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Análise da codificação wavelet em sistemas de rádio com acesso dinâmico ao espectro

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ´ ˜ EM ENGENHARIA ELETRICA ´ PROGRAMA DE POS-GRADUA C ¸ AO E DE ˜ COMPUTAC ¸ AO. ´ ˜ WAVELET EM SISTEMAS DE ANALISE DA CODIFICA¸ CAO ´ ˆ RADIO COM ACESSO DINAMICO AO ESPECTRO. ´ PEDRO THIAGO VALERIO DE SOUZA Disserta¸c˜ ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´ osGradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica e de Computa¸c˜ao da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (´area de concetra¸c˜ao: Engenharia da Computa¸c˜ ao) como parte dos requisitos para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ciˆencias.. Orientador: Prof. Luiz Felipe de Queiroz Silveira. N´ umero de Ordem do PPgEEC: M483. NATAL, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL. JANEIRO DE 2017..

(2) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede Souza, Pedro Thiago Valerio de. Análise da codificação wavelet em sistemas de rádio com acesso dinâmico ao espectro / Pedro Thiago Valerio de Souza. - 2017. 119 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Luiz Felipe de Queiroz Silveira. 1. Algoritmos genéticos - Dissertação. 2. Codificação wavelet Dissertação. 3. Cicloestacionariedade - Dissertação. 4. Sensoriamento espectral - Dissertação. 5. Rádio definido por software - Dissertação. 6. Otimização multiobjetivo. I. Silveira, Luiz Felipe de Queiroz. II. Título. RN/UF/BCZM. CDU 004.8.

(3) ´ ˜ WAVELET EM SISTEMAS DE ANALISE DA CODIFICA¸ CAO ´ ˆ RADIO COM ACESSO DINAMICO AO ESPECTRO ´ PEDRO THIAGO VALERIO DE SOUZA Disserta¸c˜ao de Mestrado julgada como adequada `a obten¸c˜ao do grau de ´ Mestre em Ciˆencias, Area de Concentra¸c˜ao em Engenharia da Computa¸c˜ao, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica e de Computa¸c˜ao da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Banca Examinadora:. NATAL, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL JANEIRO DE 2017.

(4) Este trabalho ´e dedicado aos meus pais..

(5) O mundo n˜ao ´e um mar de rosas; ´e um lugar sujo, um lugar cruel, que n˜ ao quer saber o quanto vocˆe ´e dur˜ ao. Vai botar vocˆe de joelhos e vocˆe vai ficar de joelhos para sempre se vocˆe deixar. Vocˆe, eu, ningu´em vai bater t˜ ao forte como a vida, mas n˜ ao se trata de bater forte. Se trata de quanto vocˆe aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto vocˆe ´e capaz de aguentar e continuar tentando. ´ assim que se consegue vencer. E. Sylvester Stallone (Rocky Balboa) no filme Rocky VI..

(6) AGRADECIMENTOS. Agrade¸co inicialmente a` Deus, pois sem ele nada seria. Agrade¸co aos meus pais, Jo˜ao e Cecy, pelo amor e suporte durante todos estes anos. A eles ofere¸co esta disserta¸c˜ao. Ao meu irm˜ao Vin´ıcius, pelo apoio durante todo a minha vida e o aux´ılio durante a execu¸c˜ao deste mestrado. Ao meu orientador, Professor Luiz Felipe de Queiroz Silveira pela paciˆencia e esfor¸co na orienta¸ca˜o deste texto. Aos meus grandes colegas de trabalho - Fabr´ıcio, It´alo, Arthur, Tales e Alu´ısio, pelos momentos de apoio e descontra¸c˜ao durante a execu¸ca˜o desta disserta¸ca˜o. Aos meus familiares, especialmente a minha avˆo Carmosa (in memoriam) e ao meu sobrinho Jo˜ao Ricardo. A todos estes, dedico este texto.. VI.

(7) RESUMO. Nos sistemas de comunica¸co˜es m´oveis, os sinais se propagam por m´ ultiplos percursos sobre canais variantes no tempo, ficando sujeitos a distor¸co˜es provocadas pelo desvanecimento e desvios Doppler. Visando minimizar essas distor¸c˜oes, t´ecnicas de codifica¸ca˜o e de diversidade de transmiss˜ao podem ser empregadas, tais como a Codifica¸c˜ao Wavelet. Essa t´ecnica baseia-se na ortogonalidade das linhas da matriz wavelet e possui a capacidade de gerar ganhos de diversidade, aumentando a robustez do sistema ao desvanecimento variante no tempo, sem comprometer a eficiˆencia espectral do sistema. Esses sistemas de r´adio vˆem se consolidando como um novo paradigma de comunica¸c˜oes sem fio com o avan¸co das t´ecnicas de processamento digital de sinais. Sistemas de r´adio cognitivo com acesso dinˆamico ao espectro devem ser capazes de perceber faixas de frequˆencia desocupadas para transmiss˜oes oportun´ısticas, assim como detectar a presen¸ca de usu´arios prim´arios quando estes ocupam seu espectro licenciado. Portanto, um elemento crucial para a opera¸ca˜o de sistemas de r´adio cognitivo codificados pela codifica¸ca˜o wavelet ´e a capacidade de se sensoriar os sinais codificados por essa t´ecnica. Como ser´a detalhado, a possibilidade de se sensoriar esses sinais est´a condicionada a um projeto adequado da constela¸c˜ao de sinais utilizada na modula¸ca˜o dos s´ımbolos codificados. Neste trabalho, a codifica¸ca˜o wavelet ´e investigada em cen´arios de r´adio cognitivo com acesso dinˆamico ao espectro. O projeto destas constela¸c˜oes ´e feito via algoritmos gen´eticos, utilizando-se uma abordagem de otimiza¸ca˜o multiobjetivo. O sistema desenvolvido ´e avaliado quanto a sua robustez ao desvanecimento plano variante no tempo atrav´es de uma an´alise de probabilidade de erro de bit (BER) versus Eb /N0 , e quanto a possibilidade de sensoriamento espectral de seus sinais via m´etodos de an´alise de cicloestacionariedades e de detec¸ca˜o de energia. Os resultados obtidos indicam a viabilidade da t´ecnica de codifica¸ca˜o com matrizes wavelet em cen´arios de r´adio com acesso dinˆamico ao espectro, sendo observados bons resultados de desempenho de BER e de taxas de detec¸c˜ao do sinal sensoreado. Palavras-Chave: R´adio Definido por Software, Codifica¸ca˜o Wavelet, Sensoriamento espectral, Cicloestacionariedade, Algoritmos gen´eticos, Otimiza¸ca˜o multiobjetivo. VII.

(8) ABSTRACT. In mobile communications systems, signals propagate over multipaths over time-varying channels, subject to distortion caused by fading and Doppler shifts. In order to minimize such distortions, coding techniques and transmission diversity may be employed, such as Wavelet Coding. This technique is based on the orthogonality of the wavelet matrix rows and has the capacity to generate diversity gains, increasing the robustness of the system to time-varying fading, without compromising the spectral efficiency of the system. In this work, the wavelet coding is investigated in scenarios of cognitive radio with dynamic spectrum access. These radio systems have been consolidating as a new paradigm of wireless communications with the advance of digital signal processing techniques. Cognitive radio systems with dynamic spectrum access should be able to perceive unoccupied frequency bands for opportunistic transmissions as well as detect the presence of primary users when they occupy their licensed spectrum. Therefore, a crucial element for the operation of cognitive radio systems encoded by wavelet coding is the ability to sense the signals encoded by this technique. As will be detailed, the possibility of sensing such signals is conditioned to a suitable design of the signal constellation used in the modulation of the coded symbols. In this work, the design of these constellations is done via genetic algorithms, using a multiobjective optimization approach. The developed system is evaluated by its robustness to time-varying flat fading through a bit error probability (BER) versus Eb /N0 analysis, and the possibility of spectral sensing of its signals via cyclostationary analysis and energy detection method. The results indicate the feasibility of the wavelet coding technique in radio scenarios with dynamic spectrum access, with good results of BER performance and sensed signal detection rates. Keywords: Software Defined Radio, Spectral Sensing, Cyclostationary Analysis, Genetic Algorithms, Multiobjective Optimization.. VIII.

(9) ´ SUMARIO. P´ ag. LISTA DE FIGURAS. XII. LISTA DE TABELAS. XIV. LISTA DE S´ıMBOLOS. XV. ´ GLOSSARIO. XVII. ˜ CAP´ıTULO 1– INTRODUC ¸ AO. 1. 1.1. Estado da Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.2. Motiva¸co˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.3. Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.4. Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 1.5. Organiza¸ca˜o do Texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10. ´ CAP´ıTULO 2– RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 11. 2.1. R´adio Cognitivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12. 2.2. Sensoriamento Espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. 2.3. Sensoriamento por Detec¸c˜ao de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15. 2.4. Sensoriamento por An´alise de Cicloestacionariedades . . . . . . . . . . . .. 17. 2.4.1. Processos Cicloestacion´arios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17. 2.4.2. Medidas em An´alise de Cicloestacionariedades de Segunda Ordem . 18. 2.4.3. Sensoriamento Espectral por Parˆametro de Discordia . . . . . . . . 20. 2.5. Coment´arios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ˜ COM MATRIZES WAVELET CAP´ıTULO 3– CODIFICA¸ CAO 3.1. Matrizes de Codifica¸c˜ao Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.1. 24 26 27. Matrizes Wavelets Inteiras e Planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 IX.

(10) X 3.2. Processo de Codifica¸c˜ao Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2.1. 3.3. Processo de Decodifica¸c˜ao Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.3.1. 3.4. Estudo de caso para a Codifica¸ca˜o usando uma Matriz Wavelet 2×8 32. Estudo de caso para a Decodifica¸ca˜o usando uma Matriz Wavelet 2×8 34. Distribui¸ca˜o dos S´ımbolos Wavelets, Taxa de Codifica¸ca˜o e Variˆancia dos S´ımbolos Wavelets . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 3.5. Modula¸ca˜o de Sinais Codificados Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.6. Sensoriamento Espectral de sinais codificados Wavelet . . . . . . . . . . . . 38. 3.7. Coment´arios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40. ˜ CAP´ıTULO 4– PROJETO DE CONSTELA¸ COES. 37. 43. 4.1. Modelo de Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4.2. Formula¸ca˜o do Problema-alvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46. 4.3. 4.4. 44. 4.2.1. Abordagens da Otimiza¸ca˜o Multiobjetivo . . . . . . . . . . . . . . . 48. 4.2.2. Algoritmos para Otimiza¸ca˜o Multiobjetivo . . . . . . . . . . . . . . 48. Caracteriza¸ca˜o do Algoritmo Gen´etico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.3.1. Representa¸ca˜o Cromossˆomica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50. 4.3.2. Popula¸ca˜o Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 51. 4.3.3. Fun¸ca˜o de Aptid˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 51. 4.3.4. Operadores Gen´eticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53. 4.3.5. Crit´erio de Parada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55. Coment´arios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55. ˜ CAP´ıTULO 5– RESULTADOS DE SIMULA¸ COES. 57. 5.1. Obten¸c˜ao de Constela¸c˜oes Otimizadas ao Sensoriamento Espectral . . . . .. 57. 5.2. Sensoriamento por Cicloestacionariedades Cl´assico . . . . . . . . . . . . . .. 64. 5.3. 5.2.1. M´etrica de Sensoriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65. 5.2.2. Probabilidade de Detec¸ca˜o e de Falso Alarme . . . . . . . . . . . . 66. 5.2.3. Caracter´ıstica de Opera¸c˜ao do Receptor (ROC) . . . . . . . . . . . 68. Sensoriamento por Parˆametro de Discordia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 5.3.1. M´etrica de Sensoriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 71. 5.3.2. Probabilidade de Detec¸ca˜o e de Falso Alarme . . . . . . . . . . . .. 71. 5.3.3. Caracter´ıstica de Opera¸c˜ao do Receptor (ROC) . . . . . . . . . . .. 74.

(11) XI 5.4. 5.5. An´alise do Sensoriamento por Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 74. 5.4.1. Probabilidade de Detec¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76. 5.4.2. Rela¸c˜ao entre Probabilidade de Detec¸c˜ao e Quantidade de Amostras 76. 5.4.3. Caracter´ıstica de Opera¸c˜ao do Receptor (ROC) . . . . . . . . . . . 80. Coment´arios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. ˜ CAP´ıTULO 6– CONCLUSOES. 82. 6.1. Principais Contribui¸co˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83. 6.2. Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83. ˆ APENDICE A– MODELO DE JAKES. 85. ˆ ˜ DE FUNC ˜ ´ APENDICE B– ESTIMA¸ CAO ¸ OES CICLOESTACIONARIAS. 86. ˆ ˜ DA CODIFICA¸ ˜ WAVELET EM SDR APENDICE C– IMPLEMENTA¸ CAO CAO. 88. C.1 Implementa¸c˜ao do Codificador Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 C.2 Implementa¸c˜ao do Decodificador Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 C.3 Valida¸c˜ao do Codificador e Decodificador Wavelet . . . . . . . . . . . . . . ˆ ´ REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. 91 95.

(12) LISTA DE FIGURAS. P´ ag. 2.1. Ilustra¸c˜ao entre a rela¸ca˜o de um sistema de r´adio cognitivo e SDR. . . . . . 13. 2.2. Fun¸c˜ao Auto-Correla¸c˜ao C´ıclica (SCD) e Perfil Alfa para a modula¸c˜ao BPSK com fc = 1024Hz e fs = 4096Hz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21. 2.3. Perfil Alfa para o Ru´ıdo AWGN.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22. 3.1. Estrutura Geral de um Codificador Wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . . . 30. 3.2. Vis˜ao Detalhada dos Registradores de Deslocamento da Codifica¸c˜ao Wavelet. 31. 3.3. Diagrama esquem´atico do codificador wavelet para uma matriz wavelet 2×8 (m = 4, g = 2). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32. 3.4. Estrutura Geral de um Decodificador Wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . .. 34. 3.5. Constela¸c˜ao 11-PSK para um sistema codificado com MCW 2×128. . . . . 39. 3.6. Perfil alfa para s´ımbolos wavelets com esquema de modula¸ca˜o indicado na Tabela 3.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40. 3.7. Perfil alfa para s´ımbolos wavelets com esquema de modula¸ca˜o alternativa indicado na Tabela 3.4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 41. 4.1. Elementos b´asicos de um sistema de transmiss˜ao digital. . . . . . . . . . .. 44. 4.2. Sistema de sensoriamento espectral e de cogni¸ca˜o. . . . . . . . . . . . . . . 45. 4.3. Ilustra¸ca˜o do espa¸co objetivo fact´ıvel, fronteira de Pareto e hiperplano de busca para o caso de uma otimiza¸ca˜o multiobjetivo pelo m´etodo da soma ponderada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50. 5.1. Constela¸c˜ao adequada ao sensoriamento obtida pelo algoritmo gen´etico. . .. 61. 5.2. Perfil alfa da constela¸c˜ao adequada ao sensoriamento. . . . . . . . . . . . .. 61. 5.3. Perfil alfa de uma constela¸ca˜o obtida por algoritmo gen´etico, por´em n˜ao otimizada ao sensoriamento espectral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62. XII.

(13) XIII 5.4. Taxa de erro de bit da constela¸c˜ao adequada ao sensoriamento e taxa de erro de bit em compara¸ca˜o com a constela¸c˜ao otimizada apenas para a taxa de erro de bit e para o STBC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63. 5.5. M´etrica de sensoriamento do m´etodo cl´assico por an´alise de cicloestacionariedades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65. 5.6. Probabilidade de falso alarme em fun¸ca˜o do limiar de compara¸ca˜o para m´etodo cl´assico por an´alise de cicloestacionariedades. . . . . . . . . . . . .. 5.7. 67. Probabilidade de detec¸c˜ao do m´etodo cl´assico por an´alise de cicloestacionariedades (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68. 5.8. Curva caracter´ıstica do receptor para o m´etodo cl´assico de sensoriamento por cicloestacionariedades para canal AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . 69. 5.9. Curva caracter´ıstica do receptor para o m´etodo cl´assico de sensoriamento por cicloestacionariedades para canal Rayleigh. . . . . . . . . . . . . . . . . 70. 5.10 M´etrica de sensoriamento do m´etodo de sensoriamento por parˆametro de discordia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5.11 Probabilidade de falso alarme em fun¸c˜ao do limiar de compara¸ca˜o para o m´etodo de sensoriamento por parˆametro de discordia. . . . . . . . . . . . . 73 5.12 Probabilidade de detec¸ca˜o do m´etodo de sensoriamento por parˆametro de discordia (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 5.13 Curva caracter´ıstica do receptor para o m´etodo de sensoriamento por parˆametro de discordia para canal AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 5.14 Curva caracter´ıstica do receptor para o m´etodo de sensoriamento por parˆametro de discordia para canal Rayleigh. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 5.15 Probabilidade de detec¸ca˜o do sensoriamento por energia para 1024 amostas (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 77. 5.16 Probabilidade de detec¸ca˜o do sensoriamento por energia para 2048 amostas (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 77. 5.17 Probabilidade de detec¸ca˜o do sensoriamento por energia para 4096 amostas (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 5.18 Probabilidade de detec¸ca˜o do sensoriamento por energia para 8192 amostas (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78.

(14) XIV 5.19 Probabilidade de detec¸ca˜o em fun¸ca˜o da quantidade de amostras observadas para o sensoriamento por energia (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . 79 5.20 Curva caracter´ıstica do receptor para o sensoriamento por energia (intervalo de confian¸ca de 95%). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 81. C.1 M´odulos implementados no codificador wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . 89 C.2 Detalhamento do m´odulo de c´alculo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 C.3 Codificador wavelet implementado em GNURadio Companion. . . . . . . . 90 C.4 Detalhamento do decodificador wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 91. C.5 Decodificador wavelet implementado em GNURadio Companion. . . . . . .. 91. C.6 Curvas de desempenho para a codifica¸ca˜o wavelet em GNURadio e MATLABTM para o cen´ario em que o receptor ´e capaz de estimar perfeitamente os coeficientes do canal.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93. C.7 Curvas de desempenho para a codifica¸ca˜o wavelet em GNURadio e em MATLABTM para o cen´ario em que o receptor estima os coeficientes do canal a partir do algoritmo LMS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 94.

(15) LISTA DE TABELAS. P´ ag. 2.1. Compara¸c˜ao entre os Principais M´etodos de Sensoriamento Espectral. . . . 15. 3.1. S´ımbolos gerados por uma matriz de codifica¸ca˜o wavelet 2×8. . . . . . . . 33. 3.2. S´ımbolos decodificados por um banco associado a` MCW 2×8. . . . . . . . 35. 3.3. Constela¸c˜ao para uma codifica¸ca˜o wavelet com MCW 2×128. . . . . . . . . 38. 3.4. Constela¸ca˜o alternativa, que busca facilitar o sensoriamento de sinais com codifica¸ca˜o wavelet baseada no uso da MCW 2×128. . . . . . . . . . . . . 39. 5.1. ˆ Angulos da constela¸c˜ao PSK otimizada ao sensoriamento e taxa de erro de bit. 60. XV.

(16) LISTA DE S´IMBOLOS. η(t). Inteferˆencia branca aditiva. X(t). Sinal modulado por um usu´ario prim´ario. Y (t). Sinal observado para o sensoriamento. PF A. Probabilidade de Falso Alarme. PD. Probabilidade de Detec¸c˜ao. PM. Probabilidade de Falha de Detec¸ca˜o. Γ0. Hip´otese referente a ausˆencia do usu´ario prim´ario. Γ1. Hip´otese referente a presen¸ca do usu´ario prim´ario. ε. M´etrica de sensoriamento. γ. Limiar de Detec¸ca˜o usuado no sensoriamento. N. N´ umero de amostras usadas no sensoriamento. σ2. Variˆancia. µ. M´edia. N(µ, σ 2 ). Distribui¸ca˜o Gaussiana com m´edia µ e variˆancia e σ 2. Q(·). Fun¸ca˜o Q. Myα. Coeficiente de Fourrier. α. Frequˆencia C´ıclica ou Ciclofrequˆencia. h·i. Operador M´edia Temporal. Rx (t, τ ). Fun¸ca˜o de Auto-Correla¸c˜ao. Rxα (τ ). Fun¸ca˜o Auto-Correla¸c˜ao C´ıclica. Sxα (f ). Fun¸ca˜o de Densidade de Correla¸ca˜o Espectral. F(·). Transformada de Fourier. X (t, ν). STFT deslizante de tamanho T. f. Frequˆencia em Hz. fc. Frequˆencia da Portadora. fs. Frequˆencia de Amostragem. ρ (α). Perfil Alfa XVI.

(17) XVII var(·). Operador de Variˆancia. N0 /2. Densidade Espectral do Ru´ıdo. h. Perfil de Desvanecimento. X. Espa¸co Objetivo Fact´ıvel. U (ai , bi ). Distribui¸ca˜o Uniforme entre ai e bi. F (x). Fun¸ca˜o de Aptid˜ao. Pe. Probabilidade de Erro de Bit. Eb /N0. Rela¸c˜ao Energia de Bit/Densidade Espectral de Ru´ıdo. nsamp. N´ umero de Amostras por S´ımbolo. ∆α. Resolu¸ca˜o em α. ∆f. Resolu¸ca˜o em f. fd Ts. Frequˆencia Dopler Normalizada. B0. Fator de roll-off.

(18) ´ GLOSSARIO. AM. Amplitude Modulation. ASK. Amplitude Shift Keying. AWGN. Additive White Gaussian Noise. BER. Bit Error Rate. BPSK. Binary Phase-Shift Keying. CAF. Ciclic Autocorrelation Function. CFAR. Constant False Alarm Rate. CMA. Constant Modulus Algorithm. CSI. Channel State Information. DDR. Double Data Rate. DSA. Dynamic Spectrum Acess. FCC. Federal Communications Commission. FSK. Frequency Shift Keying. GA. Genetic Algorithm. GCC. GNU Compiler Collection. GPS. Global Positioning System. IEEE. Institute of Electrical and Electronics Engineers. LTE. Long Term Evolution. MAP. Maximum a Posteriori Probability. MCW. Matriz de Coeficientes Wavelets. MLP. Multilayer Perceptron. MSK. Minimum-Shift Keying. PSK. Phase Shift Keying. QPSK. Quadrature Phase-Shift Keying. RAM. Random Access Memory. RNA. Rede Neural Artificial. ROC. Receptor Operated Channels XVIII.

(19) XIX SCD. Spectral Correlation Density Function. SCORE. Self-Coherence Restoral. SDR. Software Defined Radio. SNR. Signal to Noise Rate. STFT. Short-Time Fourier Transform. TOA. Time-of-Arrival. WiMAX. Worldwide Interoperability for Microwave Access. WLAN. Wireless Local Area Network. WSS. Wide Sense Stationary. OFDM. Orthogonal frequency-division multiplexing. CP-OFDM. Cyclic Prefix Orthogonal Frequency Division Multiplexing.

(20) CAP´ITULO 1. ˜ INTRODUC ¸ AO. Em canais de comunica¸c˜oes sem fio, os sinais de informa¸c˜ao se propagam entre a antena transmissora e a antena receptora em meios caracterizados pela presen¸ca de obst´aculos, como por exemplo, montanhas, ´arvores, aglomerados de edif´ıcios, ou mesmo ve´ıculos e pedestres. Estes obst´aculos provocam fenˆomenos de sombreamento, ou ainda de refra¸ca˜o, reflex˜ao e difra¸ca˜o sobre os sinais de r´adio, gerando neste caso uma subdivis˜ao da onda portadora em v´arias sub-portadoras que se propagar˜ao por m´ ultiplos percursos. Esses fenˆomenos f´ısicos podem, em geral, ser modelados por um processo de desvanecimento variante no tempo, o qual age de forma degenerativa sobre os sinais transmitidos no canal (SKLAR, 1988; RAPPAPORT, 2009). O combate desses efeitos poder´a ser feito a partir de dois princ´ıpios b´asicos: (i) procurar inverter a distor¸ca˜o ocasionada pelo canal e (ii) prover diversidade de transmiss˜ao (SKLAR, 1988). Em particular, as t´ecnicas de prover diversidade consistem em gerar r´eplicas do sinal para transmiss˜ao sobre canais de comunica¸c˜ao sem fio de forma descorrelacionada. Em tese, quanto maior o n´ umero de r´eplicas, maior ser´a a diversidade do sistema, visto que aumenta-se a probabilidade de que pelo menos uma das r´eplicas da informa¸ca˜o transmitida esteja sujeita a condi¸c˜oes menos adversas do canal (SILVEIRA, 2006). Essas r´eplicas podem ser combinadas de forma a fornecer um desempenho melhor do que se apenas uma delas fosse transmitida (PROAKIS, 1989). Desde o trabalho pioneiro de Shannon (SHANNON, 1948), v´arias abordagens para gerar diversidade em sistema de comunica¸c˜oes vˆem sendo propostas. De forma geral, essas t´ecnicas diminuem a taxa de transmiss˜ao para uma mesma largura de banda, reduzindo assim a eficiˆencia espectral do sistema de transmiss˜ao (HAYKIN, 2002). Todavia, quando a diversidade da transmiss˜ao ´e proporcionada por t´ecnicas de codifica¸ca˜o de canal e de modula¸ca˜o apropriadas, ´e poss´ıvel conseguir ganhos de diversidade mantendo-se a eficiˆencia espectral do sistema em valores adequados. Dentre as t´ecnicas de codifica¸c˜ao que podem ser aplicadas neste contexto est´a a Codifica¸ca˜o Wavelet (CAVALCANTE, 2014). A T´ecnica de Codifica¸c˜ao Wavelet foi inicialmente proposta por Tzannes em (TZANNES; TZANNES, 1992), e se caracteriza por utilizar matrizes de coeficientes wavelets (MCW).

(21) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 2. na codifica¸ca˜o da informa¸ca˜o (SILVEIRA, 2002). Essas matrizes possuem linhas que atendem a certas propriedades de ortogonalidade, fundamentais ao processo de codifica¸ca˜o. Em particular, durante a codifica¸c˜ao, os bits de informa¸ca˜o s˜ao aplicados a um banco de filtros constru´ıdos a partir das linhas da matriz wavelet. Como resultado, a informa¸ca˜o de uma sequˆencia de bits ´e espalhada ao longo de uma sequˆencia de s´ımbolos codificados, chamados s´ımbolos wavelets, multi-n´ıveis e com diferentes probabilidades de ocorrˆencia (SILVEIRA, 2006). Os s´ımbolos ent˜ao s˜ao modulados e transmitidos em intervalos de tempo distintos. Atrav´es de um entrela¸camento apropriado dos s´ımbolos wavelets ´e poss´ıvel gerar diversidade temporal sem diminui¸c˜ao da eficiˆencia espectral do sistema. O espalhamento da informa¸ca˜o propiciado pela codifica¸c˜ao wavelet ´e capaz de aumentar a robustez do sistema aos desvanecimentos variantes no tempo e ao ru´ıdo impulsivo, caracter´ısticos dos canais de comunica¸c˜oes m´oveis. Neste caso, o n´ umero m´aximo de s´ımbolos wavelet que podem ser afetados por um bit de entrada depende da dimens˜ao da matriz usada na processo de codifica¸ca˜o e portanto, o desempenho do sistema est´a fortemente ligado a esse parˆametro. Devido `a propriedade de ortogonalidade das linhas das matrizes wavelet, a informa¸c˜ao pode ser recuperada no sistema de recep¸ca˜o atrav´es de um banco de correlatores casados a`s linhas da matriz wavelet utilizada na codifica¸c˜ao. A simplicidade do processo de codifica¸c˜ao e de decodifica¸ca˜o, aliado a possibilidade de se utilizar matrizes com dimens˜oes elevadas, de forma a aproximar `as condi¸co˜es estabelecidas por Shannon (SHANNON, 1948) para se obter uma codifica¸ca˜o de canal ´otima, motiva a investiga¸ca˜o do desempenho dessa t´ecnica de codifica¸ca˜o em diferentes cen´arios de comunica¸co˜es, dentre eles o R´adio Cognitivo (RC). Neste caso sup˜oe-se que os usu´arios prim´arios e/ou secund´arios1 em um sistema de r´adio cognitivo utilizam a codifica¸ca˜o Wavelet com t´ecnica de diversidade. Os sistemas de r´agio cognitivo ganharam ampla notoriedade nos u ´ltimos anos, principalmente devido `a escassez do espectro eletromagn´etico e ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunica¸co˜es em fio. Formalmente define-se r´adios cognitivos como dispositivos dotados de inteligˆencia, capazes de observar as condi¸co˜es do ambiente ao seu redor e de ajustar os seus parˆametros de transmiss˜ao ou recep¸c˜ao afim de obter os melhores resultados poss´ıveis de desempenho, 1. Em sistemas de r´adio cognitivo, denomina-se usu´ario prim´ario aquele que detem os direitos de uso de uma faixa do espectro. O usu´ario secund´ario ´e aquele que utiliza o canal de forma oportun´ıstica, ou seja, na ausˆencia de transmiss˜ ao do usu´ ario prim´ario. (LIMA, 2014)..

(22) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 3. tais como taxa de erro de bit (BER) e/ou eficiˆencia espectral (MITOLA, 1993). O desenvolvimento de um sistema de r´adio cognitivo exige que as etapas de processamento dos sinais de comunica¸co˜es sejam implementadas em plataformas de r´adio definido por software (SDR - Software-defined radio). Nos sistemas SDR, o processamento dos sinais nos m´odulos que comp˜oem os transmissores e/ou receptores s˜ao realizados por software, ao inv´es de se utilizar hardware dedicado como nos sistemas de comunica¸c˜oes tradicionais (SOUZA, 2014). Desta forma, estes dispositivos s˜ao capazes de ajustar os seus parˆametros de transmiss˜ao ou recep¸ca˜o, permitindo um melhor uso do espectro de frequˆencias e o emprego de novas tecnologias de comunica¸ca˜o sem fio (MITOLA, 1993). A utiliza¸ca˜o de sistemas de r´adio definido por software ´e particularmente interessante pois estes sistemas possuem um grande n´ umero de vantagens em rela¸ca˜o aos sistemas implementados em hardware fixo, entre elas: (i) Permitirem a cria¸ca˜o de dispositivos evolutivos, ou seja, os equipamentos projetados com SDR podem receber novas funcionalidades, corre¸ca˜o de problemas ou ser atualizado para novos padr˜oes de comunica¸ca˜o com uma simples atualiza¸ca˜o de software; (ii) Proporcionarem uma maior reutiliza¸c˜ao da mesma plataforma de hardware, diminuindo assim o custos de fabrica¸ca˜o; (iii) Possibilitarem que os protocolos de comunica¸c˜oes sejam otimizados a uma aplica¸ca˜o; (iv) Permitirem a utiliza¸ca˜o de utilizar n´ıveis mais altos de abstra¸ca˜o no projeto de um determinado sistema de r´adio, a partir do uso de um conjunto de bibliotecas e ferramentas que permitam diminuir a dependˆencia do projeto com o hardware. Uma das principais vantagens do r´adio congitivo e do r´adio definido por software ´e a melhor utiliza¸ca˜o do espectro eletromagn´etico. O desenvolvimento e dissemina¸ca˜o das tecnologias de comunica¸c˜oes sem fio fez com que o acesso ao espectro eletromagn´etico tenha se tornado cada vez mais cr´ıtico (SOUZA; SILVEIRA, 2013). Em particular, estudos cient´ıficos (COUTINHO, 2011) comprovaram que o problema de acesso ao espectro ´e mais significativo do que a escassez f´ısica desse recurso. Diante disto, a comunidade cient´ıfica, em conjunto com os o´rg˜aos reguladores, tˆem estudado uma pol´ıtica de aloca¸ca˜o do espectro, chamada de Acesso Dinˆamico ao Espectro (Dynamic Spectrum Access - DSA)..

(23) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 4. Neste novo contexto, o sistema de r´adio, implementado a partir do conceito de r´adio cognitivo, deve ser capaz de detectar por¸co˜es livres do espectro eletromagn´etico, e assim facilitar o acesso a este recurso. A implementa¸ca˜o de sistemas com acesso dinˆamico ao espectro exige a implementa¸ca˜o de t´ecnicas de sensoriamento espectral, respons´aveis por identificar por¸co˜es livres do espectro. De forma geral, os m´etodos de sensoriamento se dividem em trˆes grandes t´ecnicas: sensoriamento por energia, sensoriamento por filtros casados e sensoriamento por an´alise de cicloestacionariedades. O sensoriamento por energia verifica por¸co˜es livres do espectro atrav´es da estima¸ca˜o da energia dos sinais recebidos. Embora seja bastante difundida em virtude da sua simplicidade de implementa¸ca˜o, esta t´ecnica de sensoriamento n˜ao ´e eficaz em ambientes com baixa SNR (Signal to Noise Ratio) ou com presen¸ca de ru´ıdo n˜ao estacion´ario. No sensoriamento por filtros casados a detec¸ca˜o de uma por¸ca˜o livre do espectro ´e feita por correla¸c˜ao do sinal recebido com um sinal piloto, previamente conhecido. Este m´etodo de sensoriamento ´e o´timo, mas sua implementa¸ca˜o ´e invi´avel em virtude de requerer ciˆencia acerca de v´arias caracter´ısticas dos sinais a serem sensoreados. O sensoriamento por cicloestacionaridade identifica padr˜oes nos sinais recebidos utilizandose de momentos estat´ısticos dos mesmos (FARIAS; MELO; DIAS, 2010). Dentre os m´etodos de sensoriamento citados, este se configura como sendo o mais interessante para detectar sinais em ambientes com baixa SNR, al´em de n˜ao requerer nenhum conhecimento pr´evio dos sinais processados (COSTA, 1996).. 1.1. ESTADO DA ARTE Ap´os o trabalho seminal de Tzannes (TZANNES; TZANNES, 1992), outros trabalhos. j´a avaliaram a robustez da codifica¸ca˜o wavelet aos efeitos dos canais sem fio, tanto em canais com desvanecimento plano como em canais seletivos em frequˆencia, considerando erros de estima¸ca˜o de canal e esquemas de modula¸ca˜o projetados por algoritmos gen´eticos (SILVEIRA et al., 2001; SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2003; SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2004; FERREIRA, 2009). Em (SILVEIRA et al., 2001) os autores prop˜oem o uso de uma t´ecnica de modula¸ca˜o n˜ao convecional para a transmiss˜ao dos s´ımbolos wavelets, em que investiga-se a taxa de erro de bit em canais sobre o efeito do ru´ıdo brando Gaussiano aditivo e desvanecimento plano Rayleigh. Por sua vez, em (SILVEIRA, 2002) discute-se a utiliza¸c˜ao de c´odigo.

(24) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 5. de Hamming em um est´agio posterior a codifica¸ca˜o wavelet. Neste caso, o objetivo do trabalho consiste em superar os surtos de erros ocasionados por um tipo de canal que apresenta uma varia¸ca˜o mais lenta em seu perfil de desvanecimento. Observando que o esquema de modula¸ca˜o adotado influencia diretamente o desempenho do sistema com codifica¸ca˜o wavelet, em (SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2003) prop˜oem-se a utiliza¸ca˜o de uma constela¸ca˜o de modula¸ca˜o PSK modificada, obtida de forma sub-´otima com o objetivo de minimizar a taxa de erro de bit do sistema. O sistema ´e avaliado assumindo-se o perfeito conhecimento do estado do canal. Uma an´alise do impacto dos erros de estima¸ca˜o do canal, ocorridos com o uso do algoritmo LMS (Least Mean Square), sobre o desempenho do sistema, ´e realizado em (SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2004). Em (SILVEIRA, 2006) apresenta-se ferramentas matem´aticas para a otimiza¸ca˜o das constela¸co˜es utilizadas na modula¸ca˜o dos s´ımbolos wavelets, apresentando uma metodologia de projeto por meio de algoritmo gen´etico, conceito estendido em (FERREIRA, 2009; SILVEIRA et al., 2009) para a obten¸ca˜o de constela¸co˜es para matrizes wavelets de grandes dimens˜oes. Ainda no contexto do efeito dos esquemas de modula¸c˜ao, trabalhos recentes investigaram estrat´egias de transmiss˜ao que permitam o aumento da eficiˆencia espectral, a ˜ partir de altera¸c˜oes na t´ecnica de modula¸c˜ao (SANTOS; GURJAO; ASSIS, 2011) e de modifica¸co˜es no modo de processamento dos dados pelas matrizes wavelets (SILVEIRA; ´ JUNIOR; ASSIS, 2015). Os trabalhos anteriormente citados s˜ao importantes para o desenvolvimento das t´ecnicas de sensoriamento espectral de sinais codificados com matrizes wavelet desenvolvidas neste texto por particularmente subsidiar a (i) descri¸ca˜o da t´ecnica de codifica¸ca˜o wavelet e a (ii) descri¸c˜ao formal de ferramentas matem´atica para otimiza¸ca˜o de constela¸c˜oes utilizadas para a transmiss˜ao de s´ımbolos wavelet. Em rela¸ca˜o aos m´etodos de sensoriamento espectral, diversos trabalhos presentes na literatura descrevem m´etodos e sistemas que utilizam cicloestacionaridade ou detec¸ca˜o de energia para realizar sensoriamento espectral. Muitas t´ecnicas de sensoriamento encontrados na literatura evolu´ıram a partir dos m´etodos introduzidos originalmente por Gardner (GARDNER, 1994; GARDNER, 1986b; GARDNER, 1991; GARDNER, 1986a) ou por Urkowitz (URKOWITZ, 1967). Em (SOUZA; SILVEIRA, 2013) o autor deste trabalho prop˜oe uma t´ecnica de sensoriamento que utiliza fun¸c˜oes resultantes de um processo de an´alise cicloestacion´aria dos.

(25) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 6. sinais monitorados. Resultados num´ericos, obtidos para modula¸co˜es AM, BPSK e QPSK demonstram a eficiˆencia do m´etodo proposto. A arquitetura de sensoriamento descrita em (KANDEEPAN; BALDINI; PIESIEWICZ, 2009) utiliza uma Rede Neural Artificial (RNA) para, a partir de caracter´ısticas cicicloestacion´arias obtidas, sensoriar os sinais modulados e classificar a modula¸ca˜o de sinais monitorados. Em (KIM, 2007), os autores utilizam Cadeias de Markov para classificar caracter´ısticas levantadas a partir de medidas de cicloestacionaridade realizadas sobre sinais modulados. Em (MAALI et al., 2009) ´e proposto um m´etodo adaptativo de c´alculo do limiar por sensoriamento de energia, com abordagem TOA (Time-of-Arrival ) em sinais em ultra banda-larga. Por sua vez, (XUPING; JIANGUO, 2007) cita um m´etodo de sensoriamento por energia M -cooperativo, com o objetivo de reduzir o efeito do sombreamento de usu´ario prim´arios. Em (OH; LEE, 2009) o autor prop˜oe a investiga¸c˜ao da otimiza¸c˜ao do limar de detec¸c˜ao com o objetivo de melhorar o desempenho do detector de energia, estipulando um limiar adaptativo ideal. O autor deste trabalho apresenta em (SOUZA; SOUZA; SILVEIRA, 2016) um m´etodo de sensoriamento espectral utilizando comitˆe de m´aquinas MLP (Multilayer Perceptron) com o objetivo de aumentar as taxas de detec¸c˜ao de usu´arios prim´arios que utilizem a modula¸ca˜o QPSK. Neste contexto, cada um dos especialistas do comitˆe de m´aquinas ´e treinado de forma a se adaptar a um subconjunto de poss´ıveis condi¸c˜oes do canal de comunica¸co˜es. J´a em (LIMA, 2014) prop˜oe-se arquiteturas eficientes de obten¸ca˜o de caracter´ısticas cicloestacion´arias para serem empregadas no sensoriamento espectral e na classifica¸ca˜o de modula¸co˜es. No aˆmbito de classifica¸ca˜o de modula¸ca˜o, prop˜oe-se a utiliza¸c˜ao do perfil-alfa reduzido como uma assinatura para cada modula¸ca˜o. A arquitetura de sensoriamento ´e avaliada para um cen´ario de modula¸co˜es AM, BPSK, QPSK, MSK e FSK. Em (FONTES, 2015) o autor prop˜oe a utiliza¸ca˜o da correntropia para a generaliza¸c˜ao de fun¸co˜es cicloestacion´arias e aplica¸c˜oes para a extra¸ca˜o de caracter´ısticas de sinais modulados. Neste trabalho ´e proposto uma nova ferramenta matem´atica para a an´alise cicloestacion´aria de ordem superior baseada na fun¸ca˜o de correntropia. O desempenho dessas novas fun¸co˜es, na extra¸ca˜o de caracter´ısticas cicloestacion´arias de ordem superior, ´e analisado em um cen´ario de comunica¸ca˜o sem fio com ru´ıdo n˜ao-gaussiano..

(26) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 7. Por sua vez, em (THAI et al., 2011), os autores prop˜oem um sistema que inicialmente estima valores de fun¸c˜oes cicloestacion´arias sobre uma regi˜ao de R2 , e utiliza tais valores para efetuar o sensoriamento de sinais transmitidos sobre por¸co˜es do espectro eletromagn´etico. O r´adio cognitivo e o sensoriamento espectral s˜ao ferramentas avan¸cadas que permitem uma melhor utiliza¸ca˜o do espectro eletromagn´etico. Contudo, a maioria dos m´etodos de sensoriamento propostos na literatura p˜oem seus interesses em detectar sinais de TV ou sinais de microfone sem fio (SOHN et al., 2007). Apenas recentemente pesquisas est˜ao sendo desenvolvidas sobre o sensoriamento espectral de sinais codificados, com espalhamento espectral ou de sistemas MIMO. Dado que muitos sistemas de comunica¸co˜es utilizam t´ecnicas de transmiss˜ao mais avan¸cadas, como OFDM ou t´ecnicas de diversidade, o estudo do sensoriamento espectral em sinais com essas caracter´ısticas ´e importante para a viabilidade e mesmo a dissemina¸c˜ao do uso de acesso dinˆamico ao espectro em sistemas de comunica¸co˜es sem fio. Em (SOHN et al., 2007) os autores exploraram a an´alise cicloestacion´aria em subportadoras OFDM igualmente espa¸cadas. Neste caso, explorou-se a propriedade de repeti¸ca˜o da subportadora piloto, que ´e utilizada para reconhecer o sinal OFDM. O desempenho da arquitetura foi avaliada em canais AWGN com desvanecimento, obtendo resultados melhores do que quando comparados ao sensoriamento por detec¸ca˜o de Energia. Por sua vez, em (SAGGAR; MEHRA, 2012) os autores prop˜oem a indu¸c˜ao controlada de uma correla¸c˜ao no sinal transmitido de forma a produzir caracter´ısticas de cicloestacionariedade, que podem auxiliar a detec¸ca˜o do espectro. Neste caso, os autores derivam uma estat´ıstica de teste de m´axima verossimilhan¸ca ´otima para a detec¸ca˜o de um sinal CPOFDM (Cyclic Prefix Orthogonal Frequency Division Multiplexing) com ciclostationaridade induzida. Existem ainda abordagens de sensoriamento baseadas em t´ecnicas pouco usuais. Em (ZENG; LIANG, 2009) os autores utilizam os autovalores m´aximo e m´ınimo da matriz de covariˆancia do sinal para determinar a presen¸ca ou ausˆencia do usu´ario prim´ario em sinais de microfone sem fio e de televis˜ao digital. Outras t´ecnicas de sensoriamento utilizam amostragem compressiva (LIU; YU; KONG, 2008) e sensoriamento baseado na transformada wavelet (ALMEIDA et al., 2008)..

(27) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 8. Os trabalhos anteriormente citados s˜ao importantes no desenvolvimento deste texto por subsidiar a descri¸ca˜o dos m´etodos de sensoriamento que ser˜ao utilizados no sensoriamento do sinais codificados com Matrizes Wavelet.. 1.2. ˜ MOTIVA¸ COES A codifica¸c˜ao wavelet possui baixa complexidade computacional e boa capacidade de. corre¸ca˜o de erros, quando comparada a outros codificadores de canais, como codificadores convolucionais (CAVALCANTE, 2014) e Space Time Block Coding (SILVEIRA, 2006). Apesar de apresentar elementos que indiquem sua adequa¸c˜ao a ambientes de comunica¸co˜es m´oveis, at´e o momento essa t´ecnica de codifica¸c˜ao de canal ainda n˜ao havia sido investigada em ambientes de r´adio cognitivo e acesso dinˆamico do espectro. A possibilidade de detectar usu´arios que utilizem codifica¸ca˜o com matrizes wavelet ´e de fundamental importˆancia para a aplica¸ca˜o desta t´ecnica de codifica¸c˜ao em sistemas de r´adio cognitivo. De fato, a utiliza¸c˜ao de alguns subsistemas de transmiss˜ao, como codifica¸c˜ao de canal e transmiss˜ao em m´ ultiplas portadoras, podem gerar dificuldades relacionadas ao sensoriamento espectral (ARSLAN, 2007). Por sua vez, a maioria dos m´etodos de sensoriamento propostos na literatura foram avaliados em sinais modulados e com distribui¸ca˜o de s´ımbolos equiprov´avel, n˜ao analisando o impacto das t´ecnicas de codifica¸ca˜o de canal sobre o desempenho do sensoriamento espectral. Conforme ser´a demonstrado neste trabalho, existem dificuldades pr´aticas para a aplica¸ca˜o de t´ecnicas cl´assicas de sensoriamento espectral por cicloestacionariedades em sinais codificados por wavelet. Essas dificuldades surgem devido a forma como os s´ımbolos codificados s˜ao modulados e transmitidos pelo canal de comunica¸co˜es.. 1.3. OBJETIVOS A fim de adequar a codifica¸ca˜o wavelet a um cen´ario de comunica¸ca˜o caracterizado pelo. acesso dinˆamico ao espectro e sensoriamento espectral por an´alise de cicloestacionariedades, pretende-se, neste trabalho, buscar um compromisso entre capacidade de detec¸ca˜o de sinais com codifica¸c˜ao wavelet e ganho de robustez dos sinais codificados aos efeitos do desvanecimento variante no tempo..

(28) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO. 9. A adequa¸c˜ao da codifica¸c˜ao wavelet para este cen´ario ´e poss´ıvel a partir do ajuste da forma como os s´ımbolos gerados pela codifica¸c˜ao wavelet s˜ao modulados. Neste trabalho os s´ımbolos wavelet s˜ao modulados a partir de uma constela¸ca˜o PSK (Phase Shift Keying) otimizada via um algoritmo gen´etico de forma a atender os cr´ıt´erios de facilidade de detec¸c˜ao do usu´ario prim´ario e a robustez aos efeitos do desvanecimento, avaliada em termos de taxa de erro de bit (Bit Error Rate - BER) do sistema. A otimiza¸ca˜o adotada neste trabalho ´e semelhante a`quela utilizada em (FERREIRA, 2009), por´em alterando-se alguns parˆametros da fun¸c˜ao objetivo a ser otimizada. As t´ecnicas de sensoriamento espectral por cicloestacionariedades utilizadas neste trabalho foram propostas em (GARDNER, 1994) e em (SOUZA; SILVEIRA, 2013). Conforme ser´a detalhado, apesar da constela¸c˜ao PSK (Phase Shift Keying) ser otimizada para um cen´ario de sensoriamento espectral por cicloestacionariedades, o desempenho de outras t´ecnicas de sensoriamento, como por estima¸ca˜o de energia, n˜ao ´e afetado.. 1.4. METODOLOGIA Avalia-se, neste trabalho, um sistema de comunica¸ca˜o digital com codifica¸ca˜o wavelet em. um contexto de r´adio definido por software com acesso dinˆamico ao espectro. A codifica¸ca˜o ´e investigada com matrizes de dimens˜oes 2×128 em associa¸ca˜o a t´ecnicas de modula¸c˜ao n˜ao convencionais, cujas constela¸c˜oes s˜ao projetadas via algoritmos gen´eticos com otimiza¸ca˜o multiobjetivo. O desempenho do sistema ´e avaliado em fun¸ca˜o de sua taxa de erro de bit (BER) e probabilidades de detec¸ca˜o e falso alarme do processo de sensoriamento espectral, em que utiliza-se t´ecnicas de sensoriamento por an´alise de cicloestacionariedades e por energia. As curvas de desempenho foram simuladas via Monte-Carlo, em que garantiu-se uma quantidade de simula¸c˜oes consideravelmente altas de forma a refletir as caracter´ısticas estoc´asticas do sistema. As t´ecnicas de codifica¸ca˜o e sensoriamento foram analisadas sobre canais com desvanecimento variante no tempo, modelados via Algoritmo de Jakes, e considerando que o estado do canal ´e perfeitamente conhecido no receptor..

(29) ˜ CAP´ITULO 1. INTRODUC ¸ AO 1.5. 10. ˜ DO TEXTO ORGANIZA¸ CAO Este trabalho est´a organizado em seis cap´ıtulos e trˆes anexos. No Cap´ıtulo 2 apresenta-. se os principais conceitos sobre o r´adio definido por software e sensoriamento espectral. Tamb´em s˜ao introduzidas as t´ecnicas de sensoriamento espectral utilizadas neste trabalho. No Cap´ıtulo 3 apresenta-se as matrizes wavelets e suas propriedades, os procedimentos de codifica¸c˜ao e decodifica¸c˜ao bem como os aspectos pr´aticos dos processos de codifica¸ca˜o e decodifica¸c˜ao. Tamb´em apresenta-se os esquemas de modula¸ca˜o utilizados nas transmiss˜ao de s´ımbolos wavelet. No Capitulo 4 apresenta-se o modelo do sistema avaliado, e detalha-se a metodologia utilizada para o projeto de constela¸co˜es otimizadas quanto ao compromisso entre facilidade de detec¸c˜ao do usu´ario prim´ario que usa a codifica¸ca˜o wavelet robustez fornecida ao sinal codificado, avaliada em fun¸ca˜o da taxa de erro de bit. No Cap´ıtulo 5 apresenta-se as os resultados de simula¸co˜es da constela¸ca˜o proposta neste trabalho. Tamb´em s˜ao apresentados os resultados da taxa de erro de bit e do sensoriamento espectral por energia e por padr˜oes cicloestacion´arios para a constela¸c˜ao proposta. Por fim, o Cap´ıtulo 6 cont´em algumas considera¸c˜oes finais acerca do trabalho, detalhando as principais contribui¸c˜oes e poss´ıveis trabalhos futuros. O Anexo A detalha o modelo computacional de Jakes para a simula¸c˜ao do canal de comunica¸c˜oes com desvanecimento utilizado neste trabalho. O Anexo B explica como as fun¸c˜oes de an´alise de cicloestacionariedade foram estimadas neste texto. Por fim, no Anexo C ´e detalhado uma implementa¸ca˜o da codifica¸c˜ao e decodifica¸ca˜o wavelet em GNURadio Companion..

(30) CAP´ITULO 2. ´ RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. O desenvolvimento das comunica¸co˜es sem fio permitiu que novas funcionalidades fossem incorporadas aos sistemas de comunica¸co˜es (LATHI; DING, 2010). Tecnologias, que anteriormente eram implementadas com harware anal´ogico, come¸caram a migrar para as tecnologias digitais, principalmente devido a populariza¸ca˜o e a redu¸c˜ao dos custos dos microprocessadores no in´ıcio da d´ecada de 1980 (VAHID, 2010; STALLINGS, 2010). Todavia um grande n´ umero de padr˜oes e dispositivos de comunica¸co˜es sem fio foram desenvolvidos ao redor do mundo. Muitos desses dispositivos n˜ao apresentam interoperabilidade, dificultando a comunica¸c˜ao em escala global (ARSLAN, 2007). Em paralelo a isto, as ferramentas de projetos digitais permitiram a introdu¸c˜ao de microprocessadores cada vez mais sofisticados. Este largo desenvolvimento, por sua vez, fomentaram o desenvolvimento dos sistemas de r´adio definido por software (Software Defined Radio - SDR). Os dispositivos de SDR permitem que grande parte dos componentes de um sistema de r´adio sejam implementados via software, em vez de usar componentes de hardware, que s˜ao dificilmente reconfigur´aveis (SOUZA, 2014). O SDR foi inicialmente pensado como uma solu¸ca˜o para interoperabilidade entre sistemas de r´adio, contudo, devido ao crescimento das comunica¸co˜es sem fio, o conceito de defini¸ca˜o por software estendeu-se para outras aplica¸c˜oes, sendo atualmente tratado como o pr´oximo passo na implementa¸ca˜o dos sistemas de comunica¸co˜es m´oveis (FITZEK; KATZ, 2007), em particular nos sistemas de r´adio cognitivo. O objetivo deste cap´ıtulo ´e introduzir os principais conceitos sobre o r´adio definido por software e de r´adio cognitivo. Apresenta-se tamb´em no¸co˜es sobre sensoriamento espectral, um importante conceito em r´adios cognitivos. O restante do cap´ıtulo est´a assim dividido: Na Se¸c˜ao 2.1 define-se formalmente o conceito de r´adio definido por software e de r´adio cognitivo. Na Se¸c˜ao 2.2 explica-se os conceitos de sensoriamento espectral. A Se¸c˜ao 2.3 define-se o sensoriamento por energia. A Se¸c˜ao 2.4 introduz um dos m´etodos de sensoriamento implementados neste trabalho - o sensoriamento por an´alise de.

(31) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 12. cicloestacionariedades. Por fim, na Se¸ca˜o 2.5 s˜ao feitos alguns coment´arios finais sobre o cap´ıtulo.. 2.1. ´ RADIO COGNITIVO Formalmente define-se r´adios cognitivos como dispositivos dotados de inteligˆencia,. capazes de observar as condi¸c˜oes do ambiente ao redor e ajustar os seus parˆametros da transmiss˜ao ou recep¸ca˜o afim de obter m´axima vaz˜ao, qualidade de servi¸co e um melhor uso do espectro de frequˆencias (III; JR., 1999; MITOLA, 1993). Uma das principais caracter´ısticas dos sistemas de r´adio cognitivo ´e a sua reconfigurabilidade (FITZEK; KATZ, 2007). Os r´adios definidos por software provˆem as ferramentas necess´arias para o desenvolvimento dos sistemas de r´adio cognitivo, e desta forma os sistemas de r´adio definido por software s˜ao o n´ ucleo dos r´adios cognitivos. Entende-se por r´adio definido por software um sistema de r´adio no qual os componentes tipicamente constru´ıdos em hardware s˜ao implementados via algoritmos para um processador de prop´osito geral, ou seja, em software (SILVA et al., 2015; DILLINGER; MADANI; ALONISTIOTI, 2003). O conceito de r´adio definido por software pode ser empregado em v´arios sistemas de comunica¸co˜es sem fio, como em Bluetooth, WLAN, GPS, WiMAX, LTE, entre outros (REIS et al., 2012). Os militares dos Estados Unidos foram os primeiros a empregar os r´adios definidos por software com objetivo principal de prover interoperabilidade entre os r´adios militares de diferentes agˆencias governamentais (SILVA et al., 2015). O estudo de sistemas de r´adio cognitivo ganhou enorme for¸ca no inicio dos anos 2000, quando o FCC publicou um relat´orio preparado pela Spectrum Policy Task Force, uma for¸ca-tarefa organizada para melhorar o gerenciamento do espectro nos Estados Unidos (SOUZA; SILVEIRA, 2013). Estudos realizados por essa for¸ca-tarefa conclu´ıram que o problema de acesso ao espectro ´e mais significativo do que a escassez f´ısica desse recurso. Diante desses fatos, a comunidade cient´ıfica, em conjunto com os o´rg˜aos reguladores, tˆem estudado uma pol´ıtica mais flex´ıvel de aloca¸ca˜o do espectro, chamada de Acesso Dinˆamico ao Espectro (Dynamic Spectrum Access - DSA) (SOUZA, 2014). Neste novo modelo, o sistema de r´adio deve ser capaz de detectar por¸co˜es livres do espectro eletromagn´etico e determinar se as mesmas podem ser utilizadas por usu´arios n˜ao licenciados, quando este procedimento interferir nas comunica¸co˜es dos usu´arios detentores da faixa de espectro.

(32) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 13. em quest˜ao. A implementa¸ca˜o de sistemas com acesso dinˆamico ao espectro exige a implementa¸ca˜o de t´ecnicas de sensoriamento de espectro e gerenciamento espectral. Existem v´arias topologias poss´ıveis para r´adios cognitivos, por´em a mais simples ´e apresentada na Figura 2.1. Neste modelo simples, o n´ ucleo do r´adio cognitivo ´e um SDR, que utiliza informa¸co˜es do mecanismo de cogni¸ca˜o e de outras funcionalidades (e.g. sensoriamento espectral) para modificar seus parˆametros de transmiss˜ao ou recep¸ca˜o com o objetivo de otimizar determinado parˆametro na recep¸ca˜o (e.g. taxa de erro de bit). Como resultado, sistemas de r´adio cognitivo podem suportar diversos sistemas de comunica¸c˜oes1 e v´arias formas de m´ ultiplo acesso2 , bem como mudar os seus parˆametros3 . Figura 2.1 - Ilustra¸c˜ao entre a rela¸ca˜o de um sistema de r´adio cognitivo e SDR.. Rádio Cognitivo. Outras funcionalidades de camadas superiores. Rádio definido por software. Mecanismo de Cognição. Sensoriamento espectral Fonte: (FITZEK; KATZ, 2007). 2.2. SENSORIAMENTO ESPECTRAL Sensoriamento Espectral ´e a capacidade que um sistema de r´adio possui de varrer um. faixa de frequˆencias (espectro) e analisar a presen¸ca (ou ausˆencia) de transmiss˜oes. Neste caso, o sistema de r´adio cognitivo dever´a ser capaz de distinguir entre duas situa¸co˜es: Presen¸ca do Usu´ario Prim´ario, ou a sua ausˆencia (COUTINHO, 2011). A ausˆencia de um usu´ario prim´ario ´e chamada de oportunidade de transmiss˜ao. 1. e.g. GSM, EDGE, WCDMA, CDMA2000, LTE, Wi-Fi, WiMAX e.g. TDMA, CDMA, FDMA, OFDMA e SDMA 3 e.g. frequˆencia da portadora, modula¸c˜ao, taxa de s´ımbolos, entre outros 2.

(33) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 14. De forma geral, as arquiteturas de sensoriamento espectral trabalham com duas hip´oteses: quando o usu´ario prim´ario ocupa o espectro e transmite um sinal X(t) qualquer por um canal sujeito a uma interferˆencia η(t), aditiva e Gaussiana. E quando o mesmo usu´ario prim´ario est´a ausente (ou seja, existe uma oportunidade de transmiss˜ao), o espectro observado ´e composto apenas pela interferˆencia η(t). Desta forma, sendo o sinal Y (t) resultante da observa¸c˜ao do espectro, o sistema de r´adio cognitivo deve decidir pelas seguintes hip´oteses: Y (t) = η(t). caso Γ0. Y (t) = X(t) + η(t). caso Γ1 ,. (2.1). em que a hip´otese Γ0 refere-se a ausˆencia do usu´ario prim´ario e Γ1 refere-se a presen¸ca do usu´ario prim´ario. O conjunto de hip´oteses definidas pela Equa¸ca˜o (2.1) ´e denominado teste bin´ario de hip´otese (LIMA, 2014). A eficiˆencia da arquitetura de sensoriamento espectral pode ser avaliada em fun¸ca˜o das probabilidades de falso alarme (PF A ), de falha de detec¸ca˜o (PM ) e de correta detec¸c˜ao (PD ) (LIMA, 2014). Define-se probabilidade de falso alarme (ou erro tipo I) a probabilidade da arquitetura indicar a presen¸ca do usu´ario prim´ario quando o canal est´a desocupado. Por probabilidade de falha de detec¸ca˜o (ou erro tipo II) a probabilidade da arquitetura identificar que o canal est´a desocupado, mas o usu´ario prim´ario est´a presente. Em termos de probabilidades condicionais, pode-se definir as probabilidades de falso alarme (PF A ) e de falha de detec¸c˜ao (PM ) como: PF A = P (Γ1 | Γ0 ),. (2.2). PM = P (Γ0 | Γ1 ),. (2.3). por consequˆencia, a probabilidade de correta detec¸ca˜o (PD ) (identificar corretamente que o canal est´a ocupado ou desocupado) por: PD = 1 − (PF A + PM ).. (2.4). Existem v´arios algoritmos que podem ser usados para se detectar oportunidades de transmiss˜ao em um sistema de r´adio cognitivo, avaliados, basicamente, em fun¸ca˜o de trˆes vari´aveis: processamento computacional, probabilidades de falso alarme e de detec¸c˜ao.

(34) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 15. e conhecimento pr´evio dos sinais a serem sensoriados. Os algoritmos de sensoriamento de espectro, quando eficazes, s˜ao capazes de perceber as oportunidades de transmiss˜ao com alta taxa de detec¸c˜ao, baixa taxa de falso alarme e com a menor quantidade poss´ıvel de informa¸co˜es pr´evias sobre os sinais a serem sensoriados. Al´em disso, estes algoritmos devem satisfazer algumas exigˆencias, como rapidez, robustez e precis˜ao (SOUZA, 2014). Dentre os algoritmos mais comuns de sensoriamento est˜ao: sensoriamento por detec¸c˜ao de energia, por an´alise de cicloestacionariedades e filtros casados. A Tabela 2.1 ilustra, de forma resumida, a compara¸ca˜o entre os principais m´etodos de sensoriamento espectral. Tabela 2.1 - Compara¸ca˜o entre os Principais M´etodos de Sensoriamento Espectral. Complexidade Sensibilidade a Precis˜ao Erros de Sincronismo Energia Baixa Baixa Baixa Cicloestacionariedade M´edia M´edia M´edia Filtros Casados Alta Muito Alta Alta Fonte: (ALMEIDA, 2010). Neste trabalho implementou-se os m´etodos de sensoriamento por cicloestacionariedades e por energia. O objetivo ´e detectar a presen¸ca de usu´arios prim´arios que utilizem a codifica¸c˜ao wavelet. Nas pr´oximas se¸co˜es s˜ao detalhados cada um destes m´etodos de sensoriamento espectral.. 2.3. ˜ DE ENERGIA SENSORIAMENTO POR DETECC ¸ AO O sensoriamento por detec¸c˜ao por energia tem como princ´ıpio medir a energia do sinal. e compar´a-la com um limiar de detec¸c˜ao. A m´etrica ε a ser comparada com o limiar ´e definido como: ε=. N −1 X. |Y (n)|2 ,. (2.5). n=0. em que N ´e o tamanho da janela de observa¸ca˜o. A decis˜ao entre as hip´oteses Γ0 (ausˆencia do usu´ario prim´ario) e Γ1 (usu´ario prim´ario presente) ´e feita atrav´es da compara¸ca˜o da m´etrica ε com um limiar de detec¸c˜ao γ. Caso a m´etrica ε seja maior do que o limiar de detec¸c˜ao γ, a arquitetura decide que o usu´ario prim´ario est´a presente. Por sua vez, se a m´etrica ε for menor do que o limiar de detec¸ca˜o γ, a arquitetura decide que o usu´ario prim´ario est´a ausente. Supondo-se que os sinal modulado X(n) e de ru´ıdo η(n) s˜ao ambos Gaussianos, com.

(35) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 16. 2 m´edia nula e variˆancia σX e ση2 , respectivamente, pode-se demonstrar (URKOWITZ, 1967;. XUPING; JIANGUO, 2007) que quando o usu´ario prim´ario est´a presente, a m´etrica ε 2 2 segue uma distribui¸ca˜o Gaussiana com m´edia N (σX + ση2 ) e variˆancia 2N (σX + ση2 )2 e que. se o usu´ario prim´ario est´a ausente, a m´etrica ε segue uma distribui¸ca˜o Gaussiana com m´edia N ση2 e variˆancia 2N ση4 , ou seja:   . N(N ση2 , 2N ση4 ). . 2 2 N(N (σX + ση2 ), 2N (σX + ση2 )2 ) caso Γ1 ,. ε∼. caso Γ0. (2.6). tal que N(µ, σ 2 ) ´e uma distribui¸c˜ao Gaussiana com m´edia µ e variˆancia σ 2 , com fun¸ca˜o densidade de probabilidade definida por: !. 1 (x − µ)2 √ fX (x) = exp − . 2σ 2 2πσ 2. (2.7). Analisando as distribui¸c˜oes de probabilidade para a m´etrica ε, as probabilidades de falso alarme e de detec¸ca˜o podem ser definidas como: PF A = P (ε > γ | Γ0 ). (2.8). PD = P (ε > γ | Γ1 ), que podem ser reescritas a partir da fun¸ca˜o Q(·): . γ − N ση2. . 2N ση4. . PF A = Q  q . 2 ) γ − N (ση2 + σX. . (2.9). , PD = Q  q 2 2N ((ση2 + σX ))2. em que a Fun¸ca˜o Q(·) ´e definida como: ! 1 Z∞ u2 exp − Q(x) = √ du. 2 2π x. (2.10). Observa-se que, a partir da Equa¸ca˜o (2.9), fixando-se uma probabilidade de falso alarme, a defini¸c˜ao do limiar de detec¸c˜ao γ depende apenas do n´ umero de amostras N tomadas na janela de observa¸ca˜o e da variˆancia do ru´ıdo do canal ση2 , que pode ser estimada a partir do conhecimento da rela¸ca˜o sinal-ru´ıdo do sistema de comunica¸co˜es..

(36) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 17. O limiar de detec¸ca˜o γ a ser comparado com a m´etrica pode ser escolhido de acordo com o crit´erio de Probabilidade de Falso Alarme Constante (Constant False Alarm Rate ´ CFAR). Pode-se provar (URKOWITZ, 1967; PLATA; REATIGA, 2012) que este limiar por ser determinado como: s. γ = N ση2 . . 2 −1 Q (PF A ) + 1 . N. (2.11). Resumidamente o processo de sensoriamento por energia pode ser resumido nos seguintes passos: 1. Determinar a energia do sinal recebido a partir de uma quantidade N de amostras utilizando a Equa¸c˜ao (2.5) ; 2. Estimar a rela¸ca˜o sinal-ru´ıdo do sistema de comunica¸co˜es e calcular a variˆancia do ru´ıdo - ση2 ; 3. Utilizar a Equa¸ca˜o (2.11) de forma a calcular o limiar λ em fun¸ca˜o dos parˆametros ση2 e N . Neste caso deve-se estipular uma probabilidade de falso alarme fixa (geralmente adotada como 10%); 4. Utilizando o teste de hip´otese, decidir pela presen¸ca ou ausˆencia do usu´ario prim´ario.. ´ SENSORIAMENTO POR ANALISE DE CICLOESTACIONARIEDADES. 2.4. Neste trabalho utiliza-se uma an´alise de cicloestacionariedades a fim de detectar a presen¸ca de usu´arios prim´arios que estejam transmitindo sinais codificados com a codifica¸c˜ao wavelet. Nesta se¸ca˜o descreve-se, de forma resumida, os aspectos te´oricos relacionados a` an´alise de caracter´ısticas cicloestacion´arias de sinais, bem como o processo de sensoriamento empregado neste trabalho.. 2.4.1. Processos Cicloestacion´ arios. Em processamento de sinais aleat´orios geralmente adota-se um modelo no qual os sinal s˜ao estacion´arios no sentido amplo - Wide Sense Stationary (WSS), ou seja, a sua descri¸c˜ao ´e feita, de forma completa, por sua m´edia e sua fun¸c˜ao de auto-correla¸c˜ao (COSTA, 1996). Contudo, nos sinais encontrados em sistemas de comunica¸co˜es sem fio, os parˆametros.

(37) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 18. estat´ısticos variam com o tempo. Um m´etodo mais eficaz para modelar o comportamento estat´ıstico desses sinais ´e assumir que eles s˜ao cicloestacion´arios. Neste caso, as vari´aveis estat´ısticas variam com o tempo, por´em de forma peri´odica. De forma geral, afirma-se que um sinal x(t) ´e cicloestacion´ario de ordem n (no sentido amplo) se houver uma transforma¸ca˜o n˜ao-linear f (·) de ordem n que fa¸ca o sinal resultante y(t) = f (x(t)) apresentar componentes senoidais de amplitude finita, ou seja, que fa¸ca o sinal y(t) ter pelo menos um coeficiente de Fourier, Myα , n˜ao nulo para algum valor de α 6= 0, sendo Myα definido por: D. E. Myα = y(t)e−j2παt ,. (2.12). em que o parˆametro α ´e chamado frequˆencia c´ıclica ou ciclofrequˆencia e o s´ımbolo h·i representa o operador m´edia temporal: 1 Z T /2 (·)dt. h·i = lim T →∞ T −T /2. (2.13). No caso de n = 2, o sinal ´e dito cicloestacion´ario de segunda ordem, ou seja, existe uma transforma¸ca˜o quadr´atica capaz de produzir componentes senoidais de amplitude finita. Apesar de existir sinais com cicloestacionariedade de ordem superior, a maioria dos sinais de comunica¸co˜es apresentam cicloestacionariedade de segunda ordem (HAYKIN, 2002). De modo pr´atico, sinais com essas caracter´ısticas apresentam Fun¸ca˜o de Auto Correla¸c˜ao peri´odica: Rx (t + T, τ ) = Rx (t, τ ),. (2.14). em que T ´e o per´ıodo de repeti¸ca˜o e Rx (t, τ ) ´e a fun¸ca˜o de Auto-Correla¸ca˜o, definida como: τ τ x∗ t − Rx (t, τ ) = x t + 2 2  . 2.4.2. . . . .. (2.15). Medidas em An´ alise de Cicloestacionariedades de Segunda Ordem. Quando a teoria de processos cicloestacion´arios de segunda ordem ´e aplicada ao sensoriamento espectral, trˆes medidas importantes s˜ao utilizadas: a Fun¸c˜ao Auto-Correla¸ca˜o C´ıclica - Ciclic Autocorrelation Function (CAF), a Fun¸ca˜o de Densidade de Correla¸ca˜o Espectral - Spectral Correlation Density Function (SCD) e o Perfil Alfa..

(38) ´ CAP´ITULO 2. RADIO COGNITIVO E SENSORIAMENTO ESPECTRAL. 19. Em cicloestacionariedade de segunda ordem, a transforma¸ca˜o sobre o sinal x(t) que gera componentes senoidais de amplitude finita ´e definida por: τ τ y(t) = f (x(t)) = x t + x∗ t − , 2 2 . . . . (2.16). em que x∗ (t) ´e o conjugado complexo de x(t). Desta forma, o coeficiente complexo de Fourier, Myα , para Cicloestacionariedade de Segunda Ordem ´e dado por:  . Myα = Rxα (τ ) = x t +. τ τ −j2παt x∗ t − e , 2 2 . . . . (2.17). o qual denomina-se de Fun¸c˜ao Auto-Correla¸ca˜o C´ıclica - Ciclic Autocorrelation Function (CAF) de x(t). Dado que α representa um conjunto de harmˆonicas da frequˆencia fundamental, ´e um n´ umero discreto. Dessa forma, um sinal possui cicloestacionariedade de segunda ordem (no sentido amplo) se para algum α 6= 0, a Fun¸c˜ao de Auto-Correla¸ca˜o C´ıclica ´e diferente de zero, ou seja, o termo definido na Equa¸c˜ao (2.16) apresente componentes senoidais de amplitude finita. O conjunto de frequˆencias c´ıclicas no qual a CAF ´e diferente de zero ´e chamado de ciclo-espectro. Utilizando a rela¸c˜ao c´ıclica de Wiener (KIM, 2007), pode-se definir a Fun¸ca˜o de Densidade de Correla¸ca˜o Espectral - Spectral Correlation Density Function (SCD), Sxα (f ), como a transformada de Fourier da CAF: Sxα (f ) = F[Rxα (τ )] =. Z ∞ −∞. Rxα (τ )e−j2πf τ dτ ,. (2.18). em que f ´e a frequˆencia do sinal, expressa em Hz. A SCD tamb´em pode ser entendida como a correla¸ca˜o estat´ıstica entre componentes espectrais f + α/2 e f − α/2 de um sinal x(t) e pode ser determinada a partir do periodograma c´ıclico variante no tempo (GARDNER, 1994): . . Sxα (f ) = X t, f +. α α X ∗ t, f − 2 2 . . . ,. (2.19). em que: X (t, ν) =. Z t+T /2 t−T /2. x(u)e−j2πνu du,. (2.20).

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