e ajudana
confecçãodeste trabalho.
Aos
amigos da
classe eda
vida, Carlos Henrique S. Bellucci,Samuel
Josias B.Calderon, Luiz
Fernando
Gonçalvez,Femanda
M.
Milanez,Conrado
Luiz P. d”Avila, pelas contribuições dadas ao trabalho, pelos “rounds” nas enfermarias e. pelaamizade
verdadeira. _À
Universidade Federalde
Santa Catarina e a todos os professoresque
contribuíramdireta e indiretamente
na
minha
formação.RESUMO
... ..SUMARY
... .. 1.INTRODUÇÃO
... .. 2.REVISÃO
DE
LITERATURA
... ..3.OBJET1VOS
... .. 4.MÉTODO
... .. 5.RESULTADOS
... .. 6.DISCUSSÃO
... .. 7.CONCLUSÕES
... ..NORMAS
ADOTADAS
... ..REFERÊNCIAS
... .. . . . › z . z z . . .. . . . - z z ¢ z . . › . . ‹ - . . . .. . . . z . . . . .z z . . . - - . . . .. . . . » - - - . . . .. . . . › z . ‹ z - › z ¢ z z z ‹ ~ . z . . . .- . . . ¢ - - z ‹ z zz z z . . › z . z z z . . . . ‹ . . . ‹ - . . . . .H . . . . z z z › z - - . . z ‹ z . z ¢ o . z . . . .. . ‹ . . . « . . . ..V
Identificar características sócio-econômicas e médico-biológicas associadas a gestações
em
adolescentes eem
adultas jovens,em
Florianópolis,em
2002/2004. Realizou-seum
estudotransversal,
com
dados colhidosno
Sistemade
Informação sobre Nascidos Vivos,SINASC.
A
população
compôs-se de
4245
nascidos vivos demães
entre 10 a24
anos, divididosem
dois grupos,segundo
idade materna: 10 a 19 anos e20
a24
anos; o primeiro se subdividiuem
dois outros grupos: 10 a 14 anos e 15 a 19 anos.Os
gruposforam comparados
nas variáveis:escolaridade
matema,
freqüência ao pré-natal, idade gestacional e peso ao nascer.Os
dadosforam
tabulados pelo Excel2000®,
analisados pelo Epi Info 6.0®.O
testedo
qui-quadradofoi usado para
comparar
proporções; o nível de significância foi de p<0,05; intervalo deconfiança
deIC
=
95%.
Houve
queda na
proporçãode
nascidos vivos demães
adolescentes,de
2002
para 2004; a proporção de adolescentes femininasna
população, as taxas de baixo peso ao nascer e prematuridade mantiveram-se; asmães
adolescentes concluírammenos
oensino fundamental (p<0,000l), freqüentaram
menos
o pré-natal (p<0,000l), tiveram maiorestaxas de nascidos vivos prematuros (p=0,0087) e baixo peso ao nascer (p<0,0001)
em
relaçãoàs adultas jovens,
em
2004.Não
houve
diferença entre as faixas de 10 a 14 anos e de 15 a 19anos.
As
gestações precoces associaram-se amaior
taxade
baixa escolaridade ede
freqüência insuficiente ao pré-natal, e os nascidos vivos demães
adolescentes tiveram maiores taxas de baixo peso ao nascer ede
prematuridade.To
identify socioeconomics and medical-byologics characteristics associated to pregnancy inadolescence
and
young
adult mothers, in Florianopolis, 2002/2004.A
cross-sectional studywas
conducted basedon
datafrom
the InformationSystem on
Live Births~
SINASC. The
study population consisted
of 4245
live births of mothersbetween
10 to24
years old, divided intwo
groups, according to themother
age: live births of adolescents mothers (10 to 19 years)and
young
adult (20 to24
years); the firstwas
subdivided intwo
anothers age groups: 10 to14 years
and
15 to 19 years.The
groupswere compared
in the variables: schooling of themother, prenatal care, gestational age and birth weight.
Data were
compilatedby
Excel2000®,
analizedby
Epi Info 6.0®.The
qui-square testwas
used tocompare
proportions;significance
was defined
as p<0.05, withCI=95%.
Therewas
a reducion at the proportionof
live births_of
adolescents mothersfrom
2002
to 2004; the proportionof
female adolescents inthe population, rates
oflow
birth weight'and
prematurity kept the same; adolescents motherspresented
low
ratesof
conclusionof
the elementar school (p<0,000l), insufficient prenatalcare (p<0,000l), high rates of prematurity (p=0,0087)
and
low
birth weight (p<0,0001)compared
to theyoung
adult mothers, in 2004. Therewas
not diferencebetween
the age groupsof
10 to 14 yearsand
15 to 19 years old.The
early pregnancywas
associated with highrates
of
low
schoolingand
insufficient prenatal care; live birthsof
adolescents mothershad
higher rates
of
low
birth weightand
prematurity.O
presente estudo éum
trabalhode
conclusãodo
curso de Medicina,da
UniversidadeFederal
de
Santa Catarina, realizadono
ano de 2005, defendido junto aoDepartamento
deSaúde
Pública desta instituição,que
enfocou a gestaçãona
adolescência e algumasde
suascaracterísticas.
A
matemidade
em
idade precoce éum
problema
crescenteno
Brasil, englobandoaspectos médicos, biológicos, sociais, econômicos, culturais e psicológicos intimamente
correlacionados, trazendo riscos para a gestante e seu concepto. Esse
binômio
médico-socialde
ampla magnitude
tem
merecido atenção por parte dos pesquisadores quanto aodesenvolvimento
de
estudos das várias condições associadas, demodo
a propormedidas
de impacto para a soluçãode
problemas correlatos, dentroda
perspectivado
comprometimento
presente e futuro
de
um
paísou
região. _'
-
Os
objetivosdo
presente trabalhoresumem-se na
identificação e descrição dealgumas
das características sócio-econômicas e médico-biológicas associadas a gestações
em
adolescentes,na
faixa etária de 10 a 19 anos, eem
adultas jovens,na
faixa etária de20
a24
anos,
em
Florianópolis,em
2002
e 2004.Para tal, realizou-se
um
estudo epidemiológico de corte transversal, decunho
descritivo e analítico,
com
baseem
dados colhidos junto ao Sistemade
Informação sobreNascidos Vivos,
SINASC,
atravésda
Secretariade
Saúde do
Estado de Santa Catarina.Foram
incluídos
na
pesquisa todos os nascidos vivos demães
na
faixa etáriade
l0 a24
anos, residentesno
município 'de Florianópolis,no
ano de2002
ede
2004,com
gestação única;sendo excluídos
do
estudo os abortos, fetos mortos e gestações múltiplas,uma
vezque
esta está relacionada ao baixo peso ao nascer e à prematuridade.O
estudocomparou
o grupode
recém-natos
de
adolescentescom
o grupo de recém-natos de adultas jovens, ecomparou
os dois subgruposde
recém-natos de adolescentes entre si,em
2002
eem
2004,no que
dizrespeito às variáveis relacionadas à
mãe
(faixa etária, escolaridade e freqüência à assistência pré-natal), e relacionadas ao recém-nascido (idade gestacional e peso ao nascer).Os
dadosforam
compilados e tabulados peloprograma
Microsoft Excel2000®
e analisados peloprograma
Epi Info 6.0®. Para a análise estatística, usou-se o testedo
qui-quadrado paracomparar
proporções, cujo nível de significância foide
p<0,05,com
intervalode
confiança
deIC
=
95%.
No
que
diz respeito à estruturação, o trabalho consiste dos seguintes capítulos: 0Um
capítulo de introdução;0
Um
capítulo de revisãode
literatura;0
Um
capítulocom
os objetivos geral e específicos;0
Um
capítulo de método; 0Um
capítulode
resultados; 0Um
capítulode
discussão;0
Um
capítulode
conclusões;0
Um
capítulode normas
adotadas;2.
REVISÃO
DE LITERATURA
A
matemidade
precoce traz riscos tanto para a gestantecomo
para o seu concepto.A
gestaçãona
adolescência éum
problema
deordem
médica
e social crescenteno
Brasil, e nos EstadosUnidos
já é tidacomo
uma
epidemia a partirde
19960).Todos
os anos,no
mundo,
pelo
menos
60
mil adolescentesmorrem
de
complicações associadas à gravidez e ao partolz).De
qualquermodo,
amatemidade
precoce,ou
seja, a gestaçãoem
adolescentes, traz à tonauma
problemáticaque
engloba aspectos médico-biológicos, sócio-econômicos, culturais epsicológicos intimamente correlacionados.
No
Brasil, entre1970
e 1991, as gestações entre 15 a 19 anos cresceramem
tomo
de26%(3).
Em
1994, a taxa de nascidos vivosde
mães
adolescentes erade 20,8%,
enquantoque
em
1998
foide
23,6%(4).Nos
EUA,
nessemesmo
ano, tal taxaficou
em
tomo
de 12,5%(5),enquanto
que na
Suécia a taxamédia
de gestaçõesem
adolescentesfica
abaixo de 3%(6).Do
mesmomodo,
de acordocom
a Pesquisa Nacional sobreDemografia
eSaúde de
19970),houve
um
aumento
nas taxas de fecundidade entre mulheres de 15 a 19 anos confrontandocom
aqueda
destas taxasna
faixa etária de20
a24
anos,com
esta tendência se acentuando nas décadasde
80 ede
90. Contudo, esteaumento da
fecundidadenão
sedá de
modo
uniforme
na
faixa adolescente, e émais
acentuado nosgmpos
de jovenscom
menor
grau de~
instruçao,
em
áreas rurais eem
baixas condições econômicas(8).Ainda, de acordo
com
dadosdo
SINASCQ),
em
2001,no
Brasil, a taxamédia
denascidos vivos de
mães
adolescentes foide
23%,
com
maior
proporçãona
região Nortedo
país -
30%,
emenor
proporçãona
região Sudeste,com
taxa de20%.
A
região Sulficou
com
uma
taxamédia
de21%.
Nesse
mesmo
ano, tal taxa foi de20,5%
para o Estadode
SantaCatarina, e
de 17,5%
para o município de Florianópolis.No
que
diz respeito às taxas de nascidos vivos demães
adolescentes nas diferenteslocalidades
do
país,no
municípiodo Rio
de Janeiro, entre 1980 e 1995,houve aumento
das taxasde
fecundidade entre as jovens de 10 a 19 anoscom
predomíniona
faixa etária de 10 a14 anos,
com
crescimentomédio
anualde
7%(8).Em
1993,17%
dos nascidos vivos,em
Pelotas,no Rio Grande do
Sul,eram
de mulherescom
idade entre 10 e 19 anosuo).Nesse
mesmo
ano,no
Distrito Federal, Tauil et al.” 1), anotaram22%
de
nascidos vivos demães
adolescentes,
com
um
aumento
desta taxa para29%
em
1996. Jáno
município de RibeirãoPreto,
em
São
Paulo,em
1994, a taxaficou
em
l7,5%(12).Em
Rio
Branco,no
Acre, entre1994
e1996
a taxade
nascimentos entremães
com
menos
de20
anosficou
em
30%(2).Em
1997,
segundo
Simõeset
al.(4),29%
das *gestaçõeseram de
mães
em
idade precoce(com
menos
de 20
anos),no
municípiode São
Luís,no Maranhão.
No
município de Feirade
Santana,
na
Bahia,no ano
de 1998, cerca de22%
dos nascidos vivos totaiseram
demães
adolescentesm).De
fato, a gestaçãoem
adolescentestem
conseqüências médico-biológicas, sócio-econômicas, culturais e psicológicas estreitamente imbricadas.
Quanto
às conseqüências sócio-econômicas e culturais pode-se dizerque
amatemidade
precoce éum
fatordeterminante
de
considerável importânciano que
tange ao afastamento e à dificuldade deretorno às atividades escolares das
mães
adolescentesm).Gama
et al.(8), relataramque
asmães
adolescentes apresentam
um
pior grau de escolaridadeem
relação àsmães
adultas,quando
secompara
proporcionalmente o graude
escolaridade por faixa etária.Da mesma
maneira,num
outro* trabalho, Costa et alfm, observaram
uma
taxa de56%
de ensino fundamental incompleto entre asmães
adolescentes entre 17 e 19 anos, fatoque
vaide
encontro aoscritérios estabelecidos pelo Ministério
da
Cultura eEducação
(MEC),
que
estabelece limites etários para a escolaridade de ensino fundamental (7 a 14 anos) e ensinomédio
(15 a 19anos).
Num
estudo realizadona
cidade de Ribeirão Preto,comparando
duas coortes demães
adolescentes,
uma
no
período de 1978/1979 e outrano
período de 1994, notou-seuma
redução
na
proporçãode
mães
adolescentescom
baixa escolaridade. Entretanto tal redução sófoi observada
no
grupode
meninas
entre 18 e 19 anos,permanecendo
o grupode meninas
em
idade
mais
jovem
com
baixas taxas de escolarizaçãom).Em
contrapartida,em
um
estudo realizadono Rio
de Janeiro, entre1999
e 2001,comparando
grupos de gestantes adolescentes,notou-se
que
a maioria das puérperas encontrava-se forada
escola ao engravidar, sendo estaproporção
maior
entre asmais
velhas -60%.
Nestemesmo
estudo,do
totalde
adolescentesque
deixaram a escola,27%
ofizeram
por causa de gestações anteriores(14).Um
trabalhointeressante ensejado por
Gama
et al.(”),mostrou que
os piores índicesde
escolaridadeencontravam-se
no
grupode
mulheres entre20
e24
anosque foram
mães
pela primeira vezquando
ainda adolescentes,comparados
aos gruposde
mães
adolescentes e ao grupode
mães
adolescência apresentavam os
menores
percentuais de trabalhoremunerado
e de piorescondições
de
vida.Observando
a partirde
uma
outra óptica,Camarano
(16) relatouque
asbaixas condições
de
renda e escolaridade estão diretamente relacionadas auma
maior
chance. A . . . .
de se engravidar durante a adolescencra.
Do mesmo
modo,
Marrotonl&
Barros F1lho( ),num
estudo realizado
em
Campinas, São
Paulo,confirmaram
a preocupaçãocom
as condiçõessociais das adolescentes, de
modo
que, das gestantes entre 10 a 19 anos,93%
eram
analfabetasou
tinham primeiro grau incompleto. Tal situação contribuiu parauma
piorqualificação profissional e, apesar de outros fatores sociais e
econômicos que
interferemno
grau
de
escolarização estarem envolvidos, a tendência a prolesnumerosas
e precocescontribui para a
manutenção do
ciclode
pobreza e misériaus). Entre gestanteshá
uma
significativa associação entre as faixas etárias de 10 a 16 anos e a baixa escolaridadem).Do mesmo modo
que
a escolaridade, o pré-natal perfazuma
característica sócio-econômica
e culturalde
grande valorquando
se tratade
gestações precoces, e de qualquergestação, independentemente
da
idade.Não
há
dúvida deque
aadequada
assistência pré- natal réum
dos principais determinantes deuma
evolução favorável de qualquer gestação.Nesse
sentido, vale ressaltar que o Ministério daSaúde
determinaque
uma
correta assistência pré-nataldeve
garantirum
mínimo
de seis consultas, alicerçadasnuma
óticade
qualidade deprestação de serviço,
de
modo
que tal condutadeva
ser iniciada demodo
precoce e porprofissionais
com
capacitação técnica e entrosamentom).Além
disso,há
uma
alta taxa deingresso tardio ao pré-natal entre adolescentes da faixa etária de 10 a 16 anos,
comparada
àsde outras faixas etáriasm). Dentre os diversos fatores apontados para explicar a baixa adesão ao pré-natal entre adolescentes,
podem-se
citar a dificuldade de assumir a gravidez, conflítosfamiliares e o próprio desconhecimento
da
importância dessa assistência, situação agravadapeloabandono da
família e/oudo
parceiro(2' 13).Gama
et al.(8), observaramque
mulheres entre15 a 19 anos freqüentam
menos
as consultas pré-nataisem
comparação
às adultas jovens, omesmo
observado porSimões
et al.(4)num
estudo delineadoem
São
Luís,MA.
Contudo,em
Aquino-Cunha
et al.(2), apesarde
se observaruma
média
menor
de
freqüência ao pré-natalentre adolescentes,
não houve
significância estatísticacomparada
ao grupo demães
adultas,que
também
apresentavam baixa adesão ao pré-natal,no
município deRio
Branco, Acre.Segundo
trabalhode
Costa et al.(l3), entreuma
população de mulheres adolescentes e adultasjovens,
45%
realizaram pré-natal demodo
insuficiente,ou
não o fizeram, e dentre o totalde
adolescente; naquelas
em
que
houve
um
correto seguimento, amenor
proporçãoficou
entre asmães
na- faixa etáriade
10 a 16 anos.Além
disso, os autores ressaltaram a alta taxa deingresso tardio ao
acompanhamento
pré-natal. Fried et al.(19), ratificaram a importânciado
pré-natal
num
estudoem
que foram
encontradas maiores taxas de baixo peso ao nascer e de mortalidade infantil, entre os nascidos vivosde
mães
adolescentes, cuja associação dessascomplicações perinatais
com
a idade precoce desapareciaquando
a gestação recebiaadequada
assistência pré-natal.
Um
dado
interessante apontadonum
estudo realizadona
cidadedo Rio
de
Janeiro, entre1999
e 2001, relatouque
a aderência às consultas pré-natais foi influenciadapositivamente pela presença
de
uma
união consensual, dentre o grupo de gestantesadolescentesm),
dado
ratificado porStemm), que
observou ser o cônjuge a refe/rênciamais
importante e a
que
exercemaior
influência sobre a adolescente e suas condutas perante agestação.
Além
disso, a renda familiartambém
se enquadracomo
fator sócio-econômicoimportante a ser levado
em
conta.Assim,
adolescentestêm
menores
taxas de renda familiar,com
lzmaiores proporções delas vivendosem
companheirosou
em
uniões instáveis,além do
que sãomaiores
as taxas de adolescentes cujos chefesde
famíliaeram trabalhadorescom
ocupações
manuais não
'qualificadas,
comparadas
às gestantes adultas jovens, «segundo trabalho delineadoem
São
Luis,Maranhão,
em
200301).No
contexto de dificuldades sócio-econômicas
enfrentadas pelas adolescentes grávidas,Watersm)
descreve a“Síndrome da
Falência”, a qual consideraque
amãe
adolescente está sujeita ao fracassoem
cumprir suas funções,em
permanecer na
escola,em
limitar onúmero
de filhos,em
estabelecer famíliaestável e
em
assumir independência financeira.Por
outro lado,no que
diz respeito às conseqüências médico-biológicas relacionadas à gestaçãona
adolescência, a literatura sugereque
a ocorrências de pré-termos é relacionada à gestaçãona
adolescência,mesmo
controlando-se outros fatoresque
poderiam- estarinfluenciando a duração destas gestações(8' H' 17). Tauil et al. (1 1)
observaram
que há
um
maior
riscode
adolescentes teremmenor tempo
de
gestação e conseqüentemente prematuridadedo
recém-nato,
comparadas
às gestantes adultas jovens.Em
um
estudode
coorte retrospectivo,delineado
em
Atlanta,GA,
nosEUA,
houve
uma
maior
chance, estatisticamente significativa,de
adolescentes terem partos prematuros,comparada
às adultas jovens,com
um
risco relativo(RR) de 1,12%
(IC de 95%)(22).Segundo
outro estudo, as maiores taxas de prematuridadequando comparam-se
faixas etárias adultas e adolescentes se dá entre o grupode
adolescentescom
idademais
precoce, principalmente naquelascom
menos
de
18 anos(4).Em
outrotrabalho, os autores
apontam
maiores proporções de recém-natos prematurosem
filhosde
puérperas adolescentes, principalmente naquelas
em
que
houve
uma
precária assistência pré- natal eum
baixo nívelde
escolaridade,comparadas
aos filhos demães
adultas, contudo tal diferença se desfazquando aumenta
onúmero
de consultas ao pré-natalus).Contudo, Costa et al.(18) não
acharam
significância estatística entremaior
risco deprematuridade,
comparando
faixas etárias adolescentes e adultas.Além
disso,Aquino-Cunha
et al. (2)
acharam maior
proporção de prematuridadeno
grupo demães
adultascomparado
ao grupode
mães
adolescentes,embora
sem
apresentar diferença significativa.Diversos autores
vêm
salientando a associação entre gestação precoce e o riscomaior
de
nascidos vivoscom
baixo peso ao nascer (BPN),ou
seja, pesomenor
que
2500 gramas
aonascimento.
Segundo
Gama
et al.(8), o efeitoda
faixa etária sobre amaior
ocorrência de baixo peso ao nascerpemraneceu
expressivamente significativo nas adolescentes, entre 14 e 19anos,
mesmo
quando
controlado pelo graude
instruçãoda
mãe
e pelo tipo de maternidade-
pública
ou
privada-
em
que
amãe
se intemou.Do mesmo
modo,
em
outro estudo conduzido por Costa. et al.(l3),em uma
análise multivariada,em
que
se controlaram fatoresde
confusão(escolaridade materna, idade gestacionale pré*-natal) verificou-se-que recém-nascidos de
mães
entre 10 e 16 anos apresentaram proporções maiores
de
baixo peso ao nascer,comparados
àqueles cujas
mães
tinham
entre 17 e 19 anos e àqueles cujasmães
eram
adultas jovens.Ekwo
&
Moawadm)
identificaramque
o peso ao nascer dos bebês demães
adolescentes émenor
que
o peso demães
mais
velhas.Segundo Aquino-Cunha
et al.(2),quando
se excluíamnascidos vivos prematuros, a
maior
proporção de baixo peso dos nascidos vivos entre asadolescentes -
12%,
foi estatisticamente significanteem
relação àsnão
adolescentes - 5,5%.Da mesma
forma,de
acordocom
oCDC
(Atlanta,l994)(24) a prevalência de baixo peso aonascer
em
mãe
adolescente é o dobroda
taxa observadaem
mães
adultas e o coeficiente de mortalidade neonatal é três vezes maior. Tauil et al. (1 1) verificarammaior
percentualde
baixopeso ao nascer e
de
menor
vitalidade(Apgar
<7) entre as adolescentesdo que
entre asgestantes adultas,
mesmo
controlando a variável idade gestacional.Vale
ressaltarque
alguns autoresretomam
à questão deque
existeuma
heterogeneidadena
faixa etária adolescente,no
que
diz respeito aos desfechos gestacionais,de
modo
que
os resultados gestacionais eperinatais sao piores nas adolescentes
em
idadesmais
precoces,ou
seja abaixo dos 16 a 18peso ao nascer, recém-natos
pequenos
para a idade gestacional e mortalidade infantil, foramobservadasno
grupode
adolescentescom
idade inferior a 18 anos,comparadas
às faixas etáriasmais
velhas.Além
disso, ratificando a idéia de heterogeneidade entre a faixa etária adolescente, Tauil et al.” 1) observaramum
maior
risco de baixo peso ao nascer entreadolescentes
com
idade igualou
inferior a 16 “anoscomparadas
com
aquelas entre 17 a 19 anos.Há
que
se reportarque
alguns autoresimputam
a associaçãode
baixo peso ao nascer egestação
na
adolescência principalmente à condição sócio-econômica desfavorável dessas mães(25`27), ao passoque
outros discutem deque
tal associação sedeva
diretamente àscaracterísticas fisiológicas típicas
da
idade(28' 29).Contudo,
em
trabalho realizadoem
Campinas
em
1998, Mariotoni&
Barros Filhom) concluíramque
a gravidezna
adolescência não representava risco para a ocorrênciade
baixo peso ao nascerna
população estudada,quando
outros fatoresforam
controlados,como
renda,escolaridade, freqüência ao pré-natal, hábito de fumar, peso pré-gestacional, entre outros. Tal
artigo ainda assinala
um
possível fatorde
proteção para a restriçãodo
crescimento intra- uterino(RCIU)
em
nascidos vivosde
mães
adolescentesquando empregada
análise deregressão logística.
Vale
lembrarque
o baixo peso ao nascertem
sido utilizadocomo
forteindicador das condições de saúde
da
população, por ser o determinantemais
importante daschances
de
recém
nascidosde
sobreviver e apresentar crescimento e desenvolvimentosatisfatórios(3°).
Por
fim,
acrescenta-seque
a prevalência de baixo peso ao nascerem
paísesdesenvolvidos varia
de
4
a 7%(31).Além
das conseqüências sócio-econômicas, culturais e médico-biológicas,não
restadúvida
de
que
a gestaçãoem
adolescentes traduztambém
repercussões psicológicas.De
fato, diantede
uma
gravidez precoce, a adolescentevem
a ultrapassarmarcos
importantesno
seudesenvolvimento, constituindo-se
numa
experiênciaemocionalmente
difícilm). Isso porque aresponsabilidade precocemente imposta a ela, paralela a
um
processo de amadurecimento, aindaem
curso, traduz-seem uma
dificuldadede
se assumir tal papel, e os encargos a elearraigadosm). Associado a isso, a instabilidade das relações conjugais
vem
contribuir para a ocorrênciade
prejuízos emocionais e atémesmo
à ocorrência de transtornos deordem
afetiva,tudo isso dentro
de
um
ambiente familiarpouco
acolhedor, ainda conturbado pela notíciada
gravidez, de
um
modo
geral,não
esperada. Atente-se para o fato deque
alguns estudos trazem a ocorrência demaior
risco para os filhosserem
vítimasde
maus-tratos, especialmente nosDentre os prejuízos emocionais associados à maternidade precoce citam-se a baixa
auto-estima, a ausência
de
apoio familiar, a vivênciade
um
alto nível de estresse, poucas expectativas frente ao futuro e a presença de sintomas depressivos.De
acordocom
Bamet
etal.(33), a prevalência
de
sintomas depressivos durante a gestaçãopode
variar de44
a59%,
sendo
comuns
em
gestantes adolescentes. Sabroza et al.(32) apontaramem
estudoque
23%
das puérperas adolescentes apresentavamuma
auto-valorização negativa, sendoque
tal proporçãofoi maior,
31%,
em
adolescentes cujas famílias reagirammal
à gestação,bem
como
naquelasque
seencontravam
forada
escolaquando do
evento e naquelasque
haviam
tentado o aborto.Contudo, vale ressaltar
que
alguns autores evidenciaram aspectos psicológicos positivos relatados por adolescentes femininas diante deuma
gestação precoce: a possibilidade deconcretização
do sonho de
casamento, a autonomiaeconômica
e socialda
família de origem, a necessidade de auto-afirmação(14).Além
disso, paraalgumas
adolescentes amatemidade
parece ser
uma
experiência gratificante(34).Nesse
contexto, para agrupar dadosque
dizem
respeito a esta problemática, oMinistério
da Saúde
desenvolveuum
Sistemade
Informação sobre NascidosVivos
-
oSINASC,
que
faz partedo
seuGrupo de
Estatísticas Vitais, sendo aquele oficializadoem
1990.' Tal instrumento
de
estatística' governamentalcontêm
algumas
infonnações sócio-demográficas
e médico-biológicas sobre as mães,além
de outras variáveis relacionadas à gestação, ao parto e às condições dos nascidos vivosm).Como
instrumentode
captaçãode
dados, o
SINASC
utiliza a Declaraçãode
NascidosVivos (DNV), que
consta de três vias, das quaisuma
éencaminhada
à Diretoria Regional deSaúde
e as outras duas são entregues àmãe
parafim
de
registro civilem
cartório e apresentaçãono
serviçode
saúdena
primeira consulta.Por
fim
e diantedo
exposto acima, pode-se inferirque
a gestação precoce e ascondições
de
nascimentos derecém
nascidos filhos demães
adolescentes constituemum
binômio
médico-socialde ampla
magnitude, quemerece
a atenção por parte dos estudiosos,no que
diz respeito à necessidadede
se desenvolverem estudos de todas as condiçõesassociadas, e
com
isso propormedidas
de impacto para a soluçãode
problemas correlatos,3.
OBJETIVOS
Geral: -
`
'
Identificar e descrever características sócio-econômicas e médico-biológicas
associadas a gestações
em
adolescentes,na
faixa etária de 10 a 19 anos, eem
adultas jovens,na
faixa etáriade 20
a24
anos,em
Florianópolis,em
2002
e 2004.Específicos:
Descrever e
comparar
as taxas de prevalência de gestaçõesna
adolescênciaem
2002
e2004,
em
Florianópolis.Descrever e
comparar
as taxas de escolaridade das gestantes adolescentes e adultasjovens
mães
de nascidos vivosem
2002
e 2004,em
Florianópolis.Descrever e
comparar
as taxasde
freqüência ao pré-natal das gestantes adolescentes e adultas jovensmães
de
nascidos vivosem
2002
e 2004,em
Florianópolis.Descrever e
comparar
as taxasde
prematuridade dos nascidos vivos das adolescentes e adultas jovensem
2002
e 2004,em
Florianópolis._ Descrever e
comparar
as taxas de baixo peso ao nascer, dos nascidos vivos das
adolescentes e adultas jovens
em
2002
e 2004,em
Florianópolis. ' ' à4.
MÉTODO
Realizou-se
um
estudo epidemiológico de corte transversal,de cunho
descritivo eanalítico,
com
baseem
dados colhidos junto ao Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos,SINASC,
atravésda
Secretariade Saúde do
Estadode
Santa Catarina. Tais dadosforam
coletados a partir
da
Declaraçãode
NascidosVivos
(DNV),
dos recém-natos filhos demães
residentes
no
municípiode
Florianópolis,no
ano de2002
e de 2004, preenchidas porauxiliares
de
enfermagem
dos hospitaisem
que
ocorreram os partos.Foram
incluídosna
pesquisa todos os nascidos vivos demães
na
faixa etária de 10 a24
anos, residentesno
município de Florianópolis,no
ano de2002
e de 2004,com
gestaçãoúnica, sendo excluídos
do
estudo os abortos, fetos mortos e gestações múltiplas,uma
vezque
esta está relacionada ao baixo peso ao nascer e à prematuridadem).Os
dados foram coletadosatravés
do
SINASC
via Secretariade Saúde do
Estado de Santa Catarina.A
populaçãoem
estudo
compôs-se
de4245
nascidos vivosde
mães
entre 10 a24
anos.Em
2002 foram 2302
nascidos vivos,
que foram
divididosem
três gruposde
estudosegundo
faixa etária materna, asaber,
um
grupocom
20
nascidos vivos demães
com
idadede
10 a 14 anos,um
grupocom
874
nascidos vivosde
mães
entre 15 e 19 anos,ambos
correspondendo ao grupode
nascidosvivos de
mães
adolescentes,segundo
definição daOMS;
eum
grupocom
1408 nascidos vivosde
mães
entre20
e24
anos, correspondendo ao grupo de nascidos vivos demães
adultasjovens.
Os
nascidos vivos de 2004, 1943,foram
divididosem
três grupos de estudo, a saber,um
grupocom
22
nascidos vivos demães
com
idade entre 10 e 14 anos,um
grupocom
677
nascidos vivos
de
mães
com
idade entre 15 a 19 anos, e porfim
um
grupocom
1244
nascidos vivosde
mães
com
idade entre20
a24
anos.O
estudocomparou
o grupode
recém-natosde
adolescentescom
o grupo de recém-natos de adultas jovens, e
comparou
os dois subgrupos de recém-natosde
adolescentes entresi,
em
2002
eem
2004,no que
diz respeito às variáveis relacionadas àmãe
(faixa etária, escolaridade e freqüência à assistência pré-natal), e relacionadas ao recém-nascido (idade gestacional e peso ao nascer).A
variável faixa etária foi definida,segundo
critériosda
OPAS05)
em
2 categorias: afaixa etária adolescente, entre lO e 19 anos, sendo esta dividida
em
outras duas subcategorias,10 a 14 anos e 15 a 19 anos, e a faixa etária adulta
jovem, 20
a24
anos, tanto para2002
como
para 2004.
A~ variável escolaridade foi categorizada
em
nenhum
ano de estudo,menos
de
oitoanos
de
estudo, correspondendo ao primeiro grau incompleto, emais de
oito anosde
estudo,correspondendo ao primeiro grau completo,
conforme
disponibilizado peloSINASCQ).
A
freqüência às consultas pré-natais foi categorizadaem
nenhuma
consulta, 1 a 3consultas,
4
a 6 consultas e 7ou mais
consultas,conforme
disponibilidade de informaçãono
banco de
dadosdo
SINASC(9).Por
critérios de agrupamento, norteadosno que
preconiza oMinistério
da Saúde
a respeitode adequada
freqüência ao pré-natal, esta variável foi sub- categorizadaem
dois grupos, insuficiente (O a 6 consultas), e suficiente (7ou
mais).O
peso ao nascer foi categorizadoem
peso suficiente,maior
ou
igual a2500 gramas
einsuficiente,
menor
do
que 2500
gramas,de
talmodo
que
este configuracomo
baixo peso aonascer
(BPN),
segundo definiçãoda
American
Academy
of
Pediatricsm).`
Por
fim
a idade gestacionaldefiniu-secomo
a termo (37 a '41 semanas) e pré-termo (22 a36
semanas),segundo
definiçãoda
American
Academy
of
Pediatricsm),não
interessando para o estudo os pós-termos.
Os
dadosforam
compilados e tabulados peloprograma
Microsoft Excel2000®
e analisados peloprograma
Epi-Info 6.0®. Para a análise estatística, usou-se o testedo
qui-quadrado para
comparar
proporções, cujo nívelde
significância foi de p<0,05,com
intervalo5.
RESULTADOS
No
ano
de 2002,foram
registrados,no
SINASC,
5.229 nascidos vivos demães
residentes
em
Florianópolis, sendo894 (17%)
onúmero
de
recém-natos demães
adolescentes.
A
população feminina total segundoIBGE,
nessemesmo
ano, foi estimadaem
186.058, sendoque
18%
(33.5l8)correspondem
à população feminina adolescente.Do
mesmo
modo,
125.576 foi a população femininaem
idade fértil (10 a49
anos),correspondendo a
um
percentual de 67,5%.Em
2004, registraram-se,no
SINASC,
4825
nascidos vivos demães
residentesem
Florianópolis, sendo699
recém-natosde
mães
adolescentes, correspondendo aum
percentualde 14,5% do
totalde
nascidos vivos. Para estemesmo
ano, a população feminina totalestimada foi de 194.804 mulheres, das quais
18%
respondem
pela população femininaadolescente, e 131.480 pela população feminina
em
idade fértil,em
tornode
67,5%.Segundo
alguns indicadoresdemográficos
básicos,em
Florianópolis,no
ano 2002, aproporção
de
nascidos vivoscom
baixo peso ao nascer foi de8%
(403), e a taxa de prematuros foi de6%
(334).Em
2004, a proporçãode
nascidos vivoscom
baixo peso aonascer foi
de
8%
(367), e a taxa de prematurosficou
em
tomo
de7%
(331).Dentre os nascidos vivos de
mães
entre 10 a24
anos,em
2002,39%
eram
filhos demães
com
menos
de20
anos de idade e61%
eram
filhos de adultas jovens.No
que
dizrespeito à distribuição dos nascidos vivos entre a faixa etária adolescente,
2%
eram
filhosde
mães
entre 10 a 14 anos, enquanto98%
eram
filhosde
mães
entre 15 a 19 anos.Em
2004,36%
dos nascidos vivoseram
filhosde
mães
entre 10 a 19 anos, e destes,3%
eram
filhosde
A
tabela 1demonstra
a distribuição de nascidos vivos filhosde
adolescentes e deadultas jovens,
em
2002
e 2004,em
Florianópolis eem
outras regiões.Em
2002
a prevalênciade
nascidos vivosde
mães
adolescentes,em
Florianópolis, foi de17%,
eem
2004
de 14,5%,(p=0,0003). .
Tabela
1:Distribuição
de nascidos
vivos
(n°e
percentual),segundo
localde
residência e
faixa etáriada mãe,
em
2002
e
2004.
faixa etária (anos)
Ano
Local
nO10al4
nOl5al9
%
20
a24
Total nO
%
nO BrasilRegião
Sul StaCatarina
Florianópolis 61â
27.664 3.253 56120
665.437 79.946 16.488874
21,8 19,7 19,2 16,7 966.483 113.622 24.597 1.408 31,6 28,0 28,7 26,9 3.059.402 406.1 16 85.730 5.229 ¬,. StaCatarina
°
Florianópolis500
22
15.004677
18,2 14,0 23.344 1.244 28,4 25,8 82.286 4.825As
tabelas 2 e 3 discorrem sobre a situaçãode
escolaridade dasmães
adolescentes e adultas jovens,em
Florianópolis e Santa Catarina, nos anos de2002
e 2004.Na
comparação
das
mães
de
15 a 19 anoscom
asmães
de
20
a24
anosem
Florianópolis, 2004, observou-seque
49%
das adolescentes e63%
das adultas jovens concluíram o primeiro grau,com
p<0,0001.z
Comparando
as adolescentes entre 15 a 19 anos, notou-seque
59%,
em
2002,não
tinham
completado
o ensino fundamental contra49% em
2004,com
p<0,0001.Quando
compararam-se
asmães
entre 15 a 19 anosde
Florianópolis e Santa Catarina,em
2004,não
senotou diferença estatística entre elas,
em
relação ao graude
escolaridade.Tabela
2:Distribuição percentual
dos
nascidos vivos
segundo
escolaridade e
faixa etária
da
mãe
nos
anos
2002
e
2004
em
Florianópolis/SC.
*ÍAno
faixa etária (anos)nenhuma
menos
que
8mais
que
8 escolaridadeda
mãe
(anos)ignorado
10 a 14 15 a 1920
a24
Total2002
5,0 0,5 0,7 0,7 90,0 58,8 46,7 51,7 39,1 49,9 45,4 5,0 1,6 2,7 2,3 _10z¿z141sa19
20a24
Total2004
0,4 0,4 0,4 100,0 48,6 34,2 39,9 49,3 63,2 57,6 1,6 2,3 2,0FONTE:
SINASC, Secretaria de Saúde, SC, 2002/2004Tabela
3:Distribuição percentual
dos
nascidos
vivos
segundo
escolaridade e
faixa etária
da
mãe
nos
anos
2002
e
2004
em
Santa
Catarina. escolaridadeda
mãe
(anos)Ano
faixa etária (anos)nenhuma
menos que
8mais
que
8ignorado
10 a 14 15 a 19
20
a24
Total2002
1,1 0,6 0,9 0,8 97,9 55,7 51,5 53,8 43,1 46,9 44,8 1,1 0,6 0,7 0,7 10 a 14 15 a 1920
a24
Total2004
0,4 0,4 0,6 0,5 97,6 45,9 41,5 43,9 0,2 53,1 57,2 54,9 1,8 0,6 0,7 0,7FONTE:
SINASC, Secretaria de Saúde, SC, 2002/2004No
que
tange à freqüência às consultas de pré-natal, tabela 4,em
Florianópolis, 2004,49%
das adolescentesde
10 a 19 anos e39%
das adultas jovens freqüentaramde
modo
insuficiente o pré-natal (p<0,000l).
Em
Santa Catarina, 2004, tabela 5,48,5%
das adolescentesde
10 a 19 anos e41%
das adultas jovens freqüentaram demodo
insuficiente opré-natal (p<0,000l).
No
Brasil, 2002, tabela 6,58%
das adolescentesde
10 a 19 anos e52%
das adultas jovens freqüentaram
de
modo
insuficiente o pré-natal (p<0,000l).Em
Florianópolis, 2004,
50%
das adolescentesde
10 a 14 anos e49%
das adolescentesde
15 a 19anos freqüentaram
de
modo
insuficiente o pré-natal (p<0,7244).Em
Santa Catarina, 2004,56%
das adolescentesde
10 a 14 anos e48%
das adolescentes de 15 a 19 anos freqüentaramde
modo
insuficiente o pré-natal (p=0,0003). Entre2002
e 2004,em
Florianópolis,não
houve
diferença entre as adolescentes
mães
de nascidos vivosno que
diz respeito- à freqüência aopré-natal (p=0,1256).
Tabela
4:Distribuição
(n°e percentual)
dos nascidos vivos
segundo
número
de
consultas
de_ pré-natale
faixa etáriada mãe,
em_2002
e2004,
em
Florianópolis.faixa etária (anos)
Ano
10 z 14 15 z 1920
a24
Totaln
consultasE
1 a 3 4 a 6 7 e+
Ignorado
2002 l\)\lO'\-Íä*-^20
0 30,0 35,0 10,0 42,9 43,5 3,5673
41 39,2 47,8 2,9 ° °%
n°%
n°%
n°%
Nenhuma
5,0 17 1,9 18 1,336
1,6 , 71 8,1 124 8,8 199 8,6375
552
933
0, 1.06074
4 5 46,0 3,2 Total l\JO 100,0 100,0 1.4 08 100,0 2.302 100,0Nenhuma
1 a 3 4 a 6 7 e+
Ignorado
2004' l\J\OO\UJl\J 9,1 . 13,6 27,3 40,9 9,1 1,9 10,5 36,6 47,1 3,8 14 101370
708
51 1,1 8,1 29,7 56,9 4,129
175624
1.03679
1,5 9,0 32,1 53,3 4,1 Total22
100,0 100,0 1.244
100,0 1.943 100,0Tabela
5:Distribuição
(n°e percentual)
dos nascidos
vivos
segundo
número
de
consultas
de
pré-natale
faixa etáriada mãe,
em
2002
e
2004,
em
Santa
Catarina. n° consultasfaixa etária (anos)
A110 10 z 14 15 z 19
20
z24
Tflffll nO%
nO%
nO%
nO%
_nenhuma
1 a 34
a 6 7 e+
ignorado
2002247
228
2,0 12,5 44,0 40,6 1,1289
1.554 7.100 7.503 148 1,7 42,8 45,2 0,9 9,4327
1.775 9.475 13.015204
1,3 7,2 38,2 52,5 0,8627
3.399 16.822 20.746358
1,5 8,1 40,1 49,5 0,9 Total 1 100,0 16.594 100,0 ` 24.796 100,0 41.952 100,0nenhuma
1 a3 4 a 6 7 e+
ignorado
2004213
212
3,0 10,8 42,5 42,3 1,4 181 1.131 5.955 7.637 152 1,2 7,5 39,6 50,7 1,0 231 1.326 7.996 13.669 223 1,0 5,7 34,1 58,3 1,0427
2.511 14.164 21.518382
1,1 6,4 36,3 55,2 1,0 Total 501 100,0 15.056 100,0 23.445 100,0 39.002 100,0FONTE:
SINASC, Secretaria de Saúde, SC, 2002/2004Tabela
6:Distribuição
(n°e percentual)
dos nascidos vivos
segundo
número
de
consultas
de
pré-natale
faixa etáriada mãe,
em
2002,
Brasil.n° consultas
faixa etária (anos)
A110 10 z 14 15 a 19
20
a24
n°%
n°%
n°%
Total nO%
2002nenhuma
1.540 5,6 29.498 4,4 36.776 1 a 3 4.776 17,3 90.188 13,6 108.124 11,24
a 6 11.295 40,8 266.728 40,1 358.799 37,1 7 e+
9.390 33,9 263.367 39,6 438.292 45,3ignorado
663
2,4 15.656 2,4 24.492 3,8 2,5 67.814 203.088 636.822 711.049 40.811 4,1 12,2 38,4 42,8 Total 27.664 100,0 665.437 100,0 966.483 100,0 1.659.584 1.00, 2,5Quanto
à idade gestacional,em
Florianópolis,2004
(tabela 7), os nascidos vivosde
mães
de
10 a 19 anos apresentaram9,5%
de prematuridadecomparados
aos nascidos vivos deadultas jovens,
6%,
com
p=0,0087. Para Santa Catarinaem
2004, tabela 8,8%
dos nascidosvivos
demães
de
10 a 19 anoseram
prematuros, contra6%
dos nascidos vivos demães
adultas jovens (p<0,0001). Para o Brasil, 2002,
7%
dos
nascidos vivosde
mães
adolescenteseram
prematuros contra6%
de
prematuridade dos nascidos vivosde
mães
adultas jovens,com
p<0,0001.
Em
Florianópolis, 2004,13,6%
dos nascidos vivos dasmães
de 10 a 14 anoseram
prematuros e
9%
dos nascidos vivos dasmães
de
15 a 19 anoseram
prematuros (p=0,1864).Em
Santa Catarina, 2004,10%
dos nascidos vivos dasmães
de 10 a 14 anos e7,6%
dos nascidos vivos dasmães
de
15 a 19 anoseram
prematuros,com
significância limítrofe(p=0,051). Entre
2002
e 2004,em
Florianópolis,não
houve
diferença nas taxasde
prematuridade entre os filhos das adolescentes (p=0,2539).
Tabela
7:Distribuição
(n°e percentual)
dos
nascidos vivos
segundo semanas de
gestaçãoe
faixaetáriadamãe,
em
2002
e
2004,
em
.Florianópo1is. _A
faixa etária (anos)
A110 10 a 14 15 a 19
semanas
gest. n‹›%
no%
no%
nO20
a24
Total%
menos
que
37
2 10,0 68 7,8 8837
ou
mais
18 90,0798
91,31309
ignorado
- - 8 0,9 11 2002 6,3 93,0 0,8 1582125
19 6,9 92,3 0,8 Total20
100,0874
100,0 1.408 100,0 2.302 100,0menos
que
37
3 13,6 63 9,3 7737
ou
mais
19 86,4608
89,81154
ignorado
_ '- - 6 0,9 13 2004 6,2 92,8 1,0 143 1781 19 7,4 91,7 1,0 Total22
100,0 z677
100,0 1.244 100,0 1 .943 100,0Tabela
8:Distribuição
(n° epercentual)
dos
nascidos vivos
segundo
semanas de
gestação
e
faixa etáriada mãe,
em
2002
e
2004,
em
Santa
Catarina.2002
faixa etária (anos)
A110 10 a 14 15 z 19
20
a 24 Total .semanas
gest. ¡¡°%
n°%
n°%
¡¡°%
menos
que
37
72
12,8 1199 7,21424
5,7 - A 2695. 6,437
ou
mais
487
86,715344
92,523298
94,039129
93,3ignorado
3 0,5 51 0,374
0,3 128 0,3 Total562
100,016.594100,0
24.796 100,0 41.952 100,0menos
que
37
50
10,0 1150 7,61456
6,22656
6,837
ou
mais
448
89,4 13853 92,021916
93,536217
92,9ignorado
3 0,6 53 0,4 73 0,3 129 0,3 2004 Total 501 100,015.056100,0
23.445 100,0 39.002 100,0FONTE:
SINASC, Secretaria de Saúde, SC, 2002/2004Tabela
9:Distribuição
(n°e percentual)
dos
nascidos vivos
segundo
semanas de
gestação
e
faixa etáriada mãe,
em
2002,
Brasil.. faixa etária (anos)
~ ' - 10 a 14 15 zz 19 ' › 20 a 24 ' T°tfll
Ano
semanas
gest. nfl 0/0 n‹› 0/0 n° o/0 no%
menos
que 37 2.819 10,2 46.059 6,9 55.636 5,8 104.514 6,337
ou
mais 24.479 88,5 611.702 91,9 899.522 93,1 1.535.703 92,5ignorado
366
1,3 7.676 1,2 11.325 1,2 19.367 1,22002
Total 27.664 100,0 665.437 100,0 966.483 100,0 1.659.584 100,0
Quanto
ao peso ao nascer,em
Florianópolis,2004
(tabela 10),13%
dos nascidos vivosde
mães
de
10 a 19 anoseram de
baixo peso ao nascer;7%
dos nascidos vivos de adultasjovens
eram
de baixo peso ao nascer (p<0,0001). Para Santa Catarinaem
2004, tabela 11,9%
dos nascidos vivos de
mães
de 10 a 19 anoseram
de baixo peso ao nascer, contra7%
dos nascidosvivosde
mães
adultas jovens (p<0,0001). Para o Brasil, 2002,9%
dos nascidos vivosde
mães
adolescenteseram
de baixo peso ao nascer contra7%
de baixo peso ao nascer dos nascidos vivos demães
adultas jovens,com
p<0,000l.Em
Florianópolis, 2004,18%
das adolescentesde
10 a 14 anos e12%
das adolescentes de 15 a 19 anoseram
de baixo peso aonascer (p<0,6334).
Em
Santa Catarina, 2004,12%
das adolescentes de 10 a 14 anos e9%
das adolescentesde
15 a 19 anoseram de
baixo peso ao nascer (p=0,0020). Entre2002
e 2004,em
Florianópolis,houve
reduçãocom
diferença estatística das taxas de baixo peso ao nascerentre os filhos das adolescentes (p=0,0415).
Tabela
10: Distribuição
(n°e percentual)
dos
nascidos
vivos
segundo
peso ao
nascer (gramas) efaixa
etáriada mãe,
em
2002. e
2004,
em
Florianópolis.faixa etária (anos)
A110 10 a 14 15 z 19
20
z24
Total P950 n°%
n°%
n°%
n°%
<2500
3 15,0 81 9,3 100 7,1 184 8,0 2500 17 85,0793
90,7 1308 92,92118
92,0 2002 Total20
100,0874
100,0 1.408 100,0 2.302 100,0<2500
4
18,284
12,480
6,4 168 8,6 2500 18 81,8593
87,6 1164 93,6 1775 91,4 2004 Total22
100,0677
100,0 1.244 100,0 1.943 100,0Tabela
11: Distribuição
(n° epercentual)
dos
nascidos
vivos
segundo
peso ao
nascer (gramas)
e faixa
etáriada mãe,
em
2002
e
2004,
em
Santa
Catarina.Ano
.
peso
faixa etária (anos)
10a14
l5al9
20a24
n°
%
n°%
n°%
Total n°%
` . ..<2500
2500
ignorado
200276
13,5 V 1593 9,6 1812 7,3485
86,314992
90,3
22964-
92,6 1 0,2 9 0,120
0,13481
8,338441
91,630
0,1 Total562
100,016.594100,0
24.796 100,0 41.952 100,0<2500
2500
ignorado
200462
12,4 1401 9,3438
87,413644
90,621818
1 0,2 11 0,1 9 1618 6,9 93,1 0,0 3081 7,935900
92,0 21 0,1 Total 501 100,0 15.056 100,0 23.445 100,0 39.002 100,0FONTE:
SINASC, Secretaria de Saúde, SC, 2002/2004Tabela
12: Distribuição
(n°e percentual)
dos nascidos
vivos
segundo
peso ao
nascer (gramas)
e faixa
etáriada mãe,
em
2002,
Brasil.0
faixa etária (anos)
A119 -
10
z 14 - 15 zz 19 ' -20
z24
Total n°%
n°%
n°%
n°%
P680
2002ignorado
<2500
3.644 13,2 61.653 9,3 70.347 7,3 135.644 8,22500
23.830 86,1 599.090 90,0 889.038 92,0 1.511.958 91,1 190 0,7 4.694 0,7 7.098 0,7 11.982 0,7 Total 27.664 100,0 |665.437 100,0 966.483 100,0 1.659.584 100,0ó.
DISCUSSÃO
O
presente trabalhodemonstrou
uma
queda
nas taxas de nascidos vivos filhos demães
adolescentes
em
Florianópolis de17%
em
2002
para14,5%
em
2004.Também
anotou taxasmenores de
gestações precocescomparadas
a outras localidades brasileiras(2'4”'°`l3), ereafirmou
uma
tendênciade
baixas taxas dematemidade
em
idade adolescentena
região Suldo
país(“'12), principalmentecomparada
àsmédias
nacionais e de regiõesmenos
favorecidascomo
oNorte
e Nordeste brasileiros(2”4).De
acordocom
os dados a cercada
escolaridade, a ausência desta variávelno banco de
dados
do
DATASUS,
não
permitiuuma
comparação
da realidade brasileiracom
a realidadede
Florianópolis.Além
disso, vale ressaltarque
diantedo
ponto de corte adotado paraescolaridade, a saber, ensino fundamental incompleto,
ou
menos
de oito anosde
escolaridade,ficou
dificultada a avaliação desta variável dentroda
faixa etáriade
10 a 14 anos,uma
vezque, nonnalmente; é
de
se esperarque
tais adolescentesnão
tenham
aindacumprido
oito anos de escolarização.De
qualquermodo,
entre as adolescentes de 15 a 19 anos de Florianópolis ede
Santa Catarina,em
2004, não se notou diferença estatística entre o graude
escolaridade,mostrando
uma
unifonnização desta condiçãocomo
um
todono
estadode
Santa Catarina.Na
evolução temporal, entre
2002
e2004
as adolescentesde
15 a 19 anos de Florianópolisreduziram significativamente (p<0,000l) as taxas
de
escolarização abaixode
oito anos.No
entanto,quando
as adolescentesde
15 a 19 anosforam comparadas
com
as adultas jovens,notou-se forte associação estatística (p<0,000l) entre
matemidade
precoce e baixaescolaridade, reafirmando os achados
da
literat11ra(8'1°'l3”14), contudo, tal trabalho, pelo carátertransversal,
não pode
inferir se a baixa escolaridade é causaou
conseqüênciade
gestações precoces.O
estudotambém
mostrou
menores
taxasde
baixa escolarização das adolescentesde
10 a 19 anos,49%,
em
Florianópolis,em
2004,comparadas
com
as taxas de outrostrabalhos,
como
mostrado
em
Mariotoni&
Barros Filhom)em
que
92,6%
dasmães
adolescentes