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06 - Memória e Comunicação na Casa de Cultura João Ribeiro

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Academic year: 2021

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1 Memória e comunicação na Casa de Cultura João Ribeiro

Memory and Communication in the Casa de Cultura João Ribeiro

Tayara Barreto de Souza Celestino

Resumo: O objetivo do artigo é discutir questões relacionadas à comunicação da memória mantida pela Casa de Cultura João Ribeiro. Para tanto, foi realizada uma análise crítica da expografia do lugar em seu discurso comunicativo, apresentado em exposição de longa duração. Foram consideradas as disposições do ambiente, os materiais e objetos utilizados, textos introdutórios, panfletos e etiquetas, as imagens e suas intenções, o mobiliário e suas relações com os objetivos da instituição. A análise interpretativa pretendeu respeitar a proposta do lugar, considerando a memória como uma construção coletiva que pode sofrer alterações de conteúdo (CASTRO, 2005), como também um palco onde se manifestam subjetividades, poder e esquecimento (CHAGAS, 2000). Destaca-se a importância da comunicação no museu enquanto espaço de reflexão, educação e lazer e entendida como um ato complexo e não-natural, independente da linguagem utilizada (CURY, 2005).

Palavras-chave: Memória; Comunicação; Casa de Cultura João Ribeiro.

Abstract: The article discusses the communication memory of the Casa de Cultura Joao Ribeiro. Therefore, we performed a critical analysis of the place expography communicative in his speech, presented in long-term exposure. We considered the provisions of the environment, materials and objects used introductory texts, leaflets and labels, images and their intentions, their furniture and their relations with the goals of the institution. The interpretative analysis intended to comply with the proposal of place, considering the collective memory as a construct that can change content (CASTRO, 2005), as well as a stage where manifest subjectivities, power and forgetting (CHAGAS, 2000). The study highlights the importance of communication in the museum as a space for reflection, education and leisure and understood as a complex act and unnatural, regardless of the language used (CURY, 2005).

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A comunicação nas instituições museais é uma forma de garantir o relacionamento entre museu e público, que utilizam a exposição e seus objetos enquanto testemunhos da memória. Dessa forma, cabe à exposição uma grande responsabilidade ao agir como mediadora da informação entre o homem e seu patrimônio. É nesse contexto que apresento a Casa de Cultura João Ribeiro, museu que está localizado no município de Laranjeiras/SE cidade conhecida como “berço da cultura sergipana”, cujo conjunto urbano foi tombado desde 1996, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A instituição apresentada compõe parte do cenário urbano de interesse patrimonial da cidade de Laranjeiras, sendo uma área protegida de acordo com os critérios do Plano de Preservação de

Sítio Histórico Urbano (PPSH) que partilha entre as três esferas do executivo a gestão do

patrimônio (BRASIL, 2005, p. 391-2).

O lugar que é tombado pelo estado de Sergipe através do Decreto lei 2.726, de 26 de novembro de 1973, consequentemente passando a funcionar como um Centro Cultural, com a finalidade de difundir e preservar a cultura de Laranjeiras. No ano seguinte foi reinaugurado como um museu, tendo como prioridade a exposição de longa duração de seu patrono, tornando-se definitivamente um museu. Hoje está vinculada à Secretaria de Estado da Cultura e se caracteriza como um museu histórico biográfico. Em meio a esses processos, primeiramente pensou-se num Centro Cultural para divulgação da cultura de toda a cidade de Laranjeiras. Posteriormente, seu acervo é inventariado, onde é usada a nomenclatura “Museu da Casa de Cultura João Ribeiro” para designar duas unidades, um Museu e uma Biblioteca Pública (NUNES, 1999). Atualmente, o lugar apresenta-se como uma instituição museal, onde todas as peças são expostas, indicando que o projeto de um Museu obteve maior êxito que o da biblioteca.

A instituição também integra a rede de museus, movimentada pelo Sistema Brasileiro de Museus (SBM), formada por lugares de memória, arquivos, biblioteca, casas de cultura, redes sociais, galerias e memoriais. O Sistema possui a finalidade de facilitar o diálogo entre museus e instituições afins, objetivando a gestão integrada e o desenvolvimento dos museus, acervos e processos museológicos brasileiros. O SBM está articulado ao Instituto Brasileiro

de Museus (IBRAM).1

Memória e comunicação do patrimônio

Para Chagas (2009), o museu não é apenas lugar de memória, “são campos discursivos, espaços de interpretação e arenas políticas, palco de subjetividades e lugares de

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memória e poder, de esquecimento de resistência de falação e silêncio” (CHAGAS, 2009, p. 25-28). Desse modo, a exposição da Casa de Cultura João Ribeiro apresenta em sua expografia formas simples de interpretação, que procura explorar uma memória através de imagens distribuídas pelo ambiente. De acordo com Cury (2005), a expografia é parte integrante da museografia e estuda linguagens ou formas de expressão num espaço de exposição. Ou seja, a expografia trata de uma análise dos ambientes expográficos e expositivos. Segundo Castro (2005):

O critério arbitrário imposto pela memória museificada aprisiona as várias facetas sociais contidas no objeto e estabelece um deslocamento temporal em seu espaço, como se fosse recoberto de uma dimensão vazia de tempo, mas não oca. Uma dinâmica que projeta o objeto para o fundo do passado e desloca o sujeito do presente para o passado, reduzindo a uma única realidade o percebido, o vivido, o desconhecido (CASTRO, 2005, p.17-25).

Dentre as possibilidades comunicativas desenvolvidas pelos museólogos estão as exposições. Nessas ocasiões, o museu cumpre um papel informativo. A comunicação garantida pela exposição procura facilitar e tornar comum o entendimento ao público sobre os seus objetos expostos. As exposições são trocas culturais, expressões de sentimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem, seja ela verbal, escrita ou corporal. Segundo Guarnieri apud Bruno (1996):

Quando musealizamos objetos e artefatos (aqui incluídos os caminhos, as casa de documentalidade e de felicidade, procuramos passar informações á comunidade, ora, a informação pressupõe, conhecimento (emoção/razão), registro (sensação, imagem, ideia) e memória “sistematização de ideias e imagens e estabelecimento de ligações.” (BRUNO, 1996, p.2).

Espera-se que os museus cumpram seu papel na sociedade, promovendo a preservação, conservação, pesquisa, exposição e comunicação. As instituições museais deixaram de tratar apenas de temas históricos e passaram a desenvolver temáticas relacionadas à sociedade contemporânea, sem perder de vista as discussões teóricas voltadas para a preservação da memória. Além disso, desenvolvem atividades sócio-culturais, através de ações educativas como: cinema, artesanato, exposições, pinturas, trabalhos com a comunidade e escolas. Dessa forma, o museu vai se integrando com o público, criando várias formas e possibilidades de entendimento enquanto patrimônio, fazendo uma socialização entre ambos.

O patrimônio pode ser, portanto, constituído no âmbito do discurso. A articulação entre memória institucionalizada e os espaços e ocorrências ditos ‘patrimoniais’ depende de uma articulação convincente de formas discursivas – incluindo-se aqui a criação de cenários

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4 conceituais e também de cenários visuais (mise-en-scène), estes últimos tão comuns à Museologia. (SCHEINER, 2006, p.9).

Nesse sentido, todo museu pretende uma integração com o público, criando várias formas e possibilidades de entendimento, fazendo uma socialização entre ambos, com o objetivo de informar e mostrar para a sociedade a importância da história, fazendo um alinhamento entre o passado, presente e futuro, dando sentido a uma patrimonialidade.

Em se tratando um espaço museal local (MADUREIRA, 2010), como é o caso da Casa de Cultura João Ribeiro, espera-se que o local integre-se com a comunidade, valorizando grupos, ensinando e entretendo. Sem considerar que existem interesses mercadológicos juntamente com o enaltecimento do patrimônio, os museus locais tendem a ser espaços mais modestos, porém concentrados nos diálogos com a comunidade em seus espaços locais.

Espaço e expografia

O trabalho expográfico pressupõe intervenções patrimoniais, readequando espaços de acordo com as propostas expositivas. Diante do conceito de museu definido pelo ICOM, a ideia de museu passa pela construção de um projeto arquitetônico ou pela adequação dos espaços de prédios redimensionados para funcionar como museu. Assim, o espaço físico integra-se as exposições, de modo que muitos prédios comunicam por si. (PINHEIRO e DUARTE, 2010).

Como afirmam Cossio e Cattani (2010), o design e a estética das exposições, devem

ser pensados de acordo com o público, que é o interpretador. Desse modo, a exposição não é apenas um conjunto de mostra de peças, mas tem relação com os objetivos de determinado tema. Tais opções devem ser tomadas de forma estruturada, considerando os estudos sobre a recepção do público, que são muito importantes para perceber a influência da estética e do design das exposições perante as pessoas (COSSIO, Gustavo; CATTANI, Airton, 2010). Refletindo sobre diversos museus, Pinheiro e Duarte (2010) chamam atenção para o aspecto arquitetônico dos edifícios, que integrados com a proposta expositiva, conseguem transmitir emoções, comunicando por si.

As exposições orientadas pelas teorias e práticas museológica, são utilizadas para o melhoramento das linguagens informativas e comunicativas no museu. Dessa forma, o objetivo básico do museu deve ser o de comunicar e discutir junto a sociedade a importância do seu patrimônio e de sua memória. Os museus devem mostrar para a sociedade sua importância histórica, fazendo um alinhamento entre o passado, presente e futuro. Para isso, é necessário que os profissionais da área da museologia, desenvolvam trabalhos de pesquisa

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junto a outras áreas da ciência, compreendendo-as e analisando-as dentro de um olhar museológico. A museologia surge enquanto uma área interdisciplinar, possuindo uma tarefa de transmissão de saberes para a sociedade. Nessa perspectiva, a tarefa dos museólogos deve ser desenvolvida dentro de um contexto histórico e de uma função social do presente.

A tarefa do museu somente está concluída quando a exposição alcança o seu objetivo de transmissão de saberes, sendo essa uma tarefa bastante árdua, pois ela finaliza-se com a compreensão por parte do visitante. O propósito da comunicação museal é fazer com que o receptor assimile uma ideia, relacionada à mensagem que o museu/exposição procura transmitir. Em condições favoráveis, o próprio receptor chega sozinho às suas conclusões, equivocadas ou não.

Hoje, os museus precisam mudar essa ideia de “lugar de coisa velha”, de “lugar de colecionar” ou até mesmo de “lugar de intelectuais”. Diariamente, eles devem manter uma aproximação com diversas esferas populares, desenvolvendo vários temas expositivos, estando em contato com o universo individual ou coletivo. Somente assim, vão sendo englobados os diversos temas da sociedade, pressupondo o uso de variadas linguagens.

Portanto, antes de se fazer uma exposição, é indispensável que os profissionais dos museus atentem para os objetivos da comunicação, que precisam ser alcançados mediante procedimentos estruturados, que podem sem obtidos com a realização de pesquisas de campo, pesquisas bibliográficas, iconográficas, de mobiliário, dentre inúmeras outras.

O patrono João Ribeiro

De acordo com Ribeiro (1958), João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes, conhecido como João Ribeiro nasceu na cidade de Laranjeiras em 24 de junho de 1860, na então província de Sergipe, filho de Manoel Joaquim Fernandes e Dona Guilhermina Ribeiro Fernandes. Órfão de pai, foi educado pela avó, que o enviou para Aracaju onde fez seus estudos de humanidades no colégio Ateneu Sergipense em 1880.

Na sua adolescência, foi para a cidade de Salvador cursar Medicina, mas interrompeu seus estudos. Em 1881 foi para o Rio de Janeiro, conforme dados biográficos encontrados no “Catálogo do Acervo Documentais Museu da Casa de Cultura João Ribeiro”, onde é relatado que ele tentou cursar medicina na Bahia e Engenharia no Rio de Janeiro, desistindo por falta de vocação.

No Rio de Janeiro, trabalhou como jornalista, colaborando em jornais como Gazeta da Tarde, Correio do Povo, Cidade do Rio, jornal País, dentre outros, apoiando em seus escritos

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a campanha republicana (RIBEIRO, 1958, p.18). Faleceu em 13 de abril de 1934, sendo lembrado na imprensa do Rio de Janeiro:

Toda a nação que lê e que pensa sabe que perde nesse homem um mestre, um puro mestre. Ele era poeta, prosador e filólogo, folclorista, esteta e crítico, romancista, humorista, polígrafo, humanista. Mais que isso, porém, era sábio. E como sábio, jornalista e professor (JORNAL DO COMÉRCIO apud SANTOS, 2009).

Armindo Guaraná em seu Dicionário Bio-bibliográfico, oferece informações sobre quem foi João Ribeiro detalhando e relacionando-o com muitas obras e artigos por ele produzidos. Assinala que foi o primeiro sergipano eleito para a Academia Brasileira de Letras e ocupou com a cadeira de Luiz Guimarães Júnior (1918). Conforme Guaraná (1925) foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de inscrito e colaborador de outras instituições. Também foi membro da Academia de Ciências de Lisboa. A antropóloga Beatriz Góis Dantas aponta no Catálogo do Acervo Documental Museu da Casa de Cultura João Ribeiro que “É preciso ampliar as marcas da presença do escritor na casa onde ele nasceu e, dessa forma, transformá-la num centro de referência para os pesquisadores” (DANTAS, 1999, p.11).

Freitas (2007) pretendeu analisar a escrita da história empreendida por João Ribeiro, apontando a influência da tradição evolucionista alemã. Destacou-se como o conhecimento histórico é tratado com seriedade por parte do laranjeirense, sendo entendido como a verdadeira ciência das causas, das generalizações. Posteriormente, Freitas (2008) considerou João Ribeiro como um dos mestres da língua brasileira, apontando que sua História do Brasil privilegia o acontecimento para caracterizar a origem e a formação da identidade brasileira, simplificando o vocabulário para facilitar o entendimento.

No Rio de Janeiro, trabalhou como jornalista, colaborando em jornais como Gazeta da Tarde, Correio do Povo, Cidade do Rio, jornal País, dentre outros, apoiando em seus escritos a campanha republicana (RIBEIRO, 1958, p.18). Faleceu em 13 de abril de 1934.

Dialogando com a Casa

O material que compõe o acervo da exposição foi doado pela filha de João Ribeiro, Emma Luzia Ribeiro Accioly, sendo composto por coleções de artes visuais, história, documentos pessoais e imagem que estão associados à vida privada e pública do homenageado. São obras literárias de João Ribeiro e de outros artistas, crônicas, artigos, medalhas de condecoração, diplomas, fotos de seus familiares, pinturas, desenhos,

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documentos pessoais, no local encontram-se alguns réplicas de móveis como a escrivaninha representando o local de trabalho de João Ribeiro e a estante onde estão guardados livros de sua autoria que representa a biblioteca.

A análise dos espaços foi realizada conforme as indicações de Cury (2005), que trata a expografia como parte integrante da museografia, que estuda linguagens ou formas de expressão num espaço de exposição. Ou seja, trata-se de uma análise dos ambientes expográficos e expositivos. A proposta de Museu Casa deveria trazer características expográficas de casa tanto na parte externa como também interna. A priori, a Casa de Cultura João Ribeiro não atende aos critérios de Museu Casa, pois ela não apresenta um acervo expográfico com características de casa e sim um acervo eclético. No entanto, o prédio possibilita que futuramente seu projeto expográfico possa ser modificado e reordenado para tal.

A pesquisa buscou instigar a comunicação da memória expressa na exposição de longa duração do lugar. “O consumo da exposição é a possibilidade do público se apropriar do modelo proposto pelo museu, reelaborá-lo e recriá-lo na forma de um novo discurso” (CURY, 2005, p.367). Assim, chaga-se a um consenso de que a comunicação só é efetivada quando ela é incorporada e se torna fonte de outro discurso. Para tal, foram realizadas pesquisas embasadas na análise da expografia do lugar, dando ênfase no seu discurso comunicativo apresentado em sua exposição.

Consideraram-se as disposições do ambiente, os materiais e objetos museais utilizados, textos introdutórios, panfletos e etiquetas, as imagens e suas intenções, o mobiliário e suas relações com os objetivos da instituição. Essa análise interpretativa se deu respeitando a proposta do lugar, dando destaque para a importância da comunicação no museu enquanto espaço de reflexão, educação e lazer, considerando a comunicação como um ato complexo e não-natural, independente da linguagem utilizada (CURY, 2005) e a memória como uma construção coletiva que pode sofrer alterações de conteúdo (CASTRO, 2005), como também um palco onde se manifestam subjetividades, poder e esquecimento (CHAGAS, 2000).

Ao analisar a Casa de Cultura João Ribeiro, parte-se do princípio de que as sociedades tendem a conservar seu patrimônio cultural e a transmiti-lo como forma de preservar coisas e valores. Dessa forma, a noção de patrimônio avança do seu sentido meramente econômico, associado “ao patrimônio econômico e financeiro de uma empresa, de um país, de uma

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família, de um indivíduo” para compor tudo aquilo que deve ser protegido, tornando o homem um agente de preservação do patrimônio cultural (GONÇALVES, 2003, p 21).

A partir desse momento, o reconhecimento e a valorização são pontos fundamentais para a construção social do patrimônio e sua comunicação, construindo na construção de identidades. A argumentação em que o indivíduo adquire uma consciência sobre esse patrimônio, a partir da salvaguarda da memória, conduz a constatação de que “estamos diante de uma categoria de pensamento extremamente importante para a vida social e mental de qualquer coletividade humana” (GONÇALVES, 2003, p 22).

Tendo em vista que a instituição contempla os seguintes aspectos: atuando como um espaço de exposição, visitação, comunicação, pesquisa, lazer, estudo e informação, conclui-se que a Casa de Cultura João Ribeiro é uma instituição museal, pois está contemplando as características definidas pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) que define o museu como:

Uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, e que adquire, conserva, estuda, comunica e expõe testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, tendo em vista o estudo, a educação e a fruição (ICOM, 2001).

De acordo como os resultados obtidos, percebe-se que a temática da exposição do

museu está associada à vida privada e pública de João Ribeiro, consistindoem obras literárias

do intelectual e de outros artistas, crônicas, artigos, medalhas de condecoração, um busto do homenageado, diplomas, fotografias de seus familiares e pinturas que retratam sua figura e a sua personalidade. No local também se encontram alguns móveis como a réplica da escrivaninha onde João Ribeiro trabalhava e um móvel representando a biblioteca onde estão expostos livros de sua autoria e documentos pessoais. E meio a esse lugar destaca-se a comunicação da memória que se apresenta através desse acervo.

A instituição patrimonial converge em sua expografia os principais valores associados ao homenageado, que atravessam o referido lugar para ganhar espaço em diversas produções bibliográficas, produzidas por familiares, amigos de familiares e por trabalhos de pesquisa realizados em Sergipe. Os escritos de João Ribeiro e sobre João Ribeiro, estão disponíveis nas Bibliotecas da Universidade Federal de Sergipe, e na Casa de Cultura João Ribeiro. De acordo com Núbia Marques (1993), parte da sua obra está em jornais e em arquivos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, além dos acervos localizados em Aracaju, São Cristóvão e Laranjeiras. Diante desse cenário, Barroso e Mello (2010) lançam a seguinte reflexão:

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9 A casa-museu tem suas características próprias a este tipo de instituição, pois permite que a experiência ou experimentar a vivência de uma vida passada seja a ponte principal de comunicação entre os objetos museológicos e os visitantes (BARROSO e MELLO, 2010).

Há uma preocupação constante em relação à memória do homenageado que se apresenta nos usos do lugar, num prédio que foi a residência de sua infância, que está preparado para guardar e contextualizar a trajetória de vida do homenageado. Logo à entrada, tem-se um busto em sua homenagem. No mesmo lugar, é reproduzido o que seria a biblioteca do patrono, a partir de livros oriundos do acervo pessoal e/ou doados por sua família. Diante dos quadros, fotografias, medalhas, diplomas e textos de dedicatórias de livros, expostos com a proposta de evidenciar a trajetória intelectual de João Ribeiro.

Não se pode descuidar das ações necessárias à conservação preventiva do lugar, dentre as quais estão o monitoramento do acervo, o cuidado com a iluminação, a anulação da sujidade, a definição de critérios para o manuseio das peças, o controle climático e ambiental (BRADLEY, 2001; CRADDOCK, 2001). Nesse sentido, o projeto Catálogo Digital Casa de Cultura João Ribeiro – Laranjeiras (SE) coordenado pelas Profª. Drª. Cristina de Almeida Valença Cunha Barroso e Dra. Janaína Cardoso de Mello, em andamento, tem a finalidade de preservar informações e melhorar a divulgação da instituição e consequentemente prolongar a vida dos acervos documentais priorizando a divulgação dessas informações para os demais

pesquisadores.

A partir do Catálogo Digital, estão sendo catalogados grupos de documentos produzidos, direta ou indiretamente, por ou sobre João Ribeiro, dando-lhes um tratamento mais detalhado de descrição e classificação, melhorando os processos de salvaguarda do patrimônio. O projeto minimiza as chances de perdas de documentos, sendo ponto de partida para outras ações que atendam aos desafios da conservação do patrimônio em risco da Casa de Cultura João Ribeiro. O trabalho consiste na digitalização de dados contidos no Catálogo do Acervo Documental Museu da Casa de Cultura João Ribeiro que, segundo Dantas (1999):

Descreve detalhadamente as fontes do arquivo pessoal desse homem que, nascido em Sergipe na segunda metade do século passado, emigra e consegue destacar-se por sua atuação no campo intelectual. Radicado no Rio de Janeiro, projeta-se no cenário nacional como uma alentada e significativa produção enfeixada de vários livros ou dispersas em muitos jornais. Conhecido como poeta, pintor, folclorista, gramático, historiador, crítico, professor, ensaísta, polígrafo e por aí a fora, a etiquetagem de sua multifacetada obra demandaria em esforço sempre inacabado, pois sua ampla produção é sempre um campo aberto a novas indagações. (DANTAS apud NUNES, 1999, p. 9-10).

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A expografia da instituição possui características próprias, independentemente de não se comportar como museu casa. A instituição consegue fazer com que o visitante conheça João Ribeiro a sua trajetória nacional e internacional, seus familiares, evidenciando que se trata da casa onde ele residiu durante a sua infância, seus documentos pessoais e seus escritos. Essas características fazem com que se elabore um pano de fundo ao visitante, a respeito do lugar, fazendo com que as pessoas imaginem que João Ribeiro morou na casa durante muito tempo.

Na verdade, ele saiu de Laranjeiras no fim de sua infância, para construir carreira acadêmica em outras províncias. Por sua vez, a cidade de Laranjeiras procura manter viva a imagem de João Ribeiro, que diretamente ou indiretamente a apresenta em instituições, tais como a Biblioteca Municipal João Ribeiro, o Colégio Estadual João Ribeiro e a própria Casa de Cultura, cuja rua em que está localizada também recebe seu nome. De fato, a cidade procura enaltecer a figura de João Ribeiro, pois ao carregar seu nome nessas instituições, ao mesmo tempo rotula-se a imagem do homem intelectual, apropriando-se dessa imagem para a identificação de instituições destinadas ao exercício da leitura, estudo e conhecimento.

O espaço arquitetônico, sem qualquer outra intervenção, cumpre a finalidade do reconhecimento, da identificação, do valor intrínseco do lugar. Diante do conceito de museu definido pelo ICOM, a ideia de museu passa pela construção arquitetônica ou pela adequação dos espaços de prédios redimensionados para funcionar como museu. Assim, o espaço físico integra-se às exposições (PINHEIRO e DUARTE, 2010).

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A realização da proposta de articulação do espaço físico com as exposições representativas da biografia do personagem projeta o prédio onde funciona a Casa de Cultura enquanto um indicador de memória, um monumento. (LE GOFF, 1992, p. 535-553).

Dado esse aspecto, considera-se que, deixados pelos homens ao longo do tempo, esses vestígios vem passando por processos de estudos e pesquisas. Com as pesquisas, vão sendo desvendados os seus usos e suas relações mantidas com os homens. Com o tempo, os demais objetos expostos integrem-se ao patrimônio cultural, salvaguardados e transformados em herança, contribuindo na construção das identidades (BRUNO, 1996).

Figura 02. Destaque da fachada da Casa de Cultura João Ribeiro. Laranjeiras. 2011. Acervo pessoal.

Em relação à Casa de Cultura João Ribeiro, constata-se que seu espaço físico diz muito ao visitante. O prédio projeta o sentido de que aquele foi o lugar onde João Ribeiro viveu, que aquele foi o seu primeiro lar. “Aqui nasceu João Ribeiro” (Figura 02) é a intervenção máxima para integrar o lugar à ideia da preservação da memória de um autêntico sergipano.

O museu possui uma Sala do Silêncio, um título sugestivo, pois os intelectuais precisam do silêncio. A partir do título, novamente projeta-se a imagem do homem ilustre, onde o seu principal objeto de exposição é uma pintura retratando momentos de leitura e reflexão do homenageado, partir da narrativa de seu filho Joaquim Ribeiro, que é fonte de

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Figura. 03. Imagem retirada do material de divulgação da Casa de Cultura João Ribeiro. Laranjeiras. 2012. Secretaria do Estado da Cultura.

Convém ressaltar que, durante o período da pesquisa, observou-se que o quadro do artista Bené Santana (Figura 03) foi retirado da exposição de longa duração, sendo deslocado

para a reserva técnica. De acordo com informações veiculadas por Sayonara Viana3, o motivo

consiste nas constantes infiltrações ocorridas nas paredes do lugar, por tratar-se de um prédio antigo que sofre com as ações climáticas.

Na mesma sala observa-se uma pequena biblioteca de livros oriundos do acervo pessoal e/ou doados por sua família. A biblioteca expõe uma coleção de livros do homenageado e ao mesmo tempo funciona como lugar de pesquisa para os visitantes, o que ocasiona alguns problemas a serem discutidos. O primeiro diz respeito à ausência de segurança do acervo expositivo, que está disponível para qualquer visitante. Os objetos – os livros – cumprem duas finalidades antagônicas: são objetos de exposição e ao mesmo tempo livros de pesquisas. Assim, chega-se a um segundo problema, pois a coleção de livros deixa de cumprir uma função de exposição, pois é possível requisitar o livro para leitura, alterando o cenário expositivo. Um terceiro problema consiste no comprometimento da conservação do acervo, que está sujeito a esse trânsito. Na prática, qualquer pessoa manuseia os livros da Casa, sem qualquer possibilidade de segurança ou mesmo orientação por parte dos funcionários.

O museu e sua expografia, em sua imaginação museal, tematiza os momentos mais enfáticos de João Ribeiro, no antes e no depois de sua vida. O busto em homenagem, a encenação da biblioteca e a “Sala do Silêncio” são pontos fundamentais, caracterizando a

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figura e a personalidade que se quer lembrar. Os quadros, as fotografias e as pinturas enaltecem o patrono em suas relações, pois a força de sua memória está também na consistência de seu convívio com outras “grandes” figuras do cenário nacional e local.

Figura 04. Destaque da exposição após reabertura em 2004. Laranjeiras. 2012. Acervo da Casa de Cultura João Ribeiro.

De acordo com Chagas (2009), a imaginação museal é fruto das experiências pioneiras de pesquisadores brasileiros sobre cultura, memória, patrimônio nacional. Colocando em prática numa imaginação museal, surge no território sergipano a Casa Cultura João Ribeiro, nos anos de 1973, como uma instituição cultural voltada para a cultura de Laranjeiras. No ano seguinte, finalmente pensa-se na transformação de um museu dedicando à comunicação e fruição de seu patrimônio. Pesquisando os arquivos fotográficos da instituição, percebe-se que o cenário expositivo sofreu constantes alterações (Figura. 04) motivadas por razões diversas, como problemas na parte estrutural do prédio ou mudança de gestão, ocasionando modificações na exposição sem a devida observação de um projeto expográfico e sem prévia pesquisa museológica, o que consequentemente modifica o contexto expositivo da instituição, ocasionando ruídos na narrativa museológica para o visitante.

Para que os museus e suas exposições sejam compreendidos e, assim, cumpram com o seu papel na sociedade, é necessário que os diversos profissionais relacionados à área percebam as grandes dificuldades da comunicação. Seja qual for a linguagem adotada, ela deve ser aplicada de forma bastante didática, clara, concisa para que as informações sejam devidamente apropriadas pelos visitantes. Medidas simples podem ser muito eficazes, como o ato de deixar clara a visualização das etiquetas para cadeirantes, ou cuidados na iluminação. Nesse sentido, qualquer erro pode prejudicar o museu e sua comunicação.

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Os desafios e problemas da comunicação não é algo exclusivo da Casa de Cultura João Ribeiro. Mas para se ter ideia, analisando-se os textos introdutórios e etiquetas informativas do lugar, percebe-se que a instituição mantém pouquíssima informação escrita a respeito do seu acervo. Dessa forma, as respectivas explicações e informações que deveriam estar sendo musealizadas, não são fornecidas ou adaptadas para o público visitante ou até mesmo o pesquisador. Essas informações ficam à critério do guia ou acompanhante no percurso expositivo, o mesmo sendo o responsável pelo suporte para as informações, às vezes que chegam incompletas devido à pouca instrução a respeito da instituição, da exposição e do homenageado.

Para que os museus e suas exposições sejam compreendidos e assim cumpram com o seu papel na sociedade, é necessário que os diversos profissionais relacionados à área percebam as grandes dificuldades da comunicação. Comunicar não é um ato natural. Seja qual for a linguagem adotada, ela deve ser aplicada de forma bastante didática, para que os símbolos facilitem as informações para o visitante. Medidas simples podem ser muito eficazes, como o ato de deixar clara a visualização das etiquetas para cadeirantes, ou cuidados na iluminação. Nesse sentido, qualquer erro pode prejudicar o museu e sua comunicação. Trata-se de um longo caminho a ser traçado pela instituição. As intenções de uma exposição no museu devem estar orientadas no sentido de que o visitante ganhe conhecimento a respeito do seu patrimônio e, reconhecendo-o como tal, possibilite com que o visitante tenha mais perguntas do que respostas prontas. No museu, a liberdade da informação deixa de ser mera função individual e torna-se função social, integrando interesses particulares, coletivos e gerais.

No entanto, uma série de dificuldades comunicativas é observada no seu discurso narrativo. A instituição mantém pouca informação escrita a respeito do seu acervo. Dessa forma, as respectivas informações e explicações que deveriam estar sendo musealizadas, não são fornecidas ou adaptadas para o público visitante ou até mesmo para o pesquisador. Essas informações ficam a critério dos guias ou acompanhantes do percurso expositivo que, mesmo dando o suporte para as informações, são pouco instruídos a respeito da instituição e da exposição. Eles pouco sabem ou nada informam. Assim, percebe-se que a exposição, que foi pensada com a intenção de explorar a figura de João Ribeiro como um grande homem erudito e intelectual, somente com grande dificuldade o realiza, comprometendo sua função social na construção de uma memória coletiva.

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1 O IBRAM é o órgão responsável pela Política Nacional de Museus (PNM). 2 Segundo informação veiculada pelos guias da Casa.

3 Coordenadora de museus da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Referência Bibliográfica:

BARROSO, Cristina de Almeida Valença C. e MELLO, Janaina Cardoso de. A Casa de

Cultura João Ribeiro. Jornal CINFORM, Caderno Cultura, Coluna Saber Ciência, Aracaju,

p. 2 - 2, 21 jun. 2010.

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Referências

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