Prof. Rodrigo Reina Muñoz
rodrigo.munoz@ufabc.edu.br
T2 de 2018
Observe que ao diminuir a frequência em uma década, o ganho
cai com uma pendente (
roll-off
) de -20 dB. Ou seja, o ganho cai
com uma velocidade de 20 dB/década.
Obs:
Um cambio de 10 vezes o valor da frequência se conhece
como uma década.
Gráfico de Bode.
O gráfico do ganho em tensão em função da
frequência se conhece como gráfico de Bode. (desenvolvido por
Hendrick Wade Bode
quem em 1938 desenvolveu as curvas
de magnitude e fase.
Observe que o ganho se reduz gradualmente e cai 3 dB na
frequência de corte.
Também é usada a oitava
para indicar a variação do ganho em
dB. Assim, o ganho pode ser expresso em dB/oitava.
Uma oitava corresponde à duplicação da frequência ou a
diminuição à metade do valor da frequência
.
Exemplo
: um incremento de 100Hz para 200 Hz corresponde a
Exemplo:
O ganho em tensão de um amplificador em frequências médias
é de 100. A constante de tempo
RC
de entrada determina a
frequência de corte inferior de 1 KHz. Determine o ganho de
tensão real em f = 1 KHz, f = 100 Hz e f = 10 Hz.
R/
Em f = 1 KHz(frequência de corte), o ganho é 3 dB abaixo
do valor em frequências médias. Assim:
Av
= (0.707)(100)= 70.7
Com f = 10 Hz = 0.01 f
c, o ganho em tensão é 40 dB menor que
o ganho em frequências médias ou 20 dB abaixo do valor a -20
dB. Assim,
Av
= (0.01)(100) = 1
Deslocamento de fase.
Em frequências médias, o desfaçamento produzido pela
constante de tempo é de 0
o, visto que a reatância X
C1
≈
0
Ω
.
A medida que a frequência decresce, a tensão na base adianta
o sinal de entrada. O ângulo de fase é:
)
(
tan
1 C1R
X
−
=
Na frequência de corte,
X
C1=
R
in. Assim,
Uma década abaixo da frequência crítica,
X
C1= 10
R
in. Portanto:
Dessa forma, quando a frequência se aproxima de zero, a fase
aproxima-se de 90º
.
o in in
R
R
45
)
1
(
tan
)
(
tan
1=
1=
=
− −θ
o in inR
R
3
.
84
)
10
(
tan
)
10
(
tan
1=
1=
=
− −O resultado é que a tensão na base está adiante do sinal de
entrada quando a frequência está abaixo das frequências
médias, como mostra a figura:
Desfaçamento devido à constante de tempo de entrada do
Constante de tempo da saída
Para determinar a resistência de saída, considere o circuito equivalente de
pequeno sinal como mostrado na figura:
Equiv. de Thévenin
Vout
Vout
Vcoletor Rout
A frequência de corte introduzida por esta constante de tempo
é:
O efeito desta constante de tempo é similar àquele da
constante de tempo RC de entrada. Assim, a medida que a
frequência é reduzida X
C3se incrementa ocasionando uma
queda de tensão em R
L. Portanto, o ganho em tensão reduz-se
por 3 dB na frequência de corte inferior.
Exemplo:
Para o circuito da figura calcule a frequência de corte
inferior devido à constante de tempo de saída.
R/
Desfaçamento devido à constante de tempo de saída
Assim, como no caso anterior, o desfaçamento é de 0
oem
frequências médias, e tende a 90º na medida que a frequência
decresce. Na frequência de corte, o desfaçamento é de 45º.
Hz
F
K
K
C
R
R
f
L C outcl
50
.
8
)
33
.
0
)(
6
.
5
9
.
3
(
2
1
)
(
2
1
3 ) (=
Ω
+
Ω
=
+
=
µ
π
π
)
(
tan
1 3Constante de tempo do capacitor de desvio
Tal como pode ser visto na figura,
em frequências médias, a
reatância associada com o
capacitor C
2, X
C2= 0
Ω
.
Conforme a frequência é
reduzida, X
C2aumenta.
É necessário encontrar a resistência vista desde o emissor
como indicado na figura. Para isso encontra-se o equivalente de
thevenin.
Equivalente de Thevenin
A resistência de Thevenin é encontrada
a ser:
Onde Rs é a resistência da fonte de sinal.
ca s th
R
R
R
R
β
2 1=
Vin
Exemplo:
Para o circuito do exemplo anterior, calcule a
frequência de corte inferior associada ao capacitor de desvio.
R/
s E
equiv
R
R
R
R
re
R
β
2 1 1+
+
=
Ω
=
Ω
Ω
Ω
+
Ω
+
Ω
=
45
.
5
200
600
22
68
33
6
.
9
K
K
R
equivResposta total do amplificador
A resposta total do amplificador em baixa frequência, é obtida com a composição das respostas de cada constante de tempo anteriormente estudadas.
Pólo dominante: A resposta em frequência é determinada pela constante de tempo
que determina a frequência de corte de maior valor. Essa frequência de corte determina o pólo dominante ou constante de tempo dominante.
- Essa frequência é a frequência na qual o ganho total do sistema começa a cair com uma pendente de -20 dB/dec. As constantes de tempo restantes causam uma queda adicional (cada uma) de -20 dB/dec.
do amplificador em baixa frequência. A resposta é dominada pela constante de tempo do circuito de entrada do amplificador.
Obs: Caso as frequências de
corte sejam iguais, a resposta apresenta somente uma
Observe que na frequência de corte, o ganho cai 9 dB (-3 dB por pólo).
Exemplo: Obtenha a resposta
em frequência para o
amplificador anteriormente
estudado. (ver esquemático na figura a seguir. Veja a
simulação feita no multisim.
Resposta do amplificador em alta frequência
• Resposta em baixa frequência influenciada pelos capacitores de acoplamento e desvio.
• Resposta em alta frequência influenciada pelas capacitâncias internas do transistor.
• Será estudado a resposta em alta frequência do TBJ
vin vin
24 Observe que somente as capacitâncias internas Cbe e Cbc do transistor aparecem
não esquemático.
Aplicação do teorema de Miller é ilustrado na figura a seguir:
Onde: Cin(Miller) = Cbc(Av + 1)
v bc
out
C
A
C
=
(
+
1
)
Cin(Miller)
Cout(Miller)
Visto que as capacitâncias aparecem conectadas a terra, formam filtros passa baixas.
Circuito RC de entrada (alta frequência)
Em alta frequência, o circuito é como mostrado na figura abaixo:
O circuito pode ser redesenhado como ilustrado a seguir:
Thévenin a partir deste ponto
Circuito obtido após aplicação do teorema de Thevenin
Cbe + Cin(Miller)
βre
Cbe+ Cin(Miller)
e s
th R R R r
R = 1 2 β
• A medida que a frequência aumenta, as reatâncias capacitivas tornam-se menores.
• Consequentemente, a tensão na base diminui, reduzindo o ganho do amplificador. Considere a reatância capacitiva e resistências formando um divisor de tensão. A medida que a frequência aumenta, mais tensão cai em Rs e menos através da
reatância capacitiva.
• Na frequência de corte, o ganho é 3 dB abaixo do valor do ganho em frequências médias.
• A frequência de corte superior em alta frequência pode ser determinada quando a reatância capacitiva é igual à resistência total vista por essa capacitância:
e
r
R
R
R
Assim,
A medida que a frequência aumenta, a constante de tempo faz com que a o ganho diminua a uma razão de -20 dB/dec, de forma similar ao que ocorre em baixa
frequência.
Exemplo: Derive o circuito RC de entrada do amplificador da figura. Use essa
informação para encontrar a frequência de corte superior. Da folha de dados, tem-se:
R/. Primeiro calcula-se o valor de re. O valor obtido é re = 11.1Ω
Antes de aplicar o teorema de Miller é necessário calcular o ganho em frequências médias:
Ω
=
Ω
Ω
Ω
Ω
=
=
R
R
1R
2r
600
22
K
4
.
7
K
125
(
11
.
1
)
378
R
in sβ
ca evin
Aplicando o teorema de Miller:
A capacitância de entrada total é composta por Cin(miller)em paralelo com Cbe. Assim:
Ctot = Cin(miller) + Cbe = 240 pF + 20 pF = 260 pF
A frequência de corte superior é dada por:
99
1
.
11
1
.
1
´=
Ω
Ω
=
=
=
K
r
R
R
r
R
A
e L C e L vmedpF
pF
A
C
C
in(miller)=
bc(
vmed+
1
)
=
2
.
4
(
100
)
=
240
MHz
pF
C
R
f
tot in incs
1
.
62
Desfaçamento do circuito RC de entrada
A tensão na base do transistor está em atraso em relação ao sinal aplicado na entrada (devido ao capacitor).
• Na frequência de corte o ângulo de fase é 45º (tensão na base atrasada do sinal aplicado).
• Na medida que fcs se incrementa, o ângulo de fase incrementa-se e tende a 90º. e
ca s
ctot
r
R
R
R
X
β
θ
2 1 1
tan
−Circuito RC de saída
A constante de tempo é formada pela capacitância de saída Miller e a resistência olhando para o coletor.
Utilizando o modelo de pequeno sinal o circuito pode ser redesenhado como indicado na figura abaixo:
Cout(Miller)
Aplicando o teorema de Thevenin:
Dessa forma, a frequência de corte calcula-se como:
Com R’ L = RC ||RL
De forma similar à constante de tempo de entrada, a constante de tempo de saída reduz o ganho de tensão em 3 dB na frequência de corte.
Que pode ser aproximada por:
v v bc Miller out
A
A
C
C
( )=
+
1
bc Miller
out
C
C
( ) ≅O ângulo de fase é dado por:
Exemplo: Calcule a frequência de saída do exemplo anterior para a constante de
tempo de saída:
L Miller cout
R
X
´
tan
−1 ( )=
θ
A resistência de saída é:
R’L = RC ||RL = 2.2 KΩ||2.2 KΩ R’L = 1.1 KΩ
Para a fcs, considere o circuito abaixo:
Vin
Assim,
A frequência de corte é dada por:
Resposta total do amplificador em alta frequência
• A resposta em alta frequência deve-se às duas constantes de tempo anteriormente estudadas (uma no circuito de entrada e outra no circuito de saída).
• A medida que a frequência se incrementa, uma dessas constantes de tempo ocasiona a queda do ganho em relação ao ganho em frequências médias. • A frequência na qual ocorre essa queda é a frequência dominante (pólo
dominante).
A figura seguinte mostra o gráfico de bode ideal e real.
MHz
pF
K
C
R
f
bc L incs
60
.
3
Resposta em frequência ideal
Resposta em frequência real
Outras possibilidades são:
• A constante de saída determina a frequência dominante
• Ou ambas constantes de tempo tem a mesma frequência de corte.
Resposta em frequência total do amplificador
Considere o amplificador da seguinte figura e o gráfico de Bode correspondente:
vin
O gráfico de Bode mostra todas as frequências de corte em baixa frequência devido aos capacitores de acoplamento e desvio. Também mostra as frequências de corte superior devido às constantes de tempo das capacitâncias internas do transistor. • O gráfico mostra as duas frequências dominantes, fcl3 e fcs1.
Largura de Banda
A largura de banda do amplificador é definida como a faixa de frequências
compreendida entre as duas frequências de corte dominantes fcl e fcs. A largura de bande expressa-se em Hertz como:
Largura de banda de um amplificador
Largura de banda
• Idealmente, todas as frequências do sinal de entrada que estão dentro da largura de banda do amplificador são amplificadas por igual.
• Por exemplo, aplicando um sinal de entrada de 20 mV rms a um amplificador com ganho de tensão de 40, tem-se uma saída de 800 mV rms para todas as
frequências dentro da largura de banda do amplificador.
Produto Ganho pela Largura de Banda
Frequência de ganho unitário. É a frequência na qual o ganho cai ao valor unitário
(ganho = 1, ou 0 dB). Na figura, corresponde a fT.
Observe que o ganho reduz-se até alcançar o valor de ganho unitário (ganho = 1, ou 0 dB).
Resposta em frequência supondo que
fcl << fcs (BW ≈ fcs)
Largura de banda
A frequência de ganho unitário é dada por:
fT = (Avmed)(BW)
Importante: A frequência de ganho unitário é constante para um determinado
transistor. Isso implica que mudando bem seja o ganho, ou a largura de banda, ou outro parâmetro também muda, de forma a manter fT constante.
Exemplo: Um amplificador com fT = 100 MHz, pode ter um ganho de 1 em 100 Mhz, ou um ganho de 100 a 1 MHz.
Em outras palavras, o ganho em tensão pode ser intercambiado por largura de