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A importância do restauro do patrimônio, para a estação ferroviária de Paranaguá, como ferramenta para fomentar o setor turístico da cidade

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

IV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

JEFERSON DARIVA SINGER

A IMPORTÂNCIA DO RESTAURO DO PATRIMÔNIO, PARA A

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PARANAGUÁ, COMO FERRAMENTA

PARA FOMENTAR O SETOR TURÍSTICO DA CIDADE.

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2016

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A IMPORTÂNCIA DO RESTAURO DO PATRIMÔNIO, PARA A

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PARANAGUÁ, COMO FERRAMENTA

PARA FOMENTAR O SETOR TURÍSTICO DA CIDADE.

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do IV Curso de Construções Sustentáveis da Pró Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação do Departamento Acadêmico de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Construções Sustentáveis.

Orientador: Prof. Msc. Leandro Nicoletti Gilloli.

CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Sistema de Bibliotecas

FOLHA DE APROVAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO RESTAURO DO PATRIMÔNIO, PARA A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PARANAGUÁ, COMO FERRAMENTA PARA FOMENTAR O SETOR TURÍSTICO DA

CIDADE.

Por

JEFERSON DARIVA SINGER

Monografia de Especialização apresentada ao Curso de Especialização em Construções Sustentáveis, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido e aprovado em 07 de Novembro de 2015, pela seguinte banca de avaliação:

__________________________________ ___ Prof. Orientador – Leandro Nicoletti Gillioli, Msc.

UTFPR

__________________________________ ___ Profa. Tatiana Maria Cecy Gadda, PhD.

UTFPR

___________________________________ _____ Prof. Christine Laroca, Dra.

UTFPR

UTFPR - Deputado Heitor de Alencar Furtado, 4900 - Curitiba - PR Brasil

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“A rosa que desabrocha Entre as luzes de um festim, Diz á rainha da festa: Lembra-te sempre de mim! Embora murcha ella acorda Doces lembranças de um dia, Pisada, ainda ella esparge Perfumes de poesia!

E quando o tempo iracundo Deixe seu calix mirrado, Nas suas folhas sem vida Guarda um poema encantado! Filha dos cantos e luzes Que desatou a alvorada, A triste rosa de um dia Embora murcha, é sagrada!” (Julia da Costa)

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RESUMO

Em meio às adversidades da superfície o homem seleciona o local mais adequado, por oferecer recursos hídricos, minerais e alimentares, para construir abrigo para si e sua prole, vivendo em comunidade quando encontra outros indivíduos que comunguem dos mesmos costumes, defendendo desta maneira sua liberdade e defendendo-se mutuamente dos perigos naturais. Desta maneira surgem diversos grupos, cada qual, com seus costumes, religiões e linguagens. Como diferentes povos possuem diferentes recursos nas regiões onde fixaram residências surgem relações de escambo, onde povos que são ricos em alimentos trocam gêneros alimentícios por minerais. Para organizar o coletivo surgem relações políticas, regras de conduta, soldados, meios de transporte, muralhas para proteção contra invasão de outros povos. As diferentes construções e fortificações levavam em sua concepção a identidade de seu povo.. Comparando os estudos de caso retirados da bibliografia com a realidade do Município de Paranaguá, o presente trabalho se propõe a identificar os pontos positivos que a Cidade possui e que podem ser utilizados, de forma favorável a revitalização do centro histórico, atraindo o potencial turísticos voltado ao turismo cultural e desta forma gerando emprego e renda para a população local. Num cenário global tão voltado a restaurar o patrimônio para vendê-lo ao mercado turístico, de forma estética e superficial, torna-se desejável conciliar à diversidade de usos, respeitando a população local, atraindo visitantes valorizando as relações culturais construídas, prezando pela beleza das formas reintegrando a edificação a sociedade.

Palavras-chave: Patrimônio da humanidade; Restauro do patrimônio; Turismo Cultural; Estação Ferroviária; Paranaguá.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa temático, Rota turística Paranaguá. ... 24

Figura 2 - Acessos para Viseu. ... 28

Figura 3 - Portal dos cavaleiros... 30

Figura 4 - Portal Soar. ... 30

Figura 5 - Janela Estilo Manuelino. ... 30

Figura 6 - Janela Estilo Manuelino. ... 30

Figura 7 - Crescimento populacional de Viseu. ... 31

Figura 8 - Rua Formosa. ... 32

Figura 9 - Praça da Sé ao centro e traçado da cidade. ... 32

Figura 10 - Variação da densidade demográfica. ... 33

Figura 11 - Àrea a intervir. ... 34

Figura 12 - Estudo do traçado urbano de Viseu. ... 34

Figura 13 - Praça D. Duarte. ... 35

Figura 14 - Praça da Sé. ... 36

Figura 15 - Museu Grão Vasco. ... 36

Figura 16 - Exemplar das ruas. ... 37

Figura 17 - Largo da Misericórdia. ... 38

Figura 18 - Exemplo de edificação mais moderna. ... 38

Figura 19 - Exemplar de edificação com janelas em madeira. ... 38

Figura 20 - Resultado análise edificações. ... 39

Figura 21 - Casa Agostinho Alves Ramos. ... 41

Figura 22 - Casa Asseburg. ... 42

Figura 23 - Casa Pedro Muller. ... 42

Figura 24 - Casa Konder. ... 43

Figura 25 - Casa Burghadt. ... 43

Figura 26 - Casa Amaral. ... 44

Figura 27 - Gurpo Escolar Victor Meirelles. ... 44

Figura 28 - Mercado Municipal de Itajaí. ... 44

Figura 29 - Asilo Dom Bosco. ... 45

Figura 30 - Limites do Centro Histórico do Município de Itajaí, SC. ... 45

Figura 31 - Mapa de Santa Catarina, Regiões. ... 46

Figura 32 - Estação Ferroviária (Original). ... 50

Figura 33 - Localização, Paranaguá. ... 51

Figura 34 - Centro Histórico de Paranaguá. ... 52

Figura 35 - Exemplares do patrimonio restaurados. ... 53

Figura 36- Roteiro Turismo Cultural em Paranaguá. ... 54

Figura 37 - Croqui da Estação Ferroviária. ... 57

Figura 38 - Vista Estação Ferroviária Paranaguá. ... 65

Figura 39 - Taxa de Ocupação Hoteleira. ... 68

Figura 40 - Fluxo da Cadeia Produtiva do Turismo. ... 69

Figura 41 - Taxa de Crescimento dos Empregos Formais na Cadeia Produtiva do Turismo no Litoral do Paraná. ... 69

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 - Estação Ferroviária de Paranaguá. ... 21

Imagem 2 - Estação Ferroviária de Paranaguá. ... 21

Imagem 3 - Prédio Histórico da Poligonal Histórica. ... 22

Imagem 4 - Praça da Igreja Nsa. Sra. do Rosário. ... 22

Imagem 5 - Centro Histórico Paranaguá, passeios náuticos. ... 23

Imagem 6 - Centro Histórico de Paranaguá ... 23

Imagem 7 - Atual Estação Ferroviária de Paranaguá. ... 51

Imagem 8 - Frontão, composto por colunas dóricas. ... 56

Imagem 9 - Fachada. ... 58

Imagem 10 - Janelas (estado atual). ... 58

Imagem 11 - Janela (estado atual). ... 59

Imagem 12 - Platibandas balaustradas. ... 59

Imagem 13 - Estrutura para cobertura, Plataforma. ... 60

Imagem 14 - Estado atual do Hall da Estação Ferroviária de Paranaguá. ... 60

Imagem 15 - Portas da Estação Ferroviária de Paranaguá. ... 61

Imagem 16 - Características do Piso do Hall. ... 61

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição Pontos roteiro para turismo cultural. ... 56

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LISTA DE ABREVIATURAS

ALL América Latina Logística CNTUR Conselho Nacional de Turismo EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional FUMTUR Fundação Municipal de Turismo

FUNGETUR Fundo Geral de Turismo MTUR Ministério do Turismo

OMT Organização Mundial do Turismo

ONU Organização Mundial das Nações Unidas PR Paraná

PRODETUR Programa do desenvolvimento do Turismo no Sul do Brasil PNT Plano Nacional do Turismo

RFFSA Rede Ferroviária Federal

RPC Rede Paranaense de Comunicação RVPSC Rede de Viação Paraná Santa Catarina

SAMASA Serviço Autônomo Municipal de Água e Saneamento Ambiental SANTUR Santa Catarina Turismo S/A

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10 1.1. OBJETIVOS 11 1.1.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 11 2. METODOLOGIA 12 2.1. REVISÃO DA LITERATURA 13 2.1.1. CONCEITO DE PATRIMÔNIO 13 2.1.2. TURISMO CULTURAL 16 2.1.3. RESTAURO 25

3. EXEMPLOS RETIRADOS DA BIBLIOGRAFIA 28

3.1. EXEMPLO 01 – RESTAURO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE VISEU 28

3.2. EXEMPLO 02 – RESTAURO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL DE ITAJAÍ. 40

3.3. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS EXEMPLOS 01 E 02 48

4. PARANAGUÁ, ESTUDO DE CASO REAL. 49

5. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS EXEMPLOS BIBLIOGRÁFICOS E O CASO DE

PARANAGUÁ 71

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1. INTRODUÇÃO

O homem como ser pensante e capaz de modificar o espaço em que habita, procura constantemente conhecer a si próprio, buscando em artefatos, artes e edificações, fatores capazes de fazer-lhe compreender sua essência.

Na linha cronológica da evolução, desde a época das cavernas, são encontrados elementos deixados pelos ancestrais, como testemunho de sua passagem pelo mundo. Compreende-se como testemunhos desenhos rupestres, edificações, manuscritos, esculturas, pinturas, gravuras, afrescos, muralhas e castelos, que na sua concepção surgiram para atender uma necessidade eminente, seja de contagem, controle sobre os bens, passa tempo, abrigo, proteção ou templos de adoração. A partir de determinado tempo na história passaram a ser interpretados por historiadores e artistas como amostras, de forma a serem quarteados e selecionados como testemunhos que evidenciavam os costumes de determinados povos em épocas passadas. Edificações tombadas como patrimônio, como a estação ferroviária de Paranaguá, por exemplo, foram selecionados e catalogados como forma de manterem-se preservados para que as próximas gerações pudessem contemplar o exemplar vivo de seu passado distante, tendo a oportunidade de melhor compreender sua história, cultura e valores.

A preservação de um patrimônio requer manutenções, adequações, a utilização moderna sem descaracterizar fisicamente a edificação, tal processo necessita de recursos financeiros. Uma forma encontrada para trazer tais recursos foi federalizar a propriedade destes exemplares e abri-los para visitação turística, tornando-os desta forma habitados numa proposta de agregar valor cultural e econômico, que justificam sua permanência em locais visados pela especulação imobiliária.

Visualizando a necessidade de conservar testemunhos do passado como fonte de conhecimento para as gerações futuras, e como forma de fortalecer a economia local através do turismo, o presente trabalho busca fazer uma análise sobre a importância do restauro da Estação Ferroviária de Paranaguá para fomentar o turismo local.

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1.1. OBJETIVOS

Compreender a importância do restauro do patrimônio histórico como ferramenta para revitalizar os centros históricos das cidades que os abrigam e fomentar o setor de turismo cultural através de roteiros que se criam devido à triangulação dos edifícios restaurados, servindo também como exemplar de aplicação do conceito de sustentabilidade cujo princípio é utilizar os recursos atuais e garantir sua preservação para as gerações futuras.

1.1.1. Objetivos Específicos

Constitui-se objetivo específico do presente estudo:

a) Entender o contexto de patrimônio, restauro e turismo através da bibliografia;

b) Retirar da bibliografia exemplos nacionais e internacionais de patrimônios restaurados para a utilização moderna, que colaboraram para a revitalização de centros históricos; c) Promover uma discussão acerca dos dados coletados na

bibliografia;

d) Traçar um comparativo entre os dados bibliográficos e o exemplo real apontando o lado positivo do restauro da estação ferroviária para o Município de Paranaguá.

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2. METODOLOGIA

O presente trabalho valeu-se da bibliografia para propiciar melhor compreensão dos termos patrimônio histórico, turismo cultural e restauro, buscando evidenciar a importância do restauro do patrimônio histórico como forma de preservar a história e a cultura de um povo, através da revitalização dos centros históricos das cidades e contribuindo para fomentar a economia local através do turismo cultural.

A análise valeu-se do estudo de caso da contribuição que o restauro do patrimônio histórico trouxe para a região onde ele estava inserido, utilizando-se de dados bibliográficos que citam como exemplo a Cidade de Viseu em Portugal e a Cidade de Itajaí em Santa Catarina. Após esta análise bibliográfica estes dados serão comparados aos dados coletados no Município de Paranaguá, Paraná, que possui um centro histórico delimitado com vários prédios tombados, sendo alguns carentes de restauro.

No estudo de caso real busca-se fazer uma análise do Município e de seu centro histórico identificando-se os principais exemplares restaurados para utilizações modernas. Através de um relatório fotográfico estuda-se a estação ferroviária, que atualmente está fora do que é conhecido como “poligonal histórica”, e está depredada e vandalizada.

Comparando os estudos de caso retirados da bibliografia com a realidade do Município de Paranaguá, o presente trabalho se propõe a identificar os pontos positivos que a Cidade possui e que podem ser utilizados de forma favorável a revitalização do centro histórico, atraindo o potencial turísticos voltado ao turismo cultural e desta forma gerando emprego e renda para a população local.

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2.1. REVISÃO DA LITERATURA

2.1.1. Conceito de Patrimônio

Analisando de forma antropológica, de acordo com a CARTA DE ATENAS, (1933) o homem é um indivíduo que busca no coletivo suprir suas necessidades individuais, pois sozinho estaria susceptível a perigos e a cair em angústias existenciais.

De acordo com a CARTA DE VENEZA, (1964), o patrimônio histórico pode ser entendido como:

Artº 1º - A noção de monumento histórico engloba a criação arquitetônica isolada, bem como o sitio urbano ou rural que são o testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Esta noção estende-se não somente às grandes criações, mas também às obras modestas que adquiriram com o tempo um significado cultural.

Em meio às adversidades da superfície o homem seleciona o local mais adequado, por oferecer recursos hídricos, minerais e alimentares, para construir abrigo para si e sua prole, vivendo em comunidade quando encontra outros indivíduos que comunguem dos mesmos costumes, defendendo desta maneira sua liberdade e defendendo-se mutuamente dos perigos naturais. Desta maneira surgem diversos grupos, cada qual, com seus costumes, religiões e linguagens. Como diferentes povos possuem diferentes recursos nas regiões onde fixaram residências surgem relações de escambo, onde povos que são ricos em alimentos trocam gêneros alimentícios por minerais. Para organizar o coletivo surgem relações políticas, regras de conduta, soldados, meios de transporte, muralhas para proteção contra invasão de outros povos. As diferentes construções e fortificações levavam em sua concepção a identidade de seu povo. (CARTA DE ATENAS, 1933).

Com a evolução surgiram locais de trabalho, olarias, mais tarde indústrias, aglomerados que se tornaram cidades, a verticalização das edificações, confinamento das moradias simples, construção de palacetes para pessoas mais abastadas, longe das aglomerações mais populares numa política de zoneamento, necessidade de planejamento, reestruturação do espaço urbano buscando salubridade. (CARTA DE ATENAS, 1933).

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Edificações tidas atualmente ou a partir de determinada época como monumento, em sua concepção foram criadas para atender uma necessidade imediata sendo posteriormente selecionadas por artistas e historiadores como testemunho histórico dentre a massa de outros edifícios existentes, a fim de fazer reviver um passado mergulhado no tempo. (RIEGL, 2008).

Através das edificações os homens transmitem sua marca, cultura e personalidade pessoal e coletiva continuamente através dos séculos. Estas construções passam a exercer nas gerações futuras valores históricos e sentimentais, por serem testemunhos do passado elencados como patrimônio humano. (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972).

De acordo com CHOAY, (2006), o patrimônio histórico pode ser entendido como uma instituição e/ou mentalidade construída pelas crenças de determinado povo num determinado tempo, com a função de proteger, abrigar e imortalizar seu passado e sua cultura.

Cronologicamente a inclusão de bens a lista de patrimônio histórico em 1837, quando se criou na França a Primeira Comissão dos Monumentos Históricos, abrangia apenas três categorias sendo elas os Remanescentes da Antiguidade as Edificações Religiosas da Idade Média e alguns Castelos. No período posterior a Segunda Guerra Mundial as inclusões abrangeram todas as formas de arte de construir, subdividindo-as por categorias conforme a técnica construtiva empregada, sendo arquitetura menor, termo italiano que caracterizava edificações privadas e não monumentais, sem a cooperação de arquitetos, a arquitetura vernacular, termo inglês que caracterizava edificações que utilizavam metodologias e materiais construtivos específicos da região onde se encontravam, e arquitetura industrial que compreendia edificações de usinas de alto forno, por exemplo. (CHOAY, 2006).

De acordo com a DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, (1972), o homem goza do direito a liberdade, igualdade e desfrutar dos recursos naturais e materiais, tendo a obrigação de usufruir e preservar tais recursos de forma a garantir o mesmo direito às próximas gerações.

De acordo com CHOAY, (2006) a conservação do patrimônio apresenta conflitos de diferentes visões sobre a edificação, desde os custos de sua manutenção e adequação, a utilização moderna até do direito de propriedade quando esta é privada, ressaltando ainda que pela mediação do

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turismo da arte, o patrimônio constituído pelas edificações representará o elo federativo da sociedade mundial.

Para justificar a preservação da edificação como um testemunho histórico, ela deve conter elementos arquitetônicos de época, constituir exemplar de uma cultura morta, coexistir harmoniosamente com o entorno e oferecer as gerações atuais condições de salubridade para que nesta edificação seja possível morar, trabalhar ou recreação. (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972).

Um monumento histórico tem como principal objetivo levar a memória de um povo, de uma cultura através dos tempos, trata-se de um registro histórico edificado constitui garantia das origens através da relação com o tempo vivido e com a memória cumprindo uma função antropológica. Um monumento fala ainda a sensibilidade estética afirmando grandes desígnios públicos denotando poder grandeza e beleza. (CHOAY, 2006).

Recursos técnicos devem ser utilizados para julgar a permanência de exemplares de um lote de edificações históricas, e um dos fatores importantes para tal tomada de decisão é a salubridade da edificação, que será oferecida aos usuários em tempos atuais. (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972).

De acordo com o Art. 216 da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

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§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

De acordo com LUCHIARI, (2005), os bens culturais tombados como patrimônio são exemplares da arquitetura colonial, igrejas, pirâmides, palácios e atualmente as vilas operárias, artesanatos e tradições imateriais.

De acordo com LUCHIARI, (2005), é possível identificar através dos monumentos históricos fortes traços culturais que representam a constituição racial e cultural de determinada localidade como, por exemplo, ao visitar uma Igreja Barroca em Minas Gerais, é possível afirmar que ali se pratica a fé católica, religiosa, mineira, levando o individuo observador a sentir-se parte integrante do patrimônio.

2.1.2. Turismo Cultural

Lazer, um direito e a prática que o indivíduo tem nas suas horas livres, quando busca dentro ou fora de sua cidade atrativos, sejam áreas verdes, museus ou prédios históricos, a distração necessária à saúde mental proporcionando-lhe alegria de viver. (CARTA DE ATENAS, 1933).

Segundo a Organização das Nações Unidas, (ONU) turista é:

“Toda pessoa sem distinção de raça, sexo, língua e religião que ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, no transcorrer de um período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem proposta de imigração.”

De acordo com IGNARA, (1999) o turismo surgiu a partir do momento em que o homem deixou de ser sedentário e passou a viajar motivado pelas necessidades comerciais surgiu o turismo, porém o turismo de negócios antecedeu o turismo de lazer.

Turismo religioso, cruzadas, com fins de levar a palavra de Deus a outros povos, o turismo da saúde que foi praticado pelos Gregos quando

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frequentavam termas, e o turismo desportivo fazem parte da economia do turismo. (IGNARA, 1999).

O capitalismo através da economia, como agente de poder, utiliza-se da semiótica para infundir na cabeça das pessoas, através das campanhas publicitárias, a necessidade de consumir bens materiais ou imateriais, como atrativos culturais dentre eles o patrimônio histórico. Este patrimônio muitas vezes é revalorizado e torna-se importante por ser projetado na mente das pessoas como uma imagem simbólica com o intuito de ser vendido para o consumo cultural agregando a ele a racionalidade econômica. (LUCHIARI, 2005).

De acordo com IGNARA, (1999), o turismo no Brasil começa com o próprio descobrimento, quando as caravelas dos exploradores aventureiros aqui chegaram. Após a divisão do território em capitanias, inicia-se o turismo de negócios. Os filhos das famílias abastadas são enviados á Europa para estudar e iniciam-se as viagens internas para exploração do ouro com as estradas e bandeiras. Na metade do século XIX surgem as viagens a vapor através da ação do Visconde de Mauá, em 1852 é fundada a Companhia de Navegação do Amazonas. As viagens ao Rio de Janeiro devido à vinda da família Real para o Brasil tornam-se mais frequentes. Surge o segmento hoteleiro, em 1858 é inaugurado o primeiro trecho ferroviário do Rio de Janeiro e em 1885 é inaugurado o trem que conduz ao Corcovado. Marechal Rondon passa a percorrer o Oeste Brasileiro com o intuito de instalar linhas de telégrafo. Apenas em 1943 surge à primeira agência de turismo do país a associação Brasileira dos hotéis é fundada em 1936 e em 1948 o SESC inaugura o Turismo Social criando sua primeira Colônia em Bertioga, litoral de São Paulo. Com relação à regulamentação da atividade apenas em 1962 o governo cria a Divisão de Turismo e Certames do Ministério da Indústria e Comércio, em 1966 cria-se o CNTUR (Conselho Nacional de Turismo), em 1971 o FUNGETUR (Fundo Geral de Turismo) e o EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo).

De acordo com IGNARA, (1999) desde 1000 a. C. o Egito já era visitado por outros povos que vinham em embarcações através do Rio Nilo ou através de luxuosas carruagens por terra, com a finalidade de contemplarem as pirâmides e participar de festividades. Nesta mesma época os Fenícios, devido

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à escassez no segmento da agricultura, estenderam relações comerciais viajando para a china e Índia. O turismo Romano já era evoluído a ponto de existirem vias dotadas de escoamento da água de chuvas, postos de troca de cavalos e hospedarias, desta forma os Romanos chegavam a percorrer distâncias de até 150 km por dia. A Ásia Menor já recebia cerca de 700 mil visitantes estrangeiros para seus espetáculos de mágica, animais amestrados e acrobatas.

Na idade média o turismo tornou-se uma grande aventura devido aos saques constantes aos quais estavam sujeitos os viajantes, as cruzadas tomam força, e em 1388 o Rei Ricardo II exigiu que os peregrinos tivessem autorização para viajar. Após o ano 1000 d. C. as viagens tornaram-se mais seguras surgiram às estradas por onde circulavam carroças e carruagens e por onde circulavam peregrinos. (IGNARA, 1999).

Na Idade Moderna com a evolução do pensamento e o aumento da riqueza, decorrente da Industrialização, viajar tornou-se um hábito, um meio educador, uma forma de ampliar relações comerciais. As classes privilegiadas passaram a deslocar-se para spas e regiões litorâneas e a expansão da malha ferroviária também foi um grande diferencial para esta época. Surgem agências de viagens, sociedades de hoteleiros, albergues e federações de agências de viagens. O advento da aviação foi um marco para impulsionar o setor turístico, em meados de 1958 já se contabilizavam 55 milhões de turistas internacionais. (IGNARA, 1999).

De acordo com LUCHIARI, (2005) é cada vez mais comum para o setor econômico, tratar o patrimônio histórico como uma mercadoria cultural. Os prédios históricos foram construídos de forma a reproduzir a identidade de um povo em determinada época, porém, ao atribuir-lhes novo conteúdo e funcionalidade geram-se neles outros sistemas de valores, que tem haver com a identidade contemporânea, mudando desta forma a identidade da edificação.

A identidade criada pelos sistemas de poder que se infiltram na produção cultural são os ícones da sociedade que visam reproduzi-la em forma de patrimônio histórico. (LUCHIARI, 2005).

As cidades atuais são dinâmicas, estão em constante modificação os objetos estão sempre assumindo novas funções, estes fatores tem

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acentuado a procura pelo turismo em patrimônios históricos. (LUCHIARI, 2005).

O processo de transformar o patrimônio histórico em roteiro turístico pode ser explicado pela frase de CHOAY (2006), “a mundialização dos valores e das referências ocidentais contribuiu para a expansão ecumênica das práticas patrimoniais”. E de acordo com LUCHIARI (2005), a pós-modernidade modificou os valores fazendo com que os indivíduos passassem a preferir a simulação, encenação observando o patrimônio apenas como beleza estética das formas, transformando desta forma o valor cultural em valor de mercado.

Segundo LUCHIARI (2005), os centros históricos das cidades Brasileiras passam por uma revitalização, com investimentos de diversos capitais destinados a sua apropriação, promovendo uma troca de cenário, removendo mendigos e pessoas de baixo poder aquisitivo dos centros abandonados e restaurando prédios históricos para abrigarem bares, cafés e lojas a fim de serem frequentados por pessoas economicamente privilegiadas fomentando o setor turístico.

De acordo com IGNARA (1999), o turismo pode ser encarado com uma atividade de importância relevante para o setor econômico com um faturamento anual que supera a casa de 3,5 trilhões, tendo em vista que os turistas vêm de países mais desenvolvidos financeiramente para gastar seu dinheiro com atrativos no país receptivo. O setor turístico gera empregos e renda, pois atinge mais de 52 atividades econômicas diferentes, como hotelaria, eventos e transportes, por exemplo, levando em consideração que o desemprego é um grande problema na atualidade. Outros benefícios gerados pelo turismo são incrementar a renda, incrementar o PIB, criar uma imagem externa favorável da localidade, desenvolvimento da infraestrutura existente, utilizar produtos e recursos locais, proporcionar empregos, contribuir para a diversificação da economia, estender o desenvolvimento para áreas deprimidas e melhorar a arrecadação de impostos.

De acordo com a Revista m&e (Mercado e Eventos), a OMT (Organização Mundial do Turismo), divulgou que as Américas apresentam maior crescimento do Mundo no Turismo, conforme texto abaixo:

Na cerimônia de abertura da FIT cuba 2015, Carlos Vogeler, diretor para as Américas da Organização Mundial do Turismo

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(OMT), lembrou aos visitantes que o turismo é um dos setores econômicos que crescem com mais rapidez do mundo, representando 9% do PIB mundial. O setor registrou um crescimento de 4,4% no número de viagens internacionais em 2014, contabilizando 1.1 bilhão de turistas e movimentando 1,2 bilhão de dólares.

O atrativo é o produto do turismo, desta maneira o turismo colabora para a preservação do patrimônio principalmente em cidades que apresentam poucas possibilidades de desenvolvimento econômico e social, para que a população tenha a possibilidade de usufruir lucro com a visitação turística. Devido à modernidade e a especulação imobiliária, aos altos custos de manutenção e a falta de conforto os prédios históricos sofrem riscos de serem demolidos, porém se houver lucratividade com a exploração correta dos mesmos pelo turismo sua sobrevivência é garantida, delegando ao turismo um efeito físico na paisagem. (IGNARA, 1999).

De acordo com IGNARA, (1999) lugares diferenciados são mais valorizados pelo turismo, concentrando serviços turísticos em seu entorno. É importante estimular valores culturais dentro de uma localidade para atrair turistas culturais para apreciar a arquitetura histórica introduzindo neste ambiente a cultura local o cotidiano, sendo as artes o principal atrativo procurado pelos turistas, desta maneira os museus constituem o primeiro atrativo para se conhecer a cultura do povo que o recebe.

A linha férrea mais antiga do Estado, unindo Paranaguá á Curitiba foi aberta pela E.F. Paraná em 1885. Um marco da Engenharia, seu projeto foi de Autoria do Eng. André Rebouças e a Execução da obra, rejeitada por empreiteiras estrangeiras devido ao grau de dificuldade, foi executada por Teixeira Soares, uma das poucas que mantém transporte de passageiros. Explorado atualmente pela Serra Verde. A posse da Linha Férrea passou por várias empresas, em 1941 a E. F. Paraná foi englobada pela RVPSC, em 1975 foi transformada em uma divisão RFFSA e em 1996 passou a ser operado pela ALL que obteve a concessão da antiga RVPSC. (ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL, 2015).

A Estação Ferroviária de Paranaguá foi inaugurada em 1883, quando o primeiro trecho da ferrovia, que ligava Paranaguá á Morretes, ficou pronto, a estrada de ferro ligava a rota de transporte de produtos e passageiros

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do porto á capital e da capital ao porto. (ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL, 2015).

Imagem 1 - Estação Ferroviária de Paranaguá. FONTE: Prefeitura Municipal de Paranaguá.

Imagem 2 - Estação Ferroviária de Paranaguá. FONTE: ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL, 2015.

A paisagem do litoral do Paraná no que se refere ao patrimônio histórico formado ao longo de quatro séculos de alta representatividade para a história de formação do Paraná e Sul Brasileiro, cujo perfil tem características bem marcantes como trama urbana articulada por unidades morfológicas bastante heterogêneas, monumentos históricos e religiosos, presença de centro urbano munido de serviços, instituição e equipamentos culturais que se misturam com a concentração de atrativos como o Santuário de Nossa

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Senhora do Rocio, Mercado Municipal, Rio Itiberê, Museu de Arqueologia, Fonte Velha. (CHEMIN, 2011).

Imagem 3 - Prédio Histórico da Poligonal Histórica. FONTE: Própria Autoria.

Imagem 4 - Praça da Igreja Nsa. Sra. do Rosário. FONTE: Própria Autoria.

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Imagem 5 - Centro Histórico Paranaguá, passeios náuticos. FONTE: Própria autoria.

Imagem 6 - Centro Histórico de Paranaguá FONTE: Própria autoria.

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Figura 1 - Mapa temático, Rota turística Paranaguá. FONTE: Prefeitura Municipal de Paranaguá.

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2.1.3. Restauro

O conceito de restauro surge no século XVII e a profissão é reconhecida no século XIX. Os primeiros teóricos a abordar o tema são John Ruskin, na Inglaterra e Viollet Le Duc, na França. As restaurações até o século XIX eram interpretadas como simples reformas, não tendo um caráter cultural, obtendo este reconhecimento no decorrer do mesmo século, passou-se a exigir estudos preparatórios. (CHOAY, 2006).

De acordo com VIOLLET-LE-DUC (1996), o restauro pode ser entendido como:

“Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo: é restabelecê-lo num estado completo que pode não haver existido em um momento determinado.”

Na obra, As Sete Lâmpadas da Arquitetura, RUSKIN, (1849) refere-se ao restauro com as refere-seguintes palavras:

“As violações da Verdade que desonram a poesia e a pintura, se devem geralmente ao tratamento dos temas. Porém em arquitetura é possível uma violação da verdade, mas sutil: a falsa afirmação da natureza do material ou da quantidade de trabalho. Nem sempre podemos pedir arquitetura boa, bela ou original, porém podemos exigir arquitetura honesta. A escassez da pobreza pode perdoar-se, a seriedade da utilidade tem de respeitar-se, pois só cabe o desprezo para a mesquinhez do engano.”

Existe uma diferença entre restauração e conservação, sobre ela BOITO, (1884), cita que:

“É necessário fazer o impossível, é necessário fazer milagres para conservar no monumento seu velho aspecto artístico e pitoresco; é necessário que os complementos, se são indispensáveis e os agregados, se não se podem evitar, mostrem ser obra atual e não antiga.”

De acordo com GIOVANNONI, (1912), os monumentos podem ser classificados de acordo com sua origem, estado de conservação, importância e caráter, desenvolvendo a teoria do restauro científico que permite selecionar a melhor intervenção restauradora. A restauração pode ser dividida em cinco categorias que são:

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“- Restauro de consolidação: quando as condições físicas do monumento o exigirem (reforço estático ou proteção contra intempérie);

- Restauro de recomposição: quando o monumento apresenta-se desmontado e existirem documentos que possam subsidiar a anastilose;

- Restauro de liberação: em caso de elementos colocados por ocasião de uma intervenção anterior estarem prejudicando o entendimento da obra;

- Restauro de complementação (reintegração): caso haja necessidade de se refazer uma parte destruída do elemento e existir documentação fidedigna;

- Restauro de inovação: se necessária uma ampliação em caso de arruinamento ou de uma obra não concluída. A inovação não deve interferir no volume do monumento, cor ou decoração. Deve-se primar também pela autenticidade da obra, não se permitindo confundir partes antigas com as atuais.”

Ainda de acordo com BRANDI, (1993), o restauro pode ser compreendido da seguinte maneira:

“A restauração constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, em sua consciência física e em sua dupla polaridade estética e histórica, em ordem à sua transmissão ao futuro.”

De acordo com a CARTA DE VENEZA, (1964) conservação e restauro podem ser entendidos da seguinte maneira:

Artº 2º - A conservação e o restauro dos monumentos constituem uma disciplina que apela à colaboração de todas as ciências e de todas as técnicas que podem contribuir para o estudo e salvaguarda do património monumental.

Artº 3º- A conservação e o restauro dos monumentos visam salvaguardar tanto a obra de arte como o testemunho histórico. Conservação

Artº4º - A conservação dos monumentos impõe em primeiro lugar uma manutenção permanente dos mesmos.

Artº 5º - A conservação dos monumentos é sempre favorecida pela sua afetação a uma função útil à sociedade: tal afetação é, pois desejável, mas não deve alterar a disposição ou a decoração de edifícios. É dentro destes limites que se devem conceber e que se pode autorizar as adaptações exigidas pela evolução dos usos e dos costumes.

Artº 6º- A conservação de um monumento implica a conservação de um enquadramento à sua escala. Quando subsiste o enquadramento tradicional, este deverá ser conservado, e qualquer construção nova, qualquer distribuição ou qualquer arranjo susceptível de alterar as relações de volume e cor, devem ser prescritos.

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Artº7º- O monumento é inseparável da História da qual é testemunho e também do meio em que está situado. Por conseguinte, a deslocação de todo ou de parte de um monumento não pode ser tolerada, a não ser no caso em que a salvaguarda do monumento o exija, ou quando razões de um grande interesse nacional ou internacional o justifiquem.

Artº 8º - Os elementos de escultura, pintura ou de decoração que fazem parte integrante do monumento não podem ser separados, a não ser quando esta seja a única medida susceptível de assegurar a sua conservação.

Restauro

Artº9º- O restauro é uma operação que deve ter um carácter excepcional. Destina-se a conservar e a revelar os valores estéticos do monumento e baseiam-se no respeito pelos materiais originais e em documentos autênticos. O restauro para onde começa a hipótese: ao nível das reconstituições conjecturais, todo o trabalho de complemento que se reconheça indispensável por razões estéticas ou técnicas depende da composição arquitetônica e possuirá a marca do nosso tempo. O restauro será sempre precedido e acompanhado de um estudo arqueológico e histórico do monumento.

Artº10º- Sempre que as técnicas tradicionais se revelem inadequadas, a consolidação de um monumento pode ser assegurada com o apoio de todas as técnicas modernas de conservação e de construção cuja eficácia tenha sido comprovada por dados científicos e garantida pela experiência. Artº11º- Os contributos válidos das diferentes épocas referentes à edificação de um monumento devem ser respeitados, não sendo a unidade de estilo um objetivo a alcançar no decurso de um restauro. Desde que um edifício comporte várias épocas sobrepostas, a evidência de uma época subjacente não se justifica senão a título excepcional e na condição de que os elementos eliminados tenham pouco interesse, de maneira a que a composição final constitua um testemunho de alto valor histórico, arqueológico ou estético e que o seu estado de conservação seja aceitável. O juízo sobre o valor dos elementos em questão e a decisão sobre as eliminações a efetuar não podem depender unicamente do autor do projeto.

Artº12º- Os elementos destinados a substituir as partes em falta devem integrar-se harmoniosamente no conjunto, distinguindo-se sempre as partes originais, a fim de que o restaure não falseie o documento de arte e de história.

Artº 13º - Os acrescentes não podem ser tolerados a não ser que respeitem todas as partes interessadas do edifício, o seu quadro tradicional, o equilíbrio da sua composição e as suas relações com o meio envolvente.

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3. EXEMPLOS RETIRADOS DA BIBLIOGRAFIA

3.1. Exemplo 01 – Restauro do patrimônio histórico e cultural de Viseu Histórico e formação de Viseu

Viseu é um Município de Portugal, capital do Distrito de Viseu. A população entre urbana e rural é de aproximadamente 100 mil habitantes. Tem área de 507,20m2. A cidade é envolvida por uma cordilheira de montanhas,

constituído a norte pelas Serras de Leomil, Montemuro e Lapa, a noroeste a Serra do Arado, a sul e sudoeste as Serras da Estrela e Lousã, e a oeste a Serra do Caramulo, que mais influência esta área. O município caracteriza-se por uma superfície irregular com altitudes compreendidas entre os 400 e os 700 m.

Figura 2 - Acessos para Viseu. FONTE: ROSSINI, (2012).

A bibliografia associa a formação da cidade á exploração Romana, com o advento da abertura das estradas, destas resta algumas evidências conhecidas como miliários e estes se alinham num eixo que parece corresponder à estrada de Mérida (Espanha).

A ocupação da península iniciou-se no Século VI pelos Romanos que elevaram a cidade á sede da diocese. No século VIII foi tomada pelos

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Muçulmanos. No ano de 1037 ocorreu a reconquista definitiva, depois de um período de guerra entre cristãos e muçulmanos.

Entre os anos de 1383 e 1385 a cidade fora invadida e saqueada, esta vulnerabilidade levou D. João I exigir a construção de uma muralha cujas obras foram concluídas sob o governo de D. Afonso V, por este motivo a muralha é conhecida como Muralha Afonsina.

No século XV a cidade fora doada ao Infante Henrique, que passa a ser conhecido como Duque de Viseu. Fora construída uma estátua em sua homenagem que está localizada na rotatória que de acesso à cidade na Rua quem tem seu nome

No século XVI, em 1513, D. Manuel I renova o foral de Viseu, e assiste-se a uma expansão para atual zona central, o Rossio que, em pouco tempo, se tornaria o ponto de encontro da sociedade, e cuja primeira referência data de 1534.

Formação do patrimônio histórico do Município de Viseu

No século XIX é construído o edifício da Câmara Municipal, no Rossio, transladando consigo o centro da cidade, anteriormente na parte alta. Deste ponto ao cume da colina segue a Rua Direita, onde se encontra uma grande parte de comércio e construções medievais.

Devido à importante artéria viária na zona da Regueira, acredita-se que foi criado um acampamento octogonal, denominado por Cava de Viriato com função defensiva controlando quem entrava e saía da cidade.

Na Sé existem vestígios medievais da época em que D. Henrique e esteve na região para dar continuidade às obras.

No reinado de D. Fernando a Colina abrigava patrimônio religioso, muito visitado pelos fiéis. As casas foram construídas encosta abaixo. Já no século XII os bispos construíram um vasto patrimônio composto por casas ricas, no lugar conhecido como Soar agregando a Viseu patrimônio artístico e cultural, fomentando também o comércio nos séculos seguintes.

No século XIV, durante o reinado de D. João I ergue-se uma muralha para proteger Viseu contra os ataques, principalmente dos castelhanos que continha sete portas de acesso, sendo que a mais importante era a porta dos cavaleiros.

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Figura 3 - Portal dos cavaleiros FONTE: PIRES, (2011).

Figura 4 - Portal Soar. FONTE: PIRES, (2011).

No século XVI muitas residências, principalmente em volta da Sé foram reformadas e ganharam um estilo de decorativismo manuelino. A Rua conhecida como Rua da Direita tornou-se a artéria comercial de Viseu

Figura 5 - Janela Estilo Manuelino. FONTE: PIRES, (2011).

Figura 6 - Janela Estilo Manuelino. FONTE: PIRES, (2011).

No século XVI Vasco Fernandes, deixa suas famosas pinturas representadas nas diversas igrejas de Viseu e no Museu Grão Vasco.

Restauro e Turismo Cultural em Viseu

Como resposta ao desenvolvimento econômico e social, o Município através do plano diretor de 1995, propôs o restauro da edificação histórica como estratégia para revitalização do centro histórico de Viseu.

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Ao longo dos séculos Viseu sofreu alterações em sua estrutura isto se deve também a intervenção de seus conquistadores como os Romanos, por exemplo, através da construção de grandes vias. Na idade média as ruas eram nomeadas de acordo com os artífices que as ocupavam, setorizada por diferentes segmentos de serviços e a cidade desenvolveu-se mais no interior da muralha. As ruas foram construídas para circulação a pé, poucas delas abriam espaço para tráfego de carroças. No interior da muralha também foram construídas as praças do Adro e D. Duarte como espaços de convivência pública.

No século XVI a cidade desenvolve-se para fora dos limites da muralha, já ente os séculos XVI e XVII os vazios entre a cidade murada e os desenvolvimentos ao redor foram preenchidos principalmente por residências de luxo na maior parte pertencentes ao clero.

Figura 7 - Crescimento populacional de Viseu. FONTE: PIRES, (2011).

No século XIX passou por um processo de aceleramento econômico, marcado pela abertura da Rua Formosa que liga o centro histórico ao restante da cidade.

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Figura 8 - Rua Formosa. FONTE: PIRES, (2011).

No século XX ocorre uma densificação da malha urbana e supercrescimento das zonas periféricas, porém o crescimento no interior do centro histórico continua, estudam-se as possibilidades de uma reestruturação da malha viária que propicie densidade baixa, os loteamentos devem ser de pequenas dimensões e identifica-se a necessidade de estacionamentos.

Figura 9 - Praça da Sé ao centro e traçado da cidade. FONTE: PIRES, (2011).

A Sé está no ponto mais elevado, de forma a respeitar as curvas de nível da época medieval, a cidade cresceu em volta dela.

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Os Judeus aglomeram-se em dois bairros conhecidos como Judiaria Velha e Judiaria Nova, dedicam-se basicamente ao artesanato e a agricultura.

O setor econômico é baseado na agricultura, as terras são planas e possuem sistemas de irrigação que permitem boa produção de cereais, frutas e legumes, sendo a castanha a mais abundante. O comércio em contrapartida é outro setor de significativa importância para os agricultores e os consumidores.

Durante a primeira guerra mundial Viseu sofreu uma epidemia que causou centenas de mortes e apenas na década de 70 é que os índices de natalidade melhoram.

Viseu sofre um inchaço populacional devido às imigrações possibilitando o desenvolvimento econômico com a criação de mais postos de trabalho.

Na década de 90 ocorreu um crescimento de 46% no setor fabril, devido à localização central privilegiada de Viseu e a riqueza de recursos naturais, muito se investiu para estimular o setor madeireiro, metalomecânico, têxtil e vestuário. O setor que mais despontou neste cenário foi o da construção civil.

Figura 10 - Variação da densidade demográfica. FONTE: PIRES, (2011).

Entre 1801 e 2008 Viseu sofreu um crescimento populacional intenso devido à industrialização e ao desenvolvimento do setor comercial que gerou emprego e renda, o aumento demográfico chegou em 66%.

Análise da intervenção no Patrimônio Histórico

O centro urbano de Viseu é formado por três freguesias, Santa Maria a mais antiga com área de 357 hectares e população de oito mil habitantes. A freguesia de São José com área de 395 hectares, população de seis mil habitantes. A freguesia Coração de Jesus com 227 hectares e nove mil habitantes. Nas três freguesias a base da economia gira em torno do comércio realizado no centro histórico.

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Figura 11 - Àrea a intervir. FONTE: PIRES, (2011).

Com relação ao tecido urbano mostra-se bastante compacto, as ruas estreitas para andar a pé foram obstruídas em determinados locais para que as casas pudessem ser ampliadas adequando-as a utilização moderna.

Figura 12 - Estudo do traçado urbano de Viseu. FONTE: PIRES, (2011).

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A Rua da Direita é uma Rua principal, onde se encontram exemplares da arquitetura de Quinhentos, Foi em torno desta Rua que surgiu a Cidade, e a partir dela surgiram outras ruas importantes como Rua D. Duarte, Rua da Senhora da Piedade, Rua do Gonçalinho e a Rua Escura, que permitiram a formação dos primeiros quarteirões em redor da Sé. Estas ruas apresentam-se sinuosas e estreitas.

Durante os trabalhos de identificação encontram-se espaços verdes e espaços públicos como a Praça D. Duarte, o largo da misericórdia e o largo da Sé. A praça D. Duarte possui oito entradas, e nela confluem diversas ruas encontrando-se exemplares da arquitetura medieval. A Praça da Sé comporta o Museu Grão Vasco a Igreja da Misericórdia, sendo este o ponto mais alto.

Figura 13 - Praça D. Duarte. FONTE: PIRES, (2011).

A Praça da Sé está envolvida por edificações de residenciais de padrão classe média baixa, no interior da praça ocorre comércio ambulante, onde os vendedores utilizam o chão para expor seus produtos. Perde-se parte do espaço da praça para os carros que ali são estacionados, caso houvesse um estacionamento numa localidade próxima, haveria mais comerciantes.

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Figura 14 - Praça da Sé. FONTE: PIRES, (2011).

Quanto maior a proximidade com a Praça da Sé, mais espaçosos são os ambientes diminuindo a impressão de clausura que se tem mais adentro do centro histórico, devido ao fato de que a maior parte das foram construídas para andar a pé, e de que com a ampliação de alguns prédios algumas ruas foram obstruídas provocando a criação de labirintos.

Figura 15 - Museu Grão Vasco. FONTE: PIRES, (2011).

Na caracterização dos edifícios quanto à utilização, pode-se afirmar que são de uso misto, isto se deve ao fato da cultura do comércio no rés chão, encontram-se também edifícios residenciais, mais é rara a existência de edifícios institucionais. Os edifícios, na maioria, têm altura de 3 a 4 andares, e na minoria até cinco andares, devido ao recuo do último andar em relação ao

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alinhamento predial, é possível afirmar que fora construído posteriormente. A frente dos edifícios é estreita, porém o mesmo desenvolve-se em profundidade ocasionando a dificuldade da iluminação natural em seu interior.

Figura 16 - Exemplar das ruas. FONTE: PIRES, (2011).

Perpendicular à praça D. Duarte está o Largo da Misericórdia onde existe atividade comercial mais intensa e possui algum espaço para estacionamento e pontos de acesso direto.

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Figura 17 - Largo da Misericórdia. FONTE: PIRES, (2011).

Com relação ás construções mais modernas é possível encontrar exemplares com paredes em alvenaria ou pedra, com pisos revestidos e estruturados em madeira e coberturas em telhas cerâmicas. Sendo comum também o emprego do mármore.

Figura 18 - Exemplo de edificação mais moderna.

FONTE: PIRES, (2011).

Figura 19 - Exemplar de edificação com janelas em madeira.

FONTE: PIRES, (2011).

Fez parte do estudo um levantamento das condições físicas em que se encontram as edificações, foi avaliada a fachada, cobertura e caixilhos.

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Figura 20 - Resultado análise edificações. FONTE: PIRES, (2011).

Através deste levantamento identifica-se que a grande maioria dos edifícios esta om status de bom ou razoável sendo a pior nota para as aberturas e caixilhos.

Resultados

No final dos estudos detectaram-se problemas como a falta de estacionamento e a ocupação das praças pelos veículos, a existências de varais de cabeamento elétrico, escassez de áreas verdes, confinamento de ambientes como cozinhas e banheiros, ampliações que obstruíram passagens e enfraquecimento do comercio.

Para sanar o problema da falta de estacionamento e preservar as poucas praças utilizou-se um vazio urbano para construir um estacionamento subterrâneo numa zona periférica, com 200 vagas de garagem sem custo para que visitantes e comerciantes possam deixar seus veículos.

Através de uma análise do espaço urbano, no interior de Viseu foram criadas vagas de estacionamento específicas para moradores.

Através de materiais sustentáveis, cria-se um corredor de marquises para abrigar o comércio de Rua e os transeuntes das intempéries.

É necessária a intervenção da prefeitura com relação às construções ilegais, que foram surgindo ao longo do tempo e são um entrave nas ruas estreitas, ocasionando muitas vezes o surgimento de labirintos, quando não houver mais construções irregulares obstruindo passagens e poluindo a identidade visual do centro histórico, haverá menos poluição visual, melhorias nas condições de acesso e segurança pública.

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Restauro das fachadas, aberturas e telhados dos edifícios históricos, orientando apenas uma utilização para cada prédio.

Na medida do possível aberturas na cobertura para melhorar a iluminação natural dentro dos casarões mais confinados e utilização de telhados verdes no intuito de aumentar o volume de espaços verdes dentro do centro histórico.

Instalação de mapas temáticos para que os turistas consigam transitar pelo interior do centro histórico sem se perder. Os edifícios em ruínas tornam-se espaços de lazer públicos.

3.2. Exemplo 02 – Restauro do patrimônio Histórico cultural de Itajaí. Histórico e formação do Município de Itajaí

Os primeiros indícios de povoação do atual Município de Itajaí datam de 1658 quando João Dias D’Arzão chega vindo de São Paulo para ocupar a Sesmaria as margens do Rio Itajaí, sua intenção era explorar o ouro do qual tanto se falava, porém acabou fundando São Francisco do Sul.

Outros atrativos foram o açúcar, madeira, a pesca e a Foz do Rio que propiciava a navegação, originando a construção de estaleiros e a construção de oficinas para fazer restauros nas embarcações.

O nome Itajaí está ligado à ocupação indígena do litoral pela tribo dos Carijós, os quais foram capturados e vendidos como escravos, a ocupação aconteceu do litoral para dentro, como em todas as outras capitanias.

No ano de 1728 autoriza-se a ocupação do litoral pelos açorianos, os Vicentistas ocuparam mais o interior do estado, e o local conhecido como Vale do Itajaí só foi ocupado em 1823, quando a Imigração autorizou sua ocupação pelos colonos não portugueses, ou seja, italianos e alemães.

Formação do patrimônio histórico do Município de Itajaí

Em 1823 Agostinho Alves Ramos chega a Itajaí, adquire terras e constrói sua casa, atualmente remanescente do patrimônio cultural, e começa a construir o povoado.

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Figura 21 - Casa Agostinho Alves Ramos. FONTE: ROSSINI, (2012).

No ano de 1824 é fundado o Curato do Sacramento e o primeiro Logradouro público chamado de Estaleiro Local. Em 1833 Paróquia do Santíssimo Sacramento. Em 1835 foi construída a primeira escola pública de Itajaí. Em 1843 as Ruas Lauro Muller e Pedro Ferreira tinham 14 casas, sendo quatro delas pertencentes a Lauro Muller, todas de frente para o rio, ainda não havia arruamento.

Em 1860 ocorre é fundado oficialmente o Município de Itajaí, inicia-se um intenso fluxo de navegações chegando e saindo do porto, casas comerciais da família Malburg são fundadas, ocorre a intensificação da exportação de madeiras.

Em 1866 é construída a casa Asseburg, na Rua Lauro Muller, de propriedade do Sr. Guilherme Asseburg onde funciona a empresa Asseburg e Cia. Esta construção é em alvenaria de tijolos, construção baixa de estilo eclético.

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Figura 22 - Casa Asseburg. FONTE: ROSSINI, (2012).

A casa do Sr. Pedro Muller fora construída no século XIX para servir como residência da família, está situada na Rua Lauro Muller. Quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro a casa foi habitada pela família Konder.

Figura 23 - Casa Pedro Muller. FONTE: ROSSINI, (2012).

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A família Konder construiu uma nova residência em 1897 também na Rua Lauro Muller, foi construída com estilo das casas do vale do Reno.

Figura 24 - Casa Konder. FONTE: Fundação Cultural de Itajai.

A casa Burghadt foi edificada em 1904, está situada na Rua Lauro Muller/Rua Pedro Ferreira.

Figura 25 - Casa Burghadt. FONTE: - Fundação Cultural de Itajaí.

Construída entre 1906 e 1908 a casa Amaral de propriedade do Sr. João Pinto D’amaral, está situada a Rua Joca Brandão. Esta casa sofreu diversas reformas e abrigou cinco gerações da família.

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Figura 26 - Casa Amaral. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

O grupo escolar Victor Meirelles é inaugurado no ano de 1913.

Figura 27 - Gurpo Escolar Victor Meirelles. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

No ano de 1917 inaugurou-se o mercado municipal de Itajai.

Figura 28 - Mercado Municipal de Itajaí. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

O Asilo Dom Bosco, Situado a Rua Indaial, 90, foi fundado emm 1936.

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Figura 29 - Asilo Dom Bosco. FONTE: Google Earth.

Dados sobre o turismo cultural no Município de Itajaí

A cidade possui 197.809 habitantes, de acordo com dados do IBGE, (2013). Uma área de 289 km2 faz divisa com as cidades de Navegantes ao

Norte, Balneário Camboriú ao Sul, a Sudoeste Camboriú e a Oeste Ilhota, Brusque e Gaspar. A altitude é de 1 metro, temperatura média de 21 graus.

A área selecionada para o estudo foi aquela demarcada no Plano Diretor como Centro Histórico devido à significativa permanência de exemplares do XVIII, XIX e XX. Esta área também está associada ao traçado do antigo corredor do transporte de cargas do Alto Vale do Itajaí ao Porto e a rota da madeira, trecho construído em 1880. Agregando as Ruas Tijucas, Silva e Eugênio Muller, criando desta maneira um circuito turístico cultural que pode ser percorrido a pé.

Figura 30 - Limites do Centro Histórico do Município de Itajaí, SC. FONTE: ROSSINI

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De acordo com ROSSINI, (2012), pensou-se em fomentar o turismo em Santa Catarina a partir do ano de 1965, quando se criou a Lei número 3.684. No ano de 1977 foi criada a SANTUR (Santa Catarina Turismo S/A) com o intuito de fomentar e divulgar a política estadual do turismo. Do ano de 1983 a 2004 o estado investiu na formação de profissionais e no desenvolvimento de atrativos turísticos em todo o estado, que até então era procurado apenas pelos atrativos “sol e mar”. Em 2001 com o intuito de atrair congressos mais de dez cidades catarinenses passaram a constituir os seus Convention & Visitors Bureau. De 2004 a 2008 houve o desenvolvimento do Fórum de Regionalização do Turismo, que reúne as regiões turísticas para discussões sobre as ações prioritárias. A SANTUR neste período formulou roteiros turísticos dividindo o estado em oito regionais, também buscando priorizar o que cada uma delas tem como diferencial no atrativo de visitante.

De acordo com dados do SANTUR, (2009), o estado recebeu 1.534.794 turistas nacionais e internacionais o que rentabilizou R$ 665.857.236, 13, deste montante o turismo de negócios gerou cerca de R$ 114, 00/dia. Os motivos das viagens foram em média 35,75% manifestações populares, 35,12% atrativos naturais e 16,3% turismo cultural.

Figura 31 - Mapa de Santa Catarina, Regiões. FONTE: IBGE.

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Ao Município de Itajaí convém ser centro de apoio e distribuição devido à proximidade com o Aeroporto de Navegantes e o Pier turístico para transatlânticos. A cidade fora colonizada por açorianos e é procurada como atrativo cultural devido à herança arquitetônica oriunda da colonização.

De acordo com SANTUR, (2009), Itajaí recebeu 54.879 turistas, originando uma receita de R$ 17.052985,35, sendo que 56,03% dos turistas passaram pela cidade a negócios e 7,17% para visitar o patrimônio cultural, sendo na grande maioria pessoas idosas, devido ao fato da proximidade com Balneário Camboriú que possuí atrativo natural de expressiva beleza que são as praias.

Na literatura compreende-se que a partir do ano de 1980 o Brasil, através do cinema, vende ao exterior seu panorama turístico natural. Nos anos de 1990 as prefeituras do sul brasileiro, nas cidades com culturas alemãs e italianas, são incentivadas através de leis a promover e divulgar festividades etno culturais de seus povos, abrindo desta maneira área para o turismo cultural. Depois desta abertura passa-se a compreender a importância do patrimônio construído por estes povos como forma de representação de uma cultura, e os planos diretores das cidades desenvolvem políticas e métodos para revitalização e conservação dos mesmos, sem museificá-los, integrando-os ao cenário urbano contemporâneo. Estas estratégias também buscam racionalizar o fluxo turístico, e disponibilizar acessibilidade para que o mesmo ocorra.

Primeiramente o Município de Itajaí, através de instrumentos de gestão e planejamento como o PNT (Plano Nacional do Turismo)-2007/2010 e PRODETUR-SUL (Programa do desenvolvimento do Turismo no Sul do Brasil), estabeleceu metas para serem alcançadas por cada região de Santa Catarina através da elaboração de estratégias em termos de motivação turística, sendo uma delas o fluxo para visitação de centros históricos, englobando o turismo religioso, étnico e cultural.

Durante o processo de fomentação do setor turístico da cidade algumas dificuldades são encontradas, como a falta de conhecimento da população local com relação à importância do patrimônio histórico, o desinteresse por parte dos técnicos que desenvolveram o plano de turismo cultural em explorar determinadas regiões com potencial já analisado pela

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OMT, devido à falta de conhecimento in loco destes potenciais, como as cidades vizinhas a Balneário Camboriú.

3.3. Análise comparativa entre os exemplos 01 e 02

O município de Viseu em Portugal teve sua formação por volta do século VI quando os Romanos estiveram no local, depois fora tomada pelos Turcos, houve um período de guerra e fora reconquistada. O patrimônio construído teve estas duas influencias em sua arquitetura e o centro histórico está envolto numa muralha que fora construída para abrigar a população dos saqueadores que constantemente atacavam a cidade na idade média. Com o passar dos anos foi se desenvolvendo o povoado saíu de dentro das muralhas, as ruas ficaram estreitas para o tráfego dos automóveis e o comércio foi diminuindo.

Itajaí é um Município do Sul Brasileiro colonizado pelos Portugueses e Espanhóis que também recebeu imigrantes italianos e alemães, agregando a sua arquitetura e cultura traços destes povos. O patrimônio histórico é constituído por casas de alto e médio padrão que abrigavam família de fidalgos e artesãos, também existem prédios escolares, palacetes e igrejas.

Com o desenvolvimento das cidades, os centros históricos inevitavelmente passam por um período de abandono, nos estudos de caso acima foi possível detectar que através da reforma de alguns remanescentes da arquitetura histórica, desencadeou-se uma reforma do centro histórico de forma geral. Os pontos restaurados foram unidos através de uma rota por onde os turistas passam, na qual surgiram lojas, bares, cafés e vendedores ambulantes que comercializam seus produtos no chão das praças.

A revitalização do centro como um todo, que ocorre após o restauro de edifícios chave, agrega valor à região atrai comerciantes, visitantes e serviços.

Referências

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