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Avaliação cardiológica de cachorros-do-mato (Cerdocyon thous, linnaeus 1758) de cativeiro sob contenção farmacológica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

ANA FLÁVIA DELBEN PEREIRA DE ARRUDA

AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA DE CACHORROS-DO-MATO (CERDOCYON THOUS, LINNAEUS 1758) DE CATIVEIRO SOB CONTENÇÃO

FARMACOLÓGICA

UBERLÂNDIA 2018

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ANA FLÁVIA DELBEN PEREIRA DE ARRUDA

AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA DE CACHORROS-DO-MATO (CERDOCYON THOUS, LINNAEUS 1758) DE CATIVEIRO SOB CONTENÇÃO

FARMACOLÓGICA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade Federal de Uberlândia, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Ciências Veterinárias.

Área de Concentração: Saúde Animal

Orientador: Prof. Dr. André Luiz Quagliatto Santos

UBERLÂNDIA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil. A779a

2018

Arruda, Ana Flávia Delben Pereira de, 1985

Avaliação cardiológica de cachorros-do-mato (Cerdocyon Thous, Linnaeus 1758) de cativeiro / Ana Flávia Delben Pereira de Arruda. - 2018.

63 f. : il.

Orientador: André Luiz Quagliatto Santos.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2018.468 Inclui bibliografia.

1. Veterinária - Teses. 2. Canídeo - Teses. 3. Eletrocardiografia veterinária - Teses. 4. Pressão arterial - Teses. I. Santos, André Luiz Quagliatto. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. III. Título.

CDU: 619 Angela Aparecida Vicentini Tzi Tziboy – CRB-6/947

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Dedico este trabalho ao meu pai, que me apoiou em todos os momentos e tornou este sonho possível.

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AGRADECIMENTOS

A realização desta tese de doutorado contou com importantes apoios e incentivos sem os quais não se teria tornado realidade e aos quais estarei eternamente grata.

À Universidade Federal de Uberlândia, que me acolheu desde 2004, no início da minha graduação.

Ao Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias, em especial aos professores que foram essenciais no aprendizado e no incentivo à pesquisa e à secretária Célia Regina Macedo, que sempre me auxiliou muito além das questões burocráticas.

Ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e ao Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) por disporem toda a infraestrutura necessária ao desenvolvimento deste estudo.

Ao professor Prof. Dr. André Luiz Quagliatto Santos, pela orientação, apoio, confiança e acima de tudo pela paciência.

Aos amigos Liliane, Matheus, Suzana, Naia, Gisele, Flávia, Marília e Pablo, companheiros dе trabalho е irmãos nа amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes еm minha vida.

À Professora Vanessa Martins Fayad Milken, por toda colaboração, amizade e por ter sido a primeira pessoa a acreditar em mim, quando nem eu acreditava.

Aos membros da banca examinadora, pelas sugestões e enriquecimento deste estudo. Aos animais do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que trouxeram a sociedade científica informações tão importantes.

A todos quе direta оu indiretamente fizeram parte dа minha formação e deste estudo, о mеu muito obrigada.

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RESUMO

O conhecimento sobre a fisiologia e morfologia cardíaca em canídeos silvestres é limitado, e estas informações são importantes em estudos fisiopatológicos e de conservação destas espécies. Objetivou-se determinar valores para avaliação cardiológica do Cerdocyon thous criado em cativeiro. Este estudo foi feito com 11 Cerdocyon thous criados em cativeiro sob contenção farmacológica de 0,05mg/kg de acepromazina com 3mg/kg de meperidina intramuscular seguido de 3 a 5mg/Kg de propofol intravenoso. Foram realizados os exames ecodopplercardiográfico, eletrocardiográfico, aferição de pressão arterial pelo método doppler e oscilométrico e radiográfico de tórax para determinação de VHS (Vertebral heart size). No geral os valores ecodopplercardiográficos e eletrocardiográficos são próximos aos dos cães domésticos. No entanto, o diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole foi inferior e a fração de ejeção se aproximou mais a de Lobos-guará (Chrysocyon brachyurus) no exame ecodopplercardiográfico. Os valores pressóricos estão de acordo com a literatura para cães domésticos sob efeito farmacológico. A análise subjetiva do tórax também se assemelha mais ao Lobo-guará, com ressalva das alterações que acreditamos ser devido à nutrição. A medida de VHS apresentou valores dentro da referência para cães domésticos, apesar de mais próximos às do Lobo-guará. Os parâmetros encontrados podem ser usados como guia para o Cachorro-do-mato na avaliação da função cardíaca, bem como em outros estudos adicionais em cardiologia de canídeos silvestres.

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ABSTRACT

Knowledge regarding cardiac physiology and morphology in wild canids is limited, and this information is important in pathophysiological and conservational studies from these species. The aim of this study was to obtain values for cardiology parameters of the crab-eating fox kept in captivity. This study was done with 11 Cerdocyon thous raised in captivity under pharmacological containment of intramuscular 0,05 mg/kg acepromazine with 3mg/kg meperidine followed by intravenous 3 to 5mg/kg propofol. The examinations were performed by doppler echocardiography, electrocardiogram, blood pressure measurement using the doppler and oscillometric method, and chest X-ray analysis with calculus of the vertebral heart size (VHS). In general, electrocardiographic and doppler echocardiographic values are closer to domestic dogs. However, the left ventricle internal diameter in diastole was lower and the Ejection Fraction was closer to that from maned wolf (Chrysocyon

brachyurus) in doppler echocardiographic test. Blood pressure values were in agreement with the

literature for anesthetized domestic dogs. The subjective analysis of the thorax also resembles more to the maned wolf, with exception of the changes that we believe to be due to the nutrition. The VHS measure presented values closer to the maned wolf, despite being within the reference for domestic dogs. The cardiology parameters found in this study can be used as specific guide values for this species in the evaluation of cardiac function, as well as in other to additional studies in wild canids cardiology.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS...07

1 INTRODUÇÃO...07 2 REVISÃO DE LITERATURA...09 2.1 CERDOCYON THOUS...09 2.2 PRESSÃO ARTERIAL...10 2.3 ELETROCARDIOGRÁFIA...12 2.4 RADIOGRÁFIA DE TÓRAX...13 2.5 ECOCARDIOGRÁFIA...15 REFERÊNCIAS ...18

CAPÍTULO 2 – PARÂMETROS ECODOPPLERCARDIOGRÁFICOS DO CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS, LINNAEUS 1758) DE CATIVEIRO………...…28

CAPÍTULO 3 – CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA EM CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS, LINNAEUS 1758) CRIADO EM CATIVEIRO…39 ANEXO A – Normas da revista Veterinary Record ... 50

ANEXO B – Normas da revista Pesquisa Veterinária Brasileira ... 55

ANEXO C – Autorização CEUA ... 58

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 INTRODUÇÃO

O cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) é um mamífero da família dos canídeos, amplamente distribuído na América do Sul. O seu habitat é marcado por ambientes florestais, áreas campestres, bordas de florestas e áreas alteradas pelos humanos (MORO-RIOS et al., 2008; RAMÍREZ et al., 2015; GONZALEZ et al., 2016). Não estão disponíveis estimativas precisas do tamanho populacional, no entanto, geralmente são consideradas estáveis. Apesar da estabilidade da espécie, anualmente, centenas de indivíduos são encaminhados para centros de reabilitação e zoológicos, vítimas de caça, matanças e incêndios florestais. (SILVA et al., 2014; LIMA et al., 2016).

Devido às dificuldades associadas ao exame e aplicação de testes diagnósticos em animais silvestres, há pouca informação sobre a prevalência de doenças não infecciosas, particularmente doenças cardiovasculares, em lobos (GUGLIELMINI et al., 2006). No entanto vários autores relatam cardiopatias em canídeos silvestres, como a degeneração da valva mitral em lobos do ártico (GUGLIELMINI et al., 2006), a dirofilariose em lobos-guará (ESTRADA et al., 2009), bloqueio atrioventricular de terceiro grau secundário a trauma torácico em cachorro-do-mato (FERREIRA et al., 2014), alterações da amplitude da onda P em lobos-guará (DIAS et al., 2015) e defeito do septo ventricular em cachorro-do-mato (SOUSA et al., 2016). O uso de tecnicas não invasivas, como as avaliações por imagens, provou ser eficaz nesta espécie (FERREIRA et al., 2014; SILVA et al., 2014; SOUZA et al., 2016).

A eletrocardiografia é um exame complementar utilizado na avaliação cardiovascular na clínica de carnívoros domésticos, com diferentes aplicações, tais como avaliação pré-operatória, na suspeita de distúrbios eletrolíticos e na avaliação de diferentes afecções cardíacas, primárias ou secundárias (PEREIRA NETO et al., 2006; CARVALHO et al., 2009; PASCON et al., 2010).

Exames radiográficos de tórax são de grande importância na clínica médica de pequenos animais, possibilitando a avaliação de diversas estruturas intratorácicas. O método VHS (Vertebral Heart Size) desenvolvido por Buchanan; Bücheler (1995), tem por objetivo auxiliar no diagnóstico de cardiomegalia, por meio da avaliação da silhueta cardíaca em comparação com as vértebras torácicas (LAMB et al., 2001; JEPSEN-GRANT et al., 2013; BODH et al., 2016).

Dentre os diversos métodos de diagnóstico, a radiografia e a ecocardiografia são consideradas ferramentas essenciais na avaliação cardíaca de cães, auxiliando no diagnóstico de várias cardiopatias, além de possibilitarem o estabelecimento do prognóstico e do plano

terapêutico adequado (LAMB et al., 2002; KIENLE E THOMAS, 2005; GUGLIELMINI et

al., 2006; ESTRADA et al., 2009). O exame ecocardiográfico é um método dinâmico, não-invasivo e não-ionizante de avaliação do coração (BOON, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005; REIS et al., 2017). A ecodopplercardiografia permite, por meio da visibilização das câmaras cardíacas, uma avaliação das estruturas internas e da hemodinâmica. Além disso, pelo

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mapeamento de fluxos em cores pela técnica Doppler, é possível identificar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades (BROWN et al., 1991; KIENLE E THOMAS, 2005; MUZZI, 2006; REIS et al., 2017).

Radiograficamente a forma de avaliar quantitativamente o coração é o VHS, porém este apresenta uma variabilidade de seus valores dependendo da raça e do tipo de conformação torácica do animal (BUCHANAN E BÜCHELER, 1995; LAMB et al., 2001; KRAETSCHMER et al., 2008; JEPSEN-GRANT et al., 2013; BODH et al., 2016). Da mesma forma, algumas medidas ecocardiográficas são influenciadas pelo tamanho e peso corporal, apresentando grande variabilidade racial de cães (CRIPPA et al., 1992; MORRISON et al., 1992; YAMATO et al., 2006; BAVEGEMS et al., 2007; PELLEGRINO et al., 2007; BOON, 2011). Cada padrão racial ainda deve ter seus valores comparados ao seu quadro pressórico padrão, de acordo com a variação normal apropriada, para diagnóstico fidedigno (BODEY E MICHELL, 1998; BROWN et al., 2007). Determinar as características anatômicas e a base morfofisiológica de espécies selvagens representa uma contribuição científica importante, uma vez que fornece dados essenciais para realizar e melhorar o gerenciamento, o diagnóstico, os tratamentos clínicos e cirúrgicos em animais livres ou em cativeiro (SILVA et al., 2014; LIMA et al., 2016). Portanto, torna-se necessário conhecer valores de referência para canídeos silvestres como o Cerdocyon thous.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CERDOCYON THOUS

A Família Canidae pertence à Ordem Carnivora, possuindo 13 gêneros e 35 espécies, o que é aceito atualmente pela maioria dos taxonomistas (GOMES, 2007). O Cerdocyon thous é um canídeo silvestre de pequeno porte da América do Sul. Popularmente conhecido como lobete, lobinho, raposa, guaraxaim ou cachorro-do-mato dependendo da região onde é encontrado (BEISIEGE et al., 2013). O comprimento do corpo varia entre 60 e 70 centímetros e a cauda mede cerca de 30 centímetros de comprimento. O peso dos adultos pode variar entre 3,7 e 11,1 kg, de hábitos crepusculares ou noturnos. A coloração da pelagem varia do cinzento ao castanho, podendo ocorrer faixas de pelos enegrecidos da nuca até a ponta da cauda e a pelagem do peito e da região ventral é clara. A coloração dos pelos das extremidades dos membros é mais escura e o comprimento da pelagem nessa região é curta. A coloração varia de tonalidade de acordo com as suas áreas de distribuição geográfica (PRESSUTI, 2001; GOMES, 2007) (Figura 1). Vivem solitários ou em pares, um casal ocupa em média 45 a 100 hectares, e apesar de andarem juntos, cada indivíduo é responsável pela captura de seu alimento. Na Caatinga, a época de acasalamento ocorre em setembro, final da seca, quando se observa grupos de aproximadamente quatro indivíduos. Os filhotes nascem em dezembro, nas chuvas (MACDONALD E COURTENAY, 1996; PRESSUTI, 2001).

Figura 1: Cerdocyon thous. Parque Nacional El Palmar, Entre Ríos – Argentina. Fonte: Jorge La Grotteria (2014).

Os cachorros-do-mato distribuem-se desde o Uruguai e norte da Argentina até as terras baixas da Bolívia e Venezuela. Também podem ser encontrados em outros países como Colômbia, Guianas, Suriname e Brasil. Neste último país, a espécie encontra-se principalmente em regiões de Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas Gaúchos

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utilizando bordas de matas, além de áreas alteradas e habitadas pelo homem. Grande parte da literatura sobre esta espécie não considera sua ocorrência na região Amazônica, todavia, recentemente houve registro no Mato Grosso e sul da Floresta Amazônica, em áreas florestais impactadas pelo desmatamento (GOMES, 2007; REIS et al., 2011).

A sua dieta é onívora, bastante variada e sazonal, caracterizada pela predação generalista e oportunista de pequenos vertebrados (roedores, répteis, anfíbios e aves). Alimenta-se também de carniça e forrageio de frutas, folhas, sementes, invertebrados e restos de alimento humano. Em decorrência do elevado consumo de frutos podem agir como

dispersores de sementes (BUENO E MOTTA-JUNIOR, 2004; ROCHA et al., 2008; REIS et

al., 2011). A Cerdocyon thous foi considerada como uma espécie de menor preocupação na Lista Vermelha mundial pela IUCN (International Union for Conservation of Nature), por ser amplamente distribuído, ocupando a maioria dos habitats e por suas populações serem geralmente consideradas estáveis, embora não haja estimativas precisas de tamanho populacional (COURTENAY E MAFFEI, 2008). Consta no apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES, 2012). No entanto, por ter hábitos oportunistas e sinantrópicos, eles circulam e atravessam rodovias, tornando-os vulneráveis a atropelamentos, sendo a espécie silvestre com maior número de registro de mortes deste tipo, ao lado de outras espécies que também possuem hábitos semelhantes, como o gambá (Didelphis albiventris) (COELHO et al., 2008; TURCI E BERNARDE, 2009).

2.2 PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é definida como a força exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias, sendo impulsionada pelo batimento cardíaco. É determinada pelo débito cardíaco e pela resistência vascular periférica. Os mecanismos que regulam a pressão arterial dependem de interações complexas entre os sistemas cardiovascular, neural e endócrino e agem a curto, médio e longo prazo (HENIK et al., 2005; GUYTON E HALL, 2006; JEPSON, 2011). O barorreflexo é o principal mecanismo que ajusta as oscilações à curto prazo da pressão arterial. Os barorreceptores são receptores sensíveis ao estiramento e estão localizados predominantemente no arco aórtico e no seio carotídeo. Esses receptores monitoram a pressão sanguínea encefálica e corporal funcionando como um mecanismo de retroalimentação, o que confere modulação da atividade autonômica eferente para o coração e da atividade simpática para os vasos sanguíneos. Os potenciais de ação gerados pela estimulação dos barorreceptores são conduzidos ao sistema nervoso central por meio do nervo vago e do nervo glossofaríngeo (BINNS et al., 1995; GUYTON E HALL, 2006; JEPSON, 2011).

A pressão arterial também é influenciada por sistemas hormonais, como: sistema renina angiotensina aldosterona, vasopressina e peptídeos natriuréticos. Existem ainda alguns órgãos que podem influenciar, como os rins, além de quimiorreceptores que detectam principalmente as concentrações de oxigênio, dióxido de carbono e hidrogênio, atuando por via simpática similarmente aos barorreceptores (GUYTON E HALL, 2006; JEPSON, 2011).

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A pressão arterial diastólica (PAD) é determinada pela duração da diástole, volume sanguíneo circulante e o grau de elasticidade arterial. A elasticidade arterial é um importante parâmetro da pressão diastólica. A pressão arterial média é representada pela pressão média ao longo da duração do volume de ejeção, sendo utilizada como um valor de aproximação da resistência arteriolar. A pressão arterial média (PAM) é inferior ao valor intermediário entre a pressão arterial sistólica (PAS) e a pressão artéria diastólica e pode ser calculada pela equação: PAM = PAD + 1/3 x (PAS – PAD) (TEBALDI et al., 2015).

A avaliação da pressão arterial é uma ferramenta importante e indispensável por sua utilidade no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de diversas afecções, bem como a monitorização de pacientes anestesiados ou sob cuidados intensivos. A avaliação da influência exercida pelas raças de cães sobre os valores pressóricos é complicada pela grande variação entre elas. Cada padrão racial deve ter seus valores comparados ao seu quadro pressórico padrão, de acordo com a variação normal apropriada (CABRAL et al., 2010; MUIR et al., 2014; TEBALDI et al., 2015). A pressão arterial é influenciada pela idade, raça, sexo, temperamento, estado de saúde, atividade física e, em menor intensidade, dieta em cães. A idade e a raça exercem maior influência na pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial média (BODEY E MICHEL, 1996; CABRAL et al., 2010; MUIR et al., 2014).

As técnicas empregadas na aferição da pressão arterial correspondem à forma invasiva ou também determinada direta, ou pelas formas não invasivas, indiretas. A forma invasiva é a técnica mais precisa e considerada por grande parte dos autores como o “padrão ouro”, pois proporciona uma avaliação mais fidedigna da pressão arterial. Requer a colocação de um cateter numa artéria periférica e é tecnicamente mais elaborada e dispendiosa (GAINS et al., 1995; CABRAL et al., 2010; MUIR et al., 2014).

Os métodos indiretos utilizam medidores externos sendo mais aplicados na clínica, pois exigem menor contenção e técnica mais simplificada. Os principais métodos são o ultrassônico por Doppler e o oscilométrico. O princípio utilizado baseia-se na utilização de um manguito insuflável conectado a um manômetro, posicionado ao redor de um membro do animal, interrompendo a circulação sanguínea. Quando o manguito é desinsuflado gradualmente ocorre a reentrada de sangue na artéria e a pressão exercida para o preenchimento é então registrada (HENIK et al., 2005).

O método Doppler informa com precisão apenas a pressão arterial sistólica e tem se mostrado um estimador muito pobre da pressão arterial diastólica e da ausência de resposta imediata às alterações bruscas de pressão (DURHAM, 2005). O monitor de pressão oscilométrico detecta as pressões sistólica, diastólica e média, entretanto suas medidas são intermitentes, mudanças na qualidade do pulso afetam sua acurácia (DURHAM, 2005; HABERMAN et al., 2006). Tanto o método Doppler, quanto o oscilométrico são os dois únicos métodos recomendados para medição da pressão arterial indireta em animais, segundo a Veterinary Blood Pressure Society (CARR et al., 2003). Valores confiáveis de pressão arterial sistólica podem ser obtidos tanto por meio do método Doppler vascular quanto do

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oscilométrico, para cães domésticos, porém os valores de pressão arterial diastólica não são confiáveis (CABRAL et al., 2010; MUIR et al., 2014; TEBALDI et al., 2015).

2.3 ELETROCARDIOGRAFIA

A eletrocardiografia convencional é um exame que registra as diferenças de potencial elétrico entre os eletrodos colocados na superfície corporal do paciente (Figura 3). Este exame informa sobre o tempo necessário para a condução elétrica atravessar as várias partes do coração durante a despolarização e a repolarização, a voltagem necessária na despolarização e na repolarização ventricular, bem como a presença de arritmias. Pode evidenciar aumento de câmaras cardíacas específicas, doença do miocárdio, isquemia, doença do pericárdio, certos desequilíbrios eletrolíticos e algumas toxicidades por fármacos (TILLEY, 1992; MUZZI E NOGUEIRA, 2007; WARE, 2014).

É produzido um registo da diferença do potencial entre a amplitude, em milivoltes (mV), representada no eixo vertical, e o tempo em segundos, no eixo horizontal. As ondas PQRST deste exame são geradas quando o músculo cardíaco é despolarizado e depois repolarizado (TILLEY, 1992; CARVALHO, 2009; OLIVEIRA, 2013). A atividade elétrica é gerada no tecido cardíaco pela alteração dos potenciais elétricos de membrana como resultado do movimento de íons. Esta atividade elétrica desencadeia a contração das células do miocárdio, essencial para o funcionamento cardíaco normal. No coração, as células marcapasso estão localizadas no nodo sinoatrial, nodo atrioventricular, feixe de His e fibras de Purkinje. Estas células tem a capacidade de despolarização espontânea, sendo o nodo sinoatrial o marcapasso dominante, uma vez que, despolariza a uma frequência maior (WILLIS, 2010). A descarga do nodo sinoatrial resulta numa despolarização das aurículas, produzindo uma onda P. O complexo QRS é a despolarização dos ventrículos e a repolarização ventricular é representada pela onda T. É comum o uso de seis derivações de membros, I, II, III, aVR, aVL e aVF. A derivação II é a comumente usada para a avaliação de ritmo e dimensão das câmaras cardíacas (TILLEY, 1992; CARVALHO, 2009; WILLIS, 2010).

A eletrocardiografia é um exame complementar utilizado na avaliação cardiovascular na clínica de carnívoros domésticos (TILLEY, 1992; CARVALHO, 2009; OLIVEIRA, 2013). Foi estabelecida como um método fácil de ser realizado, com baixo custo e muito útil para informações sobre o sistema cardiovascular (TILLEY, 1992; FERREIRA et al. 2008). Na avaliação pré-anestésica, o eletrocardiograma deve ser considerado um exame de rotina obrigatório para o procedimento anestésico, utilizado como guia para a escolha dos medicamentos mais adequados a serem utilizados para cada paciente (KOCATÜRK et al., 2010; BOTELHO et al., 2016). O estudo eletrocardiográfico de espécies de vida selvagem é uma ferramenta importante não invasiva e precisa (ESTRADA et al., 2009; FERREIRA et al., 2014; DIAS et al., 2015).

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2.4 RADIOGRAFIA DE TÓRAX

Apesar do avanço das novas formas de diagnóstico como a ecocardiografia, a radiografia torácica é um dos exames mais realizados (GUGJOO et al., 2013), sendo parte essencial do diagnóstico e manejo da doença cardíaca. A observação de alterações na forma e tamanho da silhueta cardíaca, dos vasos pulmonares e a presença ou ausência de congestão ou ascite são muitas vezes as principais características que levam a suspeita e conduzem ao diagnóstico de uma doença cardíaca. A avaliação do tórax, realizada muitas vezes de forma subjetiva pela da experiência do examinador é imprecisa e suscetível a erros, principalmente em animais obesos (LAMB et al., 2000).

Entre as várias raças de cães existem diferenças na conformação do tórax que limitam a medida das dimensões cardíacas e, consequentemente, a determinação da existência ou não de dilatação cardíaca pela da radiografia torácica. A conformação torácica influencia a silhueta cardíaca, uma vez que mudanças no tamanho e forma do tórax alteram as relações cardiotorácicas (KEALY E MCALLISTER, 2005). O tórax do cão pode ser classificado pela radiografia laterolateral como profundo, intermediário ou raso, e na projeção dorsoventral como estreito, intermediário ou largo (em barril). Em radiografias laterais, cães com tórax profundo e estreito possuem uma silhueta cardíaca ovoide e vertical, sendo que o eixo longo do coração está quase em ângulo reto com a coluna vertebral. Em animais com tórax largo e raso o coração possui uma aparência mais arredondada e menos vertical, sendo que uma maior porção da borda cranial está em contato com o esterno, superestimando o tamanho da silhueta cardíaca (KEALY E MCALLISTER, 2005). Na projeção lateral, o comprimento cardíaco entre a base e o ápice deve ser aproximadamente 70% da distância dorsoventral da cavidade torácica (SCHELLING, 2002). Enquanto que a largura ou o diâmetro craniocaudal do coração pode variar de 2,5 (em cães de tórax profundo) a 3,5 espaços intercostais (em cães de tórax largo) (BUCHANAN, 1968; SCHELLING, 2002). Na projeção dorsoventral ou ventrodorsal, o diâmetro transversal máximo do coração corresponde a 60 – 65% da largura da cavidade torácica (SCHELLING, 2002).

A proposta mais quantitativa para avaliar o tamanho do coração é o método denominado vertebral heart size (VHS), desenvolvido por Buchanan; Bücheler (1995) (Figura 2). Utilizando o sistema de unidade vertebral, o método compara as dimensões cardíacas com o comprimento das vértebras torácicas de forma a se determinar o VHS, ou seja, o número que representa o tamanho do coração, em vértebras, em relação ao tamanho do animal (LITSTER E BUCHANAN, 2000). Vários autores tem estudado e utilizado o VHS estabelecendo diferenças significativas entre os valores médios para as diferentes raças de cães (LAMB et al., 2001; KRAETSCHMER et al., 2008; JEPSEN-GRANT et al., 2013; BODH et al., 2016). Os valores médios de VHS obtidos por Buchanan e Bücheler (1995) foram de 9,7±0,5 vértebras (média e desvio-padrão) em projeção lateral, 10,2±0,8 vértebras em projeção ventrodorsal e 10,2±1,5 vértebras em projeção dorsoventral para cães de várias raças. Assim, como 98% das radiografias laterais apresentaram VHS menor ou igual a 10,5 vértebras, este valor foi sugerido como limite superior para um tamanho normal de silhueta cardíaca na maioria das raças. Vários autores tem estudado e utilizado o VHS em suas pesquisas, onde foram observadas diferenças significativas entre os valores médios para as

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diferentes raças de cães, indicando a necessidade de padronizar os valores de VHS de acordo com a raça e a conformação torácica do animal (LAMB et al., 2001; BAVEGEMS et al., 2005; KRAETSCHMER et al., 2008; JEPSEN-GRANT et al., 2013; BODH et al., 2016 ). Contudo, em cães com tórax curto, como os da raça Schnauzer Miniatura, os autores sugerem como normal um valor de VHS de 11 vértebras. No entanto, para aqueles cães com tórax longo, como o Teckel, considera-se como normal o valor limite de 9,5 vértebras. Esses autores consideram ainda que este método de mensuração tem uma grande utilidade na determinação de cardiomegalias em cães com alterações radiográficas mínimas, assim como permite a avaliação sequencial das radiografias de pacientes cardiopatas de forma mais precisa (LAMB et al., 2001,CASTRO et al., 2011; GUGJOO et al., 2013).

Figura 2. Método de mensuração vertebral heart size (VHS= S + L convertido em número de

vértebras) utilizado em cães. A - na projeção lateral e B – projeção ventrodorsal ou dorsoventral. L, eixo maior; S, eixo menor; T, traqueia; T4, quarta vértebra torácica; V, vértebras.

Fonte: Buchanan; Bücheler, 1995.

Embora o método VHS seja de fácil aplicação, não permite a identificação de quais câmaras cardíacas estão aumentadas, uma vez que o eixo menor do coração inclui a câmara direita e esquerda. Além disso, existem situações nas quais o aumento cardíaco não é significativo, como nas afecções cardíacas em estágio inicial ou naquelas cardiopatias que resultam em hipertrofia concêntrica do miocárdio (LAMB et al., 2002), devendo ser utilizado com cautela e em associação com o exame clínico completo e com a avaliação subjetiva das radiografias, evitando um diagnóstico incorreto de doença cardíaca (LAMB et al., 2002; SCHELLING, 2002)

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2.5 ECOCARDIOGRAFIA

A ecocardiografia é o exame ultrassonográfico do coração e grandes vasos, que, nas últimas duas décadas, tornou-se um dos mais importantes métodos de diagnóstico em cardiologia, tanto na medicina veterinária como na medicina humana (BOON, 1998; KIENLE, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005). A ecocardiografia é um método não invasivo para avaliação anatômica e funcional do coração, sendo uma importante ferramenta diagnóstica (BOON, 1998). Ela permite uma avaliação espacial das estruturas, do movimento cardíaco e das características do fluxo sanguíneo. O diagnóstico preciso e não invasivo de alterações cardíacas, bem como acompanhamento e determinação de prognóstico são possíveis pelo exame ecocardiográfico (BOON 1998, KIENLE E THOMAS, 2005). Morrison e colaboradores (1992) afirmam que entre as principais limitações da ecocardiografia está a variação dos parâmetros de normalidade entre as diferentes raças de cães domésticos. A raça é um fator que influencia, de forma significativa, as mensurações dos parâmetros ecocardiográficos dos cães. Concluíram ainda que variações de peso e tamanho corporal afetam estes dados em animais da mesma raça. É essencial que o exame seja integrado com informações obtidas em exame clínico, eletrocardiografia, radiografias torácicas e outros testes auxiliares (THOMAS et al., 1994; HENIK, 2002; KIENLE E THOMAS, 2005).

A tricotomia da região a ser examinada não é necessária, exceto para cães com uma pelagem densa. O uso de uma espessa camada de gel acústico é recomendado, para diminuir a interferência provocada pelo ar que fica entre os pelos. Os animais são posicionados em decúbito lateral (direito e esquerdo) para aproximar o coração da parede torácica e minimizar a interferência do pulmão nas janelas ecocardiográficas (THOMAS et al., 1994; BOON, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005). O equipamento ideal é composto pelos modos bidimensional, M e Doppler. Transdutores setoriais de frequências variadas, usualmente de 3,5 a 7,5 megahertz (MHz), são necessários para um bom exame ecocardiográfico. A escolha da frequência do transdutor depende do porte do paciente, conformação torácica e tipo de exame, sendo que os transdutores de 5 MHz são utilizados para a maioria dos cães (BOON, 1998; KIENLE, 1998; HENIK, 2002; KIENLE E THOMAS, 2005). Um exame ecocardiográfico geralmente começa com a avaliação bidimensional, que permite uma avaliação mais abrangente da anatomia e das relações espaciais. As outras modalidades de imagem (modos M e Doppler) geralmente são guiadas pela imagem bidimensional, realizada simultaneamente (KIENLE, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005).

O modo bidimensional, também conhecido como ecocardiografia em tempo real, registra uma imagem plana do coração, ou seja, em duas dimensões, e fornece uma visão anatômica exata do coração. Permite a avaliação qualitativa do coração, espaço pericárdico e estruturas adjacentes, análise global e segmentar da contratilidade, bem como a função morfológica, identificando anormalidades valvulares, das paredes cardíacas e dos grandes vasos (BAYÓN et al., 1994; BOON, 1998; KIENLE, 1998; MUZZI et al., 2000; KIENLE E THOMAS, 2005). Thomas (1984) e The Echocardiography Committee of the Specialty of

Cardiology – American College of Veterinary Internal Medicine, em 1993 (THOMAS et al.,

1993) padronizaram para a ecocardiografia veterinária as janelas acústicas, a localização do transdutor, os planos de imagem e as nomenclaturas a serem utilizadas na realização do

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exame transtorácico em modos bidimensional e M. As três localizações convencionais do transdutor são: posição paraesternal direita (entre o quarto e o sexto espaços intercostais, entre o esterno e a junção costocondral), posição paraesternal esquerda cranial (entre o terceiro e o quarto espaços intercostais) e posição paraesternal esquerda caudal ou apical (entre o quinto e o sétimo espaços intercostais). Em cada local específico o transdutor é posicionado, e então movimentos de angulação ou rotação são realizados para demonstração das estruturas. As imagens são classificadas em longitudinal e transversal, de acordo com a orientação do transdutor em relação ao coração (THOMAS et al., 1993; THOMAS et al., 1994; BOON, 1998).

A ecocardiografia em modo-M (modo de movimento) é uma técnica unidimensional que exibe, por meio de um gráfico, sinais de diferentes ecogenicidades de acordo com a profundidade dos tecidos, registrando o movimento do coração por uma linha de tempo. A distância do transdutor é representada graficamente no eixo vertical (das ordenadas), e o tempo é demonstrado no eixo horizontal (das abscissas). Por meio dessa representação gráfica, é possível a mensuração e a visualização das estruturas cardíacas em vários ciclos cardíacos (sístole e diástole) de forma simultânea. As estruturas são identificadas pelo seu padrão de movimento, características anatômicas e pela distância do transdutor (BONAGURA, 1994; BOON, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005). As dimensões da aorta, átrios, ventrículos, septo interventricular, parede livre do ventrículo esquerdo, movimentação das paredes do ventrículo esquerdo e valvas cardíacas, distância entre o ponto E do folheto anterior da valva mitral e o septo interventricular constituem os parâmetros mais comumente avaliados nessa modalidade ecocardiográfica. A obtenção desses parâmetros possibilita o cálculo de vários índices funcionais, tais como percentagem de encurtamento sistólico do ventrículo esquerdo, fração de ejeção e velocidade de encurtamento circunferencial da fibra cardíaca (O’GRADY et al., 1986; BOON, 1998; KIENLE, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005).

A ecodopplercardiografia é a análise da variação da frequência ultrassônica encontrada nos ecos refletidos pelas hemácias. Estes ecos contêm informações importantes referentes à velocidade, direção e o tipo de fluxo (laminar ou turbulento) dentro do coração e grandes vasos, sendo especialmente valiosa no diagnóstico definitivo de doenças adquiridas ou congênitas, nas quais estão presentes fluxos anormais. Pelo Doppler é possível estimar as pressões intracardíacas, detectar fluxos sanguíneos anormais provenientes de regurgitação e estenose valvar, comunicação interatrial ou interventricular e ainda, estimar parâmetros hemodinâmicos. Os diferentes modos de ecodopplercardiografia incluem onda pulsada, contínua e mapeamento de fluxo em cores (BONAGURA et al., 1998; BOON, 1998; MUZZI, 2000; KIENLE E THOMAS, 2005). Os fluxos pesquisados são exibidos no monitor por meio de um gráfico, tendo no eixo horizontal o tempo e no eixo vertical as variações de frequência. Quando o fluxo sanguíneo move em direção ao transdutor, a curva do fluxo aparece acima da linha base do gráfico, chamado fluxo positivo (fluxos mitral e tricúspide). Se o fluxo move em direção contrária ao transdutor, a curva aparece abaixo da linha base, conhecido como fluxo negativo (fluxos aórtico e pulmonar) (BONAGURA, 1994; BONAGURA et al., 1998; BOON, 1998; KIENLE, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005).

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O Doppler pulsado permite o exame de uma área específica do coração ou de um grande vaso, à procura de alterações na velocidade, direção ou turbulência do fluxo sanguíneo. No coração e grandes vasos, o fluxo sanguíneo normal é laminar, assim o gráfico irá mostrar a maioria das hemácias acelerando juntas para um pico de velocidade comum e desacelerando em ritmo similar, sendo consideradas como um espectro de dispersão mínima, chamado de envelope. Sua maior limitação é não conseguir captar fluxos de altas velocidades, como aqueles observados em grande parte das afecções cardíacas (BONAGURA, 1994; BONAGURA et al., 1998; BOON, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005). O Doppler contínuo complementa o pulsado por permitir medidas precisas dos fluxos de altas velocidades, fornecendo informações principalmente sobre fluxos anormais. Este fluxo anormal, que ocorre na maioria das afecções cardíacas, é chamado de turbulento, e irá produzir um gráfico com amplo espectro de dispersão, pois as hemácias possuem diferentes direções e velocidades (BONAGURA, 1994; BONAGURA et al., 1998; BOON, 1998; KIENLE E THOMAS, 2005).

O modo Doppler por mapeamento de fluxo em cores facilita a realização do exame ecocardiográfico, pois além de possibilitar um alinhamento apropriado com os fluxos de todas as valvas, permite a localização de pequenos jatos de regurgitação. Esta modalidade de Doppler utiliza um mapa de cores que irá representar o fluxo através das valvas e nas câmaras cardíacas. As cores são determinadas de acordo com a direção e velocidade do fluxo sanguíneo (BONAGURA E MILLER, 1998; BOON, 1998; KIENLE, 1998; MUZZI, 2000; KIENLE E THOMAS, 2005).

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CAPÍTULO 2 – Parâmetros ecodopplercardiográficos do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous, Linnaeus 1758) de cativeiro

Abstract

Echocardiographic examination was performed in two-dimensional mode, M mode, pulsed Doppler, continuous Doppler, by flow mapping in nuclei. This study was done with eight Cerdocyon thous males and two females raised in captivity under pharmacological containment of intramuscular acepromazine with meperidine followed by intravenous propofol. In the two-dimensional mode, the diameter of the aorta and the left atrium were measured on the right parasternal transverse section, and the AE/Ao ratio was obtained. In M mode, the left ventricle internal diameter was measured during diastole and systole and the shortening fraction was calculated. In the pulsed Doppler mode, in the four-chamber apical section, in the transmitral flow, we analyzed the E-wave velocity peak, the A-wave velocity peak, and the E/A ratio. The analysis of the isovolumetric relaxation time was performed in the apical cut five chambers by means of an intermediate flow between the mitral influx and the aortic flow, and the E wave deceleration time was calculated. Statistical analysis was performed using SPSS 20.0 software. The measures of position and dispersion of all variables were calculated, as well as the respective confidence intervals set at 95%. In general, doppler echocardiographic values are closer to domestic dogs. However, the left ventricle internal diameter in diastole was lower and the Ejection Fraction was closer to that from maned wolf (Chrysocyon

brachyurus). The cardiology parameters found in this study can be used as specific values for this

species in the evaluation of cardiac function, as well as in other to additional studies in wild canids cardiology.

INDEX TERMS: Doppler echocardiography. Cardiology. Canidae. Wild Animal.

Resumo

Foi realizado o exame ecocardiográfico no modo bidimensional, modo M, Doppler pulsado, Doppler contínuo, por mapeamento de fluxo em cores. Este estudo foi feito com oito Cerdocyon thous machos e duas fêmeas criados em cativeiro, contidos quimicamente, com uso de acepromazina com meperidina intramuscular seguido de propofol intravenoso. No modo bidimensional mensurou-se o diâmetro da aorta e do átrio esquerdo no corte transversal paraesternal direito, sendo obtida a relação AE/Ao. No modo M mensurou-se o diâmetro interno do ventrículo esquerdo durante a diástole e sístole e foi realizado o cálculo da fração de encurtamento. No modo Doppler pulsado, em corte apical quatro câmaras, no fluxo transmitral, analisou-se o pico de velocidade da onda E, o pico de velocidade da onda A, e a relação E/A. A análise do tempo de relaxamento isovolumétrico foi realizada no corte apical cinco câmaras por meio de um fluxo intermediário entre o influxo mitral e o fluxo aórtico, e calculado o tempo de desaceleração da onda E. A análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS 20.0. Calcularam-se as medidas de posição e dispersão de todas as variáveis estudadas, bem como os respectivos intervalos de confiança fixados em 95%. No geral os valores ecodopplercardiográficos são mais próximos aos cães domésticos. No entanto, o diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole foi inferior e a Fração de ejeção se aproximou mais da de Lobos-guará (Chrysocyon brachyurus). Os parâmetros encontrados podem ser usados como valores específicos para esta espécie na avaliação da função cardíaca, bem como em outros estudos adicionais em cardiologia de canídeos silvestres.

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INTRODUÇÃO

O cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) é um pequeno canídeo silvestre1-2. Esta espécie pode

ser encontrada em vários países da América do Sul, como no Uruguai, norte da Argentina, Brasil, Equador, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Panamá, Paraguai, planalto da Bolívia e Venezuela2-3. Atualmente, a falta de valores de referência em animais silvestres dificulta a

interpretação dos exames desses animais. O diagnóstico por imagem apresenta um grande avanço na área de cardiologia, pela possibilidade da avaliação cardiológica por métodos não invasivos4-5.

A ecocardiografia é um método não invasivo para avaliação anatômica e funcional do coração, sendo assim uma importante ferramenta diagnóstica6. Esta permite uma avaliação espacial das

estruturas, o movimento cardíaco e as características do fluxo sanguíneo. O diagnóstico preciso e não invasivo de alterações cardíacas, bem como acompanhamento e determinação de prognóstico são possíveis pelo exame ecocardiográfico. Tornou-se um dos mais importantes métodos de diagnóstico em cardiologia veterinária6-7. Morrison e colaboradores8 afirmam que entre as principais limitações da

ecocardiografia está a variação, entre as diferentes raças de cães, dos parâmetros de normalidade. A raça é um fator que influencia, de forma significativa, as mensurações dos parâmetros ecocardiográficos dos cães. Concluíram ainda que variações de peso e tamanho corporal afetam estes dados em animais da mesma raça.

A determinação de valores ecodopplercarduiográficos pode auxiliar no tratamento, manejo e preservação de populações cativas, uma vez que estes animais são constantemente anestesiados para manejo e tratamentos. Estes conhecimentos são relevantes para prática veterinária, fornecendo subsídios para o atendimento clínico-cirúrgico e reabilitação destes animais, gerando impactos positivos na conservação desta espécie. O objetivo deste estudo foi obter valores ecodopplercardiográficos do cachorro-do-mato, clinicamente hígido, criado em cativeiro, sob contenção farmacológica.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados oito Cerdocyon thous machos e duas fêmeas, aparentemente hígidos, que foram resgatados filhotes de vida livre e alojados no (LAPAS) Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres da (UFU) Universidade Federal de Uberlândia e considerados jovens adultos pelo tempo de permanência, dentição e por terem atingido a maturidade sexual. Apresentaram massa corporal média de 6,25Kg (entre 5,2-7,4Kg). O estudo obteve aprovação para uso de animais silvestres e pelo comitê de ética para uso de animais (CEUA/UFU 126/14). Todas as imagens foram obtidas, no Hospital Veterinário da UFU, sob sedação com 3mg/kg de meperidina e 0,05mg/kg de acepromazina intramuscular, induzidos e mantidos com 3 a 5mg/kg propofol intravenoso segundo protocolo de indução de Conti-Patara e colaboradores9 para cães idosos. Os animais foram tricotomizados devido à

alta densidade da pelagem para realização do exame ecocardiográfico no modo bidimensional, modo M, Doppler pulsado (PW), Doppler contínuo (CW), por mapeamento de fluxo em cores (CFM) conforme recomendações da Echocardiography Commitee of the Specialty of Cardiology – American College of Veterinary Internal Medicine10 e da American Society of Echocardiography, com

modificações sugeridas por Chetboul11 e Boon12. Para realização do exame ecodopplercardiográfico

utilizou-se o aparelho ecocardiográfico Esaote® modelo MyLab 30 VET Gold com transdutor de varredura setorial eletrônica (7,5-4,5MHz ou 5,0-1,0MHz) e com acompanhamento eletrocardiográfico no monitor. As imagens foram armazenadas em formato digital para análise de forma off-line, sendo realizadas três medidas consecutivas de cada variável pelo mesmo examinador.

No modo bidimensional mensurou-se o diâmetro da aorta (Ao) e do átrio esquerdo (AE) no corte transversal paraesternal direito ao nível da base cardíaca, sendo obtida a relação AE/Ao (Hansson et al. 2002). No modo M obteve-se o corte transversal do ventrículo esquerdo, no plano das cordoalhas tendíneas. Foi mensurada a espessura do septo interventricular em diástole (SIVd) e em sístole (SIVs), o diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole (DIVEd) e em sístole (DIVEs) e

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a espessura da parede livre do ventrículo esquerdo em diástole (PPVEd) e em sístole (PPVEs) (Fig. 1). Foi realizado o cálculo da fração de encurtamento pela fórmula FS= [(DIVEd-DIVEs)/DIVEd]X 100

14. Foram estimados os volumes diastólico (Vd), sistólico (Vs) e de ejeção (VE) do ventrículo

esquerdo, em ml pela fórmula modificada por Teicholz V=(7 x DIVE3)/(2,4 + DIVE) e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FE%), calculada pela fórmula FE%=(Vd-Vs)/Vd x 100.

Fig 1: Determinação da espessura do septo interventricular em diástole (SIVd) e em sístole (SIVs), o diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole (DIVEd) e em sístole (DIVEs) e a espessura da parede livre do ventrículo esquerdo em diástole (PPVEd) e em sístole (PPVEs), pela ecocardiografia unidimensional (Modo M), no corte transversal do ventrículo esquerdo no plano das cordas tendíneas em Cerdocyon thous. UFU, 2015.

No modo Doppler pulsado, conforme descrito por Bonagura e colaboradores15 e Pereira e

colaboradores16, em corte apical quatro câmaras, no fluxo transmitral, analisou-se o pico de velocidade da onda E, o tempo de desaceleração da onda E (TDE), o pico de velocidade da onda A e a relação E/A. Os picos de velocidade das artérias aorta e pulmonar também foram registrados (Fig. 2). A análise do tempo de relaxamento isovolumétrico (TRIV) foi realizada no corte apical cinco câmaras por meio de um fluxo intermediário entre o fluxo mitral e o fluxo aórtico. A análise estatística de todos os dados utilizou o software SPSS 20.0. Calcularam-se as medidas de posição e dispersão de todas as variáveis estudadas, bem como os respectivos intervalos de confiança fixados em 95%.

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Fig 2: Ecocardiograma transtorácico com Doppler pulsado objetivo na janela paraesternal cranial esquerda. Pode-se visibilizar fluxo laminar da artéria pulmonar em Cerdocyon thous, UFU, 2015.

RESULTADOS

A média, os valores mínimos e máximos, o desvio-padrão e o coeficiente de variação de todos os dados ecodopplercardiográficos estão sumarizados na tabela 1. Nenhum dos animais apresentou qualquer intercorrência durante a contenção química, permitindo a realização dos exames. Não foi observado a insuficiência valvar ou fluxo turbulento em nenhum dos animais avaliados pelo mapeamento de fluxo a cores.

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TABELA 1: Parâmetros ecocardiográficos bidimensionais e modo-M mensurados em 10 cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) criados em cativeiro, sob contenção farmacológica. UFU, 2018.

Variáveis Media±dp Mínimo e máximo IC 95%

SIVd (cm) 0,51±0,09 0,37-0,66 0,4-0,5 SIVs (cm) 0,67±0,13 0,43-0,83 0,57-0,77 DIVEd (cm) 1,78±0,84 0,19-2,66 1,17-2,38 DIVEs (cm) 1,33±0,46 0,11-1,87 1,0-1,66 PPVEd (cm) 0,49±0,07 0,37-0,66 0,43-0,54 PPVEs (cm) 0,72±0,15 0,55-0,95 0,61-0,83 FE (%) 65,6±8,29 55-77 59,7-71,5 FS (%) 34,3±6,18 27-44 29,9-38,7 Fc (bpm) 120±33,7 92-205 95,8-144 AE (cm) 1,43±0,25 1,04-1,79 1,25-1,60 Ao (cm) 1,14±0,07 1,05-1,30 1,09-1,19 AE/Ao 1,24±0,22 0,88-1,59 1,09-1,40 E (m/s) 0,69±0,06 0,6-0,8 0,64-0,74 A (m/s) 0,46±0,10 0,34-0,68 0,39-0,54 E/A 1,53±0,26 1,17-1,92 1,33-1,72 TDE (ms) 97,6±22,4 62-134 81,6-114 TRIV (ms) 48±3,8 41-52 46-51 Fx. Aórtico (m/s) 0,89±0,11 0,79-1,14 0,81-0,97 Fx. Pulmonar (m/s) 0,93±0,11 0,8-1,19 0,85-1,01

SIVd e SIVs: espessura do septo interventricular na diástole e sístole respectivamente; DIVEd e DIVEs: diâmetro interno do ventrículo esquerdo na diástole e sístole respectivamente; PPVEd e PPVEs: espessura da parede parietal do ventrículo esquerdo na diástole e na sístole respectivamente; FE: fração de ejeção; FS: fração de encurtamento; Fc: frequência cardíaca; AE: dimensão do átrio esquerdo; Ao: dimensão da raiz aórtica; AE/Ao relação das dimensões atrial esquerda e da raiz da aorta; E: pico da velocidade da onda E do fluxo transmitral; A: pico da velocidade da onda A do fluxo transmitral; E/A: relação das ondas E e A; TDE: tempo de desaceleração da onda E; TRIV: tempo de relaxamento isovolumétrico. DP: desvio padrão; IC: intervalo de confiança.

DISCUSSÃO

Os valores ecodopplercardiográficos encontrados para estes 10 Cerdocyon thous são mais próximos aos cães domésticos. No entanto, o diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole foi inferior8,12,15-23 e a Fração de ejeção se aproximou mais da de Lobos-guará (Chrysocyon brachyurus)5. A maioria das avaliações nestes animais requer o uso de anestésicos, portanto a

influência deles na determinação destes valores não apresenta relevância clínica e não parece ter afetado a função sistólica e diastólica neste estudo. Os animais, em sua maioria, estavam taquipneicos antes da administração do anestésico, recuperando o padrão respiratório posteriormente, diminuindo os artefatos durante o exame. A agitação dos animais e o padrão respiratório alterado podem interferir nas mensurações ecocardiográficas6. Todos os animais deste estudo foram criados em cativeiro,

acostumados com o manejo para exames de rotina, o que possibilitou uma indução anestésica semelhante à Conti-Patara e colaboradores9 em seu estudo sobre o efeito anestésico na

eletrocardiografia de cães idosos. Este protocolo se mostrou seguro e permitiu a realização dos exames, como concluíram Reis e colaboradores23 que também utilizaram acepromazina e meperidina

na contenção de cães da raça Rottweiler. A anestesia de animais silvestres é considerada um procedimento de risco devido à falta de um padrão de referência para as espécies24. Todos os cães

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