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PE 1 005

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Academic year: 2021

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Este trabalho visa apresentar o medo numa perspectiva evolucionista.

O medo descreve um estado, não da mente mas sim do sistema neuroendócrino, este tem informação sujectiva que só é conhecida por aqueles que o sentem.

No sentido adaptativo, os humanos têm medos, que ajudam a lidar com o perigo como forma de sobrevivência, fazendo com que se evitem as ameaças, existindo assim uma resposta fisiológica ao medo.Podemos falar de medo, quando o sujeito adquire a capacidade de

expressar verbalmente o mal estar e a capacidade de fuga.Existe uma distinção entre medos e fobias, estes são altamente desiguais em relação ao perigo real, normalmente estão fora do controle espontâneo (DeBecker,1997).

Os psicólogos evolutivos, começaram a desenvolver teorias sobre a evolução dos medos e das fobias. O medo e a anciedade podem ser diferenciados pela reacção na presença de um eventual predador, as estruturas neurológicas também são diferentes , nos humanos os percursos cerebrais não estão totalmente confirmados, contudo nos animais as investigações apontam para sistemas anatómicos (Davis,1997; Damasio,Adolfhs & Damasio, 2003).

Elaboramos uma descrição dos subtipos de medos mais comuns e seus problemas adaptativos que podem estar na origem desses medos, tais como, medo de cobras ou aranhas, sofrer uma picada venenosa. O medo de alturas , danos ou lesões causadas por quedas de árvores ou penhascos. O pânico tem como problema o ataque iminente de um predador ou ser humano.A agrofobia ou fobia de animais pequenos, locais fechados sem possibilidade de fuga e animais pequenos perigosos, na hipocondria o problema é com doenças, a anciedade de separação consiste na separação da protecção parental, na anciedade por parte de estranhos, os danos causados têm particularidade com homens, e por último o medo de sangue de uma ferida tem como problema adaptativo predadores ou humanos perigosos.

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Charles Darwin,(1877), ponderou a hipótese que os medos das crianças que não tinham experiência própria, seriam herdados através do ADN .O ser humano tem uma maior tendência a ter medos adquados aos tempos antigos do que aos tempos actuais, como por exemplo ter medo de cobras e não de carros num contexto urbano.

Marks, (1987), diz que os medos se desenvolvem na altura certa ou seja, no momento em que em termos evolutivos o ser humano necessita deles, de forma a sobreviver no seu meio

envolvente, o medo de alturas e de estranhos aparece nas crianças por volta dos seis meses, quando estas aprendem a gatinhar, como referem Scarf e Salapatek, (1970).

O aparecimento dos medos coincide com o aparecimento dos problemas adaptativos, esta hipótese tem vindo a ser descrita como um acontecimento intercultural, assim se verificou noutras espécies nomeadamente em primatas como descreve Hrdy (1977), que fala no

infanticidio por pessoas estranhas como acontecimento na natureza humana e mundo animal, ligado a esta tese é referido em ambos os casos uma maior probabilidade de medo de

estranhos do que de estranhas, relacionado com a probabilidade demonstrada históricamente , que os machos causam mais danos do que as fêmeas (Heerwagen & Orians,2002).

Entre os nove e os treze meses de vida a criança desenvolve outro medo adaptativo designado por ansiedade/separação (Kagan,Kearsley e Zelazo, 1987).

Por volta dos dois anos a criança efectua uma exploração mais activa no espaço envolvente, surgem os medos animais, muito mais tarde, quando estas começam a socializar surge o medo de estar em lugares públicos, espaços apertados ou de díficil saída (Marks & Nesse, 1994).

A base psicológica dos medos descritos anteriormente não tem só uma componente emocional como também uma componente comportamental, ou seja as respostas fisiológicas.

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Concluindo as adaptações descritas anteriormente, a percepção auditiva e visual condicionam a forma como recepcionamos e agimos sobre o mundo á nossa volta.

Já referimos anteriormente que o medo por parte dos humanos leva a respostas fisiológicas, segundo, Marks (1987), existem quatro formas de resposta que são fornecidas pela ansiedade e pelo medo, estas são; o congelamento ou imobilização, esta resposta ajuda na avaliação da situação, e ajuda a esconder um individuo do predador, por vezes inibe um ataque agressivo caso não se tenha a certeza do predador ou caso não se consiga determinar a localização do mesmo, congelar pode ser melhor do que atacar ou fugir.

Fugir ou evitar, são respostas que distânciam o individuo de ameaças especificas, ao encontrar uma cobra, fugir poderá ser a maneira mais fácil e segura de evitar uma picada venenosa, defesa agressiva, atacar, retalhar, bater ou ameaçar um predador pode neutralizar a ameaça, ao destruir ou afugenta-la, este modo de protecção incontestavelmente engloba avaliar se o predador consegue ser afastado ou repelido com êxito (Marks e Nesse, 1994).

Uma aranha pode ser mais facilmente esmagada do que um urso polar, a submissão ou apaziguamento tipica, esta resposta funciona quando a ameaça é um membro da própria espécie, como os chimpazés, que desempenham comportamentos submissos direccionários ao macho alfa, em protecção.

Apesar das diferenças entre individuos, culturas, épocas, etc ., existem objectos ou estímulos sobre os quais podemos prever a resposta do indivíduo independentemente das diferenças referidas, como exemplo temos a resposta universal de nojo e repulsa perante um alimento deteorado. Por vezes existe um exagero da percepção do estímulo que pode estar relacionado à necessidade de resposta rápida, ou seja, um indivíduo com medo de elevadores avalia o ar

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existente dentro do compartimento como insuficiente em caso de paragem e coloca a hipótese de morte por asfixia.

Esta percepção amplificada das estruturas serviu de base ao mundo cognitivo do pânico, Clark (1986), que refere os sujeitos como fazendo uma ‘‘interpretação catastrófica de sensações normais’’, nestes episódios, por exemplo, existe o pensamento de que se vai ter um ataque cardiaco, só porque se têm o batimento cardiaco maios acelarado, este processo foi ainda abordado por, Rochman (1994), também comum a outras respostas do âmbito emocional como a dor, (Arntz & Lousberg,1994), provoca uma série de activações que vai desde o foro perceptivo, aumento da dilatação da pupila ocular á activação do sistema nervoso, como forma de permitir e potenciar as respostas tipicas do medo, a fuga (Baptista,1989).

Ohman,(1993) e Ohaman e Ost (1985), concluiram a existência de um sistema de dominância –submissão, do qual surgiram três tipos de medos, medos sociais que promovem a ordem social e o estabelecimento de hierarquias e também as preocupações com a sociedade, o medo de animais, répteis em especial que leva à detecção e fuga rápida de predadores, e o sistema de defesa ambiental, onde estão inseridos medos de tempestades naturais, espaços fechados, locais altos sem protecção e situações onde seja díficil a fuga ou mobilidade pelo facto de existirem obstáculos.

Na perspectiva de Barkow e cols.(1992), o processador de informação segundo a psicologia evolucionista não é a solução geral de problemas .

Para considerar a história da espécie o modelo modular é adoptado. A imagem de um canivete suiço representa a modularização maciça (Evans & Zarate). Os problemas que os nossos ancestrais enfrentavam eram especificos, ou seja, detectores de predadores, discriminar falsos

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origem simplesmente a uma sintaxe, mas sim, oferecem informação especifica, para a solução de cada problema, (Mithen, 1996/1998).

Segundo Barlow e cols. (1992) e Chomsky e Fodor, não seria possivel aprender tantos

comportamentos complexos, se não fossem os módulos, assim os evulocionistas propõem um grande número, entre eles o medo.

Numa situação de medo, activa-se o circuito de detecção da presença de uma ameaça,

nomeadamente assim ocorrem mudanças na percepção e na atenção tomando como exemplo, a redução do limiar para pequenos ruídos. Existe uma elevada detecção de perigos por causa dos falsos alarmes, que consistem em causar energia suficiente para se fugir de algo que na realidade não é um verdadeiro perigo. Este módulo de detecção é rápido e impreciso em vez de lento e preciso, assim podemos dizer que este falso alarme também tem desvantagens, tais como o desperdicio de energia desnecessária.

Segundo uma experiência efectuada por Cöhman,Flykt e Esteves (2001), o cérebro humano identifica mais rapidamente estímulos perigosos do que estímulos neutros, independentemente das distracções existentes.Num estudo efectuado um grupo de sujeito foi instruído a detectar imagens que levem a medos, tais como cobras ou aranhas, estas imagens estavam entre outros estímilos neutros, flores ou cogumelos, em outra situação inverteu-se o sentido da detecção, os resultados deste estudo demonstraram que independentemente da disposição das imagens ou dos distractores existentes, os estímulos de medo são automàticamente reconhecidos. Assim quando estamos em campo aberto detectamos mais fácilmente uma cobra no meio da relva do que uma flor.

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A alteração motivacional é notória, e a segurança ganha máxima prioridade, assim existe de imediato um direccionamento de objectivos, ganham perioridade algumas categorias, a reacção fisiológica depende da natureza da ameaça e da forma como é enfrentada.

O nosso crânio moderno guarda uma mente da idade da pedra, a selecção natural levou imenso tempo para construir novas mudanças e circuitos nos cérebros , quase todo o tempo, poderemos dizer que 99% do tempo de existência da nossa espécie foi vivido como

caçadores – colectores, ou seja, os nossos ancestrais viviam em pequenos grupos nômadas, com número de individuos reduzido.Todos os dias obtinham o seu alimento caçando e recolhendo plantas, assim podemos dizer que a nossa mente é produto de um processo evolutivo e funciona segundo a função dos principios que os nossos antepassados tiveram a enfrentar , contudo não significa que a nossa mente não tenha mecanismos de aprendizagem capazes de permitir que nos adaptemos a novos ambientes ou mesmo crià-los. Para se poder compreender como funciona a mente moderna temos de entender que os circuitos não foram transferidos para os problemas diários modernos, o que não quer dizer que a mente humana não tenha uma mecanização de aprendizagem capaz de permitir a adaptação e criação de ambientes novos e adaptáveis.

Na psicologia evolutiva estes são considerados os principais aspectos atractivos a cientistas estudiosos de Darwnismo e da psicologia, ainda não foram avaliadas por completo as correntes filosóficas desta teoria, concerteza que iram ter uma grande influência no desenvolvimento de várias ciências que estudam o comportamento humano.

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Referências

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