• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM NOVO OLHAR PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM NOVO OLHAR PARA A FORMAÇÃO DOCENTE"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM NOVO OLHAR PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Maria Dolores dos Santos Vieira Mestra em Educação, Professora do

PARFOR da Universidade Federal do Piauí E-mail: doloresvieiraeduc@hotmail.com Antonia Regina dos Santos Abreu Alves Mestra em Educação, Professora do

PARFOR da Universidade Federal do Piauí E-mail: reginaabreu22@hotmail.com

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta dados de nossa experiência docente enquanto professoras formadoras do Plano Nacional de Formação de Professor da Educação Básica - PARFOR, no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, no Campus Ministro Petrônio Portela em Teresina, na disciplina Ecopedagogia, ministrada no segundo semestre letivo do ano de 2015. Essa empreitada investigativa intencionou responder a seguinte questão: quais vivências relacionadas ao meio ambiente têm sido experimentadas pelas/os professores/as em suas comunidades e como elas/es descrevem-nas à luz da Educação Ambiental?

Sustentamo-nos em autores como: Boff (2009), Morin (2003), Maturama (2005), Gutiérrez (1996) dentre outros/as, e discutimos as questões ambientais pertinentes à relação de sobrevivência da humanidade considerando a sustentabilidade do Planeta Terra. Temos como objetivo: identificar quais vivências relacionadas ao meio ambiente têm sido experimentadas pelas/os professores/as em suas comunidades e como elas/es descrevem-nas à luz da Educação Ambiental a partir da escritura de cartas destinadas ao planeta Terra.

METODOLOGIA

Para a realização desse estudo empreendemos uma metodologia de pesquisa que utilizou a produção de cartas como instrumento de coleta de dados. Como já foi anteriormente anunciada, a produção das cartas foi antecedida pela exibição do vídeo “Carta Escrita no Ano 2070” que trata de uma missiva escrita por

(2)

reconhecimentos de si mesmo como ser humano que vive no planeta e como tal deveria ter o compromisso e a “consciência planetária” (GUTIÉRREZ, 1996, p.3) de cuidar do habitat-mundo. Não se trata aqui, todavia, de uma discussão acerca da Educação Ambiental, mas sobre como ela atravessa essas vivências dos professores/as.

Logo, o caminho metodológico foi pensado e trilhado na direção da abordagem qualitativa, com enfoque no método descritivo analítico, pois compreendemos que a descrição do fenômeno está carregada dos significados que as vivências desses professores/as lhes outorgam, sendo, pois, resultado de uma visão subjetiva que tem como base a percepção desses/as sobre as suas ações no/com o meio ambiente (TRIVIÑOS, 1978).

No que se refere à análise dos dados das cartas empregamos a análise de conteúdo na perspectiva de Bardin (1977). Em conformidade com esse autor realizamos três etapas de análise a citar: a) leitura de todas as cartas; b) exploração das cartas com destaque das categorias eleitas para o estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A própria Carta da Terra (Boff, 2009) foi instrumento potencializador dessa prática e encontrou respaldo nas memórias da maioria das professoras que mais experientes se declararam adeptas desse gênero textual, aspecto que positivou ainda mais a atividade, pois tratou de um fazer ao qual elas/es já tinham intimidade e por isso escrever nesse contexto tornou-se um ato prazeroso no qual a turma se derramou em essência humana fazendo o seu “alarme ecológico” (BOFF, 2009). Houve dedicação e empenho para a realização desta proposta.

Foi uníssono que todas/os agrediram de algum modo a natureza. Ações que elas/es enquanto educadores/as deveriam combater e exemplificar com boas posturas ecológicas, elas/es protagonizaram, às vezes por um descuido, ou mesmo por considerar a atitude como uma “falha suave”. Não foi nossa intenção tecer uma crítica a esses comportamentos, mas refletir a partir deles sobre a situação em se

(3)

encontra hoje o planeta Terra e sobre como nós seres humanos temos contribuído para cada vez termos uma realidade que se não for freada comprometerá a vida.

A seguir, apresentamos trechos das cartas escritas pelos/as alunos/as do PARFOR do Curso de Pedagogia, Bloco VIII, do Campus Ministro Petrônio Portela, em Teresina-PI/2015. Ao descreverem atitudes-compromissos com o Planeta Terra, Percebemos que todos/as acenam para a esperança de uma nova consciência ecológica:

Quero fazer uma aliança com você planeta Terra, comprometendo-me em cuidar melhor de você, mudando os meus valores, vivendo com responsabilidade, reconhecendo que as minhas atitudes poderão influenciar as atitudes dos que me rodeiam e assim contribuir para a sua reabilitação. (Professora Pantanal).

Prometo mudar as minhas atitudes em relação ao modo como utilizo os bens da natureza, revendo atitudes impensadas e passando a ajudar a conscientizar aqueles que ainda não enxergam o quanto você é maravilhoso e possam fazer também, a sua parte, para que juntos possamos curar as suas dores e quem sabe você volte a nos agradar com a sua beleza. (Amazônia).

Eu prometo planeta Terra que a partir de hoje eu vou fazer de tudo para que você possa ter água em abundância, vou plantar bastantes árvores para que possa respirar um ar saudável e nunca mais irei fazer queimadas e nem jogar lixo nas ruas, vou fazer de você o mais lindo dos planetas. (Serra da Capivara).

Eu me comprometo em mudar, vou plantar árvores, vou utilizar a água com mais racionalidade, procurando desperdiçar menos, mas o meu compromisso mais importante será o de conscientizar os meus alunos, tentar levar esse debate para a minha comunidade e através dele conseguir construir novas posturas ecológicas capazes de mudanças positivas para a conservação do meio ambiente. (Parque das sete cidades).

Quero firmar um compromisso com você planeta Terra: fazer tudo diferente daquilo que eu vinha fazendo até aqui, no que se refere ao modo como eu encarava o meio ambiente, não prestava muita atenção às coisas da natureza, interessante que nada que eu escutei ou foi discutido é novo, mas na sala de aula, colocadas desse jeito me fizeram pensar sobre como eu tenho agido e vejo que pequenas ações feitas por muitas pessoas podem mudar o mundo, vou começar local. (Floresta dos Palmares).

Nesse juízo, Maturama (2005) consolida essas ideias ao afirmar que é preciso educar para o resgate de um conviver harmônico com a natureza no qual não haja a exploração, a destruição ou o abuso da natureza. Educar de maneira que o conhecimento não seja usado para dominar o universo, mas para desejá-lo conhecer.

(4)

sua educação e o investimento na educação das crianças sob os seus cuidados, pois se conseguirmos educar as novas gerações nesses princípios terá a garantia de um mundo mais ameno em intempéries naturais ou produzidas pelas mazelas sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta investigação inicialmente fizemos a exploração da temática da Educação Ambiental, tendo em vista a sua importância e o seu alcance na formação de professoras/es, na perspectiva da Educação Planetária (MORIN, 2003). Pelas informações mapeadas nas cartas e pelas interpretações a que elas nos levaram, as vivências desses professores/as vêm carregadas de agressões e maus-tratos ao meio ambiente e isso ocorre, especialmente, pela ausência de um conhecimento que possibilite a esses/as desconstruir velhas concepções e conceitos a respeito da inesgotabilidade do planeta Terra e da importância das ações individuais e em dimensões locais.

Na análise realizada verificamos uma urgência do grupo pesquisado em assumir novas posturas, mas sem uma visão do que é possível realizar no seu lugar e como parte do cosmo. Esse distanciamento ente a pessoa e o mundo alerta-nos para dificuldades na emancipação ambiental desses interlocutores/as. Julgamos ser imprescindível o reconhecimento de cada um/a como parte indivisível do todo, pois advogamos o sentimento de pertença estimula atitudes de conservação da natureza.

Encerramos esse trabalho com a certeza de sua incompletude e reconhecendo as lacunas que deixamos. Não há como esgotar as perspectivas ambientais na proporção que o planeta se transforma e com isso impele a humanidade a mudanças. Registramos, pois, o nosso maior desejo nesse estudo: que ele seja caminho aberto para muitas, diversas, outras, tantas e cada vez mais comprometidas itinerâncias investigativas e de formação docente em Educação Ambiental.

(5)

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Paris: Universidade de France, 1997.

BOFF, L. Ethos mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Rio de Janeiro: Record, 2009.

GUTIÉRREZ, Francisco. Ciudadania planetaria. Heredia, mimeo, 1996.

MATURAMA, R. H. Emoções e linguagem na educação e na política. 4. reimpres. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005.

TRIVINÕS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. A pesquisa Qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1990.

Referências

Documentos relacionados

[r]

quantificar os benefícios para efeito de remunerar o seu gerador. A aprovação da idéia e a autorização para sua implementação dependem da alta administração,

Rabaioli, Yann Ferreira Rodrigues Souza, Regina Célia Alegro. Após relato do Prof.. composição do Colegiado do Curso de Biomedicina. Após relato da Profa.

Estudos indicam que o consumo de cafeína durante a gravidez pode ser prejudicial para o feto, porém os. cientistas garantem que os males só aparecem se o consumo

This study was designed to investigate the relationship between ADRs and kinetics of cisplatin excretion in the urine of patients undergoing high-dose cisplatin chemotherapy

Além disso, foi apresentado que através das lentes da visão sistêmica, pode-se fazer um trabalho efetivo e inclusivo, que potencializará a aprendizagem dos alunos e o

Na construção do paradigma do modo psicossocial no tocante à concepção do ‘objeto’ e dos ‘meios’ têm sido fundamentais as contribuições da psicanálise no

Diante do exposto, os esforços para essa sustentabilidade devem ser praticados não só pelas empresas, cabendo à sociedade a consciência e a percepção do quanto