• Nenhum resultado encontrado

Resiliência na adolescência : género e a idade fazem a diferença?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Resiliência na adolescência : género e a idade fazem a diferença?"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

géneRo e A idAde FAzem A diFeRençA?

Celeste simões

Universidade de Lisboa / Faculdade de Motricidade Humana / Aventura Social Universidade de Lisboa / Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB)

Anabela Caetano santos

Universidade de Lisboa / Faculdade de Motricidade Humana / Aventura Social Universidade de Lisboa / Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, CIS-IUL

lúcia Canha

Universidade de Lisboa / Faculdade de Motricidade Humana / Aventura Social Universidade de Lisboa / Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB)

margarida gaspar de matos

Universidade de Lisboa / Faculdade de Motricidade Humana / Aventura Social Universidade de Lisboa / Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB)

(2)

Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre um conjunto de recursos associados à resiliência num grupo de adolescentes portugueses, bem como entre estes recursos e o género e a idade. Participaram neste estudo 5695 alunos dos 8º, 10º e 12º anos de escolaridade, participantes do estudo HBSC 2018, com uma mé-dia de idades de 15,46 anos (DP=1,80), 53,9% do género feminino, que responderam a uma escala de recursos internos de resiliência. Os vários recursos associados à resili-ência apresentam correlações moderadas a fortes entre si. Para todos os recursos, os valores obtidos encontram-se em níveis médios-altos. As meninas apresentam valores significativamente mais elevados na empatia, resolução de problemas e objetivos e aspirações, enquanto que os rapazes apresentam valores mais elevados na autoeficá-cia. Os adolescentes mais velhos, comparativamente com os mais novos, apresentam valores mais elevados de empatia e objetivos e aspirações. Os resultados obtidos sa-lientam o efeito cumulativo da proteção e a importância de fatores como o género e a idade na compreensão da resiliência na adolescência. Os adolescentes portugueses apresentam, de um modo geral, bons níveis de recursos internos associados à resiliên-cia. É, no entanto, importante desenvolver programas promotores de resiliência tendo em atenção que os recursos associados à resiliência se adquirem e agregam ao longo da vida e que grupos mais vulneráveis e expostos a mais adversidades terão mais difi-culdade em acionar este mesmo processo.

Palavras-chave: Fatores associados à resiliência, Género, Idade.

Abstract: The goal of this study was to analyze the relationship between a group resilience associated resources in a group of Portuguese adolescents as well as with gender and age. A total of 5695 adolescents attending the 8th, 10th and 12th grades enrolled in the HBSC 2018 study, with a mean age of 15,46 years old (SD = 1,80), 53,9% female, who responded to a resilience scale of internal resources. The various features associated with resilience have moderate to strong correlations with each other. For all resources, the values obtained are at medium-high levels. Girls have significantly higher values in empathy, problem solving, and goals and aspirations, while boys have higher self-efficacy values. Older adolescents, compared to younger ones, have higher values of empathy and goals and aspirations. The results obtained highlight the cu-mulative effect of protection and the importance of factors such as gender and age in understanding adolescence resilience. Portuguese adolescents have, in general, good levels of internal resources associated with resilience. It is, however, important to develop resilience-promoting programs, bearing in mind that resources associated with resilience are acquired and aggregated over a lifetime, and that more vulnerable groups exposed to more adversity will find it more difficult to trigger this process.

(3)

introdução

A resiliência traduz-se numa capacidade que possibilita aos mais variados sistemas adaptarem-se com sucesso face a desafios significati-vos que ameaçam o seu funcionamento ou desenvolvimento (Masten, 2018). Na adolescência são vários os fatores que poderão colocar em risco o desenvolvimento positivo e saudável, desde acontecimentos de vida negativos a desafios característicos desta etapa de vida. Para que esta capacidade seja colocada em jogo e o processo seja bem-sucedido é necessária a presença de fatores de proteção, nomeadamente recur-sos externos e recurrecur-sos internos.

De acordo com Masten e Tellegen (2012), os fatores de proteção es-tão relacionados com o desenvolvimento de competências. A investiga-ção tem mostrado que se estes fatores estiverem presentes a um nível razoável, mesmo em contextos de riscos crónicos e severos, as conse-quências são geralmente boas (Masten & Tellegen, 2012). Este mesmo aspeto foi verificado também no estudo de Simões, et al. (2015), no qual competências como a empatia e a resolução de problemas, em níveis médios, se revelaram como moderadores do impacto negativo de acon-tecimentos de vida negativos no bem-estar, numa amostra de adoles-centes com necessidades especiais. No entanto, como referem Hobfoll, et al. (2015), os recursos associados à resiliência são adquiridos ao longo da vida e tendem a agregar-se, tal como é verificado pelas elevadas cor-relações entre os fatores associados à resiliência.

Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre um conjunto de recursos associados à resiliência num grupo de adolescentes portugue-ses, bem como entre estes recursos e o género e a idade, dada a relevância que estas duas variáveis têm em múltiplos aspetos relacionados com a saú-de e o bem-estar na adolescência (Matos, & Equipa Aventura Social, 2018). método

Este trabalho está integrado no Health Behaviour in School aged Children (HBSC) (Inchley et al., 2016; Matos & Equipa Aventura Social, 2018), que é um inquérito realizado de 4 em 4 anos em 48 países, em

(4)

colaboração com a Organização Mundial de Saúde, seguindo um proto-colo internacional (Roberts et al., 2009). Pretende estudar os comporta-mentos dos adolescentes nos seus contextos de vida e a sua influência na sua saúde e bem-estar. São apresentadas questões relacionadas com aspetos demográficos, família, escola, amigos, saúde, bem-estar, sexua-lidade, alimentação, lazer, sono, sedentarismo, atividade física, consumo de substâncias, uso de medicamentos, violência, uso de tecnologias, mi-grações e participação social. Portugal está incluído desde 1998 (www. aventurasocial.com). O estudo HBSC 2018 em Portugal teve a aprovação de Comissão de Ética e da Monitorização de Inquéritos em Meio Esco-lar (MIME). Os agrupamentos escoEsco-lares aceitaram participar e foi obtido consentimento informado dos pais ou tutores legais. As respostas ao inquérito (online) foram voluntárias e anónimas.

Participantes

O estudo HBSC incluiu 8215 alunos, de 42 agrupamentos e 476 tur-mas aleatoriamente selecionados, com uma média de idades de 14,36 anos (DP=2,28), 52,7% do género feminino, das 5 regiões educativas de Portugal Continental, sendo os resultados representativos para os alu-nos do 6º, 8º, 10º aalu-nos.

Neste trabalho específico foram incluídos 5695 alunos dos 8º (48,6%), 10º (30,0%) e 12º (21,4%) anos de escolaridade de todo o con-tinente português, que apresentavam uma média de idades de 15,46 anos (DP=1,80), 53,9% do género feminino.

medidas e variáveis

Para concretizar os objetivos estabelecidos para este estudo utili-zou-se a escala de recursos internos do Healthy Kids Resilience

Assess-ment Module (HKRAM) adaptada à população portuguesa por Martins

(2005). Esta escala apresenta seis subescalas (Empatia, Consciência de si, Resolução de Problemas, Autoeficácia, Comunicação e Cooperação, e Objetivos e Aspirações), apresentando um total de 18 itens (3 itens para cada subescala) a serem respondidos numa escala de Likert de 5 pontos

(5)

Análise de dados

Os dados foram analisados usando o SPSS versão 24 para Windows. Para analisar a relação entre os vários fatores que compõem a escala de recursos internos associados à resiliência conduziu-se uma correlação bivariada de Pearson. A análise da relação entre os vários recursos asso-ciados à resiliência, o género e a idade foi realizada através de um con-junto de análises de variância com dois fatores (género e grupo etário). Para a obtenção de cada um dos recursos associados à resiliência foram somados os itens correspondentes a cada um destes fatores, tendo esta operação sido precedida de uma análise da consistência interna dos fa-tores. Os valores do alfa de Cronbach variaram entre ,72 (Comunicação e Cooperação) e ,89 (Resolução de Problemas e Consciência de si). Os dois grupos etários (mais novos, M=13,8±0,5; mais velhos, M=16,8±1,3) foram obtidos através do procedimento visual binning (1 ponto de cor-te, dois grupos iguais).

Resultados

A análise das correlações entre os vários recursos associados à resi-liência revela que todos eles apresentam correlações positivas (p<0,001) e significativas entre si (ver Tabela 1). A correlação mais forte verificou-se entre a Consciência de si e os Objetivos e Aspirações futuras (r=0,71). Destacam-se também neste campo as correlações entre a Empatia e a Comunicação e Cooperação (r=0,65), entre a Consciência de si e a Au-toeficácia, a Consciência de si e a Comunicação e Cooperação, a Auto-eficácia e a Resolução de Problemas (r=0,64 para as três correlações), e a Autoeficácia e a Comunicação e Cooperação (r=0,62). Os recursos que apresentaram a correlação menos forte entre si foram a Resolução de Problemas e Objetivos e Aspirações futuras (r=0,42).

(6)

Tabela 1 - Correlações entre os vários fatores associados à resiliência Empatia Consciência de si Resolução de Problemas Autoeficácia Comunicação e Cooperação Objetivos e Aspirações Empatia 1 Consciência de si ,48*** 1 Resolução de Problemas ,55*** ,52*** 1 Autoeficácia ,49*** ,64*** ,64*** 1 Comunicação e Cooperação ,65*** ,64*** ,57*** ,62*** 1 Objetivos e Aspirações ,50*** ,71*** ,42*** ,48*** ,57*** 1 *** p=.000

A análise da relação entre os recursos associados à resiliência, o gé-nero e a idade revelou um conjunto de efeitos significativos do gégé-nero e do grupo etário bem como algumas interações significativas entre estes dois fatores. A tabela 2 apresenta as médias e desvio padrão para cada um dos grupos em estudo.

Tabela 2 - Médias e desvio padrão dos recursos associados à resiliência por género e grupo etário

Fator Género/Grupo etário Média padrãoDesvio Mínimo Máximo N

Empatia Masculino 11,02 2,88 3 15 1982 Feminino 11,97 2,36 3 15 2454 Mais novos 11,42 2,84 3 15 1857 Mais velhos 11,64 2,49 3 15 2579 Consciência de si Masculino 12,06 2,94 3 15 1973 Feminino 11,95 2,63 3 15 2443 Mais novos 11,98 2,93 3 15 1854 Mais velhos 12,00 2,65 3 15 2562

(7)

Fator Género/Grupo etário Média Desvio

padrão Mínimo Máximo N Resolução de Problemas Masculino 10,74 3,38 3 15 1983

Feminino 11,18 3,06 3 15 2436 Mais novos 11,07 3,37 3 15 1853 Mais velhos 10,93 3,10 3 15 2566 Autoeficácia Masculino 11,28 2,87 3 15 1870 Feminino 10,93 2,46 3 15 2356 Mais novos 11,06 2,89 3 15 1746 Mais velhos 11,11 2,48 3 15 2480 Comunicação e Cooperação Masculino 11,60 2,64 3 15 1977

Feminino 11,72 2,29 3 15 2441

Mais novos 11,65 2,64 3 15 1848 Mais velhos 11,68 2,30 3 15 2570 Objetivos e Aspirações Masculino 12,27 2,95 3 15 1961

Feminino 12,81 2,48 3 15 2440

Mais novos 12,27 2,95 3 15 1846 Mais velhos 12,79 2,50 3 15 2555 No que diz respeito à Empatia verificou-se um efeito significativo do género, F(1, 4435) = 114,07, p<0,001, e do grupo etário, F(1, 4435) = 6,95, p=0,008, sendo este no entanto pequeno em ambos os casos 2=0,03, para o género e η2=0,00 para o grupo etário). Tal como é

pos-sível verificar na tabela 2, as médias obtidas no fator Empatia para os rapazes são inferiores às das meninas, bem como as médias dos adoles-centes mais novos comparativamente com os adolesadoles-centes mais velhos. A interação entre o género e o grupo etário não se revelou significativa para este fator, F(1, 4435) = 0,17, p=0,680.

Em relação ao recurso Consciência de si, os efeitos do género, F(1, 4415) = 1,21, p=0,271, e do grupo etário, F(1, 4415) = 0,16, p=0,686, não se revelaram significativos, bem como a interação entre estas variáveis,

F(1, 4415) = 1,69, p=0,193.

Para o fator Resolução de Problemas verificou-se apenas um efei-to significativo, mas pequeno, do género, F(1, 4418) = 23,05, p<0,001,

(8)

η2=0,01. A análise das médias apresentadas na tabela 2 permite verificar

que as meninas apresentam valores mais elevados de Resolução de Pro-blemas comparativamente com os rapazes. O efeito do grupo etário não se revelou significativo, F(1, 4418) = 1,64, p=0,200. A interação entre o gé-nero e o grupo etário também se revelou significativa, F(1, 4418) = 4,13,

p=0,042, η2=0,00. Neste caso foi possível verificar (ver Figura 1 – Gráfico

Resolução de Problemas) que a diferença entre rapazes e meninas na Re-solução de Problemas é maior entre os adolescentes mais novos, verifi-cando-se uma diminuição desta diferença nos adolescentes mais velhos mediante uma diminuição expressiva da média nas meninas mais velhas e um pequeno aumento da média nos rapazes mais velhos.

Figura 1 - Gráfico Resolução de Problemas entre os fatores associados à resiliência, o género e o grupo etário

(9)

A Autoeficácia, tal como a Resolução de Problemas, apresentou um efeito significativo do género, F(1, 4225) = 13,69, p<0 ,001, η2=0,03,

um efeito não significativo do grupo etário, F(1, 4225) = 1,03, p=0,311, e uma interação significativa entre o género e o grupo etário, F(1, 4418) = 4,13, p=0,004, η2=0,00. Relativamente ao efeito do género, a análise das

médias apresentadas na tabela 2 permite verificar que os rapazes apre-sentam níveis mais elevados de Autoeficácia comparativamente com as meninas. No que diz respeito à interação entre o género e o grupo etá-rio, a análise da Figura 1 (Gráfico Autoeficácia) mostra um padrão oposto ao da Resolução de Problemas, no qual os adolescentes mais novos, de ambos os géneros, apresentam valores de Autoeficácia muito similares que por sua vez se tornam significativamente diferentes nos adolescen-tes mais velhos, neste caso através de uma subida significativa da média deste recurso nos rapazes e uma descida da média nas meninas.

Para a Comunicação e Cooperação, os efeitos do género, F(1, 4417) = 3,69, p=0,055, e do grupo etário, F(1, 4417) = 0,32, p=0,574, não se revelaram significativos. A análise de variância mostrou, no entanto, uma interação significativa entre o género e o grupo etário, F(1, 4417) = 4,06, p=0,044, η2=0,00. O padrão da interação obtida para este recurso

é similar ao obtido na Resolução de Problemas, embora apresente uma maior simetria entre a diminuição da média nas meninas mais velhas e o aumento da mesma nos rapazes mais velhos (no entanto, ambas não significativas).

Finalmente para os Objetivos e Aspirações futuras verificou-se um padrão similar ao obtido para a Empatia, obtendo-se efeitos significati-vos do género, F(1, 4400) = 40,53, p<0,001, e do grupo etário, F(1, 4400) = 38,66, p<0,001, (mas pequenos em ambos os casos, η2=0,01). Tal como

é possível verificar na tabela 2, as médias obtidas para os Objetivos e As-pirações são mais elevadas para as meninas e para os adolescentes mais velhos. A interação entre o género e a idade não se revelou significativa para este recurso, F(1, 4400) = 0,32, p=0,571.

discussão

Os resultados obtidos neste estudo revelam uma correlação mo-derada a forte entre todos os recursos associados à resiliência

(10)

estuda-dos, tal como mencionado por Hobfoll et al. (2015), salientando o efeito cumulativo da proteção. Interessante notar neste campo a relação entre o autoconhecimento e um conjunto de outros recursos como os obje-tivos e aspirações futuras, a comunicação e cooperação, a autoeficácia, ou ainda desta última com a resolução de problemas.

Como foi possível verificar pelas médias obtidas, todos os grupos em estudo apresentam valores médios-altos dos recursos estudados, o que se apresenta como um resultado positivo tendo em atenção a investigação nesta área (Masten & Tellegen, 2015; Simões et al., 2015). Verificaram-se, no entanto, diferenças entre rapazes (valores mais ele-vados na autoeficácia) e meninas (valores mais eleele-vados na empatia, resolução de problemas e nos objetivos e aspirações), e entre adoles-centes mais novos e mais velhos na empatia e nos objetivos e aspira-ções (valores mais elevados nos adolescentes mais velhos). A análise das interações entre género e grupo etário permitiu encontrar 3 diferentes padrões: 1) diferenças entre ambos os géneros (meninas com médias mais elevadas) que se mantêm ao longo da adolescência (verificado na empatia e nos objetivos e aspirações), mas com aumento para ambos os géneros (significativo nos objetivos e aspirações); 2) valores similares nos adolescentes mais novos (verificado na consciência de si e na auto-eficácia) divergindo ao longo da adolescência (através de um aumento dos valores nos rapazes, significativo no caso da autoeficácia, e diminui-ção nas meninas); 3) valores divergentes nos adolescentes mais novos (verificado no caso da resolução de problemas e comunicação e coope-ração) convergindo ao longo da adolescência (através de um aumento dos valores nos rapazes e diminuição significativa nas meninas no caso da resolução de problemas).

As análises realizadas permitiram ainda verificar que, apesar das meninas apresentarem médias mais elevadas em quatro dos seis recur-sos estudados (significativas nos três fatores mencionados acima), há uma tendência para uma diminuição ao longo da adolescência em qua-tro dos seis recursos (significativa na resolução de problemas). Tendo em atenção que os recursos associados à resiliência se vão adquirindo ao longo da vida (Hobfoll et al., 2015), este poderá ser um resultado a ter em conta em estudos futuros e no planeamento de intervenções que contemplem as necessidades específicas dos adolescentes.

(11)

O estudo HBSC tem algumas limitações relacionadas com ser de autoreporte e ter um desenho transversal. Tem, no entanto, a vantagem de ser um estudo em larga escala, com uma metodologia rigorosa que permite comparar resultados em cada série e posteriormente e nos vá-rios países incluídos.

Conclusões

A compreensão do processo de resiliência em ambos os géneros, bem como da sua expressão longo da adolescência, é extremamente importante para o desenvolvimento de boas práticas no campo da pro-moção do bem-estar e da saúde mental (Hirani, Lasiuk, & Hegadoren, 2016). Os resultados mostram que, de um modo geral, os adolescentes portugueses apresentam competências de resiliência com potencial para os ajudar a fazer face aos desafios inerentes a esta etapa. É, no en-tanto, necessário ter em atenção que grupos mais vulneráveis, expostos a múltiplos riscos, poderão ter mais dificuldades em cumprir as expeta-tivas normaexpeta-tivas pelo que o desenvolvimento e implementação de pro-gramas universais de resiliência em contexto escolar constituirão uma mais valia para todos os adolescentes e em particular para aqueles para quem a resiliência é uma necessidade premente.

Agradecimento: Anabela Santos é apoiada pela Bolsa FCT (SFRH/ BD/126304/2016). Lúcia Canha é apoiada pela Bolsa FCT (SFRH/BPD/117639/2016).

Referências

Hirani, S., Lasiuk, G., & Hegadoren, K. (2016). The intersection of gender and resil-ience. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, 23(6-7), 455-467. doi: 10.1111/ jpm.12313

Hobfoll, S. E., Stevens, N. R., & Zalta, A. K. (2015). Expanding the Science of Resilience: Conserving Resources in the Aid of Adaptation. Psychological Inquiry, 26(2), 174-180. doi: 10.1080/1047840x.2015.1002377

Inchley, J., Currie, D., Young, T., Samdal, O., Torsheim, T., Augustson, L., . . . Barnekow, V. (2016). Growing up unequal: gender and socioeconomic differences in young people’s

health and well-being. Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) study: interna-tional report from the 2013/2014 survey. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe.

(12)

risco/resiliên-cia e desenvolvimento. Tese de Doutoramento, Universidade do Algarve.

Masten, A. S. (2018). Resilience Theory and Research on Children and Families: Past, Present, and Promise. Journal of Family Theory & Review, 10(1), 12-31. doi: 10.1111/ jftr.12255.

Masten, A.S., & Tellegen, A. (2012). Resilience in developmental psychopathology: con-tributions of the Project Competence Longitudinal Study. Development and

Psycho-pathology, 24(2), 345-361. doi: 10.1017/s095457941200003x.

Matos, M.G., & Equipa Aventura Social. (2018). A saúde dos adolescentes após a recessão

- Dados nacionais do estudo HBSC de 2018. Lisboa: Equipa Aventura Social. Faculdade

de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa.

Roberts, C., Freeman, J., Samdal, O., Schnohr, C.W., de Looze, M.E., Nic Gabhainn, S.,... International, H.S.G. (2009). The Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) study: methodological developments and current tensions. Int J Public Health, 54

Suppl 2, 140-150. doi: 10.1007/s00038-009-5405-9.

Simões, C., Matos, M.G., & Morgan, A. (2015). Facing the Adversity: the Role of Inter-nal Assets on Well-Being in Adolescents with Special Needs. The Spanish JourInter-nal of

Imagem

Tabela 2 - Médias e desvio padrão dos recursos associados à resiliência por género e  grupo etário
Figura 1 - Gráfico Resolução de Problemas entre os fatores associados à resiliência, o género e o grupo etário

Referências

Documentos relacionados

Quando os Cristais são colocados a menos de 20 cm do nosso corpo, com uma intenção real, eles começam a detectar o que está a mais no físico, no emocional, no mental e no

Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na Mata Ciliar do Córrego 3 da Mata do Engenho Buranhém, no município de Sirinhaém, Pernambuco, em ordem decrescente de VI, em

− Situação das ações, pois estas devem ser registradas em planos de ação, que vão conter data de abertura do registro, responsável pela ação e prazo para solução do problema,

As espécies predominantes (mais freqüentes, constantes e dominantes) foram Anastrepha obliqua (Macquart) em Campos dos Goytacazes e São Francisco do Itabapoana, Anastrepha fraterculus

Acreditamos que o estágio supervisionado na formação de professores é uma oportunidade de reflexão sobre a prática docente, pois os estudantes têm contato

Para a análise de dados optou-se por utilizar a escala de Likert nos questionários para medir o grau de inovação das empresas, sendo que: a pontuação 1,0 é

Língua Não foi declarada nenhuma língua para este site.. Dublin Core Esta página não tira vantagens do

In magenta we have the solar case (Model D), as expected for Models B and C, we have an excess of free electrons due to the high metallicity that they present, on the other hand, it