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Identidade electrónica para fácil acesso aos serviços públicos: O caso STORK

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Academic year: 2020

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Identidade electrónica para fácil acesso aos serviços públicos:

O caso STORK

Patrícia Gaspar 1, José Ribeiro Mendes 2, Célio Gonçalo Marques 3.

1) Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa, Portugal

Mestranda em Gestão e Políticas Públicas, parceria com o Instituto Politécnico de Tomar patriciafgaspar@gmail.com

2) Instituto Politécnico de Tomar, Tomar, Portugal jmendes@ipt.pt

3) Instituto Politécnico de Tomar, Tomar, Portugal celiomarques@ipt.pt

Resumo

A pretensão de desburocratizar as formalidades administrativas e proporcionar, simultaneamente, um acesso seguro online aos serviços públicos dos Estados-Membros da Europa, através da identidade electrónica, conduziu à concepção do projecto STORK. As expectativas na implementação e possível expansão da interoperabilidade entre os Estados-Membros são muito elevadas. A partilha de informações, experiências e custos, segurança, simplicidade, transparência, celeridade e economicidade dos processos administrativos transfronteiriços é a mais-valia do STORK. No presente artigo faz-se uma reflexão sobre a utilidade da implementação do projecto STORK, descrevendo-o de forma objectiva, enunciando as perspectivas e prospectivas, bem como uma análise crítica ao mesmo.

Palavras-chave: governo electrónico, identidade electrónica (eID), interoperabilidade, STORK, assinatura digital

1. Introdução - Enquadramento do Projecto STORK

O governo electrónico tem vindo a assumir um papel preponderante na actualidade, sendo inclusive encarado como um processo estratégico que visa fomentar e aperfeiçoar a relação dos cidadãos e empresas com a Administração Pública Europeia; procurando contribuir para a modernização administrativa através da melhoraria da qualidade, e eficiência dos serviços públicos, pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) [Marques et al. 2007]. O incremento do governo electrónico pretende propiciar a satisfação e eficiência na prestação de serviços públicos, diligenciando procedimentos para que esta prestação ocorra de maneira célere, transparente, económica, simples, promovendo o uso das TIC e a cidadania, instigando a

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Administração Pública a inovar, modernizando-se a fim de se tornar competitiva como as suas congéneres da União Europeia (UE).

Diversos países da UE encontram-se empenhados na implementação do governo electrónico, pelo que é compreensível que estes estejam em patamares distintos relativamente à sua aplicabilidade e qualidade. Todavia, constata-se que a maioria dos serviços públicos já se encontra na Internet. É fundamental que estes serviços públicos disponíveis na Internet não se limitem apenas a um conjunto de sites com informação, pois assim ficam aquém do expectável, é essencial fomentar a interacção e transacção pessoal e comercial, proceder à sua divulgação, incentivar a formação e o uso das TIC a preços acessíveis à generalidade dos cidadãos, de maneira a tirar o melhor partido possível do governo electrónico [Marques et al. 2007].

A fim de se usufruir plenamente e obter a mais-valia do governo electrónico é importante ser detentor de identificação electrónica (eID). Os recursos de eID são considerados os elementos fulcrais na identificação e autenticação de uma pessoa e podem ser baseados em passwords, certificados qualificados, cartões de identidade e código PIN, entre outros.

É no âmbito da eID, para fácil acesso aos serviços públicos, que surgiu o projecto STORK. O STORK pode ser descrito como um ambiente online que permite aos cidadãos europeus usar a eID de modo a facilitar novos contactos online em portais do próprio governo e de governos estrangeiros [STORK 2011].

O presente artigo procura descrever este projecto, promover o seu enquadramento nas políticas públicas, aludir os principais objectivos, evidenciando ainda o seu contributo na modernização administrativa e no governo electrónico.

STORK (que traduzido para português significa cegonha, uma ave migratória) é o acrónimo de Secure Identity Across Borders Linked. É curioso a associação que pode ser estabelecida com um cidadão europeu a aceder aos serviços públicos de qualquer um dos Estados-Membros, aumentando a qualidade de serviço prestado ao cidadão.

É nesta perspectiva, que Lioy, vice-presidente do projecto STORK, refere que “tal como os europeus se podem deslocar livremente através do espaço europeu após o Acordo de Schengen, o mesmo deve poder acontecer com as identidades electrónicas, resumindo, o STORK é como o Schengen para as identidades electrónicas europeias” [Ribeiro 2010].

Este projecto pretende conceber uma plataforma pan-europeia de interoperabilidade para a eID, que irá permitir aos cidadãos utilizar a sua identidade nacional em qualquer Estado-Membro, na prestação de serviços de governo electrónico da Administração Pública, ou seja, cada cidadão

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poderá passar a utilizar as suas eID em vários Estados da UE, a fim de aceder a diversos serviços públicos, de índole administrativa.

Lioy, procurando elucidar os efeitos práticos da referida plataforma, salienta que outrora “os sites de governação electrónica dos outros países obrigam os cidadãos a criar novas identidades, novas credenciais e novas passwords… com o STORK, se um cidadão tiver recebido uma identidade electrónica do seu próprio país, então ele passa a poder aceder a todos os outros serviços administrativos dos países participantes neste projecto” [Ribeiro 2010].

Iniciado em Junho de 2008, o STORK é uma iniciativa pan-europeia a três anos, que, como já referimos anteriormente, visa a implementação do reconhecimento da eID entre os vários Estados-Membros, incentivando empresas, cidadãos e funcionários das administrações públicas a utilizarem as suas eID nacionais em qualquer estado da União Europeia. Isto será alcançado não impondo uma única solução, mas permitindo que os diversos sistemas nacionais possam trabalhar em colaboração/cooperação, promovendo-se a interoperabilidade [Vasconcelos 2010]. Reconhece-se que este sistema irá simplificar as formalidades administrativas ao fornecer um acesso online seguro a serviços públicos transfronteiriços. Os projectos-piloto com o intuito de testar a plataforma de eID proposta, a arquitectura e especificações comuns, tiveram início a meio de 2010 e durariam 12 meses [STORK 2011]. O prazo deste projecto foi, no entanto, prorrogado até Dezembro de 2011.

Integram este projecto desde o início, os seguintes Estados-Membros da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Espanha, Estónia, Islândia (como membro do Espaço Económico Europeu), Itália, Luxemburgo, Portugal e Suécia; e França, Países Baixos e Reino Unido mantêm-se como observadores. Em Janeiro de 2010 ingressaram neste grupo a Finlândia, Lituânia e República Checa. Assim sendo, neste projecto estão envolvidos 17 países.

Este consórcio inclui ainda um total de 32 parceiros, compostos por organismos governamentais, privados, académicos, de investigação e desenvolvimento sem fins lucrativos. O STORK é um projecto co-financiado pela Comissão Europeia, no âmbito do Programa de Apoio à Política de Tecnologias de Informação e Comunicação (ICT PSP) dentro do Programa Quadro de Competitividade e Inovação (CIP), que decorre entre Junho de 2008 e Dezembro de 2011. O Programa de Competitividade e Inovação tem como objectivo incentivar a competitividade das empresas europeias, enquanto que o Programa de Apoio à Política de Tecnologias de Informação e Comunicação focaliza-se em fomentar a inovação e competitividade através de uma maior captação e optimização da utilização das TIC pelos cidadãos, empresas e Administração Pública.

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O calendário e objectivos do STORK são ideais para a produção de um expressivo impacto e igualmente contribuir para os objectivos propostos na Declaração Ministerial de Lisboa (2007), nomeadamente, a interoperabilidade entre os Estados-Membros e a redução da burocracia administrativa.

Tendo presente o disposto no Plano de Acção de eGoverment i2010 e a Agenda Digital Europa 2020, é notória a importância reconhecida pelos Estados-Membros europeus à temática da eID. Os Estados-Membros apontavam para o ano de 2010, o fornecimento de sistemas electrónicos seguros e convenientes aos cidadãos europeus, a profissionais e empresas, para aceder a serviços públicos em qualquer país da UE. Estes sistemas electrónicos seguros devem focalizar-se a nível local, regional e nacional, e devem estar em conformidade com os regulamentos de protecção de dados. Neste sentido, os objectivos da STORK fazem parte do Plano de Acção de eGoverment i2010 da Comissão Europeia como elementos fundamentais para o acesso seguro a serviços públicos modernos e da Agenda Digital [UMIC 2011].

A convite do Estado Português, a MULTICERT (empresa fornecedora de soluções completas de segurança e/ou certificação digital para todo o tipo de transacções electrónicas que exigem segurança) está envolvida neste projecto, desde as fases de especificação e definição, até às fases de implementação e avaliação. Os maiores esforços desta empresa vão estar focalizados no projecto-piloto referente à alteração de morada, o qual é liderado pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA) [MULTICERT 2011].

2. Descrição do Projecto STORK

O objectivo primordial do STORK é, como já foi referido, estabelecer uma plataforma de interoperabilidade de eID na Europa. Esta plataforma não armazena informação pessoal, pelo que a informação não pode ser perdida, mas permite ao cidadão através da sua eID autenticar-se e autorizar a libertação de atributos pessoais para os sistemas de informação dos países membros que o requeiram [Universidade do Porto 2011], como se pode constatar na figura 1.

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Figura 1 – Arquitectura conceptual da solução [Vasconcelos 2010]

O STORK tem ainda outros objectivos, nomeadamente: desenvolver regras e especificações comuns para ajudar o reconhecimento mútuo das eID através das fronteiras nacionais; testar, em contextos reais, soluções seguras e de fácil utilização de documentos de eID para cidadãos e profissionais; e por fim, interagir com outras iniciativas da UE a fim de maximizar a utilidade e o valor de serviços com recurso à eID [MULTICERT 2011].

Este projecto vai testar alguns dos serviços mais significativos e úteis para os cidadãos europeus, que se encontram a residir temporariamente, a trabalhar ou estudar em países da UE, que não os da sua origem. Os países participantes vão testar um conjunto de serviços, utilizando standards abertos. Assim, o STORK vai preparar e implementar projectos-piloto.

Os projectos-piloto do STORK representam um marco histórico na colaboração entre Estados-Membros europeus no campo da interoperabilidade de eID ao demonstrar os benefícios de serviços electrónicos governamentais por todos os Estados em contextos reais.

Os principais objectivos destes são: a implementação e demonstração de serviços de interoperabilidade, a cooperação entre os Estados-Membros no quadro dos projectos-piloto, tendo como ponto de partida os serviços que já estejam operacionais a nível nacional e a implementação definitiva de uma solução aberta de serviços comuns interoperáveis, baseada em especificações iniciais comuns aceites por todos os Estados-Membros participantes no projecto-piloto. Durante o projecto-piloto, essas especificações serão desenvolvidas com o intuito de alcançar um acordo mais amplo, tendo em conta a sua eventual expansão.

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Tendo em consideração o disposto no site oficial do STORK, os projectos-piloto, envolvendo diferentes Estados-Membros em cada instância, são:

Projecto-Piloto 1 – “Autenticação transfronteiriça para serviços electrónicos”

Este projecto-piloto permite que os cidadãos possam aceder aos serviços de modo seguro, utilizando a eID emitida pelo seu próprio país e controlar os seus próprios dados, ou seja, pretende ligar os serviços electrónicos existentes nos diversos portais nacionais (e. g., solicitação de certidões de casamento e de nascimento). Os Estados-Membros que participam neste projecto-piloto são: a Alemanha, a Áustria, a Estónia, a Finlândia, a França, a Islândia, a Lituânia e Portugal.

Projecto-Piloto 2 – “Conversação segura”

Este projecto-piloto, cujo Estados-Membros participantes são a Áustria e a Islândia, promove uma utilização segura da Internet por crianças e jovens, ou seja, torna a comunicação online mais segura. Os estudantes participam em conversas, onde interagem com colegas de outros países, usando uma sala de chat e uma área de trabalho restrita à sua faixa etária. O objectivo é construir uma plataforma para um ambiente online seguro onde as pessoas possam comunicar utilizando as suas eID.

A protecção de menores é uma preocupação latente na Europa, sobretudo pela possível fraude electrónica na autenticação da identidade dos utilizadores e por alguns embustes causados pelo uso inapropriado de redes sociais, pelo que este projecto-piloto é uma mais-valia para garantir a tranquilidade dos pais, fomentando deste modo uma utilização segura da Internet para crianças e jovens.

Projecto-Piloto 3 – “Mobilidade de estudantes”

Este serviço visa facilitar a mobilidade estudantil do ensino superior na Europa, permitindo que estudantes estrangeiros tenham acesso a qualquer serviço online administrativo oferecido por qualquer estabelecimento de ensino superior, utilizando as suas credenciais electrónicas (cartão de identidade, certificados digitais…) para autenticação e registo. Desta forma, os estudantes podem aceder aos serviços académicos ou administrativos no STORK, usando as suas credenciais electrónicas nacionais. Neste projecto-piloto participam os seguintes Estados-Membros: a Áustria, a Espanha, a Estónia, a Itália e Portugal.

Projecto-Piloto 4 – “eDelivery transfronteiriça” ou “Entregas Electrónicas”

Este projecto-piloto tem como objectivo desenvolver mecanismos transfronteiriços para entrega online segura de documentos baseado na infra-estrutura doméstica existente e tem como

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Estados-Membros participantes: a Áustria, a Eslovénia, a Estónia, a Finlândia e o Luxemburgo. A habilidade para concluir processos é uma componente essencial do governo electrónico. Assim sendo, este serviço permite que os cidadãos possam aceder ao portal eDelivery de outros países e receber documentos administrativos usando a sua eID nacional.

Projecto-Piloto 5 – “Alteração de morada”

Este projecto-piloto simplifica o processo de alteração de morada de residência, notificando todas as entidades competentes. A “alteração de morada” permite que os cidadãos estrangeiros utilizem a sua eID para se autenticarem e, de seguida, recuperar ou actualizar a declaração de residência. Procurando aproveitar o uso generalizado da eID em toda a UE, este projecto-piloto pretende testar e garantir a interoperabilidade do serviço “alteração de morada”, possibilitando que um cidadão estrangeiro (a utilizar as credenciais estrangeiras de eID) notifique todas as entidades competentes aquando da mudança de endereço, sem modificar os processos actualmente em vigor em cada Estado-Membro. Resumidamente, este serviço permite aos cidadãos, caso mudem de morada, façam essa alteração através de um processo electrónico muito simples. Os Estados-Membros participantes neste projecto-piloto são: a Eslovénia, a Espanha, a Estónia, a Finlândia, a Suécia e Portugal.

Projecto-Piloto 6 – “Integração ECAS ” ou “Serviços da Comissão”

O intento deste projecto-piloto é o de potenciar a eID nos Serviços da Comissão Europeia, ou seja, através da integração do STORK com o Serviço de Autenticação da Comissão Europeia (ECAS). Os cidadãos podem utilizar a sua eID e ter acesso aos serviços oferecidos pela Comissão Europeia para funcionários públicos, empresas e organizações.

Este projecto-piloto conta com a participação da: Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Espanha, Estónia, Islândia, Itália e Portugal.

3. Avaliação da sua execução

A fácil acessibilidade aos serviços públicos em toda a UE é fundamental para os cidadãos comunitários que viajam na Europa por motivos de trabalho, de estudos ou mesmo em gozo de férias, contribuindo para a sua mobilidade.

A plataforma STORK é segura, dado que todos os dados fornecidos através dela são fidedignos e é garantido que pertencem a uma entidade real, pelo que o fornecedor do serviço pode confiar plenamente na informação recebida.

No âmbito deste projecto, existe um grupo de trabalho que tem por função primordial estudar, de forma contínua, a segurança da plataforma e as medidas necessárias para garantir a

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privacidade e segurança dos cidadãos. Os componentes são executados por instituições governamentais obedecendo a normas standard de segurança.

Todo o cidadão europeu já consegue aceder aos sites administrativos que fazem parte deste projecto, no caso de Portugal, ao Portal do Cidadão (www.portaldocidadao.pt). Os portugueses poderão aceder aos serviços de governação electrónica dos outros Estados-Membros europeus através do cartão do cidadão.

Este projecto é bastante pertinente e útil dado que qualquer cidadão dos países europeus participantes, na posse do respectivo cartão de identificação nacional pode realizar uma série de tarefas administrativas online quando se encontrar fora do seu país, de forma segura, eficaz, rápida e económica.

4. Perspectivas e prospectivas do STORK

No futuro, graças ao STORK os cidadãos dos países participantes serão capazes de forma célere e desburocratizada realizar determinados procedimentos, designadamente: criar uma empresa, obter a sua restituição de imposto ou obter documentos da sua universidade sem a presença física, bastando para isso aceder a estes serviços, introduzindo os seus dados pessoais, utilizando a sua eID nacional.

O papel principal do STORK é proceder à identificação do utilizador que esteja envolvido numa sessão online com a entidade prestadora do serviço solicitado, de maneira a enviar os dados autenticados do utilizador para o serviço em causa. Todavia, é de realçar que apesar do prestador de serviços poder solicitar vários itens de dados, o utilizador controla sempre os dados a serem enviados. A transferência de dados é solicitada pelo portal ou site a que se está a tentar aceder. O utilizador pode perfeitamente controlar essa informação e, caso não concorde que os seus dados sejam transferidos, pode sempre proceder à desactivação da opção que autoriza o envio de dados ou inclusivamente cancelar a transferência, daí que o consentimento explícito do titular dos dados seja sempre necessário [STORK 2011].

Com o STORK é expectável que as pessoas sejam capazes de se autenticar de forma segura e com facilidade de acesso aos serviços online de qualquer Governo da Europa, usando para isso o seu próprio sistema nacional de eID; que a simplificação das formalidades administrativas resultantes desta plataforma torne mais fácil e barato viver e trabalhar em diferentes países da UE e operar negócios em toda a UE; que as pessoas possam usar os serviços transfronteiriços online sem a necessidade de visitar o país de origem; que a segurança das transacções online seja reforçada pela crescente utilização de serviços com eID a fim de proceder à autenticação dos utilizadores; que a autenticação através da eID incentive o crescimento de serviços online e,

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por fim, que a harmonização e especificações comuns a nível da UE reduza os custos de implementação destes serviços.

Sem pretender substituir os sistemas nacionais, o novo sistema permitirá aos cidadãos identificarem-se electronicamente de um modo seguro e tratarem dos seus assuntos com as administrações públicas a partir do próprio computador pessoal ou de qualquer outro terminal móvel, simplificando formalidades administrativas, ao ser providenciado acesso seguro online a serviços públicos entre Estados-Membros da UE participantes.

Os projectos-piloto de grande escala partem destes serviços para estabelecerem especificações comuns, que podem posteriormente ser desenvolvidas e conduzir a um mais amplo acordo, permitindo que os diferentes sistemas nacionais comuniquem e interajam entre si para que os cidadãos e as empresas usufruam plenamente das vantagens do mercado único.

Este projecto é de grande utilidade e aplicabilidade no contexto actual da Administração Pública, uma vez que a sociedade contemporânea exige uma grande fluidez de informação, mobilidade, competitividade, eficiência e eficácia, atributos que este projecto promove.

Para se maximizar o sucesso do governo electrónico e consequentemente do STORK é importante suprir alguns entraves, nomeadamente: difundir informação e formação sobre a aplicabilidade e benefícios deste projecto; generalizar o acesso a computadores, à Internet e ao uso das TIC; partilhar informação, custos e experiência relativamente a esta interoperabilidade, reeducar os cidadãos para estas novas práticas administrativas, procurando que esta abertura de mente aliada à inovação e desenvolvimento tecnológico os tranquilize relativamente à segurança destes procedimentos e lhes demonstre que é viável agilizar as transacções pessoais e comercias mantendo ou melhorando a qualidade.

De acordo com informação disponível nos sites oficiais da UE e do STORK, o total do investimento neste projecto é de cerca de 20 milhões de euros, dos quais 50% são co-financiados pela UE e os restantes 50% pelos Estados-Membros participantes.

5. Conclusão

O STORK é um projecto que permite a qualquer cidadão ou empresa europeia, a qualquer hora, em qualquer lugar, ter acesso autenticado pela sua eID à Administração Pública de qualquer país europeu.

A maioria das políticas da UE consiste na promoção da utilização das eID dos Estados-Membros nas diversas transacções pessoais e comerciais que ocorrem no quotidiano.

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O STORK é um programa com inúmeros benefícios práticos e económicos para os cidadãos e empresas, cuja implementação pode ser apontada como um motivo de atractividade para a livre circulação nos Estados-Membros.

Este projecto vai proporcionar diversos serviços, úteis e de fácil acessibilidade, a cidadãos e empresas europeias.

Os cidadãos e empresas dos países participantes serão capazes de forma célere, segura, económica e desburocrática realizar determinados procedimentos, nomeadamente: promover uma utilização segura da Internet por crianças e jovens utilizando para o efeito uma sala de chat e uma área de trabalho restrita à sua faixa etária, criar uma empresa, obter a sua restituição de imposto, alterar a sua morada ou obter documentos da sua universidade sem a presença física, bastando para isso aceder a estes serviços, utilizando a sua eID.

6. Referências

Comissão Europeia, Identidade Electrónica: acesso facilitado aos serviços públicos em toda a UE, http://ec.europa.eu/portugal/pdf/imprensa/notas_ip/20080530_ip08824_pt.pdf, (7 de Junho de 2011), 2008.

Marques, C.G. Silva V.G. Campos R., “O Governo Electrónico em Portugal. Um estudo com alunos de Administração Pública”, in Revista Superavit – Revista de Gestão & Ideias, 1, 1, 421-437, 2007.

MULTICERT, http://www.multicert.com/stork, (7 de Junho de 2011), 2011.

Ribeiro, S.A., O Espaço Schengen para as identificações electrónicas, http://static.publico.clix.pt/pesoemedida/noticia.aspx?id=1464839&idCanal=4900, (7 de Junho de 2011), 2010

STORK, http://www.eid-stork.eu, (8 de Junho de 2011), 2011.

UMIC, http://www.umic.pt/images/stories/publicacoes/com_222_i2010_pt.pdf, (6 de Julho de 2011), 2011.

Universidade do Porto, http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?P_pagina=1006471, (7 de Junho de 2011), 2011.

Vasconcelos, A., Interoperabilidade Europeia e Nacional na Identificação Electrónica, in Conferência da AMA, http://gov20.ama.pt/pdf/apresentação_AndreVasconcelos.pdf, (8 de Junho de 2011), 2010.

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Agradecimentos

À Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e em particular à Dr.ª Carina Américo, ao Eng.º André Vasconcelos e à Dr.ª Anícia Trindade.

À MULTICERT – Serviços de Certificação Electrónica, S.A. e em particular ao Eng.º Renato Portela.

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Figura 1 – Arquitectura conceptual da solução [Vasconcelos 2010]

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