UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE-
SANTA
CATARINA
RELA
TÓR/0
DE
ESTÁGIO
CURRICULAR
F|.oR|ANÓPoL|s
-sc
-BRAs|L
-
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
.CENTRO
DE
CIÊNCIAS
AGRARIAS
' 'DEPARTAMENTO
DEFITOTECNIA
`' `
׬
PRODUÇAO
DA
CULTURA
DA SOJA
[Glycinemax
IL.) Merrill]NA REGIAO
809'8
282
O
UFSC-BU
NORTE
DE
SANTA
CRUZ
-BOLIVIA
Relatório
de
estágio curricularapresentado
à UniversidadeFederal
de Santa
Catarinapelo
acadêmico
ANDERSON
ARÊAS DE
W|TT
como
uma
das
exigênciasdo
curso paraobtenção do
graude
Eng°
Agrônomo.
Orientador: LEVÍ
RIBAS
DE
MIRANDA
RAMOS
Supervisores
:FRANCISCO
PAZ
ANTELO
eDAVID
TALAVERA
Florianópolis -
SC
- Brasil/
33513
t
|DENT||=|cAÇÃo
LOCAL
E
DATA DE REALIZAÇAO
DO
ESTÁGIO
O
estágio foi realizado junto aempresa
de
difusãode
tecnologia e assistência técnicaAGRIPAC,
no
municípiode Montero
situado cercade
98
Km
ao
norteda
cidadede`Santa Cruz de
la Sierra - Bolívia.O períodode
realizaçãoocorreu
de
1°de
agosto a 1°de setembro de
1996.ORIENTADOR
'4
_
LEví
R. |v|.RAMOS
F
Eng°. Agr°.l Professor Adjunto
do Departamento de
Fitotecniada
UniversidadeFederal
de Santa
CatarinaSUPERVISORES
FRANCISCO
PAZ
ANTELO
'Eng°. Agr°.
Gerente
técnicoda
AGRIPAC
boliviana.DAVID
TALAVERA
Eng°. Agr°. Técnico
de
campo
da
AGRIPAC
boliviana.BANCA EXAMINADORA
Presidente
:LEví
R. lvl.RAMOS
Eng°. Agr°. Professor Adjunto
do Departamento
de
Fitotecniada
UniversidadeFederal
de Santa
CatarinaMembros
:ÁUREA
|v|AR|ARAND|
Bióloga Dra. Professora Adjunta
do Departamento de
Botânicada
Universidade-
Federal
de Santa
CatarinaSHIOW
SHONG
LlNEng°. Agr°. Professor Titular
do Departamento de
Fitotecniada
UniversidadeAos MEUS
PA|s
QUE
MosTRARAM
GARRA
E
FORÇA,
NÃo
MED|NDo
Es|=oRços,
PARA
QUE MEUs
oBJET|vos
E
soNHos FossEM
A|.cANçADos,
DED|co
Tooo 0
MEU
AMoR
E
cAR|NHo.
AM0
MU|To
'
AGRADECIMENTOS
-
Aos
meus
paisnovamente
não
me
canso de
dizer omeu
muito obrigado portudo. .
-
As
minhas
irmãs (Kelly e Milene) eminha
sobrinha Cecilia, porterem
proporcionado
momentos
de imensa
alegria,amo
vocês.-
Ao
meu
avô
(Hilton Arèas) pela especialdedicação
e paciência, omeu
muitoobngado.
-
A
todos osmeus
parentes,em
especial a Jalmor, Marlete, Mauro,Maura,
Suzete
e Joca,que
de
alguma
forma ou
outra contribuiram muito paraque
meu
objetivo fosse alcançado.
-
Aos meus
grandes
e inesquecíveisamigos
Giovani C. Teixeira, Edvalde
Oliveira,
Edvando
Maia, Kaori Futatsugi, Rodolfo M. Freire,Marcos
Krieger,Rosane
Sartoreto, Fabioda Costa
Silva,amigos
que
ficarãosempre
guardados
no
coração, desejo a todosvocês
muitosucesso
e felicidade.Aos
meus
colegasde
turma pelas alegrias e festas.-
Aos
amigos
bolivianos LuisFernando
Vélez, David Talavera, Mirko, Carrisal,Jorge,
Jaime
e Roberto, pelocompanherismo,
trabalhoem
grupo
eem
especial pelas festas.- '
Ao
Eng°
Agr° FranciscoPaz
Antelo pela supervisão ecoordenação das
atividades, muito obrigado.
-
A
AGRIPAC
boliviana peloespaço
físico cedido para a realizaçãodo
estágio ea todos
os
integrantesda empresa.
.-
Ao
CIAT
(Centrode
Investigación Agricola Tropical),ANAPO
(Asociaciónde
Productores
de Oleaginosas
y Trigo) eUAGRM
(UniversidadAutonoma
GabrielRene
Moreno)
pelas informações prestadas.-
A
todosque
de
alguma
forma
contribuiram para a realização deste trabalho ef
~
APRESENTAÇAO
O
presente trabalho visa relatar aprodução da
culturada
soja (Glycínemax)
na
região nortede Santa Cruz
- Bolívia (temade
estágio curriculardo
cursode
Agronomia
da UFSC).
O
estágio foi realizadona
comunidade de San
Pedro
município
de
Montero, provínciaObispo
Santisteban, a98
Km
da
cidadede
Santa Cruz
de
la Sierra - Bolívia (anexos 01 e O2).O
periodode
realização foide
1°de
agosto a 1°de setembro de
1996,sob
a supervisão
da
empresa
AGRIPAC
Boliviana, a qual apresentasua sede
administrativa
na
cidadede Santa Cruz
de
la Sierra eum
centro demonstrativo localizadona
comunidade
de
San
Pedro
com
cercade
7 ha.A AGRIPAC
desenvolve
trabalhosde
campo
como
testes varietaisde
soja, milho, trigo, sorgo, girassol, arroz,algodão
e plantasde
cobertura (crotalária,mucuna
e milheto),SUMÁRIO
1. -
INTRODUÇAO
... ..2. -
A
CULTURA
DA.SOJA
... ..2.1 -
A CULTURA DA
SOJA
NA
BOLÍVIA
... .. 2.2 -A
SOJA
EM
SANTA
CRUZ
... ..3. -
DADOS
GERA|s
DA
REG|ÃO
NORTE
... ._3.1 -
CLIMA
... ..3.2 _
RELEVO
E
sOLOs
DA
REGIÃO
NORTE
... .. ~4. -
CULTIVO
DA
SOJA
NA
REGIAO
NORTE
... .., _ 4.1 -
EPOCA
DE PLANTIO
.... .;. ... .. 4.2 -MANEJO DO
SOLO
... .. 4.2.1 f;_preparo convencional ... .. 4.2.2 -¢preparo vertical ... .. 4.2.3z_- plantio direto ... .. 4.2.4 -*rotação de culturas ... .. 4.2.5 - quebra ventos ... ... .. 4.2.6 - adubação ... .I ... ..4.2.7 - fixação biológica do nitrogênio ... ..
4.2.7.1 - inoculação .I
... ..
5. -
VARIEDADES DE
SOJA
RECOMENDADAS
PARA
REGIÃO
NORTE
6. -
EFEITO
DO
FOTOPERÍODO
E
TEMPERATURA SOBRE
O
DESENVOLVIMENTO
DA
SOJA
... .. ... ..7. -
PLANTAS
INDESEJÁVEIS
DA
CULTURA DA
SOJA
... ..7.1 -
PLANTAS
INDESEJÁVEIS
DE
DIFÍCILCONTROLE
... ..7.2 - PRINCIPAIS
PLANTAS
INDESEJÁVEIS
DA CULTURA DA
SOJA
... ..7.3 -
MÉTODOS
DE
CONTROLE
... ..7.3.1 - medidas preventivas ... ..
7.3.2 - controle cultural ... ..
7.3.3 - controle mecânico ... ..
7.3.4 - controle químico ... ..
7.3.4.1 - condições ambientais para a aplicação de herbicidas ... ..
8.1 -
INSETOS
DESFOLHADORES
... ..348.1.1 - lagarta da soja (Anticarsía gemmatalis) ... ..34
8.1.2 - lagarta falsa-medidora (Chrysodeixis includens) ... ..34
8.1.3 - outros insetos desfoliadores. ... ..35
8.2 -
INSETOS
SUGADORES
... ..358.2.1 - percevejo marrom (Euschistus heros) ... ...35
8.2.2 - percevejo pequeno (Piezodorus guildinii) ... ..35
8.3 -V
INSETOS
BROQUEADORES
... ..368.3.1 - broca do colo da soja (Elasmopalpus lignosellus)... ...36
8.3.2 - bicudo negro (Sternechus pingus) ... ..36
8.4 -
MANEJO
INTEGRADO
DE PRAGAS
(MIP) ... ..368.5 -
CONTROLE
MICROBIOLÓGICO
... ..388.5.1 - Controle biológico de Anticarsia gemmatalis com Baculovirus. ... ..38
8.6 -
CONTROLE
QUÍMICO
ETOLÓGICO
... ..399. -
DOENÇAS
DA CULTURA
DA SOJA
... ... ..439.1 -
DOENÇAS
EÚNGICAS
... ..439.1.1-cancrodahaste ... ...43
9.1.2 - mancha “olho~de-rã” ... ..45
9.1.3 - mancha alvo e podridão da raiz ... ..46
9.1.4 -mancha parda ... .. ...47 9.1.5 - mancha púrpura ... ..47 9.2 -
DOENÇAS
BACTERIANAS
... ..48 9.2.1 - pústula bacteriana ... ..48 9.2.2 - crestamento bacteriano ... ..49 9.3 -DOENÇAS
VIRÓTICAS
... ..509.3.1 - mosaico comum da soja ... ..50
9.3.2 - queima do broto da soja ... ..50
9.4 -
DOENÇAS
CAUSADAS
POR
NEMATÓIDES
... ..519.4.1 - nematóides de galhas ... ...51
9.4.2 - nematóides de cisto da soja ... ..51
9.5 _
MEDIDAS
GERAIS
DE
CONTROLE
... ..5110. - COLHEITA... ... ... ..53
11. -
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
NO
PERÍODO DE
ESTÁGIO
.... ... ..5411.1 -
APRESENTAÇÃO
... ... ..5411.2 -
TRABALHOS
DESENVOLVIDOS
EACOMPANHADOS
COM
SOJA. ... ..54 11.3 -OUTRAS
ATIVIDADES
... ..5ó12
-coNc|.usÃo
... ._4 ‹ r
13
-REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
1. -
|NTRoDuçÃo
A
culturada
soja tem-se desenvolvidorapidamente
nestes últimos 10anos, tornando-se o principal produto
da
agricultura boliviana.O
Departamento
de
Santa Cruz
é o principal produtor, neleencontram-se grandes
produtoresnacionais e estrangeiros. Muitos brasileiros
deixaram seu
paísde
origem paradedicar-se a
produção de
sojana
Bolívia, juntamentecom
a entrada deles,deu-
se a aquisição
de novas
tecnologias, garantindoassim grandes
produções.Entretanto, estas técnicas
não são
apropriadas dentrodo
conceitode
uma
agricultura ecologicamente correta,aos poucos
elasvão
sendo
aprimoradas
e
com
issonovos
conceitos estão_sendo
absorvidos lentamente pelos produtores,tais
como
rotaçãode
culturas, cobertura vegetal, plantio direto, diminuiçãoda
movimentação
desnecessáriado
solo, etc.Mudar
as
técnicasempregadas
atualmente
na produção de
soja,é
uma
tarefa muito difícil, pois estasgarantem
bons
rendimentosaos
produtores, entretanto, estão exaurindo os recursosnaturais, é a
-chamada
“agricultura predatória”. Por outro lado, existemagricultores
que
adotaram
técnicas conservacionistas,como
plantio direto,que
vem
mostrando
resultados concretosao
longodo
tempo, garantindo aconservação de
um
dos
maiores recursos naturais, o solo.A
Bolívia possuiuma
variedadede
áreas destinadasao
cultivoda
soja,nela
encontram-se
características favoráveis e atémesmo
desfavoráveis.Na
região nortede Santa Cruz
realizam-se dois plantiosde
soja,um
no
verão e outro
no
inverno,uma
vez
que
os fatores climáticos semostram
favoráveis
ao
bom
desenvolvimentoda
cultura.A
maioriados
produtoresde
sojadesta região
seguindo
asrecomendações
do
ClAT
(Centrode
InvestigaciónAgricola Tropical), iniciaram o plantio entre o período
de
1°de maio
a30 de
junho.Por outro lado,
algumas
regiões produtorastem
certas limitações,não
podendo
realizar-se o cultivoda
sojano
inverno,nem
por issodeixam de
seráreas
com
excelente potencial produtivo.2. -
A
CULTURA DA SOJA
Existe
um
consenso
geralde
que
a plantade
soja originou-senas
províncias nororientais
da China
e Manchuria.A
espécie cultivadaé
G/ycinemax
(L.) Merrill, a qual,segundo
a opiniãode
muitos taxonomistas,pode
ter-sedesenvolvido a partir
de
G/ycine ussuriensis, .Regal eMaack,
uma
plantatrepadeira anual
do
Norteda
China, Corea,Taiwan
e Japão.O
gênero
G/ycinepossui
numerosos
subgèneros
representados por trepadeirasperenes
da
Austrália, África e
Sudoeste da
Ásia, os quaisnão
sepode
hibridarcom
G/ycinesmax (NORMAN,
1983). -A
soja é amais
importante oleaginosa cultivadano mundo.
Da
produção
mundial total
das
oito principais oleaginosas (soja, algodão,amendoim,
girassol,colza, linho, copra e palma),
estimada
em
225,44
milhõesde
toneladas para1992/93, a soja contribuiu
com
51%
ou
seja 115,20 milhõesde
toneladas.Seu
alto teor
de
proteínas proporcionou múltiplas utilizações e aformação
de
um
complexo
industrial destinadoao seu processamento. Levando-se
em
contaapenas
o valor brutoda produção
mundialde
soja, farelo e Óleo, atingiu-se ,em
média,
no
ano
de» 1993, a cifrade
25
bilhoesde
dólares americanos,sem
considerar os efeitos multiplicadores provenientes
do
complexo
envolvido(ARANTES
&
SOUZA
et al., 1993).2.1 -
A
cui.TuRA
DA soJA NA
Bo|.iv|AEsta
leguminosa
foi introduzidana
Bolivia,mais
especificamenteem
Santa
Cruz
pelacasa
comercial Zeller eMoser
no
ano
de
1928,mas
recentemente
em
1950
foi introduzida pelo Ministério _da
Agricultura atravésda Estação
Experimental Agrícola
de
Saavedra;recebendo
posteriormente colaboraçãodo
Serviço Agricola Interamericano (S.A.l.) e
do
Centrode
investigação AgricolaTropical (CIAT) (Carpeta economica, ClAT, jul. 1995).
No
que
diz respeito asvantagens
agronómicas, a sojaé
um
cultivoque
pode
adaptar-se as distintaszonas
produtoras, apouca
exigênciade
fertilidadedo
solo e sobretudoque
sepode
plantar todo oano ou
rotacionarcom
outros cultivosno
inverno, isto explica oporque da
expansão
deste produto na Bolívia.A
soja é
um
dos
produtos agrícolasde
maior importância para aeconomia
boliviana, especialmente peloseu
aporte as exportaçõesnão
tradicionaisdo
pais,grande
parteda produção
(30%
aproximadamente)
destina-se diretamenteao
mercado
externogerando
divisas consideráveis para a Bolívia.A
área plantadade
sojaem
1994
foide 348.420
ha,dos
quais95%
foram plantadosem
Santa
Cruz
e5%
no departamento
de
Tarijaem
Yacuiba
e Villamontes (Carpetaeconomica,
ClAT, jul. 1995).O
cultivoda
soja constituiu-seno
primeiro cultivo industrial,superando
inclusive a cana-de-açucar.Este desenvolvimento acelerado
do
cultivodeve-se
principalmente a très fatores : a instalações
das
fábricasde
alimentosbalanceados
para bovinos, aves, etc; instalaçõesde
fábricasde
Óleoscomestíveis e as exportações
de
grãosde
sojaa
partirdo
ano
agricola 1985/86.dentro
da
oferta mundial, entretanto, as perspectivasde
crescimento propostasno
plano quinquenal (1994-1998)são de chegar
a duplicar a áreade
cultivoatual,
com
o qual se incrementará notavelmente a superfície plantadaassim
como também
aprodução
obtida,o
que
permitirá preverum
incrementoimportante referente a
produção
deste cultivoem
médio
prazo (Carpetaeconomica, CIAT, jul. 1995).
2.2 -
A
SOJA
EM SANTA
CRUZ
O
Departamento de Santa Cruz
consolidou-secomo
o principal produtorde
sojana
Bolívia, sobretudo a soja é consideradacomo
o cultivomais
importantenos
últimosanos no
que
diz respeito aprodução
regional. Estaposição privilegiada
deve-se
principalmente as características própriasdo
produto
assim
como
asvantagens que
possui; este éum
produto legitimamenteindustrial,
com
um
movimento
importantede
recursos financeiros invertidosna
área produtiva e comercial
que
se traduzna
ocupação
de
uma
quantidade
importante
de
mão
de
obra.A
soja representouao
redorde
26,12%
do
valor brutoda produção
agropecuária regionalno
ano
de 1994
(Carpeta economica, CIAT,jul. 1995).
O
complexo
soja éuma
atividade dinâmica,que
apresentouuma
estabilidade
nos
preços neste último quinquènio eum
mercado
seguro
para oproduto, respaldado pela crescente
demanda
mundial, e ademanda
a nível nacional,também
gerando excedentes
destinados a exportação.A
Bolíviaatualmente está exportando diretamente o grão
de
soja, entretanto, nestesúltimos
tempos
também
incrementou as exportaçõesdos
derivados,como
consequência de
um
maior aporteda
agroindústriade
subprodutos,com
um
altoconteúdo de
valor agregado.Todos
os esforços a nível institucionalsomados
ao
compromiso
de
apoio por partedo governo
estão concentradosno
plano decenalde
oleaginosas (1995 - 2004), cujo objetivo é ode chegar
aum
milhãode
hectares, convertendo-se
no
maior desafiode
potencialidadeda
agricultura regionalcom
critériosde
racionalidadena busca de
um
desenvolvimentoda
atividadede forma
dinãmica e sustentada tanto a níveleconômico
como
ambiental (Carpeta economica, CIAT, jul. 1995).
Ao
fazeruma
análiseda produção
históricada
sojano departamento
identificam-se claramente dois períodos.O
primeiro (1971 - 1985) é caracterizadopela
expansão
da
soja,que
constituiu-senum
cultivo alternativoao
algodão,outro fator
que acompanhou
adinamização
destecomplexo
é a instalaçãodas
agroindústrias
de
óleo.Desde que
se iniciou o plantioda
sojano
verão1971/72
com
800
ha. , até oano
agrícola1984/85
a superfície cultivada cresceuem
6275%,
com
uma
áreade
cultivo para talano
de
51000
ha..A
partirdo
plantiode
verão
1985/1986
iniciou-seum
segundo
período caracterizado porum
crescimento rápido, sustentado
como
iníciodas
exportaçõesde
grãos. Estaabertura
com
omercado
externoacompanhada
de
bons
preços motivouo
ingresso
de novos
agricultoresde
diferentes locais.Ao
mesmo
tempo
pode-se
evidenciar
um
grande
incremento migratóriode
produtoresde
diferentes nacionalidades,destacando-se
os brasileiros,que sabendo
da
qualidadedos
solos, e sobretudo
das grandes
expectativasde
crescimentoda
áreade
cultivoda
soja, decidiram inverterseus
capitaisdando
lugar aum
elevado incrementona
superfície cultivada. Estima-se
que
entre1985/86
até oano
agrícolade 1993/94
a superfície cultivada cresceu
em
389,22%,
com
uma
áreade
cultivo para oúltimo
ano mencionado
de 331.000
ha.. (Carpeta economica, CIAT, jul. 1995).No
departamento de Santa Cruz
a sojaé
cultivadano
verãosendo que
oplantio é realizado
nos
meses
de
novembro
adezembro
e
a colheita duranteos
meses
de
março
até finalde
maio
eno
invernoo
plantio ocorre entremaio
ejunho e colhe-se entre outubro e
novembro.
A
totalidadedo
plantiono
verão édestinada para grão comercial,
e
aproximadamente
30%
da
produção
de
invernoé destinada á
produção de sementes
e o restante para grão comercial. (Carpetaeconomica, CIAT, jul. 1995).
Existem
duas
regiõesde produção no Departamento de Santa
Cruz.(anexo 03).
A
regiãoINTEGRADA,
que
engloba
a parte nortedo
Departamento,sendo
o principal centro produtor a cidade
de
Montero,da
qualfazem
parteas
regiõesde
San
Pedro,Okinawa
eYapacaní
até a parte sul próximas a cidadede
Santa
Cruz de
la Sierramais
propriamentenos
povoados
de Cotoca
e Puerto Pailas.A
área
de
plantiono
verãode 1994/95
foide 111.700
ha.,que
representou33,48%
do
totalda
superficie cultivadano
departamento. Outra região produtoraé
ade
EXPANSÃO,
que
se encontraao
lestedo
RioGrande
e atualmente constitui omaior centro
de
produção,como
demonstram
osdados
estatísticosdo
plantiode
verão 1994/95, a área plantada
em
hectares foi221.900
que
representa66.54%
do
total plantadono
departamento. Estatem
como
principais centrosde
produção
: Pailón Norte; Centro e Sul; TresCruces
eSan
José de
Chiquitos.(Carpeta economica, CIAT, jul. 1995).
No
departamento
existem produtoresde
sojade
diferentes nacionalidades;os bolivianos, alemães, japoneses, brasileiros, russos e outros,
que
porsua vez
encontram-se agrupados
como
pequenos, médios
egrandes
produtores.Cada
grupo
tem sua
própria tradiçãono
cultivo, existindomarcadas
diferenças entreos
mesmos
desde
a área plantada, (ospequenos
produtores agrícolas seencontram
dentro
de
uma
faixade
1 a50
ha., osmédios de
51 a200
ha. e osgrandes
produtores
contam
com
superfícies maioresque 200
ha.), ouso
do
capital,acesso ao
crédito, custosde
produção, rendimentos,emprego
de
agroquímicos eaté a
forma
de manejo do
cultivo. (Carpeta economica, CIAT, jul. 1995).Toda
aprodução
está orientada exclusivamente para a comercialização, entretanto, os produtoresda
áreade
Expansão
tem
dificuldades na etapade
comercialização, pois impera
uma
"estrutura Oligopsónica”de mercado,
que
distingue-se porum
reduzidogrupo de compradores formados
pelas indústriasde
Óleos comestíveis ealgumas
empresas
exportadorasque
representam
o totalda
demanda
do
grãode
sojao
que
lhes permite controlaro mercado. Ademais, o
financiamento por antecipação
da produção
por parte destasempresas
compromete
os agricultores a entregar-lhes o produto,o
que
diminuisensivelmente
sua
liberdadede venda
aquem
lhes ofereçamelhores condições
econômicas no
momento
de
disponibilidadedo
produto. Por outro lado, muitosprodutores
não
estão organizadosou
participampouco
das
funçõesde
comercialização, o
que
restringe aobtenção de
maiores ingressos paraos
agricultores,
com
imposiçãode
preços, reduzidacapacidade
de negociação
ampliados.
Os
produtoresdesinformados
ficam amercê
de
intermediáriosque
se
beneficiam
com
a comercialização. (Carpetaeconomica,
CIAT, jul. 1995).3. -
DADOS
GERAIS
DA
REGIAO
NORTE
3.1 -
CLIMA
San
Pedro
faz parteda
regiãoINTEGRADA
sub-região Norte muito úmido,a qual
compreende
as áreasde produção assentadas
desde
Montero
até aColônia Piraí.
A
temperaturamédia da
região alcança 24°C, diminuindono
inverno (julho)para
20,7°C
eaumentando
no
verão (janeiro) para 26,3°C.A
ocorrênciade
geadas
é muito rara, entretanto jáforam
registradas temperaturasmínimas
extremas
pertode 1°C no
mês
de
julhona
estação Saavedra.A
precipitaçãomédia
anual variade 1600
mm
a1200
mm
(anexo 04),apresentando
8meses
que
registram precipitações maioresou ao
redorde 100
mm
(outubro - maio).Estima-se
que
a evapotranspiração potencial está equilibradacom
a precipitação,e
pequenos
déficitssão
registradosde
julho a setembro.A
áreaem
seu
conjuntoestá classificada
como
bosque
úmido
sub-tropical,segundo
omapa
ecológicoda
Bolívia. (BAi_L|v|ÁN, 1980).A
região é percorrida pelo RioChané
que desemboca
no
Rio Piraíem
direção
Sudeste
à colôniaSan
Pedro.Na
maior parte desta áreapodem
ocorrerinundações
severas. Estasub-zona
também
ébanhada
pelo Rio Grande,que
apresentou várias
mudanças
em
seu
curso originalnos
últimos60
anos
,mostrando
atualmenteuma
variaçãono
curso originalde
até20
Km
em
algunslugares,
estando
estas áreas sujeitas ainundações
frequentes, muitasdas
quaispodem
ser severas.A
vegetação
variadesde
depressões
cobertascom
pastosnativos até
bosques
estacionaissempre
verdes.Cerca de
90%
da
área apta paraagricultura foi
desmatada,
encontrando-se muitas destas atualmentecom
vegetação
secundáriaem
diferentes estadosde
regeneração. Esta região possuipoucas
manchas
de vegetação
originalsemi-sempre
verdecom
estrato superiorde
25
-30
metros.(BALLIVIÁN,
1980).-z
3.2 -
RELEVO
E
SOLOS DA
REGIAO
NORTE
A
regiãoda
ColôniaSan
Pedro
faz parteda paisagem
“Planície aluvial antiga“,que
apresenta sub-paisagensque
vão
desde
elevações ligeiramenteonduladas
aquase
planas ,formada remotamente,
pelos Rios Grande,Chané
ePiraí e
que
atualmentenão
recebem
novos
aportesde sedimentos
aluviais;depressões
ligeiramenteonduladas
aquase
planasque
podem
ou
não
sersucetíveis `a
inundações
ocasionais frequentesou
anuais, devido apresença
de
cursos d'áqua
abandonados
ou
atuaisque acham-se
interrompidos por antigosEsta região apresenta predomínio
de
solos franco-arenosos a franco- argilo-arenosobem
drenados,com
áreasmenores
de
solos franco-argilo-arenosoa argiloso imperfeitamente drenados,
com
algumas
áreasde inundações (anexo
O5).(SOYA Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).Os
solos estãoagrupados
em
trèsunidades
fisiográficas principais ,diferenciadas pela topografia e são:
a) terras elevadas ligeiramente
onduladas
ou
quase
planas,que
originalmentepuderam
contervegetação
altaou
baixa;b)
depressões
ligeiramenteonduladas ou
quase
planas;c) os cursos d'água
abandonados
ou
atuais e diques naturais.(BALLIVIÁN,
1980).O
soloENTIC
-(VERTIC)
-TROPOFLUVENTS
édominante
na região eencontrado
em
terras elevadasquase
planas. Caracteriza-se pelapresença de
uma
camada
argilosa,apresentando
uma
sucessão
de
outrascamadas
intermediáriasde
diferentes granulometria. Soloscom
altoconteúdo de
argilado
tipo 2:1,
com
presença de
rachaduras superficiaisem
época de
seca,apresentando-se
com
drenagem
regular ede
difícil trabalhode mecanização
quando
não
está dentrode
um
teor idealde
umidade.(BALLIVIÁN,
1980). Pelaclassificação
americana
(Soiltaxonomy)
ele seenquadra
como
um
Entissolocom
transição para Vertissolo, já a classificação brasileira oenquadra
como
um
silqaluvial.
(PRADO,
1991).Nas
depressões
quase
planas e cursos d'águaabandonados
ou
atuais éfrequente
encontramos
oVERTIC
TROPAQUEPTS
(SoilTaxonomy),
soloeutrófico,
ou
seja, apresenta alto valor nutricional representado por altos valoresde
soma
de bases
ede capacidade de
trocade
cátions (CTC).(PRADO,
1991). Entretanto, .existem sérias limitaçõesde
trabalho neste solo devidoao
teorde
umidade,
que
apresentaseu
nível Ótimo e ruimcom
um
estreitamento muitogrande. Esta característica
do
solo torna-seuma
barreiraao
agricultorque
necessita lavrar
suas
terras durante o períodoem
que
asboas
condiçõesde
umidade
prevalecem.São
soloscom
hidromorfismoacentuado e apresentam
argila
do
tipo 2:1com
presença de
rachaduras superficiaisem
época
de
seca.Estes
apresentam
um
nível freático flutuante epodem
inundar-secom
facilidade.Sua drenagem
restringe-seem
razãode sua
permeabilidade lenta.A
infiltraçãoda
água
no
solopode
sermelhorada
atravésda
rotaçãode
culturas,emprego
de
resíduos
das
colheitas euso
com
pastagens.(OLIVEIRA
et al., 1992). Pelaclassificação brasileira este se
enquadra
como
um
vertissolo.(PRADO,
1991 ).4. -
CULTIVO
DA
SOJA
NA
REGIAO
NORTE
4.1 -
ÉPocA
DE
P|_ANT|o
A
época
de
plantio éum
grande
fator a ser consideradono processo
produtivo, pois se realizado
em
época
ideal, garantebons
resultadosalém é
clarode
fugirdo ataque de
insetos edoenças
prejudiciaisao
bom
desenvolvimentoda
culturaSomente
na
região Nortede Santa Cruz
éque
se realizam dois cultivosde
soja por ano, devido asboas condições
climáticasda
mesma
(anexo 06).O
plantiode
verão érecomendado
peloCIAT
entre o períodode
1°de
dezembro
a
30
de
janeiro.A
precipitaçãomédia no
verão nesta região estáao
redorde 500
mm
nos
meses
de
dezembro
a fevereiro.A
temperaturamédia no
verão ficaem
26,3°. Portanto, estas características climáticas
se
mostram
favoráveisao
bom
desenvolvimento
da
cultura.No
invernorecomenda-se
realizar o plantio entre o períodode
1°de
maio
a
30 de
junho, pois a temperaturamédia
nestaépoca
do
ano chega
aos 20,7°C e
a precipitação
média
ficaem
tornode
170mm
nos
meses
de
junho a agosto.O
que
garante o plantioda
sojano
invernosão as
taxasde
evapotranspiraçãopotencial
que
estão equilibradas,não
causando
déficits hídricos, garantindoo
bom
desenvolvimento
da
cultura.4.2 -
MANEJO DO SOLO
O
manejo do
solo, juntamentecom
a cobertura vegetal,assume
caráterimprescindível
nas
alternativas para evitar aação
destruidoradas
chuvas
emanter
aquelas variáveis própriasdo
solo,capazes
de
assegurar a produtividadedas
culturas.A
ação do
homem
no manejo do
solo condiciona aação da erosão
. Muitosproblemas de degradação dos
recursos naturaistem sua
origemna
agriculturapredatória, infelizmente ainda praticada
em
grande
escalaem
todo omundo.
A
experiênciatem demonstrado
que
o excessivouso de equipamentos
de
cultivoinduz a
uma
rápida destruiçãoda
matéria orgânica ,ao aparecimento
de
camadas
endurecidascompactadas
ede
baixa permeabilidade.As
intensase
constantes
operações de equipamentos pesados
afetam a agricultura, peladestruição
da
estruturado
solo,compactando-o
ásvezes
a pontode
reduzir aprofundidade efetiva para o crescimento
das
raízes,em
prejuízodo
rendimento
das
culturas. Isso é notório por períodosde
estiagem longa,quando
acamada
superficial
do
solo (20 cm),chamada
suporteda
vida vegetal, encontra-setotalmente enfraquecida para ajudar as plantas a suportar as adversidades
climáticas.
O
soloé“um
recurso insubstituível ede grande
valor para aprodução
agrícola,
devendo-se
portanto, procurarum
adequado
e racional manejo,integrando
um
conjuntode
práticas importantes para conservarou
incrementarsua capacidade
produtiva atravésdo
tempo.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).O
cultivoda
,soja requeralgumas
condições específicasde
solo paraa
obtenção de bons
rendimentos; entre estas característicaspodem-se
citaras
seguintes:
a) solos
não compactados;
b)solos férteis
com
texturaque
variamde média
a ligeiramentepesada
(franco-arenoso e franco-argilo-arenoso).
(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
^r'996).Apesar
destas condições citadas anteriormente,independente do
sistemaque
se use,deve-se
terem
contaque
aboa preparação do
solo éde fundamental
implementos
adequados
para proporcionarao
solo eao
cultivo as seguintescondições:
a) favorecer a
germinação das
sementes dando
origem
a plantasvigorosas;
b) criar
um bom
ambiente
físicoque
favoreça odesenvolvimento
normaldas
raízesdo
cultivo;c) garantir
um bom
controlede
plantas indesejáveis;d) favorecer a infiltração e retenção
de
água da
chuva no
perfildo
solo;e)
manter
apalhada na
superfície para proteger o soloda
erosão eólica ehídrica;
f)
manter
aprodução
atravésdo
tempo.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,
CIAT
-ANAPO,
1996).V
Contrariamente, a
preparação
incorretado
solo,em
condiçõesnão
apropriadas
de
umidade
euso inadequado de
implementos,conduz
rapidamente
a
degradação
física, química e biológicado
solo eem
consequência
diminuisua
capacidade
produtiva.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).4.2.1
-preparo
convencional
Neste
sistemade
preparodos
solos, se utilizauma
grade pesada
pararealizar a
gradagem
primária e agrade
levede
discos paragradagem
secundáriaou
apreparação da
cama
de
plantio.Geralmente
se realizauma
aduas passadas
com
estesimplementos
respectivamente.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996). .A
facilidadecom
que
os solosda
região nortede
Santa Cruz oferecem
ao
trabalho mecânico,levam
os agricultores acometerem
grandes
abusos na
utilização
desses
solos.Quase
não
édada
atenção
aumidade
do
solo porocasião
dos
trabalhos mecânicos.O
sistema tradicionalde
preparodo
solovem
sendo
praticado paraprodução
de
cultivos anuaisdesde
o inícioda
agriculturamecanizada
em
Santa
Cruz.
Com
o transcursodos
anos
este sistemaocasionou
uma
sériede
problemas
no
solocomo:
a) destruição
da
estruturado
solo;b)
encrostamento
que
dificultam aemergência das
plântulas;c)
compactação;
d
decomposição
rápidada
matéria orgânica;e aceleração
dos processos
de erosão
eólica e hídrica;f ) diminuição
na
produtividadedos
solos.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,
CIAT
-ANAPO,
1996).Em
Santa
Cruz,aproximadamente
50%
dos
solos agrícolasda zona
Central,
apresentam
sériosproblemas
de
compactação.
Estacapa
compactada
causa
considerável diminuiçãona
produtividadedos
cultivos, pois dificulta ocrescimento
das
raízes e a infiltraçãoda
água
das
chuvas, limitandoassim o
aproveitamento
adequado
da
umidade
e nutrientesdo
solo.O
problema
da
compactação
é resolvido atravésdo uso
de
um
subsolador.A
eficiência eduração do
resultado benéfico desta práticano
tempo,depende
do
tipode
solo edas
práticas posterioresde manejo do
soloapós
adescompactação.
(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).4.2.2
-preparo
verticalEste sistema
de
preparodo
solo consistena preparação
primária esecundária
do
solocom
implementos equipados
com
cultivadores vibratórioscomo
o arado de
cincel,que pode
estaraclopado
a discosde
dentes para picara
palhada
e
plantas indesejáveis.Para
gradagem
primária,quando
há abundante
palhada
e plantas indesejáveis,recomenda-se
1ou
2passadas
com
esteequipamento, entretanto o
mesmo
deve
apresentar discoscom
dentes parafacilitar o corte
dos
restos vegetais.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,ClAT
-ANAPO,
1996).4.2.3 - plantio direto
O
plantio direto é asemeadura
de
uma
cultura sobre resíduosde
outra,com
amínima movimentação de
solo possível. Este sistematem
sido utilizado porser altamente eficiente
no
controleda
erosão.(ARANTES &
SOUZA
et al., 1993).Para
asua
implantação é estabelecidauma
sériede
pré-requisitos,estando
a maioria deles ligadoao
controledas
plantas indesejáveis.A
áreadeve
possuir baixa infestaçãode
ervasque
possam
ser controladas pelos herbicidas disponíveisno
mercado.O
uso
de
picadorde
palhanas
colheitadeirasnão
só
facilita a
semeadura
como também
permite a cobertura uniformedo
solo,beneficiando o controle
das
plantas indesejáveis.Os
problemas
ligadosàs
plantas indesejáveis
são de
talordem que
érecomendável
aadoção
gradualdo
sistema
acompanhado
de
orientação técnica.A
experiênciatem mostrado
que
osagricultores
que
não
sepreparam devidamente
para adotar o sistema,acabam
encontrando
tantosproblemas
que
desistemdo
mesmo.
(ARANTES &
SOUZA
etal., 1993).
O
sistemade
plantio direto já éamplamente
utilizadoem
outros paísesda
América do
Sul, tal é ocaso da
Argentina, Brasil e Paraguai,os
quaisdemonstram
considerável experiência pelosanos de
trabalhosob
este sistema.Na
Bolívia,mais
propriamenteno Departamento de Santa
Cruz, o sistema foi introduzidohá
aproximadamente
8 anos,mas
de maneira
muito irregular.O
mais
conhecido
e contínuo é o trabalho desenvolvidodesde 1988
pelaempresa
IMBA
(Indústria Molinera
de
AlimentosBalanceados) na
regiãode Expansão.
(CIAT,Estudio
de
campo
n° 9, mar. 1996).A
superfície plantadasob
o sistemade
plantio direto durante overão
de
1994/95
foide
22950
ha,enquanto
que
no
invernode 1995
foide
28752
ha, édizer,
25,2%
mais
que
no
verão 94/95.Das 22950
ha
de
soja e milho plantadassob
sistemade
plantio diretono
verãode
1994/95,4,16%
foram
plantadosna
região Central,
enquanto
que
86,78 e9,06%
plantaram-senas
regiõesde
Expansão
e Norte respectivamente.O
total plantado neste verão (1994/95)corresponde
a5,43%
do
total plantado a nível regional duranteesse
período paraestes dois cultivos
(4226OO ha de
soja + milho). (CIAT, Estudiode
campo
n° 9,Apesar do
plantio diretodemonstrar grandes vantagens do
pontode
vista agroecológico, este falhado
pontode
vista econômico, oque
faz muitosprodutores desistirem deste
manejo
(anexo 07).4.2.4 -
rotação
de
culturasA
rotaçãode
culturas é o plantiode
diferentes espécies vegetaisno
mesmo
terreno duranteum
ciclo e a repetição deste ciclode
cultivosde
forma
regular.Uma
rotaçãoadequada
constade
uma
sequência
de
cultivosque
evitamou
reduzem
os problemas de
plantas indesejáveis, doenças, pragas,perdas
de
fertilidade edegradação
estruturaldo
solo.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996)._
Os
agricultoresde
algumas
regiõesmostram
paulatinamenteque
estãose
conscientizando sobre a
necessidade de
realizar rotaçãode
culturas,uma
vez
que
existem limitaçõeseconomicas
(de curto prazo)que impedem
um
emprego
massivo
deste sistema. (CIAT, Estudiode
campo
n° 9, mar. 1996).TABELA.
01-Rotação de
culturasem
sistemade
plantio direto por regiãoem
Santa
Cruz, 1995.A E
Norte soja - soja
100
Okinawa
I soja - soja80
soja -trigo - milho
20
soja -trigo
20
Pailón Norte soja -trigo - soja - girassol
60
soja -trigo - soja - girassol - sorgo
20
soja - girassol
36
Pailón Central soja -trigo - soja - girassol 16
soja -trigo - soja - girassol - milho 16
soja - girassol - soja - sorgo - milho 16
soja - girassol - milho - girassol 16
Fonte: CIAT, Estudio
de
campo
n° 9, mar. 1996.De
modo
geral, o monocultivode
soja tantono
verãocomo
no
invernona
região Norte
(Chané
-Hardeman)
é oproblema mais
grave a se resolver.As
consequências,
somente
do
pontode
vistade
plantas indesejáveis,são
preocupantes.
Em
algunscampos
abundam
cada vez mais
asleguminosas
que
não
podem
ser controladas por herbicidas seletivos a soja. Entretanto,observou-
se
que
os herbicidasde
contato para folhas largasem
sojasão mais
eficientesno
controle
de Trapoeraba (Comme/ina
díffusa) eQuenopódio (Chenopodium
album),
que
em
muitoscampos
jásão grandes
problemas. (CIAT, Estudiode
campo
n° 9, mar. 1996).Mais
que
definirum
ciclode
rotação é importanteconhecer
as razões pararecomendar,
ou
não, certassequências de
cultivos.Desta forma contam-se
com
critérios para modificar a rotação elegida, situação frequente pelas trocas
na
recomenda
incluirno
ciclode
rotaçãode
culturas espéciesque
proporcionem
grandes
quantidadesde
resíduosde
difícildecomposição
como:
milho, sorgo,girassol e algodão.
(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).A
maioriados
solosque
foram cultivados pormais de
10anos
sofremde
baixos
conteúdos de
Matéria Orgânica.As
causas
são, porum
lado, o efeitocombinado
de
restos culturaiscom
baixa relaçãoC/N
(carbono/nitrogênio),excessiva mobilização
dos
solos, altas temperaturas e umidades,que
aceleram
adecomposição da
matéria orgânica. Outracausa são
cultivosque
deixam
um
baixo
volume de
restos culturaisou
oemprego
destecomo
forrageira, oque
resultaem um
baixo aportede
matéria orgânicaao
solo. Estes processos estãocausando
perda
de
estrutura,uma
redução na
fertilidade(em
particularo
Nitrogênio),menor
atividade biológica emenor
capacidade de
retençãode
umidade
no
solo.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).A
rotaçãode
culturas favorece oaumento
ou
manutenção
do conteúdo
de
matéria orgânica
no
solo,exercendo grande
influênciana
manutenção
ou
melhoria
da
fertilidade.A
rotaçãopode
também
auxiliarno
controlede
plantasindesejáveis, pois certas espécies
ocorrem
e sedesenvolvem melhor
durante ociclo
de determinadas
culturasdo
que
em
outras, devido às diferençasde
tratos culturais ede
ciclosde
vegetação.As doenças
epragas
em
geralsão
favorecidasquando
uma
única espécie é cultivadano
local, assim, amudança
de
lugar pela rotação
de
culturaspode
auxiliarno seu
controle.(ARANTES
&
SOUZA
et al., 1993).Os
cultivosde leguminosas
devem
ser feitos antesdos
cultivosde
espécies
não
leguminosas
poisproporcionam
uma
melhorianas
condiçõesdo
solo.
As
leguminosas
como
soja e feijão,quando
desenvolvem
em
suas
raízesnódulos ativos
em
associaçãocom
bactérias Rhizobium, utilizammenos
nitrogênio
do
soloque
outros cultivos. Isto é devido asua capacidade
de
absorver o nitrogênio
do
ar e flxá-loem
suas
raízes.Por
esta razão depoisda
colheita,
mais
nitrogênio fica disponívelno
solo para os posteriores cultivos.Para
garantir aformação de
nódulos serecomenda
inocular asemente
no
momento
do
plantio.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).O
ingressode
cultivosde descanso
como
Crotalariajuncea
(verão) eAvena
strigosa (inverno)no
ciclode
rotaçãotem grande
importãncia, poissão
cultivos
que produzem
grandes
volumes de palhada de
qualidade (de alta relaçãoC/N) e pelo efeito alelopático destes cultivos,
que
determinauma
notávelredução
das
plantas indesejáveisna
área.(SOYA
Recomendaciones
tecnicas,CIAT
-ANAPO,
1996).Não
serecomenda
o plantioda
sojaduas vezes
porano
(verão e inverno),por
que
a maioriadas doenças
que
atacam
o cultivoda
sojapermanecem
na
palhada do
cultivo anterior, incluindo Diaphortephaseo/orum
f. sp. Meridiona/is,agente
causaldo
cancroda
haste,que
sobrevive por doisanos ou
maisquando
apalhada
fica sobre a superfíciedo
solo.Também
surgem
problemas
com
incidência
de
insetoscomo
Anticarsia gemmatalis, e especialmente percevejoscomo
Piezodorus gui/dinií e outros insetos migratórios. Estes últimosalém
de
causarem danos
aos
grãos,provocam
oaumento
do
ciclo vegetativodo
cultivocausando
dificuldadesna
colheita.Para
evitar estesproblemas
não
serecomenda
plantar sojaduas vezes
porano ou
sojacada
ano
na
mesma
área.4.2.5 -
quebra
ventos
O
vento éum
importante fator ambientalque
diretaou
indiretamente influina
produtividadedos
cultivosde
soja.Fritschen
em
1966
(inNORMAN,
et al., 1983) diziaque
o ventoaumenta
consideravelmente a evapotranspiração potencial.
Em
climas áridos ecom
temperaturas altas,
nas
zonas
bem
irrigadas,as
taxasde
evapotranspiraçãosão
elevadas.
Com
a ajudados
ventos a energia disponível para a evapotranspiraçãopode
exceder
ada
radiação solar.Quando
a evapotranspiração potencial éelevada, o potencial hídrico
do
solodeve
manter-se aum
nível muito alto paraimpedir o desenvolvimento
de
um
estresse hídrico.Os
quebra
ventos geralmenteaumentam
o crescimento e rendimentoda
soja.
Frank
e outros (inNORMAN,
et al., 1983)observaram
que
quando
aumidade
eraadequada
para o crescimentodas
plantas, estas cresciammelhor
com
a proteçãode quebra
ventosde
milho,produziam
maior área foliare mais
matéria
seca
eseu
rendimento erade
22,5%
maiorque
plantassem
essa
proteção.
Uma
das vantagens dos quebra
ventos rarasvezes mencionada,
éque
facilitam a aplicação
de
agroquimicos atravésde
pulverizaçõesno
momento
oportuno.
Em
áreasque não
apresentam quebra
ventos,no
momento
de
fazeruma
fumigação
seocorrem
ventos fortes durante alguns dias, o resultadopode
ser desastroso.
Um
exemplo
é a aplicaçãode
herbicida pré-emergenteao
milho;se os ventos
não permitem
aplicar este herbicida antesda emergência o
riscode
ter
grandes problemas de
plantas indesejáveiscomo
as gramíneas, será muitomaior. Outra
vantagem
éque
aredução
da
velocidadedo
vento pormeio
de
quebra
ventos reduz aqueda
da
temperatura duranteuma
entradade
massas de
ar frio vindas
do
sul. Issoporque
as temperaturaschegam
a ser mais baixasquando
há
ventos fortes; estefenômeno
sechama
o “efeitode
esfriamento”. Por isto apresença de quebra
ventospode
reduzir substancialmente os transtornosfisiológicos
que
sofrem os cultivos durante rajadasde
ventos fortesdo
sul.Ademais,
osquebra
ventosreduzem
osdanos
físicosaos
cultivos,como
porexemplo
aperda
de
flores.É
importanteque
osquebra
ventossejam permeáveis
deixando
passar40%
do
vento.Se
são
densos, issopode
provocar turbulênciado
vento, oque
causariamais
danos que
aquela parcelaque não
possuiquebra
ventos.
(BARBER,
1996).O
vento ajuda a dispersar as pragas.A
direçãodo
vento esua
velocidadeafetam
a
distribuiçãode
insetosde
diversas maneiras.As
migrações
agrandes
distâncias
de
insetosna
primavera,desde
os
climasmais quentes
equatoriais atéas
zonas mais
temperadas, se realizam principalmentecom
ajudade
ventosbaixos e fortes.
Esses
ventoslevam
insetos daninhos,como
a cigarrinhada
batata
Empoasca
fabae (Harris) e trips Thrips spp.(NORMAN,
et al., 1983).Finalmente a
presença de quebra
ventos controla aerosão
eólica, tantona
perda
de
solocomo
na deposição de
areia e outras partículas sobre os cultivos.(BARBER,
1996).A
grande
maioriadas
propriedades localizadasem
regiõesda
Bolíviaque
sofrem
com
apresença de
ventos fortes e contínuos, introduziramquebra
ventosapresentam
dimensões que
variamde
20
a30
m
de
largura ede
variadoscomprimentos,
dependendo
do
tamanho
das
parcelas.4.2.6 -
adubação
A
adubaçao
abase de
NPK
é realizadasomente
em
casos
muitoespeciais, pois
uma
vez
que
os solospredominantes na
regiãosão
eutróficos,não
necessita-seda
adubação
de
base.A
calagem
não
é realizada pois os solosapresentam
pH
em
tornode
6,0 a6,5
em
média. Poresses
motivos o plantioda
soja nestas áreas se torna muitomais
rentável (anexo O5).Por outro lado, é realizado a inoculação
das
sementes de
sojacom
o
Bradyrhizobium japonicum,
com
a finalidadede promover
auma
associação
simbiótica
com
a planta,podendo
esta utilizar o nitrogênio atmosférico,não
agredindo, portanto, as reservas
de
nitrogêniodo
solo.4.2.7 - fixação biológica
do
nitrogênioA
soja écapaz de
utilizar o nitrogênio atmosférico atravésda
associação
simbiótica
com
estirpesde
Bradyrhizobiumjaponicum.Cerca de 4
a 6 diasapós
agerminação da
sojapode-se
verificar oaparecimento dos
nódulos, eaos
12 diasjá se detecta a atividade
da enzima
nitrogenase, responsável pela transformaçãodo
nitrogênio atmosféricoem
amônia.O
processo
de
fixação biológica atingeseu
ponto
máximo
no
estádiode
floração plena e declina a partirdo enchimento dos
grãos, participando
no
suprimentode
nitrogênio durante todo o cicloda
soja.Uma
vez
estabelecida anodulação
em
níveisadequados,
a fixação simbióticado
Nzfornece toda a quantidade
de
nitrogênio necessária paracomplementar o
fornecimento natural
do
solo.Nódulos
com
coloração róseassão
ativos fixadoresde
Nz .Essa
cor é devida a leg-hemoglobina, substância responsável pelotransporte
de
oxigênio para as células fixadorasde
Nznos
nódulos.(ARANTES &
SOUZA
et al., 1993).“
4.2.7.1 -
inoculação
A
inoculação com.estirpesde
B.japonicum
deve
ser realizadano
diado
plantio
da
soja, evitando preparargrandes
quantidades, pois a sobranão pode
ser aproveitada
no
dia seguinte, devido a inviabilidadedas
bactérias.Os
inoculantessão
vendidosem
casas
especializadassob
diversasformas,
mas
écomum
encontra estesem
bolsasna forma
líquidapreparado
abase de
sacarose, pronto para ser inoculadonas sementes de
soja.Todas
as
operações de
inoculaçãodevem
ser realizadasem
lugarsombreado,
poisos
raios solares inviabilizam as bactérias