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Arquitetura para o gerenciamento autônomo de QOS em ambientes SDN

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ARQUITETURA PARA O GERENCIAMENTO AUT ˆONOMO DE QOS EM AMBIENTES SDN

Disserta¸c˜ao submetida ao Programa

de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Com-puta¸c˜ao para a obten¸c˜ao do Grau de

Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao.

Orientador: Prof. Ph.D. Mario Anto-nio Ribeiro Dantas

Coorientador: Prof. Dr. Marcio Bas-tos Castro

Florian´opolis 2017

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Volpato, Felipe

ARQUITETURA PARA O GERENCIAMENTO AUTÔNOMO DE QOS EM AMBIENTES SDN / Felipe Volpato ; orientador, Mario Antonio Ribeiro Dantas, coorientador, Márcio Bastos Castro, 2017.

165 p.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós Graduação em Ciência da Computação, Florianópolis, 2017.

Inclui referências.

1. Ciência da Computação. 2. SDN. 3. OpenFlow. 4. QoS. 5. OVSDB. I. Dantas, Mario Antonio Ribeiro. II. Castro, Márcio Bastos. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. IV. Título.

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ARQUITETURA PARA O GERENCIAMENTO AUT ˆONOMO DE QOS EM AMBIENTES SDN

Esta Disserta¸c˜ao foi julgada aprovada para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de “Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao.

Florian´opolis, 04 de setembro 2017.

Prof. Dr. Jos´e Lu´ıs Almada G¨untzel Coordenador do Programa

Prof. Dr. Marcio Bastos Castro Coorientador

Universidade Federal de Santa Catarina Banca Examinadora:

Prof. Ph.D. Mario Antonio Ribeiro Dantas Orientador

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Prof. Dr. Roberto Willrich Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr. Frank Augusto Siqueira Universidade Federal de Santa Catarina

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rat´orio LaPeSD, minha namorada e aos meus queridos pais.

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Aos professores Dr. Mario Antonio Ribeiro Dantas, Dr. Marcio Castro, Dr. Frank Augusto Siqueira, Dr. Lau Cheuk Lung e Dra. Vania Bogorny pelas aulas ministradas durante o curso do Mestrado.

Ao Prof. Dr. Mario Antonio Ribeiro Dantas, em especial, pela confian¸ca, pela oportunidade de trabalhar ao seu lado, pelo conheci-mento t´ecnico e cient´ıfico compartilhado, pela experiˆencia de vida pes-soal e acadˆemica proporcionada e pelos desafios e projetos propostos no decorrer deste trabalho (excetuando-se a apresenta¸c˜ao surpresa no congresso ISCC). Agrade¸co em especial os incentivos mesmo nas horas dif´ıceis (rejei¸c˜ao do primeiro trabalho submetido).

Ao Prof. Dr. Marcio Castro, em especial, pelo suporte e aux´ılio na edi¸c˜ao e corre¸c˜ao de textos de artigos e disserta¸c˜ao, al´em das su-gest˜oes de melhorias e novas ideias.

Aos colegas Madalena Pereira da Silva e Marcus Assuiti, pela parceria nos projetos, pelo conhecimento e pela experiˆencia acadˆemica compartilhada.

Aos professores Roberto Willrich e Frank Augusto Siqueira pela troca de conhecimento e sugest˜oes de melhorias para o trabalho durante o Exame de Qualifica¸c˜ao do Mestrado (EQM).

Aos colegas do grupo de pesquisa LaPeSD: Eduardo Camilo Ina-cio, Ivan Luiz Salvadori, Pedro H. Penna, Eliza Helena Areias Gomes, Alexis Armin Huf, Alyson Deives Pereira, Bruno Oliveira, Jos´e Roque Betiol J´unior e Ray Willy Neiheiser, pela parceria e principalmente pela experiˆencia de vida e conhecimento compartilhados. O conv´ıvio com os colegas foi fundamental.

Ao Diretor do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Lu-zerna, Prof. Eduardo Butzen, e ao pr´oprio IFC, pelo incentivo e pelo deferimento da licen¸ca de afastamento integral para cursar o Mestrado. Agrade¸co aos meus pais Celso Volpato e Sueli Volpato pelo in-centivo, apoio, carinho e suporte de sempre.

Mas agrade¸co profundamente a uma pessoa, que ´e a melhor na-morada do mundo: Sara Fernanda Hilgert, por ter estado o tempo todo ao meu lado (fisicamente ou espiritualmente). Nos momentos mais dif´ıceis, que n˜ao foram raros nestes ´ultimos dois anos, sempre me fazendo acreditar que chegaria ao final desta dif´ıcil, por´em gratificante etapa.

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far as innovation, provisioning speed, and upgrade speed ? [..] You want networks to be as flexible and as agile as compute is. That’s not the case today, but that’s where we’re going.

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A abordagem de Redes Definidas por Software (SDN) ´e uma forma ino-vadora para provisionamento e entrega de Qualidade de Servi¸co (QoS), todavia ´e ainda carente em prover servi¸cos de diferencia¸c˜ao de con-texto. Neste trabalho de pesquisa, uma arquitetura para gerenciamento autˆonomo de QoS ´e proposta para fornecer um gerenciamento de QoS com prioriza¸c˜ao de fila em um ambiente SDN. Uma aplica¸c˜ao de rede denominada como Autonomic QoS Broker (AutoQoS) e um m´odulo de controlador que implementa o Open vSwitch Database (OVSDB) Ma-nagement Protocol, que foram desenvolvidos para validar a arquitetura proposta. Atrav´es dos experimentos, verificou-se que os recursos foram fornecidos com uma diferencia¸c˜ao, de acordo com o contexto da Base de Conhecimento (Knowledge Base). A aplica¸c˜ao AutoQoS conseguiu, de maneira satisfat´oria, gerenciar os fluxos, aumentando a taxa de trans-miss˜ao quando poss´ıvel e alterando os caminhos dos fluxos quando os enlaces estavam congestionados ou com problemas de latˆencia.

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The Software Defined Networks (SDN) approach is an innovative way to provision and deliver Quality of Service (QoS), yet it is still lacking in providing context differentiation services. In this research, an auto-nomous QoS architecture is proposed to provide QoS management with queue prioritization in an SDN environment. A network application cal-led Autonomous QoS Broker (AutoQoS) and a controller module that implements the Open vSwitch Database (OVSDB), which were deve-loped to validate the proposed architecture. Through the experiments, it was verified that the resources were provided with a differentiation, according to the context of the Knowledge Base. The application Au-toQoS was able to satisfactorily manage the flows, increasing the baud rate when possible and changing the paths of the flows when the links were congested or with latency problems.

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Figura 1 Usu´arios de Internet por regi˜ao (MURPHY; ROSER, 2017). 30

Figura 2 N´umero total de websites (NETCRAFT, 2017). . . 31

Figura 3 Organiza¸c˜ao conceitual de camadas de rede camadas, adaptado de (COULOURIS et al., 2011). . . 38

Figura 4 Modelo h´ıbrido de cinco camadas, adaptado de ( TANEN-BAUM, 2003). . . 43

Figura 5 Encapsulamento de dados com as camadas do modelo TCP/IP h´ıbrido. . . 44

Figura 6 Tecnologias de Rede e distˆancia de cobertura. . . 45

Figura 7 Conex˜oes ponto-a-ponto e multiponto. . . 48

Figura 8 Exemplos de topologias com com hub, bridge e switch. . 52

Figura 9 Exemplo de topologia com switches e roteador. . . 54

Figura 10 Classes dos meios de transmiss˜ao, adaptado de ( FOROU-ZAN, 2007). . . 55

Figura 11 Comuta¸c˜ao de quadros com switches. . . 60

Figura 12 Topologia com utiliza¸c˜ao do protocolo ARP , endere¸cos MAC e IP. . . 63

Figura 13 Formato do cabe¸calho do IP, (TANENBAUM, 2003). . . 65

Figura 14 Rede dom´estica utilizando NAT. . . 67

Figura 15 Datagrama UDP, adaptado de (FOROUZAN, 2007). . . 71

Figura 16 Cabe¸calho TCP em detalhe, adaptado de (FOROUZAN, 2007). . . 72

Figura 17 Compara¸c˜ao entre redes convencionais e SDN, adaptado de (KREUTZ et al., 2015). . . 78

Figura 18 Arquitetura SDN, adaptado de (ONF, 2014). . . 81

Figura 19 Funcionamento do protocolo OpenFlow, adaptado de (KREUTZ et al., 2015). . . 86

Figura 20 Exemplo de fluxos OpenFlow gerados pelo controlador Floodlight. . . 87

Figura 21 Exemplo de uma sequˆencia de mensagens entre contro-lador Floodlight e switch Openflow. . . 90

Figura 22 Hist´orico de vers˜oes do protocolo Openflow (CHING-HAO; LIN, 2015). . . 95 Figura 23 Associa¸c˜ao de configura¸c˜oes QoS sobre interfaces com o

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autˆonomo, adaptado de (VOLPATO et al., 2017b). . . 104

Figura 25 Funcionamento do cache no m´odulo OFQuality.. . . 107

Figura 26 Diagrama de sequˆencia com funcionalidades do m´odulo OFQuality. . . 108

Figura 27 Modelo entidade-relacionamento de tabelas do protocolo OVSDB. . . 114

Figura 28 Modelo entidade-relacionamento para a Knowledge Base.116 Figura 29 APIs Northbound e Southbound do m´odulo OFQuality.. 118

Figura 30 Cria¸c˜ao de filas com o m´odulo OFQuality. . . 119

Figura 31 Cria¸c˜ao de configura¸c˜ao de QoS. . . 120

Figura 32 Aplicando QoS em uma ou mais portas. . . 121

Figura 33 Um exemplo de QFlow. . . 121

Figura 34 Fluxograma relativo ao Algoritmo 5.4. . . 129

Figura 35 Topologia Mininet (cen´ario 1), (VOLPATO et al., 2017b). 131 Figura 36 An´alise da vaz˜ao dos fluxos, (cen´ario 1) (VOLPATO et al., 2017b). . . 132

Figura 37 An´alise de perda de pacotes para todos os fluxos (cen´ario 1) (VOLPATO et al., 2017b). . . 133

Figura 38 An´alise de vaz˜ao adicionando latˆencia (cen´ario 1) ( VOL-PATO et al., 2017b). . . 134

Figura 39 An´alise de latˆencia simulada (cen´ario 1) (VOLPATO et al., 2017b). . . 135

Figura 40 Topologia Mininet (cen´ario 2) (VOLPATO et al., 2017a). 136 Figura 41 An´alise de vaz˜ao e MOS com o algoritmo ligado (cen´ario 2), (VOLPATO et al., 2017a). . . 137

Figura 42 An´alise de vaz˜ao e MOS com o algoritmo desligado (cen´ario 2), (VOLPATO et al., 2017a). . . 138

Figura 43 An´alise de perda de pacotes com o algoritmo ligado (cen´ario 2), (VOLPATO et al., 2017a). . . 140

Figura 44 An´alise de perda de pacotes com o algoritmo desligado (cen´ario 2), (VOLPATO et al., 2017a). . . 140

Figura 45 Configura¸c˜ao do ambiente experimental (cen´ario 3), ( VOL-PATO et al., ). . . 142

Figura 46 An´alise de vaz˜ao para o cen´ario 3, (VOLPATO et al., ). . . 143 Figura 47 An´alise de vaz˜ao, com algoritmo desligado, para o cen´ario

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para o cen´ario 3 (VOLPATO et al., ). . . 145 Figura 49 An´alise de perda de pacotes, para o cen´ario 3 (VOLPATO et al., ). . . 146

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Tabela 1 Exemplos e caracter´ısticas do modelo OSI.. . . 39

Tabela 2 Vantagens e desvantagens das topologias de rede ( FO-ROUZAN, 2007). . . 50

Tabela 3 Estrutura de um quadro Ethernet. . . 58

Tabela 4 Valores EtherType para alguns protocolos populares ( EAS-TLAKE et al., 2008). . . 59

Tabela 5 Classes de endere¸camento IPv4 com nota¸c˜ao bin´aria e decimal (1o octeto), adaptado de (FOROUZAN, 2007). . . 66

Tabela 6 Endere¸camento IPv4 para redes privadas. . . 67

Tabela 7 Comparativo entre redes convencionais e SDN . . . 78

Tabela 8 Componentes principais de uma entrada na tabela de fluxo (ONF, 2015). . . 84

Tabela 9 Campos utilizados para correspondˆencia na vers˜ao 1.0 do protocolo OpenFlow (ONF, 2009). . . 91

Tabela 10 Componentes de uma entrada na tabela de grupo (ONF, 2011). . . 92

Tabela 11 Componentes de uma entrada na tabela de grupo (ONF, 2013). . . 94

Tabela 12 Compara¸c˜ao entre trabalhos relacionados. . . 103

Tabela 13 Exemplos de m´etricas de QoS e a¸c˜oes poss´ıveis. . . 109

Tabela 14 Exemplos de pol´ıticas da Knowledge Base . . . 117

Tabela 15 M´etodos dispon´ıveis como servi¸co do m´odulo OFQuality.122 Tabela 16 An´alise de c´odigo fonte do m´odulo OFQuality e aplica¸c˜ao AutoQoS. . . 129

Tabela 17 Configura¸c˜ao de fluxos para gera¸c˜ao de tr´afego (cen´ario 1). . . 130

Tabela 18 Exemplos de valores QoS para QoE otimizada, adaptado de (VOLPATO et al., 2017a). . . 136

Tabela 19 Configura¸c˜ao de fluxos para o cen´ario 2 (VOLPATO et al., 2017a), utilizando software Iperf. . . 136

Tabela 20 An´alise final de vaz˜ao dos fluxos, adaptado de (VOLPATO et al., 2017a). . . 139

Tabela 21 An´alise final de perda de pacotes (%). . . 140 Tabela 22 Configura¸c˜ao dos fluxos de sepse, adaptado de (VOLPATO

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ABNT Associa¸c˜ao Brasileira de Normas T´ecnicas ACL Access Control List

ACK Acknowledgement signal API Application Program Interface ARP Address Resolution Protocol

ARPANET Advanced Research Projects Agency Network AutoQoS M´odulo para o gerenciamento autˆonomo de QoS

BAN Body Area Network

BDDP Broadcast Domain Discovery Protocol

BSN Body Sensor Network

CAN Campus Area Network

CIDR Classless Inter-Domain Routing

CSMACD Carrier Sense Multiple Access with Collision De-tection

DDR Double Data Rate

DHCP Dynamic Host Configuration Protocol DiffServ Differentiated services QoS Architecture DSCP Differentiated Services Code Points DSL Digital Subscriber Line

DoD United States Departament of Defense

DNS Domain Name System

e-Health Healthcare practice supported by electronic proces-ses and communication

FTP File Transfer Protocol

GHz Gigahertz

GoD Games on Demand

HFSC Hierarchical Fair Service Curve HTB Hierarchical Token Bucket HTML HyperText Markup Language HTTP Hypertext Transfer Protocol

I/O Input/Output

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ISDN Integrated Service Digital Network ISP Internet Service Provider

IP Internet Protocol

IPv4 Internet Protocol version 4 IPv6 Internet Protocol version 6

IntServ Integrated services QoS Architecture

ISO International Organization for Standardization

KB KiloByte

KB Knowledge-Base

LAN Local Area Network

LGA Land Grid Array

LLDP Link Layer Discovery Protocol

LLDPDU Link Layer Discovery Protocol Data Unit

LTS Long Term Support

MAC Media Access Control

MAPE-K Monitor-Analyze-Plan-Execute over a shared Kno-wledge

MAN Metropolitan Area Network Mbps Megabit per second

MHz Megahertz

MILNET Military Network

MPLS Multiprotocol Label Switching NAT Network Address Translation Net App Network Application

NOS Network Operation System

OF OpenFlow Protocol

OF-CONFIG OpenFlow Management and Configuration Protocol ONF Open Networking Foundation

OFQuality M´odulo para o de gerenciamento de recursos dos switches

OSI Open System Interconnection

OVS Open vSwitch

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PPP Point-to-Point Protocol

QFlow Fluxos especiais para teste de configura¸c˜oes de QoS

QoC Quality of Context

QoS Quality of Service QoS Qualidade de Servi¸co QoE Quality of Experience

REST Representational State Transfer

RFC Request for Comments

SAN Storage Area Network

SCTP Stream Control Transmission Protocol SDN Software-Defined Networking

SDN Redes Definidas por Software

SDNC Controlador SDN

SFD Start Frame Delimiter SIP Session Initiation Protocol SLA Service Level Agreement SMTP Simple Mail Transfer Protocol SPOF Single Point of Failure STP Spanning-Tree Protocol Tbps Terabits per second

TCP Transmission Control Protocol TLS Transport Layer Security TLV Type-length-value

TTL Time to Live

UDP User Datagram Protocol URI Uniform Resource Identifier USB Universal Serial Bus UTP Unshielded Twisted Pair UUID Universal Unique Identifier VLAN Virtual Local Area Network

VM Virtual Machine

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WAN Wide Area Network

WLAN Wireless Local Area Network WMAN Wireless Metropolitan Area Network WPAN Wireless Personal Area Network WWAN Wireless Wide Area Network

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1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 29 1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 29 1.2 PERGUNTA DE PESQUISA . . . 34 1.3 OBJETIVOS . . . 34 1.3.1 Objetivo geral . . . 35 1.3.2 Objetivos espec´ıficos . . . 35 1.4 METODOLOGIA . . . 35 1.5 ESCOPO DO TRABALHO . . . 36 1.6 ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO . . . 36 2 TECNOLOGIAS DE REDES DE COMUNICAC¸ ˜AO 37 2.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 37 2.2 SEPARAC¸ ˜AO DAS CAMADAS DE REDE . . . 38 2.2.1 O modelo OSI de sete camadas . . . 38 2.2.2 O modelo de Referˆencia TCP/IP . . . 41 2.2.3 O modelo h´ıbrido de cinco camadas . . . 43 2.3 CLASSIFICAC¸ ˜AO DAS REDES DE COMPUTADORES 45 2.3.1 PAN e WPAN . . . 45 2.3.2 LAN e WLAN . . . 46 2.3.3 MAN e WMAN . . . 46 2.3.4 WAN e WWAN . . . 47 2.3.5 Outras tecnologias . . . 47 2.4 TOPOLOGIAS DE REDES DE COMPUTADORES . . . . 48 2.5 DISPOSITIVOS DE CONEX ˜AO DE REDE . . . 49 2.5.1 Dispositivos de redes locais . . . 50 2.5.1.1 Hub . . . 50 2.5.1.2 Repetidor . . . 51 2.5.1.3 Bridge . . . 51 2.5.1.4 Switch . . . 52 2.5.2 Dispositivos de interconex˜ao . . . 53 2.5.2.1 Roteador . . . 53 2.5.2.2 Gateway . . . 53 2.6 TECNOLOGIAS NA CAMADA F´ISICA . . . 54 2.6.1 Meios de transmiss˜ao cabeados . . . 55 2.6.2 Meios de transmiss˜ao sem fio . . . 56 2.7 TECNOLOGIAS DA CAMADA DE ENLACE . . . 57 2.7.1 A Tecnologia Ethernet . . . 57 2.7.2 Comuta¸c˜ao de quadros . . . 59

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2.7.5 Address Resolution Protocol – ARP . . . 62 2.8 TECNOLOGIAS DA CAMADA DE REDE . . . 63 2.8.1 O Protocolo IPv4 . . . 64 2.8.2 Network Address Translation – NAT . . . 66 2.8.3 O Protocolo IPv6 . . . 68 2.8.4 Internet Message Control Protocol – ICMP . . . 68 2.8.5 Roteamento de pacotes . . . 69 2.9 TECNOLOGIAS DA CAMADA DE TRANSPORTE . . . . 69 2.9.1 User Datagram Protocol – UDP . . . 70 2.9.2 Transmission Control Protocol – TCP . . . 71 2.10 QUALIDADE DE SERVIC¸ O . . . 71 2.11 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 73 3 SDN . . . 75 3.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 75 3.2 O CONCEITO DE REDES SDN . . . 77 3.3 FUNDAMENTOS DE ABSTRAC¸ ˜AO NAS REDES SDN . 79 3.4 ARQUITETURA SDN . . . 80 3.5 O PROTOCOLO OPENFLOW . . . 82 3.5.1 Configura¸c˜ao de canal do protocolo OpenFlow . . . . 87 3.5.2 Mensagens do protocolo OpenFlow . . . 88 3.5.3 Vers˜oes do protocolo OpenFlow . . . 91 3.6 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 95 4 PROPOSTA . . . 97 4.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 97 4.2 TRABALHOS RELACIONADOS . . . 99 4.3 PROPOSTA DE ARQUITETURA . . . 102 4.3.1 Plano de Controle . . . 105 4.3.2 Plano de Dados . . . 109 4.4 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 110

5 AMBIENTE EXPERIMENTAL E RESULTADOS 111

5.1 AMBIENTE EXPERIMENTAL . . . 111 5.1.1 Emulador de rede e Switch . . . 112 5.1.1.1 Emulador Mininet . . . 112 5.1.1.2 Software Switch OVS . . . 113 5.1.2 A Base de Conhecimento – Knowledge Base . . . 115 5.1.3 Controlador Floodlight e ferramentas

implemen-tadas . . . 117 5.1.3.1 O m´odulo OFQuality . . . 117 5.1.3.2 A Aplica¸c˜ao AutoQoS . . . 122

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5.2.1.1 An´alise da vaz˜ao e da taxa de perda de pacotes . . . 131 5.2.1.2 An´alise de latˆencia simulada . . . 133 5.2.2 Cen´ario 2 . . . 135 5.2.2.1 An´alise de vaz˜ao e MOS . . . 137 5.2.2.2 An´alise de perda de pacotes . . . 139 5.2.3 Cen´ario 3 . . . 140 5.2.3.1 An´alise de vaz˜ao . . . 143 5.2.3.2 An´alise de perda de pacote . . . 144 5.3 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 146 6 CONCLUS ˜OES E TRABALHOS FUTUROS . . . . 149 6.1 CONCLUS ˜OES . . . 150 6.2 TRABALHOS FUTUROS . . . 150 6.3 LIMITAC¸ ˜OES DO TRABALHO . . . 151 REFER ˆENCIAS . . . 153 AP ˆENDICE A -- Artigos aceitos para publica¸c˜ao . 163

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1 INTRODUC¸ ˜AO

Neste cap´ıtulo ser´a apresentada a contextualiza¸c˜ao do problema e a motiva¸c˜ao de pesquisa. A partir destas s˜ao definidos objetivos gerais e espec´ıficos do trabalho. Em seguida ser˜ao descritas as atividades realizadas e definido o escopo da disserta¸c˜ao. Por fim ser´a apresentado a organiza¸c˜ao dos cap´ıtulos.

1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO

Inicialmente a maior parte das redes de comunica¸c˜ao eram relati-vas a telefonia, cuja t´ecnica universalmente usada era a comuta¸c˜ao por circuitos. Isto significa a exigˆencia de um caminho de rede dedicado ex-clusivo, e que s´o ´e liberado ao finalizar a conex˜ao. Outra caracter´ıstica ´e que essas redes eram centralizadas, com um grande volume de usu´arios atrelados a grandes centrais telefˆonicas.

Por conta disso, por volta dos anos 60, o cientista Paul Baran percebeu que em caso de ataque a uma central de telefonia, boa parte da comunica¸c˜ao de um determinado local ou pa´ıs ficaria indispon´ıvel. Paul Baran apresentou ent˜ao a ideia de transmitir sinais de telefone em pa-cotes de dados que poderiam viajar pela rede de maneira autˆonoma, in-dependentemente de poss´ıveis indisponibilidades de determinados tre-chos (GORANSSON; BLACK, 2014). Esta ideia foi incorporada pelo De-partamento de Defesa (DoD) do governo dos Estados Unidos, atrav´es da rede experimental conhecida por ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network ) em 1969, que al´em de experimento tamb´em funcionava como um backbone, onde novas aplica¸c˜oes eram testadas (REMOALDO, 1998).

Inicialmente a rede ARPANET era utilizada para conectar as instala¸c˜oes de defesa americanas. Por´em, um tempo depois, decidiu-se expandir a rede, permitindo incluir n˜ao apenas instala¸c˜oes de defesa, mas tamb´em universidades. Foi ent˜ao que em meados da d´ecada de 70, a ARPANET foi dividida em duas redes: uma para uso militar (MILNET) e a ARPANET (para uso n˜ao militar) (LOWE, 2016).

Por´em, na medida em que a rede era expandida para outras ´

areas do governo americano, novos desafios de interoperabilidade sur-giam pois os equipamentos eram compostos por diferentes tecnologias (LOWE, 2016). Por conta disso, observou-se a necessidade de se criar um protocolo padr˜ao de interconex˜ao para abstrair os detalhes de

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hard-ware. Nesse contexto surge o modelo de referˆencia em camadas TCP/IP e a rede ARPANET passa a ser conhecida por Internet ou World Wide Web (WWW) (GORANSSON; BLACK, 2014).

Figura 1: Usu´arios de Internet por regi˜ao (MURPHY; ROSER, 2017).

A Internet cresceu de tal maneira ao longo dos anos que a quan-tidade de usu´arios da rede saltou de aproximadamente 16 milh˜oes em 1995 para 3,366 bilh˜oes em 2015, como pode-se ver na Fig. 1. Al´em disso, destaca-se que pelo menos 70% da popula¸c˜ao das regi˜oes da Am´erica do Norte, ´Asia Central e Europa utilizam o servi¸co de In-ternet hoje (MURPHY; ROSER, 2017), o que evidencia a importˆancia (e dependˆencia) cada vez maior da Internet nas sociedades modernas.

Esse crescimento exponencial de usu´arios est´a diretamente re-lacionado com o aumento na infraestrutura de rede (cabeamento e equipamento) e de servi¸cos. O site Netcraft, por exemplo, apresenta o hist´orico do n´umero de websites dispon´ıveis na Internet (de acordo com a Fig. 2).

Outro fator que vem influenciando no aumento do n´umero de usu´arios na Internet est´a associado a expans˜ao do uso de dispositivos m´oveis como tablets e celulares que ao longo do tempo foram se tor-nando mais baratos e com maior poder computacional, tortor-nando-se dispositivos acess´ıveis para a popula¸c˜ao em geral.

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Figura 2: N´umero total de websites (NETCRAFT, 2017).

Existe tamb´em a tendˆencia para que objetos (desde carros a m´aquinas industriais ou bens de consumo como cal¸cados e roupas), possam interagir entre si ou com outros sistemas, atrav´es da rede para concluir determinadas tarefas. Nesse contexto surge o termo Internet das Coisas (Internet of Things em inglˆes, ou IoT), que est´a diretamente relacionado a expans˜ao do uso do protocolo IPv6, que permitir´a que se forne¸ca um IP v´alido para cada “coisa” (dispositivo). A expectativa ´e que se tenham bilh˜oes de novos dispositivos conectados `a Internet ao longo dos pr´oximos anos.

Por consequˆencia do aumento no n´umero de dispositivos conec-tados `a Internet, presencia-se tamb´em um aumento na complexidade de manuten¸c˜ao das redes de computadores. Em primeiro lugar, os cus-tos de gerenciamento de rede tendem a aumentar com o maior n´umero de equipamentos, tornando necess´aria a contrata¸c˜ao de mais recursos humanos. Em segundo lugar, a configura¸c˜ao dos dispositivos de rede ocorre na maioria das vezes de forma manual, tornando suscet´ıvel um maior cometimento de erros humanos relacionados `a configura¸c˜ao ou reconfigura¸c˜ao destes dispositivos.

Outro problema comum dos dispositivos de rede atuais ´e a ca-racter´ıstica de utiliza¸c˜ao de software propriet´ario, inviabilizando a im-planta¸c˜ao de tecnologias heterogˆeneas e amarrando usu´arios e admi-nistradores de rede ao uso de uma solu¸c˜ao tecnol´ogica espec´ıfica. Por conta disso, percebe-se a necessidade de que os recursos humanos se especializem em determinadas tecnologias a fim de que a rede funcione de maneira adequada, acarretando um maior custo operacional.

Neste cen´ario de tecnologias de rede propriet´arias, atualiza¸c˜oes e corre¸c˜oes de software ficam restritos ao suporte do fabricante apenas.

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Ainda, percebe-se a impossibilidade de se desenvolver e testar novos protocolos de rede, uma vez que os dispositivos de rede funcionam em sua maioria como black boxes, ou seja, equipamentos cujo funciona-mento interno n˜ao ´e revelado e portanto dif´ıcil de ser alterado.

Outra caracter´ıstica relevante das redes legadas est´a relacionada `

a distribui¸c˜ao das camadas de rede. Os dispositivos possuem as cama-das de controle e encaminhamento acoplacama-das, o que em outras pala-vras significa dizer que os dispositivos de rede trabalham de maneira autˆonoma, e portanto, sem uma vis˜ao global da rede.

Evidencia-se portanto a necessidade de tornar as redes de com-putadores mais program´aveis, possibilitando a inova¸c˜ao nas redes, au-tomatizando e facilitando o gerenciamento e diminuindo barreiras para implementa¸c˜ao de novos servi¸cos. A ideia de programa¸c˜ao de rede n˜ao ´e in´edita, e portanto, pode-se organizar um hist´orico do desenvolvimento e implementa¸c˜ao da programa¸c˜ao de redes em pelo menos trˆes fases (FEAMSTER; REXFORD; ZEGURA, 2014):

1. Redes de computadores ativas (1995-2000): nesta fase ´e introdu-zida a programa¸c˜ao de rede levando a uma maior inova¸c˜ao; 2. Separa¸c˜ao das camadas (2001-2007): permitiu o desenvolvimento

de interfaces abertas entre as camadas de controle e encaminha-mento;

3. OpenFlow (MCKEOWN et al., 2008) e sistemas operacionais de rede (2007-): representando a primeira ado¸c˜ao generalizada escal´avel e pr´atica de uma interface aberta com a separa¸c˜ao das camadas de controle e encaminhamento.

O protocolo OpenFlow (OF), considerado uma das primeiras implementa¸c˜oes do conceito de Redes Definidas por Software (SDN) (AZODOLMOLKY, 2013), engloba os conceitos de separa¸c˜ao das cama-das de controle e encaminhamento, movendo o controle para uma en-tidade externa chamada Controlador (SDNC), usufruindo do benef´ıcio da programa¸c˜ao de rede com padr˜oes abertos(MCKEOWN, 2009). Neste cen´ario, os dispositivos de rede ficam exclusivamente respons´aveis pelo encaminhamento.

Paralelo a isso, percebe-se tamb´em um aumento na qualidade e conte´udo das aplica¸c˜oes na Internet, o que vem fazendo com que os re-quisitos de experiˆencia dos usu´arios se mantenham elevados. Servi¸cos de Internet de chamada de voz como Skype e WhatsApp, al´em de servi¸cos de streaming de v´ıdeo, como Netflix e Youtube, s˜ao exemplos de aplica¸c˜oes amplamente utilizadas e sens´ıveis `a rede, que podem se

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tornar inutiliz´aveis se mecanismos n˜ao forem usados para garantir que os dados trafeguem satisfatoriamente. Por conta disso, novas aborda-gens de rede precisam ser usadas para garantir o bom funcionamento destes servi¸cos.

Sabe-se que a Qualidade de Servi¸co (QoS) ´e uma caracter´ıstica essencial nas redes de computadores para fornecer melhores servi¸cos para aplicativos, como telefonia IP e transmiss˜ao de v´ıdeo, por´em a pro-vis˜ao e entrega de Qualidade de Servi¸co (QoS) ´e um problema cl´assico de pesquisa, bem divulgado na literatura. A entrega de QoS geralmente ´

e por meio de mecanismos como IntServ, DiffServ, MPLS e essa forma de gerenciamento de QoS causa alguns problemas aparentes, como se-gue:

1. Aloca¸c˜ao fixa de recursos de rede, independentemente do uso do recurso;

2. Configura¸c˜oes manuais complexas e constantes em equipamen-tos de rede (muito por conta de tecnologias heterogˆeneas e pro-priet´arias, citadas anteriormente);

3. Os parˆametros de desempenho da rede s´o s˜ao restaurados ap´os a degrada¸c˜ao da Qualidade de Experiˆencia (QoE);

4. Presta¸c˜ao e entrega de servi¸cos, muitas vezes assumindo a mesma QoS por tipo de aplicativo, independentemente do grau de criti-cidade do usu´ario do servi¸co.

Para solucionar os problemas descritos anteriormente, primeira-mente ´e necess´ario adotar uma arquitetura de rede flex´ıvel, capaz de adaptar-se a diferentes demandas, agindo proativamente no gerenci-amento dos recursos. Neste contexto, a abordagem SDN se encaixa nestes requisitos.

A utiliza¸c˜ao combinada de protocolos de padr˜ao aberto como o OF (respons´avel pela programa¸c˜ao das tabelas de encaminhamento dos dispositivos de rede), al´em de protocolos respons´aveis pelo gerencia-mento das configura¸c˜oes de dispostivios de rede, como o OpenFlow Ma-nagement and Configuration Protocol (OF-CONFIG) e o Open vSwitch Database Management Protocol (OVSDB), possibilitam o desenvolvi-mento de solu¸c˜oes definitivas para implementa¸c˜ao de pol´ıticas e pro-vimento de QoS de maneira autˆonoma para servi¸cos sens´ıveis `a rede, garantindo o bom funcionamento das aplica¸c˜oes.

Por este motivo, este trabalho prop˜oe uma arquitetura com ca-racter´ısticas autˆonomas que de maneira pr´o-ativa agem no

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gerencia-mento dos recursos de QoS em uma rede SDN, tendo como principais contribui¸c˜oes:

• Uma arquitetura de gerenciamento de QoS para um ambiente de rede SDN, com caracter´ısticas autˆonomas, e desenhada com base no modelo de desenvolvimento de sistemas autˆonomos (MAPE-K) (COMPUTING et al., 2006). Este modelo engloba as fases de Mo-nitoramento, An´alise, Planejamento, Execu¸c˜ao; tais etapas com-partilham uma base de conhecimento (Knowledge-Base), a qual ´

e fundamental para a tomada de decis˜oes;

• Uma aplica¸c˜ao de provisionamento de recuros e QoS chamada Autonomic QoS Broker (AutoQoS), que trabalha na camada de controle SDN, e visa auxiliar na valida¸c˜ao a arquitetura proposta anteriormente;

• A implementa¸c˜ao de um m´odulo para a camada de controle dos SDNCs, respons´avel pela configura¸c˜ao de QoS em dispositivos de rede, denominado OFQuality, que implementa uma vers˜ao leve do protocolo OVSDB, permitindo a administra¸c˜ao de parˆametros de recursos relacionados a QoS.

Com base na pol´ıtica e no contexto, a aplica¸c˜ao AutoQoS moni-tora o desempenho da rede; Analisa as m´etricas monitoradas comparando-as com a parametriza¸c˜ao das pol´ıticas; Planeja a¸c˜oes de melhorias e, com o suporte dos m´odulos de controle, executa as configura¸c˜oes nos recursos da rede, evitando a degrada¸c˜ao de QoE.

1.2 PERGUNTA DE PESQUISA

Este trabalho busca responder a seguinte pergunta: Como pro-ver QoS de maneira autˆonoma e pr´o-ativa para determinados servi¸cos sens´ıveis `a rede, utilizando uma arquitetura de rede flex´ıvel, program´avel, escal´avel, e capaz de adaptar-se a dife-rentes demandas?

1.3 OBJETIVOS

De acordo com a pergunta, esta pesquisa apresenta os objetivos geral e espec´ıficos descritos a seguir.

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1.3.1 Objetivo geral

O objetivo principal desta disserta¸c˜ao ´e elaborar uma solu¸c˜ao para Redes Definidas por Software capaz de prover Qualidade de Servi¸co de maneira autˆonoma e pr´o-ativa para aplica¸c˜oes que s˜ao sens´ıveis `a rede.

1.3.2 Objetivos espec´ıficos

Os objetivos espec´ıficos dessa disserta¸c˜ao s˜ao:

• Levantamento do estado da arte relacionado a aplica¸c˜oes de pro-visionamento autˆonomo de QoS;

• Defini¸c˜ao de parˆametros de QoS pertinentes ao escopo de Redes Definidas por Software;

• Defini¸c˜ao e contextualiza¸c˜ao de aplica¸c˜oes sens´ıveis a rede; • Elabora¸c˜ao de uma arquitetura de rede capaz de cumprir com o

objetivo geral o trabalho;

• Implementa¸c˜ao de protocolos, aplica¸c˜oes e m´odulos capazes de validar a arquitetura proposta;

• Disponibilizar c´odigo fonte do trabalho;

1.4 METODOLOGIA

Para atender aos objetivos dessa pesquisa, o seguinte conjunto de etapas ´e realizado:

• Buscar na literatura abordagens sobre o uso de QoS em redes SDN, ferramentas que permitem aplicar QoS em redes SDN e propostas de modelos para gerenciamento autˆonomo de QoS em redes SDN;

• Implementar m´odulo que possibilita configura¸c˜ao de QoS em re-des SDN;

• Desenvolver uma aplica¸c˜ao para o provisionamento autˆonomo de QoS;

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• Realizar experimentos em um emulador de redes SDN, utilizando diferentes plataformas computacionais, topologias de rede, confi-gura¸c˜oes e cargas de trabalho;

• Analisar o resultado dos experimentos, verificando o provimento de QoS no desempenho geral do sistema;

• Construir uma arquitetura de rede capaz de prover QoS de ma-neira autˆonoma e pr´o ativa em um ambiente SDN;

1.5 ESCOPO DO TRABALHO

Considerando os objetivos definidos, este trabalho prop˜oe a aplica¸c˜ao de mecanismos autˆonomos e pr´o-ativos para provimento de QoS para aplica¸c˜oes sens´ıveis `a rede, utilizando a abordagem de Redes Definidas por Software (SDN) e uma arquitetura baseada no modelo para desen-volvimento de sistemas autˆonomos, conhecido como MAPE-K. A fim de prover QoS, neste trabalho considerou-se as seguintes m´etricas de rede: largura de banda, taxa de perda de pacotes e latˆencia.

1.6 ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO

Esta disserta¸c˜ao est´a organizada da seguinte maneira. O segundo cap´ıtulo apresenta fundamentos de redes de comunica¸c˜ao e computado-res. No terceiro fundamentos de SDN. No quarto discute-se a proposta do trabalho e o estado da arte, enquanto no quinto tem-se o ambiente experimental e resultados. No sexto cap´ıtulo a conclus˜ao.

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2 TECNOLOGIAS DE REDES DE COMUNICAC¸ ˜AO O conceito de Redes Definidas por Software (SDN), principal tema do trabalho, exige do leitor um extenso conhecimento pr´evio em redes de computadores, disciplina que ´e ministrada usualmente para estudantes dos cursos de Ciˆencia da Computa¸c˜ao e/ou Engenharia da Computa¸c˜ao. Apesar disso, ao longo deste trabalho o leitor perceber´a que o conceito de SDN ´e aplic´avel aos mais diversos ambientes. Por consequˆencia, este cap´ıtulo apresenta uma extensa revis˜ao de conceitos e tecnologias de redes de computadores.

Inicialmente tem-se uma contextualiza¸c˜ao hist´orica das redes de computadores apresentam seus principais fundamentos. Em seguida, s˜ao mostradas topologias, dispositivos e tecnologias de redes de co-munica¸c˜ao que ser˜ao citados no decorrer desta disserta¸c˜ao. Por fim, discute-se a respeito de Qualidade de Servi¸co (QoS) em redes de com-putadores.

Faz-se necess´ario relembrar estes t´opicos a fim de facilitar a com-preens˜ao da proposta do trabalho e a leitura dos demais cap´ıtulos.

2.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO

No in´ıcio s´o existiam computadores de grande porte, cujo prin-cipal objetivo era o processamento de aplica¸c˜oes cient´ıficas espec´ıficas. Em seguida, com a necessidade de facilitar o acesso aos mesmos, desenvolveu-se a tecnologia de terminais. Com o passar do tempo, a tecnologia de computa¸c˜ao foi tornando-se mais barata, o que proporcionou o aumento no n´umero de dispositivos. Neste contexto surge a ideia de interconec-tar os computadores a fim de ampliar o poder de processamento dos mesmos, al´em de prover mecanismos de comunica¸c˜ao.

Por´em, a interconex˜ao de computadores apresentava-se como um desafio complexo, uma vez que os dispositivos na ´epoca eram compos-tos de tecnologias heterogˆeneas. Inicialmente, cada fabricante criava o seu pr´oprio padr˜ao, tornando assim, imposs´ıvel a comunica¸c˜ao entre equipamentos de diferentes fabricantes.

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2.2 SEPARAC¸ ˜AO DAS CAMADAS DE REDE

Neste contexto de equipamentos heterogˆeneos, desenvolveu-se a estrat´egia da separa¸c˜ao de camadas de rede. O principal objetivo dessa estrat´egia foi o de ”esconder”as diferen¸cas de hardware dos diversos fabricantes, do software de alto n´ıvel, o que levou `a cria¸c˜ao de v´arias camadas de rede, sendo a camada inferior mais dependente do hardware e as demais mais independentes. Assim, as aplica¸c˜oes poderiam ser escritas uma vez, e rodar em hardwares de rede distintos (HUGHES, 2010).

Uma camada de rede ´e representada por um m´odulo de software em cada computador conectado `a rede. Assim, cada camada possui responsabilidades espec´ıficas e bem determinadas. Logicamente cada camada de um n´ıvel de um computador se comunica diretamente com seu correspondente no outro computador, mas na realidade, essa comu-nica¸c˜ao n˜ao ´e direta. Ao inv´es disso, uma camada provˆe servi¸cos para a pr´oxima camada superior, e recebe servi¸cos da camada imediatamente inferior a ela (MARSIC, 2010), (COULOURIS et al., 2011). A Figura 3 ilustra uma comunica¸c˜ao de rede utilizando o conceito de camadas.

Figura 3: Organiza¸c˜ao conceitual de camadas de rede camadas, adap-tado de (COULOURIS et al., 2011).

Neste cen´ario, duas formaliza¸c˜oes de modelos de separa¸c˜ao de camadas de rede foram definidos e merecem destaque: o modelo de referˆencia OSI de sete camadas, e o modelo de referˆencia TCP/IP de quatro camadas, que ser˜ao detalhados a seguir.

2.2.1 O modelo OSI de sete camadas

O modelo OSI (Open System Interconnection), de sete camadas, tamb´em ´e conhecido por modelo de referˆencia ISO (International

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Or-ganization for Standardization). Este modelo foi criado atrav´es de um comitˆe internacional, chegando at´e a ser definido como padr˜ao oficial pelo governo americano (COMER, 2008). Trata-se de uma estrutura para a defini¸c˜ao de protocolos e n˜ao uma defini¸c˜ao de um conjunto de protocolos espec´ıficos.

Esse modelo foi definido com a inten¸c˜ao de ser um primeiro passo em dire¸c˜ao `a padroniza¸c˜ao internacional dos protocolos empregados nas diversas camadas (TANENBAUM, 2003). Essa padroniza¸c˜ao forneceria uma alternativa aos sistemas independentes fechados da computa¸c˜ao tradicional da ´epoca, que eram projetados sem considerar a interco-nex˜ao de uns com os outros (RUSSELL, 2013).

O termo protocolo ´e usado para designar um conjunto bem co-nhecido de regras e formatos a serem usados na comunica¸c˜ao entre pro-cessos a fim de realizar uma determinada tarefa. Protocolos bem defi-nidos possibilitam que sua implementa¸c˜ao ocorra em diferentes lingua-gens de programa¸c˜ao e plataformas e sua implementa¸c˜ao ´e necess´aria tanto no computador de origem quanto no recebedor de uma determi-nada mensagem (COULOURIS et al., 2011).

Ficou definido que para uma determinada tecnologia obedecer ao modelo OSI, deve existir um protocolo espec´ıfico em cada um dos sete n´ıveis, ou camadas, definidos pelo modelo (COULOURIS et al., 2011). A Tabela 1 a seguir apresenta o resumo das caracter´ısticas das camadas do modelo OSI e exemplos de protocolos.

Tabela 1: Exemplos e caracter´ısticas do modelo OSI.

Camada Caracter´ıstica Exemplos

Aplica¸c˜ao Requisitos de comunica¸c˜ao de aplicativos. HTTP, FTP, SMTP

Apresenta¸c˜ao Representa¸c˜ao de rede independente. Seguran¸ca TLS Sess˜ao Confiabilidade e adatapta¸c˜ao. SIP

Transporte Endera¸camento para portas de comunica¸c˜ao. TCP, UDP Rede Transferˆencia de pacotes de dados entre

computado-res.

IP

Enlace Transmiss˜ao de quadros entre n´os que est˜ao direta-mente conectados por um enlance f´ısico.

MAC Ethernet, PPP

F´ısica Circuitos e hardware. Transmite sequˆencias de dados bin´arios atrav´es de sinaliza¸c˜ao anal´ogica.

Sinaliza¸c˜ao de banda base Ether-net, ISDN

Analisando as camadas de baixo para cima, a camada f´ısica no modelo OSI ´e respons´avel por manipular a transmiss˜ao de bits brutos atrav´es de um link de comunica¸c˜ao. A camada de enlace, por sua vez, agrupa um fluxo de bits, gerando o que denomina-se um ”quadro”. A camada de rede manipula o roteamento entre n´os dentro de uma

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rede de comuta¸c˜ao de pacotes. Nesta camada, a unidade de dados trocados entre os n´os ´e normalmente chamada de pacote em vez de um quadro, embora sejam fundamentalmente a mesma coisa. A camada de transporte, em seguida, implementa um canal fim-a-fim entre dois n´os. Aqui, a unidade de dados trocados ´e comumente chamada de mensagem em vez de pacote ou quadro.

A camada de sess˜ao, por´em, tem o objetivo de fornecer gerˆencia de conex˜ao entre duas aplica¸c˜oes (e n˜ao dois n´os), provendo ainda o mecanismo de seguran¸ca, autentica¸c˜ao e sincronismo entre as partes. Acima disso, a camada de apresenta¸c˜ao est´a preocupada com o formato dos dados trocados entre as partes, por exemplo, se um n´umero inteiro ´e de 16, 32 ou 64 bits e se o bit mais significativo ´e transmitido pri-meiro ou por ´ultimo. Finalmente, tem-se os protocolos de camada de aplica¸c˜ao, como por exemplo o File Transfer Protocol (FTP), que de-fine um protocolo pelo qual os aplicativos de transferˆencia de arquivos podem interoperar (PETERSON; DAVIE, 2003).

´

E importante lembrar que as trˆes camadas inferiores (f´ısica, en-lace e rede) s˜ao implementadas em praticamente todos os n´os de rede, incluindo switches dentro da rede e n´os conectados em redes externas. J´a a camada de transporte e as camadas mais altas normalmente s˜ao executadas apenas nas unidades finais, como por exemplo um compu-tador pessoal, e n˜ao nos switches intermedi´arios ou roteadores ( PETER-SON; DAVIE, 2003).

Uma das contribui¸c˜oes que trazidos pelo modelo OSI foi a dis-tin¸c˜ao entre servi¸cos, interfaces e protocolos. No modelo OSI, cada camada executa alguns servi¸cos para a camada acima dela. A defini¸c˜ao do servi¸co informa o que a camada faz, e n˜ao a forma como as entida-des acima dela o acessam ou como a camada funciona. Essa defini¸c˜ao estabelece a semˆantica da camada. J´a a interface de uma camada in-forma como os processos acima dela podem acess´a-la e especifica quais s˜ao os parˆametros e os resultados a serem esperados, n˜ao revelando o funcionamento interno da camada. Por ´ultimo, os protocolos utilizados em uma camada s˜ao de responsabilidade dessa camada, que pode usar os protocolos que quiser, desde que eles viabilizem a realiza¸c˜ao de um determinado trabalho (TANENBAUM, 2003).

O modelo OSI mostrou-se ´util para a discuss˜ao das redes de computadores. Entretanto, a frustra¸c˜ao com o lento desenvolvimento do OSI se aprofundou com o tempo e, em meados da d´ecada de 1990, o projeto terminou. O problema principal se deve ao compromisso que o modelo OSI tinha com a abertura. As regras formais para a padroniza¸c˜ao internacional davam a qualquer parte interessada o

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di-reito de participar do processo de desenvolvimento, acarretando assim em lentid˜ao, burocracia e vis˜oes t´ecnicas incompat´ıveis. Centenas de engenheiros participaram das reuni˜oes dos v´arios comitˆes e grupos de trabalho do OSI, e os procedimentos burocr´aticos utilizados para es-truturar as discuss˜oes n˜ao permitiram a r´apida produ¸c˜ao de padr˜oes. E assim, a abertura e a modularidade - os principais princ´ıpios para a coordena¸c˜ao do projeto - acabaram por selar o destino do modelo de referˆencia OSI (RUSSELL, 2013).

2.2.2 O modelo de Referˆencia TCP/IP

O modelo de referˆencia TCP/IP, tamb´em conhecido por modelo Internet, surgiu a partir de experiˆencias realizadas na rede ARPANET do Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos. A ARPANET foi a primeira rede operacional de computadores `a base de comuta¸c˜ao de pacotes. Inicialmente a rede ARPANET era utilizada para conectar as instala¸c˜oes de defesa americanas. Por´em, um tempo depois, decidiu-se expandir a rede, permitindo incluir n˜ao apenas instala¸c˜oes de defesa, mas tamb´em universidades. Foi ent˜ao que em meados da d´ecada de 1970, a ARPANET foi dividida em duas redes: uma para uso militar (MILNET) e a ARPANET (para uso n˜ao militar) (LOWE, 2016).

Ao longo dos anos as universidades e reparti¸c˜oes p´ublicas ameri-canas foram sendo interconectadas, usando linhas telefˆonicas dedicadas. Entretanto, na medida em que conex˜oes de r´adio e sat´elite come¸caram a ser usadas, surgiram problemas relacionados aos protocolos existentes das diferentes tecnologias, o que for¸cou a cria¸c˜ao de uma nova arquite-tura de referˆencia. Desse modo, a habilidade para conectar v´arias redes de maneira uniforme foi um dos principais objetivos de projeto, desde o in´ıcio (TANENBAUM, 2003).

Outro ponto interessante levantado por Tanenbaum em ( TANEN-BAUM, 2003), disserta a respeito da preocupa¸c˜ao do DoD com rela¸c˜ao aos seus hosts, roteadores e gateways de interconex˜ao de redes na eminˆencia de uma poss´ıvel destrui¸c˜ao em fun¸c˜ao de ataques de pa´ıses inimigos.

Sendo assim, o modelo de referˆencia deveria proporcionar que a rede pudesse sobreviver `a perda do hardware de sub-redes, e as conex˜oes permanecessem intactas enquanto as m´aquinas de origem e de destino estivessem funcionando, mesmo que algumas m´aquinas ou linhas de transmiss˜ao intermedi´arias deixassem de operar repentina-mente. Portanto, era necess´aria uma arquitetura flex´ıvel, capaz de se

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adaptar a aplica¸c˜oes com requisitos divergentes como, por exemplo, a transferˆencia de arquivos e a transmiss˜ao de dados de voz em tempo real.

Mais tarde, a experiˆencia adquirida atrav´es do modelo TCP/IP, na ARPANET veio a inspirar o surgimento do modelo de referˆencia OSI de sete camadas, o que explica a influˆencia que o modelo TCP/IP tem sobre o modelo ISO (PETERSON; DAVIE, 2003).

A camada de Aplica¸c˜ao, no modelo TCP/IP engloba a quinta, sexta e s´etima camadas do modelo OSI. Implementa os protocolos mais familiares aos usu´arios, como por exemplo o protocolo HTTP. Nessa camada, os protocolos de comunica¸c˜ao de dados trabalham em n´ıvel processo-a-processo, fazendo chamadas locais ao Sistema Operacional para ter acesso `as ”sockets APIs”(Application Program Interface), para gerar fluxos de dados, que ser˜ao enviados via TCP ou UDP atrav´es da camada inferior (transporte) (HUGHES, 2010).

A camada de Transporte do modelo TCP/IP, referente `a quarta camada do modelo OSI, implementa os protocolos TCP e UDP e adi-ciona os cabe¸calhos necess´arios (por exemplo, cabe¸calho TCP), aos dados passados pela camada de Aplica¸c˜ao. J´a a camada Internet, que referencia a terceira camada no modelo OSI, implementa o protocolo IP e outros relacionados, como por exemplo o ICMP. ´E adicionado um cabe¸calho IP nos dados enviados pela camada superior (camada de Transporte), e em seguida encaminha esses dados para a pr´oxima camada inferior (HUGHES, 2010).

Por fim, a camada de Rede do modelo TCP/IP, que engloba a primeira e segunda camadas do modelo OSI, implementa protoco-los como o ARP que converte endere¸cos IP em endere¸cos MAC. Nesta camada est˜ao presentes tamb´em rotinas para ler e escrever dados (pas-sados pelas camadas superiores), no meio f´ısico. Tem como exemplo de sa´ıda, um pacote Ethernet que utiliza endere¸co MAC.

Com o tempo, foi ficando claro que a tecnologia proposta pelo modelo TCP/IP era tecnicamente superior ao proposto no modelo OSI, de maneira que no decorrer dos anos cada vez menos falou-se no modelo OSI(COMER, 2008), que foi concebido antes de os protocolos correspon-dentes terem sido criados. Ja no modelo TCP/IP, os protocolos vieram primeiro, e portanto, n˜ao tiveram problemas para se adaptar ao modelo (TANENBAUM, 2003).

Embora o modelo TCP/IP n˜ao tenha sido projetado para uso comercial, d´ecadas de subs´ıdios governamentais para sua pesquisa fi-nalmente criaram uma vantagem comercial distinta: os protocolos da Internet poderiam ser implementados gratuitamente, diferentemente do

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modelo OSI, que obrigava as empresas de solu¸c˜oes de redes a pagar por c´opias f´ısicas de padr˜oes ISO.

Marc Levilion, engenheiro da IBM France, em uma entrevista de 2012, exemplificou: “De um lado vocˆe tem algo que ´e gratuito, dis-pon´ıvel, vocˆe s´o precisa carreg´a-lo. E do outro lado, vocˆe tem algo que ´

e muito mais arquitetado, muito mais completo, muito mais elaborado, mas ´e caro. Se vocˆe fosse um diretor de computa¸c˜ao em uma empresa, o que vocˆe escolheria? ”, (RUSSELL, 2013).

2.2.3 O modelo h´ıbrido de cinco camadas

Alguns autores divergem do modelo TCP/IP inicial e apresen-tam um modelo de referˆencia h´ıbrido de cinco camadas. A maior di-vergˆencia ´e a respeito da camada 1 do modelo OSI (a camada F´ısica). V´arios autores incorporam as camadas 1 e 2 do modelo OSI no mo-delo TCP/IP (COULOURIS et al., 2011), (TANENBAUM, 2003), (COMER, 2008),(KUROSE; ROSS, 2006), (FOROUZAN, 2007). Isso resultou em um modelo com cinco camadas, onde a camada de acesso `a rede ´e dividida nas camadas 1 e 2 do modelo OSI, como ilustra a Figura 4.

Figura 4: Modelo h´ıbrido de cinco camadas, adaptado de ( TANEN-BAUM, 2003).

J´a a Fig. 5, ilustra exemplos de protocolos utilizados e o pro-cesso de encapsulamento de dados conforme o modelo TCP/IP h´ıbrido. A ideia ´e que toda a informa¸c˜ao de uma camada superior seja encap-sulada e juntada ao cabe¸calho da camada atual. Ao final do processo de encapsulamento, os dados s˜ao enviados atrav´es de bits na camada F´ısica, e ao chegar ao destino ´e realizado o procedimento inverso, ou

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seja, os dados s˜ao desencapsulados at´e chegar a camada da Aplica¸c˜ao. No modelo h´ıbrido, as mensagens trocadas entre as camadas de Rede, isto ´e a camada 3, s˜ao denominadas pacotes, enquanto as mensa-gens trocadas entre as camadas de Enlace (camada 2), s˜ao denominadas de quadros. Esse modelo h´ıbrido parece mais adequado pois facilita e simplifica a explica¸c˜ao das tecnologias e protocolos de Rede, e ser´a usado no decorrer desta disserta¸c˜ao.

Entretanto, no conceito de Redes Definidas por Software (SDN), que ser´a visto no pr´oximo cap´ıtulo, os equipamentos de rede trabalham em quase todas as camadas, e a mensagem n˜ao ´e mais chamada de pacote ou quadro mas de “fluxo”, e por isso ´e importante fazer esta distin¸c˜ao a fim de esclarecer e evitar poss´ıveis confus˜oes com os termos utilizados.

Figura 5: Encapsulamento de dados com as camadas do modelo TCP/IP h´ıbrido.

A seguir, se faz necess´aria uma breve introdu¸c˜ao a respeito da classifica¸c˜ao das redes de computadores. Na sequˆencia, ser˜ao apresen-tados as topologias, os dispositivos de rede, os conceitos e as tecnologias relativas `as camadas do modelo h´ıbrido apresentado nesta se¸c˜ao, ini-ciando pela camada inferior, a camada F´ısica, at´e a ´ultima camada, a camada da Aplica¸c˜ao.

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2.3 CLASSIFICAC¸ ˜AO DAS REDES DE COMPUTADORES

Uma rede de computador pode ser definida como “uma malha de elementos de rede, comumente conhecidos como n´os de rede, conec-tados entre si atrav´es da um meio de comunica¸c˜ao”. Esses n´os de rede podem estar nas extremidades da malha, caso em que eles s˜ao comu-mente conhecidos como clientes ou no meio da rede como elementos transmissores (KIZZA, 2015), que ser˜ao detalhados na pr´oxima se¸c˜ao.

V´arias s˜ao as formas de classificar as redes de computadores, podendo ser de acordo com as distˆancias atrav´es das quais os dados s˜ao transmitidos, as aplica¸c˜oes de cada grupo de tecnologia, a latˆencia ou largura de banda associada a cada tecnologia. A Figura 6 ilustra as tecnologias de rede e suas respectivas ´areas de cobertura (COMER, 2008), (TANENBAUM, 2003) e (COULOURIS et al., 2011).

Figura 6: Tecnologias de Rede e distˆancia de cobertura. No pr´oximo cap´ıtulo ser´a apresentado o tema de Redes Definidas por Software (SDN), e por conta disso, a classifica¸c˜ao das Redes de Computadores ´e relevante uma vez que a abordagem SDN pode ser implementada nos mais diversos contextos, como por exemplo, em um ambiente residencial, grandes empresas, centros de processamento de dados, aplica¸c˜oes hospitalares, universidades, entre outros (KREUTZ et al., 2015).

2.3.1 PAN e WPAN

A tecnologia PAN (Personal Area Network ), ou na tradu¸c˜ao li-teral “rede de ´area pessoal”, se refere `as redes dom´esticas de curta distˆancia, utilizando por exemplo um cabo USB (Universal Serial Bus).

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Sua varia¸c˜ao sem fio WPAN (Wireless Personal Area Network ), ´e mais conhecida e utilizada principalmente para conectar dispositivos pes-soais como celulares, tablets, cˆameras, fones de ouvido, entre outros. A tecnologia WPAN est´a comumente associada `a tecnologia Bluetooth (padr˜ao IEEE 802.15.1) (COULOURIS et al., 2011), utilizada em curtas distˆancias, com largura de banda pequena (0.5-2 Mbps) e baixa latˆencia (5-20 ms).

2.3.2 LAN e WLAN

A tecnologia LAN (Local Area Network ), ´e comumente associada `

a tecnologia Ethernet (padr˜ao IEEE 802.3). Como nas PANs, tamb´em est´a presente em um ambiente dom´estico, al´em de diversas ´areas como empresas, escrit´orios, ind´ustrias e at´e em ambientes hospitalares. Tˆem como caracter´ıstica largura de banda m´axima alta (10-10000 Mbps) e baixa latˆencia (1-10 ms). A sua varia¸c˜ao, a tecnologia WLAN (Wireless Local Area Network ), representa a especifica¸c˜ao IEEE 802.11 e suas vari´aveis. A WLAN foi desenvolvida de tal maneira, que facilmente pode trabalhar junto com a Ethernet. A utiliza¸c˜ao de uma WLAN combina comunica¸c˜ao de dados com mobilidade dos usu´arios dentro da ´

area de cobertura da rede, que pode atingir algumas centenas de metros (COULOURIS et al., 2011).

2.3.3 MAN e WMAN

O padr˜ao MAN (Metropolitan Area Network ) de rede baseia-se em cabeamento de cobre e fibra ´optica de alta largura de banda e que ´e constantemente utilizada em cidades para a transmiss˜ao de v´ıdeo, voz e outros dados em distˆancias de at´e 50 quilˆometros. Uma variedade de tecnologias foram usadas para implementar o roteamento de dados em MANs, que v˜ao de Ethernet a ATM. A varia¸c˜ao sem fio, isto ´e, a tecnologias WMAN (Wireless Metropolitam Area Network ) permite aos utilizadores estabelecer liga¸c˜oes sem fio entre as diferentes localiza¸c˜oes numa ´area metropolitana (por exemplo, entre v´arios edif´ıcios numa cidade ou num espa¸co universit´ario), sem os custos elevados de instalar fibras ´opticas ou cabos de cobre e linhas dedicadas. A fam´ılia WMAN cobre grandes ´areas e tem como principal tecnologia o WiMax, seguindo o padr˜ao IEEE 802.16 (COULOURIS et al., 2011).

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2.3.4 WAN e WWAN

Uma rede WAN (Wide Area Network ) carrega mensagens a ve-locidades mais baixas entre nodos que s˜ao muitas vezes em diferentes organiza¸c˜oes e podem ser separados por grandes distˆancias. Eles po-dem estar localizados em diferentes cidades, pa´ıses ou continentes. O meio de comunica¸c˜ao ´e um conjunto de circuitos de comunica¸c˜ao que ligam um conjunto de computadores dedicados chamados roteadores. Eles gerenciam a rede de comunica¸c˜ao e roteiam mensagens ou pacotes para seus destinos.

Na maioria das redes, as opera¸c˜oes de roteamento apresentam um atraso em cada ponto da rota, de modo que a latˆencia total para a transmiss˜ao de uma mensagem depende da rota que segue e o tr´afego carrega nos v´arios segmentos de rede que ela atravessa. Nas redes atuais, essas latˆencias podem atingir 0,1 a 0,5 segundos. As velocidades de at´e 600 Mbps s˜ao comumente dispon´ıveis, mas as velocidades de 1-10 Mbps s˜ao mais tipicamente experientes para transferˆencias em massa de dados.

O padr˜ao sem fio da tecnologia WAN ´e conhecido por Wireless Wide Area Network (WWAN). As redes sem fio de longo alcance in-cluem ondas de r´adio (AM), tecnologia de microondas via sat´elite, ou via telefonia m´ovel, isto ´e, que utilizam a infraestrutura de rede das operadoras de telecomunica¸c˜oes. Devido ao grande n´umero de disposi-tivos m´oveis na atualidade, estas redes possuem uma grande cobertura e representam a tecnologia de longo alcance sem fio mais utilizada no momento (COULOURIS et al., 2011).

2.3.5 Outras tecnologias

Existem ainda outras tecnologias de rede, que tamb´em merecem destaque. A arquitetura Body Sensor Network (BSN), tamb´em conhe-cida por Body Area Network (BAN), por exemplo, ´e formada por redes de sensores corporais que viabilizam novos avan¸cos tecnol´ogicos com o aux´ılio de sensores vest´ıveis de monitora¸c˜ao inteligente, que possuem as caracter´ısticas de leveza, porte pequeno e com consumo energ´etico baixo.

Nestas redes, os sensores monitoram continuamente as ativida-des e a¸c˜oes fisiol´ogicas humanas, como estado de sa´ude e padr˜oes de movimento. Podem ser implantados ou incorporados ao corpo humano com o objetivo de prover estat´ısticas que visem auxiliar na qualidade

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de vida dos indiv´ıduos (CHEN et al., 2011).

A fim de lidar com grandes quantidades de dados, definiu-se a ar-quitetura Storage Area Network (SAN), em outras palavras, tecnologia de redes de armazenamento. Nessa arquitetura, os discos de armazena-mento n˜ao conectam-se com servidores ou hosts clientes diretamente, mas conectam-se entre si formando uma rede de armazenamento que pode ser acessada pelos servidores, provendo maior seguran¸ca uma vez que a rede de armazenamento fica escondida dos clientes (GUPTA, 2002). Situada entre uma LAN e uma MAN, a tecnologia de Campus Area Network (CAN), provˆe a interconex˜ao de computadores situados em pr´edios diferentes em um mesmo campus ou unidade fabril, tendo como raio de extens˜ao at´e 5 Km (KUROSE; ROSS, 2006).

2.4 TOPOLOGIAS DE REDES DE COMPUTADORES

Pode-se dizer que uma rede ´e formada por dois ou mais dispo-sitivos conectados atrav´es de um link, sendo que um link nada mais ´e do que uma via de comunica¸c˜ao que transfere dados de um dispositivo para outro. Para que a comunica¸c˜ao ocorra, dois dispositivos devem estar conectados de alguma forma ao mesmo link ao mesmo tempo. Existem dois tipos poss´ıveis de conex˜oes: ponto-a-ponto e multiponto (ver Figura 7) (FOROUZAN, 2007).

Conex˜ao ponto-a-ponto.

Conex˜ao multiponto. Figura 7: Conex˜oes ponto-a-ponto e multiponto.

Uma conex˜ao ponto-a-ponto fornece uma liga¸c˜ao dedicada entre dois dispositivos. Toda a capacidade do link ´e reservada para trans-miss˜ao entre esses dois dispositivos, j´a a conex˜ao multiponto ´e aquela em que mais de dois dispositivos espec´ıficos compartilham um ´unico link. Em um ambiente multiponto, a capacidade do canal ´e

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comparti-lhada, seja de maneira simultˆanea (spatially) ou em turnos (timesha-red ). Al´em disso, dois ou mais links formam uma topologia, que sig-nifica uma representa¸c˜ao geom´etrica do relacionamento dos links e dos n´os. Existem quatro tipos b´asicos de topologias: estrela (star ), barra-mento (bus), e anel (ring) e malha (mesh) (FOROUZAN, 2007).

Na topologia do tipo estrela, cada n´o da rede tem uma conex˜ao ponto-a-ponto com um elemento centralizador. Os dispositivos n˜ao s˜ao ligados diretamente um com o outro. Sempre que um n´o precisar falar com o outro, a mensagem ser´a primeiro encaminhada ao centralizador e na sequˆencia o centralizador enviar´a a mensagem ao n´o de destino. A topologia de barramento trabalha com conex˜oes multiponto. Um longo cabo age como um backbone para conectar todos os dispositivos em uma rede. Ela foi uma das primeiras topologias utilizadas no design de redes locais. Na topologia de malha, cada dispositivo possui uma conex˜ao ponto-a-ponto dedicada para com cada outro dispositivo (FOROUZAN, 2007).

A quantidade de links totais em uma topologia de malha ´e dada pela f´ormula: n(n − 1)/2, onde n ´e o n´umero de n´os. Por conta da grande quantidade de conex˜oes entre os n´os, ´e necess´ario que os n´os tenham uma quantidade grande de portas de entrada e sa´ıda (I/O). J´a na topologia anel, tamb´em com conex˜oes do tipo ponto-a-ponto cada, cada n´o possui apenas conex˜ao com os n´os adjacentes. O sinal ´e passado ao longo do anel por apenas uma dire¸c˜ao, passando dispositivo por dispositivo at´e chegar ao destino final. A Tabela 2, apresenta algumas vantagens e desvantagens de cada topologia (FOROUZAN, 2007).

2.5 DISPOSITIVOS DE CONEX ˜AO DE REDE

Existem v´arios elementos de transmiss˜ao nas redes de computa-dores. Em uma pequena rede, como uma LAN, os n´os s˜ao conectados entre eles atrav´es de dispositivos especiais de conex˜ao e condu¸c˜ao que levam o tr´afego da rede de um n´o para outro.

J´a redes maiores, como a Internet, est˜ao conectadas a outros dispositivos de rede intermedi´arios especiais para que possa funcionar como uma ´unica grande rede (KIZZA, 2015). Esses dispositivos podem ser divididos em dois tipos: dispositivos de redes locais (hub, repetidor, bridge e switch) e dispositivos de interconex˜ao (roteadores e gateways). Mais ´a frente, no cap´ıtulo 3, ser´a visto que na verdade, em uma abordagem de rede SDN os dispositivos de rede possuem todos a mesma funcionalidade, diferentemente do que acontece nas redes legadas. Por

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Tabela 2: Vantagens e desvantagens das topologias de rede ( FOROU-ZAN, 2007).

Topologia Vantagens Desvantagens

Estrela Mais barata que rede em malha, ne-cess´ario menos links para que os n´os possam se comunicar entre eles.

Dependˆencia da rede no ponto centrali-zador

Facilita a instala¸c˜ao, a reconfigura¸c˜ao, a detec¸c˜ao de faltas e a isola¸c˜ao de um link problem´atico

Robustez, se um link cair, apenas este ser´a afetado

Barramento Facilidade na instala¸c˜ao Uma falta no barramento afeta todos os n´os

Necessita menos cabos que redes em malha e estrela

Dificuldade na reconex˜ao e na isola¸c˜ao de problemas

Limita¸c˜ao de tr´afego, variando de acordo com o tamanho do anel Anel Facilidade na instala¸c˜ao e

reconfi-gura¸c˜ao. A adi¸c˜ao de novos n´os requer poucas mudan¸cas

Uma quebra no anel pode desabilitar a rede inteira

Malha Uso de links dedicados garantem que cada conex˜ao flexibilize a sua carga de dados

Quantidade de cabeamento e ao n´umero de portas de I/O necess´arias Robustez. Se um link se tornar

inuti-liz´avel, n˜ao ´e afetar´a todo o sistema Maior privacidade e seguran¸ca. Apenas o destinat´ario previsto vˆe a mensagem

conta disso, ´e relevante que se tenha uma revis˜ao dos conceitos `a res-peito de caracter´ısticas de funcionamento desdes dispositivos legados.

2.5.1 Dispositivos de redes locais

Como as redes locais s˜ao redes menores, os dispositivos que co-nectam as LANs possuem menos funcionalidades e poder de processa-mento que os dispositivos de interconex˜ao.

2.5.1.1 Hub ´

E o dispositivo mais simples na fam´ılia de dispositivos de conex˜ao de redes, trabalhando na camada de rede, conectando os componentes da LAN com protocolos idˆenticos. O hub recebe dados vindos de um host e os transmite `as outras m´aquinas. Quando faz isso, o hub ocupa o meio f´ısico fazendo com que nenhum outro computador consiga enviar sinal. Existem basicamente dois tipos de hubs: hubs de porta simples

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ou de m´ultiplas portas. Os hubs de rede s˜ao projetados para trabalhar com adaptadores de rede e cabos e normalmente podem ser executados em 10 ou 100 Mbps, com alguns funcionando em ambas as velocidades (KIZZA, 2015).

2.5.1.2 Repetidor

Um repetidor de rede ´e um dispositivo de comunica¸c˜ao local, fun-cionando na camada f´ısica da rede, que recebe sinais de rede, amplifica-os para restaur´a-los com for¸ca total e, em seguida, retransmite-os para outro n´o da rede. Os repetidores s˜ao usados em uma rede para v´arias finalidades, recuperando a atenua¸c˜ao que ocorre quando os sinais via-jam longas distˆancias e estendendo o comprimento da LAN acima do m´aximo especificado (KIZZA, 2015).

2.5.1.3 Bridge

Diferentemente do repetidor, uma bridge trabalha na camada de enlace, amplificando o sinal digital. Esse equipamento pode copiar os quadros em caso de tr´afego broadcast1, ou apenas encaminhar o quadro se houver necessidade, mas somente ser˜ao transmitidos aqueles quadros que n˜ao apresentarem erros, caso contr´ario s˜ao descartados. Uma bridge ´e um mecanismo usado para conectar dois segmentos LAN e encaminhar quadros de um segmento para outro. A bridge filtra e encaminha os quadros com o aux´ılio de uma tabela dinˆamica. Essa tabela que inicialmente ´e vazia, mant´em os endere¸cos dos n´os tanto da rede local como da rede `a qual a bridge est´a interconectada.

A bridge aprende a localiza¸c˜ao dos hosts automaticamente. Quando um quadro chega de um determinado segmento, a bridge extrai do cabe¸calho o endere¸co de origem do quadro e adiciona-o para uma lista de computadores relacionados `aquele segmento de rede. Assim como os hubs, as bridges podem ser com porta simples ou m´ultiplas portas. Um exemplo bastante comum de bridge s˜ao os dispositivos DSL e mo-dems a cabo. O modem funciona como uma bridge entre uma rede (LAN) dom´estica e uma rede de um Internet Service Provider (ISP) (KIZZA, 2015) (COMER, 2008). A Figura 8 ilustra uma topologia de rede utilizando bridge e hubs.

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2.5.1.4 Switch

O switch ´e um dispositivo de rede que conecta segmentos de rede distintos. Como a bridge, ele tamb´em filtra e transmite quadros na rede com a ajuda de uma tabela dinˆamica. Essa abordagem ponto-a-ponto permite que o switch conecte v´arios pares de segmentos ao mesmo tempo, permitindo que mais de um computador transmita dados de cada vez, dando-lhes assim maior desempenho em rela¸c˜ao `as bridges. A Figura 8 ilustra uma topologia de rede utilizando switches (KIZZA, 2015).

Um switch consiste em uma interface inteligente conectada a cada porta e um barramento central que fornece transferˆencia simultˆanea entre os pares de interfaces. Uma interface cont´em um processador, mem´oria e hardware necess´ario para receber um pacote, consultar a ta-bela de encaminhamento e enviar o pacote atrav´es do barramento para a porta de sa´ıda correta.

Como cont´em mem´oria, uma interface de um switch pode en-viar pacotes recebidos para um buffer caso uma porta de sa´ıda esteja ocupada. Por exemplo, considerando trˆes computadores conectados di-retamente a um switch, se o computador 1 ou o 2 enviarem quadros simultaneamente para um terceiro, a interface 1 ou a 2 dever˜ao manter um quadro enquanto a outra interface transmite (COMER, 2008).

Topologia de rede com hubs e bridge.

Topologia de rede com switches.

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2.5.2 Dispositivos de interconex˜ao

Os dispositivos de interconex˜ao conectam redes menores, como v´arias LANs criando redes maiores, como a Internet.

2.5.2.1 Roteador

Os roteadores s˜ao dispositivos de prop´osito geral que interligam duas ou mais redes2heterogˆeneas representadas por sub-redes ou linhas

ponto-a-ponto. Geralmente, s˜ao computadores espec´ıficos dedicados com interfaces de entrada e sa´ıda separadas para cada rede conectada. Eles s˜ao implementados na camada de rede, e nesta camada os dados antes chamados de quadros agora s˜ao chamados de pacotes. Entre as fun¸c˜oes realizadas por um roteador, destacam-se (BAKER, 1995):

• Conectar-se a duas ou mais redes. Para cada rede conectada, o roteador deve implementar as fun¸c˜oes exigidas por essa rede porque ´e um membro dessa rede;

• Encapsular e desencapsular os dados conforme a estrutura de rede conectada;

• Enviar e receber dados at´e o tamanho m´aximo suportado pela rede;

• Fazer tradu¸c˜ao de endere¸cos de uma camada superior para en-dere¸cos de rede de camadas superiores quando necess´ario;

Outra fun¸c˜ao primordial de um roteador ´e de escolher o pr´oximo destino (next-hop) de cada dado que trafega na rede, baseado nas in-forma¸c˜oes em seu banco de dados de roteamento, ou tabela de rote-amento/encaminhamento. De fato, cada roteador deve ter atribu´ıdo para si, pelo menos, dois endere¸cos IP, um para cada interface de rede a qual o roteador est´a conectado (KIZZA, 2015).

2.5.2.2 Gateway

Gateways s˜ao dispositivos mais vers´ateis do que os roteadores. Eles executam a convers˜ao de protocolo entre diferentes tipos de

re-2Um dos protocolos mais utilizados em roteamento ´e o protocolo Internet

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Figura 9: Exemplo de topologia com switches e roteador.

des, arquiteturas ou aplicativos e servem como tradutores e int´erpretes para computadores de rede que se comunicam em diferentes protocolos e operam em redes distintas, por exemplo, OSI e TCP/IP. Como as redes podem ser compostas por protocolos diferentes, cada rede pode possuir os seus pr´oprios algoritmos de roteamento, servidores de nomes de dom´ınio e administra¸c˜ao de rede, procedimentos e pol´ıticas. Ga-teways executam todas as fun¸c˜oes de um roteador. A funcionalidade de Gateway que faz a tradu¸c˜ao entre diferentes tecnologias e algoritmos de rede ´e chamada de conversor de protocolo (KIZZA, 2015).

2.6 TECNOLOGIAS NA CAMADA F´ISICA

A camada f´ısica tem por objetivo transmitir um fluxo bruto de bits de uma m´aquina para outra. Ela tamb´em ´e respons´avel por lidar com as especifica¸c˜oes mecˆanicas e el´etricas da interface e do meio de transmiss˜ao. Al´em disso, define os procedimentos e fun¸c˜oes que os dis-positivos f´ısicos e as interfaces devem executar para que a transmiss˜ao ocorra (FOROUZAN, 2007).

V´arios s˜ao os meios f´ısicos que podem ser usados para realizar a transmiss˜ao. Cada um com suas caracter´ısticas em termos de largura de banda, retardo, custo e facilidade de instala¸c˜ao e manuten¸c˜ao ( TA-NENBAUM, 2003). Eles podem ser divididos basicamente em dois tipos: cabeados e sem fio. Os meios cabeados mais utilizados s˜ao os de fios de cobre (par tran¸cado) e fibras ´oticas, e os sem fio s˜ao as ondas de r´adio e as microondas. Assim, foram definidas classes relativas aos meios de transmiss˜ao, conforme ilustra a Figura 10.

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Figura 10: Classes dos meios de transmiss˜ao, adaptado de (FOROUZAN, 2007).

2.6.1 Meios de transmiss˜ao cabeados

Os meios f´ısicos cabeados mais utilizados nas redes de computa-dores hoje s˜ao: par tran¸cado e fibra ´otica. O par tran¸cado, [tamb´em conhecido por cabo UTP (Unshielded Twisted Pair )], ´e tamb´em bas-tante utilizado no sistema telefˆonico (LOWE, 2016). Um par tran¸cado consiste em dois fios de cobre encapados, que em geral tˆem cerca de 1 mm de espessura. Os fios s˜ao enrolados de forma helicoidal, assim como uma mol´ecula de DNA. O tran¸cado dos fios ´e feito porque dois fios paralelos formam uma antena simples.

Quando os fios s˜ao tran¸cados, as ondas de diferentes partes dos fios se cancelam, o que significa menor interferˆencia. Uma caracter´ıstica importante ´e que eles podem se estender por diversos quilˆometros sem amplifica¸c˜ao mas, quando se trata de distˆancias mais longas, existe a necessidade de repetidores (TANENBAUM, 2003).

Os pares tran¸cados podem ser usados na transmiss˜ao de sinais anal´ogicos ou digitais. A largura de banda depende da espessura do fio e da distˆancia percorrida mas, em muitos casos, ´e poss´ıvel alcan¸car diversos megabits/s por alguns quilˆometros (TANENBAUM, 2003).

Existem diversos tipos de cabeamento de pares tran¸cados. Sendo as categorias 5 e 6 (de cabo UTP), as mais utilizadas no momento. No entanto, conforme mais e mais computadores foram se conectando `as redes e aplica¸c˜oes cada vez mais robustas foram sendo desenvolvidas aumentou-se tamb´em a demanda por banda larga. ´E neste contexto que a tecnologia de fibra ´otica se encaixa, pois possibilita conex˜oes em alta velocidade e com baixa latˆencia. Apesar do custo ser cada

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