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Um olhar sobre o bullying

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE - DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE PSICOLOGIA

LETÍCIA GABRIELA GALIOTTO SCHUSTER

UM OLHAR SOBRE O BULLYING

SANTA ROSA 2014

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LETÍCIA GABRIELA GALIOTTO SCHUSTER

UM OLHAR SOBRE O BULLYING

Trabalho de conclusão de curso de Graduação em Psicologia apresentado como requisito parcial á obtenção do título de Psicólogo da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- UNIJUÍ.

ORIENTADORA: Prof.ª Flávia Flach.

SANTA ROSA 2014

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por todas as bênçãos que me concede. Agradeço também aos meus pais Roque e Elisa Galiotto, por terem me ensinado sobre a importância dos estudos. Aos meus irmãos Fabrícia e Rafael, e principalmente agradeço ao meu esposo Michael, pois foi à pessoa mais próxima de mim nesta caminhada, me auxiliando, e dividindo esse momento de sofrimentos e alegrias.

Gostaria de agradecer também a minha Orientadora, professora Flávia, que sempre teve um tempinho, para tirar minhas duvidas, e me auxiliar na elaboração desse trabalho.

Agradeço a estes queridos que compartilharam meus ideais, me dando força e incentivando a prosseguir e superar as dificuldades encontradas nesse percurso.

A todos os amigos e colegas que de uma forma ou outra fizeram parte desta minha conquista, o meu muito obrigado.

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RESUMO

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”), que se refere a todas as

formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdades, universidades, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. O bullying é um fenômeno devastador podendo vir a afetar a autoestima e a saúde mental dos indivíduos. O bullying está fortemente ligado á constituição psíquica do sujeito que o pratica. De modo que é em seu processo de desenvolvimento, considerando a estrutura familiar, que o sujeito vai articular com os instrumentos que utilizará para fazer suas trocas com o meio em que está inserido. É a estrutura familiar que constitui o sujeito e isso vai acorrendo em cada acontecimento ou situação entre a criança e seus pais. Estes acontecimentos vão ser significados por atos que vão delinear o sujeito, o seu lugar de filho, sendo que é justamente a definição deste lugar que vai permitir a criança se tornar um sujeito. E é justamente o modo como o sujeito está constituído que vai lhe permitir ser uma vitima ou um agressor, também fica definido nesse processo, como o sujeito vai lidar com o bullying, e ainda como vai internalizar as possíveis consequências dessa prática.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE BULLYING. ... 7

2. POSSIVEIS CONSEQUENCIAS DO BULLYING ... 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28

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INTRODUÇÃO

A escolha desse tema de pesquisa se dá pelo fato de o bullying estar em evidência nos dias de hoje sendo discutido e divulgado a todo momento pela mídia. Então, através desta pesquisa buscaremos refletir sobre o que é esse fenômeno, suas possíveis causas e consequências.

Diante disso, e aliado ao fato do bullying ser uma forma de violência que produz efeitos psíquicos tanto nas suas vítimas como nos agressores, esse tema é relevante de ser compreendido pela psicologia.

O bullying pode ser classificado como agressões verbais, físicas e psicológicas, que são realizadas de forma intencional. Portanto é inevitável e fundamental conhecermos aspectos dos envolvidos, as vitimas, agressores e espectadores, pois o bullying é um problema mais grave do que parece ser, e envolve de modo geral toda a sociedade. Dentre as principais formas de praticar bullying, temos o verbal, o físico e material, o psicológico e moral, o sexual, e o mais recente que é o bullying virtual, que é mais conhecido como ciberbullying.

Para que possamos falar sobre bullying, tornase indispensável falar sobre a constituição psíquica de um sujeito. É a partir de seu desenvolvimento que se constitui um sujeito, pois é pela via da estrutura familiar que o sujeito articula os instrumentos que vai utilizar para fazer suas trocas sócio culturais. É assim que se apresenta a estrutura familiar que constitui o sujeito, sendo que cada acontecimento entre criança e seus pais ou cuidadores, é significado por atos que delineiam o sujeito e consequentemente seu lugar, sendo que esse lugar é o que o define como sujeito. Vale lembrar que é a partir de sua constituição psíquica, que o sujeito vai “reagir” ao bullying, e consequentemente internalizar as possíveis consequências desta pratica.

Esta pesquisa vai estar dividida em dois capítulos, sendo que no primeiro capitulo retomarei um pouco do histórico do bullying, o seu conceito, seus personagens, e outros pontos importantes para compreendermos um pouco mais sobre este fato que vem ocorrendo intensamente. Já no segundo capitulo, constará

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uma breve retomada sobre a constituição psíquica, para que possamos compreender como o sujeito age/reage de tal maneira, e como poderá ser suas possíveis consequências desse fenômeno que esta se expandindo cada dia mais em nossa sociedade.

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1. BREVE HISTÓRICO SOBRE BULLYING.

Atualmente, assiste-se a uma proliferação maciça do fenômeno bullying em nossa sociedade. Fatos desse fenômeno são noticiados todos os dias pelos meios de comunicação, jornais, telejornais, revistas e novelas, tornando-se assim “objeto” de senso comum presente nos discursos, comportamentos e interações sociais. Portanto, torna-se indispensável rever o histórico do bullying e também sua definição, para que assim, tenhamos uma melhor compreensão sobre o mesmo.

A violência é um problema de saúde publica com graves consequências em curto e longo prazo, especialmente na população jovem. De particular importância é a ocorrência da violência dentro do contexto escolar. Este é um problema social grave e complexo e, provavelmente, o tipo mais frequente de violência na infância e adolescência (Lopes Neto, 2005). Uma dessas formas de violência é o que denominamos atualmente de bullying. O bullying é uma palavra ainda pouco conhecida no grande publico. De origem inglesa, e sem tradução no Brasil, e utilizada para qualificar comportamentos violentos, tanto de meninas quanto de meninos.

Se recorrermos ao dicionário, encontraremos a seguinte tradução para a palavra bullying: individuo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a expressão bullying corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica.

Diversos pesquisadores em todo o mundo têm direcionado seus estudos para esse fenômeno que toma aspectos preocupantes, tanto pelo seu crescimento, quanto por atingir faixas etárias, cada vez mais baixas, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Dados recentes apontam no sentido da sua disseminação por todas as classes sociais e uma tendência para um aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade, da infância à adolescência.

Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de Bergen, na Noruega, e duraram desde 1978 até 1993, com o professor Dan Olweus juntamente com a campanha nacional anti bullying que ocorreu em 1993. Na década de 70,

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Olweus iniciou suas observações sobre agressores e suas vítimas mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o assunto nas instituições de ensino norueguesas. Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400 professores e de 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi, avaliar a sua natureza e ocorrência. Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento adotado foi o uso de questionários, o que serviu para fazer a verificação das características e extensão do bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo adotadas.

O questionário proposto por Olweus consistia em um total de 25 questões, com respostas de múltipla escolha, no qual se verificava a frequência, os tipos de agressões, os locais de maior risco, os tipos de agressores e as percepções individuais quanto ao número de agressores. Este instrumento destinava-se a apurar as situações de vitimização e agressão segundo o ponto de vista da própria criança ou adolescente. Este questionário foi adaptado e utilizado em diversos estudos, em vários países, inclusive no Brasil, pela ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção á Infância e Adolescência), possibilitando assim, o estabelecimento de comparações interculturais.

Os primeiros resultados, frutos das pesquisas realizadas por Olweus e por Roland, em 1989, constatou-se que dentre os 07 alunos, 01 encontrava-se envolvido na prática do bullying. Em 1993, Olweus lançou sua pesquisa no livro “BULLYING at

the school”. Nessa obra encontravam-se, não apenas os resultados da pesquisa,

mas também, um arcabouço de medidas intervencionistas a fim de combater o bullying, na medida em que identifica vítimas e agressores. A obra gerou uma reação em cadeia que resultou na queda de 50% da incidência dos casos de bullying no país de origem, a Noruega, bem como na adoção das medidas propostas no livro na Inglaterra, em Portugal e Canadá. Isso incentivou outros países na igual adoção destas mesmas medidas.

O programa de intervenção de Owleus tinha a intenção de criar regras combatentes ao bullying nas escolas, o qual necessitava do envolvimento de pais e professores, para aumentar a conscientização sobre o bullying, bem como a proteção e apoio para as vítimas.

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O bullying tem se mostrado um crescente e antigo fenômeno social, registrado em diversos países e culturas que preocupa o mundo inteiro, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto, no qual as pessoas interajam, tais como escola, universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou ainda, se negarem a enfrentá-los. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente.

De acordo com Cantini (2004), o bullying é muitas vezes considerado como algo corriqueiro, como algo que faz parte da vida escolar e que as crianças e adolescentes deveriam ser mais fortes ao lidar com tais situações. É necessária a tomada de consciência de que o bullying é um problema sério, com consequências graves e que merece a atenção de pesquisadores e profissionais que atuam com professores, escola e pais. A agressão entre os pares é muitas vezes considerada como parte de desenvolvimento, sendo, portanto negligenciada. Middelton-Moz e Zawadski (2007) afirmam que o bullying não é simplesmente um comentário ocasional de alguém próximo, uma discórdia no ambiente de trabalho, brigas de criança em meio a uma brincadeira, lições aprendidas nas rivalidades entre irmãos ou solução de conflito com colegas. É uma crueldade sistemática, voltada diretamente para alguém, por parte de uma ou mais pessoas com a intenção de obter poder sobre o outro ou infligir regularmente sofrimento psicológico ou físico. As razões para sofrer bullying são as mais variadas e as suas consequências, a curto e longo prazo, são muitas.

Portanto, podemos entender que o bullying é um termo utilizado mundialmente para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou um grupo de indivíduos, causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. O fenômeno bullying está presente em todas as classes sociais, culturas e escolas, em maior e/ou menor grau. É preciso diferenciar o bullying de uma agressão ocasional, atuando na especificidade de cada caso. Enquanto a criança ou adolescente que pratica o bullying pode ter um sentimento de poder, o alvo e/ou vítima pode se sentir muito ferido a ponto de gerar danos psicológicos graves na sua psique.

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Algumas atitudes podem se configurar em formas diretas ou indiretas de praticar o bullying. Conforme Olweus (1993), na forma direta de ocorrência, os ataques ás vitimas são diretas, a vitima vê e sabe quem é o agressor. Já a forma indireta ocorre com ataques realizados por vias indiretas, como o isolamento social ou a exclusão intencional do grupo, a vitima é atacada, mas não sabe quem é o agressor. O tipo indireto se manifesta nas condutas propositais de exclusão ou isolamento através de fofocas e boatos (Rolim, 2008). Esses ataques são fáceis para o agressor, mas a detecção é muito difícil, e a autodefesa quase impossível e os adultos quase nunca intervêm (Berger, 2007). Porem, dificilmente a vitima recebe apenas um tipo de maus-tratos; normalmente os comportamentos desrespeitosos dos bullies (agressores) costumam vir em “bandos”. Essa versatilidade de atitudes maldosas contribui não somente para a exclusão social da vitima, como também para muitos casos de evasão escolar, e pode se expressar das mais variadas formas.

Dentre as principais formas de praticar bullying, temos o bullying verbal, o bullying físico e material, o bullying psicológico e moral, o bullying sexual, e o mais recente que é o bullying virtual. Os quais veremos mais detalhadamente á seguir. Pode ser classificado como bullying verbal: insular, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos pejorativos, fazer piadas ofensivas, “zoar”. O bullying verbal acontece quando ocorre um ou mais desses exemplos de comportamentos: “Apelidos ofensivos. Comentários insultuosos e humilhantes. Provocação repetida. Comentários racistas e assédio. Ameaças e intimidação. Cochichar sobre as crianças pelas costas.” (BEANE, 2010, p.21).

Já no bullying físico e material, tem as seguintes características: bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar ou destruir os pertences das vitimas, atirar objetos contra as vitimas. O mais fácil de ser percebido é o bullying físico. Para Beane (2010, pp. 19-20), este ocorre quando incluem:

Bater, dar tapas, cotoveladas e empurrões com os ombros. Empurrar, forçar com o corpo, colocar o pé na frente. Chutar. Tomar, roubar, danificar ou desfigurar pertences. Restringir. Beliscar. Enfiar a cabeça da outra criança no vaso sanitário. Enfiar outra criança no armário. Atacar com comida, cuspe, e assim por diante. Ameaças e linguagem corporal intimidadora.

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São consideradas principais características do bullying psicológico e moral: irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar, chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e desenhos entre os colegas de caráter ofensivo, fazer intrigas, fofocas ou mexericos (mais comum entre meninas).

Outro “tipo” de bullying é o sexual, o qual pode ser considerado: abusar, violentar, assediar, insinuar. Este tipo de comportamento costuma ocorrer entre meninos com meninas, e meninos com meninos. Não raro o estudante indefeso é assediadoe/ou violentado por vários “colegas” ao mesmo tempo.

A mais recente pratica de bullying, é o virtual, sendo que o mesmo surgiu com os avanços tecnológicos, os quais também influenciam nesse fenômeno típico das interações humanas. Com isso novas formas de bullying surgiram através da utilização de aparelhos e equipamentos de comunicação (celular e internet), que são capazes de difundir, de maneira avassaladora, calunias e maledicências. Essa forma de bullying é conhecida como ciberbullying, e ainda pouco estudada no Brasil.

A autora Gabriela Cabral (2008), assim o define:

“O ciberbullying é um tipo de bullying melhorado. É a prática realizada através da internet que busca humilhar e ridicularizar pessoas desconhecidas perante a sociedade virtual. Apesar de ser praticado de forma virtual, o ciberbullying tem preocupado pais e professores, pois através da internet os insultos se multiplicam rapidamente e ainda contribuem para contaminar outras pessoas que conhecem a vítima. Os meios virtuais utilizados para disseminar difamações e calúnias são as comunidades, e-mails, torpedos, blogs e fotologs. Além de discriminar as pessoas, os autores são incapazes de se identificar, pois não são responsáveis o bastante para assumirem aquilo que fazem. É importante dizer que mesmo anônimos, os responsáveis pela calúnia sempre são descobertos”.

Podemos identificar três principais protagonistas do bullying, que são: as

vitimas; os agressores e os espectadores. Sendo que, as vitimas são divididas em

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As vitimas típicas são aqueles indivíduos que apresentam pouca habilidade de socialização. Em geral não conseguem reagir às provocações e não pedem auxilio.

Segundo a autora Cleo Fante (2005):

Suas características mais comuns são: aspecto mais frágil que o de seus companheiros; medo de que lhe causem danos ou de ser fisicamente ineficaz nos esportes e nas brigas, sobretudo, no caso dos meninos; coordenação motora deficiente, especialmente entre os meninos; extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixo autoestima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. (p. 72)

As vitimas denominadas provocadoras são aqueles capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas. A vítima provocadora costuma atrair e provocar situações de agressividade. Geralmente reagem as provocações, porém de maneira ineficaz: “[...] vítimas provocadoras são descritas como irritáveis, agitadas e hostis. Apresentam dificuldade no controle de suas emoções e de seu comportamento, reagem com brigas e demonstração excessiva de cólera.” (ASSIS et al, 2010, p.102)

Fante (2005) destaca ainda: “Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora; é, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes, e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.” (p. 72).

A vítima agressora de maneira geral costuma reproduzir a agressão sofrida para outro aluno considerado “inferior”, na tentativa da transferência dos maus tratos recebidos. “Essa tendência tem sido evidenciada entre as vítimas, fazendo com que o bullying se transforme numa dinâmica expansiva, cujos resultados incidem no aumento do número de vítimas.” (FANTE, 2005, p.72, grifos da autora). “São tipicamente mais fracas que os valentões da escola, mas são mais fortes do que aquelas que os subjugam.” (BEANE, 2010, p.25). Ou seja, a vítima agressora sofre bullying e reproduz a violência sofrida para os alunos considerados mais “fracos” por ela.

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O agressor é aquele que pratica o bullying exercendo uma relação de poder sobre a vítima. Eles podem ser de ambos os sexos. Possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assedio psicológico. O agressor pode agir sozinho ou em grupo. Quando ele esta acompanhado de seus “seguidores”, seu poder de “destruição” ganha reforço exponencial, o que amplia seu território de ação e sua capacidade de produzir mais e novas vitimas.

Portanto, o agressor é o autor do bullying, é aquele individuo que age de forma agressiva contra outra, supostamente mais fraca, com intuito de machucar, prejudicar, sem ter havido provocação por parte da vitima (Berger, 2007). De acordo com Lopes (2005), o autor do bullying é tipicamente popular e envolve-se em vários comportamentos antissociais. Vê sua agressividade como qualidade e tem opiniões positivas sobre si mesmo. Sente prazer e satisfação em dominar, controlar e causar danos aos outros e geralmente é mais forte que seu alvo. Apresentam uma tendência maior para comportamento de risco como consumir tabaco, álcool ou outras drogas e porte de armas (Lopes, 2005). Autores como Olweus (1993), Smith e Brain (2000), consideram o bullying como sendo um poderoso processo de controle social, e entende o agressor como um individuo procurando poder e liderança dentro do grupo de iguais. Para Perry e Kusel (1998), os agressores utilizam a agressão como uma estratégia eficaz para atingirem um objetivo social.

Já os espectadores são aqueles que testemunham as ações dos agressores contra as vitimas, mas não tomam qualquer atitude em relação a isso, não saem em defesa do agredido, tampouco se juntam aos agressores.

Podemos dividir os espectadores em três grupos distintos: espectadores passivos, que são em geral, as pessoas que assumem essa postura por medo absoluto de se tornarem a próxima vitima; espectadores ativos, que estão inclusos nesse grupo os que, apesar de não participar ativamente nos ataques contra as vitimas, manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se envolvem diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixam de se divertir com o que veem; espectadores neutros, dentre eles, os indivíduos que, por uma questão sociocultural (advindo de lares desestruturados ou

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de comunidades em que a violência faz parte do cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam. Eles são acometidos por uma “anestesia emocional”, em função do próprio contexto social no qual estão inseridos.

Então que no cenário do bullying os papeis se dividem tradicionalmente, entre agressores, vitimas e espectadores. A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção á Criança e Adolescente (ABRAPIA), realizou uma pesquisa no Rio de Janeiro, entre 2002 e 2003. Participaram 5428 alunos, com idade media de 13 anos, sendo 50,5% meninos e 49,5% de meninas. Destes, 16,9% identificaram-se como vitimas 10,9% vitima/agressor, 12,7% agressores, e 57,5% testemunhas ou espectadores.

Apesar de haver uma grande quantidade de estudos sobre o bullying ao redor do mundo, no Brasil os estudos são recentes e começaram a surgir principalmente a partir do ano de 2000 (Fante, 2005). A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção á Infância e Adolescência (ABRAPIA) desenvolveu, entre 2002 e 2003, o Programa de Redução de Comportamento Agressivo entre Estudantes. O objetivo deste programa é avaliar a prevalência e as características associadas ao bullying, ensinar e debater com os professores, pais e alunos sobre as formas de prevenção ao bullying, este programa foi realizado em 11 escolas do Rio de Janeiro.

Mais recentemente, uma organização não-governamental de origem inglesa presente em vários países do mundo, a PLAN Brasil, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desenvolveram a pesquisa “Bullying no Ambiente Escolar”. Esse estudo de abrangência nacional permitiu conhecer as situações de violência entre pares e de bullying em escolas brasileiras nas cinco regiões do país (PLAN Brasil, 2009). Faz parte desse projeto o Programa de Educar para a Paz, que tem como objetivo o diagnóstico do bullying e a ampliação de estratégias e técnicas psicopedagógicas de intervenção preventiva. Este programa é baseado em referenciais teóricos tais como os valores humanos de cooperação, solidariedade, tolerância e respeito às diferenças (Fante, 2005). Sendo que o mesmo foi realizado em oito escolas municipais do Maranhão, como uma das ações da campanha global Aprender sem Medo, que visa erradicar a violência nas escolas

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e assegurar condições para que as crianças possam estudar com segurança e ter uma aprendizagem de qualidade, sem medo e sem serem ameaçadas com a violência escolar (PLAN Brasil, 2009). Essa campanha pretende promover ações nacionais e locais para estimular a mudança de comportamento da sociedade em relação á violência nas escolas, especialmente o bullying (PLAN Brasil, 2009).

Berger (2007), afirma que a maior parte dos alunos não se envolvem diretamente em atos de bullying e geralmente se cala por medo, por não saber como agir e por não acreditar nas atitudes da escola. Grande parte das testemunhas sentem simpatia pelas vitimas, tende a não culpa-los pelo ocorrido, condena o comportamento dos agressores e deseja que os professores intervenham efetivamente (Lopes, 2005). As testemunhas não conseguem apoiar ou auxiliar a vitima de bullying por, geralmente uma dessas três razões: por não saber o que fazer, por medo de ser a próxima vitima ou por ter medo de fazer algo errado e por causar ainda mais problemas ( Gini, Albiero, Benelli & Altoí, 2007). Garandeau e Cillessen (2004) sustentam que quando uma criança ou adolescente testemunham um colega sendo vitimado por outro, o seu comportamento não será neutro. Poderá escolher o lado da vitima e juntar-se ativamente ao bullying ou manter-se passivo. Entretanto, é importante ressaltar que ser passivo não é o mesmo que ser neutro. Na realidade a atitude passiva reforça a agressão, por mostrar ao agressor que nada irá interromper a atividade, deixando-o livre para realizar sua ação.

Quando são apontadas as características dos envolvidos em bullying, estas não podem ser consideradas como regras, assim como as relações encontradas entre características pessoais e a experiência de bullying não significam, necessariamente uma relação de causa (Rolim, 2008).

A partir dos estudos realizados sobre o bullying, é importante pensar, que os envolvidos nessa prática, podem apresentar algum “problema” de saúde mental. Dessa forma o segundo capitulo, será dedicado a refletir sobre as possíveis consequências do bullying na organização subjetiva desses sujeitos.

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2. POSSÍVEIS CONSEQUENCIAS DO BULLYING

Para podermos compreender como o bullying, pode influenciar na constituição psíquica de um sujeito, teremos que retomar algumas teorias, como a do Estágio do Espelho, pois é a partir do desenvolvimento de um sujeito que será determinado a sua constituição psíquica.

A autora Carmen Backes (2004), nos ensina que o estagio do espelho representa aquilo de que o sujeito é frequentemente tomado, quando ele se vê, se identifica no outro, ou seja, se trata da fundação do “eu” pela imagem especular. Nesse processo entendemos então, dois elementos, o “eu” e o “outro”, ou podemos dizer também “modelo” e “imagem”, “sujeito” e “objeto”, “original” e “cópia”. Por algumas vezes estes elementos são tomados como um prevalecendo sobre o outro. Eles ocorrem na relação do sujeito com o outro, na experiência dos cuidados maternos com o bebê. De outro lado, é importante ressaltar que não há como tomar um elemento sem primeiramente passar pela relação com o outro.

Segundo Backes, ainda é possível compreender que a relação com o outro especular se dá de modo que a experiência frente ao espelho seja singular, porque revela uma imagem completa, frente a qual o pequeno ser imediatamente vibra entusiasmado. Ao mesmo tempo em que ele se reconhece responde feliz, frente à imagem (que é ideal). O que se coloca para ele também é uma inevitável comparação com aquilo que ele é, ou seja, um ser imaturo, sem domínio de marcha, sem conseguir manter-se em pé. Ele precisa, a todo momento, da ajuda de um adulto para se deparar com a imagem completa no espelho. Desse modo, vemos que:

O que ocorre ai, então, é uma experiência inusitada, no sentido de que é agradável porque ele consegue ver sua imagem total, mas, ao mesmo tempo, desagradável porque ocorre inevitavelmente a comparação com aquilo que realmente é. Configura-se, aí, um eu e um outro, mas que não podem, de forma nenhuma, dissociar-se um do outro, conforme já afirmávamos, pois

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aquilo que é o eu também não o é , e aquilo que é o outro também não o é (BACKES, 2004, p. 31).

O adulto desenha ou escreve com significantes, uma imagem que o pequeno ser vai assumindo, pela via da identificação. Esse “outro” que se ocupava da criança no inicio da vida, também é chamado de outro especular, ou até mesmo outro imaginário, pois fornece uma imagem para que a criança se espelhe nela.

De acordo com Backes, a imagem especular antecipa a integridade, a totalidade, à imagem adequada em contraponto á fantasmática do corpo desintegrado, ou seja, o outro especular faz o contorno da imagem, construção esta, que vai se dar pela via discursiva, através das palavras utilizadas durante as comunicações.

De um modo geral, pode-se dizer que toda a ideia do estagio do espelho é colocar em consideração uma das funções da imagem, que é a de situar a relação do organismo com sua realidade, e também, situar a relação do mundo interno com o meio que o circula. Esta é a função preenchida pela mãe ou cuidador, fazer para o seu bebê, a ligação entre ele e o mundo em que vive.

Podemos, então, tomar o estagio do espelho como sendo a passagem do eu especular para o eu social, a passagem adolescente do familiar para o social. Ou seja, o sujeito, em sua constituição via imagem, articula ao mesmo tempo, a referência ao outro do espelho que lhe oferece a imagem especular com a referência ao Outro, lugar esse, das identificações. Ao mesmo tempo, na adolescência, o outro familiar passa a ser interrogado em sua capacidade de fazer a mediação desta passagem, quando a criança, frente ao espelho, mesmo já cativada por sua imagem, se volta para o adulto que a acompanha, pedindo testemunho e confirmação desta imagem.

Dessa forma, segundo Backes, o sujeito vai ter que se haver com a diferença, entre aquilo que é na realidade e aquilo que ele vê na sua relação com o outro especular, de modo que, na experiência dos primeiros cuidados, na relação com o outro primordial, a mãe ao tocar o corpo do bebê, o modela. Desse modo, este corpo vai se constituindo, não só como corpo, mas também como imagem,

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então, é justamente na relação primordial que este corpo vai sendo escrito com significantes.

É na referência ao grande Outro, então, que se acenderá uma dialetação possível na relação sempre conflituosa, entre o eu e o outro do espelho. A criança, ante o espelho, apesar de ter sido já cativada por sua imagem, volta-se para o adulto que a acompanha, como se fosse um pedido de confirmação dessa imagem. Então:

O Outro lhe responderá, porém, apenas com os índices de um ideal de imagem. Por sua vez, a mãe primordial (aquela da imagem total), ao dar lugar á mãe do espelho, não o faz sem deixar o traço de objetos pulsionais que o pequeno infans recolhe de sua voz e de seu olhar. É com estas marcas, com o reconhecimento daí advindo que o sujeito vai contar para constituir o seu lugar no mundo. Os traços aí fixados estarão contidos no desenho das futuras identificações. Estes pontos aí recolhidos, como estrela de uma constelação, unidos por um traço único, ajudarão a construir novas figuras, outras constelações (BACKES, 2004, p. 34).

De acordo com a autora, a condição de sujeito depende do que se passa no Outro, que vai fornecer a base da identificação primordial da criança com a imagem especular ideal, a partir de um traço único da imagem do objeto, sendo que este não é dado como significante, mas como signo. Para ser da ordem do significante, seria necessário que estivesse referido a uma rede de significantes.

A essa característica, denominamos de “traço unário” que se constitui quando o objeto é perdido. O investimento a ele dirigido é substituído por uma identificação parcial que conserva um traço da pessoa-objeto. Ele é importante, pois tomar um traço do outro é necessário para a sustentação do eu. Esse coloca um registro o que esta para além da aparência visível. A diferença se dará pela seriação dos traços, que são diferentes e não ocupam o mesmo lugar. Segundo Backes (2004, p. 36): “É através do traço unário que uma identidade perde seu caráter imaginário de unidade e passa a admitir a diferença”.

Ainda de acordo com a autora, é justamente porque o traço unário permite que se inicia a contagem, que se faz suporte á identificação do sujeito. Ou seja, quando a criança começa a contar, ela não conta somente os objetos, mas a si

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mesma também. Sendo que vai ser somente mais tarde, que ela vai se ver como um contador, e não se inclui nesse processo. Então, identificado com o traço unário, o sujeito é igual a todos que passaram pela castração. Porém, adquiriu também a capacidade de se distinguir dos outros, fazendo valer sua singularidade, por um traço qualquer, mas único. No entanto, esta competência de não se contar, produzindo uma exceção, faz com que o sujeito funde identidades grupais, a partir das quais se conta e se reconhece.

Assim sendo, o estagio do espelho, ordena-se a partir de uma experiência de identificação, quando a criança conquista a imagem do seu próprio corpo, identificação primordial da criança com a imagem que irá promover a estruturação do eu.

Essa experiência da criança na fase do espelho se organiza em torno de três tempos fundamentais, sendo que, no primeiro a criança percebe a imagem de seu corpo como a de um ser real, de quem ela procura se aproximar. No segundo momento, uma etapa decisiva no processo identificatório, sendo a criança levada a descobrir que o outro do espelho, não é um outro real, mas sim uma imagem. E o terceiro momento intercala as duas etapas precedentes, quando a criança adquire a convicção de que não é nada mais que sua própria imagem.

Trata-se de um momento espetacular em que a criança reconhece sua imagem no espelho a partir de uma série de gestos em que experimenta, ludicamente, os movimentos de sua imagem refletida, e dos objetos que estão à sua volta. Ocorre a partir dos seis meses de idade, e é uma atividade libidinal que muito nos fala da estrutura ontológica do ser humano.

É um momento de identificação, matriz de todas as identificações secundárias posteriores, ou seja, o sujeito assume uma imagem (imago) e o EU se precipita nesta fase de ainda impotência motora e dependência, antes mesmo de afirmar-se diante do outro e antes que a linguagem lhe dê a função de sujeito. Trata-se de um "Eu-Ideal". Diante do espelho, portanto, a criança vê a forma do Trata-seu corpo (uma "miragem" do seu poder), numa exterioridade. O que vê, entretanto, tem forte efeito constituinte, afinal, já está mais que comprovado que um comportamento tem efeitos normativos sobre o organismo. Estamos em um momento de pura dialética entre o organismo e sua própria realidade. É nesta relação que entra a função da

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imago. Assim, o estádio do espelho é um drama cujo impulso interno se precipita da insuficiência à antecipação - e que, para o sujeito, apanhado na armadilha da identificação espacial, maquina os fantasmas que se sucedem, de uma imagem retalhada do corpo a uma forma que chamaremos ortopédica da sua totalidade - e à armadura enfim assumida de uma identidade alienante, que vai marcar com sua estrutura rígida todo o desenvolvimento mental.

Mais à frente, quando do momento de término do estádio do espelho e passagem do "eu especular" para o "eu social", a armadura fortificada do eu se verá diante de situações socialmente elaboradas e será sempre mediado pelo desejo do outro (um "intermediário cultural"), tornando, então, perigoso, qualquer levantamento de instintos. Dono de uma liberdade que se afirma como autêntica entre os muros de uma prisão o eu verá a loucura (neuroses e psicoses) nascer por entre esses muros, sempre nos falando de paixões que foram amortizadas.

O período da vida de presença mais intensa do bullying nos remete à puberdade e seu lugar desencadeador da adolescência enquanto processo psíquico, ou “momento simbolígeno”, como afirma Rassial (1997). As mudanças no corpo dão início ao que se coloca como reapropriação deste pelo eu. Pois a puberdade não mudou apenas a aparência, mas o estatuto e o valor do corpo, exigindo a reconfiguração da imagem corporal. O Outro também fica em suspenso em sua consistência imaginária e simbólica. Até então, o sujeito estava resguardado do apelo de responder por seus atos, visto sua infância ser guiada pelos pais. Seu ser criança era afetado por aquilo que seus pais lhe indicavam como realização. Uma nova pergunta sobre o desejo do Outro se impõe contundentemente na adolescência. O âmbito restrito da família, que perfazia quase toda a lei e a identidade a ser seguida, dá lugar a uma indagação que se dirigirá ao laço fraterno e ao outro sexo. Propomos que a puberdade e a adolescência reposicionam o sujeito também em relação à fantasia, reencenando sua construção, tal como a fantasia de espancamento o faz. De novo, nesse tempo da constituição do sujeito, tratar-se-á de compor suas implicações. Mais uma vez estará em causa a implicação com o rival, enquanto aquele que indaga sobre o lugar de cada um, sobre o desejo do Outro e seu objeto de satisfação. Ainda, de novo, a implicação com a sexuação e o lugar diante do pai que “bate”, marca e submete, assim como o destaque de um objeto

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que anime o desejo. O corpo, da mesma forma, volta à cena, implicando uma nova imagem e a indagação sobre sua sexuação.

Segundo a autora Mees (2001), o fenômeno do bullying parece responder a tal encenação da fantasia de fustigação, revelando as dificuldades na construção fantasmática e as do adolescer. A fantasia é, porém, encenada no cotidiano escolar: a rivalidade entre os irmãos/colegas passa facilmente da implicância/implicação para rechaço, luta fratricida pelo suposto risco da própria expulsão. A autoridade que “bate” está difusa, de modo que o lugar é ocupado por qualquer um, mas a ilegitimidade em fazê-lo transforma a função inerente ao lugar em violência. Na impressão de que todos estão potencialmente sob ameaça de ficarem de fora dos laços, alguns parecem tomar a posição ativa de expurgar, como se garantisse a possibilidade de permanecer. Ingresso imposto à força, com o preço de estar preso à violência e condenado à resposta insuficiente que essa produz. “Ser violento” não é o mesmo que “tornar-se homem”, e ter um lugar não se satisfaz com a expulsão dos pares. Da mesma forma, difamar o colega não responde sobre quais traços são os próprios a cada um. Estar submetido à violência também não produz a inscrição no corpo de um novo estatuto para ele, não produz a submissão que diria de assunção da castração e que conferiria um lugar. Ou seja, o bullying pode encenar as grandes questões da puberdade e da adolescência, mas não permite sua conclusão. Condena à repetição, impedindo a elaboração acerca da implicação do corpo e do nome de cada um.

A mesma autora nos diz que, Freud já apontava que a homossexualidade e a promiscuidade são as formas de pôr o pai em xeque nas duas heranças que a função paterna traz: a da escolha sexual e a do acato à lei. A atenção dos jovens na escola a esses dois aspectos faz coro com as questões que importam na adolescência: como se tornar homem, apropriando-se de um corpo, agora autorizado a levar a termo a relação sexual, e provando – através de atos – uma posição ativa frente à linguagem? Para as meninas, a implicação é a de se tornar mulher, sexuada, desejada, mas sem deixar de guardar algo do pai e da lei. O recato traduziria o acesso à sexualidade sob algumas balizas: não todos os homens. A “vagabunda” pode bem representar aquela que acede a todos, desviando-se do ditame de deixar ao menos um sob interdição.

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A adolescência atual se vê às voltas com a sobreposição do questionamento do Outro, próprio da juventude, com a tendência crescente dos adultos de não ocuparem um lugar na cena. Os adolescentes não demandam aos pais e professores suas respostas sobre si, como implicação lógica da juventude. Soma-se a isso, em alguns casos, a demissão de pais e professores do próprio lugar de alteridade diante do jovem.

A função do Nome-do-Pai é histórica, e se é essencialmente intrapsíquica, ela só funciona através da intersubjetividade, uma intersubjetividade socialmente determinada. É assim que o declínio da função paterna, do qual Freud falou, no laço social e no laço familiar, não é só imaginário, mas afeta a própria inscrição simbólica do sujeito (Rassial, 1997, p. 51).

Segundo o autor Ribeiro (2011), para o adolescente o que esta em jogo é a conquista da admiração, reconhecimento e valorização de seus pares, a partir de seus atos. Ou seja, nomeio do caminho entre a casa paterna e o mundo está a busca por formas de se situar e de se fazer reconhecer fora do ambiente familiar. Trata-se de encontrar meios através dos quais ele possa obter sucesso no campo das disputas fálicas, que é onde se exercita poder e se obtém status, o qual se entende como uma posição social que se define a partir da situação relativa que se ocupa frente aos demais integrantes do grupo, tomando como critério os valores compartilhados. Entretanto, a experiência tem mostrado que não é sempre tomando como critério o desempenho escolar que as crianças e adolescentes vão buscar o reconhecimento de seus colegas, afinal esse é critério proposto/imposto pelo mundo adulto.

Ainda estudando o mesmo autor, ele nos traz que alguns psicanalistas apontam o mecanismo da identificação projetiva como estando nas origens das praticas de bullying. Através dessa estratégia inconsciente, o agressor projeta em suas vitimas determinados sentimentos, desejos e pensamentos que não gosta de reconhecer em si. Seus receios, medos e frustrações são associadas a alguma característica considerada pouco valorizada da pessoa a ser agredida, produzindo assim um duplo movimento: o agressor se “livra” momentaneamente daquilo que lhe

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produz desconforto e, estabelecendo um confronto que só se inicia quando ele sabe que sairá vitorioso, assume uma posição de força frente aos demais. É claro que essa estratégia só se desenvolve se encontrar do lado da vitima um sujeito que tem receio de entrar em disputa, provavelmente por temer pelos efeitos da liberação da própria agressividade.

Segundo Ribeiro, seria possível supor que os agressores escolham vitimas com pouco prestigio entre seus pares e que demonstrem certa fragilidade por, ao menos, dois motivos: elas não representam risco de confronto e, portanto, de fracasso no embate; e, pela radicalidade do contraste que se estabelece entre os poderes dos envolvidos. A pratica do bullying não se sustenta em um discurso e, muito menos, em uma ideologia. Dificilmente algum desses jovens argumentaria que é legal produzir sofrimento e humilhação em pessoas mais vulneráveis. Mas, tudo indica que as praticas de bullying se produzem através da montagem de um cenário. É importante notar que, quando estamos no campo do imaginário, os objetos podem ser pessoas ou coisas, e a relação que é estabelecida com eles visa exclusivamente á construção de uma imagem. Assim, na tentativa de produzir uma imagem para si, capaz de propiciar um lugar e um reconhecimento social, o sujeito (no caso o agressor) pode se dedicar, tanto a se apropriar de um objeto, como a se identificar com ele, ou menos, destruí-lo, afinal, tratando-se de uma inscrição imaginária, este espaço não pode ser ocupado por dois: é, ou um, ou outro. Também é próprio das construções imaginárias uma grande dose de efemeridade e inconsistência. Paradoxalmente, esse superinvestimento narcísico tende a produzir um esvaziamento do eu, que passa a depender, a todo momento, da confirmação da sua imagem, pelo outro.

O bullying ainda se evidencia como um tema bastante atual e intrigante, pois mesmo não sendo um acontecimento recente, observa-se claramente que ele é um fenômeno interligado e que interage a cada momento vivido por uma sociedade, sobretudo, seu efeito se torna ainda maior e sua prática mais acentuada, quando nos situamos numa sociedade globalizada e sem muitas barreiras que possam manter a cultura desses ou daquele povo mais preservada de culturas externas. Portanto, diante do que foi mencionado sobre a problemática do fenômeno e da ebulição social que nos defrontamos dia a dia, dando mostrar que tal ebulição só

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tende a intensificar, o cuidado e a pesquisa a respeito do assunto também deverão se ampliar e novos olhares deverão compartilhar como observadores e cuidadores de uma sociedade que dia após dia está adoecendo. Portanto, veremos agora um pouco das possíveis consequências dos envolvidos nesta pratica do bullying.

Para FANTE (2005), as consequências para as vítimas do bullying podem ser abrangentes, como a falta de interesse pela escola, dificuldades a aprendizagem, rendimento escolar abaixo da média, e até mesmo a evasão escolar. Emocionalmente, este aluno vitima do bullying pode apresentar ainda baixa resistência imunológica, baixa autoestima, sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, depressão e até mesmo buscar o suicídio.

A não superação dos traumas, de acordo com FANTE (2005):

Gera sentimentos negativos e pensamentos de vingança, baixa autoestima, dificuldades de aprendizagem, queda do rendimento escolar (...), (...) pode se transformar em um adulto com dificuldade de relacionamentos e com outros graves problemas.

A consequência nos agressores se dá pelo o distanciamento e a falta de interesse ao conteúdo ensinado, projetando na violência uma forma de popularidade e demonstração de poder, em alguns casos essa violência habilita o agressor para futuras condutas violentas na vida adulta.

Para os espectadores, que são a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo sócio educacional.

As consequências ocasionadas pelo bullying nos envolvidos, segundo MELO:

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Algumas experiências são menos traumatizantes, outras deixam estigmas para o resto da vida, sobretudo nas vítimas. Nos agressores as consequências podem vitima-las no futuro, de acordo com o rumo que sua vida tomar. Alguns agressores adotam a violência como estilo de vida, chegando à marginalização. Muitos espectadores não superam os temores de envolvimento, a angústia de não poder ajudar e se tornam pessoas inseguras e de baixa autoestima. FALT

Principais problemas que uma vítima de bullying pode enfrentar na escola e ao longo da vida, de acordo com SILVA, (2010, p.9):

As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema. Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.

As formas de bullying podem desenvolver graves consequências psicológicas e comportamentais aos indivíduos que sofrem esse tipo de agressão. Esses traumas podem ir além do período escolar, visto que muitos adultos, ainda trazem as “marcas” de uma experiência sofrida com a prática do bullying. Vejamos agora algumas das possíveis consequências mais comuns em indivíduos que sofrem dessa pratica.

Sintomas Psicossomáticos - Pessoas que apresentam sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço, insônia, dificuldade de concentração, palpitações, alergias, crise de asma, tremores, entre outros.

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Transtorno do Pânico - A pessoa é tomada por um medo e ansiedade, acompanhada de sintomas físicos, como: taquicardia, calafrios, dilatação da pupila.

Fobia Escolar - O aluno tem um medo intenso de ir à escola, o número de faltas tem um grande aumento. O aluno não consegue ficar no ambiente escolar, devido a lembranças traumáticas.

Fobia Social – Conhecida também como timidez patológica. A pessoa sente medo de ser o centro das atenções ou ser avaliada negativamente. O indivíduo evita eventos sociais. Para quem sofre de fobia social, apresentar um trabalho ou participar de palestra pode ser um martírio, isso por medo de ser ridicularizado.

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) – Quem sofre de TAG, preocupa-se com todas as situações ao seu redor, ela amanhece achando que se esqueceu de fazer algo ou não vai dar conta dos seus compromissos. Vivem aceleradas, negativas e constantemente pensam que algo de ruim vai acontecer a ela.

Depressão – Uma doença que afeta o humor, a saúde. Seus sintomas são: tristeza persistente, ansiedade, sensação de um vazio, sentimento de culpa, a pessoa se sente inútil, desamparo, insônia ou sono excessivo, perda ou aumento de apetite, fadiga, falta de esperança, dificuldade de concentração, um ideia ou tentativa de suicídio. Perda de interesse pelas atividades que lhe causava prazer.

Anorexia – Quem sofre de anorexia tem um pavor de engordar, mesmo que ela esteja extremamente magra, ainda se acha gorda, acima do peso e fora dos padrões de beleza. Essa doença leva a desnutrição, desidratação.

Bulimia – Se caracteriza pela ingestão compulsiva de alimentos, muitos calóricos, seguida por um sentimento de culpa, por ter ingerido tais alimentos. Na tentativa de "eliminar" os alimentos ingeridos a pessoa provoca vômitos, utiliza laxante, faz excesso de exercícios físicos e períodos longos de jejum. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) – Conhecido popularmente como "manias", caracteriza-se por pensamentos de natureza ruim, causando ansiedade e sofrimento. A pessoa que sofre de TOC adota comportamentos repetitivos. A pessoa acha que vai adquirir uma doença ao tocar uma maçaneta, objetos ou apertar a mão de alguém. Fica prisioneira desses pensamentos negativos e passa a lavar as mãos várias vezes ao dia. Outra forma

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de sintoma de TOC, a pessoa checa e verifica infinitas vezes se esqueceu do gás ligado, a porta aberta, as janelas abertas. Guarda e organiza objetos da mesma forma.

Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) – Pessoas que passaram por experiências traumáticas, como vivenciar a morte de perto, acidentes, sequestros, catástrofes naturais, entre outros. Quem sofre de TEPT, vê em flashbacks, (como se fosse um filme), lembranças de tudo que aconteceu a ela. Pode levar a depressão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir esta pesquisa nos damos conta que, a cada dia que passa aumenta o numero de pessoas envolvidas na prática do bullying. Através da pesquisa bibliográfica podemos entender que ele é um ato de violência, tanto física quanto psicológica, aparentemente sem motivação e contra alguém em desvantagem de força. Portanto, é possível compreender o bullying como agressões verbais e físicas, ações desrespeitosas, sendo que essas são realizadas de forma intencional e que precisam urgentemente de programas de intervenção. E para isso, é fundamental conhecer o perfil dos envolvidos, que são os agressores, as vitimas e as testemunhas.

Segundo os autores citados nesta pesquisa, o agressor é aquele que pratica o bullying exercendo uma relação de poder sobre a vítima. Eles podem ser de ambos os sexos. Possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assedio psicológico. O agressor pode agir sozinho ou em grupo. Quando ele esta acompanhado de seus “seguidores”, seu poder de “destruição” ganha reforço exponencial, o que amplia seu território de ação e sua capacidade de produzir mais e novas vitimas. Portanto, o agressor é o autor do bullying, é aquele individuo que age de forma agressiva contra outra, supostamente mais fraca, com intuito de machucar, prejudicar, sem ter havido provocação por parte da vitima. O autor do bullying é tipicamente popular e envolve-se em vários comportamentos antissociais. Vê sua agressividade como qualidade e tem opiniões positivas sobre si mesmo. Sente prazer e satisfação em dominar, controlar e causar danos aos outros e geralmente é mais forte que seu alvo.

Em relação às vitimas, entende-se que são sujeitos sem capacidade de reagir, possuem poucos amigos, forte sentimento de insegurança e normalmente são passivos, quietos e não se opõem aos atos de agressividade sofridos. E por serem indivíduos com poucas e frágeis defesas, toman-se alvos fáceis para os

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agressores, que conseguem com isso, maior poder de abuso e manipulação. As

vitimas podem também ser indivíduos fortes, em termos psicológicos, isso faz com

que os agressores tenham maior interesse em demonstrar que são eles, “os melhores”, podem também ser indivíduos normais e integrados, mas que detém algo que chama a atenção dos agressores, como bens, indicativo de status, características físicas, cor de pele, modo de vestir, entre outros. Já as testemunhas presenciam estes atos de violência e se calam geralmente por ter medo de se tornarem as próximas vitimas desta pratica.

Vale lembrar que as características apontadas acima não podem ser entendidas como perfis definidos de comportamento, conforme apontamos no segundo capítulo. Cada sujeito tem sua história e se organiza de forma diferente psiquicamente, sendo assim não é possível definirmos padrões de comportamento, apenas características que podem se repetir em vários casos.

É importante destacar também sobre a importância do grupo na pratica do bullying, de modo que, sem o auxilio dos colegas, muitas vezes o agressor não teria tanto êxito em suas ações. Então o grupo pode reforçar essa pratica violenta, dando força ao agressor. Grupo este, que é formado por indivíduos que se identificam que possuem objetivos em comum, que seriam o de praticar atos violentos contra alguém em desvantagem de poder.

Entende-se que o bullying esta intimamente ligado á constituição psíquica do sujeito que o pratica. Uma vez que é a partir de seu desenvolvimento que será determinado. É pela estrutura familiar que o sujeito vai articular os instrumentos que vai utilizar para fazer suas trocas com o meio em que está inserido. Assim, é a estrutura familiar que constitui o sujeito e isso vai ocorrendo cotidianamente, a cada acontecimento ou situação entre a criança e seus pais ou cuidadores, ou seja, na família propriamente dita. Estes acontecimentos vão ser significados por atos que vão delinear o sujeito e consequentemente seu lugar de filho, sendo que, é justamente a definição desse lugar que vai permitir a criança a se tornar um sujeito. E é justamente o modo como um sujeito esta constituído, que vai lhe permitir ser uma vitima ou um agressor. E dependendo da forma que o sujeito está constituído, é que poderá encontrar as maneiras de lidar com o bullying, quando se deparar com essa pratica.

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Portanto, com a realização dessa pesquisa, foi possível conhecer como se desenvolve o bullying, o que significa, qual o perfil dos envolvidos, bem como as possíveis consequências que o mesmo causa. Os dados coletados apresentam-se com a finalidade de apresentar aos leitores e a sociedade em geral este processo, bem como instigar programas de intervenção e até mesmo mudanças de atitudes em famílias e escolas, pois as mesmas teriam a oportunidade de controlar este fenômeno, uma vez que combater o bullying não é simples, mas se criados procedimentos preventivos e formas de reação ágeis para evitar que essa forma de violência ocorra entre estudantes, ainda pode ser a solução para que um acontecimento isolado não se torne uma pratica recorrente.

O aprendizado obtido com essa pesquisa foi de grande importância para o conhecimento acerca do bullying, fenômeno este, que de certa forma é novo em nossa sociedade. E que precisa ainda ser estudado e investigado. Do modo que, no decorrer dessa pesquisa, surgiram inúmeras questões acerca deste assunto, referente a maneiras de trabalhar com este fenômeno, afinal, ele ocorre muitas vezes em nossa presença, sem que nos damos conta das consequências. E por isso se faz necessário investir na continuidade dos estudos referentes a estes atos de violência, denominado bullying.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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