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Deus misericors na tragicomédia Iosephus do P. Luís da Cruz, S.J.

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Deus misericors

na tragicomédia Iosephus

do P. Luís da Cruz, S.J.

Para tema da sua última conferência, proferida em tempo de

Quaresma, o saudoso reitor da Universidade Católica Portuguesa,

Prof. Doutor Manuel Isidro Alves, havia de escolher o tema da

mise-ricórdia. E um dos seus últimos actos eclesiásticos foi administrar

o sacramento da penitência. Coincidência ou não, a viagem do

Sumo Pontífice, o Papa João Paulo II, à Polónia também decorreu

sob o lema de «Deus rico em Misericórdia». A única esperança p a r a

o homem contemporâneo, desorientado face à experiência de várias

formas do mal, como proclamou o Sumo Pontífice, reside na

mise-ricórdia divina, na confiança absoluta em Deus. E este o caminho

para a paz.

A semelhante apelo foi chamada a Companhia de Jesus, no

séc. XVI. Na contemplação da Encarnação, no primeiro dia da

segunda semana dos Exercícios Espirituais, podemos sentir esta

mesma visão universalista: o Pai, o Filho e o Divino Espírito Santo

contemplam a face da terra, cheia de homens, que se precipitam

nas chamas infernais. Misericordioso, Deus vai redimir o género

humano, enviando-lhe o seu filho, que vai incarnar no seio da

Santíssima Virgem.

Está presente a exigência da propagação da fé, o ardor da

mis-sionação. Na meditação das duas bandeiras, que corresponde ao

1 Esta visita decorreu de 16 a 19 de Agosto de 2002.

(2)

quarto dia da segunda semana, há um apelo muito forte para esta

urgência: «considerar como o Senhor de todo o mundo escolhe

tantas pessoas: apóstolos, discípulos, etc., e os envia por todo o

mundo a espalhar a sua sagrada doutrina por todos os estados e

condições de pessoas»

2

.

Para Inácio de Loiola, «o fim da Companhia e dos estudos

é a j u d a r o próximo a conhecer e a m a r a Deus, e a salvar a sua

alma»

3

. A meta suprema é conseguir a Bem-aventurança, a

salva-ção eterna

4

. Para Ele convergem todos os saberes; d' Ele dimana

toda a acção

5

. A luz deste princípio fundacional, consagrado nas

Constituições da Companhia de Jesus, havemos de discernir outra

faceta não menos importante: a atitude interventora

6

da

Compa-nhia de Jesus privilegiou as representações teatrais. Com efeito, por

esta ocasião, reunia-se, nos Colégios, uma vasta plateia, oriunda

de diferentes estratos sociais. Entre o vasto repertório jesuítico,

elegemos a tragicomédia Iosephus, do P. Luís da Cruz, S. J., que

veio a lume em 1605, n u m a edição feita na cidade francesa de Lião.

Foi representada no Real Colégio das Artes, em Coimbra, muito

provavelmente em 1574.

O castigo do orgulho, da hybris por parte dos deuses, que se

torna desde os Poemas homéricos e designadamente na tragédia

ática do séc. V ,

a

C.

7

, num verdadeiro topos, encontra

represen-tação no Iosephus. Este motivo trágico, que se espraia numa

ampli-ficatio intencional, própria p a r a despertar o páthos, - para o qual

2 INÁCIO DE LOIOLA, Exercícios Espirituais. Trad. do autógrafo espanhol pelo P. Vital Dias Pereira. Porto, 21983, n..° 145, 2..° Ponto, p. 43.

3 Constituições da Companhia de Jesus, anotadas pela Congregação Geral 34

e Normas Complementares aprovadas pela mesma Congregação. Lisboa - Braga, 1997, p. 120, n.u 446.

4 Constituições da Companhia de Jesus... cit., pp. 60 e 61, n."s 156 e 163.

5 Constituições da Companhia de Jesus... cit., pp. 93, 103 e 115, n.us 307, 351 e 418.

6 «Apesar de não ser a expressão amorosa a intenção primeira destas tragédias - que quase podiam chamar-se de intervenção —, a cada passo a intuição natural da psicologia humana se revela e dá lugar à luta de afectos entre as diversas persona-gens» (NAIR DE NAZARÉ CASTRO SOARES, Teatro clássico no séc. XVI. A Castro de António Ferreira. Fontes - Originalidade. Coimbra, 1996, p. 220).

7 E o receio humano de atrair a cólera dos deuses: o homem era castigado por causa da hyhris, do seu orgulho (Cf. ANTÓNIO FREIRE, Conceito de Moira na tragédia grega. Braga, 1969, p.97).

(3)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...]

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concorrem não só os êthê, os caracteres das personagens, mas

a própria elocutio - está ao serviço da utilitas causae, da

mensa-gem essencial do texto dramático (no prólogo e nos Actos I e II).

E urgente afastar o Homem do seu egoísmo e arrogância e

sensibi-lizá-lo para uma mudança de vida: a humildade e o perdão. Esta

atitude, capaz de estimular a catarse, será favorecida pelo empenho

e bafejo dos Anjos: de coração apertado, preocupa-os a hora de

libertação dos seus povos, e S. Miguel anuncia-lhes a vinda próxima

do Salvador

8

.

A tragicocomoedia Iosephus principia com u m prólogo

9

, de

tradição clássica, que apresenta o d r a m a de José do Egipto no

contexto da história da salvação. O mundo afastou-se de Deus

que, na sua misericórdia, se apresta p a r a lhe enviar seu Filho Jesus

Cristo. O percurso terreno havia de afigurar-se semelhante ao do

patriarca José, filho de Jacob.

Num tom majestoso, claramente apelativo, que apóstrofes

CVSTOS AFRIC/E « O nostri chori

Laus p r i m a , certis cuius auspiciis genus Pium, Tonantem debito cultu colit.»

ANJO DA GUARDA DA EUROPA

'O p r i m e i r o louvor do nosso coro, sob tua v e r d a d e i r a auto-ridade, a piedosa raça adora, com merecido culto, o Deus do Universo!' 10

8 Cf. maxime a fala do Anjo da Guarda da Europa, que introduz o prólogo e

apresenta os companheiros da Ásia e da Africa (Pr.1.15, 39, 109-110) e a do Anjo da Guarda da África (Pr.II.81.82).

9 Se bem que, excepção feita à écloga Polycronius, as obras dramáticas de Luís

da Cruz apresentem prólogo, uma reminiscência do teatro greco-latino, v. g., Eurí-pides, Plauto e Terêncio, eram raras as representações jesuíticas que o apresentavam (Cf. FRANÇOIS BERTIEAUX, Le théâtre didactique des Jésuites. Objectifs Pédagogiques et réalisations. Conformité et contradiction avec les préceptes de base. Louvain, 1982,

pp. 56-57). Porém, Miguel Venegas também faz preceder as produções teatrais de um prólogo, se bem que haja uma pequena diferença: enquanto a Achabus e a Absalon o têm incluso no início do Acto I, em Saul Gelboeus ele apresenta-se distinto, antes do Acto I, à maneira de Luís da Cruz.

111 Cf. Pr.II.78-80. Todas as citações da tragicomédia Iosephus são feitas a partir

da nossa edição crítica, policopiada: ANTÓNIO MARIA MARTINS MELO, O P. Luís da Crux, S. J., e a tragicomédia Iosephus. II. Vol.: Edição crítica. Braga, Faculdade

(4)

CVSTOS E U R O P A «O s a c r a m u n d o nascere cadenti hóstia. O sidus affer a u r e u m terris diem»

ANJO DA GUARDA DA EUROPA

'O vítima sagrada, nasce p a r a este m u n d o em d e c a d ê n c i a ! ' " 'O sol, traz esse belo dia às nações!' 12

e interrogações retóricas intensificam, MICHAEL « Cernis illa h o r r e n t i a D u m e t a siluis? Inter u m b r o s u m n e m u s F l u u i u m s o n a n t e m qua m a r e urget in f e r u m Obiecta s a c r a litori?» MIGUEL

'Vês aqueles h o r r e n d o s matagais? O ressoar do rio, entre o u m b r o s o bosque, p o r onde a r r e m e s s a p a r a o m a r feroz os objectos s a g r a d o s lançados à sua m a r g e m ? ' 13

o s A n j o s d a G u a r d a d a E u r o p a , d a Á f r i c a e d a Ásia n a r r a m a o A r c a n j o S . M i g u e l o s c r i m e s q u e a s s o l a m t o d a a t e r r a , a i d o l a t r i a 14 e a s u p e r s t i ç ã o 15. N u m c r e s c e n d o d e i n t e n s i d a d e d i s c u r s i v a , o H o m e m s u r g e e s m a g a d o p o r c r i m e s c o m e t i d o s c o n t r a a s o c i e d a d e (scelus) l 6, c o n t r a si p r ó p r i o ( f l a g i t i a ) 17 e c o n t r a D e u s ( n e f a s ) l8; i m p e r a m o s f a n t a s m a s ( s p e c t r a ) 19 e a v a i d a d e ( u a n i t a s )2 0, o m u n d o e s t á d e c a d e n t e (cadenti) 21. 11 Cf. Pr.II.132. 12 Cf. Pr.II.135. 13 Cf. Pr.1.32-34.

14 Cf. Pr. 1.10-11. Este topos bíblico, recorrente no Génesis, também aparece na

tragédia Sedecias, e. g„ vv. 36-38; 599-600; 717-718. 15 Cf. Pr.II.74. 16 Cf. Pr.1.7. 17 Cf. Pr.1.9. 18 Cf. Pr.1.22. 19 Cf. Pr.II.74. 20 Cf. Pr.1.37. 21 Cf. Pr.II.132.

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DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...]

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A misericórdia de Deus, reiterada pelo Anjo da Guarda da

Europa, enviará o seu Filho, cuja nobre geração ascende à casa

de Abraão:

«Deus est misericors, ipse flectetur malis, H u m a n a quae gens patitur.»

'Deus é misericordioso, ele próprio se comoverá com os males de que a r a ç a h u m a n a padece.' 2 2

Deus, por Sua libérrima vontade, vai enviar o seu Filho, Jesus

Cristo que, por Amor, há-de redimir os Homens com a morte na

cruz - a stultitia erasmiana

23

, evocativa da mensagem de S. Paulo:

«Porque Cristo não me enviou a baptizar, mas a pregar o

Evan-gelho, não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de se não

desvirtuar a Cruz de Cristo. Porque a linguagem da Cruz é loucura

para os que se perdem, e poder de Deus p a r a os que se salvam, isto

é, para nós, pois está escrito: "Destruirei a sabedoria dos sábios e

reprovarei a prudência dos prudentes"»

24

.

Com efeito, a par da fidelidade, a ideia de u m Deus

misericor-dioso é uma constante nos livros sagrados do Antigo Testamento.

Um texto do Êxodo (34.6-7) é apontado como fundamental:

«O Senhor passou em frente dele, e exclamou: Javé! Javé! Deus

mise-ricordioso e clemente, vagaroso em encolerizar-Se, cheio de bondade

e fidelidade, que mantém a Sua graça até à milésima geração...»

Nestes termos se dirigiu Deus a Moisés, no alto do Monte Sinai.

Esta imagem está desde logo presente no Prólogo desta

tragi-comédia, como já vimos acima:

«Ita misereri, et ferre praesidium, Dei est.»

22 Cf. Pr. 1.53. O mesmo sentimento é repetido mais adiante (Cf. Pr.1.97). 23 Uma evocação da figura simbólica do stultus do Elogio da Loucura de

Erasmo (Cf. NAIR DE NAZARÉ CASTRO SOARES, O Príncipe Ideal no séc. XVI e a obra de D. Jerónimo Osório, Coimbra, 1994, p. 432).

24 ICor. 1.17-19. Este apelo a uma sabedoria de ordem supeior, à sabedoria

cristã, que não podia ser confundida com a sabedoria pagã das escolas filosófico-reli-giosas da época, vai retomá-lo na capítulo segundo desta carta aos habitantes da cidade de Corinto. É uma sabedoria que se identifica com Jesus Cristo crucificado: «Julguei não dever saber coisa alguma entre vós a não ser Jesus Cristo, e Este crucificado» (ICor. 2.2).

(6)

'Assim ser misericordioso e p r e s t a r auxílio é tarefa de D e u s . '2 5

N o S e u i n f i n i t o A m o r , E l e h á - d e s o c o r r e r o m u n d o ,

« qui g u b e r n a t h u m a n u m genus, Praesente qui tunc n u m i n e occurret malis Cum nulla fractis rebus a p p a r e t salus. Q u o n d a m sonoris imbribus t e r r a m obruit, Libidinis ut i n c e n d i u m restingueret. I t e r u m fauilla t a r t a r o e r u m p e n s uocat F l a m m a s priores »

'E Ele que governa a r a ç a h u m a n a e com o seu p o d e r e provi-dência há-de a c o r r e r e n t ã o aos males, q u a n d o em situações d e s e s p e r a d a s se n ã o oferecer salvação alguma. Outrora aniquilou a t e r r a com chuvas torrenciais p a r a extinguir o fogo das paixões. E as centelhas que i r r o m p e m do T á r t a r o de novo r e a c e n d e m as antigas c h a m a s . ' 2 6 e p r o v i d e n c i a r a u x í l i o a o j u s t o . A p ó s o s o n h o e m B e t e i , d u r a n t e o d e s c a n s o d a j o r n a d a q u e o h a v i a d e l e v a r a c a s a d o s e u t i o L a b ã o , J a c o b p r o m e t e u a d o r a ç ã o a o D e u s d e A b r a ã o s e E l e o p r o t e g e s s e e l h e v i e s s e a p e r m i t i r o r e g r e s s o e m p a z a o l a r p a t e r n o , o q u e feliz-m e n t e v e i o a a c o n t e c e r :

«Tunc obligaui m e quibus uotis Deo? Dixi c o l e n d u m N u m e n a e t e r n u m mihi. Rem p r o u i d e r e t ipse uestiariam, Alimenta modico p o n e r e t uitae in penu: R e d u c e r e t q u e sospitem in p a t r i u m larem. Dedi haec a b u n d e . Viuo t u r b a liberum Ex inope diues exule effectus pater.»

' E n t ã o eu liguei-me a Deus com que votos? Eu disse que esta divindade e t e r n a devia ser a d o r a d a por mim. Ele m e s m o provi-denciaria o vestuário, colocaria n u m a modesta despensa os alimen-tos p a r a a vida e reconduzir-me-ia são e salvo ao meu lar paterno. Deus deu estas coisas com abundância. Vivo rodeado dos meus numerosos filhos, de pobre exilado t r a n s f o r m a d o em pai rico.' 2 7

25 Cf. Pr.02.97. 26 Cf. Pr.01.41-47. 27 Cf. 1.01.184-190.

(7)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...] 7 1 3

Ao t e s t e m u n h o d e J a c o b , p o d e m o s j u n t a r o d e J o s é , s i n a l d u m a c o n f i a n ç a i n a b a l á v e l e m D e u s . E m s o n h o s s e r e v e l a a P r o v i d ê n c i a :

Tam multa dormienti se mihi offerunt, Ita copulata nempe, dubitandi ut locum Nullum relinquant, quin putem miracula In me futura magna Prouidentiae, Nunquam bonos fallentis o genitor tuae Rogo te m e a r u m firma spes rerum Deus, Nil sit parenti triste, qui tam patria Me caritate diligit propensior, Videatur ut se adspectu solari meo.»

Quantas coisas se me oferecem enquanto durmo! E de tal maneira se conjugam que não me deixam qualquer lugar a dúvi-das sobre as grandes maravilhas da tua Providência, que nunca engana os bons e no futuro se vão operar em mim, ó Criador! Rogo-te, ó Deus, esperança firme da minha vida, que nada seja triste para o meu pai que me ama com mais predilecção, para que ele se veja consolado com a minha presença.' 2 8

Os i r m ã o s c o m e ç a m a o l h á - l o d e s o s l a i o . C o n t u d o , n ã o se i n t i m i d a e, p o r v o n t a d e d o p a i , vai e m d e m a n d a d e n o t í c i a s s u a s . H á j á a l g u m t e m p o q u e se e n t r e g a m a o p a s t o r e i o , p e r t o d e S i q u é m . N o c a m i n h o , J o s é p e r d e - s e n a s s e n d a s t o r t u o s a s d a f l o r e s t a e u m t r a n s e u n t e p r e s t a - l h e a u x í l i o : IOSEPHVS

«Non sine bcneuoli commodum nutu Dei, Tu te obtulisti quisquis es, hominem mihi. Aspreta iussu patris haec lustro mei.

VIATOR

Inuisus illi es? IOS. Imo sum clarissimus. VIATOR

Cur ego solum? IOS. Solus haud est optimi Quem numen ambit, et fauor leuat Dei.»

(8)

J O S É

'Não foi sem a vontade de Deus benevolente que tu, homem, q u e m q u e r que sejas, te apresentaste a mim. Eu p e r c o r r o estes lugares pedregosos p o r o r d e m de m e u pai.

VIANDANTE És indesejado p o r ele?

J O S É

Pelo contrário, sou até muito considerado. VIANDANTE

Por que r a z ã o s o m e n t e eu o sou? J O S É

Muito bem! N ã o está sozinho aquele a q u e m o poder de Deus a c o m p a n h a e o seu auxílio consola.' 2 9

M a i s t a r d e , n e m m e s m o o s u p l í c i o d a c i s t e r n a f a z v a c i l a r J o s é n a c o n f i a n ç a q u e d e p o s i t a n o s e u D e u s :

«Est m a g n a Simeon, n e m i n e m feret sui M e m o r e m perire, nemini roganti opem, Facilem negabit t e n d e r e e caelo manum.»

'Preocupa-se muito, Simeão. Ele não permitirá que pereça q u e m se l e m b r a d'Ele, a n i n g u é m n e g a r á auxílio e nem deixará de estender lá do céu a sua m ã o favorável.' 3 0

A p a r d a i m a g e m d e u m D e u s c o m p a d e c i d o c o m o s m a l e s h u m a n o s , m i s e r i c o r d i o s o , q u e «se a p e g o u c o m a m o r » a o s e u P o v o

(Deut. 1 0 . 1 5 ) , s u r g e a v i s ã o a g o s t i n i a n a d e D e u s q u e e n v i a o f l a g e l o

d a f o m e - e m s u m a , o c a s t i g o - p o r c a u s a d a i n g r a t i d ã o : JACOB

«Iuste laborat orbis, et tanto maio

Aegrescit aeque. Q u a n d o f u n d e n t e m Deum Omnia, recusat noscere, n e g a n t e m omnia Fortasse noscet. Quippe meliores sumus, Cum durioris a r m a sentimus Dei. I n g r a t a gens m o r t a l i u m t a n q u a m sues

29 Cf. 1.05.395-400. 30 Cf. 1.05.1218-1220.

(9)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...]

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Querceta pascit, et oculos n u n q u a m leuat, Vt cernat illum, qui m a n u glandes solo Spargit, datosque largus impertit cibos. Cum laetus a n n u s parturit fruges, p u t a n t Temere uenire, nec Deo grates agunt. Tellus fatiscat arida, et fruges, neget, Credant ut esse n u m e n a e t e r n u m , f a m e Quod punit ob agri copiam, oblitos sui. Te magne domitor orbis at supplex rogo, Mihi meisque consulas, et q u a m puer, Quam uir salutem s e m p e r inueni, senex Tanto in labore rebus inueniam meis.»

JACOB

'O m u n d o sofre j u s t a m e n t e e, com t a m a n h a desgraça, vai igualmente adoecendo. Já que recusa c o n h e c e r Deus que tudo lhe dá, talvez o r e c o n h e ç a se Ele lho negar. E que somos melhores, q u a n d o sentimos as a r m a s d u m Deus mais severo. A r a ç a ingrata dos mortais assemelha-se a u m a vara de porcos que c o m e bolotas e n u n c a levanta os olhos p a r a ver aquele que c o m a m ã o as espalha pelo c h ã o e lhes d á com largueza o alimento. Q u a n d o u m ano fértil p r o d u z boas colheitas, j u l g a m que vêm por acaso e não a g r a d e c e m a Deus. Se a terra árida se c a n s a r e n e g a r colheitas, hão-de j u l g a r que é Deus eterno que os p u n e com a fome p o r causa d a a b u n d â n c i a do campo, a eles que se e s q u e c e r a m d'Ele. Porém, suplicante te rogo, ó g r a n d e S e n h o r do m u n d o , que cuides de m i m e dos meus, e assim c o m o eu q u a n d o m e n i n o e q u a n d o j á adulto s e m p r e encontrei a salvação, eu a encontre t a m b é m a g o r a n a velhice, p a r a os m e u s haveres, no meio de tanto sofrimento.' 3 1

Na boca de Jacob, a fome surge como um sinal claro dos

cami-nhos transviados que o H o m e m percorre, ao eleger, como seu

senhor, a fragilidade dos ídolos de madeira:

«Afflictus orbis csurit iuste, quia Vitae d a t o r e m non colit, ritu impio Sed m u t a ligna adorat, et in aris locat.»

'O m u n d o aflito passa fome com razão, p o r q u e não a d o r a o d a d o r da vida; mas, c o m seus ritos sacrílegos, a d o r a objectos silenciosos de m a d e i r a e coloca-os nos altares.' 3 2

" Cf. IV.01. 2527-2544.

(10)

A punição de Deus é universal; quer o justo, quer o pecador

sofrem as consequências do seu exercício:

BENIAMINUS E r g o m e t u e n d a bella d u m uindex mouet, Nos quoque periclitamur, innocuae diu Pietatis, et si studia s e m p e r exules Exerceamus. Sola m a i o r u m d o m u s Veri t u o r u m numinis n o m e n colit. At nos eadem, qua impii p e r e u n t fame, Perimus etiam; sterilis o m n i n o negat Alimenta tellus. Frugibus homines carent: I u m e n t a pastu: Pabulo nostri greges.»

BENJAMIM

Portanto, e n q u a n t o o vingador move g u e r r a s temíveis, nós t a m b é m estamos em perigo, e m b o r a , exilados, nos esforcemos s e m p r e p o r p ô r em prática u m a piedade inócua. Só a casa dos teus a n t e p a s s a d o s a d o r a o n o m e do verdadeiro Deus. Mas nós t a m b é m p e r e c e m o s c o m a m e s m a fome que p e r e c e m os ímpios: t a m b é m a nós a t e r r a estéril nega totalmente os alimentos. Os h o m e n s c a r e c e m de cereais, os j u m e n t o s de pasto e os reba-nhos de pastagens.' 3 3

Num claro aceno à imagem da luta constante dos atletas, as

adversidades, p a r a os bons, são u m a ocasião de perseverança, de

exercício na fortitudo, u m a das virtudes cardeais dos estóicos,

justa-mente virtudes da vida activa. Como o sabor da água do mar que

não muda, apesar da quantidade de água que jorra dos céus e dos

rios que nele desaguam, assim o homem bom necessita deste

exer-cício, sem nada temer (Séneca, De prouidentia II). A felicidade

conquista-se com esforço, com ascese, à maneira do sábio estóico,

que Jacob encarna

34

. A virtude de José também contempla duas

vertentes: o esforço ou ascese e a providência divina, como admite

Aristóteles

35

.

33 Cf. IV.01. 2518-2526.

34 Para Aristóteles (Ética a Nicómaco, 1099 b 9-10), a virtude pode adquirir-se

pelo estudo, pelo hábito e pelo exercício.

(11)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...] 7 1 7

Atitude idêntica perante a adversidade nos comunica

Aristó-teles, na Ética a Nicómaco (1101a 1-2). No plano geral da virtude,

ela adquire-se com o exercício, como as artes (Ibiã., 1103a 31-32);

contudo, o excesso ou a míngua de exercício destroem a sophrosyne

(«temperantia») e a andreia («fortitudo»), apenas o meio termo as

conserva (Ibid., 1104a 24-25).

As palavras de Benjamim evocam o Deus castigador do

Deute-ronómio (10.17-18), o «Deus supremo, poderoso e temível», que

«faz justiça». Este entendimento, que prevalece no Antigo

Testa-mento e é retomado pelo augustianismo, reaparece no Coro do

canto IV. Não obstante, Jacob jamais duvidará da clemência divina.

O Iosephus é uma narrativa bíblica do Antigo Testamento. Por

isso, no respeito pela fidelidade do tempo histórico, tem que haver

a expressão do respectivo pensamento teológico, que serviu de

âncora ao movimento da Reforma. Porém, a Contra Reforma, que

recebeu o abnegado impulso de Jesuítas e Carmelitas, fixa o seu

olhar na imitação de Jesus Cristo, que morre na cruz p a r a salvação

da humanidade - Deus misericordioso. E a lição do perdão, com

amor, transmitida pela Nova Aliança e consagrada no Novo

Testa-mento que se quer fazer vida. Filhos de Deus em Jesus Cristo, o

fundamento ético da nova relação é o amor, a caritas fraternal.

De raiz pauliniana, ganha forma o cristocentrismo, tão ao agrado

dos humanistas.

Manifesta-se, deste modo, a Providência divina, cuja justiça

nunca falha na recompensa à virtude e na punição do crime.

As palavras de José, o eleito de Deus, são um vaticínio desta

infali-bilidade:

«Si taceat orbis, non tacebit conditor Huiusce molis»

'Se o m u n d o se calar, não se há-de calar o c r i a d o r deste imenso orbe' 3 6.

No sonho, o feixe mais elevado de José elege-o como o

prefe-rido de Deus. Esta predilecção, contudo, não é predestinação

atra-vés de influição de graça agostiniana; ela deve-se antes ao mérito,

pela virtude, como se verá. Há aqui uma concepção tomista que se

(12)

sobrepõe a qualquer determinismo de raiz agostiniana. Não será

demais sublinhar que José, a p a r do seu irmão mais novo,

Benja-mim, são os únicos filhos legítimos.

A mesma ideia é retomada pelo irmão mais velho, Rúben,

quando os outros haviam decidido matá-lo,

«Tanto facinori testis est p r a e s e n s Deus. Et ultor idem, n u n c uel olim, g r a n d i o r Cum p o e n a surget a e q u a parricidio.'

'Deus é t e s t e m u n h a presente a t a m a n h o crime. E surgirá, a g o r a ou mais tarde, u m vingador maior, com u m castigo igual ao parricidio.' 3 7

e pelo mesmo José quando, já Administrador do Egipto, e sem ser

reconhecido, recebe os seus que ali procuravam cereais para

sus-tento da família:

«O qui m e a r u m s e m p e r habuisti pater Colende r e r u m c u r a m , et ingenti meos Ambage f r a t r e s detulisti,...

Quo discant t a m e n

Meminisse facti sceleris ultorem Deum, E x e r c e a n t u r p a u l u l u m iniecto metu.»

'O v e n e r a n d o pai, que s e m p r e cuidaste das m i n h a s coisas, e c o m g r a n d e s rodeios m e trouxeste os meus irmãos... Contudo, p a r a que eles saibam que Deus não esquece e p u n e o crime, é b o m que eles sejam postos à prova e se lhes incuta u m pouco de medo.' 3 8

Sob os desígnios do Altíssimo, os irmãos de José vão

recor-dar o crime inumano que cometeram. No Egipto, um senhor de

rosto grave e severo, (est in Aegypto graui uultu et seuero rector)

39

- assim designam José na narração que fazem ao Pai - , tratou-os

severamente.

Presos sob a acusação de espiões, solta-os para lhes exigir a

presença de Benjamim. Como garantia, um deles irá permanecer,

37 Cf. 1.08.587-589.

38 Cf. IV.07.2863-2865; 2878-2880. 39 Cf. IV.07.2863-2865; 2878-2880.

(13)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...] 7 1 9 n o E g i p t o , c o m o r e f é m . As p a l a v r a s f u g i d i a s q u e , e n t r e t a n t o , e a m e d o , t r o c a m e n t r e si, t r a n s m i t e m - n o s a t o m a d a d e c o n s c i ê n c i a d o a c t o t r e s l o u c a d o d e o u t r o r a e, s i m u l t a n e a m e n t e , p e s a r e a c o l h i -m e n t o b e n é v o l o d a e x p i a ç ã o p r e s e n t e : DANVS «En p o e n a iusta punit a n t i q u u m scelus.

NEPHTALIM Profecto iusta, nunc reuiuiscit nefas Obliuioso conditum silentio.

RVB

Iustitia p o e n a m q u a m statim scelerit negat, Longum irrogare iusta post t e m p u s solet.»

'Eis a punição justa, pelo antigo crime. NEFTALI

Agora revive o c r i m e escondido pelo olvido do nosso silêncio. RÚBEN

... O castigo que a justiça nega logo após o crime, c o s t u m a infligi-lo passado muito tempo.' 4 0

S i m e ã o , q u e h a v i a s i d o d e t o d o s o m a i s c r u e l , é e n c a r c e r a d o . T a m b é m e l e p e r s c r u t a n o p r e s e n t e a p e n a p a r a o c r i m e d e a n t a n h o :

RVBENVS «Illa in Iosephum belluina i m m a n i t a s Pro se p r e c a n t e m , q u a e superbe reppulit, N u n c a r m a t huius hominis ignoti m a n u m , Et stimulât iram.»

RÚBEN

'Aquela crueldade brutal contra José, que nos suplicava, e que com soberba o repeliu, a r m a a g o r a a m ã o deste h o m e m desconhecido, e estimula-lhe a ira.' 4 1

40 Cf. IV.9.2947-2949; IV.9.2959-2960. 41 Cf. IV.9.2950-2953.

(14)

Destas palavras podemos inferir a presença espiritual de Séneca.

Com efeito, a ira cega e obstinada, fechada à razão, deitou a perder

a felicidade familiar e fragilizou o espírito dos irmãos, em clara

oposição aos peripatéticos (De ira, I).

O Arcanjo S. Miguel, no Prólogo, aponta o exemplo de Deus

que, no presente, castiga os homens por causa dos seus crimes, a

idolatria e a superstição. Atitude idêntica já havia assumido com os

anjos revoltosos, que o Anjo da Guarda da Europa recorda aos

espectadores:

« MICH. Sic eant q u a n d o Deo Laxare m u n d o f r e n a labenti placet. H u m a n a soboles noscat ut m o r t e m suis H a b e r e se sceleribus.

CVSTOS ANGELVS Qui noluere p r a e sua insolentia,

Missi in c a u e r n a s Tartari, poenas luunt.» MIGUEL

'Que continuem, pois a g r a d a a Deus d a r rédea larga ao m u n d o decaído, p a r a que a r a ç a h u m a n a saiba que tem a morte p a r a os seus crimes.

ANJO DA GUARDA DA EUROPA

Aqueles que se r e c u s a r a m (a adorá-Lo) p o r causa da sua insolência f o r a m enviados p a r a as cavernas do Tártaro, onde são castigados. ' 4 2

A terminar o acto IV, o coro reitera a imagem de um Deus

vingador (ultor), que exerce, implacável, a sua justiça,

«Terrarum in gelidis finibus, horridos Qua nix S a u r o m a t a s obruit, Ímproba Aude m e n t e nefas: mox Aquilonibus O r t u m solis adi uela ferentibus: Heu non effugies. Serius, ocius Vindex iustitiae p o e n a fugacibus Sese a e q u a r e solet passibus impii.

(15)

DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...] 721

Magnis p o e n a r e u m n a r i b u s olfacit. Venatura plaga solis ab ultima, P r a e d a m g e m m i f e r a sentit in índia. Iacobi soboles aemula gloriae Fraternae, p u e r u m debilis u n i c u m Patris p r a e s i d i u m uendidit: i m m e m o r Patrati sceleris, nunc rea proditur. Vltorisque Dei cônscia debitum H o r r e t supplicium.»

'Nos confins gelados da terra, p o r onde a neve destrói os eriçados Sármatas, atreve-te a p r a t i c a r o c r i m e com a tua vontade malvada; depois, dirige-te ao nascer do sol, com os ventos desfral-d a n desfral-d o as velas. Ai, não escaparás!

Mais t a r d e ou m a i s cedo, o c a s t i g o v i n g a d o r d a j u s t i ç a costuma alcançar os passos fugitivos do ímpio. O castigo fareja o réu com as suas poderosas narinas, e vai à caça desse réu desde a última praia do sol e descobre a presa n a índia, p r o d u t o r a de pedras preciosas. A descendência de Jacob invejosa da glória fraterna, vendeu o filho que era o único a r r i m o do débil pai. Esque-cida do crime que praticara, agora denuncia-se como ré. E cons-ciente de Deus vingador, sente h o r r o r ao suplício merecido.' 4 3

d e u m D e u s q u e f a v o r e c e o t r i u n f o d a v i r t u d e e d a c a s t i d a d e ,

« N e m o Tyrannidem Exercere uelit m a i o r in infimum: I n f i r m u m q u e potens n e m o superbiae Fastu despiciat: n a m Deus orbita

Versât res h o m i n u m . Q u e m uidet ingredi Elatum, celeri t u r b i n e deicit,

Deiectumque locat saepe sub illius Neglecti império, q u e m grauis antea Vultu terruerat. Tu c a p u t erige Vitae o integritas, néscia deprimi. Si q u a n d o q u e potes ceu ratis Africo C i r c u m u e n t a premi: nubila t ê m p o r a Postquam conciderint, solis ut orbita Surges de mediis splendida nubibus. F r a t r u m liuor edax u e n d e r e b a r b a r i s Iosephum potuit: c r i m e n adulterae Insontem Phariis t r a d e r e uinculis: Sed uirtus p l a c i d u m c u m c a p u t extulit,

43 Cf. IV.9.3128-3143.

(16)

Indignata iugum, clara p e r oppida Coepit liberior currere, flumine Quae Nilus luteo proluit a d u e n a . Et deuecta rotis o m n i a castitas Mentitam docuit saecula f e m i n a m . Quid f l a m m a inuidiae dissociabilis? Atrox ilia sui sanguinis aemula, Quid t a n d e m potuit? Dum reminiscitur Patrati sceleris, supplicium timet.»

'Que n e n h u m , p o r ser maior, queira exercer a tirania sobre o menor; que n e n h u m poderoso despreze o f r a c o através da altivez e do orgulho. N a verdade, Deus vira ao avesso as coisas dos homens. Q u e m ele vê que se eleva p a r a o alto, derruba-o com célere t u r b i l h ã o e, depois de o derrubar, coloca-o muitas vezes sob o império do desprezado, a q u e m antes atemorizara com o rosto severo.

Tu, ó integridade da vida, levanta a cabeça, sem te deixares deprimir. Se a l g u m a vez p u d e r e s ser oprimida, envolvida pelo vento Africo c o m o u m a j a n g a d a , depois de a m a i n a r e m os tempos nebulosos, levantar-te-ás esplêndida do meio das nuvens, como a órbita solar. A inveja d e v o r a d o r a dos irmãos pôde vender José aos b á r b a r o s ; o crime da adúltera pôde atirar com ele, inocente, p a r a os calabouços do Faraó. Mas q u a n d o a virtude indignada com o jugo levantou a sua serena cabeça, c o m e ç o u a c o r r e r através de ilustres cidades mais livremente do que u m rio. Aquilo que o Nilo b a n h o u com a sua corrente lodosa e todas as gerações transpor-t a r a m c o m os seus carros, a castranspor-tidade mostranspor-trou u m a m u l h e r mentirosa. ' 4 4

a v i t ó r i a d o a m o r s o b r e o ó d i o :

«At Iosephe tuis uictor in hostibus, Non exempla ferox edis atrocia Vindictae, sed a m a n s m u n e r a collocas. Vt telis odii pugnet acerbitas,

E x a r m a t u s amor, sed nihil afferat Excepto clypeo non penetrabili. Quo se significat nolle rependere, Damnis d a m n a : pati uelle sed omnia: Donee lux ueniat temporis aurea, Qua u i n c e n d o suos erigat aemulos.»

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DEUS MISERICORS NA T R A G I C O M É D I A I O S E P H U S [...] 723

Mas tu, José, v e n c e d o r e n t r e os t e u s inimigos, n ã o d á s exem-plos de v i n g a n ç a f e r i n a e atroz. E n o a m o r q u e colocas os teus p r e s e n t e s , p a r a que a s e v e r i d a d e lute c o m os d a r d o s do ódio e o a m o r d e s a r m a d o n a d a t r a g a , e x c e p t o o e s c u d o i m p e n e t r á v e l . C o m isso, q u e r m o s t r a r q u e n ã o d e s e j a v i n g a r d a n o s c o m d a n o s , m a s p r e f e r e t u d o sofrer, até c h e g a r a á u r e a luz d o s t e m p o s , c o m a qual, v e n c e n d o , levante os s e u s é m u l o s . ' 4 5

A N T Ó N I O M E L O

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