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Desenvolvimento de uma unidade de medição fasorial de baixo custo e sincronizada via GPS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL LIRA BOLZAN

DESENVOLVIMENTO DE UMA UNIDADE DE MEDIÇÃO

FASORIAL DE BAIXO CUSTO E SINCRONIZADA VIA GPS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO 2014

(2)

RAFAEL LIRA BOLZAN

DESENVOLVIMENTO DE UMA UNIDADE DE

MEDIC

¸ ˜

AO FASORIAL DE BAIXO CUSTO E

SINCRONIZADA VIA GPS

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica - CO-ELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, Campus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro.

Orientador: Gustavo Weber Denardin Co-orientador: Miguel Moreto

PATO BRANCO 2014

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TERMO DE APROVAÇÃO

O trabalho de Conclusão de Curso intitulado DESENVOLVIMENTO DE UMA UNIDADE DE MEDIÇÃO FASORIAL DE BAIXO CUSTO E SINCRONIZADA VIA GPS, do aluno RAFAEL LIRA BOLZAN foi considerado APROVADO de acordo com a ata da banca examinadora N° 53 de 2014.

Fizeram parte da banca os professores:

Gustavo Weber Denardin

Cesar Rafael Claure Torrico

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DEDICAT ´ORIA

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No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradec¸o aos professores Miguel Moreto e Gustavo Weber Denardin pelo aux´ılio no decorrer do trabalho desenvolvido, `a minha fam´ılia e a Deus.

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RESUMO

Nesse documento ´e apresentado o trabalho de conclus ˜ao de curso com foco nas ´areas de sistemas de pot ˆencia e sistemas microcontrolados. No mesmo s ˜ao abor-dados assuntos referentes a Sistemas de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada (SMFS) e Unidades de Medic¸ ˜ao Fasorial (PMU). O presente trabalho prop ˜oe o desenvolvimento de uma PMU de baixo custo que atenda a normativa estabelecida pelo Institute of

Eletrical and Eletronic Engineers (IEEE), e proporcione um avanc¸o na tecnologia de

redes inteligentes (smart grids). Ser ˜ao detalhadas as etapas para o desenvolvimento da PMU, juntamento com an ´alises sobre m ´etodos de estimac¸ ˜ao fasorial e o procedi-mento de aquisic¸ ˜ao e sincronismo da PMU. Por fim um resumo os resultados obtidos, detalhando a observ ˆancia da normativa e apresentando os fasores estimados junta-mente com as demais informac¸ ˜oes do prot ´otipo.

Palavras-chave: PMU, Sistemas de Medic¸ ˜ao Fasorial, Estimac¸ ˜ao de Fasores, Redes Inteligentes.

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ABSTRACT

This document presents the final paper with focus in power systems and microcon-troller systems areas. It will address issues about Synchronized Phasor Measurement System (SMFS) and Phasor Measurement Units (PMU). This paper proposes the de-velopment of a low cost PMU that meets the standards set by the Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), and provide a breakthrough in the Smart Grids te-chnology. The steps for the development of PMU will be detail, jointly with analyzes of phasor estimation methods and the acquisition and synchronism procedures. Fi-nally, the obtained results, detailing compliance from the standards and showing the estimated phasors along with other information of the prototype.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada. Fonte: Adap-tado de Ehrenspeger (2004). . . . 19 Figura 2: Estrutura Gen ´erica de uma Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial.

Fonte: Adaptado de Phadke end Thorp (2008). . . . 21 Figura 3: Representac¸ ˜ao de um Sincrofasor. Fonte: Adaptado de IEEE

(2011). . . . 23 Figura 4: Estimac¸ ˜ao fasorial em sua Forma Recursiva. Fonte: Phadke

and Thorp (2008). . . . 27 Figura 5: Crit ´erio de 1% do TVE Demonstrado no Fasor. Fonte:

Adap-tado de IEEE (2011). . . . 30 Figura 6: Kit STM32F4Discovery. Fonte: STMicroelectronics. . . . 32 Figura 7: Modelo Gen ´erico da PMU de Baixo Custo. Fonte: Autoria

Pr ´opria. . . . 33 Figura 8: Sistema de Aquisic¸ ˜ao e Sincronismo. Fonte: Autoria Pr ´opria. 34 Figura 9: Demostrac¸ ˜ao do M ´etodo Passagem Por Zero. Fonte:

Auto-ria Pr ´opria. . . . 37 Figura 10: Processo da Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia. Fonte: Autoria Pr ´opria. 38 Figura 11: M ´odulo GPS SKM53. Fonte: SkyLab (2010). . . . 39 Figura 12: Processo de visualizac¸ ˜ao das Informac¸ ˜oes da PMU. Fonte:

Autoria Pr ´opria. . . . 41 Figura 13: Sinais Gerados pelo DAC. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . . 42 Figura 14: Erro Entre as Amostras do ADC. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . 44 Figura 15: An ´alise das Leituras de Tens ˜ao. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . 46 Figura 16: Sinais Com e Sem Fator de Correc¸ ˜ao. Fonte: Autoria Pr ´opria. 47 Figura 17: Frequ ˆencia Mediante a Variac¸ ˜oes de Fase. Fonte: Autoria

(10)

Figura 18: M ´odulo Mediante a Variac¸ ˜oes de Fase. Fonte: Autoria Pr ´opria. 48 Figura 19: Fasores Estimados. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . . 50

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LISTA DE TABELAS

1 Dados de convers ˜ao. . . . 43

2 Dados de convers ˜ao. . . . 45

3 Variac¸ ˜ao de M ´odulo e Frequ ˆencia do Sistema. . . . 47

4 Variac¸ ˜ao de M ´odulo e Frequ ˆencia do Sistema. . . . 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADC o Conversor Anal ´ogico/Digital (Analog/Digital

Conver-ter ).

CPU Unidade de Processamento Central (Central Processing

Unit).

DAC Conversor Digital/Anal ´ogico (Digital/Analog Converter ).

DFT Transformada Discreta de Fourier (Discrete Fourier

Trans-form).

DMA Acesso Direto a Mem ´oria (Direct Memory Access).

FPU Unidade de Ponto Flutuante (Float Point Unit).

GPS Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning

System).

IEEE Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletr ˆonicos

(Ins-titute of Eletrical and Eletronic Engineers).

NMEA Associac¸ ˜ao Nacional de Eletr ˆonica Mar´ıtima (National

Marine Electronics Association).

PDC Concentradores de Dados Fasoriais (Phase Data

Con-centrator ).

PLL Lac¸o Fechado em Fase (Phase Locked Loop).

PMU Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial (Phasor Measurement Unit).

PPS Pulso Por Segundo.

RAM Mem ´oria de Acesso Aleat ´orio (Random Access Memory ).

RMS Valor Eficaz (Root Mean Square).

ROCOF Taxa de Variac¸ ˜ao de Frequ ˆencia (Rate of Change of

Frequency ).

SCADA Controle Supervis ´orio e Aquisic¸ ˜ao de Dados

(Supervi-sory Control and Data Acquisition).

SEP Sistemas El ´etricos de Pot ˆencia.

SMFS Sistemas de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada.

(13)

TC Transformadores de Corrente.

TP Transformadores de Potencial.

TVE Erro Total Vetorial (Total Vector Error ).

USART Universal Synchronous Asynchronous Receiver

(14)

SUM ´ARIO

1 Introduc¸ ˜ao 14

1.1 Referencial Hist ´orico . . . 14

1.2 Definic¸ ˜ao da Problem ´atica . . . 16

1.3 Objetivos . . . 18

1.3.1 Objetivos Gerais . . . 18

2 Embasamento Te ´orico 19 2.1 Sistemas de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada . . . 19

2.2 Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial . . . 20

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia . . . 22

2.3.1 Definic¸ ˜ao de Sincrofasor . . . 22

2.3.2 Estimac¸ ˜ao Fasorial . . . 23

2.3.3 Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia . . . 28

2.4 Normativa T ´ecnica . . . 29

2.4.1 Total Vector Error . . . 29

3 Arquitetura Proposta 31 3.1 Caracter´ısticas da PMU de Baixo Custo . . . 31

3.2 Sistema de Aquisic¸ ˜ao e Sincronismo . . . 33

3.3 Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia . . . 35

3.4 Modulo GPS . . . 38

3.5 Interface de Visualizac¸ ˜ao . . . 40

3.6 Metodologia de Validac¸ ˜ao . . . 41

(15)

4 Resultados 45 4.1 Validac¸ ˜ao das Amostras do DAC . . . 45 4.2 An ´alise de Variac¸ ˜ao de M ´odulo, Fase e Frequ ˆencia . . . 46 4.3 Validac¸ ˜ao do TVE . . . 49

(16)

14

1 INTRODUC¸ ˜AO

Nesse cap´ıtulo ´e realizada uma introduc¸ ˜ao do tema abordado no trabalho, contextualizando os assuntos referentes ao mesmo. Primeiramente ´e apresentado um referencial hist ´orico a respeito da necessidade de monitorac¸ ˜ao do sistema el ´etrico e a evoluc¸ ˜ao das medic¸ ˜oes fasoriais sincronizadas. Posteriormente os motivos que levaram o desenvolvimento da pesquisa juntamente com o cen ´ario de operac¸ ˜ao dos Sistemas El ´etricos de Pot ˆencia (SEP) e os problemas que envolvem o monitoramento dos mesmos com foco nos m ´etodos e dispositivos de medic¸ ˜ao. Por fim ´e apresentada a estrutura de organizac¸ ˜ao do trabalho.

1.1 REFERENCIAL HIST ´ORICO

Informac¸ ˜oes como ˆangulo de fase e fasores de tens ˜ao da rede de energia el ´etrica sempre tem tido um interesse especial para pesquisadores e engenheiros que atuam na ´area de sistemas el ´etricos de pot ˆencia. Essa necessidade de informac¸ ˜ao sobre os fasores de tens ˜ao da rede el ´etrica comec¸ou a ser relevante para determinar o sentido do fluxo de pot ˆencia ativa da linha, que pode ser obtido atrav ´es da diferenc¸a do ˆangulo do fasor de tens ˜ao entre os terminais. Para definir o fluxo de pot ˆencia foi necess ´aria a realizac¸ ˜ao de uma medic¸ ˜ao sincronizada dos fasores de tens ˜ao em dife-rentes pontos do Sistema El ´etrico de Pot ˆencia (SEP). Assim em meados de 1980, na Europa, foram realizados testes que utilizavam um sinal transmiss ˜ao via sat ´elite para a realizac¸ ˜ao do sincronismo de medidas dos fasores em v ´arios pontos do SEP. Esse sistema foi exclusivamente utilizado para a informac¸ ˜ao do fluxo de pot ˆencia, ou seja, realizava medidas dos ˆangulos de fase da tens ˜ao da rede. O m ´etodo utilizado foi a pas-sagem por zero (zero-crossing), ou seja, seu funcionamento baseava-se na medic¸ ˜ao do tempo que os sinais de tens ˜ao da rede levavam no momento de medida do sinal at ´e que o mesmo atinga a refer ˆencia (zero). Embora nessa ´epoca j ´a existiam recursos computacionais, eles n ˜ao eram suficientes para c ´alculos de monitoramento dos SEPs. Esse novo m ´etodo proposto possibilitou um avanc¸o na execuc¸ ˜ao dos c ´alculos compu-tacionais e um impulso na tecnologia de medic¸ ˜ao fasorial (PHADKE; THORP, 2008).

(17)

1.1 Referencial Hist ´orico 15

Historicamente, a operac¸ ˜ao com qualidade do sistema el ´etrico tem sido de grande import ˆancia para uma operac¸ ˜ao econ ˆomica e que apresente baixos ´ındices de indisponibilidade de energia el ´etrica. Na ultima d ´ecada houve uma desregulamentac¸ ˜ao no setor el ´etrico, por parte dos governos e das grandes ind ´ustrias, no sentido de es-tabelecer ambientes de competic¸ ˜ao a atrair investidores (DECKER et al., 2006). Com a desregulamentac¸ ˜ao do setor el ´etrico o sistema tornou-se mais fr ´agil e houve uma reduc¸ ˜ao na previsibilidade da operac¸ ˜ao, levando o sistema a operar pr ´oximo de seus limites (AGOSTINI, 2004).

Durante as primeiras d ´ecadas de experi ˆencia com a estimac¸ ˜ao fasorial, as informac¸ ˜oes processadas eram obtidas exclusivamente dos sistemas de Controle Su-pervis ´orio e Aquisic¸ ˜ao de Dados (do ingl ˆes SuSu-pervisory Control and Data Acquisition) (SCADA), que forneciam medidas de m ´odulo de tens ˜ao nodal, fluxo de pot ˆencia ativa e reativa, e em alguns casos, m ´odulo de corrente da rede el ´etrica. Com o grande avanc¸o tecnol ´ogico da d ´ecada de 80 e o desenvolvimento do Sistema de Posicionamento Glo-bal (do ingl ˆes GloGlo-bal Positioning System) (GPS), foi poss´ıvel o desenvolvimento da pri-meira Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial (do ingl ˆes Phasor Measurement Unit)(PMU), equi-pamento cujo principal objetivo ´e a medic¸ ˜ao direta de fasores de tens ˜ao e corrente de forma sincronizada em subestac¸ ˜oes geograficamente distantes. Com essa nova tec-nologia de sincronismo via sat ´elite, os Sistemas de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada (SMFS) tornaram-se a principal ferramenta de monitorac¸ ˜ao dos SEPs (PHADKE et al.,

2009).

Atualmente o SMFS ´e tecnologia mais recente e eficiente de monitoramento da operac¸ ˜ao dos sistemas el ´etricos. S ˜ao basicamente constitu´ıdos pelas PMUs, as quais tem a func¸ ˜ao de aquisic¸ ˜ao e estimac¸ ˜ao os fasores da rede em sincronismo no tempo, e pelos Concentradores de Dados Fasoriais (do ingl ˆes Phase Data

Concentra-tor ) (PDC), respons ´aveis por armazenar os fasores estimados pelas PMUs e

dispo-nibilizar esses dados para diversas aplicac¸ ˜oes de interesse. O avanc¸o na tecnologia dos SMFS, aplicado em monitorac¸ ˜ao, traz um ganho significativo para o conhecimento do comportamento do sistema el ´etrico. Com a medic¸ ˜ao dos sincrofasores, ´e poss´ıvel determinar o estado em que o sistema est ´a operando, possibilitando uma operac¸ ˜ao mais confi ´avel e eficaz do sistema, em outras palavras ´e poss´ıvel trilhar a din ˆamica do sistema el ´etrico. Essa nova perspectiva trazida `a operac¸ ˜ao pelos SMFS oferece soluc¸ ˜oes inovadoras referente a medic¸ ˜ao, controle e protec¸ ˜ao dos SEPs (ANDRADE, 2008).

(18)

1.2 Definic¸ ˜ao da Problem ´atica 16

A PMU ´e o principal elemento do SMFS e sua estrutura pode ser diferente de fabricante para fabricante. Contudo, ´e poss´ıvel discutir sobre uma PMU gen ´erica, a qual cont ˆem a ess ˆencia dos seus principais elementos. O elemento que ´e respons ´avel pelo sincronismo da PMU ´e o sinal proveniente do GPS, o mesmo fornece um sinal de refer ˆencia para a unidade atrav ´es de um m ´odulo receptor que normalmente est ´a aco-plado a PMU. Al ´em do sinal de refer ˆencia, o m ´odulo GPS fornece diversas informac¸ ˜oes como posic¸ ˜ao e tempo. O Conversor Anal ´ogico/Digital (do ingl ˆes Analog/Digital

Con-verter )(ADC), tamb ´em ´e um elemento fundamental da PMU, sendo respons ´avel pela

convers ˜ao do sinal da rede em sinal digital. Logicamente o sinal provido da rede ´e ade-quado a n´ıveis de tens ˜ao compat´ıveis com o ADC atrav ´es de um filtro anti-aliasing, o mesmo tamb ´em minimiza ru´ıdos do sinal analisado. O microprocessador ´e o principal elemento da PMU, tendo a func¸ ˜ao de realizar o processo matem ´atico para a estimac¸ ˜ao dos sincrofasores, e format ´a-los em pacotes de dados padronizados para o envio ao PDC. Normalmente os dados estimados pela PMU s ˜ao tens ˜ao em seu m ´odulo e fase e frequ ˆencia (PHADKE; THORP, 2008).

Atrav ´es dos fasores estimados pela PMU ´e poss´ıvel o aprimoramento e otimizac¸ ˜ao dos SEPs. Com esses dados ´e poss´ıvel determinar oscilac¸ ˜oes de tens ˜ao e frequ ˆencia do sistema, localizar faltas, verificar a sequ ˆencia de fase em diferentes pontos do sistema, caracterizar os tipos de cargas, bem como desenvolver diversas an ´alises comportamentais do sistema el ´etrico. (EHRENSPEGER, 2004).

1.2 DEFINIC¸ ˜AO DA PROBLEM ´ATICA

O principal objetivo dos SEPs ´e gerar, transmitir e entregar energia el ´etrica aos consumidores, atendendo crit ´erios de qualidade, confiabilidade e economia. Os sistemas de energia el ´etrica vem experimentando, nos ´ultimos, anos situac¸ ˜oes de operac¸ ˜oes cr´ıticas, devido a diversos fatores, tais como o uso cada vez mais intenso dos recursos existentes, a expans ˜ao constante dos SEPs e a escassez de recursos financeiros (ANDRADE, 2008).

No cen ´ario mundial foi constatado nas ´ultimas d ´ecadas grandes desliga-mentos na Am ´erica do Norte e Europa. Em 14 de agosto de 2003 um blackout ocorrido o norte dos Estados Unidos e no Canad ´a afetou mais de 50 milh ˜oes de consumidores. Nessa ocasi ˜ao 400 linhas de transmiss ˜ao e 531 geradores em 261 usinas geradoras foram desativadas. Em 23 de setembro de 2003 um blackout afetou a Su ´ecia e a

(19)

1.2 Definic¸ ˜ao da Problem ´atica 17

Dinamarca, deixando por volta de 4 milh ˜oes de consumidores sem energia el ´etrica (ANDERSSON et al., 2005). No Brasil em 2005 ocorreu um grande blackout atingindo os estados de Rio de Janeiro e Espirito Santo. Os casos citados evidenciam que a operac¸ ˜ao dos SEPs vem se tornando cada vez mais complexa e a preocupac¸ ˜ao por parte dos engenheiros em manter o fornecimento de energia com confiabilidade vem crescendo de forma significativa. Consequentemente as atividades de supervis ˜ao, controle e an ´alise de perturbac¸ ˜ao tem se tornado de maior import ˆancia para uma operac¸ ˜ao eficaz do sistema el ´etrico e principalmente para evitar blackouts (ANDRADE, 2008).

Nos dias de hoje o SMFS vem se mostrando a maneira mais eficaz de realizac¸ ˜ao do monitoramento do sistema el ´etrico. Esse sistema destaca-se pelo uso das PMUs, as quais se caracterizam pela utilizac¸ ˜ao de um sistema de sincronismo eficaz (GPS), podendo realizar at ´e 60 medic¸ ˜oes por segundo em pontos geografica-mente distantes do sistema el ´etrico, com precis ˜ao adequada pra qualquer aplicac¸ ˜ao de monitoramento e controle. Tais caracter´ısticas v ˆem ao encontro das necessidades tecnol ´ogicas atuais e representam um novo paradigma para a supervis ˜ao e controle do sistema el ´etrico em tempo real (EHRENSPEGER, 2004).

Atualmente as PMUs s ˜ao encontradas nas subestac¸ ˜oes do sistema el ´etrico, normalmente acopladas em outros dispositivos de protec¸ ˜ao. As PMUs comercializa-das s ˜ao volumosas, caras e seus fabricantes n ˜ao disponibilizam o acesso a carac-ter´ısticas especificas do produto, especialmente sobre os m ´etodos de estimac¸ ˜ao utili-zados, inviabilizando o estudos e pesquisas correlacionadas. Com a forte tendencia na evoluc¸ ˜ao das redes inteligentes (do ingl ˆes (smart grids)), a qual visa a otimizac¸ ˜ao dos SEPs, torna-se necess ´ario a criac¸ ˜ao de m ´etodos alternativos para o aperfeic¸oamento da monitorac¸ ˜ao do sistema el ´etrico. Diante desse cen ´ario o desenvolvimento de uma PMU com maior acessibilidade, com baixo custo e com uma performance adequada a aplicac¸ ˜oes em redes inteligentes e ao monitoramento das redes de energia el ´etrica torna-se favor ´avel nos dias atuais.

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1.3 Objetivos 18

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVOS GERAIS

O principal objetivo deste trabalho ´e o desenvolvimento de uma PMU de baixo custo com desempenho adequado para o monitoramento de energia el ´etrica. O prot ´otipo desenvolvido deve atender a normativa C37.118.1 estabelecida pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletr ˆonicos (do ingl ˆes Institute of Eletrical and Eletronic

Engineers)(IEEE) para SMFS em sistemas de pot ˆencia (IEEE, 2011b). O IEEE padro-nizou o processo de medic¸ ˜ao e envio do pacote de dados nas PMUs por meio dos

Standards C37.118.1 e C37.118.2 (IEEE, 2011b)(IEEE, 2011a). Nessas normas s ˜ao definidos os requisitos de desempenho, quantidade de fasores por segundo, formato do pacote de dados enviado, protocolos de comunicac¸ ˜ao e outros requisitos. A norma-tiva estabeleceu um padr ˜ao para a PMU, na qual, o fasor deve informar o m ´odulo de tens ˜ao em seu valor eficaz ou Root Mean Square (RMS) e a fase com uma refer ˆencia de -90◦, ou seja, no momento da passagem por zero a fase equivale a -90. S ˜ao

estabelecidos tamb ´em erros m ´aximos aceit ´aveis e n´ıveis de precis ˜ao das medic¸ ˜oes. O principal crit ´erio que a PMU desenvolvida deve atender ´e o Erro Total Vetorial (do ingl ˆes Total Vector Error ) (TVE), que segundo a normativa deve ser menor ou igual a 1%.

(21)

19

2 EMBASAMENTO TE ´ORICO

Nesse cap´ıtulo ser ´a abordado um estudo te ´orico sobre os SMFS e as PMUs, abordando as caracter´ısticas gerais e o funcionamento gen ´erico. Tamb ´em ser ˜ao discutidos os m ´etodos de estimac¸ ˜ao fasorial e m ´etodos para c ´alculos de frequ ˆencia.

2.1 SISTEMAS DE MEDIC¸ ˜AO FASORIAL SINCRONIZADA

O SMFS ´e um sistema de medic¸ ˜ao simult ˆanea de fasores de grandezas el ´etricas, normalmente coletadas geograficamente distantes entre si, utilizando as PMUs como dispositivo de medic¸ ˜ao, conectadas ao PDC para o armazenamento de dados. O PDC ´e a unidade l ´ogica que coleta os dados fasoriais e os dados de evento discreto da PMU. Essas unidades de medic¸ ˜ao s ˜ao sincronizadas via sat ´elite por GPS e, com isso, d ˜ao outra dimens ˜ao `a utilizac¸ ˜ao e `a aplicac¸ ˜ao de dados de grandes ´areas (wide areas data) no monitoramento e controle din ˆamico dos sistemas de pot ˆencia (ANDRADE, 2008). Um modelo gen ´erico de um SMFS ´e demostrado na figura 1.

PMU PMU PMU

PDC GPS

Comunicação de Dados

Figura 1: Sistema de Medic¸ ˜ao Fasorial Sincronizada. Fonte: Adaptado de Ehrenspeger (2004).

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2.2 Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial 20

O m ´odulo GPS acoplado na PMU fornece um sinal de Pulso por Segundo (PPS) para a unidade. Esse sinal fornece o instante em que devem ser realizadas as aquisic¸ ˜oes dos dados trif ´asicos da rede. Ap ´os a aquisic¸ ˜ao dos dados ´e realizado o processo de estimac¸ ˜ao dos fasores, normalmente de tens ˜ao, atrav ´es de m ´etodos matem ´aticos destinados a essa aplicac¸ ˜ao, os quais ser ˜ao discutidos no decorrer do trabalho. Al ´em dos dados de tens ˜ao, a PMU fornece dados de frequ ˆencia de operac¸ ˜ao do sistema. Esse c ´alculo pode ser realizado de formas distintas, as quais ser ˜ao deta-lhadas posteriormente.

O PDC ´e um dos elementos mais importantes do SMFS, sendo que suas principais func¸ ˜oes s ˜ao: receber os sincrofasores coletados pelas PMUs, format ´a-los com etiquetas de tempo a fim de organizar conjuntos de medidas referentes ao mesmo instante de tempo, armazen ´a-los numa base pr ´opria e atender a diversos tipos de aplicac¸ ˜ao. Todo esse processo ´e realizado continuamente, gerando um fluxo de dados capaz de representar o estado do sistema el ´etrico de uma forma pr ´oxima a operac¸ ˜ao em tempo real. Desse modo ele requer um alto desempenho computacional, alto grau de confiabilidade e disponibilidade. Normalmente um PDC armazena dados de um grupo de PMUs, e podem existir PDCs centrais que est ˜ao conectados a diver-sos PDCs, onde direcionam os dados das medidas de diferentes pontos do sistema el ´etrico para o centro de controle e operac¸ ˜ao.

Com a utilizac¸ ˜ao dos SMFS na operac¸ ˜ao dos SEPs se torna mais confi ´avel e eficaz. Devido as medic¸ ˜oes simult ˆaneas ´e poss´ıvel conhecer o estado que o sistema est ´a operando, facilitando o monitoramento e controle do mesmo, al ´em de evitar mano-bras desnecess ´arias pelos operadores. Com as estimac¸ ˜oes realizadas pelas PMUs ´e poss´ıvel monitorar e controlar o SEP, despachar pot ˆencia, e realizar correc¸ ˜oes no sis-tema de maneira mais r ´apida e previs´ıvel. Tamb ´em ´e poss´ıvel aprimorar a operac¸ ˜ao no processo de c ´alculos de fluxo de pot ˆencia, que normalmente ´e realizado atrav ´es de dados inseridos manualmente pelos operadores, podendo ocasionar erros ou falhas na operac¸ ˜ao.

2.2 UNIDADE DE MEDIC¸ ˜AO FASORIAL

O principal componente de um sistema de medic¸ ˜ao fasorial ´e a PMU, a qual ´e respons ´avel por realizar a aquisic¸ ˜ao dos sinais trif ´asicos do sistema, process ´a-los

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2.2 Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial 21

efetuando a medic¸ ˜ao das grandezas fasoriais e envi ´a-los ao concentrador de dados. A estrutura da PMU pode ser compreendida atrav ´es da figura 2. Basicamente esse equipamento ´e composto por um sistema de aquisic¸ ˜ao, a que pertencem os filtros

anti-aliasing, o circuito oscilador (phase-locked oscillator ), um ADC, e por um

micro-processador que realiza o tratamento matem ´atico das amostras. Cada PMU deve estar acoplada a um equipamento receptor de sinal de GPS, o qual prov ˆe o sincro-nismo a partir do sinal PPS e envia demais informac¸ ˜oes para a PMU, como dados de posicionamento e tempo (EHRENSPEGER, 2004).

GPS

Circuito Oscilador

Conversor A\D

Filtro Anti-Aliasing Microprocessador

Transdutor de Comunicação 1 PPS Entradas Analógias Dados de Saída Antena Receptora

Figura 2: Estrutura Gen ´erica de uma Unidade de Medic¸ ˜ao Fasorial. Fonte: Adaptado de Phadke end Thorp (2008).

O processo de medic¸ ˜ao da PMU consiste em partir do sinal PPS, que ´e for-necido pelo m ´odulo GPS de forma continua `a unidade, esse sinal tem a precis ˜ao maior que 1µs. O mesmo pode ser dividido em um n ´umero maior de pulsos possibilitando um numero maior de medic¸ ˜oes durante 1 segundo (PHADKE et al., 1994). Segundo a normativa C37.118.1.p11 o n ´umero de medidas realizadas pela PMU operando a 60 Hz s ˜ao: 10, 12, 15, 20, 30, 60 e operando a 50 Hz ´e 10, 25 e 50, por ´em h ´a PMU com faixas maiores como 100 e 120 medidas por segundo, al ´em de unidades com faixas menores, entre 1 e 10 medidas por segundo (IEEE, 2011b). O processo de aquisic¸ ˜ao dos sinais trif ´asicos ´e realizados nos secund ´arios dos Transformadores de Corrente (TC) ou Transformadores de Potencial (TP), dependendo da informac¸ ˜ao necessitada pela PMU, no caso do TC a PMU estimar ´a fasores de corrente, e no caso do TP in-formar ´a fasores de tens ˜ao. Na maioria dos casos a PMU fornece dados de tens ˜ao e frequ ˆencia do sistema. Lembrando que ap ´os a esse processo os sinais s ˜ao filtrados, para evitar efeitos de aliasing.

Posteriormente `a filtragem os sinais passam pelo ADC, que realiza a amos-tragem dos sinais. Um fator importante nessa etapa do processo ´e a resoluc¸ ˜ao do

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2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 22

conversor, o qual pode ocasionar uma imprecis ˜ao no sinal amostrado. Em seguida, os dados s ˜ao direcionados ao microprocessador, para a realizac¸ ˜ao dos c ´alculos ma-tem ´aticos e formatac¸ ˜ao dos fasores estimados para o envio ao PDC.

2.3 ESTIMAC¸ ˜AO DE FASORES E DE FREQU ˆENCIA

Nessa sec¸ ˜ao ser ˜ao discutidos os m ´etodos de estimac¸ ˜ao fasorial e estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia, retratando os m ´etodos utilizados para o desenvolvimento do trabalho. Tamb ´em ´e feito uma introduc¸ ˜ao no conceito de sincrofasores.

2.3.1 DEFINIC¸ ˜AO DE SINCROFASOR

Antes de discutir sobre os m ´etodos de estimac¸ ˜ao fasorial ser ´a abordado o conceito de sincrofasores. A representac¸ ˜ao fasorial de um sinal senoidal ´e usualmente utilizada nas an ´alises de sistemas de pot ˆencia. Uma forma de onda senoidal ´e dada pela equac¸ ˜ao (1):

x(t) = Xmcos(2πf0t + φ) (1)

Normalmente representada na forma de fasor, como ´e mostrado na equac¸ ˜ao 2:

X = Xr− jXi =

Xm

2 [cos(φ) − jsen(φ)] (2)

O subscrito r representa da parte real e o subscrito i representa a parte imagin ´aria. O valor deφdepende da escala de tempo, particularmente ondet = 0.

A representac¸ ˜ao de um sincrofasor do sinalx(t)na equac¸ ˜ao (1) ´e o valorX representado na equac¸ ˜ao (2) ondeφ ´e o ˆangulo de fase instant ˆaneo relativo a func¸ ˜ao cosseno. O cosseno tem seu m ´aximo em t = 0, ent ˜ao o ˆangulo do sincrofasor ´e 0 graus quando x(t) est ´a em seu valor m ´aximo, e -90 graus quando a passagem por zero positiva acorre. A figura 3 ilustra a relac¸ ˜ao do ˆangulo de fase com o sinal PPS.

(25)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 23 Xm Xm t=0 (1pps) (0 graus) (-90 graus) Sinal X(t) Sinal X(t)

Figura 3: Representac¸ ˜ao de um Sincrofasor. Fonte: Adaptado de IEEE (2011).

2.3.2 ESTIMAC¸ ˜AO FASORIAL

A literatura aborda como uma das maneiras mais eficientes para a estimac¸ ˜ao fasorial a Transformada Discreta de Fourier (do ingl ˆes Discrete Fourier Transform)

(DFT), a qual pode ser utilizada na sua forma convencional ou sua forma recursiva(PHADKE; THORP

2008), primeiramente ser ´a analisada a DFT na sua forma convencional.

Considerando um sinalx(t)com frequ ˆencia nominalkf0, o mesmo pode ser

representado por um serie de Fourier, como ´e demostrado na equac¸ ˜ao 3.

x(t) = akcos(2pikf0t) + bksin(2pikf0t) = q (a2 k+ b2k)  cos(2pikf0t + φ) (3) onde: φ = arctan(−bk/ak) (4)

Representado a equac¸ ˜ao (3) fasorialmente:

Xk = 1 √ 2 q (a2 k+ b2k)  ejφ (5)

A raiz-quadrada de 2 no denominador ´e para representar o valor da senoide em rms. O fasor em sua forma complexa torna-se:

Xk=

1 √

2(ak− jbk) (6)

(26)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 24

fasor da k- ´esima componente harm ˆonica ´e dada por

Xk= 1 √ 2 2 √ N N −1 X n=0 x(n∆T )e−j2πkn N = √1 2 2 √ N N −1 X n=0 x(n∆T )  cos(2πkn N ) − jsin( 2πkn N )  (7)

Usando a notac¸ ˜aox(n∆T ) = xn e 2πN = θ

Xk = √ 2 N N −1X n=0 xn{cos(knθ) − jsin(knθ)} (8)

Ondeθ ´e o ˆangulo da amostra em termos do per´ıodo da componente fun-damental da frequ ˆencia.

Definido que a as somas das componentes real e a componente imagin ´aria seguem: Xr = √ 2 N N −1X n=0 xncos(knθ) (9) Xi = √ 2 N N −1X n=0 xnsen(knθ) (10)

Ent ˜ao o fasorXk ´e dado por:

Xk= Xr− jXi (11)

Considerando um sinal x(t) com frequ ˆencia nominal de f0 onde ´e

amos-trado com frequ ˆencia deN f0.

x(t) = Xmcos(2πf0t + φ) (12)

Considerando as N amostrasx(n) = n = 0, 1, 2..., N − 1.

(27)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 25

Para as aplicac¸ ˜oes utilizando medic¸ ˜oes fasoriais ´e de maior interesse a estimac¸ ˜ao dos fasores na frequ ˆencia fundamental, ent ˜ao nas equac¸ ˜oes (9) e (10) uti-lizassek = 1. Caso que seja necess ´ario a informac¸ ˜ao dos fasores fora da frequ ˆencia fundamental utilizassek = 2, 3, 4...para as componentes de segunda, terceira, quarta harm ˆonicas e assim por diante. O n ´umero de total de amostras analisado em um per´ıodo ´e definido de0aN − 1, ent ˜ao (9) pode ser escrita da seguinte maneira:

XN −1 r = √ 2 N N −1X n=0 xncos(kθ) = √ 2 N N −1X n=0 Xmcos(nθ + φ)cos(θ) = √ 2 N Xm N −1X n=0  cos(φ)cos2(nθ + φ) − 1 2sen(φ)sen(2nθ)  = X√m 2cos(φ) (14)

De maneira similar para a equac¸ ˜ao (10).

XN −1 i = √ 2 N N −1X n=0 xnsen(kθ) = √ 2 N N −1X n=0 Xmcos(nθ + φ)sen(θ) = √ 2 N Xm N −1X n=0  1 2cos(φ)sen(2nθ) − 1 2sen(φ)sen 2(nθ)  = −X√m 2sen(φ) (15)

Desta maneira o fasorXN −1 ´e dado por:

XN −1 = XN −1 r − jXiN −1= Xm √ 2 [cos(φ) − jsen(φ)] = Xm 2e jφ (16)

Deve estar claro que a equac¸ ˜ao (16) fornece a estimac¸ ˜ao do fasor para a frequ ˆencia fundamental, e fica subentendido que a vari ´avelkn ˜ao aparece na equac¸ ˜ao 16 poisk = 1. O resultado obtido pela equac¸ ˜ao (16) ´e conforme a definic¸ ˜ao do sincro-fasor visto na sec¸ ˜ao 2.3.1, e o ˆangulo de faseφ do fasor ´e o ˆangulo entre o tempo da primeira amostra (n = 0) e o pico do sinal de entrada.

(28)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 26

As formulas para calcular o N- ´esimo menos 1 e o N- ´esimo fasor utilizando aos algor´ıtimos convencionais s ˜ao:

XN −1= √ 2 N N −1X n=0 xne−jθ (17) XN = √ 2 N N −1X n=0 xn+1e−jθ (18)

Pode ser que as amostras xn = 1, 2, 3, ..., N − 1 sejam comuns em ambas

as express ˜oes. A equac¸ ˜ao 19 n ˜ao possui a amostrax0, ent ˜ao o mesmo ´e iniciado em

x1 e termina emxN , o qual n ˜ao existe na equac¸ ˜ao 17. Se forem multiplicados ambos

os lados de (19) pore−jθ, o seguinte resultado ´e obtido:

b XN = e−jθXN = √ 2 N N −1X n=0 xn+1e−j(n+1)θ = XN −1+ √ 2 N (Xn− X0)e j(0)θ (19)

Onde ´e feito uso do fato que ej(0)θ = ej(N )θ , desde que N amostras

repre-sentem exatamente o intervalo de um per´ıodo da frequ ˆencia fundamental. O fasor definido na equac¸ ˜ao 19 difere da estimativa n ˜ao recursiva por um retardamento angu-lar deθ. A vantagem do uso dessa definic¸ ˜ao alternativa para o fasor do novo intervalo de dados ´e que (N − 1) multiplicac¸ ˜oes pelos coeficientes de Fourier no novo intervalo s ˜ao os mesmos que aqueles usados no primeiro intervalo. Apenas uma atualizac¸ ˜ao recursiva no fasor anterior precisa ser feita para determinar o valor do novo fasor. Esse algor´ıtimo ´e conhecido como algor´ıtimo recursivo para a estimac¸ ˜ao fasorial. Em ge-ral (N + r) ´e a ´ultima amostra no intervalo de dados, portanto a estimativa fasorial recursiva ´e dada por:

b XN+r= e−jθXN+r−1+ √ 2 N (Xn+r− Xr)e −jrθ = bXN+r−1+ √ 2 N (Xn+r− Xr)e −jrθ (20)

(29)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 27

amostras por ciclo da forma de onda apresentada. Quando novas amostras s ˜ao obti-das, novos c ´alculos s ˜ao feitos para cada intervalo. Na nova amostra s ˜ao usados novos multiplicadores seno e cosseno. O fasor para uma entrada constante permanece es-tacion ´ario.

Quando o sinal de entrada ´e uma senoide constante,XN+r ´e o mesmo que

Xr, e o segundo termo da equac¸ ˜ao (19) desaparece. O fasor estimado com o novo

intervalo de dados ´e o mesmo estimado com o intervalo antigo quando o sinal de entrada ´e uma senoide constante. Em geral, o algor´ıtimo recursivo ´e numericamente inst ´avel. Por exemplo, se for considerado o efeito do erro na estimativa em um intervalo causado por um arredondamento, o erro estar ´a presente em todas as estimativas seguintes a essa amostra. Essa caracter´ıstica dos algoritmos fasoriais recursivos n ˜ao pode ser desconsiderada em aplicac¸ ˜oes pr ´aticas. Entretanto, o algoritmo recursivo ´e escolhido em muitas aplicac¸ ˜oes por sua efici ˆencia computacional (PHADKE; THORP, 2008).

Figura 4: Estimac¸ ˜ao fasorial em sua Forma Recursiva. Fonte: Phadke and Thorp (2008).

Apesar da vantagem computacional estabelecida pelo algor´ıtimo recursivo, para a aplicac¸ ˜ao no desenvolvimento da PMU utilizou-se o algor´ıtimo convencional, ou n ˜ao recursivo. O objetivo da PMU desenvolvida ´e realizar uma estimac¸ ˜ao por se-gundo, ent ˜ao n ˜ao houve a necessidade de utilizar o algor´ıtimo recursivo. Em estudos posteriores, quando houver a necessidade de aumentar o n ´umero de estimac¸ ˜oes por segundo, poder ´a ser implementado o algor´ıtimo em sua forma recursiva.

(30)

2.3 Estimac¸ ˜ao de Fasores e de Frequ ˆencia 28

2.3.3 ESTIMAC¸ ˜AO DE FREQU ˆENCIA

Como na estimac¸ ˜ao dos fasores, a estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia do sistema el ´etrico pode ser desenvolvida de v ´arias maneiras, tais como: cruzamento por zero, filtro de Lac¸o Fechado em Fase (do ingl ˆes Phase Locked Loop) (PLL), filtros de Kal-man (MARCHESAN et al., 2011) entre outros m ´etodos. Na PMU a ser desenvolvida a estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia deve ser de grande exatid ˜ao e sensibilidade, ent ˜ao realizou-se algumas an ´alirealizou-ses entre esrealizou-ses m ´etodos.

Os filtros de Kalman s ˜ao representados matematicamente em termos de espac¸os de estados. A principal caracter´ıstica deste tipo de filtragem ´e a capaci-dade de obter a vari ˆancia do estado de um sistema din ˆamico, e o resultado obtido na estimac¸ ˜ao mostra-se teoricamente eficaz (HAYKIN, 2002). Al ´em da estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia o filtro de Kalman estendido pode realizar estimac¸ ˜oes de m ´odulo e fase de sinais contaminados com ru´ıdos e harm ˆonicas. Em Girgis e Hwang (1984) ´e utilizado o modelo de filtro de Kalman para a estimac¸ ˜ao on-line de m ´odulo e fase e variac¸ ˜oes de frequ ˆencia da rede. Atrav ´es de estudos e simulac¸ ˜oes, a utilizac¸ ˜ao desses algor´ıtimos para an ´alises de sistemas de pot ˆencia sugere uma aplicac¸ ˜ao onde o erro de estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia ´e pr ´oximo de 0,01 Hz a 0,02 Hz.

Outro m ´etodo que pode ser utilizado para a estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia ´e o filtro PLL. Uma estrutura PLL consiste, basicamente, em uma malha de controle re-alimentada cujo principal objetivo ´e a sintetizac¸ ˜ao de uma senoide, geralmente de amplitude unit ´aria, com frequ ˆencia id ˆentica `a frequ ˆencia da componente fundamental de um sinal de entrada qualquer (GOMES, 2007). As estruturas PLL s ˜ao tamb ´em muito utilizadas na ´area de sistemas de pot ˆencia, onde constituem parte integrante de pro-cedimentos como controle de inversores de frequ ˆencia e m ´aquinas conectadas `a rede el ´etrica, detecc¸ ˜ao da frequ ˆencia fundamental de um barramento el ´etrico, detecc¸ ˜ao e ou medic¸ ˜ao de harm ˆonicas. Aplicac¸ ˜oes na PMU n ˜ao s ˜ao somente utilizadas para estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia mas tamb ´em podem ser utilizadas para estimac¸ ˜ao de fase ou m ´odulo (KARIMI-GHARTEMANI; IRAVANI, 2005).

Um dos m ´etodos mais simples e eficazes para estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia ´e o cruzamento por zero, ou zero-crossing. O funcionamento baseia-se na medic¸ ˜ao do tempo entre dois cruzamentos por zero de um sinal senoidal. Normalmente utiliza-se um temporizador, para realizar a contagem entre os cruzamentos e um comparador para evitar problemas como ru´ıdos nos sinais analisados e facilitar a detecc¸ ˜ao do

(31)

2.4 Normativa T ´ecnica 29

cruzamento por zero. A estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia ´e apresentada em (21)

F req.Estimada = F req.T emporizador

N◦contagens (21)

2.4 NORMATIVA T ´ECNICA

Um dos principais objetivos desse trabalho ´e observ ˆancia dos crit ´erios es-tabelecidos na normativa do IEEE pela PMU desenvolvida. A normativa C37.118.1 do IEEE, publicada em 2011, estabelece uma definic¸ ˜ao para fasor e frequ ˆencia sin-cronizados, Taxa de Variac¸ ˜ao de Frequ ˆencia (do ingl ˆes Rate of Change of Frequency ) (ROCOF), assim como a taxa de tempo e os requisitos de sincronismo para a medic¸ ˜ao de sinais trif ´asicos. O documento tamb ´em define o padr ˜oes que a PMU deve atender para as estimac¸ ˜oes dos fasores e frequ ˆencia, o principal crit ´erio ´e o TVE.

2.4.1 TOTAL VECTOR ERROR

O TVE ´e medida entre a diferenc¸a das informac¸ ˜oes vindas da PMU que descrevem o fasor estimado e o fasor real. Como na maioria das medidas, a relac¸ ˜ao entre o valor mensurado e o valor ideal ´e determinado atrav ´es de calibrac¸ ˜ao. Um sinal de alto n´ıvel de precis ˜ao pode ser utilizado para a calibrac¸ ˜ao da medida (IEEE, 2011b). Para simplificar a especificac¸ ˜ao do sincrofasor, os erros de magnitude e fase foram combinados em um ´unico erro chamado erro total vetorial. Esse crit ´erio de erro combina todos os erros que a estimac¸ ˜ao do sincrofasor esta sujeita, incluindo tempo de sincronizac¸ ˜ao, ˆangulo de fase e erro de magnitude. O TVE ´e definido por (22), cabe ressaltar que o fasor ideal n ˜ao pode ser precisamente conhecido, devido a essa circunst ˆancia calibrac¸ ˜ao ´e feita para estabilizar os fasores da PMU com o prop ´osito de obter uma baixa probabilidade de variac¸ ˜ao. Deve-se ressaltar que a calibrac¸ ˜ao deve ser constante e n ˜ao deve ser alterada durante o intervalo de amostra-gem ou o processo de estimac¸ ˜ao.

T V E = F.ideal − F.estimado

F.ideal (22)

ondeF.ideal ´e o fasor ideal eF.estimado ´e o fasor estimado pela PMU. A normativa C37.118.1 estabelece um crit ´erio de 1% como valor m ´aximo

(32)

2.4 Normativa T ´ecnica 30

do TVE, ou seja, o valor dado pela equac¸ ˜ao (1) deve ser menor ou igual a 0,01. O erro m ´aximo de magnitude ´e de 1% quando o erro de fase ´e nulo, consequentemente o erro de fase deve ser abaixo de 0,573◦ quando o erro de magnitude ´e nulo. O

crit ´erio do TVE ´e dado pelo raio do circulo demostrado na figura 5. Assim as amostras estimadas pela PMU que se encontram no interior do circulo atendem o crit ´erio do TVE estabelecido pela normativa.

0,573°

1%

Fasor Real

Figura 5: Crit ´erio de 1% do TVE Demonstrado no Fasor. Fonte: Adaptado de IEEE (2011).

(33)

31

3 ARQUITETURA PROPOSTA

Nesse cap´ıtulo s ˜ao demonstrados os requisitos de uma PMU de baixo custo assim como os blocos que comp ˜oe a mesma. Ser ˜ao detalhados os processos e as ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da PMU de baixo custo, mantendo o foco no processo de estimac¸ ˜ao fasorial, aquisic¸ ˜ao e sincronismo de dados, m ´etodos para validac¸ ˜ao do crit ´erio TVE e estrat ´egia para compensac¸ ˜ao de erro do ADC. A metodologia para implementac¸ ˜ao do m ´odulo GPS com seus respectivos protocolos de comunicac¸ ˜ao e o o processo de gerenciamento do display gr ´afico tamb ´em ser ˜ao abordados nesse cap´ıtulo.

3.1 CARACTER´ISTICAS DA PMU DE BAIXO CUSTO

O principal elemento da PMU de baixo custo desenvolvida e a base para o prot ´otipo ´e a plataforma STM32F4Discovery. Essa plataforma ´e fabricado pela pela STMicroelectronics e possui o microcontrolador STM32F407VGT6, uma ferramenta de depurac¸ ˜ao embarcada on-board (ST-Link/V2), LEDs (light-Emitting Diode), sa´ıdas para ´audio, al ´em de varias outras caracter´ısticas (STMICROELECTRONICS, 2012c).

O microcontrolador em si possui uma diversidade de perif ´ericos os quais podem operar de v ´arios modos e caracter´ısticas espec´ıficas. Com um n ´ucleo ARM cortex-M4 de 32 bits que oferece suporte de processamento digital de sinais em um ´unico ciclo e instruc¸ ˜oes SIMD, (Single Instruction Multiple Data), que realiza a mesma operac¸ ˜ao de m ´ultiplos dados simultaneamente, al ´em de conter uma Unidade de Ponto Flutuante (do ingl ˆes Float Point Unit)(FPU) e frequ ˆencia de processamento de at ´e 168 MHz, o mesmo possui tamb ´em 1 Megabyte de mem ´oria flash e 196 Kilobytes de Mem ´oria de Acesso Aleat ´orio (do ingl ˆes Random Access Memory )(RAM). Esse mi-crocontrolador tamb ´em disponibiliza 3 ADCs de 12 bits, perif ´erico de Acesso Direto a Mem ´oria (do ingl ˆes Direct Memory Access)(DMA), 17 temporizadores de 16 e 32 bits com frequ ˆencia de at ´e 168 MHz, 2 Conversores Digital/Anal ´ogico (do ingl ˆes

Di-gital/Analog Converter )(DAC) e perif ´ericos de comunicac¸ ˜ao serial, al ´em de diversos

(34)

3.1 Caracter´ısticas da PMU de Baixo Custo 32

Al ´em das caracter´ısticas citadas, o STM32F4Discovery ´e uma plataforma com custo acess´ıvel, mantendo assim o conceito de baixo custo empregado na PMU desenvolvida. A plataforma STM32F4Discovery pode ser observado na figura 6.

Figura 6: Kit STM32F4Discovery. Fonte: STMicroelectronics.

As peculiaridades que mais influenciaram na escolha dessa plataforma para o desenvolvimento foram a alta velocidade de processamento, a disponibilidade de tr ˆes conversores A\Ds independentes e os modos de operac¸ ˜ao dos temporizados. Essas caracter´ısticas citadas implicam diretamente no processo matem ´atico da aplicac¸ ˜ao as-sim como na aquisic¸ ˜ao dos sinais analisados. Os tr ˆes conversores A\D, operando in-dependentes, foram essenciais para aplicac¸ ˜ao devido a PMU tratar de sinais trif ´asicos. S ˜ao fornecidas a PMU tr ˆes sinais anal ´ogicos, os quais s ˜ao amostrados pelos conversores AD, em seguida ´e realizado o processo matem ´atico. O prot ´otipo tamb ´em cont ´em um m ´odulo GPS e um display gr ´afico LCD. As conex ˜oes entre o m ´odulo GPS e o display gr ´afico LCD para o microcontrolador ´e feita via comunicac¸ ˜ao serial. Basicamente SMT32F4Discovery gerenciar ´a todas as funcionalidades do prot ´otipo

(35)

3.2 Sistema de Aquisic¸ ˜ao e Sincronismo 33

da PMU, as quais se caracterizam como: processo de estimac¸ ˜ao fasorial e estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia, aquisic¸ ˜ao e sincronismo dos dados analisados, gerenciamento e pro-cessamento dos dados do m ´odulo GPS, atualizac¸ ˜ao e envio de dados ao display gr ´afico LCD. Um modelo da PMU de baixo custo ´e apresentado na figura 7

Modulo GPS Display LCD Memória Antena Receptora Entrada Analógica A Entrada Analógica B Entrada Analógica C Conexão Serial Sinal PPS

Figura 7: Modelo Gen ´erico da PMU de Baixo Custo. Fonte: Autoria Pr ´opria.

O funcionamento da PMU de baixo custo ´e basicamente o mesmo empre-gado `a uma PMU gen ´erica. O modulo GPS fornece o sinal PPS que inciar ´a o processo de aquisic¸ ˜ao das amostras realizado pelos conversores A\D. Em seguida ´e realizado o processamento matem ´atico atrav ´es da CPU do microcontrolador e por fim os dados fasoriais e de frequ ˆencia s ˜ao enviados ao display gr ´afico.

3.2 SISTEMA DE AQUISIC¸ ˜AO E SINCRONISMO

Como j ´a citado, o microcontrolador STM32F407VGT6 possui tr ˆes converso-res A\D que podem realizar at ´e 2,4 milh ˜oes de amostras por segundo individualmente, podendo ser compartilhados em 16 canais. Com uma resoluc¸ ˜ao de 12 bits, acesso direto a mem ´oria atrav ´es do DMA, sincronismos de aquisic¸ ˜ao a partir de temporiza-dores e operac¸ ˜ao simult ˆanea dos tr ˆes conversores A\D, esse perif ´erico torna-se uma ferramenta adequada para a aplicac¸ ˜ao.

O objetivo desse sistema ´e a amostragem de 256 dados de cada sinal ana-lisado pela PMU (Entrada Anal ´ogica A, Entrada Anal ´ogica B, Entrada Anal ´ogica C) durante seu respectivo per´ıodo e armazenar esses dados em um buffer de mem ´oria

(36)

3.2 Sistema de Aquisic¸ ˜ao e Sincronismo 34

para o tratamento matem ´atico. Cada buffer armazenar ´a os 256 dados de cada sinal amostrado, resultando em 768 dados armazenados. O in´ıcio da amostragem ´e deter-minado pelo sinal PPS e um temporizador (TIM8) ser ´a o respons ´avel por determinar a frequ ˆencia de amostragem do ADC. Os conversores operam simultaneamente de-vido ao seus respectivos modos de operac¸ ˜ao. O fim do processo ´e sinalizado por um segundo temporizador (TIM2). A figura 8 representa o o sistema apresentado anteri-ormente. (Master) (Slave) (Slave) (768 Dados) Pino TI2 (PC7) PPS Entrada Analógica A Entrada Analógica B Entrada Analógica C Fim do Processo Trigger

Figura 8: Sistema de Aquisic¸ ˜ao e Sincronismo. Fonte: Autoria Pr ´opria.

Esse sistema deve possuir uma ´unica refer ˆencia temporal, em outras pa-lavras, a aquisic¸ ˜ao das amostras deve inciar no momento em que ´e captado o sinal PPS. O temporizador TIM8 tem a possibilidade de operar a partir de um gatilho ex-terno, operando no modo trigger. A entrada TI2, que est ´a ligada ao pino 7 da porta C do microcontrolador, atua como gatilho do temporizador. No momento em que um pulso ´e captado nessa entrada, o temporizador inicia sua contagem, a cada fim de contagem o ADC1 realiza uma convers ˜ao. A convers ˜ao a partir do fim de contagem do temporizador ´e uma das opc¸ ˜oes que podem ser configuradas no conversor.

Como o temporizador TIM8 atua como base de tempo das convers ˜oes ´e poss´ıvel determinar o n ´umero total de dados amostrados em um determinado per´ıodo de tempo, ajustando a frequ ˆencia de operac¸ ˜ao do mesmo. Esse temporizador opera como base de tempo das convers ˜oes somente para o ADC 1, contudo ´e necess ´ario que ambos os outros conversores realizem as convers ˜oes simultaneamente. Desse modo foi configurado o ADC 1 como mestre (master ) e os demais como escravo

(37)

3.3 Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia 35

(slave). Operando nessas configurac¸ ˜oes os conversores 2 e 3 realizam as convers ˜oes simultaneamente com o conversor 1, assim ´e n ˜ao ´e necess ´ario outros temporizadores para fornecer a base de tempo dos conversores 2 e 3. Consequentemente todas as amostras dos tr ˆes conversores se mant ´em sincronizadas, possuindo assim a mesma refer ˆencia temporal.

Posteriormente `a amostragem dos sinais, os dados s ˜ao alocados em um

buffer de mem ´oria, contendo 768 posic¸ ˜oes, equivalente as 256 amostras dos tr ˆes

conversores, sendo esses dados alocados atrav ´es do DMA. Esse perif ´erico possibilita o acesso direto de um perif ´erico `a mem ´oria ou da mem ´oria `a um perif ´erico. Nessa aplicac¸ ˜ao foi realizado o acesso dos conversores A\D `a mem ´oria. O DMA pode ope-rar com buffer circular ou independente. No modo circular os dados s ˜ao alocados na mem ´oria at ´e completar sua capacidade e em seguida s ˜ao alocados novamente, ou seja, o buffer trabalha em modo cont´ınuo. Como a PMU desenvolvida realiza o trata-mento dos dados continuamente utilizou-se a configurac¸ ˜ao do DMA em modo circular. O temporizador TIM2 ´e respons ´avel por sinalizar o fim do processo. Esse temporizador est ´a configurado de modo que sua base temporal ´e proporcionada pelo TIM8. Dessa forma ´e poss´ıvel conhecer a taxa de operac¸ ˜ao do TIM8 e, consequen-temente, controlar o n ´umero de amostras do sistema e sinalizar o fim do processo. Cabe ressaltar que o processo ´e cont´ınuo, ou seja, a cada PPS o sistema realizar ´a um novo processo de aquisic¸ ˜ao das amostras.

A principal caracter´ıstica do processo de aquisic¸ ˜ao empregado ´e que todo o seu funcionamento ´e independente do processador. Isso implica diretamente no desempenho do sistema, podendo-se realizar as aquisic¸ ˜oes enquanto o processador opera de forma dedicada as demais funcionalidades da PMU, exclusivamente o pro-cesso matem ´atico de estimac¸ ˜ao dos fasores e envio dos dados.

3.3 ESTIMAC¸ ˜AO DE FREQU ˆENCIA

Apesar da frequ ˆencia nominal da rede el ´etrica no Brasil ser normalizada em 60 Hz, na pr ´atica, em condic¸ ˜oes normais de operac¸ ˜ao, devido a diferenc¸a entre carga e despacho, a frequ ˆencia da rede em operac¸ ˜ao normal oscila, mantendo o valor m ´edio de 60 Hz. Conseguir medir o estado dos par ˆametros do sistema logo antes da ocorr ˆencia de falhas, instantes em que geralmente ocorrem variac¸ ˜oes bruscas na frequ ˆencia, e, com isso, tomar ac¸ ˜oes r ´apidas a fim de evitar o colapso do sistema ´e

(38)

3.3 Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia 36

um dos principal objetivo das PMUs (OLIVEIRA, 2012). Portanto, a determinac¸ ˜ao da frequ ˆencia da rede com a melhor exatid ˜ao poss´ıvel ´e muito importante, uma vez que dela partir ´a a definic¸ ˜ao do comprimento da janela em que ser ´a aplicada a DFT. Ao se utilizar o comprimento correto da janela, evita-se o efeito conhecido como vazamento que pode gerar erros na representac¸ ˜ao do fasor superiores `aqueles determinados em norma (IEEE, 2011b).

Como citado em 2.3.3, o m ´etodo utilizado para a estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia foi o cruzamento por zero. Esse m ´etodo consiste na medic¸ ˜ao do tempo entre o cruza-mento por zero de um sinal senoidal. A PMU proposta nesse trabalho tem como base o microcontrolador STM32F407VGT6, que possui temporizadores de 16 e 32 bit, ou seja, podem realizar 65536 ou 4294967296 contagens respectivamente. Esses tem-porizadores podem operar com frequ ˆencia de 84 ou 168 MHz dependendo do tempo-rizador escolhido (STMICROELECTRONICS, 2012b). Devido a essas caracter´ısticas ´e de maior interesse a aplicac¸ ˜ao do m ´etodo de cruzamento por zero no prot ´otipo da PMU. Al ´em das particularidades do temporizador, esse m ´etodo n ˜ao necessita c ´alculos com-plexos, poupando a Unidade de Processamento Central (do ingl ˆes Central Processing

Unit) (CPU), do microcontrolador. A PMU tem o objetivo de estimar a frequ ˆencia de

um sinal fundamental e tem como base a frequ ˆencia nominal da rede (60Hz). Assim utilizando um temporizador de 32 bits (TIM5) operando a 84 MHz o n ´umero de con-tagens que esse temporizador realizar ´a durante a an ´alise de um sinal de em 60 Hz ´e de 1400000. Operando com essas caracter´ısticas a PMU alcanc¸a uma sensibili-dade de aproximadamente 42,8 µHz, por conseguinte, a PMU detecta variac¸ ˜oes de frequ ˆencia na casa das dezenas de microherts. Cabe ressaltar que esses resultados s ˜ao te ´oricos, portanto n ˜ao est ˜ao sendo considerados o atraso entre o momento exato da passagem por zero e o in´ıcio da contagem, bem como outros erros.

Como o microcontrolador opera com sinais positivos, o sinal analisado n ˜ao deve ter componente negativa. Desse modo, para aplicac¸ ˜ao do m ´etodo proposto n ˜ao ´e considerado o cruzamento por zero e sim as bordas do sinal do analisado. Para melhor detecc¸ ˜ao das bordas do sinal, foi analisado um sinal quadr ´atico equivalente ao sinal senoidal de entrada da PMU, que pode ser obtido atrav ´es de um comparador. O n ´umero de contagens ´e realizado entre o intervalo das bordas de subida ou descida do sinal do comparador. A figura 10 esboc¸a o funcionamento do m ´etodo utilizado.

Onde ”T temporizador ” ´e o tempo que o temporizador leva para realizar uma contagem, e ”T sinal de Entrada” ´e o tempo equivalente a um per´ıodo do sinal de

(39)

3.3 Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia 37

Ttemporizador

Tsinal de Entrada Sinal de Entrada após

Comparador

Sinal de Entrada

(t)

(t)

Figura 9: Demostrac¸ ˜ao do M ´etodo Passagem Por Zero. Fonte: Autoria Pr ´opria.

entrada da PMU.

Para a execuc¸ ˜ao do m ´etodo foi utilizado o temporizador TIM5 operando no modo gated. Esse modo de operac¸ ˜ao habilita o contador do temporizador depen-dendo do n´ıvel de tens ˜ao aplicado em sua entrada. Esta operac¸ ˜ao permite calcular o per´ıodo de meia onda, e partindo da premissa que esse per´ıodo n ˜ao ´e alterado na meia onda seguinte, ´e poss´ıvel estimar o per´ıodo completo do sinal, e consequente-mente a frequ ˆencia do mesmo.

O processo de estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia implementado implica diretamente no processo de aquisic¸ ˜ao e sincronismos das amostras. A frequ ˆencia estimada ´e res-pons ´avel por determinar o comprimento janela em que a DFT ser ´a aplicada. Portanto, independente da frequ ˆencia que o sistema esta operando o n ´umero de dados amos-trados para aplicac¸ ˜ao da DFT sempre ser ˜ao os mesmos. Esse processo de estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia baseia-se no n ´umero de contagens do temporizador TIM5, sendo que a frequ ˆencia em si ´e obtida atrav ´es da equac¸ ˜ao (21) como mostrado na sec¸ ˜ao 2.3.3. Ap ´os obter o n ´umero de contagens do contador do temporizador TIM5, seu valor atua diretamente no contador do temporizador TIM8 e assim na base de tempo dos conver-sores A\Ds, e por conseguinte determina a janela de operac¸ ˜ao da DTF. O processo

(40)

3.4 Modulo GPS 38

descrito anteriormente ´e apresentado na figura 10.

Sinal Quadrático (Comparador) Dados do Contador Dados do Contador Frequência Estimada Modo Gated TIM2 ADC1 PPS

Figura 10: Processo da Estimac¸ ˜ao de Frequ ˆencia. Fonte: Autoria Pr ´opria.

Ap ´os cada estimac¸ ˜ao de frequ ˆencia o contador do temporizador TIM5 ´e reiniciado. O valor do contador inserido no temporizador TIM8 ´e atualizado continu-amente, por ´em seu uso ´e referente ao sinal PPS mantendo assim o sincronismo na estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia.

3.4 MODULO GPS

O GPS ´e um sistema de navegac¸ ˜ao via sat ´elite composto por 24 sat ´elites em ´orbita ao redor da terra, possibilitando uma identificac¸ ˜ao precisa de localizac¸ ˜oes. Os sat ´elites transmitem sinais que podem ser processados em um m ´odulo GPS, habi-litando o receptor a fornecer informac¸ ˜oes de posic¸ ˜ao, velocidade e tempo. O sinal do sat ´elite ´e enviado ao m ´odulo receptor que o retorna, e ´e captado pelo menos por qua-tro sat ´elites. Esses sat ´elites calculam o tempo de resposta desse sinal. Com os dados de tempo de retorno e distncia entre os sat ´elites ´e poss´ıvel fornecer informac¸ ˜oes de posicionamento atrav ´es de triangulac¸ ˜ao (KHAN, 2013).

O m ´odulo GPS ´e acoplado a plataforma STM32F4Discovery, atrav ´es de uma porta UART e de um pino de E/S sa´ıda exclusivo para o sinal PPS. Primeiramente foi escolhido o m ´odulo GPS Timble Resolution T, entretanto houve dificuldades para a sincronia no m ´odulo com os sat ´elites n ˜ao mantendo uma conex ˜ao est ´avel, assim opou-se pela n ˜ao utilizac¸ ˜ao do mesmo. Outro m ´odulo dispon´ıvel para a aplicac¸ ˜ao ´e o SKM53 (figura 11), fabricado pela Skylab. Esse m ´odulo tem custo mais acess´ıvel que

(41)

3.4 Modulo GPS 39

o Resolution T, contudo n ˜ao possui sinal PPS. Para a aplicac¸ ˜ao foi utilizado um sinal PPS externo mantendo o m ´odulo SKM53 para o fornecimento de dados temporais.

Figura 11: M ´odulo GPS SKM53. Fonte: SkyLab (2010).

O m ´odulo SKM53 utiliza um protocolo de comunicac¸ ˜ao que segue os padr ˜oes da Associac¸ ˜ao Nacional de Eletr ˆonica Mar´ıtima (do ingl ˆes National Marine Electro-nics Association)(NMEA). O NMEA define a estrutura das mensagens de dados, o conte ´udo e protocolos para comunicac¸ ˜ao do m ´odulo GPS com outros equipamentos eletr ˆonicos (BETKE, 2000).

O SKM53 disponibiliza v ´arios pacotes de dados para envio, onde se dife-renciam dependendo das informac¸ ˜oes a serem utilizada, dentre eles o pacote ZDA. Esse pacote fornece informac¸ ˜ao de tempo (hora, mim, segundo e milissegundo), e informac¸ ˜ao de data (dia, m ˆes e ano) (SKYLAB, 2010). As informac¸ ˜oes do m ´odulo GPS s ˜ao enviadas ao microcontrolador via conex ˜ao serial, onde um perif ´erico de comunicac¸ ˜ao ´e respons ´avel pela recepc¸ ˜ao dos dados (USART). Como o m ´odulo GPS pode fornecer diversos pacotes de informac¸ ˜oes ´e necess ´ario configur ´a-lo com os pa-cotes desejados. Para realizar tais configurac¸ ˜oes foi utilizado o software MiniGPS para realizar as devidas configurac¸ ˜oes e o pino Rx do m ´odulo como o canal de conex ˜ao. No prot ´otipo da PMU foi utilizado somente o pacote ZDA, sendo o modelo do pacote dado por:

(42)

3.5 Interface de Visualizac¸ ˜ao 40

$GPZDA,hhmmss.sss,dd,mm,aaa,,*cc

1 2 3 4 5 6

1. Cabec¸alho.

2. Tempo Universal Coordenado (hora, minuto, segundo e milisegundo). 3. Dia.

4. M ˆes. 5. Ano.

6. Checksum (Verificac¸ ˜ao).

Foi implementado no microcontrolador um algor´ıtimo que interpreta o pa-cote de dados recebidos pelo m ´odulo GPS, os dados s ˜ao recebidos em strings (cadeia de caracteres), assim o algor´ıtimo baseia-se na identificac¸ ˜ao dos caracteres para dis-tinguir a informac¸ ˜ao relativa ao conjunto de caracteres e a construc¸ ˜ao da informac¸ ˜ao requerida. A cada segundo um pacote de dados ´e enviado ao microcontrolador, e ap ´os ao processo de identificac¸ ˜ao as informac¸ ˜oes s ˜ao enviadas ao display gr ´afico LCD.

3.5 INTERFACE DE VISUALIZAC¸ ˜AO

O prot ´otipo da PMU de baixo custo cont ˆem um display gr ´afico LCD onde informa ao usu ´ario os fasores e frequ ˆencia estimados e as informac¸ ˜oes temporais pro-vidas do m ´odulo GPS. Essas informac¸ ˜oes s ˜ao atualizadas a cada segundo, ou seja, a cada estimac¸ ˜ao o valor ´e atualizado no display. Foi utilizado um display gr ´afico LCD de 3,2 polegadas, com interface gr ´afica de 16-bit em paralelo e resoluc¸ ˜ao de 320x240 pontos. O mesmo tamb ´em conta com a funcionalidade de toque na tela, (touch screen), com interface serial (SPI). Nessa primeira vers ˜ao, o prot ´otipo PMU de baixo custo n ˜ao utiliza nenhuma func¸ ˜ao de toque na tela, por ´em em um desenvolvi-mento futuro ser ´a implementado algumas funcionalidades.

Na CPU ´e realizado a aplicac¸ ˜ao da DFT no conjunto de amostras alocadas no buffer de mem ´oria, primeiramente s ˜ao diferenciados os sinais amostrados obtendo assim os sinais discretos equivalente as entradas anal ´ogicas A, B e C, posteriormente ´e aplicado (16) nos sinais discretizados. Um processo semelhante ´e realizado para a estimac¸ ˜ao da frequ ˆencia, por ´em utilizando (21). A CPU tamb ´em realiza o processo

(43)

3.6 Metodologia de Validac¸ ˜ao 41

de identificac¸ ˜ao e interpretac¸ ˜ao dos dados do m ´odulo GPS. Ap ´os esse processo as informac¸ ˜oes do m ´odulo GPS e os valores das estimac¸ ˜ao dos fasores e frequ ˆencia s ˜ao enviados ao display. Cabe ressaltar que a FPU do microcontrolador ´e dedicada a realizar os procedimentos matem ´aticos. A figura 12 exemplifica o processo descrito anteriormente. Buffer de Memória Contador TIM5 Dados GPS

Figura 12: Processo de visualizac¸ ˜ao das Informac¸ ˜oes da PMU. Fonte: Autoria Pr ´opria.

A princ´ıpio a PMU informar ´a suas respectivas informac¸ ˜oes atrav ´es do

dis-play, disponibilizando uma interface com o usu ´ario. Em trabalhos futuros ser ´a

im-plementado um processo de formatac¸ ˜ao dos dados em pacotes padronizados para o envio ao PDC, a normativa IEEE (IEEE, 2011a) padroniza a formatac¸ ˜ao dos dados e especifica o formato da mensagem que pode ser usada com qualquer protocolo de comunicac¸ ˜ao para transmiss ˜ao em tempo real entre PMUs ou PDCs.

3.6 METODOLOGIA DE VALIDAC¸ ˜AO

O principal crit ´erio que a PMU tem o objetivo de atender ´e o TVE, que deve ser menor ou igual a 1%. O TVE ´e obtido por (1) que ´e expresso basicamente pela relac¸ ˜ao entre um fasor ideal e um fasor estimado pela PMU, portanto para a sua validac¸ ˜ao ´e necess ´ario realizar medic¸ ˜oes fasoriais a partir de um fasor ideal. Para a realizac¸ ˜ao desse procedimento foi utilizado um segundo microcontrolador que fornece as entradas anal ´ogicas para a PMU, foi utilizado um DAC para gerar um sinal senoidal

(44)

3.6 Metodologia de Validac¸ ˜ao 42

equivalente aos sinais aplicados na PMU, onde utilizou-se o mesmo sinal para as tr ˆes entradas anal ´ogicas. Um segundo DAC foi empregado para gerar um o sinal PPS.

O microcontrolador STM32F407VGT6 possui dois DAC, sendo de 12 e 8 bits (STMICROELECTRONICS, 2012b). O DAC de 12 bits foi utilizado para gerar o

si-nal senoidal, obtendo assim um resoluc¸ ˜ao de aproximadamente 3 milivolts no sisi-nal gerado. O DAC de 8 bits foi utilizado para gerar o sinal PPS. Gerando os sinais de entrada da PMU e PPS digitalmente ´e poss´ıvel sincronizar ambos os sinais, tendo em mente que o n ´umero total de amostras ´e inicialmente configurado. Nesse caso foi utilizado 1000 amostras durante um per´ıodo de 60Hz, consequentemente ´e poss´ıvel obter uma variac¸ ˜ao de fase de 0,36 graus. Os sinais gerados pelos DAC podem ser observados na figura 13.

Figura 13: Sinais Gerados pelo DAC. Fonte: Autoria Pr ´opria.

Assim, um sincrofasor pr ´oximo do ideal pode ser determinado, e an ´alises a partir de variac¸ ˜oes de amplitude de tens ˜ao, fase e frequ ˆencia podem ser realizadas. Como resultado ´e poss´ıvel avaliar o TVE diante diversas condic¸ ˜oes. Os resultados ex-perimentais das estimac¸ ˜oes realizadas e o c ´alculo do TVE s ˜ao discutidos no pr ´oximo cap´ıtulo.

(45)

3.7 Estrat ´egia de Calibrac¸ ˜ao do DAC 43

3.7 ESTRAT ´EGIA DE CALIBRAC¸ ˜AO DO DAC

O ADC pode estar sujeito a diversos erros, entre eles erro de linearidade, erro de deslocamento, erro de ganho, entre outros. No decorrer do desenvolvimento do projeto observou-se que as amostras do ADC estavam sujeitas a um erro de ganho, esse erro ´e caracterizado pelo aumento no degrau de convers ˜ao quando o sinal anali-sado ´e maximizado. Esse tipo de erro pode acarretar um erro na estimac¸ ˜ao dos faso-res faso-resultando um valor fasorial distante do valor ideal. Mediante a essa circunst ˆancia concluiu-se que a observ ˆancia do crit ´erio do TVE pode ser impactada, pois a mar-gem de operac¸ ˜ao estipulada pelo crit ´erio ´e razoavelmente pequena (menor ou igual a 1%). Diante desse cen ´ario foi proposta uma estrat ´egia de compensac¸ ˜ao do erro em que o ADC esta sujeito, realizando uma calibrac¸ ˜ao do mesmo a cada inicializac¸ ˜ao do prot ´otipo da PMU.

Primeiramente foram realizados medic¸ ˜oes de 0 a 3 volts e registrados os valores fornecidos pelo ADC e o valor esperado pelo mesmo. Cabe ressaltar que o conversor possui uma resoluc¸ ˜ao de 12 bits, ou seja a 3 volts a convers ˜ao equivale a 4096. Para essa an ´alise foi aplicado um sinal de tens ˜ao cont´ınua na entrada do ADC com um incremento de 0,3 volts e comparado os valores registrados pelo ADC e o valores esperados pela convers ˜ao a partir da determinada tens ˜ao de entrada. Os valores registrados est ˜ao na tabela 1.

Tabela 1: Dados de convers ˜ao.

Amostra Tens ˜ao (V) Valor Esperado Valor Registrado

0 0 0 6 1 0,3 409 428 2 0,6 820 843 3 0,9 1228 1265 4 1,2 1639 1696 5 1,5 2048 2110 6 1,8 2457 2523 7 2,1 2867 2942 8 2,4 3277 3368 9 2,7 3686 3789 10 3,0 4096 4095

A curva entre o valor esperado e o valor registrado podem ser observadas na figura 14.

(46)

3.7 Estrat ´egia de Calibrac¸ ˜ao do DAC 44 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 Amostras Leitura ADC Leitura Real Leitura Esperada Saturação

Figura 14: Erro Entre as Amostras do ADC. Fonte: Autoria Pr ´opria.

Como visto na figura 14 h ´a uma defasagem entre a curva real e a espe-rada, essa defasagem ´e o erro de ganho do ADC, tamb ´em ´e poss´ıvel notar que o erro ´e constante, consequentemente ´e poss´ıvel determinar um fator de correc¸ ˜ao para o sistema. Percebe-se tamb ´em que h ´a um outro problema na curva real, houve a saturac¸ ˜ao da curva na ´ultima amostra do ADC.

Primeiramente deve-se calibrar o ADC, para que essa defasagem seja mi-nimizada, posteriormente analisar o qu ˜ao grave ´e o problema de saturac¸ ˜ao. Para a calibrac¸ ˜ao, ´e determinado um fator de correc¸ ˜ao o qual ser ´a aplicado em cada con-vers ˜ao do ADC. Esse fator de correc¸ ˜ao ´e determinado a partir de uma tens ˜ao de refer ˆencia interna (Vrefint), que no caso do STM32F407VGT6 equivale a 1,21 volts (STMICROELECTRONICS, 2012c). Esse valor de tens ˜ao ´e preciso e normalmente ´e

dis-ponibilizados nos microcontroladores.

Para o experimento, foi utilizado uma func¸ ˜ao de inicializac¸ ˜ao do ADC, a qual o conversor realiza 10 convers ˜oes e partir desses resultados ´e calculado a m ´edia das convers ˜oes, em seguida ´e calculado o fator de correc¸ ˜ao das amostras, como mostrado na equac¸ ˜ao (1).

Fc =

Vref

M ediadasConversoes (1)

Assim cada amostra deve ser multiplicada por o fator de correc¸ ˜ao (Fc) e

re-sultar ´a o valor da convers ˜ao em volts. Posteriormente ser ´a analisado as comparac¸ ˜oes entre resultados das amostras sem calibrac¸ ˜ao do ADC e ap ´os a calibrac¸ ˜ao.

(47)

45

4 RESULTADOS

Este cap´ıtulo apresenta os principais resultados obtidos no desenvolvimento do prot ´otipo da PMU de baixo custo. Primeiramente s ˜ao abordados os resultados do processo de calibrac¸ ˜ao do ADC, posteriormente ´e apresentado diversos resultados e considerac¸ ˜oes com base em an ´alises de variac¸ ˜ao em m ´odulo, fase e frequ ˆencia dos sinais processados pela PMU de baixo custo. Por fim ´e estipulado o TVE obtido pelos resultados do prot ´otipo da PMU e comparado com o crit ´erio da norma vigente.

4.1 VALIDAC¸ ˜AO DAS AMOSTRAS DO DAC

Para a validac¸ ˜ao das amostras do ADC foram realizadas an ´alises obser-vando o comportamento do sistema mediante `a tr ˆes situac¸ ˜oes. Foram analisadas 13 amostras de um sinal de tens ˜ao fixo, comparando leituras realizadas por um mult´ımetro, pelo ADC com o fator de correc¸ ˜ao e o ADC sem o fator de correc¸ ˜ao. A tabela 2 apre-senta as leituras obtidas por esse experimento.

Tabela 2: Dados de convers ˜ao.

Leitura Mult´ımetro (V) Leitura ADC sem F.C. (V) Leitura ADC com F.C. (V)

1 0,0041 0,0051 0,0051 2 0,3009 0,3079 0,3007 3 0,6013 0,6152 0,6014 4 0,8997 0,9199 0,8993 5 1,2007 1,2250 1,2000 6 1,5007 1,5330 1,4999 7 1,8007 1,8380 1,7990 8 2,1084 2,1510 2,1030 9 2,4058 2,4540 2,3990 10 2,7025 2,7590 2,6960 11 2,8043 2,8620 2,7970 12 2,9051 2,9660 2,8990 13 2,9515 2,9990 2,9320

(48)

4.2 An ´alise de Variac¸ ˜ao de M ´odulo, Fase e Frequ ˆencia 46 0 2 4 6 8 10 12 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Amostra Leituras (Volts) Multimetro

Sem Fator de Correção Com Fator de Correção

Figura 15: An ´alise das Leituras de Tens ˜ao. Fonte: Autoria Pr ´opria.

Posteriormente foram gerados dois sinais senoidais por um gerador de func¸ ˜ao, os mesmos foram amostrados pelo ADC e enviados ao microcomputador via conex ˜ao serial, somente em um dos sinais foi aplicado a calibrac¸ ˜ao do conversor. A amplitude do sinal foi de 2,8 volts evitando assim a saturac¸ ˜ao do sinal amostrado. A partir dessa an ´alise ´e poss´ıvel afirmar que na ocorr ˆencia de uma n ˜ao calibrac¸ ˜ao do conversor a estimac¸ ˜ao do m ´odulo do sinal analisado pode ser seriamente impactada. A figura 16 apresenta os sinais amostrados.

4.2 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DE M ´ODULO, FASE E FREQU ˆENCIA

Como detalhado na sec¸ ˜ao 3.6, a validac¸ ˜ao das estimac¸ ˜ao na unidade foi realizada a partir de sinais gerados digitalmente o que permitiu a an ´alise do com-portamento do sistema mediante a diversas condic¸ ˜oes. Primeiramente foi examinado o comportamento da PMU com frequ ˆencia e m ´odulo constante e fase vari ´avel. Foi aplicado no sistema um sinal com frequ ˆencia de 60 Hz com m ´odulo de 1,3839 V, a fase teve inicio em 0 graus e foi variada com incremento de -36 graus at ´e -180 graus. No decorrer do processo de estimac¸ ˜ao notou-se uma diferenc¸a de aproximadamente 0,68◦ em todas as medic¸ ˜oes entre a fase ideal e a fase estimada, portanto,

conclui-se que trata-conclui-se de um erro absoluto onde pode conclui-ser compensado atrav ´es de um fator de correc¸ ˜ao. A tabela 3 mostra as medidas do processo, contendo os valores de frequ ˆencia, m ´odulo e fase ideais e esperados e a fase com a aplicac¸ ˜ao do fator de

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