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Procedimento Operacional Padrão para coleta de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave/Construction of Standard Operational Orocedure for collection of suspected cases of serious acute respiratory syndrome

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 51762-51772 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Procedimento Operacional Padrão para coleta de casos suspeitos de Síndrome

Respiratória Aguda Grave

Construction of Standard Operational Orocedure for collection of suspected

cases of serious acute respiratory syndrome

DOI:10.34117/bjdv6n7-718

Recebimento dos originais:03/06/2020 Aceitação para publicação:27/07/2020

Jéssica Emanuela Mendes Morato

Mestranda em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco Instituição: Universidade de Pernambuco (UPE)

Endereço: R. Arnóbio Marquês, 310 - Santo Amaro, Recife – PE/ Brasil. E-mail: jessicamorato.enf@gmail.com

Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito

Mestranda em Saúde Pública pelo Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz – PE Instituição: Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz – PE

Endereço: Av. Professor Moraes Rego, s/n - Cidade Universitária – Recife -PE/ Brasil E-mail: isabellebrito94@gmail.com

Isabô Ângelo Beserra

Mestranda em Saúde Pública pelo Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz – PE Instituição: Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz – PE

Endereço: Av. Professor Moraes Rego, s/n - Cidade Universitária – Recife -PE/ Brasil E-mail: isabo.angeli@gmail.com

Katiúscia Araújo de Miranda Lopes

Doutoranda em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco

Instituição: Universidade de Pernambuco (UPE)

Endereço: Rua Arnóbio Marques, 310 - Santo Amaro, Recife - PE/ Brasil E-mail: katiuscia.lopes@upe.br

Maria Beatriz Araújo Silva

Doutora em Biologia Parasitária pelo Instituto Oswaldo Cruz/ Fiocruz- RJ Instituição: Universidade de Pernambuco (UPE)

Endereço: R. Arnóbio Marquês, 310 - Santo Amaro, Recife – PE/ Brasil. E-mail: silvamba@yahoo.com.br

RESUMO

Introdução: O Procedimento Operacional Padrão (POP) é uma ferramenta gerencial que o profissional enfermeiro pode utilizar para melhorar a qualidade da assistência prestada. A elaboração de um POP para doenças causadas pelo coronavírus como a Síndrome Respiratória Aguda Grave justifica-se por reforçar os cuidados a serem tomados pelos profissionais de saúde no

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seu contexto de trabalho. Objetivo: Descrever a construção de um POP para as coletas de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Material e Métodos: Estudo exploratório descritivo, com abordagem analítica, desenvolvido através de levantamento documental. Foi realizado entre o mês de janeiro e novembro de 2016, em um Hospital Universitário referência para Doenças Infecciosas e Parasitárias de Pernambuco. A construção do POP ocorreu em quatro etapas: Etapa 01: Categorização; Etapa 02: Elaboração do protocolo POP; Etapa 03: Revisão ortográfica do POP e Etapa 04: Formatação final do POP. Resultados: A elaboração do POP para coleta de exames de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave estimulou o estabelecimento de critérios técnicos adequados para sua execução. Foram descritos o objetivo do POP, os critérios para realização da coleta, as siglas utilizadas no protocolo, os conceitos científicos essenciais sobre a doença, as responsabilidades com a amostra, os equipamentos, acessórios, reagentes e soluções necessárias para coleta, o manejo seguro com o paciente e a amostra, o método adequado e os períodos recomendados para coleta e os possíveis resultados do exame. Conclusão: O uso desse POP poderá fortalecer o processo de tomada de decisão, a comunicação profissional e possibilita a correção de não conformidades, oferecendo aos trabalhadores um apoio no cuidado padronizado de acordo com as bases científicas.

Palavras Chaves: Protocolos, Procedimentos Clínicos,Saúde Pública, Infecções por Coronavirus. ABSTRACT

Introduction: The Standard Operating Procedure (SOP) is a management tool that the professional nurse can use to improve the quality of care provided. The elaboration of a POP for diseases caused by the coronavirus such as the Severe Acute Respiratory Syndrome is justified by reinforcing the care to be taken by health professionals in their work context. Objective: Describe the construction of a SOP for the collection of suspected cases of Severe Acute Respiratory Syndrome. Material and Methods: Exploratory descriptive study, with an analytical approach, developed through documentary survey. It was carried out between January and November 2016, in a University Hospital that is a reference for Infectious and Parasitic Diseases in Pernambuco. The construction of the POP took place in four stages: Step 01: Categorization; Step 02: Preparation of the POP protocol; Step 03: Spell check of POP and Step 04: Final formatting of POP. Results: The elaboration of the SOP to collect exams of suspected cases of Severe Acute Respiratory Syndrome stimulated the establishment of adequate technical criteria for its execution. The purpose of the SOP, the criteria for conducting the collection, the acronyms used in the protocol, the essential scientific concepts about the disease, the responsibilities for the sample, the equipment, accessories, reagents and solutions necessary for collection, the safe handling with the patient and the sample, the appropriate method and recommended periods for collection and the possible results of the examination. Conclusion: The use of this SOP can strengthen the decision-making process, professional communication and enables the correction of non-conformities, offering workers support in standardized care according to scientific bases.

Keywords: Protocols, Clinical Protocols, Public Health, Coronavirus Infections.

1 INTRODUÇÃO

O surpreendente crescimento de casos positivos diagnosticados devido ao novo coronavírus chamou a atenção de todo o mundo, incluindo pesquisadores de muitas áreas e governos. Na área

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da saúde, nota-se a dependência de um planejamento assistencial, sendo imprescindível para estimular a confiança dos profissionais que estão na linha de frente do cuidado (1).

O Coronavírus é um vírus zoonótico, da família Coronaviridae. Trata-se de uma família de vírus que causam doenças respiratórias e que possuem em sua microscopia um formato de coroa. Dentre os tipos de coronavírus conhecidos encontram-se: alfa coronavírus HCoV-229E e alfa coronavírus HCoV-NL63, beta coronavírus HCoV-OC43 e beta coronavírus HCoV-HKU1, SARS-CoV (causador da síndrome respiratória aguda grave ou SARS), MERS-SARS-CoV (causador da síndrome respiratória do Oriente Médio ou MERS) e SARS-CoV-2, um novo coronavírus descrito no final de 2019 após casos registrados na China. Este provoca a doença chamada de COVID-19 (2).

Em novembro de 2002, um surto de doença respiratória em Guangdong, província chinesa, foi interpretada, inicialmente como um surto de pneumonia atípica. As autoridades chinesas parecem não ter atribuído maior importância ao surto até três meses depois. Em fevereiro de 2003, os casos foram identificados em Hong Kong, e em Hanói, no Vietnã, não muito distante de Guangdong. Nessas regiões, e logo depois em Cingapura e Canadá, ficou evidente a elevada transmissibilidade da síndrome no ambiente hospitalar, com considerável número de óbitos em profissionais de saúde e interdição de hospitais em Cingapura, Toronto e Hong Kong (3).

Dessa forma, considerando que os surtos destas doenças possuem semelhanças aos causados anteriormente, o que se sabe é que o SARS-COV-2 é transmitido de humano para humano e capaz de causar doença respiratória grave, entretanto, ele se distingue pela capacidade de transmissão a partir de casos assintomáticos não restritos ao âmbito hospitalar, pois grande parte dos casos de SARS-CoV e MERS-CoV foi associada à transmissão dentro de hospitais. Esse contexto, levanta o desafio de promover a segurança na prestação de serviços e exposição dos profissionais ao risco de contágio (4).

Esta situação envolve diretamente o enfermeiro, visto que tem o ensejo de permanecer próximo do paciente por um período maior. Nesse aspecto, uma ferramenta gerencial que o profissional pode utilizar para melhorar a qualidade da assistência prestada é a padronização das intervenções de enfermagem, por meio do Procedimento Operacionais Padrão (POP), que deve ser construído juntamente com a sua equipe, levando em consideração a realidade do serviço e estimulando o alcance de melhorias em suas atividades (5).

A elaboração de um POP para doenças causadas pelo coronavírus como a Síndrome Respiratória Aguda Grave justifica-se por reforçar os cuidados a serem tomados pelos profissionais de saúde no seu contexto de trabalho. Pensando nisso, este trabalho objetivou descrever a construção de um POP para as coletas de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave de um

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Hospital de Referência de Pernambuco, servindo como base teórica para outros estudos que envolvem afecções respiratórias transmissíveis.

2 MÉTODO

Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem analítica, desenvolvido através de levantamento documental, por meio de técnica de leitura exploratória, interpretativa e seletiva dos manuais propostos pelo Ministério da Saúde (6), orientações da ANVISA (7) e o Manual de Coleta, Acondicionamento e Transporte de Amostras Biológicas do LACEN/PE (8).

O levantamento das informações foi realizado entre o mês de janeiro e junho de 2016, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, localizado na cidade de Recife, Pernambuco, Brasil, sendo referência regional para Doenças Infecciosas e Parasitárias, atendendo aos 184 municípios pernambucanos mais o distrito de Fernando de Noronha.

A construção do POP, ocorreu entre o mês de julho e novembro do mesmo ano, percorrendo quatro etapas. A princípio, foi considerada uma organização sumária das informações a serem abordadas, conforme descrição abaixo:

Etapa 01 - Categorização:

a) Objetivo do procedimento operacional padrão; b) Campo de aplicação;

c) Fundamento; d) Siglas;

e) Definição do conceito de caso suspeito de SRAG; f) Responsabilidades;

g) Equipamentos e acessórios necessários para a coleta e manuseio do material; h) Reagentes e soluções;

i) Normas de segurança; j) Método do processo; k) Resultados examinados.

Seguinte a essa etapa, foi dada continuidade ao processo de construção, sendo as próximas etapas divididas em:

Etapa 02- Elaboração do protocolo POP; Etapa 03- Revisão ortográfica do POP; Etapa 04- Formatação final do POP.

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O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco, obtendo o parecer nº: 1.307.150, emitido em 05 de novembro de 2015, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 49397515.0.0000.5207.

3 RESULTADOS

A construção do POP estimulou o estabelecimento de critérios técnicos adequados para coleta de exames de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Em relação ao Campo de Aplicação, este direciona-se para os setores de coleta dos exames de casos suspeitos de SRAG.

No que tange ao seu fundamento, o documento criado nesse estudo, define o motivo pelo qual a coleta é realizada na ocasião de caso suspeito de SRAG, descrevendo os critérios que preenchem o caso suspeito da doença, ou seja, pacientes cuja temperatura se encontra em >= 38ºC e tosse ou dor de garganta ou dispneia.

Dentre as siglas utilizada no protocolo, encontram-se: DIP: Doenças Infecciosas e Parasitárias, EPI: Equipamento de Proteção Individual, NEPI: Núcleo de Epidemiologia e, por fim, GAL: Gerência de Ambiente Laboral.

No item definições, o documento levou em consideração informações que são essenciais no conhecimento da doença, como: Definir sua etiologia viral, de transmissão respiratória e causada por um vírus da família coronavírus, denominada SRAG-CoV. O procedimento também amplifica as informações, indicando que outros agentes etiológicos também podem resultar em SRAG, como o vírus da influenza A, dengue, vírus sincicial respiratório, adenovírus, hantavírus e, o coronavírus, foco da construção deste POP. No mesmo contexto, é citado que a SRAG também pode ocorrer mediante presença de agentes como pneumococos e outras bactérias, Legionella sp., leptospirose, entre outros.

Ainda em definições, são feitas observações quanto aos fatores ambientais e socioeconômicos que estão associados a doença, possibilitando uma rápida disseminação. Assim como, sua predominância sazonal, mais frequente nos períodos de outono e inverno quando as temperaturas caem.

Informações como via de transmissão do SRAG-CoV são delineadas em tópicos indicando que ocorre por meio de gotículas respiratórias dos indivíduos infectados. Somado a isto, no tópico seguinte, encontra-se o período de incubação comumente encontrado na literatura de dois a sete dias e com doença de evolução para cura ou insuficiência respiratória após o décimo dia. Por fim, o último tópico dessa sessão de definições, explica que a doença é caracterizada em sua sintomatologia principalmente por febre alta, tosse, dispneia, aumento da frequência respiratória e

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hipotensão. Em crianças, além desses sintomas, pode-se observar também os batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.

Dando sequência dos itens sumariamente categorizados no procedimento operacional padrão, descreve-se as responsabilidades, em que a recepção da amostra, o registro e armazenamento do material são executados pelo nível médio, e a solicitação do material ao Núcleo de Epidemiologia, a realização da coleta por profissional de saúde treinado e o encaminhamento ao laboratório, são realizados por profissional de nível superior da instituição.

Em relação aos equipamentos e acessórios necessários para a coleta, são destacados itens como: Equipamento de Proteção Individual (EPI) de uso hospitalar (luvas, máscara, gorro, propés e capote estéril); Tubo de polipropileno com tampa rosqueada contendo o Meio de Transporte Viral fornecido pelo laboratório central e o Swab de Rayon (três unidades).

No que tange a segurança, no protocolo são listadas medidas como a lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente, a importância de restringir ou limitar o acesso de pessoas ao local de coleta, o estímulo ao uso de jalecos de mangas compridas, solicitação do uso de luvas de látex descartáveis, gorro, máscara e capote descartável, o alerta para o uso de sapatos fechados, sacos e recipientes apropriados para o descarte de diferentes tipos de materiais e o lembrete da lavagem das mãos antes e depois de qualquer procedimento técnico.

No método do processo, item que aparece após a segurança, o documento explica os passos a serem realizados na técnica da coleta, isto é, o que deve ser rigorosamente respeitado para a coleta da secreção de orofaringe e nasofaringe (swab combinado).

São acrescentadas informações como: O procedimento de coleta de amostras respiratórias dos casos suspeitos, devendo seguir o protocolo de coleta da influenza. A amostra deverá ser coletada até o 10° dia dos sintomas, preferencialmente, entre o 3º ao 5º dia. A coleta deve ocorrer antes do início do tratamento; na técnica de swab combinado de nasofaringe e orofaringe, utilizar exclusivamente swab de rayon (fornecido no kit de coleta); não devendo ser utilizado swab de algodão, pois o mesmo interfere nas metodologias moleculares utilizadas; proceder a coleta utilizando três swabs que serão inseridos um na orofaringe e os dois outros, um em cada narina; para a coleta de orofaringe, inserir o swab na porção superior da faringe (após a úvula) e realizar movimentos circulares para obter células da mucosa, evitando tocar em qualquer parte da boca; proceder da mesma forma com os outros dois swab nasais que serão inseridos em cada narina até encontrar resistência realizando movimentos rotatórios.

Além disso, ressalta-se a importância de, nos momentos seguintes da coleta, inserir os três swabs em um mesmo frasco contendo meio de transporte viral fornecido pelo laboratório, quebrando

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ou cortando as hastes dos swabs para o fechamento adequado do recipiente que deverá ser identificado com nome completo do paciente, de forma legível e com caneta resistente a água, mantendo refrigerado a 4°C (não congelar).

Ainda no método, é destacado que a reação utilizada é a Imunoflorescência indireta: pesquisa de antígenos virais, com tipo de material denominado secreção de nasofaringe e orofaringe coletados em 3 swabs de rayon e colocados em um único tubo contendo meio de transporte fornecido pelo laboratório. Com período de coleta indicado, as amostras devem ser obtidas preferencialmente até três dias do início dos sintomas (fase aguda da doença) podendo se realizar até com sete dias.

O recipiente utilizado deve ser o tubo de polipropileno com tampa rosqueada contendo o meio de transporte fornecido pelo laboratório. As amostras devem ser mantidas refrigeradas (4-8°C) e devem ser processadas dentro de 24 a 72 horas da coleta. Na impossibilidade de envio dentro desse período, recomenda-se congelar as amostras a -70°C até o envio, assegurando que mantenham a temperatura.

Os swabs de rayon com o meio de transporte é fornecido pelo laboratório, mediante a solicitação da unidade coletora. Todo material enviado ao laboratório deve ser identificado e acompanhado da ficha de investigação de Agravos de Notificação-SINAN, devidamente preenchida que servirá de orientação quanto aos exames indicados e notificação;

Orientações como usar suporte (estante) para conter derramamento ou vazamento durante o transporte e forrar com papel absorvente e entregar as amostras na recepção do laboratório, já cadastradas no sistema de Gerência de Ambiente Laboratorial (GAL) também foram acrescentadas.

O último item cita os possíveis resultados da coleta de caso suspeito, sendo considerado positivo, negativo ou inconclusivo, ao final da coleta. Por fim, tem-se as referências utilizadas para a construção do referido protocolo.

4 DISCUSSÃO

As infecções transmitidas por via respiratória representam um importante problema de saúde pública, representando as infecções mais comuns e potencialmente mais graves tratadas por profissionais de saúde. No Brasil, desde 2009, a notificação de casos hospitalizados devido à síndrome respiratória aguda grave (SRAG) passou a ser realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) desde a pandemia de Influenza A (H1N1) (9).

Nesse cenário, o presente Procedimento Operacional Padrão (POP) para a coleta de casos suspeitos de síndrome respiratória aguda grave apresenta-se como uma estratégia de melhoria da assistência, estimulando a vigilância dos agravos de transmissão respiratória e atuando como uma

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ferramenta de planejamento de enfermagem. Somado a isto, verifica-se sua importância na gestão, muitas vezes sendo associado ao cuidado padronizado, objetivando a segurança dos serviços prestados nas instituições de saúde, em concordância com a literatura (10).

Dentro desta ótica, é visto no cotidiano das instituições de saúde que a construção do POP refere-se a busca pela melhoria contínua do serviço prestado, aqui vinculado para as coletas de casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Convém ressaltar que direcionar o fluxo do paciente e da amostra coletada, oferece segurança para o serviço em que ocorre a coleta até a análise que ocorre no laboratório, sendo o emprego dos protocolos, o meio preferencial e comumente retratado como instrumento de grande valia, com potencial de ajudar, e muito, no cuidado e na gestão dos serviços de saúde, conforme defende diversos autores (11-12) .

Acrescenta-se que o POP é considerado um documento oficial de uso do setor, e um recurso tecnológico importante na prática dos serviços de saúde, sendo, portanto, um instrumento facilitador na comunicação interprofissional. Isso porque essas ferramentas devem ter boa qualidade técnica, de fácil interpretação, e possuírem conteúdo baseado nas mais atuais evidências científicas, sendo adaptados ao contexto da realidade local, e implementados assim que necessário (13-14).

Entretanto, muitas vezes o POP não se encontra atualizado, isso reforça a importância do estímulo constante de melhorias nos serviços como forma de obter resultados positivos com a assistência prestada. Daí a importância de sua construção ocorrer com o apoio da equipe multiprofissional, visando a maior proximidade do protocolo com as reais necessidades do setor (15). Sendo assim, a equipe multiprofissional deve conhecer o POP e suas atualizações consequentes as mudanças corriqueiras no setor saúde. Há necessidade do uso apropriado dos protocolos, o que favorece a relação tanto com os pacientes, quanto com os colegas de trabalho, tendo como meta comum a qualidade do atendimento.

Seu uso é justificado pelo seu papel educativo nas instituições, principalmente nos hospitais-escola. Além disso possibilita maior segurança, garantia de processos consistentes, credibilidade, rastreabilidade dos processos e harmonização do grupo de trabalho (16-17). Sendo assim, o POP fortalece a assistência por implementar e controlar ações direcionadas de forma holística ao cliente.

Evidenciou-se nesse instrumento os pontos considerados principais da biossegurança no processo de coleta do exame, considerando a segurança do paciente e do profissional enfermeiro responsável pelo procedimento na instituição do estudo. Embora o processo de acompanhamento dos processos nos serviços de saúde seja complexo, nota-se o protagonismo do enfermeiro, visto que a tomada de decisão permeia sua atividade laboral. Dentre as atividades que precisam ser destacadas no âmbito da biossegurança na coleta de casos suspeitos de síndrome respiratória aguda

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grave, insere-se os utensílios necessários para realizar o procedimento em casos de doenças respiratórias de forma racional, os cuidados desde a lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente, ao armazenamento e transporte do material para análise (18-19).

Para a elaboração deste POP considerou-se as necessidades referidas pelos enfermeiros do setor de coleta, seguindo uma ordem lógica não só para os profissionais do setor, mas para os acadêmicos da graduação de enfermagem, que, durante a graduação fazem estágio por estes setores, por se tratar de um Hospital Universitário. Atentou-se para todos os momentos do material realizado para a coleta de casos suspeito de SRAG. Desde a chegada do meio de cultura do laboratório, passando pela solicitação do setor competente, o profissional que realizará a coleta, os equipamentos de proteção individual a serem utilizados, o método realizado para a identificação do caso como positivo, negativou ou inconclusivo, finalizando na forma de transporte até o laboratório competente.

5 CONCLUSÃO

Salienta-se que nos últimos anos a enfermagem tem se apropriado dos POPs como instrumento de apoio laboral, ganhando notoriedade nas suas construções. O resultado do seu uso é o fortalecimento da tomada de decisão do enfermeiro, sendo uma ferramenta poderosa e que acompanha a modernidade por facilitar a comunicação profissional. O documento também possibilita a correção de não conformidades, oferecendo aos trabalhadores um apoio no cuidado padronizado de acordo com as bases científicas.

Há necessidade constante de atualização de conhecimento para melhor atender as demandas assistenciais da atualidade. O planejamento da assistência deve ter como meta assegurar todos os profissionais envolvidos no cuidado com doenças infecciosas para a segurança e o incentivo a gestão de qualidade, para que estas doenças não tomem proporções maiores. Isso muitas vezes é demonstrado por meio do investimento em instrumentos de trabalho como os POPs por demonstrarem ser efetivos e possuírem baixo custo.

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REFERÊNCIAS

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