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Perfil de uroanálise de pacientes com deficiência física em Imperatriz-MA/ Profile of uroanalysis of patients with physical disability in Imperatriz-MA

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.8843-8871 feb. 2020. ISSN 2525-8761

Perfil de uroanálise de pacientes com deficiência física em

Imperatriz-MA

Profile of uroanalysis of patients with physical disability in Imperatriz-MA

DOI:10.34117/bjdv6n2-263

Recebimento dos originais: 30/12/2019 Aceitação para publicação: 26/02/2020

Maria Brenda Ferreira da Silva

Acadêmica do Curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP/DeVry E-mail: brenndaferreira1@hotmail.com

Rayssa Gabrielle P. Castro Bueno

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional – UNITAU

RESUMO

A expressão Infecção do Trato Urinário (ITU) refere-se a um processo infeccioso que acomete as vias urinárias, dos rins à bexiga, caracterizada pela presença e proliferação de bactérias. Existem numerosos fatores de risco que favorecem o surgimento de infecções urinárias, tais como, gênero, gravidez, obstrução urinária, diabetes melito, isquemia renal, diminuição da resposta imunitária e instrumentação urológica. A metodologia baseia-se em pesquisa do tipo exploratória e descritiva, com característica quantitativa e unida a estudos de cunho bibliográfico, buscando a identificação dos casos de infecção urinária em pessoas com deficiência física. Foram aplicados questionários semiestruturados, a fim de identificar os fatores de risco associados à condição de vida e à suscetibilidade à Infecção Urinária, bem como foram realizados os Exames de Urina do Tipo I, de cada um dos participantes. A amostra foi representada por pessoas com deficiências físicas, devidamente cadastradas junto ao Centro de Assistência Profissionalizante ao Amputado e Deficientes Físicos (CENAPA) em Imperatriz-MA. A coleta e processamento de dados deram-se no período de maio a novembro de 2017 e obteve como resultados 21 questionários respondidos e 20 amostras de urinas analisadas. Das amostras analisadas, 75% (15 particpantes), apresentam indicativos da infecção. Diante disso, é notório que o exame de urina tipo I auxilia e muito na orientação terapêutica de ITU devido sua precisão no diagnóstico, possibilitando a detecção de bactérias e leucócitos, o que sugerem a infecção.

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ABSTRACT

The expression Urinary Tract Infection (UTI) refers to a process infectious that affects the urinary routes of kidneys to bladder, characterized by presence and proliferation of bacteria, that including can cause injury in the renal tissues. There are many risk factors that favor the emergence of urinary infections, such as, genre, pregnancy, urinary obstruction, diabetes mellitus, renal ischemia, decrease in the answer immune and urological instrumentation. The methodology is based on research of the type exploratory and descriptive, whit quantitative feature, united the bibliographical studies. Seeking the identification of cases of urinary infection in people with physical disability. were applied semi-structured questionnaires, to identify the risk factors associated with the condition of life and the susceptibility to urinary infection, as well were done the urine tests of Type I, each of the participants. The sample was represented by people with physical disability, together to the center of professional assistance to amputee and physically handicapped (CENAPA) in Imperatriz-MA. The collect and data processing occurred in the period of May to November of 2017 and got as result 21 answered questionnaires and 20 urine samples analyzed, of the samples analyzed, 75% (15 participants), present indicative of the infection. On that, it is notorious the prevalence of urinary infections in female sex and that the examination of urine type I give greatly assists of the therapeutic orientation of UTI due your precision in diagnosis, making possible the detection of bacteria and leukocytes, what suggest the infection.

Keywords: Urinary infection; Prevalence; Physically Handicapped;

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Levy (2004), as infecções do trato urinário é uma das doenças infecciosas mais comuns quando se fala em prática clínica. Do recém-nascido ao idoso, a infecção do trato urinário (ITU) é a segunda principal infecção encontrada na população. Essa infecção nos homens acomete enquanto lactantes e idosos, já nas mulheres a probabilidade aumenta no decorrer dos anos. Devido às alterações hormonais na adolescência, pode ocorre à colonização da vagina por bactérias nefrogênicas, o que explica o elevado número de infecções do trato urinário nesse período. (GROSSMAN, CARONI, 2009).

A expressão infecção urinária (IU) refere-se a um processo infeccioso que acomete as vias urinárias, dos rins à bexiga. Os principais agentes etiológicos são bactérias gram negativas, como E. Coli, que é responsável por 85% a 90% dessa infecção. (BOGLIOLO, 2012).

Segundo Araújo e Queiroz (2012), a ITU pode aparecer em indivíduos sem nenhum tipo de problemas no fluxo urinário, como também acomete em pessoas com alguma lesão ou

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enfermidade no trato urinário. Dores e alterações na urina são sinais e sintomas de alertas para infecções. (SMELTZER e BARE, 2005).

Segundo Bogliolo (2012), existem numerosos fatores de risco que favorecem o surgimento de infecções urinárias, tais como, gênero, gravidez, obstrução urinária, refluxo vesicoureteral, refluxo calicotubular ou intrarrenal, diabetes melito, isquemia renal, diminuição da resposta imunitária, instrumentação urológica. O diagnóstico clínico da ITU é quase sempre baseado em sinais e sintomas que vão desde a disúria, frequência miccional, dor lombar e febre. No entanto, pode ocorrer que o paciente não apresente sintomas, entretanto o diagnóstico definitivo, seja a infecção sintomática ou assintomática, deve envolver a análises clínica e laboratorial. (SILVA, 2007).

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FISIOLOGIA DO TRATO URINÁRIO

De acordo com Houssay (2004), a urina é formada pelos rins que possui função excretora, regulando o volume e a osmoralidade do líquido extracelular, equilíbrio iônico, equilíbrio ácido-básico, entre outras. O Trato urinário é formado por dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. Os mesmos formam, por minuto, aproximadamente 125 ml de filtrado, sendo que apenas 1 ml será lançado nos cálices como urina. Por dia, os rins formam em torno de 1.500 ml de urina (JUNQUEIRA, 2004).

Para que aconteça a formação dessa urina é fundamental que ocorra uma adequada pressão de sangue na artéria renal. Depois de produzida, a urina sai para o exterior iniciando nos cálices renais e terminando na uretra. A bexiga proporciona seu armazenamento até que seja liberado. A região da união ureterovesical possui a função de impossibilitar o refluxo de urina para as vias urinárias superiores, fazendo com que ocorra a proteção contra as infecções bacterianas (HOUSSAY, 2004).

Segundo Guyton e Hall (2002), a urina é composta por várias substâncias, dentre elas, a ureia. Elementos como células, cristais, muco e bactérias, também podem ser encontrados na urina, no entanto em níveis elevados podem ser considerados indicativos de doenças.

Filtração Glomerular: O glomérulo possui uma membrana que é formada por camadas: uma mais interna, chamada de camada de células endoteliais; membrana basal, sendo essa a camada intermediária que é formada por proteoglicanos e fibras de colágenos e por último uma camada de células epiteliais formada por prolongamentos digitiformes, sendo essa a mais externa. A pressão hidrostática torna a filtração mais intensa (GUYTON, 1988).

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De acordo com Guyton e Hall (2002), os rins secretam uma enzima chamada de renina que reage com o angiotensinogênio, o que resulta na produção de angiotensina I (inerte), onde precisa passar pelos pulmões para se tornar ativa, passando de angiotensina I para angiotensina II, que por dessa vez, possui a função de reequilibrar o fluxo sanguíneo. Quando ocorre a interrupção da secreção da renina, a pressão sanguínea se eleva e os níveis plasmáticos de sódio vão se normalizando, o que por consequência acontece a paralisação da conversão da angiotensina I em II. Por todos estes mecanismos, sabe-se que 120 mL de água que contem substâncias de pequeno peso molecular são filtradas, por aproximadamente dois milhões de glomérulos.

Reabsorção tubular: as substâncias essenciais que possuem um baixo peso molecular que ficam contidas no ultrafiltrado, podem ser reabsorvidas pelos rins. Através de mecanismos de transporte celular, conhecidos com ativo e passivo, certas substâncias como a glicose e sais são reabsorvidos no túbulo contorcido proximal, cloreto na alça ascendente de Henle e sódio no túbulo contorcido distal (STRASINGER, 2000).

Formação da urina: a urina é constantemente formada pelos rins por meio da filtração glomerular (HENRY, 1999). É composta pela ureia que é produzida no fígado e outras substâncias químicas orgânicas, tais como creatinina e ácido úrico, e inorgânicas como o cloreto, dissolvidas em água. Outras são as substâncias que podem ser encontradas como: hormônios, vitaminas e medicamentos. Ela pode apresentar ainda alguns elementos que não fazem parte do filtrado plasmático inicial, tais como as células, cristais, muco e bactérias, o que pode ser indicativo de alguma doença (GUYTON e HALL, 2002).

2.2 PATOLOGIA DO TRATO URINÁRIO

Segundo Mims et. al. (2000), as Infecções do Trato Urinário (ITU) acometem mais o gênero feminino, devido a certos fatores intrínsecos como a extensão da uretra e a colonização da região periuretral.

De acordo com Barros (2007), a infecção do trato urinário pode ser classificada de acordo com o local de infecção, sendo baixa (cistite) ou alta (pielonefrite); conforme os seus sintomas, podendo ser sintomática ou assintomática; e pela presença de alterações, sendo estruturais ou funcionais, não complicada (TU normal) ou complicada (algum tipo de alteração, como a instrumentação urológica).

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O trato urinário normal é estéril. As crianças do sexo masculino são mais suscetíveis às ITU nos primeiros dois a três meses de vida, sucessivamente acometem mais aquelas do sexo feminino (STARK, 1997).

Figura 1. Fatores complicadores de Infecção do trato urinário. Fonte: MEDICINANET, 2017

A expressão infecção urinária (IU) refere-se a um processo infeccioso que remete as vias urinárias, dos rins até a bexiga. Os principais agentes etiológicos que estão envolvidos são bactérias gram negativas, como E. Coli, que é responsável por cerca de 85% a 90% dessa infecção (BOGLIOLO, 2012).

De acordo com Bogliolo (2012), os microrganismos atingem o sistema urinário superior por meio de três vias: via ascendente, canalicular ou urinaria, sendo essa a mais comum, onde as bactérias do meio externo atingem as vias urinárias, via hematogênica ou descendente, destacando-se os estafilococos por serem as bactérias mais envolvidas nesse caso e a via linfática.

Existem muitos fatores de risco que contribuem para o surgimento de infecções do trato urinário, tais como, gênero, gravidez, obstrução urinária, diabetes melito, isquemia renal, diminuição da resposta imunitária, instrumentação urológica. Com relação ao último fator de risco citado, acontece que mesmo com uma boa assepsia e também cuidado técnico, pacientes que utilizam a instrumentação urológica, sendo ela cateterismo ou endoscopia, por exemplo, estão mais propícios ao aumento da frequência de infecção urinária, sendo considerado um dos seus principais fatores de risco (BOGLIOLO, 2012).

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Figura 2. Representação das vias de infecção renal.

Fonte: Robbins e Cotran, bases patológicas das doenças – RJ: Elsevier, 2010.

Infecções do Trato Urinário em pessoas adultas podem estar relacionadas a procedimentos urológicos, sendo mais frequente o cateter vesical e podem não estar relacionadas a procedimentos urológicos (ANVISA, 2009). As ITU’s são responsáveis por cerca de 35% a 45% das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em pacientes adultos, enfatizando ao uso do instrumento além do tempo necessário. Após a instalação do cateter, o crescimento bacteriano se inicia em uma dimensão de 5 a 10% ao dia (ANVISA, 2013).

Segundo Sobel (1984), a frequência de um cateter na uretra destitui os mecanismos de defesa intrínsecos como a micção e o eficiente esvaziamento da bexiga. O cateter de demora pode dispor de bacteriúria, sendo geralmente assintomática. A leucocitúria não apresenta uma boa ligação com a presença de ITU nesses pacientes.

Além de essas bactérias aumentarem em suspensão, as mesmas ainda produzem um biofilme que tem a função de envolvê-las e protegê-las das defesas do hospedeiro, dando ainda uma resistência aos antimicrobianos que podem vim a ser utilizados. Com esse biofilme e a presença de germes, ocorre à facilitação da formação de encrustrações na superfície interna do cateter, o que leva a obstrução (BARROS, 2007)

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Em Imperatriz - MA, no ano de 2015, local de realização da presente pesquisa, um programa do Ministério de Saúde, SIAB, fez uma listagem com as famílias cadastradas, onde relatou 1.541 casos de deficiência física em pessoas acima de 15 anos. É notório que pacientes com deficiência física utilizam sonda uretral e também fazem uso de fraldas. Esses indivíduos dispõem de um risco maior de infecção urinária por via ascendente, sendo esta a via mais comum de infecções, levando em conta que o cateter pode contribuir com o crescimento de algumas bactérias (HEILBERG, 2003).

2.3 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO URINÁRIA

De acordo com Homenko (2003), para prevenir uma ITU, são necessários cuidados que devem ser seguidos obrigatoriamente, como uma caprichada higienização do meato uretral com água e sabão neutro pelo menos uma vez ao dia, que tem se mostrado eficiente, sempre lavar as mãos antes e depois da manipulação dos cateteres e no caso da coleta de urina para realização de cultura, deverá ser feita sem desconectar o sistema coletor.

Com a finalidade de drenar a urina de um individuo, o cateterismo vesical de demora é colocado através do meato uretral até a bexiga, sendo conectado a um coletor estéril. Para evitar as infecções é necessária uma boa técnica de assepsia no procedimento e evitar o uso prolongado (SURATT; GIBSON, 1995).

Figura 3. Técnica de inserção do cateter urinário Fonte:ANVISA, 2017.

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Muitos são os métodos que podem ser utilizados para o diagnóstico de uma infecção urinária, no entanto, para que a interpretação de seus resultados não seja alterada, é indispensável uma coleta adequada da urina, sendo essa coleta obtida preferencialmente da primeira micção da manha, por motivos de maior concentração de bactérias e elementos do sedimento, coletando o jato médio após a higienização da vulva e meato uretral. (LASMAR, 2000).

Segundo Barros (2007), alguns são os fatores de escolha para o tratamento de ITU, tais como: Custo, farmacocinética, padrão de resistência, condição clinica, imunidade do hospedeiro e especialidade do médico.

Conforme Araújo (2013), exames como o hemograma nas infecções urinarias assintomáticas, constantemente verificam-se leucocitose com desvio à esquerda. No entanto, não se deve validar um diagnóstico apenas por existir presença de piócitos na análise. Contudo, o teste de nitrito ajuda no diagnóstico de ITU causada por bactérias gram-negativas produtoras de nitrato redutase, sendo esse, responsável pela conversão do nitrato urinário em nitrito, obtendo-se ta especificidade de 90%. O exame considerado mais confiável das ITU em geral, seria a Urinocultura Quantitativa.

Quadro 1. Exames complementares utilizados para o diagnóstico de ITU

Urina de Rotina

Presença de piúria (≥ 10.000 leucócitos/mL ou ≥ 10 leucócitos/campo), de hematúria e de bacteriúria: Fita positiva para leucociesterase e/ou nitrito.

Urocultura

Isolamento do agente etiológico da infecção a partir de bacteriúria significativa (habitualmente ≥ 100.000 UFC/mL). Teste de Sensibilidade a

antimicrobianos (TSA Antibiograma)

Complementar à urocultura. Fornece os antibióticos potencialmente úteis a serem prescritos a partir do padrão de sensibilidade do microrganismo.

Hemocultura

Não tem valor em pacientes com cistite. No caso de pielonefrite positiva em 25 a 60% dos casos e pode indicar um maior risco de sepse.

Exames de Imagem

A ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética tem indicação restrita àqueles casos de cistite/pielonefrite não resolvidos com terapia empírica; assumem maior importância para diagnóstico de complicações e, também, para evidenciar alterações estruturais e/ou funcionais do sistema urinário.

Fonte: Adaptado de FMRP, 2017.

Um diagnóstico clínico imaturo aliado a exames qualitativo e quantitativo de urina e urocultura proporciona evidência para uma terapêutica. A infecção do trato urinário é

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identificada pelo aumento de bactérias apresentando cerca de 100 mil unidades formadoras de colônias por mL de urina (100.000 ufc/mL). Para aqueles pacientes que utilizam o cateter e por meio da realização de uma assepsia intensa, um valor superior a 100 ufc/mL podem ser considerados relevantes (LOPES; TAVARES, 2004).

Os antimicrobianos da classe dos aminoglicosídeos possuem uma excelente ação sobre as enterobactérias no trato urinário, no entanto, apresentam seu uso restringido devido seu potencial de nefrotoxicidade e a existência de drogas com excelente ação e com nível de segurança maior em relação aos efeitos colaterais. (TABER; PASKO, 2008). Ainda segundo Franz e Horl (1999), a terapêutica para ITU varia de acordo com a apresentação da infecção, do hospedeiro e do agente.

2.4 SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

É necessário em temáticas que envolvam a discussão de patologias que afetem este público, descrever o atual cenário brasileiro no tocante à deficiência física. No Brasil, a parcela da população que possui algum tipo de deficiência física compreende cerca de 25 milhões de pessoas e justamente por este motivo o Ministério da Saúde implementou a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, que visa proteger a saúde da pessoa com deficiência, promovendo a reabilitação da capacidade funcional e desempenho, contribuindo para a sua inclusão social e ainda favorecendo a prevenção de situações que possam levar ao aparecimento de outras deficiências (BRASIL, 2017).

Dentro das estratégias nacionais voltadas para as pessoas com Deficiência Física existe o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de responsabilidade do Ministério da Saúde e que busca a atenção em saúde baseada em um conjunto de serviços, ações e estratégias para garantir a assistência integral aos que necessitem deste tipo de atendimento. Trata-se de cujo o investimento chega a R$ 1,4 bilhão, de um total de R$ 7,6 bilhões, do eixo de Saúde. Entretanto, ressalta-se que esta verba não prioriza a compra de insumos e correlatos a serem distribuídos por municípios à população com algum tipo de deficiência deficiências (BRASIL, 2017).

Para Harrison (2006), os indivíduos com deficiência são mais suscetíveis à patologias e por esse motivo necessitam de amplo apoio ao uso de serviços de saúde, garantindo portanto o acesso à este direito constitucional, bem como a integridade física e mental. É interessante ressaltar que a acessibilidade dos deficientes aos serviços de saúde pode tornar-se um obstáculo à melhoria ou reestabelecimento de condições normais, quando possível.

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Dentro do atendimento à saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, tem-se o princípio da equidade, que visa tratar de maneira desigual os desiguais, compreendendo as necessidades de cada pessoa, conforme suas condições de saúde (TRAVASSO, 1997). Para as pessoas com deficiência este princípio é crucial, e referenciando a amostra alvo desta pesquisa, demonstra-se a necessidade de debater de forma positiva a criação de programas de assistência que sejam voltados também às necessidades diárias de cada pessoa, bem como aqueles para a compra e dispensação de produtos que viabilizem a correta higienização e manutenção de características fisiológicas, como urinar e defecar.

Pacientes com deficiências limitantes, como os cadeirantes e acamados, são constantemente alvos de infecções oportunistas, quando as mesmas não podem ser evitáveis por meio de hábitos de higiene e autocuidados, desde a utilização de produtos seguros, insumos e correlatos estéreis (como sondas uretrais), fraldas e medicamentos. Nesta pesquisa, será possível pontuar características como estas, que tornam os pesquisados alvos fáceis para complicações patológicas como as Infecções do Trato Urinário. Muitos, impossibilitados por suas condições sociais e sem o acesso à produtos pelo SUS, vêm-se obrigados à práticas prejudiciais à sua condição de saúde, como por exemplo a reutilização de materiais que deveriam ser descartáveis ou a não tomada de medicamentos essenciais.

3 REFERENCIAL METODOLÓGICO

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, de característica quantitativa. Desta forma, visa identificar o perfil de uroanálise de pacientes com deficiência física em Imperatriz-MA.

Dencker (1998) descreve a pesquisa exploratória como aquela que possui, de certo modo, flexibilidade, pois se relaciona a aspectos como o levantamento bibliográfico, articulação e crítica das variadas abordagens a partir da exaustiva busca por referências. Já a pesquisa descritiva, segundo Minayo (2007) é colocada coloca como uma forma descrever as características de determinadas populações ou fenômenos.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

A cidade de Imperatriz - MA é considerada uma macrorregião de saúde pelo Ministério da Saúde, pois além dos seus limites demográficos extensos, possui uma maior capacidade de resolutividade e apresenta-se como referência para os quarenta e um municípios da

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macrorregião, uma vez que funciona como centro prestador de serviços, sejam eles relacionados à saúde, ou bens e consumos. Hoje a mesma se enquadra como a segunda maior cidade do Estado do Maranhão, possuindo, segundo estimativas do IBGE (2014), 252.320 habitantes. Dados levantados no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), anteriormente citado, afirmam que Imperatriz-MA, possui atualmente 1.541 casos registrados de pessoas, acima de 15 anos, com alguma deficiência física.

O objeto de estudo é representado por pessoas com deficiência física, devidamente cadastradas junto ao Centro de Assistência Profissionalizante ao Amputado e Deficientes Físicos (CENAPA) em Imperatriz-MA. O CENAPA é uma entidade sem fins lucrativos, que vive de doações e de esforços de seus associados, colaboradores e voluntários. Ressalta-se que todos os critérios éticos foram respeitados.

Foram excluídos da pesquisa aqueles que se negarem a participar das etapas da pesquisa. E foram incluídos todos aqueles que concordarem em participar livremente das pesquisas e pessoas acima de 12 anos de idade. Para o grupo de pesquisados com vulnerabilidades (dificuldade de fala e comunicação) a autorização será mediada pelo responsável.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram aplicados questionários semiestruturados junto ao público alvo do estudo, a fim de identificar os fatores de risco associados à condição de vida e à suscetibilidade à Infecção Urinária, bem como foram realizados os Exames de Urina do Tipo I, de cada um dos participantes do estudo, buscando a pesquisa novos casos de Infecção.

Ressalta-se que o Exame de Urina do tipo I é um elemento indispensável e muito utilizado na prática médica para detecção das ITU’s (AMORIM, 2008)

3.4 PROCEDIMENTOS E ASPECTOS ÉTICOS

A coleta e processamento de dados se passaram no período de maio a novembro de 2017. A amostra é representada por pessoas com deficiências físicas, devidamente cadastradas junto ao Centro de Assistência Profissionalizante ao Amputado e Deficientes Físicos (CENAPA) em Imperatriz-MA.

Os dados foram coletados utilizando questionários semiestruturado de perguntas fechadas e também foi analisada a coleta de amostra de urina dos pacientes em estudo, para que seja avaliada a presença ou não de infecções urinarias. Foi realizada uma reunião com os

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participantes com o objetivo de informar o propósito da pesquisa, orientá-los sobre a coleta da urina, bem como sobre o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta da amostra de urina foi realizada pelo próprio paciente e entregue para a pesquisadora. Posteriormente, por meio da análise laboratorial foi realizado o exame físico, químico e a sedimentoscopia da urina do paciente. Os resultados foram obtidos por meio da análise laboratorial da urina.

O presente estudo foi conduzido ao Comitê de Ética e Bioética da Faculdade de Imperatriz (COEB) e aprovado no dia 16 de Abril do ano de 2017 de acordo com o que está vigente no protocolo nº 059-1/2017. A pesquisa foi iniciada no início do segundo semestre de 2017.

3.5 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS

No trabalho foram apresentados os resultados da pesquisa, com base em todos os dados gerados a partir dos questionários e dos exames de uroanálise feitos nas amostras coletadas junto aos participantes do estudo. Para os exames, protocolos únicos foram abertos, facilitando a construção dos laudos com resultados de cada um.

Com isso, tornara-se domínio público o conhecimento acerca da temática proposta, por meio da apresentação dos resultados usando gráficos e tabelas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados deste trabalho estão divididos em duas etapas, onde a primeira remete-se a resposta de questionário preenchidos adequadamente pelos participantes, que incluem desde os dados sociodemográficos até a utilização de sondas e a segunda etapa com os resultados referente ao exame de urina tipo 1, dividindo este em fases de etapa física, química e sedimentoscopia.

4.1 QUESTIONÁRIOS

Com uma totalidade de 21 questionários respondidos, apresenta se os dados sociodemográficos, iniciando com o gráfico 1, com a relação do sexo dos participantes. Sabe-se que o Sabe-sexo feminino possui uma probabilidade maior de dispor de infecção urinária devido ao tamanho da uretra. No entanto, observa-se no gráfico 1 a predominância do sexo masculino devido a origem da deficiência como será notado no gráfico 5.

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Gráfico 1. Sexo dos participantes.

Fonte: pesquisa de campo.

De acordo com Roriz-Filho et al. (2010), 30% das mulheres apresentam infecção do trato urinário com presença de sinais e sintomas ao longa de sua vida. Entretanto, como já citado antes, a porcentagem predominante na pesquisa é o sexo masculino, devido principalmente às circunstâncias. O gráfico 2 remete sobre a faixa etária dos pacientes pesquisados, onde 42,9% dos participantes estão entre 25 e 35 anos, sendo estes 9 do total de 21 participantes.

Gráfico 2. Faixa etária dos participantes.

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Segundo Grossman (2009), a faixa etária em que ocorrem mais alterações hormonais é onde as probabilidades de infecções do trato urinário aumentam, devido à colonização por bactérias. A prevalência de ITU, seja em mulheres como também nos homens aumentam com a idade e são vários os fatores que predispõem a isso. (HEILBERG e SCHOR, 2003). Apresenta-se a seguir o gráfico 3, que expõe a escolaridade dos pacientes, sendo que 28,6% (6 participantes) possuem até o Ensino Médio completo, enquanto 4,8% (1 participante) não possui escolaridade, outro possui fundamental completo e outro o Ensino Médio incompleto.

Gráfico 3. Relação da escolaridade

Fonte: pesquisa de campo.

O gráfico 4 retrata a renda familiar desses pacientes, observando que mais da metade dos participantes, 66,7% (14 participantes) possuem uma renda com até 1 salário mínimo.

Gráfico 4. Renda familliar.

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O questionário expõe também sobre o perfil dos pacientes, retratando primeiramente no gráfico 5, a origem da deficiência dos participantes, onde é notado que 61,9% (13) desses participantes sofreram algum tipo de acidente que acarretaram sua deficiência, enquanto 33,3% (7) já nasceram com a deficiência e 4,8% (1) participante mencionou o tumor extra medular.

Gráfico 5. Origem da deficiência dos participantes.

Fonte: pesquisa de campo.

Deficiências que afetam sistema como osteoarticular, muscular e o nervoso, sejam isoladas ou em conjunto, produzem certas limitações, (BRASIL, 2006), limitações essas, que podem prejudicar o funcionamento renal dos pacientes. O gráfico 6 representa a quantidade de sondas e/ou fraldas utilizadas por dia por cada paciente, observando que mais da metade dos participantes fazer uso de 4 a 6 sondas ou fraldas por dia, onde ocorre uma probabilidade maior de reutilização dessas sondas, devido a quantidade que os mesmos precisam e que na maioria das vezes não possuem.

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Gráfico 6. quantidade de sondas e/ou fraldas utilizadas por dia.

Fonte: pesquisa de campo.

A automedicação em infecção urinária é algo preocupante, para mostrar melhor essa situação, estão os gráficos 7 e 8, mostrando a quantidade de participantes que tiveram infecção urinária no ultimo ano, apontando-se que 81% dos participantes obtiveram a infecção, enquanto 19% dos mesmos relataram não ter tido. Já o gráfico 8 exibe a porcentagem de participantes que se automedicam, mostrando que essa quantidade ainda é elevada.

Gráfico 7. Relação de infecção urinária Gráfico 8. Automedicação no tratamento no último ano. das infecções urinárias.

Fonte: pesquisa de campo.

O uso de antibióticos para o tratamento das infecções sem a orientação médica pode fazer com que as células que são resistentes venham começar a se desenvolver e ficar no lugar

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daquelas bactérias sensíveis que o medicamento já tinha atingido, podendo abrir espaço para bactérias resistentes do meio externo. (TAVARES, 2002). O gráfico 9 retrata sobre as informações de utilização de sondas, onde mostra que 66,7% dos participantes, ou seja, mais da metade recebem ou já receberam algum tipo de informação, o que é algo ideal, que no entanto precisa ser mais trabalhado.

Gráfico 9. Relação dos participantes que receberam informações sobre o uso das sondas.

Fonte: pesquisa de campo.

Os gráficos 10 e 11 mostram, quantos dos participantes recebem gratuitamente os materiais necessários pelo Município, sendo que 76,2% (16) dos participantes afirmaram receber os materiais e se os mesmos recebem a quantidade adequada para seu uso por dia, respectivamente, mostrando que 85,7% (18) não recebem a quantidade suficiente por mês, enquanto apenas 14,3% (3) diz receber.

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Gráfico 10. Relação dos participantes que Gráfico 11. Relação dos participantes que recebem as sondas e/ou fraldas gratuita- recebem a quantidade adequada de sondas mente pelo município. e/ou fraldas.

Fonte: pesquisa de campo.

O gráfico 12 comprova que a porcentagem de reutilização de sondas ainda é alta, o que pode facilitar para o aparecimento das infecções do trato urinário. O gráfico mostra que 61,9% (13) dos participantes já tiveram que passar por momentos em que precisaram reutilizar, e outros ainda hoje reutilizam. No entanto, 38,1% (8), afirmam não reutilizar a sonda, o que já é de bastante ajuda para a saúde dos mesmos.

Gráfico 12. Porcentagem dos participantes que reutilizam ou já reutilizaram sondas.

Fonte: pesquisa de campo.

De acordo com ANVISA (2004), o termo reprocessamento é o processo em que ocorre a desinfecção ou a esterilização a ser aplicados a certos produtos hospitalares, como no caso da sonda, permitindo assim a sua reutilização. No entanto, o caso é que a possibilidade de

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realizar essa prática fora do ambiente hospitalar é nula, e a reutilização ocorre por meio apenas de uma simples limpeza da sonda, o que contribui mais ainda para o aparecimento das infecções.

4.2 EXAME DE URINA TIPO I

O exame de urina tipo 1 é realizado com a primeira urina da manhã, sendo um bom indicativo de infecção urinária. Se esse exame mostrar nitrito positivo, presença de sangue e leucócitos, já é sugestivo da infecção. O exame é dividido em 3 fases: etapa física, etapa química e a sedimentoscopia.

ETAPA FÍSICA

PARTICIPANTES COR ASPECTO DEPÓSITO

01 A.C* TURVO X 02 A.L** TURVO X 03 A.C TURVO X 04 A.CIT.*** LÍMPIDO X 05 A.CIT. TURVO X 06 A.L TURVO X 07 A.C TURVO X 08 A.L LÍMPIDO X 09 A.CIT. TURVO X 10 A.C TURVO X 11 A.CIT. TURVO X 12 A.C TURVO X 13 A.C TURVO X 14 A.CIT. LÍMPIDO X 15 A.CIT. LÍMPIDO X 16 A.C TURVO X 17 A.CIT. TURVO X 18 A.CIT. TURVO X 19 A.CIT. LÍMPIDO X 20 A.CIT LIMPIDO X Onde: * - amarelo claro ** - amarelo laranjado *** - amarelo citrino

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.8843-8871 feb. 2020. ISSN 2525-8761 ETAPA QUÍMICA

PARTICIPANTES DENSIDADE PH NITRITO SANGUE LEUCÓCITOS

01 1025 5,0 - - - 02 1030 5,0 X - - 03 1030 5,0 - ++ - 04 1015 5,0 - - - 05 1015 5,0 X - - 06 1030 5,0 - ++ X 07 1015 6,5 X + X 08 1015 7,0 X ++ - 09 1015 5,0 - - - 10 1030 5,0 X - - 11 1010 5,0 X - - 12 1030 5,0 X - - 13 1030 5,0 X - - 14 1000 7,0 - - - 15 1020 6,5 X - - 16 1020 6,0 X - X 17 1020 5,0 X - - 18 1015 6,5 - - - 19 1025 5,0 - - X 20 1030 6,0 - - X SEDIMENTOSCOPIA PARTICI-PANTES LEUCÓ- CITOS ERITRÓ- CITOS CÉLULAS EPITELIAIS CRISTAIS OUTROS 01 8 p/c* - R.* R.UA* FBA* 02 3 p/c - Alg.** Alg.UA** Alg.Oxa*** FBA 03 2 p/c N.** Alg. Alg. UA Alg. Oxa FBA 04 4 p/c - Alg. Alg. UA - 05 2 p/c - R. R.UA - 06 18 p/c 6 p/c Alg. Alg. UA Alg. Oxa FBA 07 3 p/c - R. Alg. UA Alg. Oxa FBA 08 5 p/c 4 p/c Alg. V.FA**** V.Oxa ***** FBA 09 4 p/c 2 p/c R. Alg. UA Alg. AU - 10 4 p/c - R. Alg. UA Alg. Oxa Amido FBA 11 6 p/c - R. V.UA****** FBA FL 12 5 p/c - R. Alg. UA FBA 13 3 p/c - R. R.UA FBA

14 2 p/c - Alg. Alg. FA FBA

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.8843-8871 feb. 2020. ISSN 2525-8761 Alg. AU

16 3 p/c 7 p/c Alg. Alg. UA FBA

17 3 p/c - Alg. V.UA FBA

18 6 p/c - R. R.UA -

19 15 p/c - Alg. R.UA FBA

20 3 p/c - Alg. R.UA - Onde: Leucócitos e Eritrócitos *- por campo. **- numerosos. Células epiteliais *- Raras **- Algumas Cristais

*- Raros Uratos amorfos **- Alguns Uratos amorfos ***- Alguns Oxalatos de cálcio ****- Vários Fosfatos amorfos *****- Vários Oxalatos de cálcio ******- Vários Uratos amorfos

Outros

*- Flora Bacteriana Aumentada

O diagnóstico laboratorial de ITU começa a partir das fitas reagentes que detectam

esterase leucocitária ou atividade redutora de nitrato. O valor negativo da fita é o mais

importante, pois quando negativas praticamente excluem ITU. O pH urinário >7,5, detectado por fitas reagentes também sugere fortemente ITU.

Na sedimentoscopia o exame microscópico é feito após centrifugação da urina:

Leucocitúria: são consideradas anormais contagens superiores a 10.000 leucócitos/ml

ou 10 leucócitos/campo, independentemente da morfologia destes leucócitos. A presença de leucocitúria não diagnostica ITU.

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Hematúria: quando presente também é discreta.

pH — geralmente alcalino, exceto em infecção por micobactérias.

Bacteriúria: geralmente presente.

Com base nos resultados obtidos na segunda fase, percebe-se que 15 (75%) dos participantes estão sugestivos a infecção do trato urinário, não esquecendo que em conjunto com os resultados obtidos na primeira fase, é notório que mais da metade dos participantes são do sexo masculino.

5 CONCLUSÃO

A infecção do trato urinário é bastante importante e deve sempre ser diagnosticado o mais rápido para que não venha haver complicações futuras. A escolha de métodos rápidos e de baixo custo é fundamental, principalmente se for levado em conta às condições socioeconômicas dos pacientes, com isso, o exame de urina tipo I pode ser bem útil nessa situação.

Segundo Lasmar (2000), muitos são os métodos que podem ser utilizados para o diagnóstico de uma infecção urinária, no entanto, para que a interpretação de seus resultados não seja alterada, é indispensável uma coleta adequada da urina, sendo essa coleta obtida preferencialmente da primeira micção da manha, por motivos de maior concentração de bactérias e elementos do sedimento, coletando o jato médio após a higienização da vulva e meato uretral.

Na hora de escolher o antibiótico, deve-se sempre levar em conta a sensibilidade das bactérias que são mais prevalentes. Fatores como tolerância, facilidade de obtenção, posologia, custo e toxicidade, também deve ser bem observada. (DUARTE, 2002). Os antimicrobianos da classe dos aminoglicosídeos possuem uma excelente ação sobre as enterobactérias no trato urinário, no entanto, apresentam seu uso restringido devido seu potencial de nefrotoxicidade e a existência de drogas com excelente ação e com nível de segurança maior em relação aos efeitos colaterais. (TABER; PASKO, 2008). Segundo Franz e Horl (1999), a terapêutica para ITU varia de acordo com a apresentação da infecção, do hospedeiro e do agente.

De acordo com Carvalhal et al. (2006), o EAS ajuda e muito na orientação terapêutica das ITUs, devido seu diagnóstico preciso quando realizado corretamente. O exame detecta presença de bactérias e piúrias, o que já é um forte indicativo da infecção.

A pesquisa apresentou 15 amostras sugestivas a ITU, levando em conta a totalidade de 20 exames. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi apresentar amostras sugestivas de

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infecção urinária em pessoas com deficiência físicas associadas ao CENAPA em Imperatriz-MA.

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ANEXOS APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO: PERFIL DE UROANÁLISE DE PACIENTES COM DEFICIÊNCIA FÍSICA EM IMPERATRIZ – MA

1- PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO

o Qual é o seu sexo?

( ) Feminino ( ) Masculino o Idade? ( ) Até 25 anos ( ) De 25 a 35 anos ( ) De 35 a 45 anos ( ) De 45 a 60 anos ( ) Acima de 60 anos o Grau de escolaridade? ( ) Sem escolaridade ( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo ( ) Médio incompleto ( ) Médio completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo o Renda familiar?

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2- PERFIL DO PACIENTE

o Qual a origem da sua deficiência física? ( ) de nascença

( ) adquiriu em algum acidente

( ) Outros: _______________________________________

o Quantas vezes por dia você faz o uso de sondas? ( ) 1 a 3 vezes

( ) 4 a 6 vezes ( ) 7 a 10 vezes ( ) 11 a 15 vezes

o Você faz uso de medicações? Se sim, quais?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________ ___

o Já teve infecções urinárias no último ano? ( ) Sim ( ) Não

o Você costuma fazer o tratamento das infecções urinárias com antibióticos

(automedicação)?

( ) Sim ( ) Não

o Você já recebeu ou recebe algum tipo de informação sobre a utilização de

sondas?

( ) Sim ( ) Não

o Você recebe as sondas gratuitamente pelo Município? ( ) Sim ( ) Não

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.8843-8871 feb. 2020. ISSN 2525-8761 o Você recebe a quantidade adequada de sondas?

Imagem

Figura 1. Fatores complicadores de Infecção do trato urinário.
Figura 2. Representação das vias de infecção renal.
Gráfico 2. Faixa etária dos participantes.
Gráfico 3. Relação da escolaridade
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Referências

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