OS PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO
DA
ISO
9000
SOB
O
ENF
OQUE DA
ERGONOMIA
Helenara Salvati Bertolossi
Moreira
CETD
UFSC
PEPS
2652
Ex.l BC
Dissertação apresentada
ao
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção da
Universidade Federalde
Santa Catarinacomo
requisito parcialpara
obtençãodo grau de
Mestreem
Engenharia de
Produção.Florianópolis
2002.
N-Ch="H-
CETD
UFSC
PEPS 2652Autor: Moreira, Heleuara
Titulo: Os processos de certificação da
HELENARA
SALVATTI
BERTOLOSSI
MOREIRA
_OS PROCESSOS
DE
CERTIFICAÇÃO
DA
ISO
9000
SOB
O
ENFOQUE
DA
ERGONOMIA
Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção
do
Título de “Mestreem
Engenharia”, Especialidade
em
Engenharia de Produção e aprovadaem
sua forma final peloPrograma de Pós
-
Graduaçãoem
Engenharia de Produção da Universidade Federal de SantaCatarina.
Florianópolis, ll de outubro de 2002.
Prof.
Edso
1» he o aladini, Dr. -Coordenador
do
Curso de vi/11»
açãoem
Engenharia de ProduçãoBanca Examinadora:
A
daí/.sala
*LPÉÍÍ Ana
gi de( uiar Dutra, Dra.Orient ra-
P
GEP/UFSC
E
Osm
o
amar, Dr.PPGEP/
`/FSC
Prof. Eduardo
Con
e ión Batiz,Dr.AGRADECIMENTOS
Ao
meu
grandioso Deus,que
em
todos osmomentos
se faz presenteem
minha
vida.Ao
meu
esposo Maurício, pelo incentivo e auxílioem
todos osmomentos
e aosmeus
filhos Henrique e Guilherme, por participaremcomigo
desta conquista.A
Rachel pela ajudacom
as crianças para a realização dos créditos e dissertação .A
Tereque sempre
foi prestativaem
todas as horas.Aos meus
pais,Oneron
eMaria Helena
pelo incentivo ao estudo e aminha
irmã, Marion, peladisponibilidade
em
ajudar. AÀ
minha
orientadora,Ana
Regina, pelas valiosas idéias e atenção dispensadaem
todos osmomentos
e pelo incentivo demonstradono
inícioda
realização deste estudo.Ao
Prof.Osmar
Possamai
pelo estímulo, autenticidade e paciência.À
Diretoria e Funcionáriosdo
LaboratórioAnatom,
especiahnente ao Valmir, Roseli e Roseni,pela atenção dispensada durante a Análise
Ergonômica do
Trabalho.À
queridaamiga
Valana, pela amizade, força e companheirismo.LISTA
DE
FIGURAS
. ... ..VIILISTA
DE ABREVIATURAS
E SIGLAS
... ..IX
RESUMO
... ..X
ABSTRACT
...XI
CAPÍTULO
1 -INTRODUÇÃO
... ..12
1.1A
Importância da Pesquisa ... .. 13 1.2 Objetivosda
Pesquisa ... .. 14 1.3 Caracterizaçãodo
Estudo ... .. 14 1.4 Limitaçõesdo
Trabalho ... .. 141.5 Estrutura de
Desenvolvimento
da Pesquisa ... 15CAPÍTULO
2-
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
...16
2.1 Qualidade ... .. 16
2.1.1 Conceitos da qualidade ... .. 16
2.1.2
A
Evolução do
conceito da qualidade ... ..Í ... .. 192.2 Gestão
da
Qualidadena Saúde
... .. 212.3
A
qualidade pessoalcomo
baseda
qualidade nas organizações ... ..22
2.4 Qualidade de
Vida no
Trabalho(QVT)
... ..25
2.5
A
Norma
ISO
9000
... ..27
2.6
Ergonomia
... ..30
2.6.1 Análise
da
Demanda
... ..34
2.6.2 Análise
da
Tarefa ... ..35
2.6.3 Análise
da
Atividade ... ..36
2.6.4 Diagnóstico
da
Situaçãodo
Trabalho ... ..38
2.6.5
Recomendações
Ergonômicas
... ..38
CAPÍTULO
3-
INTERPRETAÇÃO DOS
REQUISITOS
DA
NORMA
ISO
9001:2000
SOB
O ENFOQUE DA ERGONOMIA
...40
3.1 Correspondência entre
ISO
9001:2000
e aErgonomia
... ..40
3.1.1 Introdução ... ..
40
3.1.3 Objetivos ... .. 41
3.1.4 Sistema de Gestão de Qualidade - Requisitos Gerais ... .. 41
3.1.5 Responsabilidades
da
Direção ... ..42
3.1.5.1
Foco
no
cliente ... ..43
V 3.1.5.2 Políticada
qualidade e planejamento ... _.44
3.1.5.3 Responsabilidade, autoridade ecomunicação
... ..45
3.1.5.4 Análise crítica pela direção ... ... ..
45
3.1.5.5 Entradas e saídas da análise crítica ... ..
45
3.1.6 Gestão de Recursos ... ..
45
3.1.6.1 Infra-estrutura ... _. 46,,ç¡ 3.1.6.2
Ambiente
de trabalho ... ..48
3.1.7 Realização
do
Produto ... ..50
3.1.8 Medição, análise e melhoria ... ... ... .. 51
CAPÍTULO
4
-
.MODELO DE
ANÁLISE
ERGONÔMICA A
PARTIR
DOS
REQUISITOS
NA
NORMA
ISO
9001:2000
... ..56
4.1 Procedimentos Metodológicos ... ..
56
4.2 Construção
do
Modelo
de Análise ... ..56
4.3
Modelo
Proposto ... ..56
4.4
As
Técnicas para a Coleta deDados
... ..60
4.5 Tratamento e Análise dos
Dados
... .. 61CAPÍTULO
5
-
APLICAÇÃO
DO
MODELO
PROPOSTO
-
... ..62
5.1 Análise
da
Demanda -
Introdução ... ..62
5.1.1 Objetivos ... ._ 63 5.2 Análise
da
Tarefa ... ..64
5.2.1 Sistema de Gestão
da
Qualidade ... ..64
5.2.2 Responsabilidade da direção ... ..
66
5.2.3 Gestão de recursos ... ..
70
5.3 Análise
da
Atividade ... ..78
5.3.1 Realização
do
produto ... _.79
5.4 Diagnóstico eRecomendações
Ergonômicas
... ..84
5.4.1 Medição, análise e melhorias ... .. 85
CAPÍTULO
6-
coNcLUsÓEs
... ..ss
6.1 Conclusões ... .: ... ..88
GLOSSÁRIO
... .. ooooooooooooooooooooooooooooo no-.
FIGURA
01-
Requisitosda
ISO
9001:2000
e aergonomia
... _.FIGURA
02
~
Modelo
de análiseergonômica
a partir dos requisitos danorma
ISO
900112000
... ... ..AET:
AnáliseErgonômica do
trabalhouBS:
British Standards(Norma
Britânica)ISO:
International Organization for Standardization IT: Instrução de TrabalhoNR:
Norma
Regulamentadora
QVT:
Qualidade deVida
no
TrabalhoSGQ:
Sistema de Gestão da QualidadeRESUMO
MOREIRA,
Helenara Salvati Bertolossi.Os
processosde
certificaçãoda
ISO
9000 sob o
enfoque
da
ergonomia.
2002. Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção)-
Programa
dePós-Graduação
em
Engenharia de Produção,UFSC.
Florianópolis.O
presente estudotem
como
objetivo elaborar recomendações, a partirda
Ergonomia, para a implantação emanutenção
deum
sistema de gestãoda
qualidade-ISO 9000.A
escolhado
tema
ocorreem
funçãoda
citação feitana
última revisãoda
Norma
quando
se refere à infra- estrutura e ao ambiente de trabalhodando
espaço para a intervençãoda
Ergonomia.Inicialmente fundamenta-se deforma
teórica o assunto, descrevendo-seno
transcurso
da
pesquisa sugestõesda
Ergonomia
para cada itemda
norma.O
estudoavançou
em
direção a aplicaçãoda
AnáliseErgonômica do
Trabalho para verificarcomo
sedeu
a implantação e amanutenção
eficazdo
Sistema de Gestãoda
Qualidade.O resultado finalmostra
algumas
constataçõesdo que
foi descritona
teoria, eque
seobservam na
situação analisadadando
indíciosda
importânciada
atuação daErgonomia na
implantação ena
manutenção
da certificaçãoda
ISO
9000.ABSTRACT
MOREIRA,
Helenara Salvati Bertolossi.The
processes of certification ofISO
9000
according to
Ergonomic.
2002. Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção)-
Programa
dePós-Graduação
em
Engenharia de Produção,UFSC.
Florianópolis.The
present study has theaim of
verifying the proposalsof
ergonomics in the processesof
ISO
9000.
The
choice of thetheme
occursdue
to the quotationmade
in the last revisionof
thenorm
when
referring to the infrastructureand
to theworking
enviromnent leavingroom
for theergonomics intervention. Initially the subject is based
on
a theoreticalway,
describind as the researchwent on
ergonomics suggestions for each itemof
the norm.The
study progressed inthe direction
of
the applicationof
theergonomic
analysisof
work
to verifyhow
the introductionand
the effective maintenanceof
the qualitymanagement
system happened.The
final resultshows
some
true factsof
what
was
described in the theory,and
which
can be observed in theanalyzed situation
showing
signsof
the importanceof
ergonomics in the introductionand
maintenance ofISO
9000.ISO
- International Organization for Standardízatíon (Organização Intemacionalpara Normalização) é
uma
federação mundial de órgãos nacionais de normalização,que
tem
por objetivo preparar e emitir
um
conjunto de procedimentos de garantia de qualidade preparados por representantes demais
de90
países.Seu
foco está dirigido para a eficáciado
sistema de gestão
da
qualidade da organização, atendendo aos requisitos dos clientes ena
melhoria contínuado
sistema de gestão de qualidade implantado. Visa facilitar a troca debens
e serviços e desenvolver cooperação intelectual científica, tecnológica e econômica. .,`
No
ano de 2000, anonna ISO
9000
passou por sua última revisão trazendo algimsconceitos e modificações relevantes.
Ao
que se percebe, anova
versão sugereum
maior
empenho
da direção e de todos os colaboradores,que
precisam estar envolvidosno
projetode
implantaçãoda
mesma,
e destacando tópicos importantes relacionadoscom
as condiçõesde
trabalho, assuntonão
abordado nas versões anteriores. “A
buscada
qualidadeque
mobiliza esforçosde
todaordem
nas empresas brasileiras.No
entanto, para obterum
sucesso contínuo, aempresa tem
de ser especialistana
buscade
resultados (qualidade de produtos/serviços),
na manutenção
deum
clima internomotivado
ena
abertura para a inovação e à flexibilidade(FERNANDES,
1996).Para 0 desenvolvimento da qualidade
em uma
empresa, muitos fatores precisam serlevados
em
conta, entre eles, a existência deum
ambiente competitivo, a cultura empresarialpredominante, a existência de umafinfra-estrutura de serviços tecnológicos, a organização dos
~
consumidores e, principalmente, a participaçao dos trabalhadores.
Couto
(1996) relataque
o trabalho industrializado,mecanizado
e automatizado, aliados auma
busca desenfreada pela produtividade e pela qualidade,vem
impondo
condiçõesdesapropriadas e prejudiciais à saúde
humana
como
um
todo. Neste contexto, enfoca-se a Ergonomia,como
Lunaabordagem
quepode
intervir diretamente nas relações dohomem
edo
seu trabalho, adaptando o trabalho às necessidades
humanas,
incentivando condiçõessatisfatórias de produção, contribuindo
no
projeto ena modificação
dos ambientesde
trabalho, apontando as melhores condições de saúde e bem-estar para os
que atuam
nessesambientes
(LAVILLE,
1997). _Segundo
Cañete (2001), as condições de saúde, habitação, educação, transporte ecrescentes problemas 'de
ordem
social, cultural e econômica,bem
como
a intranqüilidade quanto ao emprego,fazem
com
que
as pessoasfiquem
muito estressadas. Desta forma, pode- se considerarque
a qualidade das pessoas, das empresas e dos profissionais está relacionadacom
a qualidade dos produtos e serviços, e estestêm
uma
decorrência lógica e indiscutívelda
qualidade de vida.
Diante dessa afirmativa, ressalta-se a idéia de
que
as empresasque
apresentamuma
certificação de qualidadecomo
aISO
9000
dependem
muito da qualidade intemade
seustrabalhadores e, conseqüentemente,
do que
esta oferece paraque
existam condiçõesfavoráveis ao desenvolvimento de
um
trabalhocom
qualidade. _Dessa
maneira, estabeleceu-se a pergunta de pesquisa, norteadora deste trabalho eque pode
ser assim caracterizada:Como
aErgonomia pode
contribuir nos processos de certificaçãoda
ISO
9000, favorecendo as melhorias das condições de trabalho?1.1 Importância
da
pesquisaConsidera-se
que
a importânciado
trabalho está diretamente ligada ao fato de haverum
número
reduzido de trabalhos científicos abordando as questõesquerelacionam
aNorma
ISO
9000
e a Ergonomia.A
pesquisa poderá contribuirem
evidenciar a importância de condições ergonômicas favoráveis para amanutenção
eficaz de urna certificação.Tendo
em
vista a abrangênciamundial da
ISO' 9000, é imprescindívelque
mesmo
não
sendo estauma
norma
de segurança, amesma
tivesse citações sobre as condições ergonômicas favoráveis parao
desenvolvimentodo
trabalhocom
qualidade.1.2 Objetivos
do
trabalhoBaseando-se nos aspectos
mencionados
anterionnente,o
objetivo geral deste estudo consiste em: Elaborar recomendações, a partir da Ergonomia, para a implantação emanutenção
deum
sistema de gestão de qualidade-ISO
9000.Para atingir este objetivo, faz-se necessário
uma
série de estudos mais detalhados cujos objetivos específicos são:f Interpretar a
Norma ISO
9001:2000
salientando as contribuiçõesda
Ergonomia
nos- Identificar o processo de construção das Instruções de Trabalho exigidos pela norma.
- Determinar a distância entre
o
procedimento real de trabalho e a Instrução de trabalhodefinido
pelaISO
9000.- Apresentar
um
conjuntode
ferramentas pormeio
da AnáliseErgonômica do
trabalho,que
servirão de base para verificar as condições de trabalhoem
uma
empresa
certificada pelaISO
9000.1.4 Caracterização
do
estudoPor
se tratar deuma
pesquisa,em
que
se busca conheceruma
realidade, fez se aopção
pelo estudo descritivo, considerado por Oliveira (2001)como
o tipo de estudomais
adequado quando o
pesquisador necessita obtermelhor
entendimento a respeitodo
comportamento
de vários fatores e elementosque
influenciam determinada situação. _Gil (1996, p.46) diz
que
este tipo de estudotem
como
objetivo levantar as opiniões, crenças e valoresda
população pesquisada,bem
como
as características deum
determinadogrupo. Para Trivinos (1992), o estudo descritivo possibilita aprofundar análises nos limites
de
uma
realidade específica e permite caracterizaruma
situação pela descrição de fatos efenômenos que compõe,
indoalém
da coleta, ordenação e classificação de dadosou
fatos,com
objetivo de permitir o estabelecimento e análise de relações entre eles. VEste trabalho se caracteriza
como
uma
pesquisa qualitativa, pois de acordocom
Godoy
(1995),tem
como
ponto de partida questõesou
focos de interesses amplos,que
sevão
delineando amedida
em
que
os estudos se desenvolvem.Os
dados neste tipode abordagem
são obtidos
no
próprio contexto de análise, pela observação direta das pessoas edo
ambientecom
um
todo.A
pesquisa visa acompreensão do
processo,além
dos resultadosou
produto.1.5 Limitações
do
trabalhoForam
descritos mais detalhadamente os requisitosda
norma ISO
9000 que
aergonomia
tem
como
contribuir através de seus princípios teóricos-metodológicos.O
trabalho limita-se a descrição e análise deum
laboratório de anatomia patológica ecitopatologia
que
aindanão
foi certificado pelanova
versãoda
ISO
9001 :2000,sendo
certificada pela versão de 1994,mas
esse fatonão
compromete
o estudo pelasemelhança na
estruturada
norma,podendo
atémesmo
auxiliarna
implantaçãoda
nova
versão.1.6 Estrutura
do
trabalhoEste trabalho está estruturado
em
seis capítulos.O
segundo
capítulo aborda a fundamentação teórico-empírica sobre ostemas
como
a Qualidade, anorma
ISO
9000
e a Ergonomia,buscando
suporte teórico e metodológico para sustentar a pesquisa.F
ez-se necessárioque
o terceiro capítulocomplementasse o
referencial teóricocom
questões específicas
que
auxiliaram a construçãodo
modelo
de análise.No
quarto capítulo, contemplam-se os procedimentos metodológicos, tratando-se a respeitoda
construçãodo
modelo
de análise,que
darão suporte para a realizaçãodo estudode
CaS0.No
quinto capítulo, apresentam-se os resultados, interpretando-os à luz dos fundamentos teóricos e da realidade existente, caracterizando assim,um
estudo de caso.No
sexto capítulo,são
apresentadasconclusões
e sugestõespara
trabalhosCAPÍTULO
2-
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1 Qualidade
O
atual cenárioeconômico
mundial, oCódigo
de Defesado Consumidor
e acrescente conscientização
da
populaçãoem
geral,têm
forçado as organizações areverem
suas posturas frente aos consumidores, hojemais
informados, aos trabalhadores e à sociedadeem
geral(SILVA,
1999).Assim
sendo, a qualidadetem
sido enfatizada e discutida atualmente, figurando nas principais manchetesno
cenário nacional e intemacional, fazendo partedo
marketingde
diversas empresas.
ç
A
palavra qualidade é usada de formas diferentes,com
uma
variedadede
significados, sendo diversamente conceituada.
Embora
existauma
certa convergência .entretodas as definições propostas enquanto revelam a importância
da
satisfação do cliente e/ou consumidor, dos bens e serviçosque
lhe são oferecidos, procura-se' a seguir apresentaralgumas
das diversas definições sugeridas por diversos autores.2.1.1 Conceitos da Qualidade
Logo
após o adventoda
administração científica,na
busca de soluçõesmais
estruturadas, alguns teóricoscomeçaram
a desenvolver ferramentas de naturezamais
objetiva, percebendo a possibilidadeda
aplicaçãona
administração organizacional.Um
destes teóricosfoi
W.E.
Deming
(1990),que
setomou
conhecido por orientar o desenvolvimentoda
qualidade japonesa
no
pós-guerra.Sua
abordagem,no
que se refere à qualidade, caracteriza- se pelo aprimoramento dos processos atravésde
uma
postura de melhoria contínua.Além
disso,Deming
deu
muita importância ao uso de técnicas estatísticas, àmudança
culturalcom
forte ênfaseno
processo participativo, eem
pesquisas demercado que
captem
oque
omercado
deseja. Quanto* aos recursoshumanos,
Deming
enfatiza os fatoresque
inibem o trabalhador de orgulhar-se de seu trabalho e afirmaque
a maioria dos problemas deuma
empresa
são causados pelo sistema enão
pelos operadores.Um
fator motivacional,mencionado
pelomesmo
autor, équando
os trabalhadores sentemque
a gerência está se esforçandoem
solucionar os problemas, efetuando melhoriasno
sistema, não colocando aimportante,
uma
vez que, se o trabalhador percebeque
existealguma medida
preventivadentro da organização, para
um
bom
funcionamentodo
seu trabalho, ele tende a desenvolver sua atividadeem
melhores condições, favorecendo assim, a qualidadedo
produtoou
do
serviço.Deming
(1990),também
ressaltaque
a qualidade é a redução nas variações,como
fundamento
para contínua epermanente
melhoria, assimcomo
o orgulho do trabalhador,conhecimento profundo e as habilidades adequadas.
A
defmição de qualidadesegundo
o autornão
deve estar limitada à “conformidade”,pois assim
não
haverá espaço para a inovação, à melhoria deum
processoou
à melhoriada
própria administração
da
organização.Deming
acreditaque
apenas a inovação e a melhorianão
são suficientes para explicaruma
qualidade duradoura. Desta fonna, aErgonomia mais
uma
vez
se mostra presentena
qualidade, enfatizando as condições favoráveisde
trabalho, sendo esteum
dos fatoresque pode
contribuirna manutenção
eficazda
qualidade.Para J uran (1990), a qualidade é obtida através das seguintes atividades: ~
- Planejamento: processo de estabelecimento de objetivos e dos
meios
pararealizar esses
objetivos.
Começa
com
o estabelecimento de metasda
qualidade até o desenvolvimentode
controles de processo para garantir o
cumprimento
das metas;- Controle: consiste
em
defmir características aserem
controlados,meios
para avaliaro
desempenho, comparar
odesempenho
com
os objetivos e tomar ações corretivas;V
- Aperfeiçoamento: busca atingir níveis excelentes de
desempenho.
Oliveira (1998) salienta!
que
a qualidade está fundamentada, basicamente, nosaspectos organizacionais e comportamentais (motivação),
além
disso, prega Ao envolvimento de toda organizaçãoem
tomo
de metasda
qualidade, firmemente estabelecidas e periodicamente avaliadas através de dados confiáveis de custos.No
que se refere aos fatoreshumanos,
Oliveira valoriza muito ocomportamento
de cada indivíduo dentroda empresa
eenfatiza o uso de
campanhas
motivacionais e de educação e treinamento,buscando
mudar
a culturada empresa
e obter ocomprometimento do
indivíduona manutenção da
qualidade.O
autor consideraque
as pessoas são motivadas,na
medida
em
que participamda
solução de problemas e
verificam
que a gerência se importacom
a qualidade,além
do
fatode
serem
reconhecidos por seu trabalho.Segundo
Jenskins (apudPALADINI1995,
p.29):“A
qualidade é o graude
ajuste deum
produto àdemanda
que
pretende satisfazer”.A
qualidade neste caso funcionacomo
elo entre eles: deum
lado, oconsumidor
com
suas necessidades e conveniências e de outro aempresa,
com
sua capacidade dedesempenho
e suas estratégias de mercado.O
produtoque
aempresa
pretende vender, portanto, teráboa
qualidade,na medida
em
que, daforma mais
ampla
possível, puder satisfazerambas
as partes.u
“Qualidade é adequação ao uso”
(JURAN
eGRYNA,
1991 p.36). Nesta definição, várias abordagens precisam ser consideradas.De
acordocom
Paladini (1995), aabordagem
centrada
no
usuário se preocupacom
estética e conveniência.A
abordagem
centradano
produto sefixa
em
aspectoscomo
desempenho
e durabilidade; já aabordagem
centradana
fabricação se
fixa
em
confiabilidade e conformidade, ressaltando assim, a importânciada
análise global, ampliando a responsabilidadeda
qualidade para todos os quedesenvolvem
alguma
açãono
processo produtivo.De
acordocom
opensamento
de Möller (1997), para defmir qualidade, muitos fatoresdevem
ser levadosem
consideração.Um
produtocom
amesma
qualidade,no
mesmo
país
ou na
mesma
cultura,pode
ser julgado de diversas fonnas por pessoascom
experiência,educação, idade e
formação
diferentes.V
Silva (1999)
também
considera a qualidadecomo
um
Sistema de Gestão, baseadoem
métodos, ferramentas ena
participação intensiva dos funcionários da empresa,em
buscada
melhoria contínuada
competitividadeda empresa
e de seus resultados. Estes resultadospossuem
relação diretacom
as dimensõesda
Qualidadeque
aempresa
precisa melhorar evariam
deempresa
para empresa, e muitas vezes dentro de cada empresa, de acordocom
o
que
estará sendo analisado.A
qualidade apresenta definições,mas
aempresa
precisa teruma
defmição clarado
que
vem
a ser a qualidade, pois esta é conseqüência deum
sistema de gestão apoiadona
capacidadeda empresa
em
aprender a analisar seu ambiente e adotarum
sistema de atividadese competências
que
atome
melhor. _Conclui-se
assim,que segundo
Paladini (1995),a
qualidade éuma
definição
que
compromete
erequer
esforçode
quem
pretende
adotá-la:0
compromisso
de
sempre
atenderao
consumidor da melhor forma
possível eo
esforçode
otimizar todas2.1.2
A
evolução
do
conceitoda
qualidade
Em
Paladini (1995), encontram-se constatações deque
a qualidade foi evoluindoao
longodo
tempo.Em
função das especificidadesque
cada grupo apresentouna
históriado
desenvolvimentohumano,
o autor consideraque
a qualidade poderia ser divididaem
períodos. ›
“
O
períododa
Antigüidade,marcado
pela alta qualidade e padrões para artesem
geral e a arquitetura vista desde as pirâmidesdo
Egito até as construções de extrema precisãona
Grécia eRoma.
No
períododa
Idade Média, surgiram os primeiros operadores de Controlede
Qualidade, graças ao crescimento depequenas
empresas eda
diversificação de suas linhas de produção.A
Definem-se
então, produtos rudimentaresda
qualidade para bens e serviços e níveis básicos dedesempenho
de mão-de-obra, tendo sido detemiinadas as condições gerais parao
trabalho
humano,
percebe-se assim,que
desde sua origem, a avaliaçãoda
qualidade éuma
atividade
que não
pode
ser dissociadada
ação produtiva.Com
a industrialização, surgiuo
processo de multidivisão das tarefasna
confecção deum
produto.O
controle de qualidade passou àsmãos
do
mestre industrialque
exerciapadrões de qualidade e avaliava azconformação
do
trabalho aos padrõesfixados
pelodono
do
empreendimento.Com
o aumento da produção
edo
número
de trabalhadores,um
só superiornão
conseguia inspecionar sozinho a qualidadedo
produto. Assim, essa supervisãocomeça
a migrar para as pessoas envolvidasno
processo produtivo, nos casosem
que
a inspeçãoda
qualidade
não
era feita deforma
satisfatóriaou
suficiente para detectar erros.A
resposta para esteproblema marca
o período,que
devido à 2* Guerra Mundial,exigiu a fixação de padrões e acelerou de
forma
considerável o desenvolvimentode
técnicasde inspeção e controle da qualidade, pois a utilização de mão-de-obra
pouco
preparada pelaurgência de incremento
da
produção, afetou os níveisda
qualidade de produtos e serviços, exigindo então, a estruturação deprogramas
formais de qualificação de pessoal.Esta época,
também
foimarcada
ainda, pelo surgimento da preocupaçãocom
osPaladini (1995) considera
que
um
dos períodos mais marcantes da evoluçãoda
qualidade teve a
marca
notória registradana
evoluçãodo
conceito da qualidade, eao
adventoda
mesma
no
Japão.Na
realidade, os japoneses introduziram anoção
de Qualidade de Vida, colocando aqualidade
como
uma
questão eminentemente cultural. Neste período,marcado
pelos anos 50,Matuura
(1987) ressaltaque
a Ginástica Laboral já» eraamplamente
difundidano
Japão, sendoesta, urna ginástica rítmica que incluía séries de exercícios específicos
acompanhados de
música, especialmente criada para talatividade,
demonstrando
assim a preocupaçãocom
o
bem-estar físicodo
trabalhador e indiretamentena
sua Qualidade de Vida.Os
produtos japonesespassaram
a dispor deum
conceitoque
mostrou,em
síntese, por que a qualidade é relevante ecomo
elapode
contribuir para o progresso deuma
nação.Outro período importante para Paladini (1995), foi
marcado não
só pelaconsolidação
do
conceito de qualidade,mas
principalmente pelo surgimentode métodos
eestratégias para viabilizar a produção
da
qualidadeem
bens e serviços. .Nesta época, nasceo
conceito de Controle da Qualidade Total, os
programas
Zero-defeito e os círculosda
qualidade. Surge
o
conceito de controle de qualidade participativo, que preconiza o envolvimento pleno dos operáriosem
decisões relativas a seus postos e ambientede
trabalho, processos deprodução
e produtos, abrindocaminho
para o iníciodo
intercâmbioda
Ergonomia
com
qualidade. _O
desenvolvimento recentena
áreada
qualidadetem
apontado paraum
número
considerável de esforçosque visam
conferir maior garantia da qualidade ao projetodo
produto.
Ao mesmo
tempo, tem-sedado enorme
ênfase ao estudo dos reflexosda
ação de produtos e serviços sobre omeio
ambiente,bem
como
a estruturação das auditorias técnicasou
de assessoramento, a utilização de sistemas informatizados específicos, e as relaçõescom
os fornecedores.Percebe-se assim,
que
o conceito de qualidadetem
mudado
durante os últimos anos.Anteriomiente, era
dada
ênfase aos produtos,ou
seja, a qualidade significava a capacitaçãode
um
produto estarem
conformidadecom
as especificações.Mais
tarde, sua definiçãocomeçou
superação das expectativas
do
cliente.O
conceitoda
qualidadetem
evoluído até reconhecer aimportância de satisfazer muitos detentores de participação
numa
organização, incluindo acomunidade, os fomecedores, os acionistas, a gerência e principalmente os trabalhadores.
A
qualidadeabrange agora elementos
diferenciados,desde a
facilitaçãodo
comércio
e realceda
competitividade, até aspectosque
para a
Ergonomia
são de
fundamental
importância,como
a
melhoria das condições ambientais à
promoção
da
diversificação de
funções,o
investimentono
trabalhador, contribuindo assim,para
aprimoramento
dascondições
de
trabalho.Atualmente,
o desenvolvimento de padrões de
qualidade continuaa
ser feitocom
bastanteafinco, principalmente
na busca
de normatizações
internacionais.Para
que
clientes efomecedores,
em
nívelmundial,
utilizassemo
mesmo
vocabulário
referenteà
qualidade, surgiua
ISO
9000, capaz de
geraruma
nova
cultura organizacional(CERQUEIRA,
1994).De
todos osprogramas
de
qualidade,visando
adquirir os objetivospropostos
neste estudo, optou-se pelaISO
9000
para
verificar a relaçãoda
mesma com
a
Ergonomia.
Uma
vez que
a
coletade dados
será realizadantun
prestadorde
serviçosna
áreada
saúde, faz-se necessário constarno
referencial teórico,como
setem
aplicadoatualmente a
gestãoda
qualidadena
áreada
saúde.2.2 Gestão
da
Qualidadena Saúde
O
mundo
está passando por grandesmudanças
eo
ritmo de atendimento à saúdeprecisa se adequar a elas. Hospitais, laboratórios e demais serviços relacionados à prestação de serviço
devem mudar
não
apenas fisicamente,mas também
em
sua atitudecom
relação,sobretudo, ao paciente, pois a qualidade
não
é simples questão técnicaou
filosófica,mas
uma
prática eum
compromisso permanente na
buscada
melhoria.Mezomo
(1994) consideraque
a saúdeno
Brasil deve ser repensadaem
seu sistema,em
sua estrutura,em
seus processos eem
seus resultados.Somente
investindoem
qualidade, os serviços de saúde terão efetividade,ou
seja, chegarão aos resultados desejadoscom
eficiência.Quando
um
prestador de serviçosna
áreada
saúde buscauma
Certificaçãode
Qualidadecomo
aISO
9001, precisa considerarque
a certificação é, fundamentalmente,um
processo educativo que visa sensibilizar
aadministração
para a criação deum
ambienteorganizacional satisfatório e a produção de serviços de qualidade.
A
ISO
9001
visacomprometer
a instituição, redesenhando sua estrutura e seus processos, deforma
a garantir resultados de qualidade(MEZOMO,
1994).A
certificaçãotambém
pode
ser considerada por diversos autorescomo
um
prêmio
dado
às instituiçõesque
produzem
serviços de qualidade, enquanto confirma publicamenteque
a maneira de agir dessas instituiçõesmerece
a confiança dos usuários, mais precisamente, seus clientes.O
processo de certificação encontra suamaior
justificativana
própria natureza e razão de ser dos Serviços de Saúde,que
é de garantir total qualidade nos resultados oferecidos aos seus clientes.É
urna questão de fidelidade à missão e de respeito aos direitos das pessoasque
se entregam confiantes aosque
lhes prestam cuidados(MEZOMO,
1994). -Outra razão importante
na
implantação deum
processo de certificaçãona
saúde é anecessidade de se racionalizar recursos, otimizando os seus beneficios e
minimizando
seusriscos e custos.
Quando
os processos de certificação são avaliados sob a ótica daErgonomia,
discorda-se
da
citação deMezomo
(1994 p.67)quando
refere que:“A
certificação idequalidade
não
pode
centrar-sena
estrutura (recursos: físicos,humanos,
materiais,tecnológicos) e
nem mesmo
noszprocessos (manualização, rotinas, procedimentos),porque
além
da execução deles de acordocom
o previsto é preciso ver seo
que está previsto atente às necessidades dos clientes”.Ouvir
o
cliente entendê-lo e atendê-lo,tomando-o
de fato, a razão de serda
instituição, é
sem
dúvida, o diferencial para se obter a qualidade;mas
dar ambiente fisico eorganizacional ao trabalhador para
que
este tenha condições favoráveis para realizar seu trabalho, éo
início deuma
certificaçãobem
consolidada e indiscutivelmente necessáriano
ponto de vista ergonômico,uma
vez que, se o trabalhadornão
dispor de condições de saúde esegurança adequadas para desenvolver seu trabalho, ele
não
poderá produzircom
qualidade.2.3
A
qualidade pessoalcomo
baseda
qualidade nas organizaçõesNenhuma
organizaçãopode
sobreviver senão
satisfazer as necessidades de seusconsidera
que
uma
organização certificada pelaISO
9000 não tem
como
oferecer produtos e serviços de qualidade se seus próprios funcionários, seus clientes internos, não tiverem alto nível de qualidade pessoal. Por isso, a qualidade das pessoas constitui a verdadeira basedo
processo de melhoria da qualidade de qualquer organização.O
sucesso deuma
organização,segundo
oprograma
de Controle da Qualidadedo
Atendimento
Médico-Hospitalar idealizado por Franco et all (2001),depende
cadavez mais
do
conhecimento, habilidades, criatividade e motivação das pessoasque
nela trabalham.O
sucesso das pessoas, por sua vez,depende
cadavez mais
de oportunidades para aprender eprincipalmente de
um
ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades.Neste contexto, a participação
da
Ergonomia
se destacacomo
um
elemento fundamental para a obtençãoda
sinergiada
qualidade,com
o enfoque direcionadoao
trabalhador,que
é o responsável pelamesma.
VA
Ergonomia
consideraque
investirno
bem-estar e satisfação das pessoas,além de
seruma
convicção ideológica, humanistaou
ética,tem
implícitauma
lógicaeconômica muito
clara e específica: pessoas satisfeitascom
a organizaçãoonde
trabalham,produzem
mais,com
mais qualidade e
menos
desperdício.O
fundamento da Ergonomia
se justifica pela importância que “o climaorganizacional”
tem
sobre os resultados institucionais,ou
seja,como
odesempenho
da
organização é afetado pelo nível de
comprometimento
profissional das pessoasque, por sua vez, sofreo
impacto de variáveis relacionadascom
o
ambiente físico e interpessoaldo
trabalho.Paralelamente a
uma
Implementação da
Qualidadecomo
aISO
9000, aErgonomia
dispõe
da
AnáliseErgonômica do
Trabalhocomo
metodologia e paralelamentecom
açõesque
possam
contribuir para amanutenção
deum
ambiente seguro e saudável, concorrendo para aqualidade de vida das pessoas.
É
importanteque
hajauma
preocupaçãocom
a satisfação,o
bem
- estar e amotivação dos trabalhadores, sendo isto levado
em
consideração,quando
sedefmem
prioridades e focos estratégicos. Nesta área, inclui-se a melhoria das condições de trabalho
que permitem
oferecer omelhor
para os clientes, levando satisfação às pessoas porpoderem
realizar
bem
suas tarefas.Assim, as
medidas
ergonômicas, favorecendo as condições de trabalho, aliadascom
a necessidadeda
organizaçãoem
preocupar-secom
odesempenho
das pessoas, favorecerão a atitude dos trabalhadoresem
relação à qualidade.A
qualidade pessoal provocauma
reaçãoem
pessoal significa
um
alto nível de qualidade dos produtosou
serviçosda
organização,porque
ela criauma
cultura de qualidade que influencia toda a empresa.Sarah e Sebastian (1993) relatam
que
é importante enfatizar a responsabilidade pessoalna
produçãoda
qualidade.Consideram
ainda,que
a qualidade é algo pessoal antesde
ser institucional, pois é tendo qualidade
que
as pessoas serão capazes de produzi-la. Para tê-la,devem
ser educadas para assumir a responsabilidade de melhorá-la permanentemente. Pessoas capacitadas (fortalecidas) são 0 verdadeiro diferencial de qualquer organização.Pessoas treinadas e capacitadas
crêem na
qualidade de seu trabalho esabem
qual é seu grande objetivo: ocumprimento da
missãoda
instituição.Educar
as pessoas é criar nelas 0 orgulho peloque fazem
e dar-lhes entusiasmo pela excelência.Educar
as pessoas é criarum
novo
ambiente de trabalho que as motive a sesuperarem continuamente.
É
também
capacitá-las para avaliar o sistemaem
que trabalham e reformulá-lo, tirando-lhe tudo aquiloque
lhesimpede
de agiremcom
empenho,
orgulho e eficácia(MOOLER,
1993). 'V
Pessoas
bem
sucedidas, educadas e motivadas,tendem
a repetir os sucessos, poisreconhecem
a atençãoque
recebem
por parteda
liderança, contribuindo efetivamente para a melhoria da qualidadeda
organização. _Caudron
(1997) destacaque
levar as pessoas capazes e talentosas a contribuircom
o
máximo
de seus esforços éum
dps maiores desafios enfrentados pela empresamodema.
A
autora,
quando
descreve alguns fatores essenciais para motivar o trabalhador, salientaque
é imprescindívelque
omesmo
tenha ferramentas para desenvolver o trabalho.Mais
uma
vez
aErgonomia
se faz presente, pois muitas empresasdesmotivam
os funcionáriossem
lhes dar condições físicas ambientais, favorecendo assim o altonúmero
de D.O.R.T. (DistúrbiosOsteomusculares Relacionados ao Trabalho) e
também
de estresse,aumentando
os custoscom
o pessoalou
perdas por baixa produtividade.V
Algumas
empresas, asque
estãomais
preocupadascom
o capitalhumano,
têm
procurado adotaruma
abordagem
mais humanistana
gestão de pessoas, o que setomou
um
item importantena
valorizaçãodo
trabalhador. Atualmente, os defensores dessaabordagem,
que
vem
sendochamada
de visão “holística”, estãofomecendo
beneficios,programas
e espírito, simbolizando aspectos
da
vida dos funcionários deque
as empresas estão tentando cuidar. Essenovo
pensamento
gerencial origina-seda
mistura irreversíveldo
trabalho eda
vida pessoal dos funcionários,
mostrando que
osmesmos
devem
ser consideradoscomo
potencial
humano,
em
vez de recursoshumanos,
e ter oportunidades ilimitadas para investirneste potencial
(KIRSCHNER
eWANN,
2000).Przysiezny e Ulbrricht (1999) relatam
que
a motivação das pessoas, juntamentecom
a sua capacidade individual, a natureza da tecnologia disponível, a tarefa a ser executada,
entre outros fatores,
determinam
a perfonnance das organizações. Portanto, os autoresconsideram
que
acompreensão
das variáveisque
interferem nos motivos das pessoaspode
auxiliar a canalizar seus esforçosno
sentido dos objetivosda
organização. ,Essa visão global, mais voltada para o trabalhador, apresenta questões de interesse
da
Ergonomia,uma
vezque
seu enfoque é o bem-estar geraldo
indivíduona
sua situação detrabalho. `
<
2.4 Qualidade de
Vida
no
Trabalho(QVT)
A
QVT
deveria ser,sem
dúvida,uma
preocupação fundamentalde
todas asempresas que
buscam
um
Sistemade
Gestãoda
Qualidadecom
a certificaçãoda'ISO
9000, sendo que, senão
houveruma
qualidade internaem uma
organização, será impossívelalcançar a qualidade necessária
na
concepção demn
produto,na
prestação deum
serviço eacima
de tudo,na
satisfação demn
cliente.O
conceito deQVT
é, de certa forma, amplo, pois inclui fatores pessoaisque
sãoentendidos
como
necessidades, expectativas, crenças e valoresdo
trabalhador, e fatorescomo
tecnologia, sistema de recompensa, ambiente de trabalho e estado geralda
economia
(BARBOSA,
2001).Muitas são as defmições para a
QVT:
algumas enfocam
os aspectos físicosdo
ambiente, outras
no
econômico, outrasno
social e outras,na
soma
destas variáveis,muito
pouco
acrescentamno que
se refere à democraciano
local de trabalho e aoavanço
dasSegundo Fonseca
(1995; p.62)QVT
“é o quanto às pessoasna
organização estãoaptas a satisfazer suas necessidades pessoais importantes, através de suas experiências de
trabalho e de vida
na
organização”.Todos
os conceitos apresentam enfoques diferentes,mas possuem
um
pontoem
comum:
a conciliação dos interesses dos trabalhadores eda
organização,no
sentido de melhorar ehumanizar
as situações de trabalho. *É
importante frisar que,embora
a qualidade de vida dependa, evidentemente,de
condições de trabalho favoráveis,há
outros aspectosque
podem
tomar
os cargosmais
satisfatórios, refletindo-se indiretamente
na
produtividade eque independem
de elevaçãodo
custo operacional
com
pessoalou
instalações.São
fatores organizacionais, ambientais ecomportamentais que, tecnicamente
bem
administrados e corretamente combinados,influenciam
o projeto dos cargos, elevando o nível de satisfação e produtividade(NADLER,
LAMLER
1983).Segundo Wether
e Davis (1983; p.65): “qualidade de vidano
trabalho, é vistacomo
uma
maneira de pensar a respeito das pessoas,do
trabalho e das organizações”. Tais autoresapontam
dois focos importantesno que
se refere auma
definição operacional concreta deQVT.
Primeiro,uma
preocupaçãocom
o
impactodo
trabalho sobre as pessoas, assimcomo
na
eficiência das organizações, e segundo, a idéia de participarna
resolução dosproblemas
e decisões organizacionais.Segundo
Femandes
(1996), pode-se deduzir pela revisãoda
literaturaque
os elementos-chaves deQVT,
apoiam-seem
alguns elementos básicos:- Resolução de problemas envolvendo os
membros
da
organizaçãoem
todos os níveis (participação, sugestões, inovações, etc);- Reestruturação da natureza básica
do
trabalho (enriquecimento detarefas, redesenho _de
cargos, rotação de funções, grupos
autônomos ou
semi-autônomos, etc);- Inovações
no
sistema de recompensas (remunerações fmanceiras enão
financeiras);- Melhorias
no
ambiente de trabalho (clima, cultura,meio
ambiente físico), objetivando influenciar a Qualidade de Vida.Diante de tantas defmições anteriormente citadas, Q.V.T.
não
deve ser consideradacomo
um
modismo,
mas
simuma
real necessidade nas organizações,que
precisam darsubsídios para o desenvolvimento
do
trabalhonão
apenas de qualidade,mas
também
em
analisando as condições de trabalho dos clientes intemos
da
empresa, e aISO
9000,auxiliando
na
garantiada
qualidade dos produtos e serviços a partirdo
processoque
os gera, visando atender a satisfação dos clientes.2.5
A
Norma
ISO
9000
A
normalizaçãopode
ter tido o seu iníciocomo
mero
processo mecânico,mas
evoluiu e se
tomou
um
meio
para assegurar a intercarnbialidade,bem
como
uma
técnicade
simplificação e conservação de recursos e capacidade produtiva. _Para
que
se possa, objetivamente, avaliar 0 significadoda
certificação deempresas
segundo
asnonnas da
sérieISO
9000, faz-se necessáriocompreender
os antecedenteshistóricos
que
desembocam
nessa sigla, hojemundialmente
conhecida.Segundo
Bueno
(2001),no
final dos anos 50, as forças armadas americanasverificaram que, para assegurar o
desempenho
do complexo
industrial-militar, erafimdamental
qualificar seus fomecedores tendoem
vista a confiabilidade de seus produtos eserviços. Assim, foi elaborada
uma
norma, a “Military Standard”, para avaliaro
sistemade
controle
da
qualidade de seus fomecedores.Com
essemesmo
objetivo, foram desenvolvidas especificações para a área nuclearpela
Agência
Intemacional de Energia Atômica.Cabe
observarque
a principal motivação, àépoca,
não
era o~ desenvolvimentoda
produtividade,mas
principalmente, a segurançade
empreendimentos complexos
e de grande risco.i
Na
década de 60, a revolução nosmétodos
de transporte contribui paraum
explosivo crescimentodo
comércio internacional,mas
outras razões,conforme
o relatodo Comitê
Brasileiro de Qualidade de 2000,também
influenciaram para este crescimento:- desenvolvimento das empresas multinacionais, que encontram suas atividades
comerciais
obstruídas pelo conflito entre
normas
nacionais;- crescente interesse de autoridades governamentais
em
urna platafonnatécnica internacional
para o desenvolvimento de regularidades
não
conflitantes;- criação de Institutos de normalização
em
muitos países,que
compreenderam
a necessidade- reconhecimento, por parte de outras organizações intemacionais,
da
necessidade de regrasem
questões técnicas. _Esse
movimento
se disseminou por vários outros setoresda
economia, demodo
que,na
década de 70, a qualificação defomecedores
era,em
nível mundial,uma
atividadedesenvolvida
em
um
ponderávelnúmero
de grandes empresas eem
grandes projetos.No
Brasil, a partir demeados
da
década de 70, sob a égidedo
modelo
de substituição de importações, as estatais brasileiras fizeramum
grande esforço de capacitação equalificação de seus fomecedores.
O
Programa
Nuclear Brasileiro foi o pioneiro nesse esforçode avaliação de
fomecedores
pela ótica da qualidade, sendo seguido pela Petrobrás e outrasestatais.
Cabe
ressaltarque
as exigências feitas nesse esforço nacionaleram
idênticas àsintemacionais, Assinalam-se
também,
as iniciativasbem
sucedidas dealgumas empresas
privadas exportadoras
que
se adaptaram aos padrões de qualidades exigidos pelosmercados
dos países desenvolvidos(BUENO,
2001). _Em
meados
da
década de 80,a
Internacional Organization for Standardization(ISO) iniciou a elaboração
do que
sechamou norma
sistêmica para a qualidade. Essasnormas
são genéricas,não
seprendem
aum
produtoou
um
setorem
particular,mas
tratamda
avaliação
do
processo produtivocomo
um
todo, qualquerque
seja ele. Essasnormas foram
denominadas
sérieISO
9000. `Segundo
Oliveira (2001), a emissãoda
série9000
em
1987 marcou o
inícioda
popularizaçãoda
ISO, sendo hoje conhecida por todos os países.A
primeira versão criouuma
estrutura de trêsnormas
sujeitas à certificação, aISO
9001,9002
e 9003,além da
ISO
9000 que
erauma
espécie de guia para certificação.Com
trêsanos de atraso, a Associação Brasileira de
Nonnas
Técnicas-ABNT
emitiu a primeira versão(tradução)
da
sérieno
Brasil,com
onome
de sérieNBR
19000.Em
1994, anomia
passou por sua primeira revisão,porém
sem
grandes modificações, apenascom
uma
pequena
ampliação e alguns esclarecimentosem
seus requisitos,mantendo
amesma
estrutura.Oliveira (2001), ressalta
que
a estruturada
norma, versões87
e 94 dificultam avisualização dos beneficios de implantação, encarando tão
somente
à garantia de qualidade,ou
seja, anorma
estabelecia requisitosque
pudessem
assegurar ao cliente, o recebimentode
produtos dentro
da
especificação requerida.O
enfoque de melhoria, de gestãodo
negócio, aparecia deforma
bastante tímida e subjetiva.Em
dezembro
de 2000, a série denormas
ISO
9000
foi revisada, passando a sernotadas já a partir
do
título das normas.Na
revisão de 1994, asnormas
de especificaçõesrecebiam a
denominação
de Sistema de Qualidade-
Modelo
para garantia da qualidade.Na
revisão 2000,o
termo “Garantia de Qualidade” foi suprimido, passando-se adenominar
asnormas
para Sistemas de Gestão de Qualidade(SGQ)
-
Requisitos, enfatizandoque além
da garantiada
qualidade para o cliente e para a própria administração, busca-setambém,
explicitamente,o
aumento da
satisfaçãodo
cliente e demais partes interessadas.As
principaismudanças
da
nova
versãoda
ISO
9000,segundo Nascimento
(2001), foram:- radical
mudança
na
estrutura,embora
conserve a essência dos20
elementos originais.Nova
estmtura está
mais
relacionada aos processos organizacionais;-
norma
única de requisitos para sistema de gestãoda
qualidade,ou
seja,
deixam
de existir osmodelos
parciais.ISO
9001,9002
e9003
passando a serdenominada
ISO
9001, 2000;- possibilidade de adequação
do
escopo para as operações de diferentes tipos deorganizações; -
nova
estrutura baseadaem
processos e reforçona
orientação parao
cliente;_ ~
-
aumento
da compatibilidadecom
asnormas
de sistema de gestão ambiental da série 14000; -processo de melhoria contínuacomo
um
importante passo de acréscimo ao sistemade
qualidade;
-a
norma
ISO
9001
aliada à revisãoda
norma
9004
passa a serchamada
de “Par Consistente” enfatizando apromoção
e a melhoriado
desempenho
da organização. `Na
revisão, anonna
écomposta
por oito princípios básicos: ~ Organização focadano
cliente; _- Liderança;
-
Envolvimento
das pessoas;-
Enfoque
sistêmico para gerenciamento; - Melhoria contínua;-
Tomada
de decisão baseadaem
fatos;-
Beneficios
mútuos
nas relaçõescom
os fomecedores.Um
tópico considerado essencial para a Ergonomia, entre estes princípios básicos, ésem
dúvida, o envolvimento das pessoas, pois se os trabalhadoresnão
incorporarem a idéiada
importância
da
qualidade, será muito difícil conseguir alcançar a satisfaçãodo
cliente.No
que
se refere à melhoria contínua,
uma
empresa que
almeja amanutenção
eficazda
qualidade, precisaalém
daISO
9000, investirna
qualidade de vidano
traballio,conforme
citado anteriormente, propiciando aos trabalhadoresmn
clima organizacional favorável.2.6
Ergonomia
O
mundo
do
trabalho busca resultados pormeio
da transformaçãode
matériasprimas
em
bens e serviços e, encontram-se processos de trabalhosempre
mais especializados e funcionais.Todas
estas pretensões de trabalho são legítimas emerecem
ser satisfeitas,porém
é sabido e reconhecido universalmente e considerados todos os fatoresque
interagemno
mundo
do
trabalho: os meios, os instrumentos, a organização e principahnenteo
homem,
como
sujeito desta relação(PEREIRA,
2001).i A
O
homem
deve
sero
centrode qualquer evento
enenhum
sistemapoderá
seroperado eficientemente,
confortavehnente,ou
com
segurança,sem
que
haja
entendimento
do comportamento
básicodo
operador
dentrodo
sistema-
0 que
elepode
fazer eo
que
elequer
fazer.A
tecnologia introduziu o uso doscomputadores
e ohomem
passou a incorporarem
seu ambiente de trabalho esse mobiliário,
permanecendo
a maior partedo
tempo na
posiçãosentada e estática,
aumentando
as possibilidades dosDORT's
(Distúrbios Ósteosmusculares Relacionados ao Trabalho).A
evoluçãoda
tecnologia (informatização, automatização),em
relação aos tiposantigos
ou
recentes de organizaçãodo
trabalho, cria situaçõesem
que
a atividadenão
está longe de serpuramente
mental,mesmo
na produção
demassa ou no
trabalho de escritóriopouco
qualificado. Muitas atividadestêm
hojeem
diaum
componente
cognitivo intenso ezoimpiexo
(WISNER
1981, p.11)._,Para
Moraes
(2000),são
disciplinasafluentes
da
Ergonomia
aquelasque
fomecem
subsídios sobre os aspectos físicos ementais
do
homem:
anatomia,
antropometria,biomecânica,
medicina do
trabalho, fisiologiado
trabalho, psicologiacognitiva, psicologia
do
trabalho, psicologia experimental, sobre as interações sociaise culturais
das
relaçõesde produção,
sociologiado
trabalho,Ergonomia
do
trabalho,antropologia e sobre
a
comunicação
humana
- semiótica.Já as disciplinas
efluentes
da Ergonomia,
sãopara o
mesmo
autor,aquelas
para
as quaisa
Ergonomia,
a
partirda
abordagem
sistêmica,da modelação
das
comunicações,
da
análiseda
tarefa ede experimentos
com
variáveis controladas asque
defmem
requisitosergonômicos
de
projetode
produtos,elementos
de comunicação
visual,