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Academic year: 2021

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Contributos da Abordagem Construtivista para o Estudo dos Processo de

Influência Parental na Carreira dos Filhos

Maria da Conceição Soares1, Paulo Cardoso2 & Maria Eduarda Duarte3

Resumo

A promoção da satisfação com o trabalho não pode ser dissociada da satisfação que se procura alcançar na vida em geral. O papel do indivíduo na construção de significados estruturantes da sua experiência é analisado no contexto da sua matriz social, com particular ênfase no contexto familiar. A utilização da técnica Career Style Interview (Savickas, 1998), suportada pelo paradigma construtivista, constitui o ponto de partida para a apresentação de um estudo de caso que integra três tópicos principais: (1) resultados do instrumento; (2) contextualização dos seus conteúdos nos processos de socialização da entrevistada (enquanto filha e enquanto mãe); (3) elicitação de uma narrativa e respectivos temas dominantes. Na conclusão apresenta-se e discute-se o impacto da integração dos constructos carreira / afiliação / parentalidade.

Introdução

Tem ocorrido uma vigorosa chamada de atenção para a necessidade do estudo e das intervenções de carreira tomarem em consideração o âmbito mais vasto dos diversos domínios da vida dos indivíduos, numa perspectiva integrada e contextualizada (Richardson, 1993; Savickas, 1995). Efectivamente, a garantia da satisfação com o trabalho e com a vida implica uma integração mais efectiva na prática da Psicologia das Carreiras, como salienta Savickas (2002) ao considerar que o aconselhamento de carreira, não constitui tão-somente um empreendimento dedicado a privilegiar o papel profissional na promoção do desenvolvimento da carreira, mas mais um esforço concertado para fomentar o desenvolvimento humano através do trabalho e dos relacionamentos.

O estudo dos processos de influência parental, forjados na complexa e contínua interacção de papéis no contexto familiar, poderá contribuir para a compreensão de factores promotores ou dificultadores da satisfação com o trabalho e com a vida. Trata-se de uma área de estudo que tem vindo a merecer um interesse crescente no panorama académico nacional (Araújo, 2007; Borges,

1 Psicóloga do Instituto de Orientação Profissional (IOP-UL) (csoares@iop.ul.pt) 2

Professor Auxiliar da Universidade de Évora (pmsc@uevora,pt)

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2001; Carvalho, 2007; Gonçalves, 1997, 2006; Pinto & Soares, 2001; Pinto & Soares, 2002; Pinto & Soares, 2004, Soares 1998; Soares & Pinto, 1997).

O presente trabalho apresenta um estudo de caso em que se analisa a influência parental e familiar na construção da carreira e da vida, tomando como ponto de partir a utilização da Técnica Career Style Interview (Savickas, 1998), inscrita nos paradigmas construtivista e narrativo da carreira. Os resultados obtidos permitem documentar a importância dos processos de socialização, nomeadamente os que ocorrem na família (de origem e de procriação), para a compreensão do desenho de carreira e de vida do sujeito em estudo, concorrendo para o efeito a identificação dos seus temas e dilemas de vida. Esta identificação foi utilizada na perspectiva da colheita “documental” de dados, mas também com o objectivo de promover, no sujeito em estudo, uma compreensão/reformulação da sua narrativa de vida, que veio a apresentar impacto na (re)conceptualização da sua carreira.

1.

A carreira nas abordagens construtivistas

As abordagens construtivistas da carreira, em que se inserem os modelos narrativos, constituem-se como respostas à diversidade e ao pluralismo que, cada vez mais, caracterizam as sociedades actuais (Savickas, 1995). O movimento pós-moderno integra (1) o contextualismo, significando que um evento não pode ser isolado do contexto histórico-espacial no qual ocorre; e (2) o pluralismo, significando a possibilidade de um evento ser observado e teorizado a partir de perspectivas diferenciadas, não havendo acerca dele uma verdade única (Safran & Messer, 1997). A estas pressuposições os construtivistas acrescem a ideia de que os indivíduos são os construtores de si mesmos e dos seus percursos, tomando decisões, influenciando os contextos em que se inserem, sendo capazes de organizar o seu mundo interno em estruturas de significado, estruturas estas que, por sua vez, condicionam a sua visão do mundo. O processo construtivo é dinâmico, ocorrendo ao longo do ciclo de vida, no seio da matriz das relações interpessoais. É pois no contexto destes relacionamentos sociais que as pessoas experienciam a vida e criam significados auto-estruturantes (Mahoney, 2003), cabendo aqui salientar o papel central da família enquanto matriz primária e fundamental para as relações interpessoais ao longo do ciclo de vida da maior parte dos indivíduos.

Pertinente também neste contexto, é a atenção que Savickas (2002) atribui ao carácter construído dos auto-conceitos, considerando que estes são forjados a partir das auto-percepções e comparações que se geram na interacção da criança com o seu meio familiar muito próximo, influenciados assim pelos “espelhos” fornecidos pelos adultos significativos. O pré-adolescente inicia gradualmente o processo de generalização das auto-percepções para auto-descrições mais abstractas, cujo entrosamento formará um auto-conceito mais ou menos unificado e coeso.

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Efectivamente, Savickas (2005) considera que é na família que os indivíduos formam as suas personalidades vocacionais, cujo desenvolvimento prossegue, posteriormente, em contextos mais alargados.

Considera ainda este autor, que as linhas orientadoras impostas pelos pais e pelas estruturas socioculturais produzem preocupações e tensões, frequentemente associadas a “traumas pessoais”. Neste sentido, a teoria da construção da carreira (Savickas, 2002, 2005) assume que os temas que eventualmente irão estruturar a carreira, emergem à medida que o indivíduo transforma estas tensões em intenções, considerando a escolha de modelos de papel, que irão auxiliar neste processo de transformação, uma importante decisão de carreira. Nos mesmos textos o autor recupera o conceito de saliência de papéis, introduzido por Super (1982), integrando-o e advogando a importância fulcral de se atender à constelação dos principais papéis sociais que integram a vida do indivíduo, assim como à sua saliência relativa, Desta forma, mais do que de carreira, fala-se de construção da vida (Duarte, 2006) ou life design (Savickas, Nota, Rossier, Dauwalder, Duarte, Guichard, Soresi, Van Esbroeck, Van Vianen, no prelo). O projecto de carreira surge no quadro de um projecto de vida em que são considerados os diferentes papéis e cenários em que o indivíduo procura solucionar o problema central da sua vida.

Os conselheiros que trabalham numa perspectiva construtiva da carreira integram a narrativa nos processos de aconselhamento, ouvindo as estórias de vida dos seus clientes para os ajudar a construírem uma representação unitária da sua vida, em torno de um ou mais temas de vida. Nas palavras de Savickas (2005) “as estórias no âmbito da carreira revelam os temas que os indivíduos utilizam para implementar escolhas com significado e se ajustarem aos papéis de trabalho” (p. 57)”. Esses temas são significados que emergem da relação entre necessidades, interesses e valores, permitindo situar o comportamento vocacional e o desenvolvimento da carreira no processo mais alargado de construção de vida.

Ao contar estórias, as pessoas organizam a sua acção no tempo e situam-na num contexto. Para além disso, o contador da estória enriquece-a com o seu ponto de vista, nela incorporando sentimentos, objectivos, necessidades e valores e conferindo-lhe uma intenção. Através do discurso narrativo, interligam-se as dimensões temporal, contextual e psicológica da experiência humana. A fragmentação e incoerência dão lugar à percepção de um todo completo e coerente na experiência da pessoa.

Neste processo de produção e de análise da estória, a linguagem afirma-se como o instrumento fundamental à narração em que o indivíduo, ajudado pelo conselheiro, é, simultaneamente o escritor, o personagem e o crítico da narrativa (Gonçalves, 1999).

No discurso narrativo, a trama é organizada à volta de um tema, consistindo “num problema, ou conjunto de problemas que a pessoa deseja resolver acima de tudo e nos meios que a pessoa

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encontra para alcançar a solução” (Csikszentmihalyi & Beattie, 1979, p.48). Ou seja, a trama é a estória do actor principal que, assumindo diferentes papéis em diferentes palcos, procura soluções para o problema ou problemas da sua vida. É este o tema que permite ligar entre si as diferentes partes da estória num todo com significado. O tema de vida é, assim, a sua missão ou o projecto em torno do qual se organizam os acontecimentos da vida do personagem principal da narrativa. (McAdams, 1999).

A integração de narrativas nos processos de aconselhamento implica o psicólogo na participação da experiência do cliente, facilitando-lhe a livre expressão dessa experiência, a exploração dos significados emergentes e a construção de novas representações (Savickas, 1991). Deste modo, ultrapassam-se algumas limitações das perspectivas tradicionais de aconselhamento, nas quais o psicólogo assume o papel de perito investido do poder mágico da psicotecnia, esclarecendo o cliente que, passivamente, aguarda os resultados da avaliação e a resolução do seu problema.

2.

Método

O estudo de caso constitui um dos quatro modos de investigação que integram as metodologias qualitativas, em que o campo em análise é, do ponto de vista do controlo experimental do campo de investigação: (1) o menos construído, portanto o mais real; (2) o menos limitado, portanto o mais aberto; (3) o menos manipulável, portanto o menos controlado (Lessard-Hiébert, Goyette & Boutin, 1990). De acordo com estes autores, é necessário harmonizar o modo de investigação à utilização de uma técnica específica, que irá operacionalizar a recolha dos dados. Pretendendo-se aqui a utilização da técnica Career Style Interview, o estudo de caso serviria de forma mais adequada os objectivos do presente estudo. É importante atender a que neste modo de investigação, a “atitude compreensiva” do investigador pressupõe uma participação activa e uma análise em profundidade do tipo introspectivo, no âmbito do paradigma interpretativo.

2.1 Estudo de caso

Trata-se de uma mulher, de 55 anos de idade, que passa a ser chamada Maria (nome fictício). Docente de uma língua estrangeira há aproximadamente 30 anos, cerca de metade dos quais em contexto de ensino superior. No passado leccionou também Português e Literatura Portuguesa. Há mais de duas décadas que é uma activa participante numa ONG, na área dos direitos humanos. Participa, também há longa data num grupo coral. Casou aos 23 anos e divorciou-se aos 35 quando o seu filho tinha 10 anos. Actualmente mantém um relacionamento de longa data. A riqueza do seu percurso de vida e a sua disponibilidade encorajaram a concretização do convite à participação no presente estudo.

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2.2Instrumentos

Foram utilizadas duas técnicas estruturadas para a recolha de dados em entrevista. A principal foi a técnica Career Style Interview (CSI) (Savickas, 1998), que se integra na Psicologia Individual de Adler e assim, num processo mais vasto de aconselhamento de carreira, consistindo numa entrevista semi-estruturada, que incluiu um conjunto de oito questões evocadoras de opiniões e experiências relevantes para as escolhas da carreira e de vida: 1) modelos de papel; 2) livros; 3) revistas; 4) actividades de tempos livres; 5) conteúdos académicos; 6) lema de vida; 7) ambições; e 8) decisões. É possível integrar também a exploração de estórias de vida. A partir das respostas fornecidas e de inferências que estas evocam no entrevistador e no entrevistado, esta técnica promove a auto-exploração e a identificação de temas que emergem como padrões de vida, fornecendo material útil para a elaboração de uma narrativa de vida que expresse o problema central da vida do indivíduo e, em fases mais avançadas do processo de aconselhamento, material útil à resolução do mesmo, através da formulação de objectivos e dos meios para os atingir.

A segunda técnica consistiu na apresentação de um conjunto de questões, após concluída a fase anterior, para explorar, de forma sintética, aspectos relativos aos processos de socialização da entrevistada. Trata-se de uma modificação da técnica Life Style Inventory (LSI), proposta por de Griffith & Powers (1984, citados por Savickas, 1998). Na técnica LSI, pede-se, p. ex., que o indivíduo descreva que tipo de homem era o seu pai, ou que tipo de mulher era a sua mãe, e procura-se que forneça elementos acerca da impressão deixada pelos seus exemplos. É possível aceder ao tipo de referências que os indivíduos possuem quanto ao que significa ser homem ou ser mulher. Trata-se de arquétipos da lógica privada, que habitualmente o indivíduo tem menos presentes. Considerando a fase de vida e dados gerais da biografia da entrevistada, foram preparadas sete questões relativas à sua família de origem, alargando a exploração a outras figuras presentes na família, como o irmão (p.ex.: Que tipo… 1) de homem era o seu pai? 2) de mulher era a sua mãe? 3) de filha era a Maria?; 4) de irmão era o seu?; 5) de família era a sua?; 6) de projectos tinham os seus pais para si? 7) de diferenças havia entre pai e mãe no que respeita à questão anterior?). Foram também preparadas sete questões equivalentes às anteriores, porém relativas à família de procriação.

2.3Procedimentos

As duas técnicas acima referidas, foram concretizadas consecutivamente numa entrevista, com a duração de 1h40m. Na condução da entrevista foram introduzidas inferências a partir das respostas fornecidas, assim como solicitados significados e o estabelecimento de relações ou fios condutores do discurso. Posteriormente foi analisado o texto de transcrição integral do registo áudio

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da entrevista, tendo sido identificados os elementos narrativos correspondentes aos tópicos propostos nas duas técnicas, assim como outros que surgiram espontaneamente. Foram organizados três documentos: 1) Síntese dos dados obtidos com a técnica CSI; 2) Síntese dos dados obtidos com a versão modificada da técnica LSI; e 2) Narrativa-síntese da vida da Maria. A redacção deste último documento foi efectuada em processo de revisão rotativa dos três autores, até à versão final consensual, que viria a ser apresentada à entrevistada num segundo encontro. Após leitura atenta do documento, foi solicitado à entrevistada que realizasse a respectiva apreciação, sendo estimulada a pronunciar-se sobre o tipo de sentimentos e pensamentos suscitados, eventuais alterações ao texto da narrativa e ainda a reflectir sobre as suas perspectivas de carreira e de vida.

3.

Apresentação e análise de resultados

A extensão dos três documentos acima referidos não viabiliza a sua integração no presente texto, optando-se, em alternativa, por uma apresentação sucinta, e nalguns casos parcial, dos dados neles contidos.

3.1 Resultados da Técnica Career Style Interview (CSI)

Embora nas questões previstas na técnica CSI nenhuma se dirija especificamente à família ou a elementos que a compõem, verificou-se um número considerável de referências espontâneas a figuras familiares ou ao conceito de família: 43 referências à mãe, 16 ao pai, 11 ao irmão, 10 ao ex-marido, 10 ao conceito família, 9 ao filho e 6 ao actual companheiro. Estas referências ocorreram sobretudo no âmbito da exploração dos tópicos modelos, estórias, lema de vida e decisões

importantes.

Na exploração dos tópicos acima referidos, a Maria referiu: como modelos de vida, a mãe, a professora da mesma língua estrangeira de que hoje é docente e uma bailarina. Contou espontaneamente três estórias de vida, que intitulou como: “Uma revolta precoce”, “Dar voz à palavra” e “Estórias desassossegadas”. Apresentou, como lema de vida “Ter coluna”. Referiu como

decisões importantes na sua vida: decidir estudar Literaturas; terminar um namoro aos 18 anos de

idade; deixar o marido ir embora. A justificação que apresentou para essas respostas, assim como os elementos que espontaneamente foi integrando no seu discurso, permitiram identificar importantes elementos relativos à construção do seu tema de vida e à sua implementação em diversos papéis.

Interessa salientar, em primeiro lugar, a centralidade do modelo fornecido pela mãe. Para além de ser apresentada à cabeça, como o seu modelo de vida (“porque admirava as coisas que fazia, as agitações em que andava sempre, a sua inteligência”) é também referida como o seu grande exemplo “de força”; a mãe está presente nas três histórias de vida que conta, e que decorrem na sua infância, entre os 10 e os 12 anos de idade, permitindo-lhe o desempenho de um papel antagonista.

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Por referência à mãe é também apresentado outro importante modelo de papel – a professora da língua estrangeira de que Maria veio também a ser docente. Como refere: “era tipo mãe severa”; “como a minha mãe não era (severa), acabou por ser assim uma mãe substituta”.

Em segundo lugar, importa sublinhar outros aspectos descritivos do Self (Savickas, 1998) que poderão ser inferidos a partir da análise dos tópicos modelos de vida e livros preferidos. Relativamente aos primeiros, é ainda fundamental notar-lhes o alto padrão de exigência, de perfeição quase inalcançável: a mãe, inteligentíssima; a professora, “duríssima e exigente”; a bailarina, lindíssima, com fatos deslumbrantes e “uma postura de meia pavoa”. Também os seus livros preferidos, sugerem um padrão de elevada exigência na compreensão de si e do mundo: os livros são (1) Siddhartha, de Hermann Hesse, (2) O Principezinho, de Saint-Exupery e (3) poesia em geral, pois, como refere, atrai-a a busca incessante, a mensagem com profundidade, a palavra como alimento para a alma, para a pacificação e a evasão, assim como a arte da síntese na linguagem.

Em terceiro lugar, e prosseguindo a exploração de aspectos descritivos do Self, refira-se o sentimento precoce de injustiça, comum a duas das suas estórias de vida. Na primeira, “acha injustas as condições de trabalho” de uma experiência de aprendiz de costureira, no verão dos seus 10 anos, pois só fazia tarefas “menores” e “achava humilhante andar todo tempo de rabo para o ar a apanhar alfinetes e linhas”. Na segunda, por volta dos seus 11 anos, sente-se vítima da pressão de uma prima, um ano mais velha, e da mãe, para aceitar a sugestão daquela, tida como mais inteligente, numa questão de trabalhos de casa. A Maria sabe que a sugestão da prima está errada, mas vê-se obrigada a acatá-la, face à pressão de ambas.

Em quarto lugar, identifica-se o ensaio de soluções para a resolução do problema: (1) assume o protagonismo no desfecho das duas estórias anteriormente referidas. Na primeira, despede-se por iniciativa própria (realiza Uma revolta precoce) e deixa a mãe envergonhada junto de uma importante modista, a quem pedira o favor de aceitar a filha; na segunda, logo que pode clarifica a questão com o professor e descobre que tem razão (realiza a possibilidade de Dar voz à

palavra). A prima, aluna do mesmo professor, vem a ouvir um ralhete deste, que cai mal à família,

“mas na minha cabeça não estava queixa, estava justiça”. (2) Na terceira estória de vida, que conta, ocorre o ensaio do medir de forças, utilizando para tal a relação com a mãe: entre os 10 e os 12 anos ia com esta para o trabalho, punha-se à janela e quando passava alguém dizia alto: “Mãezinha, mãezinha, foi aquela!” as pessoas olhavam para cima. Achava graça fazer isto. Também inventava estórias rocambolescas, que contava à mãe, acerca das pessoas que estavam a passar. Criava estórias (Estórias desassossegadas), “mas o que criava, era um grande stress na minha mãe, que, sempre que eu ia à janela, achava que eu podia fazer uma cena”. (3) Este ensaio criativo de soluções e competências para lidar com o problema da injustiça progride e, mais tarde, aos 18 anos de idade,

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permite-lhe tomar uma decisão importante: terminar com o namorado, por quem estava muito apaixonada, após ter sido agredida por ele. Não obstante à época ser um assunto que não conhecia, foi muito claro para si que permanecer naquela relação seria legitimar futuras agressões e assim permanecer vítima. (4) O exemplo de rigor e exigência proporcionado pelos seus modelos de vida e a importância que o combate à injustiça assumiu na sua vida, resumem-se no seu lema de vida: “ter coluna”, no sentido de “não vergar”; “nem em situações, nem em pedinchices (…) ter carácter”; “rectidão de comportamento”.

No contexto da perspectiva construtivista (Savickas, 2005) e com recurso à utilização da técnica CSI (Savickas, 1998), foi possível identificar elementos que contribuem para a construção de uma preocupação (sentimento de injustiça) e emergência de um tema de vida (combater a injustiça), estruturador da construção do projecto de vida da entrevistada. A utilização desta técnica

de per si, fez emergir diversas referências à família e às figuras familiares e encorajou a

entrevistada a partilhar percepções íntimas, oriundas das suas vivências familiares, que relacionaram com os tópicos em análise: p. ex.: “Porque isso (não incomodar os outros), eu tenho consciência que é uma coisa que me atravessa ao longo da minha vida. Fui muito cedo habituada a tomar conta de…da família, de apoiar, eu tenho muita noção de que… tenho muito medo de ser pesada aos outros.”

Tratando-se de uma técnica de aconselhamento, com recurso à reconstrução biográfica, verificamos, efectivamente, no discurso da entrevistada verbalizações que testemunham uma certa reinterpretação e um certo acesso a evidências pessoais, como p. ex., “… e desde miúda de facto, nem me tinha lembrado desse fio condutor, essa injustiça que eu achei que era para mim, da costureira, não é? Eu achei que aquilo era injusto comigo, e achava que com as (outras) funcionárias, mas eu não sabia explicar isso. E se calhar não é por acaso que eu estou numa organização de direitos humanos.”

3.2Resultados das questões dirigidas aos processos de socialização

Prossegue-se agora com a síntese dos dados obtidos com a versão modificada da técnica Life Style Inventory (LSI) de Griffith & Powers (1984, citados por Savickas, 1998). Estes fornecem elementos fundamentais ao aprofundamento da compreensão do tema de vida da entrevistada, assim como elementos úteis para o avanço/reconstrução da narrativa.

No âmbito da exploração dos processos de socialização, evidencia-se um certo “engrandecimento ficcional” da figura materna, que descreve em maior pormenor como “tímida, muito forte, muito inteligente” e que parece tomar como padrão de referência e exigência para si própria: p. ex.,“admirava a inteligência dela (…) que a minha é bem, bem inferior”. Aliás, nunca reconhece os atributos de “forte” ou “inteligente” relativamente a si mesma. Porém possui três

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licenciaturas (mas apenas inclui duas no CV, porque tem “vergonha de parecer pretensiosa”) e um mestrado, cuja tese foi premiada. Está a realizar doutoramento, mas teme não o concluir e que o tema não seja suficientemente “sério”.

Em contra-partida, caracteriza o pai como “extrovertido, simpático e frágil”, características muito próximas das que apresenta para si própria: “muito brincalhona, muito alegre”. Refere “…eu adorava o meu pai. Aliás eu era mais próxima do meu pai (…). Era um homem giríssimo, toda a gente gostava muito mais dele do que da minha mãe. Porque era divertido, brincalhão”. Quando solicitada, explicita com parcimónia alguns aspectos da fragilidade que atribui ao pai: era inseguro na relação com a sua mulher e ”por uma birra” perdeu voluntariamente o emprego; chorava, pois “um homem deveria manter a mulher”, mas ele havia colocado a sua família em situação difícil.

É nesse período do desemprego do pai, por volta dos 10 anos de idade da Maria, que esta é responsabilizada por tratar das refeições do pai e do irmão, parecendo essa responsabilização precoce ter sido vivida como uma injusta inversão de papéis e uma importante experiência, na linha dos traumas pessoais referidos por Savickas (2002, 2005). Um arquétipo de papel masculino “enfraquecido”, que claramente se contrapõe ao de cabeça de casal provedor e protector da família, no contexto dos anos 60, poderá ter extremado a formulação do seu tema de vida, num movimento de distanciamento dessa fraqueza, dessa fragilidade, encontrada numa figura tão próxima, semelhante e amada. A preocupação sofrida da injustiça poderá, assim ter-se transformado na solução procurada de força, que progride num evitamento a sinais de fraqueza e na assumpção de elevados padrões de exigência (solução personificada no modelo próximo proporcionado pela sua mãe, e posteriormente na sua professora), concomitantemente com elevada disponibilidade que revela para a ajuda ao outro (que reconhece como mais frágil), sobretudo no espaço social mais alargado (amigos e comunidade).

O tema parece ter sido amplamente exercitado na adopção dos papéis sociais na idade adulta, aos quais imprime elevados padrões de exigência: sobretudo no de cidadã, enquanto activa defensora dos direitos humanos e do combate às injustiças numa ONG (que exerce desde há mais de duas décadas), mas também nos de estudante pós graduada (em que investe desde o início da sua carreira docente), de trabalhadora, enquanto professora (que encara como uma missão ao serviço do desenvolvimento do outro e nele reconhecendo a sua tendência workaholic).

Nas respostas às questões que exploram a sua família de procriação e respectivo desempenho de papéis, reconhece a influência das tensões que emergiram da sua infância e juventude: é permanente a sua disponibilidade para ajudar os amigos da rede social do casal, assim como é intensa a sua sede e exigência em saber e evoluir dentro da sua área de estudos e de trabalho. Casada e mãe, multiplica-se em actividades cívicas, de trabalho e de estudo. Considerando tratar-se de uma família unida e muito atenta às necessidades do filho, reconhece, contudo, ter

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frequentemente sacrificando a relação com o marido, explicitando melhor a sua quota-parte de responsabilidade na ruptura familiar. Acusa-se ainda de ter sido uma mãe muito exigente (“sargenta”) na sequência de algum “endurecimento” provocado pela separação e pelo receio de “perder a mão no filho”. Considera, também, que, em conjunto com o ex-marido, forneceu ao filho um certo modelo de “peso e de dificuldade” no que respeita às vivências da vida académica: “O meu filho teve um período de impasse (…) pôs em causa o curso pois ‘farto de doutores estou eu. Eu não quero andar nisto.’ (…) Pensamos que damos o exemplo e tal… Isso é outra coisa que eu aprendi: o meu filho desligou”.

Em síntese, convidada a reflectir acerca dos seus processos de socialização, a Maria considera explicitamente a forma como a partir deles emergiram certas linhas orientadoras da sua vida, configurando a vivência de diversos papéis de vida, e a forma como estes interagiram entre si, afectando-se mutuamente. Finalmente, na posse de uma percepção mais clara dessas linhas condutoras, reconhece a sua prevalência nos papéis que actualmente exerce, aspirando por maior capacidade para gerir a sua vida de forma promotora de maior bem-estar e reivindicando a si mesma essa necessidade.

3.3Apresentação da narrativa-síntese à entrevistada

Como anteriormente referido, foi elaborada uma narrativa-síntese da vida da Maria, cujo título, “Combater a Injustiça. Com Coluna, mas sem Espartilho, pretende captar o tema de vida que emerge do conjunto de dados colhidos a partir da aplicação das duas técnicas utilizadas no presente estudo de caso. Transcrevem-se os parágrafos iniciais e finais desta narrativa síntese:

“Da leitura das estórias e das palavras da Maria emerge a ideia de que os diferentes caminhos percorridos estão ligados entre si por um tema – combater a injustiça –, assim como pela demanda de um maior equilíbrio entre importantes facetas da sua pessoa.

Por um lado há a Maria lutadora, sensível à injustiça, própria e alheia, que desde cedo adopta na vida uma postura de grande disponibilidade e responsabilidade para com o outro em dificuldades. Diz que “ter coluna” poderia ser o seu lema de vida, significando “verticalidade e carácter”, assim como manter-se independente e auto-suficiente. Exigente consigo, tem o intenso receio de cair em “pedinchices” ou de maçar ou pesar a alguém. Quando tem problemas, “escuda-se” dos outros, ao invés de os procurar. Assume o exagero desta faceta, pois sente-se cada vez mais “abusada e injustiçada” face à incapacidade de muitos em perceberem-lhe os limites e também as suas próprias necessidades. A luta forja e descobre algumas fragilidades.

Por outro lado, há a Maria sonhadora, inconformista, que busca a liberdade. Que não quer submergir a uma vida certinha e tem horror a sentir-se presa. Ama a literatura, “alimenta-se” de

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poesia, valoriza o sentido estético da vida em diversas manifestações da cultura humana. Deste modo minimiza (sublima?) dificuldades diversas, concluindo pela futilidade de bens materiais e das convenções. Também aqui coloca em acção a luta: pede, p. ex., explicações sobre os critérios para a arrumação da poesia nas prateleiras das livrarias; e o elevado sentido de exigência: duvida da qualidade de escritas suas, que outros acham merecerem publicação. Teme, também aqui, perder o pé, reconhecendo que, mais do que parece, aprecia a segurança, a estabilidade, o porto seguro e gostaria, p. ex., de ter um modo de vida familiar mais tradicional.

O sentido do seu percurso (tema de vida) encontra-se nas soluções que implementa para procurar um certo equilíbrio entre a Maria “Vertical” e a Maria “Sonhadora”, assim como gerir os níveis de exigência de cada uma destas facetas: Em geral age para ser forte, não falhar, estar presente sempre que é preciso, sacrificando, frequentemente, uma forma menos exigente e mais leve de viver.”(…)

(…)“Quando as responsabilidades pesam demais, a necessidade de competência e o medo de perda de controlo aprisionam a Maria. Então, sente-se esgotada. Mais do que vertical, sente-se espartilhada. O equilíbrio é-lhe difícil e questiona: Porque lhe é fácil dar e tão difícil receber? Porque lhe é difícil pensar em si, ou deixar que os outros cuidem se si? Será um certo medo de se expor, de ser mais íntima, um certo embaraço nos sentimentos mais profundos? Como construiu esta tendência para se manter a todo o custo independente? Refere, com certa reserva, “fui muito cedo habituada a tomar conta (…) da família, a apoiar… eu tenho muita noção de que… tenho muito medo de ser pesada aos outros”. Mas vai dizendo também: Gostaria de alcançar maior plenitude, de equilibrar melhor a vida profissional e familiar, de estranhar menos quando reconhecem as minhas realizações, de ter mais facilidade em pedir aos outros, de ter mais espaço para mim mesma, para gozar a beleza da vida e nela brincar e rir mais, mas sem ser para disfarçar a tristeza, o embaraço ou a desilusão. Gosto de lutar, mas… preciso de paz… às vezes.”

Da análise e reflexão suscitadas pela entrevistada aquando da apresentação da narrativa-síntese foram salientes os seguintes aspectos: (1) Ao ler a narrativa sente que “gostou”, nela reconhecendo (com certo espanto) que durante a entrevista falou “de peito aberto”, que “falou tão espontaneamente” que já nem se lembrava de ter dito coisas que encontra nessa narrativa. (2) Reafirma reconhecer-se na narrativa-síntese: “É sobre mim! Mesmo!”. (3) Questionada sobre que alterações introduziria, refere “talvez acrescentasse o episódio da costureirinha que se despede. É muito forte em termos de uma garota de 10 anos, naquele tempo, ter essa força e sentido de justiça, a ponto de deixar a mãe envergonhada. É o tal sentido que me vem perseguindo! (…) Não me lembrava dele, mas acho que é o (meu) momento matricial desta coisa das injustiças!”. (4) A entrevistada reflecte ainda sobre alguns aspectos do seu papel de trabalhadora – ensaia uma certa

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reformulação da ideia de “plena realização profissional”, apresentada na primeira entrevista, manifestando agora a percepção mais clara de uma certa insatisfação profissional, face ao nível básico dos conteúdos que ensina. Reflecte sobre até que ponto leccionar outro tipo de cadeiras, p. ex., no âmbito da literatura inglesa e num contexto académico mais aprofundado, não poderia ajudá-la a encontrar um melhor compromisso com as suas motivações dominantes na área da literatura tradicional e da poesia, bem como com temáticas que tem explorado no seu percurso académico, e que apresentam escassa aplicação no actual contexto profissional. Esta (re)conceptualização é acompanhada de uma auto-reflexão acerca de importantes competências que necessitaria desenvolver, nomeadamente, adquirir maior confiança nas suas capacidades, permitir-se diminuir o permitir-seu alto nível de exigência e avançar com mais à vontade na concretização do permitir-seu doutoramento e na sua relação com o meio académico, admitindo para si própria outro tipo de projectos e sinalizando aos outros a sua disponibilidade para a mudança. (5) Reflecte também sobre a necessidade de encontrar um equilíbrio mais justo para si própria e para os que lhe são mais próximos, acusando forte motivação para diminuir significativamente a sua disponibilidade na ajuda à resolução dos problemas dos outros. Neste âmbito, considera ter chegado, há algum tempo, a um “ponto de saturação”, reconhecendo ter começado a adoptar algumas estratégias auto-protectoras. A satisfação com o trabalho e a vida é, assim re-equacionada à luz de uma mais eficaz gestão do seu tema de vida.

4.

Conclusões

O estudo de caso apresentado ilustra a utilização da Técnica Career Style Interview (Savickas, 1995, 1998), desenvolvida no seio do modelo construtivista de Savickas (2002, 2005) e a sua utilidade na elaboração de uma narrativa de vida, promotora de um sentido unificador para as vivências da sua protagonista. O modelo, que teoriza acerca da importância dos temas de vida na construção da carreira, apresenta uma capacidade de aplicação prática aqui evidenciado.

A introdução de um conjunto de questões que aprofundaram a percepção da entrevistada quanto às características dos elementos constituintes da sua família de origem e da sua família de procriação, permitiu aprofundar a influência de variáveis da família na formulação da preocupação de vida da entrevistada, bem como na transformação dessa preocupação numa solução que veio a implementar ao longo do seu ciclo de vida, com expressão e impacto nos diversos papéis que desempenha, em especial no relativo à cidadania, mas também nos de trabalhadora, de mãe, de tempos livres e de esposa/companheira. As experiências no âmbito da afiliação e da parentalidade apresentam forte impacto para decisões mais amplas no âmbito da vivência de outros papéis de vida Acusa-se assim a importância de atender à constelação dos diversos papéis de vida e ao contributo que cada um deles pode apresentar para o cumprimento de propósitos pessoais, na linha da

(13)

integração e contextualização dos diversos domínios da vida dos indivíduos preconizada por Richardson (1993, 2004).

O carácter qualitativo da metodologia implementada neste estudo de caso, permitiu a identificação dos factores importantes na narrativa do sujeito em estudo, com destaque para os processos de influência parental e de outros adultos significativos na construção do projecto de vida, assim como a disponibilização de dados importantes ao processo de aconselhamento / reestruturação narrativa. Aspecto a salientar: a importância da inferência (e não da extrapolação) neste tipo de abordagem (Savickas, 1998).

Finalmente, o estudo de caso, visando conhecer em profundidade os “como” e os “porquês” que caracterizam o objecto de estudo, preserva a sua unidade e identidade própria e parece especialmente útil para compreender, explorar e descrever o fenómeno da influência parental na carreira e na vida, embutido na construção da narrativa individual.

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