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Exemplo 02 – Restauro do patrimônio Histórico cultural de Itajaí Histórico e formação do Município de Itajaí

FONTE: PIRES, (2011).

3.2. Exemplo 02 – Restauro do patrimônio Histórico cultural de Itajaí Histórico e formação do Município de Itajaí

Os primeiros indícios de povoação do atual Município de Itajaí datam de 1658 quando João Dias D’Arzão chega vindo de São Paulo para ocupar a Sesmaria as margens do Rio Itajaí, sua intenção era explorar o ouro do qual tanto se falava, porém acabou fundando São Francisco do Sul.

Outros atrativos foram o açúcar, madeira, a pesca e a Foz do Rio que propiciava a navegação, originando a construção de estaleiros e a construção de oficinas para fazer restauros nas embarcações.

O nome Itajaí está ligado à ocupação indígena do litoral pela tribo dos Carijós, os quais foram capturados e vendidos como escravos, a ocupação aconteceu do litoral para dentro, como em todas as outras capitanias.

No ano de 1728 autoriza-se a ocupação do litoral pelos açorianos, os Vicentistas ocuparam mais o interior do estado, e o local conhecido como Vale do Itajaí só foi ocupado em 1823, quando a Imigração autorizou sua ocupação pelos colonos não portugueses, ou seja, italianos e alemães.

Formação do patrimônio histórico do Município de Itajaí

Em 1823 Agostinho Alves Ramos chega a Itajaí, adquire terras e constrói sua casa, atualmente remanescente do patrimônio cultural, e começa a construir o povoado.

Figura 21 - Casa Agostinho Alves Ramos. FONTE: ROSSINI, (2012).

No ano de 1824 é fundado o Curato do Sacramento e o primeiro Logradouro público chamado de Estaleiro Local. Em 1833 Paróquia do Santíssimo Sacramento. Em 1835 foi construída a primeira escola pública de Itajaí. Em 1843 as Ruas Lauro Muller e Pedro Ferreira tinham 14 casas, sendo quatro delas pertencentes a Lauro Muller, todas de frente para o rio, ainda não havia arruamento.

Em 1860 ocorre é fundado oficialmente o Município de Itajaí, inicia- se um intenso fluxo de navegações chegando e saindo do porto, casas comerciais da família Malburg são fundadas, ocorre a intensificação da exportação de madeiras.

Em 1866 é construída a casa Asseburg, na Rua Lauro Muller, de propriedade do Sr. Guilherme Asseburg onde funciona a empresa Asseburg e Cia. Esta construção é em alvenaria de tijolos, construção baixa de estilo eclético.

Figura 22 - Casa Asseburg. FONTE: ROSSINI, (2012).

A casa do Sr. Pedro Muller fora construída no século XIX para servir como residência da família, está situada na Rua Lauro Muller. Quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro a casa foi habitada pela família Konder.

Figura 23 - Casa Pedro Muller. FONTE: ROSSINI, (2012).

A família Konder construiu uma nova residência em 1897 também na Rua Lauro Muller, foi construída com estilo das casas do vale do Reno.

Figura 24 - Casa Konder. FONTE: Fundação Cultural de Itajai.

A casa Burghadt foi edificada em 1904, está situada na Rua Lauro Muller/Rua Pedro Ferreira.

Figura 25 - Casa Burghadt. FONTE: - Fundação Cultural de Itajaí.

Construída entre 1906 e 1908 a casa Amaral de propriedade do Sr. João Pinto D’amaral, está situada a Rua Joca Brandão. Esta casa sofreu diversas reformas e abrigou cinco gerações da família.

Figura 26 - Casa Amaral. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

O grupo escolar Victor Meirelles é inaugurado no ano de 1913.

Figura 27 - Gurpo Escolar Victor Meirelles. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

No ano de 1917 inaugurou-se o mercado municipal de Itajai.

Figura 28 - Mercado Municipal de Itajaí. FONTE: Fundação Cultural de Itajaí.

O Asilo Dom Bosco, Situado a Rua Indaial, 90, foi fundado emm 1936.

Figura 29 - Asilo Dom Bosco. FONTE: Google Earth.

Dados sobre o turismo cultural no Município de Itajaí

A cidade possui 197.809 habitantes, de acordo com dados do IBGE, (2013). Uma área de 289 km2 faz divisa com as cidades de Navegantes ao

Norte, Balneário Camboriú ao Sul, a Sudoeste Camboriú e a Oeste Ilhota, Brusque e Gaspar. A altitude é de 1 metro, temperatura média de 21 graus.

A área selecionada para o estudo foi aquela demarcada no Plano Diretor como Centro Histórico devido à significativa permanência de exemplares do XVIII, XIX e XX. Esta área também está associada ao traçado do antigo corredor do transporte de cargas do Alto Vale do Itajaí ao Porto e a rota da madeira, trecho construído em 1880. Agregando as Ruas Tijucas, Silva e Eugênio Muller, criando desta maneira um circuito turístico cultural que pode ser percorrido a pé.

Figura 30 - Limites do Centro Histórico do Município de Itajaí, SC. FONTE: ROSSINI

De acordo com ROSSINI, (2012), pensou-se em fomentar o turismo em Santa Catarina a partir do ano de 1965, quando se criou a Lei número 3.684. No ano de 1977 foi criada a SANTUR (Santa Catarina Turismo S/A) com o intuito de fomentar e divulgar a política estadual do turismo. Do ano de 1983 a 2004 o estado investiu na formação de profissionais e no desenvolvimento de atrativos turísticos em todo o estado, que até então era procurado apenas pelos atrativos “sol e mar”. Em 2001 com o intuito de atrair congressos mais de dez cidades catarinenses passaram a constituir os seus Convention & Visitors Bureau. De 2004 a 2008 houve o desenvolvimento do Fórum de Regionalização do Turismo, que reúne as regiões turísticas para discussões sobre as ações prioritárias. A SANTUR neste período formulou roteiros turísticos dividindo o estado em oito regionais, também buscando priorizar o que cada uma delas tem como diferencial no atrativo de visitante.

De acordo com dados do SANTUR, (2009), o estado recebeu 1.534.794 turistas nacionais e internacionais o que rentabilizou R$ 665.857.236, 13, deste montante o turismo de negócios gerou cerca de R$ 114, 00/dia. Os motivos das viagens foram em média 35,75% manifestações populares, 35,12% atrativos naturais e 16,3% turismo cultural.

Figura 31 - Mapa de Santa Catarina, Regiões. FONTE: IBGE.

Ao Município de Itajaí convém ser centro de apoio e distribuição devido à proximidade com o Aeroporto de Navegantes e o Pier turístico para transatlânticos. A cidade fora colonizada por açorianos e é procurada como atrativo cultural devido à herança arquitetônica oriunda da colonização.

De acordo com SANTUR, (2009), Itajaí recebeu 54.879 turistas, originando uma receita de R$ 17.052985,35, sendo que 56,03% dos turistas passaram pela cidade a negócios e 7,17% para visitar o patrimônio cultural, sendo na grande maioria pessoas idosas, devido ao fato da proximidade com Balneário Camboriú que possuí atrativo natural de expressiva beleza que são as praias.

Na literatura compreende-se que a partir do ano de 1980 o Brasil, através do cinema, vende ao exterior seu panorama turístico natural. Nos anos de 1990 as prefeituras do sul brasileiro, nas cidades com culturas alemãs e italianas, são incentivadas através de leis a promover e divulgar festividades etno culturais de seus povos, abrindo desta maneira área para o turismo cultural. Depois desta abertura passa-se a compreender a importância do patrimônio construído por estes povos como forma de representação de uma cultura, e os planos diretores das cidades desenvolvem políticas e métodos para revitalização e conservação dos mesmos, sem museificá-los, integrando- os ao cenário urbano contemporâneo. Estas estratégias também buscam racionalizar o fluxo turístico, e disponibilizar acessibilidade para que o mesmo ocorra.

Primeiramente o Município de Itajaí, através de instrumentos de gestão e planejamento como o PNT (Plano Nacional do Turismo)-2007/2010 e PRODETUR-SUL (Programa do desenvolvimento do Turismo no Sul do Brasil), estabeleceu metas para serem alcançadas por cada região de Santa Catarina através da elaboração de estratégias em termos de motivação turística, sendo uma delas o fluxo para visitação de centros históricos, englobando o turismo religioso, étnico e cultural.

Durante o processo de fomentação do setor turístico da cidade algumas dificuldades são encontradas, como a falta de conhecimento da população local com relação à importância do patrimônio histórico, o desinteresse por parte dos técnicos que desenvolveram o plano de turismo cultural em explorar determinadas regiões com potencial já analisado pela

OMT, devido à falta de conhecimento in loco destes potenciais, como as cidades vizinhas a Balneário Camboriú.