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Aspectos da regulação iônica de Tilápia do Nilo Sarotherodon niloticus - (Linnaeus), com base em estudos histológicos

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CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

ASPECTOS DA REGULAÇÃO ICNICA DE TILIPIA

BD - NILO;

SarOthercidón niZotictis -

(Linna -

eus),

COM BASE EM ESTUDOS HISTOLCGIVOS.

ANTONIO JOSE FELICIO

PINHO

Dissertavao apresentada ao Departamento

de Engenharia de Pesca do Centro de Ci—

incias Agrarias da Universidade Federal

do Ceara, como parte das exigincias pa—

ra a obtengao do titúlo de

Engenheiro

de Pesca.

FORTALEZA — CEARA

JULHO/1981

(2)

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

P723 Pinho, Antônio José Felício.

Aspectos da regulação iônica de Tilápia do Nilo Sarotherodon niloticus - (Linnaeus), com base em estudos histológicos / Antônio José Felício Pinho. – 1991.

25 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1991.

Orientação: Prof. Maria Ivone Mota Alves.

1. Tilápia do Nilo - Regulação iônica. I. Título.

CDD 639.2

1981.

1981.

(3)

- Orientador -

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Ast. VERA LUCIA MOTA KLEIN - Presidente -

Prof. Colab. JOSg WILLIAM BEZERRA E SILVA

VISTO:

Prof. Ast. JOSg RAIMUNDO BASTOS

Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca

Prof. Ast. FRANCISCA PINHEIRO.JOVENfiINO Coordenadora do Curso de Engenharia de Pesca

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Manifestamos nossos agradecimentos:

- A

Dra. Maria Ivone Mota Alves., pela orientagao e constante" apoio durante a rea,lizagao do Presente trabalho.

- Ao Dr. Dary Alves de Oliveira e a M3nica da Rocha Tomi pela ajuda na elaboragao das microfotografias d preparação das laminas

laminas respectivamente.

- I irma Eliona‘Pinho e a .amiga Marlene Franklin pelas tradu-gJes realizadas.

As irmas Simone e Angela por suas' valiosas contribuigjes /' nos -trabalhos datilograficos.

- Ao Sr. Romeu Praciqno de !SoUsa - por sua valiosa.contribuigao nos trabalhos xerocados.

.- Ao Laborat5rio de Analise Clinica Carlos Chagas, na pessoa! do Dr. Geraldo de Souza .Torne pox nos permitir o acesso as /' instalagJes e equipamentos., para a exedugao desse -trabalho. - Ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) .

por cederem os :alevinos.

- Enfim a todas as pessoas que de..algum modo contribuiram pa-ra que esse tpa-rabalho fosse realizado.

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ASPECTOS DA REGULAÇÃO ICNICA DE TILAPIA DO NILO, SAROTHERODON

NILOTICUS (Linnaeus),

COM BASE EM ESTUDOS. HISTOLOGICOS.

'ANTONIO JOSE FELICIO

PINHO

1. INTRODUÇÃO

* A Tilapia do Nib, Sarotherodon niloticus. (Lin - /' naeus), foi introduzida no Nordeste Brasileiro em 1971, pelo' Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Prov.e niente do leste da Africa. Sendo submetida aos trabalhos da ' aclimatagao efetuados pelo Centro de Pesquisas Ictiolacas daquela Autarquia, localizado em Pentecoste-Ceara, estimulada pelas excelentes resultados, o referido 5rgao em 1973 passou' a dissemina-la nos açudes do Poligono das Secas.

A espécie em referencia e considerada um excelente' peixe pa--ça piscicultura preenchendo todas as características' exigidas, como -sejam, carne de boa qualidade, facil

reprodugao facil em viveiro, crescimento r'dpido a partir.: de uma alimentagJo econ6mica de.modo a Ser produzido a um pre go razoilvel. g de facil identificagao pela existencia de ris-cas verticais na cauda (Bard et al, 1974), (figura

1).

A Tilapia em estudo suporta extensas variagjes de ' salinidade, devendo .possuir estruturas especializadas para es se comportamento. A tolerancia a variagao de salinidade esta' relacionada com os mecanismos atraves dos quais as especies ' respondem variagJo da quantidade de sais. Certamente, o rim a pele e as branquias seio os rebTonsjiveis pelas rigu1ag5es 1.6 nicas dos peixes.

Nascimento (1980), estudando essa mesma espécie de-monstrou um comportamento de osmorregulador.

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Os peixes telecisteos, tanto estenohaZinos como eu-' rihalinos, mantém a concentragao i6nica de seu plasma em ?rt. - veia mais elevado do mar do que nd agua doce. Em geral, a re-gulagao do balanço hidromineraZ nao é rígida, mas varia com as modificagaes que permitem a sobrevivéncia (Holmes & Donald son, 1969; Johnson, 1973).

Muitos pesquisadores am tentado adaptar peixes de . •

agua doce para uma mais.concentvada, em aumentos graduais di teor de sais da agua. Por medigoes das concentragjes de sais'-- do sangue, urina,sais'-- ou tecidos, tém constatado a viabilidade de.

varias espécies na agua salgada.

Dos estudos realizados, conforme ré fere BlaCk-1957, parece que, a viabiliilade dos peixes de agua doce estohali - nos, sobreviveram em aguas com maior concentragao de sais, po de depender da histologia das branquias, da extensao da super ficie das mesmas, de quantidade de consumo de 02, da toleran-cia dos tecidos ao sai e do controle da permeabilidade. Esse' controle da permeabilidade, por sua vez, pode ser resultado ' da ação neurosecretora ou reagao hormonal ao noVo meio ambien te, como também pode ser resultante de um efeito direto naJ superfícies celulares.

Por outro lado, a agua absorvida osmoticamente e me taboZicamente formada é Carregada pelo'sangue e é filtradal a-través dos glomérUlos d6s rins, por causa da diferença del" pressao entre o sangue e o filtrado:

No presente se tenta determinar por meio de estudos experimentais em laboratario, como também, através de analise histolggica de pele, rim e branquias, os mecanismos da regula gao ijnica da espécie em referéncia.

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2. MATERIAL E MgTODOS

0 material base para a realizagao deste trabalho /' constou de 90 alevinos de Tilapia do Nilo Sarotherodon nib o - ticus (Linnaeus), provenientes da estagao de piscicultura do

Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), (Pen-tecoste-Ceara).'Apcis as capturas todo o material foi transpor tado vivo para o laborat6.rio do Departamento .de Engenharia de Pesca em recipientes arejados contendo agua do local de on - gim e deixado para aclimatação pelo per-todo de peio menos du-as semandu-as, em tanques de amianto com capacidade de 250 li-tros arejados horn bombas, sendo em seguida utilizados para / 1 testes de tolerancia em diferentes níveis de salinidade, en - quanto outros foram sacrificados, com a retirada de fragmentos de pele, branquias e rim, para fixagao e posterior exam' hi$-

.

toljgico.

Para os testes de tOlerandia nos diferentes niveis' de salinidade utilizou-se 4 baldes de plástico, em cada um /' foi colocado 12 litros de agua, e 10 indiv.iduos, escolhidos ' ao acaso do tanque. Um dos recipientes continha agua da tor neira pura, (salinidade 0,2%o) os demais continham as seguin-tes proporg6es de aqua do mar em relação a agua doce, 25%, /' 50%, 75%, correspondendo respectivamente aos seguintes niveis de salinidade: 8,6%o; 17,5%o,25,5%o.

Tendo-se verificado preliminamente que Sarotherodon niZoticus no resistiam por muito tempo a saZinidades acima ' de 75% de agua- do mar, ou seja 25,5%o, as experig.ncias foram' realizadas somente ate. essa salinidade.

Este experimento teve duragao de- 30 dias, sendo que cada 24 horas era feita a observagEo dos sobreviventes e a re novação da água mantendo os mesmos niveis de salinidade, sen-do os individuos mortos retirasen-dos, contasen-dos e medisen-dos. 0 s,xpe rimento era dac..o como concluido quando eram decorridos os 30 dias de observação ou quando todos os individuos eram mortos,

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exceto para os experimentos que continha 50% e 75% que para ' melhor segurança dos resultados foram repetidos 2 e 4 vezes ' respectivamente.

Todos os recipientes foram devidamente arejados, /' por meio de bombas, e para a alimentagao diária utilizou-se ' aveia flocos fino?.

Para obtermos os comprimentos totdis (a partir do ' extremo anterior do focinho ate' o extremo posterior da nada - deira caudal) foi utilizado paquimetro de ago capaz de regis-tar djcimos de milímetro, sendo os individuos acomodados em superficie plana. A tabela 1 informa sobre as caracter:tsticas de comprimento dos'individuos estudados.

Para a preparagao_das,laminas hiStolggicas, foram r.

escOlhidos individuos ao acaso e retirados fragmentos d ple branquias e rim, sendo dé mesmas fixadas em formol a 10% por 24 horas.

Apjs o que, o material foi levado ao "Histotjcnico' OMA", dando continuidade a fase de fixagao do material,-a /' qual tede uma duragao de 1 hora no formol a 10%; em seguiia 1/4 iniciou-se a fase de desidratagao, esta foi concluida coin 1 '

hora em alccol comercial a 90%, 1 hora em lcool absoluto.I e 1 hora em álcool absoluto II, passando imediatamente para a ' fase de diafanizagao'reaZizada ap6s 1 hora em xilol 1,1 hora em xiZoZ II .e 1 hora. em xilol III, seguindo para a fase de in clusao em parafina, banho da parafina I por 1 hora e banho da parafina II tamb6'm ppr 1 hora. Logo que foi concluida esta fa se, o material foi retirado do aparelho, sendo feita a inclu-sao do material em formas de papel e adicionando-se parafina' a 379O em seguida levados a geladeira (10 minutos), para for-mar os blocos com as pegas, em seguida fez-se a fixação dos ' blocos no suporte, ajustando o mesmo ao micrjtomo, onde foram feitos os cortes de e micra, sendo estes colocados em um reci piente com clgua e em seguida transportados para as l'ciminas, ' que foram levadas a estufa(359) por 20 a 30 minutos.

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Nas coloragjes colocou--se as laminas ap5s sairem da estufa e esfriarem um pouco em xiZoZ desparafinador durante ' 20 minutos, estas foram passadas rapidamente em alcool absolu to, alcool a 90%, alcool a 70% e agua corrente, em seguida / 1 deixamos corando na hematoxilina durante 6 minutos, e azule - cer por 10 minutos. A seguir as laminas foran-7 coradas pela eo sina por 30 segund6s, lavando-se em seguida nos alcoois 70% e 90%. Seguiram-se passagens poralcoois absoluto I, II, _ III, para desidratar, em seguida procedeu-se a diafanizagao nos xi lois I, II, III, sendo agora as la.minulas fixadas com aux.tlio de balsamo do Canada.

Para as micro fotos utilizou-se equipamentos CARL ZEISS JENA; bom Ocular K6,3 e objetivas 3,2 X; 10 X; 40X.

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Existem esp'e'cies extremamente sensiveis as condi- ' gags do meio e outras, pelo contrario, adaptando-se com faci-lidade dentro de determinados limites.

Um dos fatores que mais notoriamente influenciam o comportamento das espè'cies ictiolggicas consiste na resisan-cia que evidenresisan-ciam a taxa de salinidade do respectivo meio /' vital.

Os testes utilizados para- verificar a tolerancia da Tilapia Sarotherodon niZoticus (Linnaeus)., a diferentes •ni-veis de, salinidades, nos mostra atraas dos resultados (tabe-la II) que os individuos quando submetidos a salinidades de a a 8,6%o, (25% de agua do mar) não revelam qualquer-tipo de ' reação, havendo uma perfeita-adaptagão em poucas horas, ja em salinidades correspondente a 17,5%o (50% de agua do mar) não se verificou tal resultado, ja que apenas um individuo sobre-viveu at o final do experimento (30 dias), na -salinidade de 25,5%o (75% de agua do mar), os individuos apresentaram carac ieristicas de "stress", observando-se mortalidade antes mes - mo de 24 horas, tempo em que todos haviam morrido .

Nascimento (1980) e Maia (1980), obtiveram resulta-dos semelhantes estudando a mesma espjcie.

Lotan (1980), tendo feito semelhante experimento le vantou a possibilidade de que em aguas naturais ou em grandes viveiros, maiores niveis de salinidade seriam suportados. A - traves de analises concluiu que com o aumento da concentragão. de sal no meio, cresce a percentagem de sal no sangue do pei-xe, havendo uma linearidade ate 1,3% de Nacl (36% de agua do mar). Acima deste nivel, segundo o mesmo autor, o sangue tor-na-se hipotanico em relagao ao meio, o crescimento j abrupto' ate 2,7% de Nacl (75,de agua do mar), sendo esta a concentra cao limite para que os individ:Tos sobrevivam a uma. transfere'n

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cia direta.

Nascimento (1980) realizando analise de variagao de concentragao de sangue em diversas salinidades, observou que para a Tilapia Sarotherodon niloticus (Linnaeus), parece ca racterizar perfeitamente a condigao'de'osmorregulador da espe cie, pois a concentragap de sais do sangue nab sofreu varia - g5es quando se modificou a concentragao de sais do meio, con-siderando-se as salinidades de 0,2%o, 8,6%o, 33,8%o, nas sali nidades de 17,5%o, 25,5%o, a analise nao foi realizada, por - que os individuos-morreram antes do final do experimento;

Tendo em vista essa caracteristica da espécie e que procurou-se atrav'e's de analises histol5gicas observar modifi- cagJes na pele, branquias e rim que pudessem estar reZaciona-

das.com essa condigao .de osmorrgulador da Tilapia, dentiro dos limites dbservados. Segue-se uma descrigao dessas estrútu ras, analisadas separadamente:

PELE

A pele com suas estruturas derivatiVas- e acess5ias forma um envolt5rio externo do corpo'do peixe, atravê's do / 1 'qual 6. feita a maioria dos contatos com,o mundo exterior. E -

xerce muitas fung5es importanteè nos peixes que sao, essenci-almente de natureza protecionista (Ooste'n, 1957).

Bem como dos outros vertebradbs, a pele dos peixes' uonsiste de duas camadas basicas: uma exterior, a epiderme; e a interior, a derme,'tambg'm chamada de "corium",. Estas cama - das diferem uma da outra, no apenas na posigao, mas tambJm na origem, estrutura, carater e fungao.

Em Sarotherodon niloticus a epiderme na.PorgaO me - diana do corpo,

a

altura da nadadeira dorsal, consiste de oi-to a dez camadas, sendo que, no ponoi-to de insergao desta nada-deira, consiste de 5 a 6 camadas.

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viscoso intercelular. 0 estrato germinativo consiste de cSlu- las colunares e dai que se originam novas cjlulas. A repro- dugao nesta camada, ocorre como nos outros peixes, por divi sao mit6tica.

4

célula nova, substitui aquela que lhe deu on gem, enquanto a empurra para cima ate alcançar a superficie onde ocupa o Zugar.de uma outra célula que estava impresta-vel pelo uso ou dano.

.Durante estes movimentos para .a superfície, a célu-. Z..a passa por uma mudança quimica e gradualmente toma uma for-ma achatada ou escamosa. Na superfície ela finalmente morre, e e eliminada. Esta. descamagao e um processo contínuo. Assim, toda a epide.rme permanece viva,.exceto na camada superficial.' das clulas que. ja completaram o seuTercurso e sao substitui 'das continuamente (fidura 2).

A nutrigap para o crescimento e reprodugao'das célu Zas basais, é obtida pelo sistema vascular subjacente da der-me (figura 3).

A derme e. derivada do mesg-nquiMa embrionario de on .gem mesodermal (Oosten, 1957). Na espécie em estudo eta é com

posta de tecidos conjuntivo fibroelastico- com relativamente ' poucas células. A camada superior, muito fina, compje o estra to vascular ou esponjoso. A camada inferior e densa e espessa constituindo o estrato compacto.

Na pele da ±ilapia do Nilo existem numerosas cél'u - ias secretoras de muco,. que exerce fungo de tubrificagao. Es tas células derivam da camada basal -da epiderme, sao numero - sas e secretam uma quantidade. consideravel de muco. No foi ' determinada a composigao especifica deste muco, todavia, Oos-ten (1957) informa que nas especies que Possuem muco, este te ria interfer6ncia no processo de osmose. Este mesmo autor re-fere entre outros, o papel - do muco, na protegao contra infes-tagjes de fungos, poder de eoagulagao do sangue além de uma ' aço pre.cipitativa como resultado na neutralizagjo das cargas elétricas negativas na suspens -(io coloidal, pela ionizagiic de um aciao-au outro agente quo

7.7.b(,2--,

ions positivos.

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A pele assim exerce um papel

definido no

processo I de osmorregulagao, embora, variagaes consideráveis existam na sua permeabilidade. A atuagao do muco neste processo, seria ' no sentido de-interferir no processo de troca de ions.

2- BRANQUIAS

As

branquias consistem de uma séria de pregas, os

filamentos

branquiais, situadbs em posigao dorso-lateral radi

ãrio para ventro-lateral das extremidades das fendas farin geas. Os filamentos branquiais sao dispostos em duas semi- /' branquias verticais anteriores e posteriores a abertura e ca-da semi-br-anqui'as stistentaca-da - respectivamente no septo ante-nor ou posterior. .

Os filamentos branquiais suportam em cada Zado,' uma série de estruturas transversais; as lamelas secundarias. Es-tas lamelas, responsãveis pela respiração, consistem de um ty cido central de uma •fnica camada de délulas auxiliares, as cê lulas pilastras, as extremidades dos quais .se estendem em fi-la (figura, 4).

As lamelas nos lados adjacentes de dois filamentos' vizinhos, interdigitam e assim apresentam uma série de minf:es-culos canais, através dos quais d ãgua flui numa diregao per-pendicular as três extremidades do filamehto.

Dessa forma, a .(9..ua passa diretamente da cavidade ' faringea para o espaço epibranquiaZ, através de iniimeros

ficios minitsculos, introduzidos pelas ZameZas intermediarias.- Outro aspecto anatamico que contribui grandemente ' para a eficiéncia da branquia é a forma de suprimento de san-gue. A disposigao dos vasos sanguNeos eferentes e aferentes' e tal que o sangue flui atrav -ds das lamelas branquiais na di-rego oposta aquela da flujncia da água (figura 5).

Este sistema de contra-corrente promove um maior in terchio dos gases respiratjr.i.os e outras substancias.

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Os filamentos branquiais so revestidos por um epi-télio simples pavimentoso, contendo uma camada de tecido con-juntivo no qual penetram as arteriolas aferentes e eferentes, assim como os feixes nervosos (figura 6).

Os filamentos sEo sustentados por um "tecido caver-noso" que se estende na. base e penetra em cada um por uma ex-tensão mais ou_menbs larga. .Este _tecido é composto funcional-mente por "pilastras" branquiais cartilagindsas que do a ri-gidez aos filamentos (figura 7).

Keys & Wilmer (1932,41), Liu (1942), Copeland-1948, segundo informa Bertin (1958), assinalam a axistencia, na ba-se das Zamela; branquiais e nas suas duas faces, de células ' epiteliais volumosas, acidjfiJas e um grande nucZeo, comparE-veis aquelas céZulas de CZH do 't(5"inango dos mamiferos: Estes autores informam que a existência destas - células estaria- ,rala cio nada oom um grande poder . osmorregulador, e. que sus fungo' seria a de secretar cZoreto de s6dio e de potEssio e'de se

o-por a desmineralizagEo do animal em sua passagem por.Eguas da saZinidades diferentes.

Nos filamentos branquiais de Sarotherodon niZot--Zazis foram encontradas as células acid5filas referidas (figura 8)'. o que nos leva a supor terem etas influ.g-ncias no processo da regulagEo osm5tica,.jE que a espécie apresenta caracteristi - cas de osmorregulador conforma Nascimento (1980).

3- RIM

Nash. (1931), Romer & Groove (1935), e.Smith '(1980), de acordo com o referido em Worsmann et ai (1971), relacionam

a presença ou ausência de glomerulos ao habitat, discutindo os diversos fatores implicados na absorgEo, excregEo e osmor-regulagão em peixes marinhos e de água doce.

Gerard (1958) informa sobre uma diferenciação renal de algumas especies de tele5steos, notadamente na epoca dera produção. Na especie em referjncia, não foram encontradas di-

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ferengas, todavia, deve-se'lembrar que os individuos utiliza-dos no presente estudo achavam-se fora da jpoca de reprodugao

Com referencia aos glom.drulos de Malpighi, o mesone fro dos telejsteos. pode ser glomerular, aglomerular ou funcio

- • .

naZmente aglomerular. Conforme referencsa de Worsmann et ai '

(1P71), nos peixes de agua doce estas estruturas sao bem de - senvoZvidas, em maior ou menor quantidade, procurando alguns' autores estabelecer grupos de peixes mediante contagens fra cionãrias e completas do niimero de glom.drulos.

Os mesmos autores acima citados, ao estudarem Tile-pia melanopleura DIfmril, discutem a existncia de glom -drulos em cachos. Mota Alves & Tavares (1980) informam que para a /' Tilapia rendalli BouZenger, existe a mesma formagao em cachos referida para Tilapia melanopleura e ainda, estabeleceram cor relagao entre o grau de .tolerancia a variagaes de salinidades do meio e a frequncia a dimensao dos glonarulos de. Malp,gris

em varsas esp -dcies de agua doce.

0 rim de Sarotherodon niZoticus'caracteriza-se por apresentir vãrios glomirulos juntos em cachos-(figura 9), e outros isolados (figura 10). 0 pare-nquima renal 6- constitido por tit-hulas, na sua maioria proximais (figura 11). Esses titbu' Zos possuem luz ampla, nícleo esfjrico e central (figura 12).

Nao foi detectada. a-exist6ncia de infiltragao Zinfo citaria difusa, o qwe ocasiona a aproxi,magao dos titbulos.

A grande resist.6- ncia apresentada pelos individuos a altas saZinidades pode estar relacionada com a'exisancia dos glomjrulos numerosos, sugerindo uma maior capacidade para a' ' realização de um trabalho de osmorregulagao.

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4. CONCLUSOES GERAIS

1- Quanto

a

tolerancia da Tilapia Sarotherodon niloticus (Lin naeus) a diferentes ntiveis de salinidade, quando submeti - dos a transfer'Sncia direta, foi observado a sobrevivSncia' total de ate 25% de -agua do mar (salinidade 8,6%o); e ape-nas 10% dos individuos suportou a concentragao de 50% de a gua do mar (salinidade 17,5%o), havendo Mortalidade total' na concentragao de 75% (salinidade 25,5%o).

2- A pele exerce um papel fundamental no processo de osmorre-gulagao, existindo, variagaes consideraveis na sua permea-bilidade.

3- As branquias contribuem para o processo de osmorreguldgao; existindo cjlulas acidcifilas responsáveis por o&te traba

4- - A existncia de numerosos glome-rulos em cachos contribuem' para o mecanismo asmorregulador da Tilapia do Nib.

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5. SUMÁRIO

A Tilãpia do Milo, Sarotherodon niloticus (Lin- /' naeus), suporta extensas variagães de salinidade, devendo pos suir estruturas especializadas para esse comportamento. A to-le.rancia a variagjes de salinidade esta relacionada com os me canismos através dos quais as espécies respondem

a

variagao ' da quantidade de sais. Certamente, o rim, a'pele e as bran- ' quias são as responsaveis pelas regulagjes ijnicas dos peixes

0 presente trabalho objetiva determinar por' meio de estudo experi773ental em laborat5riO, como tar;bém, através. de ' analise histolOgica de pele, rim e' branquias, os mecanismos da regulagão i6nida da espécie gm refer6-ncia.

Foam estudados 90 peixes capturados no Centro de Pesquisa Ictiolagicas Rodolphovon Iherin do Departamento Na cional de Obras Contra as Secas (Peutecoste-Ceara). para as provas de salinidade, foi utilizada a técnica da transfer4n cid direta (prova de choque). Para o estudo histoljgico.foram retiradoo fragmentos depele, rim e branquias,fixados em for - moi a 10%, incluidos em parafina pelO método usual via xilol' para cortes de 5 micra, usando-se nas coloragães o metodo de hematoxilina de Delafield e eosina a 1%.

Foram obtidas as seguintes conclusães gerais

1- Quanto

a

tblerancia da Til'apia Sarotherodon niloticus (Lin naeus) a diferentes ni'veis de salinidade, quando submeti - dos a traniferg.ncia direta, foi observado a sobreviv6.ncia' total de at 257, de agua do mar (salinidade 8,6%o), e ape-nas 10% dos individuos suportou a concentração de 50% de a gua do mar (salinidade 17,5%o), havendo mortalidade total' na concentração de 757, (salinidade 25,5ffo).

2- A pele exerce um papel fundamental no processo do osmorre-gulação, existindo variagJes cancideraveis na sua permeabi

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morfol5gico do rim de peixes de agua doce. Rev.Bras.Biol., Rio de Janeiro, 31 (3): 283 - 289, 5 figs.

(20)

Características do comprimento dos peixes utilizados nos tes-tes de tolerancia.a diferentes-tes níveis de salinidade e para es tudo de regulagao.

Comprimenta . (mm) medi a desvio - coef:de de agua &c.ai.n.if arit. padrao varia - do mar dade 7.71ximo mínimo X Oao C.V

. .

0 0,2 -107,3 69,5 . 93,75 12,86 13,72

25 8,6 124,6 86,0 102,8 13,04 12,67

50 • 17,5 125,4 .75,2 97,21 14,70 15,11

(21)

% de sobreviventes de Lardtheroddn niZoticus em 30 dias de ex perimento, Utilizados no' estudo.

Dias de Experimento % de sobreviventes % da &jua do mar O 25 50 75 1 100 lob 100 •0 • 2 100 loo 100 3 100 loo 80 4 100' loo 80 5 100 loo .80 6 100 -200 70 7 100 loa 70 8 100 loo 30 -^ 9 106 loo 30 10 100 loo 30 11 100 loo 30 la 100 loo 30 13 loo loo 10 14 loo lov 10 15 loo loo 10 16 loo lord 10 17 loo 200 10 18 loo 100 • 10 19 loo. loo 10 20 loo lop 10 21 'loos loo 10 22 loo loo 10 23 loo .100 10 24 loo loo 10 25 loo lao 10 26 loo loo 10 27 28 29 30 lob loo loo loo loo 100. 200 100 10 10 10 10

(22)

-;

. •

-

ID

!co lop 1...1 jcp lE.71

IN) 11:=0

Figura 1 -

Exemplar de Til -dpia Sarotherodori niloti

cus (Linnaeus) capturado no Centro de Pesquisa Ic- _ - .tiologica Rodolphovon Ihering do Departamento Na - .cional de Obras. Contra as Secas (Pentecoste-Cearii)

Figura

2 - Pele em corte transversal numa visao

(23)

te transversal de pele evidenciando, a epiderme e parte da derme, destacando as ce-litlas acid5filas (Formol

a

10%, H.E.; 0C.-K6,3.:1;, Obj. 40). .

Figura 4 - Sarotherodon niZoticus (Linnaeus). Cor-te histol6gico de branquia evidenciando os filamen

tos branquiais com as lamelas secundarias. (Formol

(24)

. Figura 5 —

Sarotherodon niZoticus (Linnaeus). De.ta lhe de branquias mpgtrando os vasbS sanguíneos em corte transversal, em sentido °poste, ao da. agua, (Formol

a

10%; E.E.; OC. K6,,3:13. Obj. 10)..

Figura 6 —

Sarotherodon ni.Zoticus (Linnaeus). Deta lhe do tecido conjuntivo, muscular e nervoso da /'

(25)

quia em corte sagitaZ, destacando as pilastras / 1 branquiais cartilaginosas que dao rigidez aos fila mentos. (Formol

a

107o; H.E.; OC. K6,3:1; Obj. 40).

Figura 8 — Sarotherodon niZoticus (Linnaeus). Deta lhe de branquias com destaque das c6-1u1as acidSfi— las. (Formol

a

10%; H.E.; OC. K6,3:1; Obj. 40).

(26)

te transversal de rim, mostrando'a- di'sposiao em ' .cachos dos glomS:ruZos. (Formol

a

10%;.H..E.; OC. /'

K6,3:1; Obj. 10).

Figura 10 -

Sarotherodon niZoticus (Linnaeus).

Cor-te transversal de rim evidenciando um glomâ'rulo iso lado. (Formol

a

10%;. 11.E.; OC, K6,3:1; Obj. 10). -

(27)

te transversal de. rim, destacando-o parjnquima re nal. (Formol

a

10%; H.E.;

oq.

K6,3:1; Obj.- 10).

Figura 12 -

Sarotherodon niZoticus (Linnaeus).

Cor-te transversal de rim, evidenciando os tzlbulos com' luz ampla, o niicleo esrjrico e central. (Formol a 10%; H.E. OC. K6,3:13 Obj. 10).

Referências

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