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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITETURA DO SISTEMA DE SAÚDE

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ARQUITETURA DO

SISTEMA DE SAÚDE

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ÍNDICE 1

1) Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde 3

1.1) Considerações Preliminares 4

1.2) Conceitos do Planejamento Regional 4

1.2.1) Quadro Geral 5

1.2.2) Corte do Quadro Geral: Uma Abordagem das Principais Metodologias de

Planejamento Físico de Sistemas de Saúde 7

2) O Processo do Planejamento do Sistema de Saúde 8

2.1) Definição e Considerações Gerais 8

2.2) Etapas e Produtos do Processo do Sistema de Saúde 9

2.2.1) Etapa da Elaboração das Políticas Públicas de Saúde 11

2.2.2) Etapa de Elaboração de Planos Específicos 15

2.2.3) Etapa de Detalhamento do Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde: Elaboração de Projetos Técnicos de Estabelecimentos

de Saúde 19

2.2.4) Etapa de Controle da Execução de Obras e Serviços Técnicos de

Estabelecimentos de Saúde 26

2.2.5) Etapa de Operação e Manutenção de Estabelecimentos de Saúde 29 2.2.6) Etapa de Avaliação de Pós-Ocupação e Desempenho de Estabelecimento

Assistencial de Saúde 31

3) Princípios Constitucionais Do Sistema Único De Saúde 34 3.1) O Papel da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 40

3.1.1) Os Objetivos do Sistema Único de Saúde 40

3.1.2) A Direção do Sistema Único de Saúde 41

3.1.3) Atribuições Comuns à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios 42

3.1.4) Atribuições da União 43

3.1.5) Atribuições dos Estados 44

3.1.6) Atribuições dos Municípios 45

4) Modelos Institucional, Funcional e Ambiental do Sistema Único de Saúde 46

4.1) O Conceito de Sistema 46

4.1) Modelo Institucional 48

4.2) Modelo Funcional 51

4.3) Modelo Ambiental 60

5) Etapas do Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde 67

5.1) Pesquisa Básica 69

5.1.1) O tema TERRITÓRIO 70

5.1.2) O tema POPULAÇÃO 74

5.1.3) O tema SISTEMA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE 76

5.2) Análise Regional 99

5.2.1) Analise Regional: Território x Território 101

(3)

5.2.3) Análise Regional: Serviços Públicos de Saúde x Serviços Públicos de Saúde

102

5.2.4) Análise Regional: Território x População 102

5.2.5) Análise Regional: Território x Serviços Públicos de Saúde 103

5.2.6) Análise Regional: População x Sistema Público de Saúde 103

5.2.7) Sistema de Informação e Análise de Dados 104

5.3) Diagnóstico Regional 105

5.3.1) Hierarquização dos Problemas 106

5.3.1.a) Relações de Dependência / Independência entre os Problemas

Discriminados 107

5.3.1.b) Sobreposição de Eventos sobre o Espaço Territorial (Método do Crivo) 108

5.3.2) Estabelecimento de Diretrizes 108

5.4) Qualificação e Quantificação (Pré-Dimensionamento) de Recursos

Assistenciais 111

(4)

ELEMENTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO DA REDE FÍSICA DO SISTEMA DE SAÚDE

(PARTE 1)

APRESENTAÇÃO

Estas Notas de Aula foram produzidas para subsidiar a orientação de disciplinas relacionadas ao planejamento de redes físicas locais (suburbanas, urbanas, de grupos de municípios) na perspectiva das normas legais e da constituição do Sistema Único de Saúde brasileiro. A abordagem, contudo, não coincide com as normas oficiais, mesmo porque ainda não há normatização em saúde que se estenda no campo das metodologias do planejamento urbano e regional, de forma que atenda às necessidades dos arquitetos e urbanistas. Essas necessidades vão muito além do que pudemos discutir nesta Notas de Aula, e o desafio de explorá-las e de aprofundar as metodologias de alocação de recursos assistenciais no espaço geográfico das cidades e das regiões brasileiras seja motivador de mais pesquisas sobre o assunto. Para o momento, é bastante que os estudantes de pós-graduação em nossos cursos de arquitetura do sistema de saúde tenham em mãos uma argumentação íntegra, nascida da experiência do autor quando da concepção da metodologia subjacente à RDC-050 (2002) e à original Portaria Ministerial 1884, de 11 de novembro de 1994.

1 - PLANEJAMENTO REGIONAL E DA REDE FÍSICA DO SISTEMA DE SAÚDE

A nossa abordagem parte do ponto de vista de um “arquiteto de sistemas”. Um arquiteto de sistemas exerce um papel de agente interno, de planejamento e gestão, próximo das funções administrativas centrais e com acesso a funções administrativas específicas e/ou locais.

Devemos considerar o tipo de contribuição que pode ser dado às equipes de planejamento físico em vários níveis e horizontes de tempo. Nesta parte do curso nos deteremos na consideração de 2 escalas:

- a escala urbana (ou o planejamento da rede física de sistemas de estabelecimentos de saúde no âmbito de um município, ou do município-sede de uma região metropolitana);

(5)

Apesar de subentender-se que somente com a definição do conjunto de políticas públicas de saúde se deve trabalhar o plano específico da rede física (de estabelecimentos de saúde dando cobertura de serviços e ações a uma população determinada, num território determinado), recuperaremos a pesquisa básica que deve ser realizada relacionando os quatro eixos em que o Plano de Saúde se estrutura: epidemiológico, organizacional, gerencial e de recursos.

O conjunto das fases e o instrumental utilizado, conceitos e aspectos teóricos são indicativos e se referem a procedimentos de caráter genérico, que podem ser utilizados como ponto de partida para a geração de metodologias apropriadas a cada situação, às condições de organização é explicitar uma base comum, metodologicamente definida, para os procedimentos das instâncias de planejamento em todas as esferas governamentais, uniformizando a linguagem, conceitos e operações básicas - mas articulando esses elementos de forma a assegurar a flexibilidade necessária para que a construção dos modelos assistenciais locais se dê de modo autônomo e descentralizado.

1.2) CONCEITOS DO PLANEJAMENTO REGIONAL:

O planejamento regional do sistema de saúde visa definir racionalmente o conjunto de ações e serviços de saúde, o investimento em recursos assistenciais e a seqüência de operações a serem realizadas pelo conjunto do sistema de saúde de uma determinada população, numa área geográfica determinada.

De modo geral, o planejamento regional permite regional permite a definição dos objetivos a serem atingidos pelo Plano de Saúde, sendo orientado pela concepção da política sanitária do modelo assistencial ao nível municipal/estadual.

Numa definição preliminar do processo de planejamento regional e de seus conceitos básicos é necessário articular os três “modelos” de sistema de saúde apresentados no Capítulo I (institucional, funcional e ambiental) aos quatro “eixos” definidores do Plano de Saúde (epidemiológico, gerencial, organizacional e dos recursos).

O plano de saúde, em seus eixos de abordagem, deve definir estratégias para a “região de planejamento” (via-de-regra, o território municipal ou estadual) a que se refere, em termos:

a)

Institucionais: as políticas e mecanismos de colaboração entre instituições e níveis governamentais;

b)

Funcionais: o papel de cada setor componente do sistema de saúde e a programação de operações que deverá desenvolver, e:

c)

Ambientais: o papel do próprio sistema de saúde com relação às formas de ocupação do território pelas atividades econômicas, pela rede de cidades bem como com relação às condições de vida da população - enquanto respostas “ambientalmente adequada” às necessidades de sobrevivência e adaptação da população às transformações por que passa.

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física ou de um estabelecimento de saúde em particular aliena-se do processo maior em que se insere, de “construção de uma sociedade livre, justa e solidária; de “garantia do desenvolvimento nacional”; de “erradicação da pobreza e da marginalização e de redução das desigualdades sociais e regionais; de “promoção de bem de todos sem preconceitos ou discriminações” (Art. 3º da Constituição Federal).

O planejamento não pode ser visto como um fim em si mesmo, mas como um meio, um método de trabalho, que busca atingir um Fim; um método racional, ou seja: exequível; adequado a seu próprio fim; eficaz; coerente; politicamente aceitável. 1.2.1) QUADRO GERAL

Podemos estudar o trabalho de planejamento da rede física em uma série de abordagens, através das quais podemos estudar e operar intervenções no sistema de saúde, em 6 grandes etapas:

a) Elaboração de Políticas Públicas;

b) Elaboração do Plano de Rede Física Regional; c) Elaboração de Projetos Técnicos;

d) Execução de Obras e Serviços Técnicos; e) Operação e Manutenção;

f) Avaliação de Pós-Ocupação dos Espaços Construídos.

(7)

1ETAPA DE ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

2 ETAPA DE

ELABORAÇÃO DO PLANO DA REDE FÍSICA REG.

3 ETAPA DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS TÉCNICOS

4 ETAPA DE EXECUÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS TÉCNICOS

5 ETAPA DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

OBJETIVOS:

•definir o modelo assistencial;

•definir as estratégias de ação nos “eixos” epidemiológico / organizacional / gerencial / de recursos;

•definir critérios de implementação e avaliação;

•definir prioridades.

OBJETIVOS:

•efetivar a prestação de serviços segundo as estratégias de ação

determinadas;

•implantar e operacionalizar o sistema de manutenção e gerenciamento;

•administrar o uso dos recursos assistenciais.

OBJETIVOS: •elaborar programa de necessidades baseado nas atribuições determinadas; •elaborar os projetos técnicos e a documentação complementar; •planejar o processo de execução e fiscalização de obras e serviços;

•definir as condições de operação e manutenção física.

OBJETIVOS: •avaliar o desempenho dos recursos assistenciais alocados frente aos objetivos de planejamento; •avaliar o alcance das metas estabelecidas de forma associada ao uso do espaço; •fundamentar ou refutar decisões relativas ao uso e alocação de recursos assistenciais.

OBJETIVOS:

•gerar alternativas de implementação das ações no território, segundo padrão de atribuições;

•definir o modelo físico que apóia as estratégias de ação;

•pré-dimensionar e alocar os recursos assistenciais;

•planejar as etapas de implementação e operacionalização dos estabelecimentos assistenciais.

OBJETIVOS:

•organizar / administrar / fiscalizar a execução de obras e serviços; PARTICIPANTE S: •instâncias políticas (nível gestor / nível técnico / nível

PARTICIPANTES: •equipe técnica institucional / fornecedores / executores.

PARTICIPANTES:

•equipe técnica institucional / fornecedores / executores.

PARTICIPANTES:

•equipe de saúde / equipes de apoio / gestores.

PARTICIPANTES:

•equipe de saúde / usuários / equipes de apoio / gestores. PARTICIPANTES:

•equipe técnica

(multi-profissional) de planejamento físico / gestores; comunitário).

PRODUTOS CONCOMITANTES:

•formação de recursos humanos para a saúde;

•coordenação inter-institucional e comunitária.

PRODUTOS:

•plano nacional / planos estaduais e municipais de saúde / programas específicos.

PRODUTOS:

•plano diretor de rede física do sistema nacional / regional de saúde.

PRODUTOS:

•planos diretores dos E.A.S. / projetos técnicos / documentação complementar.

PRODUTOS:

•serviços efetivados (efeitos da execução de ações) / vigilância / registro da ação;

•manutenção continuada.

PRODUTOS:

•reordenamento / reestruturação de espaços e usos; de recursos e critérios de ação; de planos e políticas.

PRODUTOS:

•habilitação dos edifícios e seus componentes;

•documentação: manuais técnicos e contratos de manutenção.

PRODUTOS CONCOMITANTES:

•planos de ação específicos, por “eixo” estratégico

(epidemiológico / organizacional / gerencial / de recursos).

PRODUTOS CONCOMITANTES:

•projetos específicos de aquisição e alocação de recursos humanos / materiais / tecnológicos / financeiros.

6 ETAPA DE AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS

(8)

DEFINIÇÃO DA REGIÃO DE PLANEJAMENTO:

♦ EIXO DE DISCUSSÃO: CRITÉRIOS POLÍTICOS VERSUS CRITÉRIOS EPIDEMIOLÓGICOS; ♦ EIXO DE DISCUSSÃO: GRAU DE DESCENTRALIZÃO VERSUS ESTRATÉGIAS DE AÇÃO.

PRÉ-DIMENSIONAMENTO GLOBAL DAS AÇÕES E SERVIÇOS:

♦ IDENTIFICAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DOS PROBLEMAS RELACIONADOS À CONDIÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO;

♦ IDENTIFICAÇÃO DOS CONDICIONAMENTOS E LIMITANTES:

STATUS DOS RECURSOS ASSISTENCIAIS HUMANOS, TECNOLÓGICOS, FINANCEIROS, FÍSICOS E MATERIAIS;

STATUS DA ORGANIZAÇÃO E DAS RELAÇÕES INTER-INSTITUCIONAIS. ♦ ESTABELECIMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE AÇÃO: OBJETIVOS E DIRETRIZES;

♦ DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS PARA O PRÉ-DIMENSIONAMENTO GLOBAL (QUALIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS RECURSOS ASSISTENCIAIS)

PRÉ-DIMENSIONAMENTO POR NÍVEL ASSISTENCIAL:

♦ ESTABELECIMENTO DE ATRIBUIÇÕES POR NÍVEL ASSISTENCIAL;

♦ ESTABELECIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA ENTRE “CONJUNTO DETERMINADO DE ATRIBUIÇÕES” E “TIPOLOGIAS”;

♦ ESTABELECIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA ENTRE “TIPOLOGIAS” E AS ESTRATÉGIAS DE AÇÃO; ♦ DEFINIÇÃO DAS INTERRELAÇÕES ENTRE “TIPOLOGIAS” (ESP. REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA) ♦ ESTABELECIMENTO DE “MÍNIMOS E MÁXIMOS” DE DESEMPENHO

♦ ESTABELECIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA ENTRE “TIPOLOGIAS” E PARÂMETROS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO

ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS DE COBERTURA ASSISTENCIAL:

♦ ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS LOCACIONAIS E DEFINIÇÃO DE LOCALIZAÇÕES ALTERNATIVAS DOS EQUIPAMENTOS NA REGIÃO DE PLANEJAMENTO;

♦ ESTABELECIMENTO DAS “GRADES DE COBERTURA” POR NÍVEL ASSISTENCIAL, POR TIPOLOGIA E POR ESTRATÉGIA DE AÇÃO;

♦ POSSIBILIDADE DE DEFINIÇÀO DE MAIS DE UMA ALTERNATIVA E DE COMBINAÇÃO DE ALTERNATIVAS ♦ CALIBRAÇÃO DA CORRESPONDÊNCIA ENTRE “TIPOLOGIAS” E PARÂMETROS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO,

FRENTE ÀS SUB-REGIÕES DE COBERTURA ASSISTENCIAL;

♦ ELEIÇÃO DE ALTERNATIVA (POSSÍVEL COMPOSIÇÃO) ASSOCIADA A CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E AUTO-AJUSTE.

DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO DE PROJETOS E OBRAS:

♦ RECUPERAÇÃO / ADAPTAÇÃO / EXPANSÃO DE COMPONENTES FÍSICOS EXISTENTES; ♦ CRIAÇÃO DE COMPONENTES FÍSICOS EM NOVAS LOCALIZAÇÕES.

PROJETO DO SISTEMA: PROCEDIMENTO “EXAUSTIVO”

1.2.2) CORTE DO QUADRO GERAL: UMA ABORDAGEM DAS PRINCIPAIS METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO FÍSICO DE SISTEMAS DE SAÚDE:

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2 - O PROCESSO DO PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE: 2.1) Definição e Considerações Gerais:

O processo de planejamento do sistema de saúde é definido como o conjunto de atividades do seu nível gerencial que tem como objetivos:

a)

o estabelecimento de metas a serem atingidas pelas ações e serviços de saúde em períodos de tempo determinados e com a utilização e serviços de saúde em períodos de tempo determinados e com a utilização de recursos assistenciais (humanos, físicos, materiais, financeiros e tecnológicos) precisos;

b)

a formulação de estratégias para o alcance dessas metas, que consistem na organização das prioridades, das atividades, da cronologia das ações administrativas e assistenciais, e dos métodos específicos para a coordenação e para a execução de cada ação planejada;

c)

o estabelecimento de normas para o controle e a avaliação do conjunto de ações e serviços de saúde e o desempenho de cada componente do sistema de saúde.

O nível de elaboração do processo de planejamento do sistema de saúde varia com a organização administrativa da Secretaria de Saúde (ou similar) do município ou dos estados. De qualquer forma, é fundamental que o setor governamental responsável pela gestão do sistema de saúde a nível local designe uma equipe multidisciplinar (com representantes dos principais grupamentos profissionais do sistema local de saúde e das áreas técnicas envolvidas com as políticas específicas dos recursos humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos).

Tal equipe deve ter a responsabilidade pela coordenação (no que for tecnicamente possível) e pela elaboração dos principais documentos orientadores das ações e políticas de saúde.

“Planejar”, contudo, não se restringe a elaborar documentos. A atividade de planejamento do sistema de saúde implica na capacidade de compreender o conjunto do sistema de saúde, de explicar as suas funções, seu funcionamento e seus objetivos, e de projetar no tempo a ocorrência de cada investimento, a execução de cada ação necessária ao desempenho de suas funções.

A matéria-prima do planejamento é a informação. A equipe de planejamento do sistema de saúde deve, continuamente, colher, processar (isto é, organizar e analisar) e converter a informação inicial em um novo tipo de informação: o plano (ou o estabelecimento de diretrizes precisas de ações em todos os níveis e associadas a recursos definidos); a norma (definição de diretrizes e especificações para uma ação determinada, visando condicioná-la qualificá-la e controlá-la); o projeto (o documento técnico com uma destinação específica, em termos executivos, para consecução de uma determinada meta, como a construção de um edifício); o estudo (como elaborações auxiliares de natureza técnica, como a avaliação do desempenho dos serviços de saúde ou o conjunto de informações necessários aos estudos de arquitetura, por exemplo), entre outras formas de proposições.

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essencialmente da qualidade da informação é função do domínio que a equipe de planejamento tenha do modelo assistencial e dos problemas de saúde da população.

Toda informação deve nascer da necessidade de responder, fundamentadamente, aos problemas da realidade. Na medida em que os problemas da realidade são compreendidos e respondidos, em que a compreensão da realidade é modificada pela ocorrência de questionamentos mais elaborados, mais específicos e direcionados. O sub-sistema de informação é construído, passo a passo: não existe algo como um sistema “acabado” de informação. E a construção do sub-sistema de informação para o planejamento do sistema de saúde depende da organização administrativa (pois o sistema de saúde, através de seus serviços), é o principal gerador de informação para o próprio sistema de saúde) e da capacidade de processamento, de geração de nova informação, e de crítica (pela avaliação das informações obtidas e das informações produzidas; pelo contraste entre intenções e resultados) pela própria equipe de planejamento.

2.2) Etapas e Produtos do Processo do Sistema de Saúde:

O processo de planejamento físico do sistema de saúde é parte de um conjunto maior de atividades de planejamento, que envolve o conjunto de recursos assistenciais - ou seja, pode-se falar do “planejamento físico” com a mesma propriedade com que se fala de um “planejamento de recursos humanos”, de um “planejamento de recursos materiais”, de um “planejamento de recursos tecnológicos”, além de outras temáticas possíveis, nos eixos de abordagem das questões epidemiológica, gerencial e organizacional.

De qualquer forma, esse conjunto de atividades de planejamento está subordinado a um plano maior, eminentemente político, e que é retro-alimentado por informações e determinações técnicas: O plano de Saúde, na alçada estadual e/ou municipal, que deve traçar diretrizes em todos os eixos de ação para o S.U.S. ao nível local

No presente trabalho, nos deteremos neste conjunto específico de atividades relacionadas com o planejamento físico do Sistema Único de Saúde, desde o nível mais geral e que condiciona todos os outros estudos (ou planejamento) temáticos específicos, passando por suas relações com as demais áreas temáticas (o planejamento dos recursos assistenciais e das demais estratégias para as questões relacionadas com a epidemiologia, a gerência e a organização do nível do sistema local de saúde), até a descrição de procedimentos e documentos básicos para o controle dos investimentos em recursos físicos do sistema de saúde.

Os principais grupos de metodologias do processo de planejamento físico do sistema de saúde são:

I - Formulação das Políticas Públicas de Saúde;

Elaboração de Planos Específicos e Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde;

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IV- Controle de Execução de Obras e Serviços Técnicos de Estabelecimentos de Saúde;

V - Operação e Manutenção de Estabelecimentos de Saúde;

VI-

Avaliação de Pós-Ocupação e Desempenho de Estabelecimentos de Saúde.

Esta disposição de etapas obedece a uma finalidade específica: tornar objetiva a relação entre os princípios definidos ao nível das políticas de saúde com suas conseqüências, em termos de investimentos em recursos assistenciais e em termos do investimentos em recursos assistenciais e em termos do desempenho das ações e especial no caso dos recursos físicos do sistema de saúde.

Tem também como objetivos estabelecer:

• a precedência de etapas gerais de definições das políticas públicas sobre o planejamento da rede física, e destas sobre a etapa de realização dos projetos técnicos de arquitetura e engenharia de estabelecimento de saúde;

• a inclusão, subordinada às etapas anteriores, como atividade própria do planejamento físico, do controle de obras e serviços de arquitetura e engenharia de estabelecimentos de saúde, visando eliminar a dicotomia “planejamento político” / “execução de obras”, como trabalhos alienados entre si (superando a concepção do planejamento como “trabalho intelectual”, que não busca fundamentar-se nas realizações concretas dos investimentos feitos, e da execução de obras como “trabalho manual”, que não gera informação válida para a transformação das concepções de planejamento e projeto);

• a inclusão subordinada às etapas anteriores, da operação e manutenção predial e de equipamentos dos estabelecimentos de saúde, como atividades que possuem metas, estratégias e normas próprias, destacando-se por associarem do custo inicial do investimento (na construção de um estabelecimento de saúde), custos permanentes associados a sua concepção e uso;

• a inclusão, não necessariamente subordinada às etapas anteriores, de etapa de avaliação de pós-ocupação e desempenho do estabelecimento de saúde, que vai gerar informação pertinente a novos investimentos e/ou à reorganização/recuperação, relativamente a um estabelecimento de saúde; pretende-se que essa avaliação seja praticada com o intuito de orientar as políticas públicas de saúde quanto aos investimentos em recursos assistenciais em especial os recursos físicos.

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investimentos necessários à reorganização, operação e manutenção dos espaços construídos (não sendo excluídas as modalidades de avaliação das próprias ações e serviços de saúde, associadamente do desempenho dos espaços). A avaliação se constitui no procedimento que gera dados para diagnósticos consistentes dos estabelecimentos de saúde existentes, em termos espaciais, construtivos e funcionais - devendo, portanto, ser utilizada como subsídio à elaboração de políticas, planos de saúde e projetos técnicos de arquitetura e engenharia.

Examinemos a seguir cada etapa com relação a seus:

a)

objetivos; b) participantes; c) produtos e, d) pré-requisitos para a etapa.

2.2.1) Etapa da Elaboração das Políticas Públicas de Saúde

a)

Objetivos

I - Definir o modelo assistencial do nível governamental específico, isto é:

O conjunto de objetivos das ações e serviços de saúde com relação ao quadro de problemas de saúde da população;

A organização institucional e administrativa envolvida, a sua estrutura administrativa, as inter-relações entre as diferentes entidades (órgãos federais) estaduais / municipais e organizações privadas), suas funções e papéis com relação aos objetivos das ações e serviços de saúde.

O conjunto de recursos assistenciais (humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos) necessário ao alcance dos objetivos das ações e serviços de saúde.

II - Definir as estratégias específicas para o alcance dos objetivos do modelo assistencial com relação às ações e serviços de saúde, às metas da organização institucional e administrativa e às metas dos recursos assistenciais necessários;

III - Fixar em documentos específicos os planos, as normas, a doutrina e os princípios do modelo assistencial e das estratégias traçadas para a ação.

a) Participantes: A elaboração das políticas públicas de saúde envolve instâncias técnicas e políticas, cujas delimitações são difíceis de precisar: em tese, a instância técnica pode ser desde um órgão de planejamento da própria Secretaria de Saúde até uma consultoria esporádica, mas seu papel primordial é o de orientar o processo decisório, batizando-o através do uso de informações sobre a realidade da população e do uso de conhecimentos técnicos específicos sobre ao temas em discussão.

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a Câmara Municipal / Assembléia Legislativa), os trabalhadores da área de saúde, representantes de instituições públicas que integram o S.V.S., no nível municipal, ou estadual. Esse colégio de representantes forma o Conselho (municipal ou estadual) de Saúde, que deve ter suas atribuições precisamente fixadas em lei.

b) Produtos: O Plano de Saúde, municipal ou estadual, é o principal produto da Etapa de Elaboração de Políticas Públicas de Saúde. O estado e o município têm autonomia para a definição de seu modelo assistencial, para o estabelecimento de suas metas, estratégicas de ação e instrumentos normativos, observando seu papel Constitucional, as disposições da Constituição Estadual e da Lei Orgânica do Município.

É igualmente importante a observância das políticas de saúde a nível nacional (suas metas, estratégias e instrumentos normativos), em especial com relação à disposição dos recursos assistenciais (humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos) e aos mecanismos administrativos e políticos de orçamento e financiamento de recursos para o sistema de saúde local.

O Plano de Saúde define as diretrizes para a ação em todos os níveis do sistema local de saúde, devendo analisar a situação existente, diagnosticar esta situação, propor metas para a solução de problemas e para a realização de ações e serviços, dentro de estratégias que associem a alocação de recursos assistenciais determinados num cronograma definido - delimitando papéis e responsabilidades a cada instituição ou órgão componente do sistema local de saúde. Recomenda-se que o Plano de Saúde defina as diretrizes de ação a partir dos seguintes eixos de organização do modelo assistencial:

I - Eixo Epidemiológico: Caracteriza pela identificação das necessidades de saúde, pela determinação das prioridades preventivas e assistenciais, pelo estabelecimento dos objetivos relativos são quadro de melhoria das condições de saúde que se deseja alcançar, pelo estabelecimento das atividades que devem ser desenvolvidas associadamente a estratégias de utilização dos recursos disponíveis, pela mobilização e coordenação desses recursos, e pelo estabelecimento de um processo de avaliação do impacto das ações e serviços de saúde promovidas;

II - Eixo Organizacional: Caracteriza pela análise da organização do S.V.S. no nível local, exigindo:

o a definição de competência das instituições públicas (federais,

estaduais e municipais e privadas no âmbito de abrangência do Plano de Saúde);

o caracterização da rede de estabelecimento de saúde e dos níveis de

atenção;

o definição das responsabilidades e atribuições entre os setores públicos

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inter-relação em termos de transferência de informação e recursos assistenciais;

o definição do papel a ser desempenhado pelo setor privado e

mecanismos de articulação (definidos em contratos de direito público) entre os setores públicos e privado;

o definição das modalidades institucionais (fundacionais, autárquicas, da

administração direta municipal, estadual ou federal, de economia mista, de direito privado, com ou sem fins lucrativos, etc.) e das modalidades de financiamento das ações e serviços correspondentes;

o definição dos critérios, conceitos, estratégias e mecanismos de

regionalização, municipalização, distritalização, bem como de participação da comunidade em cada nível;

o definição da estrutura hierarquizada e dotada de mecanismos de

referência e contra-referência, relativos aos setores públicos e privados, numa rede única.

III - Eixo dos Recursos: Caracterizado pela análise e geração de estratégias de formação e dotação de recursos humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos, de políticas específicas para ás metas de cada ação e serviço de saúde.

Cada recurso é objeto de política específica, cujos princípios, metas, estratégias e normas devem ser definidas com antecipação.

• a política de recursos humanos: deve prever os quadros necessários a cada ação e serviço de saúde, por categoria profissional, por turno de trabalho, por função (de controle, fiscalização, coordenação, execução, etc.); deve prever as modalidades de ingresso (por concurso público, por transferência, por convênio, etc.), o plano de cargos e salários, o(s) regime(s) jurídico(s) e a realização de atividades de reciclagem, atualização e de formação de profissionais de saúde;

• a política de recursos materiais deve prever, dentro de uma sistemática de itemização dos materiais em suas diversas categorias (medicamentos, mobiliário, papelaria, combustível, etc.) o cronograma de compras, aprovisionamento, distribuição e supervisão, controle do consumo e validade, reciclagem e descarte, entre outros aspectos;

• a política de recursos físicos: deve prever os principais investimentos a serem feitos na rede física e suas prioridades em termos de: manutenção predial e de instalações, readaptações, recuperações, ampliações, demolições e reconstruções parciais, bem como a construção de novos estabelecimentos de saúde dentro de uma estratégia precisa de planejamento da rede física;

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análise técnica de programas e projetos: perfil demográfico da região; perfil epidemiológico da população a ser coberta; características quantitativas e qualitativa da rede de saúde na área; desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; previsão do plano qüinqüenal de investimento da rede; ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo; observa-se que metade dos recursos destinados a estados e municípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio; observa-se que nos casos de estados e municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados. O processo de planejamento e orçamento do SUS é ascendente, do nível local até o federal, devendo-se ouvir os seus órgão deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União. Desta forma é essencial a prontidão de todos os setores interessados (governamentais, da população, dos profissionais de saúde) quando da definição das propostas orçamentárias de sua votação nas Câmaras Municipais, Assembléias Estaduais e no Congresso Nacional.

• a política de recursos tecnológicos deve prever as notas, estratégias e normas relativas a equipamentos, sistemas de equipamentos, procedimentos, taxa de renovação e absorção tecnológica, investimentos na produção de insumos e de derivados a serem utilizados nas ações e serviços de saúde.

IV - Eixo Gerencial: caracterizado pela análise das organizações de gerência, execução e apoio técnico administrativo, de modo a gerar estratégias que otimizem os recursos humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos, tornando exeqüível o modelo assistencial proposto e possibilitando o alcance das metas traçadas para as ações e serviços de saúde.

O Plano de Saúde é um documento dinâmico, no sentido que ele gerará e orientará as ações do governo e dos demais participantes do sistema local de saúde, bem como no sentido de que, ao longo da gestão governamental, deve ser periodicamente avaliado e sofrer as alterações que sejam necessárias, segundo o julgamento das instâncias políticas competentes.

Outras iniciativas podem ser previstas na etapa de Elaboração das Políticas Públicas de Saúde - que não se encerra na elaboração e aprovação do Plano de Saúde de uma determinada gestão governamental. É muito importante prever e desenvolver uma pauta mais ampla, referente aos aspectos necessários ao cumprimento dos princípios Constitucionais do SUS no nível local, e a execução do Plano de Saúde.

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• caracterização fisiográfica, econômica, sócio-cultural e demográfica de saneamento, das condições de habitação e trabalho da população;

• características quantitativas e qualitativas da rede de saúde e de seus recursos assistenciais (humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos);

• desempenho técnico, econômico e financeiro do período anterior (inclusive nível de participação do setor saúde nos respectivos orçamentos estaduais e municipais, bem como as dívidas contraídas pelo setor);

d.2)Recursos Institucionais: apoio técnico-administrativo mínimo, com a participação de:

• profissionais da área de saúde (médico sanitarista, clínicos, enfermeiro, nutricionista, odontólogo, psiquiatra, farmacêutico, assistente social, veterinário, entre outros);

• profissionais das disciplinas do espaço: arquiteto, geógrafo, engenheiro sanitarista;

• profissionais de apoio aos métodos em ciências sociais: advogado, sociólogo, economista;

• profissionais de apoio aos métodos em ciências naturais: biólogo, físico, ecólogo;

• profissionais de apoio aos métodos em ciências exatas: estatístico, matemático.

d.3)Qualificação do Processo Decisório e Avaliativo:

Definição da competência legal da instância decisória e dos colegiados de participação comunitária, no âmbito da legislação específica (Lei Orgânica do Município, Constituição Estadual, Constituição Federal e Leis Complementares á Constituição, Leis Ordinárias, etc.).

2.2.2)

Etapa de Elaboração de Planos Específicos

Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde a) Objetivos:

I - Definir a região (e sub-regiões) de planejamento, de acordo com as metas das ações e serviços de saúde e as estratégias propostas no Plano de Saúde;

(17)

IV - identificar as carências e deficiências existentes em termos de recursos assistenciais (humanos, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos);

V - Gerar alternativas de cenários prognósticos - no âmbito da vigência temporal do Plano de Saúde do respectivo nível governamental - de organização da rede física do sistema de saúde;

VI - Elaborar proposta de programação funcional do sistema de saúde a nível regional (a área de máxima abrangência do Plano de Saúde), relacionando estabelecimentos de saúde, as unidades em que se subdivide cada estabelecimento, as atividades, serviços e ações de saúde a serem desenvolvidas por cada unidade (por exemplo: ambulatório, as diferentes modalidades de internação, emergência, etc.), em cada estabelecimento; VII - Elaborar proposta de rede física para o sistema local de saúde, explicitando:

A delimitação regional e suas eventuais subdivisões;

A localização, na rede urbana regional e na malha de cada centro urbano, dos lotes discriminados para cada Tipologia de estabelecimento de saúde e/ou os estabelecimentos existentes e/ou de potencial interesse para a implantação de estabelecimento de saúde programado;

A delimitação da área de cobertura de cada estabelecimento de saúde de segundo os critérios de hierarquização e regionalização definidos.

a)

Participantes: Observá-se que o detalhamento do Plano de Saúde em “planos específicos” obedece a exigências originadas a partir:

de sua própria formulação (ao dispor que determinados aspectos serão objeto de estudos específicos);

das necessidades de operacionalização de determinadas atividades (como o estabelecimento de um plano da rede física dos estabelecimentos de saúde ou de um plano de cargos e salários para os recursos humanos);

de critérios impostos por outras instituições (como os planos de viabilidade exigidos para a obtenção de recursos por agentes financiadores)

questionamentos oriundos da avaliação do desempenho dos recursos assistenciais e das estratégias das ações e serviços de saúde, e que propõem a reformulação de aspectos do Plano de Saúde.

(18)

legislativo, e os instrumentos jurídicos, da ordem institucional, e da legislação em sua órbita de competência)

Para a elaboração do plano específico para os recursos assistenciais físicos recomenda-se:

a formação de equipe multidisciplinar (profissionais da área de saúde, das disciplinas do espaço, de apoio aos métodos em ciências naturais, e de apoio aos métodos em ciências sociais, de apoio aos métodos em ciências naturais, e de apoio aos métodos em ciências exatas);

que tal equipe seja também multi-institucional, com a participação de todos os conveniantes / integrantes do Sistema Único de Saúde de abrangência do Plano de Saúde;

que tal equipe seja coordenada pelo órgão de planejamento da Secretaria Municipal (ou Estadual) de Saúde.

c)

Produto: Plano Diretor Físico da Rede de Saúde do Município (ou do

Estado), definido como documento acessório ao Plano de Saúde, e que contém, no mínimo:

c.1) - a caracterização do território de cobertura assistencial (demografia, fisiografia, situação sanitária, rede de saúde existente, economia - ou a base econômica do território, caracterização de setores primário, secundário e terciário - problemas sociais, problemas ambientais, aspectos culturais e históricos, etc.)

c.2) - critérios e metodologia de delimitação regional (vide, a esse respeito e dos itens abaixo, o capítulo III deste trabalho);

c.3) - critérios e metodologia de definição tipológica e de atribuições assistenciais de cada estabelecimento de saúde;

c.4) - critérios e metodologia de programação funcional do sistema local de saúde; c.5) - critérios e metodologia de pré-dimensionamento de cada estabelecimento de saúde;

c.6) - critérios e metodologia de geração de cenários prospectivos para a rede física do sistema de saúde;

c.7) - proposta Global de Rede Física (cenário prospectivo escolhido): rede regionalizada e hierarquizada composta por estabelecimentos de saúde em conformidade com as tipologias adotadas, associadas às metas das ações e serviços de saúde definidos no Plano de Saúde.

(19)

Pesquisas sobre aspectos da dinâmica regional (populacional, ambiental, social, econômica, sanitária, etc.):

Estabelecimento de sistema de informação e monitoração da rede de saúde, em termos do desempenho dos recursos assistenciais (especialmente os recursos assistenciais físicos) frente às metas e estratégias traçadas no Plano de Saúde.

d)

Pré-requisitos para a etapa de Planejamento Regional e da Rede física do Sistema de Saúde:

d.1) - informação: sobre a caracterização do território de cobertura assistencial (demografia, fisiografia, situação sanitária, economia, problemas sociais, problemas ambientais, aspectos culturais e históricos, etc.) bem como sobre a rede física existente e os recursos assistenciais (humanos, físicos, materiais, financeiros e tecnológicos);

d.2) - a definição do modelo assistencial: assinalado, necessariamente, no Plano de Saúde, contendo:

as metas assistenciais a serem atingidas no prazo de vigência do Plano de Saúde; as metas organizacionais, gerenciais e relativas aos recursos assistenciais;

estratégias e instrumentos normativos.

d.3) - recursos institucionais: apoio técnico-administrativo e organização da equipe de planejamento (em órgão específico da Secretaria de Saúde, dentro das possibilidades do Município/Estado):

d.4) - qualificação do processo decisório:

definição da competência legal da instância técnica (equipe de planejamento) e da instância decisória (Conselho de Saúde/Secretário de Saúde) no âmbito da legislação vigente;

compatibilização das metas relativas aos recursos assistenciais físicos com os demais recursos assistenciais (humanos, materiais, financeiros e tecnológicos) compatibilização das metas preconizadas no Plano de Saúde a nível local (município/estado) com as metas das políticas públicas de saúde dos níveis governamentais mais abrangentes (estado/união).

2.2.3) Etapa de Detalhamento do Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde: Elaboração de Projetos Técnicos de Estabelecimentos de Saúde:

a)

Objetivos:

(20)

II - Elaborar os Projetos Técnicos de Arquitetura e Projetos Complementares de Engenharia: estruturas, instalações hidro-sanitárias, instalações telefônicas, instalações de rádio-comunicações (quando for o caso), instalações de condicionamento de ar (quando for o caso).

III - Elaborar a documentação complementar dos Projetos Técnicos, em cada modalidade.

IV - Organizar a documentação relativa às edificações, instalações, equipamentos e bens imóveis relacionados com o sistema de saúde (próprios, cedidos, alugados, etc.). V - Selecionar terrenos/edifícios a serem adquiridos ou terem seu uso previsto (em loteamentos, expansões e reorganizações urbanas e rurais, em detalhamento da fase anterior, de planejamento regional e da rede física) com vistas a sua utilização para a edificação de estabelecimento de saúde - ou, ainda, em detalhamento dos planos governamentais de saneamento básico e de proteção ambiental.

VI - Manter cadastro de materiais e serviços de engenharia e arquitetura do Sistema de Saúde, bem como dos respectivos fornecedores, a nível local/regional.

VII - Manter pesquisa sistemática com vistas à continuada atualização dos métodos e técnicas em arquitetura e engenharia (desde a modalidade civil, passando por instalações, indo até a tecnologia de aparelhos bio-médicos).

VIII - Manter pesquisa sistemática com vistas à continuada atualização dos métodos e técnicas relacionadas com a organização do trabalho na área de saúde (com especial ênfase nos aspectos do trabalho que orientarão a programação arquitetônica e o planejamento dos recursos assistenciais do sistema de saúde).

IX - Colaborar com a realização de Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental que atinjam as regiões estudadas no âmbito do Plano de Saúde e do Plano Diretor da Rede de Saúde.

X - Colaborar com a elaboração de instrumentos legais ao zoneamento urbano e rural e às normas de edificação de estabelecimentos de saúde, na alçada de competência do poder municipal/estadual.

b)

Participantes: Equipe Técnica Multidisciplinar centrada em profissionais da arquitetura e da engenharia, nas diversas modalidades pertinentes (civil, eletricista, mecânico, eletrônico, etc.).

A equipe técnica deve ter o concurso de profissionais da área de saúde e dos demais profissionais de apoio que participam da Etapa de Formulação de Políticas Públicas e da Etapa de Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde.

A Equipe Técnica Multidisciplinar pode ser permanente (servidores da Secretaria de Saúde) ou contratada, sugerindo-se a realização de consórcios intermunicipais, ou de convênios entre os municípios e a Secretaria Estadual de Saúde, por exemplo, que, pretende-se, possa organizar equipe mais completa e permanente.

(21)

(hospital, hemocentro, etc.) ou tipologia menos complexa (centro de saúde, etc.); se se tratar de reforma (com/sem ampliação); de recuperação/readaptação, etc., de edificação já existente; de obra em uma unidade específica, parte de um estabelecimento de saúde, ou de um ambiente (sala, enfermaria, etc.) ou de conjunto de ambientes de unidade, etc. - quando se faz necessária a mobilização de parte da equipe de apoio e consultoria, de uma equipe “completa”, que possibilita o plano desenvolvimento e consideração dos aspectos envolvidos em abrangência e profundidade.

A organização da Equipe Técnica Multidisciplinar e, em si mesma, uma decisão de planejamento, e reflete o enfoque dado às políticas públicas de saúde e à construção do modelo assistencial no caso de recursos humanos, financeiros, pela capacidade organizativa e gerencial do sistema de saúde, bem como pela capacidade de articulação política entre os setores governamentais e institucionais, entre municípios e estados.

c)

Produtos

c.1) Projeto Técnico do Estabelecimento de Saúde: c.1.1) Arquitetura:

c.1.1.1) Estudos Prévios:

Estudo de Viabilidade Técnica e Financeira;

Programação Arquitetônica (definição de todos os espaços físicos, organizados em sub-conjuntos, quando for o caso - ambulatório, emergência, internação, etc. -, associados a requisitos ambientais, de instalações - elétricas, hidro-sanitárias, condicionamento de ar, gases, vapor, telefonia, etc. -, requisitos de revestimento - do piso, parede, tetos, de elementos acessórios -, requisitos espaciais - áreas e dimensões verticais e horizontais -, requisitos de mobiliário, de equipamento, recursos humanos e materiais).

c.1.1.2) Estado Preliminar de Arquitetura (alternativas de soluções, que permitam a avaliação preliminar do custo, dos condicionantes de ocupação - do ponto de vista da legislação local, de aproveitamento do lote, da definição de acessos, zoneamento e compartimentação interna, etc.), em escala variável e apresentação livre;

(22)

os de engenharia), contendo, no mínimo as plantas de todos os níveis, cortes - elegendo-se, em especial as principais seções explicativas do edifício, as torres de circulação, os castelos d`água, etc. -, em número mínimo de 2 (dois), perpendiculares entre si, fachadas - de forma e representar em verdadeira grandeza os principais elementos do exterior do edifício -, em escala mínima de 1:100; cobertura, situação e locação, em escala mínima de 1:200; detalhes arquitetônicos - do mobiliário fixo, esquadrias e outros elementos acessórios da edificação - em escala variável, inferior a 1:50.

c.1.1.5)projetos Complementares de Arquitetura: projeto de Comunicação Visual: sinalização externa, sinalização interna, uso da corna arquitetura como elemento de sinalização, elementos visuais ligados á arquitetura; projeto de paisagismo; projeto de pavimentação; projeto de sistema viário: projeto geométrico, vias internas, vias de acesso, estacionamentos, grid modular ou alinhamentos verticais, estaqueamentos ou alinhamentos horizontais, pontos característicos, seções transversais.

c.1.1.6)Documentação Complementar ao Projeto de Arquitetura: Memorial Descritivo do Projeto Arquitetônico ( que contém os princípios arquitetônicos empregados na elaboração do projeto arquitetônico, que definiram, condicionaram e resultaram na solução adotada, como síntese técnica, estética e programática e, sobretudo, da intenção do arquiteto; deve ser um instrumento de explicação da gênese da solução, orientador de seu uso e do processo de transformação do edifício em ampliações, na possibilidades de mudanças de uso, absorção de novos usos, etc.);

Plano Diretor Físico do Estabelecimento de Saúde (como documento que define as diretrizes de organização dos espaços - de um determinado estabelecimento, ou de um “complexo” de edifícios que apoie o sistema de saúde, etc. - em termos de seu zoneamento, uso, condicionantes ambientais, construtivos e funcionais a sua expansão e reorganização, bem como determinadas “estratégias” específicas, referentes a: a segurança - sistema de escape em caso de incêndio -, ao controle dos fluxos de pessoas e de avaliação do uso e desempenho do edifício, frente a suas finalidades; sua recomendação é feita no caso de estabelecimentos de saúde, bem como para as demais edificações do sistema de saúde, de maior complexidade).

c.1.2) Engenharia:

c.1.a.1) Projeto de Engenharia de Instalações Hidráulicas e Sanitárias, contendo, no mínimo: projeto de instalações, de água fria, projeto de instalações de água quente, projeto de drenagem de águas pluviais, projeto de esgotos sanitários e de estação de tratamento quando for o caso -, projeto de coleta e disposição de resíduos sólidos, em escala variável;

(23)

projeto de ligação á terra; projeto de distribuição em baixa tensão: projeto de alimentadores, projeto de instalações de baixa tensão; projeto de iluminação e tomadas; projeto dos quadros de distribuição; projeto de aterramento e proteção contra descargas atmosféricas; projeto de geração de emergência; projeto de telefonia; projeto da rede de tubulação telefônica, projeto da rede cabos telefônicos; projeto de detecção e alarme de incêndio: projeto de detectores e acionadores manuais, projeto de painéis centrais e repetidores, projetos de fonte de alimentação, projeto da rede de alimentação; projeto de sonorização; projeto de relógios sincronizados; projeto de antenas coletivas de TV e FM, de circuito fechado de TV, de comunicações radiofônicas.

c.1.2.3)Projeto de Engenharia de Instalações Mecânicas e de Utilidades, contendo: projeto de elevadores: manual de orientação, manual de manutenção, desenhos de fabricação e montagem e memórias de cálculo; projeto de ar condicionado central: equipamento de tratamento de ar, equipamento de resfriamento de água, equipamento de aquecimento de água, equipamento de condução de ar , equipamento auxiliar: projeto de escadas rolantes (quando for o caso) : projeto de ventilação mecânica: equipamento de movimentação de ar equipamento de condução do ar, quadros elétricos: projeto de compactadores de resíduos sólidos (quando for o caso); projeto de instalações de gás combustível: projeto de instalações de vapor: tubos, conexões, flanges, válvulas, pintura, isolamentos térmicos de tubulação, casa da caldeira; projeto de instalações de ar comprimido; projeto de instalações de vácuo; projeto de instalações de oxigênio.

c.1.2.4) Projeto de Engenharia de Fundações e Estruturas; projeto de infra-estrutura; projeto de superestrutura (desenho de formas, desenho das armações, relatório técnico) .

c.1.2.5)Projetos Complementares de Engenharia:

projeto de canteiro de obras; projeto de demolição, projeto de terraplanagem: projeto de rebaixamento do lençol freático.

c.2) Documentação Complementar aos Projetos Técnicos:

(24)

c.2.1.1) Disposições Preliminares: contrato; responsabilidade e garantia; licenças e franquias; seguros e acidentes; retenções; recursos e arbitragens; do início dos serviços; das ordens de serviços; da orientação geral e fiscalização; da assistência técnica e administrativa; dos materiais, mão-de-obra e equipamento; da sub-empreitada; dos ensaios e provas; da metrologia.

c.2.1.2)Projetos: (quando o desenvolvimento de um ou mais projetos de engenharia ficar a cargo da empreiteira, observe-se que os projetos de arquitetura não se incluem nesse caso, devendo ser objeto de concurso público ou de desenvolvimento pelo próprio serviço público) contrato, conteúdo básico - vide item c.1.2 - apresentação, memória de cálculo;

c.2.1.3)Serviços Técnicos: Topografia e Geotecnia (levantamentos e laudos); orçamentos; perícias e vistorias; planejamento e controle; maquetes e fotos;

c.2.1.4)Serviços Preliminares: Canteiro de Obras; demolição, locação da obra; terraplanagem; rebaixamento do lençol freático; isolamento de setores e circunscrição dos movimento da obra (quando realizada em edificação pré-existentes e em uso); c.2.1.5)Fundações e Estruturas: Fundações; Estruturas de Concreto; Estruturas Metálicas; Estrutura de Madeira (e/ou outros tipos de estrutura, conforme o caso); c.2.1.6)Elementos de Arquitetura e Urbanismo: Alvenaria, cantaria e vedações verticais; cobertura; esquadrias; revestimento; soleiras, rodapés e peitoris; tratamentos; impermeabilização, tratamento térmico, tratamento acústico; carpintaria; serralheria; ferragens e artefatos similares; vidraçaria; pavimentação; divisórias, forros e pisos falsos; ponturas; lustração e encerramento; aparelhos, acessórios e metais; mobiliário fixo e elementos acessórios em geral; sistema de comunicação visual; paisagismo.

c.2.1.7)Instalações e Utilidades: Instalações hidráulicas e sanitárias; instalações elétricas e eletrônicas; instalações mecânicas; instalação contra incêndio; instalação de gás combustível; instalação de vapor; instalação de oxigênio; instalação de ar comprimido; instalação de ar condicionado; instalação de ventilação mecânica; instalação de transporte vertical; disposição de resíduos; sólidos e líquidos; equipamento de lavanderia; câmara de lixo; casa de caldeiras; casa de força: grupo gerador, no-break, sub-estação; equipamento médico hospitalar em geral (de fornecimento incluído no custo da obra).

c.2.1.8)Limpeza e Verificação Final

(25)

Observa-se que qualquer Caderno de Especificações e Encargos contém as disposições pertinentes a uma determinada obra, e somente a ela - deveno-se, por isso incluir/excluir os elementos que comporão o Caderno de forma própria a cada caso, a cada obra.

c.3) Edital de Licitação de Obras e Serviços de Arquitetura e Engenharia - em conformidade com a legislação vigente.

c.4) Cronograma Físico-Financeiro da Execução de Obras e Serviços de Arquitetura e Engenharia: documento fundamental para a fiscalização e controle das obras, condiciona (além dos demais elementos contratuais, onde tais disposições são também assinaladas), o pagamento das diferentes fases da obra à sua efetiva realização, dentro dos padrões e procedimentos assegurados no Caderno de Especificações e Encargos e em cada dos Projetos Técnicos.

c.5) Orçamento relativo à execução de Obras e Serviços de Arquitetura e Engenharia: O orçamento deve conter a organização dos dados de forma analítica, pelo levantamento de quantidades de materiais, de serviços e composição de preços unitários. Observe-se que o Orçamento Analítico é associado ao Projeto Executivo do conjunto de um edifício. Em fases preliminares lança-se mão de Estimativas de Custo (Estudos de Viabilidade, Estudos Preliminares de Arquitetura) e de Orçamentos Preliminares.

c.6) Manual de Manutenção predial: Documento baseado no Caderno de Especificações e Encargos, mas contendo rotinas específicas relativas à manutenção das estruturas, das diversas instalações, dos diversos materiais, acabamentos, mobiliário. Esquadrias, pintura, etc., contendo os procedimentos preventivos, os procedimentos corretivos (relativos aos principais e mais comuns tipos de dano decorrente do uso), e a periodicidade de execução de cada atividade de manutenção. É um documento essencial para qualquer tipo de edifício e sugere-se sua exigência nos Editais de Licitação de Serviços e Obras de Engenharia e Arquitetura.

(26)

entrega do equipamento; definição do lote de peças sobressalentes a ser adquirido junto com o equipamento, etc..

d)

Pré-requisitos para a Etapa de Elaboração de Projetos Técnicos de Estabelecimentos de Saúde:

d.1) Informação: O planejamento arquitetônico de um edifício, em especial as que reúnam condicionamentos de uso de grande complexidade, como é o caso dos estabelecimentos de saúde, é fundamentado:

nas decisões mais gerais, tomadas no nível do planejamento regional, ou em nível de planejamento que integra redes de serviços em diferentes edifícios, em que se disponha, preliminarmente, sobre o papel (ou o “programa”) de cada edifício, que abrigará as atividades programadas;

nas decisões mais específicas, tomados no nível de uma tipologia de estabelecimento de saúde específica, que tem um programa arquitetônico que corresponde a atividades programa arquitetônico que corresponde a atividades programadas para o edifício; tais atividades tem necessidades arquitetônicas e de sua satisfação, interpretada pelo arquiteto, se originar a proposta, o projeto arquitetônico - e deste, como projeto-matriz, os demais projetos complementares de engenharia.

De modo simplificado, esse é o procedimento que orienta a Elaboração de Projetos Técnicos, em que a atividade de programação arquitetônica se situa em uma posição específica: a de se constituir no próprio processo de organização da informação para orientar o projeto.

A informação necessária para o projeto arquitetônico e para o conjunto dos projetos complementares de engenharia de estabelecimentos de saúde é exatamente o tema do conjunto deste trabalho.

d.2) Recursos institucionais: Apoio Técnico-administrativo, com a participação da Equipe Técnica Multidisciplinar.

d.3) Qualificação do processo decisório e avaliativo:

definição da competência formal da instância decisória, em especial entre os componentes da Equipe Técnica Multidisciplinar.

estabelecimento do principal eixo decisório - como sendo a compatilização das metas estabelecidas ao nível do planejamento regional da rede física de saúde e as metas estabelecidas para o planejamento técnico de um determinado estabelecimento de saúde.

(27)

que se situa o estabelecimento de saúde, a legislação ambiental e demais, normas que disciplinem o projeto e a construção de estabelecimentos de saúde.

2.2.4)

Etapa de Controle da Execução de Obras e Serviços Técnicos de Estabelecimentos de Saúde:

a)

Objetivos:

I - Organizar/Por em ação serviços próprios para executar as obras e serviços técnicos, ou licitar com o fim de contratar legalmente a execução de obras e serviços a terceiros.

II - Administrador e fiscalizar a execução de serviços técnicos referentes a obras civis e à instalação de equipamentos;

III - Vistoriar/periciar/auditar, ao longo dos trabalhos e ao seu término, ou quando acusada alguma irregularidade, os produtos e procedimentos técnicos e administrativos;

IV - Dar quitação/receber/aceitar as obras e serviços técnicos quando de sua execução em conformidade com as normas técnicas, as disposições contratuais, os registros no Diários de Obras ou documento equivalente.

b)

Participantes:

A excelência da execução de obras depende essencialmente da qualidade do trabalho na Etapa de Elaboração de Projetos Técnicos, e de sua Documentação Complementar, sobretudo quando se trata de administrar um contrato de execução de serviços e obras de arquitetura e engenharia com terceiros - quando a imprevisão pode valer sérias complicações de ordem legal, de responsabilidade técnica e civil, além de prejuízos financeiros e patrimoniais.

No caso de execução de obras por administração indireta é obrigatória a existência de equipe de fiscalização (engenheiros/arquitetos) do órgão contratante de serviços e obras de engenharia e arquitetura - bem como do órgão financiador, caso sejam distintos, contratante e financiador.

(28)

A fiscalização de serviços e obras de engenharia deve estar diretamente subordinada a instância executiva, com responsabilidades técnica, civil e administrativa claramente assinaladas nos atos de sua criação e na estrutura organizacional da Secretaria de Saúde - ou de estrutura estatal, pública, com esse papel.

O número de fiscais é dimensionado de forma proporcional à tarefa de fiscalização; é decisão organizacional constitutiva da área e da natureza das obras; para fixá-lo, em caso de dúvida, é imprescindível consultor o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do respectivo Estado da Federação.

c)

Produtos:

c.1 - A edificação, completa, conforme todos os documentos que referenciaram a emissão do conjunto de ordens de serviços, os projetos técnicos de arquitetura e engenharia, o Caderno de Especificações e Encargos, o Contrato de serviços de engenharia e arquitetura, o Edital de Licitação e todos os demais documentos porventura emitidos e relacionados com a descrição dos serviços e obras;

c.2 - O equipamento instalado (sistema de equipamentos, partes de um sistema, partes de uma equipamento, instalações acessórias, manuais de manutenção e documentação acessória);

c.3 - Documentação complementar:

Diário de Obras e Serviços, contendo todas as ocorrências relacionadas com a execução de obra ou serviço;

Contabilidade de todos os dados financeiros relacionados com a execução da obra ou serviço;

Pareceres de Auditoria Técnico-Financeiros relacionados com a execução da obra ou serviço, quando necessário;

Cartas de Recebimento Parcial/Provisório/Definitivo da Obra ou serviço, por comissão técnica nomeada especificamente para esse procedimento;

Licença Definitiva dos órgãos concessionários de serviços públicos (de água, luz, esgoto, telefonia - ou de gás, se for o caso);

Licença Definitiva do Corpo de Bombeiros;

Licença definitiva do órgão de fiscalização ambiental no caso de legislação específica;

Carta de “Habite-se”, da municipalidade;

(29)

Licença de funcionamento pelo órgão do Sistema Único, nos casos especificados na legislação (hemocentros ,laboratórios de produção de medicamentos, etc.) ;

Certificados de Garantia pela obra e serviços executados;

Documentação e Licenças previstas na legislação vigente a nível municipal, estadual e federal com respeito a obras civis e equipamentos de estabelecimentos de saúde, bem como com respeito a serviços técnicos de arquitetura e engenharia (em especial a Anotação de Responsabilidade Técnica).

d)Pré-requisitos para a Etapa de Controle da Execução de Obras e Serviços Técnicos de Estabelecimentos de Saúde:

d.1 - Informação:

Conjunto de Projetos Técnicos do Estabelecimento de Saúde e respectiva documentação complementar;

Cadastro de fornecedores, empresas e prestadores de serviços em engenharia e arquitetura;

Cadastro de consultores e peritos em áreas específicas da arquitetura e engenharia do sistema de saúde;

Conjunto de normas e legislação referentes a serviços de arquitetura e engenharia do sistema de saúde, referentes ao Plano Diretor da sede municipal e seus códigos de edificações e posturas, legislação ambiental e do saneamento; exigências dos órgãos concessionários de serviços públicos e de fiscalização específica.

d.2 - Recursos Institucionais:

Equipe de engenharia e arquitetura, em conformidade com as atribuições profissionais envolvidas na execução das obras serviços técnicos;

Equipe de Operários, artífices das diversas áreas da Construção Civil, Técnicos nas modalidades relativas a edificações, instalações e equipamentos - quando da execução por administração direta; Apoio administrativo: Comissão Permanente de Licitação do órgão promotor, do município ou estado; Procuradoria Jurídica do órgão promotor.

d.3 - Qualificação do processo decisório e avaliativo:

(30)

executados com os Projetos, Técnicos e documentação complementar.

Definição das equipes institucionais de fiscalização, auditoria e recebimentos de obras e serviços técnicos de engenharia e arquitetura.

2.2.5)Etapa de Operação e Manutenção de Estabelecimentos de Saúde:

a)

Objetivos:

I - Implementação das ações e serviços de saúde ao nível do estabelecimento de saúde pela ativação coordenada:

dos planos e programas específicos de recursos assistenciais humano, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos:

das estratégias de natureza organizativa e gerencial: das estratégias de natureza epidemiológica.

II - Implementação de Sistema de Informação para a Saúde pela coleta, processamento e divulgação de dados sobre o desempenho dos recurso assistenciais com relação ao cumprimento das metas do Plano de Saúde e dos Planos Específicos - em especial, o Plano Diretor da Rede Física do Sistema de Saúde, no nível municipal/estadual;

III - Implementação dos Sistemas de Manutenção Predial e de Manutenção de Equipamentos.

b) Participantes: Participa cada um dos setores responsáveis pelo gerenciamento e execução das ações e serviços de saúde e das atividades de apoio a esse gerenciamento, dentro dos princípios preconizados e em cumprimento do planejado.

No aspecto específico dos Sistemas de Manutenção Predial e de Manutenção de Equipamentos, as diversas rotinas são executadas por quadros próprios (ou contratados os prestadores de serviço), dentro do cronograma das modalidades da manutenção emergenciais - e do planejamento definido pelo Plano Diretor do Estabelecimento de Saúde e pelo Plano Diretor da Rede Física do Sistema de Saúde. O principal ponto da etapa é o monitoramento do desempenho dos recursos assistenciais físicos em uso.

c)

Produtos:

c.1) Resultados da implementação das ações e serviços de saúde ao nível do estabelecimento individual (ou seja: as alterações concretas produzidas nas condições de saúde do indivíduo e da comunidade);

(31)

c.3) Resultados da implementação das atividades de manutenção predial e de equipamentos (ou seja: o conjunto de investimento realizados para assegurar o perfeito funcionamento e aterrar o desgaste ocasionado pelo uso e exposição ás intempéries do edifício e do conjunto de instalações e equipamentos)

d) Pré-requisitos para a Etapa de Operação e Manutenção de Estabelecimento de Saúde:

d.1) Informação:

Clareza e objetividade quanto ás metas epidemiológicas, gerenciais, organizacionais e referentes aos recursos assistenciais do estabelecimento de saúde, fixadas no Plano de Saúde e no Plano diretor da Rede Física do sistema de saúde;

Fixação de normas e procedimentos que embasam as atividades de monitoramento e execução da manutenção predial e de equipamentos do estabelecimento de saúde.

d.2)Recursos Institucionais:

Organização de instância gerencial, no nível do estabelecimento de saúde, que administra o conjunto de recursos assistenciais em coordenação com os setores executivos das ações e serviços de saúde;

Existência de quadros (pessoal) suficientes e capacitados para a execução das rotinas de manutenção predial e de equipamentos. d.3)Qualificação do Processo Decisório

Descentralização das decisões relativas ao gerenciamento dos recursos assistenciais para o nível do estabelecimento de saúde; Concomitante subordinação dos políticos públicos formulados no Plano de Saúde e ás diretrizes do Plano Diretor da Rede Física do Sistema de as’de, pelo estabelecimento individual;

Fixação de atribuições administrativas por regimento interno do estabelecimento de saúde;

observância da legislação relativa á contratação de serviços de terceiros pelo poder público, para a execução de serviços de manutenção predial de equipamentos;

Compatibilização dos contratos firmados pelo estabelecimento de saúde (de trabalho, de prestação de serviços, de manutenção, convênios, etc.) com a proposta de operação do estabelecimento de saúde, na vigência do Plano de Saúde;

(32)

2.2.6) ETAPA DE AVALIAÇÃO DE PÓS-OCUPAÇÃO E DESEMPENHO DE ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDE.

a) Objetivos:

I - Avaliar a adequação ao uso, dentro das atividades programadas para o estabelecimento de saúde, dos seguintes elementos:

i)

Etapas Físicas Unitárias: uso efetivo de sua área física, tipo e distribuição do mobiliário; tipo e distribuição do equipamento biomédico; tipo, distribuição e condições de uso das instalações prediais elétrico-eletrônicas, hidro-sanitárias, mecânicas e outras existentes; revestimentos do piso, paredes e teto; comunicação visual interna; condições de conforto ambiental higidez, e segurança;

ii)

Setores (unidades ou departamentos, no sentido do agrupamento de espaços físicos unitários em que ocorrem atividades concorrentes e definidas em seu papel na divisão de trabalho existente no nível do estabelecimento de saúde): uso efetivo de sua área física interna; uso de suas circulações; vantagens/desvantagens de vizinhança de setores / contigüidade de setores / afastamento de setores; fluxos de materiais e pessoas existentes e os planejados; condições de conforto ambiental; higidez e segurança; comunicação visual inter-setorial;

iii)

O edifício e seu Entorno: aproveitamento e apropriação adequada dos espaços exteriores - estacionamentos, sistema viário interior ao lote, áreas verdes e jardins -; o acesso do deficiente físico; segurança e controle do acesso de pacientes, visitantes, fornecedores e pessoal; conforto ambiental e higidez; comunicação visual;

iv)

Envoltória do Edifício: estado dos revestimentos externos, vedações e esquadrias; estado de cobertura e seus elementos (lajes e calhas impermeabilizadas; telhados e estruturas, platibandas, etc.);

v)

Sistemas de Instalações Prediais e Especiais: instalações elétrico-eletrônicas; hidro-sanitárias; mecânicas (condicionamento de ar, ventilação mecânica, gases, ar comprimido, elevadores, monta-cargas, etc.), em seu conjunto e em cada elemento componente de cada rede de fornecimento, as ligações com os sistemas públicos de alimentação, etc., com respeito a sua manutenção, segurança, comunicação visual específica e condições de uso;

vi)

Rotinas e Procedimento: relativos ao trabalho técnico de prestação de serviços e desenvolvimento de ações de saúde, no âmbito das operações programadas para o estabelecimento de saúde, relacionando-as com: - quantitativos de consumo de materiais (especificar), energia elétrica, água e outros insumos;

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FIGURA 1- MODELO POLÍTICO-INSTITUCIONAL DE SISTEMA DE SAÚDE
FIGURA 2- MODELO FUNCIONAL DE SISTEMA DE SAÚDE
FIGURA 3- MODELO “AMBIENTAL” DE SISTEMA DE SAÚDE  POPULAÇÃO SADIADOENÇAS NÃO- ACESSÍVEIS PELOS MEIOSDE DIAGNÓSTICO EXISTENTESDOENÇASOCULTASPOLÍTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS / INICIATIVA PRIVADAALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Tabela Território x  Território  FISIOGRAFIA OCUPAÇÃO TERRITORIAL  AMBIENTE NATURAL  ATIVIDADES   ECONÔMICAS    INFRA-ESTRUTURA  ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS  PÚBLICOS  FISIOGRAFIA  •  elaboração de  mapas temáticos  (relevo /  hidrografia /  limites entre  mu
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