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Avaliação formativa: instrumento de formação continua do professor em serviço / Formative evaluation: instrument for continuing training of the teacher in service

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Avaliação formativa: instrumento de formação continua do professor em serviço

Formative evaluation: instrument for continuing training of the teacher in service

DOI:10.34117/bjdv6n5-435

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 21/05/2020

Ana Patrícia Cavalcante de Queiroz

Formação acadêmica: Doutoranda do curso de Ciências da Educação. Instituição: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD, Portugal). Endereço: Rua Paulo Queiroz Pierre, 452. Jardim dos Monólitos, Quixadá – CE, Brasil.

E-mail: anapatriciacq@hotmail.com

Francisco Adriano Saraiva Maciel

Formação acadêmica: Mestre em Ciências da Comunicação

Instituição: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD, Portugal).

Endereço: Rua Bejamin Constant, 1179 (apt.201). Alto São Francisco, Quixadá – CE, Brasil. E-mail: adriano.fcrs@gmail.com

RESUMO

A avaliação formativa pode ser definida como um processo de avaliação pedagógica na qual o professor acompanha a evolução dos alunos durante o procedimento de ensino e aprendizagem. Ao utilizar essa ferramenta pedagógica o professor consegue identificar falhas no processo de ensino, que podem ser modificadas para garantir que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados de maneira satisfatória por todos os educandos. Nesta perspectiva, este estudo se propõe ao objetivo de realizar um levantamento bibliográfico de pesquisas científicas que apresentem as contribuições da avaliação formativa na formação continua do professor em exercício. Para alcançar o objetivo da investigação, pareceu-nos adequada a utilização de uma metodologia de investigação qualitativa, descritiva e interpretativa. Neste estudo apresentamos o conceito de avaliação formativa; a avaliação formativa & o processo de ensino-aprendizagem; e por fim a avaliação formativa & a formação contínua do professor em exercício.

Palavras-chave: Avaliação educacional; Ensino-aprendizagem; Prática pedagógica; Formação contínua

em serviço.

ABSTRACT

Formative assessment can be defined as a process of pedagogical assessment in which the teacher monitors the evolution of students during the teaching and learning procedure. By using this pedagogical tool, the teacher is able to identify flaws in the teaching process, which can be modified to ensure that the learning objectives are achieved satisfactorily by all students. In this perspective, this study proposes the objective of conducting a bibliographic survey of scientific researches that present the contributions of formative evaluation in the continuing education of the teacher in office. To achieve the objective of

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the investigation, it seemed appropriate to use a qualitative, descriptive and interpretive research methodology. In this study we present the concept of formative assessment; formative assessment & the teaching-learning process; and finally, the formative assessment & continuous training of the teacher in office.

Keywords: Educational assessment; Teaching-learning; Pedagogical practice; In-service training.

1 INTRODUÇÃO

A formação contínua é um tema bastante abordado em estudos científicos e em discussões educacionais. Existem várias formas e modelos de formação contínua, contudo neste estudo queremos dar atenção à formação contínua promovida através do uso da avaliação formativa como ferramenta pedagógica do processo de ensino e aprendizagem do profissional em exercício.

A avaliação formativa se caracteriza como um processo pedagógico que afere a aprendizagem dos alunos durante todo o processo de ensino, com a finalidade de assegurar que todos os educandos atinjam os objetivos da aprendizagem (CORTEZÃO, 2002; FERREIRA, 2004; 2005). Pacheco (1994) afirma que a avaliação formativa tem como característica ser um procedimento para a individualização do ensino, e esse processo de “individualização” reconhece a existência de diversos itinerários formativos e de distintos ritmos de aprendizagem dos alunos, que devem ser articulados com o objetivo de promover a construção continua do processo de aprendizagem.

O professor, enquanto promotor do desenvolvimento da aprendizagem no ambiente escolar, é responsável por promover e mediar atividades que proporcionem experiências de aprendizagem e de desenvolvimento aos alunos (ANTUNES, 2008; NASCIMENTO e SOUZA, 2014; PINHO e PEIXOTO, 2017). Neste sentido, o professor deve estruturar sua prática docente para atender aos diversos níveis de aprendizagem da sua turma, na perspectiva de que os objetivos de aprendizagem sejam adquiridos por todos (FERREIRA e ACIOLY-RÉGNIER, 2010).

Associando a definição de avaliação formativa ao papel do professor no processo de ensino-aprendizagem, percebemos que ambos possuem como objetivo fazer com que todos os alunos alcancem os objetivos de aprendizagem, respeitando e agindo de acordo as características individuais de cada ser. Baseando-se nesta associação levantamos a seguinte questão: será que ao adotar a avaliação formativa como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem o professor estará promovendo, além do desenvolvimento dos alunos, o seu próprio desenvolvimento profissional?

Baseando-se nesse questionamento e no conhecimento prévio sobre avaliação formativa e formação contínua nos propomos a desenvolver este estudo que tem como objetivo fazer um

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levantamento bibliográfico de pesquisas científicas que apresentem as contribuições da avaliação formativa na formação continua do professor em exercício.

2 METODOLOGIA

Tendo em conta o objetivo do estudo, pareceu-nos adequada a utilização de uma metodologia de investigação qualitativa, descritiva e interpretativa (PEREIRA e LEITÃO, 2008). Os estudos científicos utilizados nesta pesquisa foram recolhidos, analisados, organizados, divididos em unidades e revisados a procura de informações significativas para atingirmos as respostas ao problema de investigação. A análise de dados foi realizada de forma indutiva e técnica, onde os procedimentos de interpretação dos textos foram realizados em codificação teórica, codificação temática, análise de conteúdo qualitativo e analise global (THOMAS, NELSON e SILVERMAM, 2012).

3 RESULTADOS/DISCUSSÃO

3.1 AVALIAÇÃO FORMATIVA

Durante seu processo histórico a avaliação formativa passou por diferentes contextos históricos e educacionais, nos quais o pensamento da classe dominante sempre foi adotado nas concepções teóricas de ensino, aprendizagem e avaliação (FERREIRA, 2004; 2005). O debate sobre avaliação formativa ganhou significativa importância na área educacional no ano de 1967, quando Scriven publicou o artigo The methodology of evaluation (BARREIRA; BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; FERREIRA, 2004, 2010; SCRIVEN, 1967). Esse modelo avaliativo do processo de ensino-aprendizagem surgiu nos Estados Unidos, em um período no qual a sociedade criticava o modelo avaliativo vigente e ansiava por um modelo avaliativo que fosse mais significativo no processo de aprendizagem do aluno (FERREIRA, 2005; LEITE, 1993).

Neste contexto, Scriven apresentou a avaliação formativa como um modelo avaliativo que se propunha a averiguar os objetivos de aprendizagem durante todo o processo de ensino, e não somente ao final do processo de ensino, como faziam os modelos convencionais (BARREIRA, BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; CORTEZÃO, 2002; SCRIVE, 1967). Segundo este defensor da avaliação formativa, ao realizar a avaliação durante todo o processo de ensino o professor poderia observar quais os objetivos de aprendizagem estavam sendo alcançados pelos alunos e automaticamente já poderia traçar novas metodologias e estratégia necessárias e adequadas, na busca para que todos os alunos alcançassem efetivamente os objetivos de aprendizagem (FERREIRA, 2004; SCRIVE, 1967).

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Os autores Bloom, Hastings e Madaus, publicam no ano de 1971, a obra Handbook on Formative and Summative Evaluation of Student Learning, na qual escrevem sobre as aprendizagens escolares e transcrevem a ideia da avaliação formativa iniciada por Scriven. Este estudo apresentam a ideia que a avaliação formativa seria capaz de desenvolver a aprendizagem de forma mais completa, pois apresentava possibilidades de identificar quais os objetivos do currículo não estavam sendo alcançados e permitia a mudança do planejamento e das metodologias utilizadas durante o processo de ensino para atingir todos os objetivos de aprendizagem (ABRECHT, 1994; C. FERREIRA, 2004, 2005; LEITE, 1993).

Neste período se estabelece um grande impulso em teóricos e profissionais da educação que passam a criar estudos científicos que defendem a avaliação formativa, assim como se perpetua o número de estudos sobre a avaliação somativa (CORTEZÃO, 2002; LEITE, 1993). Destacamos que a avaliação somativa consiste na verificação da aprendizagem somente no final do processo de ensino, associada a testes; enquanto a avaliação formativa consiste na verificação da aprendizagem do aluno durante todo o processo de ensino (BARREIRA; BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; CORTEZÃO, 2002).

A avaliação formativa passou a ser defendida e disseminada por diversos autores e por toda a Europa, influenciada pela psicologia behaviorista, conseguiu fortes aliadas no desenvolvimento e fortalecimento de um sistema de avaliação educacional que valorizava o processo de ensino-aprendizagem (BARREIRA; BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; LIBÂNEO, 1994). A crescente demanda de estudos científicos tornou mais ampla o significado de avaliação formativa, sendo este método avaliativo apresentado como o mais completo, pois era capaz de identificar quais os objetivos do currículo não estavam sendo alcançados no processo de ensino e consentia que mudanças fossem realizadas ao longo deste processo para atingir todos os objetivos de aprendizagem dos alunos (ABRECHT, 1994; FERREIRA, 2004, 2005; LEITE, 1993).

Assim podemos entender que a avaliação formativa é um processo contínuo de recolha de informações sobre o processo de ensino-aprendizagem, no qual o professor deverá estar apto a avaliar, adaptar e transformar o processo de ensino com foco na aprendizagem individualizada de todos os alunos (FERREIRA, 2005; ROLDÃO e FERRO, 2015).

3.2 AVALIAÇÃO FORMATIVA & O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

A avaliação formativa pode ser definida como um processo pedagógico que mensura a aprendizagem dos alunos durante o processo de ensino (FERREIRA, 2004; 2005; ROLDÃO e FERRO,

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2015). Esse modelo de avaliação permite ao professor identificar dificuldades que podem influenciar negativamente no processo de aprendizagem, assim como permite que o mesmo possa modificar as estratégias de ensino para que todos os alunos alcancem as metas de aprendizagem (BARREIRA; BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; CORTEZÃO, 2002).

Segundo Pacheco (1994) a avaliação formativa tem como característica ser um procedimento para a individualização do ensino, no qual essa “individualização” apresenta o sentido do reconhecimento da existência de diversos itinerários e de distintos ritmos de aprendizagem dos alunos, da necessidade de identificar e resolver essas dificuldades particulares, possibilitando a construção continua do processo de aprendizagem.

A utilização da avaliação formativa no processo de ensino-aprendizagem facilita o acesso ao sucesso escolar, pois tem como foco a aprendizagem do aluno, ao mesmo tempo em que ajudar o professor no processo de ensino, garantindo a qualidade da educação ofertada pela escola (ANTUNES, 2008; MELO, 2017; RODRIGUES, 2003). Este modelo de avaliação não está centrado no resultado final da aprendizagem, mas enfatiza que a prioridade é acompanhar a aprendizagem do aluno durante todo o processo de ensino para o efetivo alcance dos objetivos de aprendizagem (BARREIRA; BOAVIDA e ARAÚJO, 2006).

Neste sentido, o professor, ao se utilizar da avaliação formativa como instrumento avaliativo do processo de ensino-aprendizagem, terá a oportunidade de avaliar o passo-a-passo de sua atividade docente, e através desta avaliação poderá refletir e modificar seu planejamento com a finalidade de fazer com que cada um dos alunos de sua turma alcance os objetivos de aprendizagem (SIMOES, FERNANDO e LOPES, 2014; MELO, 2017; NASCIMENTO e SOUZA, 2014).

O uso da avaliação formativa na prática pedagógica do professor também garante um ensino mais igualitário, pois o professor sempre estará atento ao desenvolvimento de todos, modificando e transformando o processo de ensino, para que todos os alunos alcancem os objetivos de aprendizagem (CORTEZÃO, 2002; FERREIRA, 1997; 2010).

O aluno também pode contribuir ativamente com esse processo avaliativo exercendo o papel de auto-avaliador, para que isso aconteça, o professor deve conscientizar o aluno sobre a importância deste processo e instruí-lo sobre como ocorrerá esse processo (BARREIRA, BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; SIMOES, FERNANDO e LOPES, 2014). Uma etapa importante deste processo é aluno, e professor, compreenderem que a avaliação não consiste em um instrumento de punição ou de valorização ao erro,

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mas uma ferramenta pedagógica que auxilia o processo de ensino-aprendizagem para alcançar com êxito os objetivos traçados (FERREIRA, 2004; PACHECO, 1994, 1995).

Portanto, a avaliação formativa servirá para o professor como ferramenta significativa no processo de ensino-aprendizagem, pois possibilita a este profissional a oportunidade de identificar o nível de aprendizagem de cada aluno durante o processo de ensino, e através desta identificação, modificar sua ação pedagógica com a finalidade de garantir que todos os alunos consigam alcançar níveis significativos de aprendizagem para o seu desenvolvimento (MELO, 2017; PINHO e PEIXOTO, 2017; RODRIGUES, 2003).

3.3 AVALIAÇÃO FORMATIVA & FORMAÇÃO CONTÍNUA DO PROFESSOR EM EXERCÍCIO

Se observarmos a avaliação formativa por outro ângulo, podemos perceber que, ao mesmo tempo em que promove a aprendizagem dos alunos, esse instrumento pedagógico também produz um efeito de formação contínua do professor. Essa formação contínua será edificada durante o uso da avalição formativa como instrumento de sua prática pedagógica, pois ao identificar que os alunos não estão conseguindo alcançar os objetivos de aprendizagem, o professor deverá avaliar, refletir e transformar o seu planejamento e metodologia de aula de forma a garantir o sucesso de aprendizagem em todos os alunos (LEITE, 1993; MELO, 2017).

Nesse processo de identificação dos motivos que levaram o aluno ao erro, ou a não atingir os objetivos de aprendizagem, o professor fará uma reflexão sobre a sua prática pedagógica e a partir dessa avaliação, a partir desta reflexão, poderá reformular o planejamento de sua aula promovendo alterações em sua atividade pedagógica (atividades, recursos, metodologias, objetivos intermediários, entre outros) que possibilitem a todos os alunos o melhor caminho para alcançar o sucesso da aprendizagem (FERREIRA, 1997; 2010; FRANCO, 2015; LIBÂNEO, 1994). Na visão de Santos e Oliveira (2015) as adaptações dos conteúdos do currículo e das práticas pedagógicas às necessidades educacionais dos estudantes promovem a possibilidade da formação de um profissional reflexivo, criativo e capaz de desenvolver e aprimorar a sua prática pedagógica de forma eficaz e fundamentada.

Esse procedimento de regulação do processo de ensino, proporcionada pela utilização da avaliação formativa, não pode ser visto pelo professor como uma falha do seu planejamento, ou das atividades pedagógicas escolhidas, mas sim como uma oportunidade de aperfeiçoar a sua prática profissional (BARREIRA, BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; LIBÂNEO, 2011). Ao vivenciar esse processo de avaliação

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do seu método de ensino, o professor consegue adquirir um avanço na qualidade da sua atuação profissional, pois essa experiência reflexiva provocará um processo de “reconstrução” e aperfeiçoamento da sua atividade enquanto educador (FERREIRA, 2004; LIBÂNEO, 1994; SÁ-CHAVES, 2008).

Segundo Bahia (2016) a formação continuada pode ser caracterizada como os diversos processos que possibilitam a reflexão individual e coletiva sobre a prática docente. Neste sentido, ao vivenciar a reestruturação de seu planejamento para atingir a aprendizagem de todos os alunos, o professor passará por um processo de articulação e aprimoramento do saber, se utilizando de conhecimentos adquiridos em sua formação inicial, ao mesmo tempo em que adquiri novos conhecimentos necessários para alcançar os objetivos de sua prática pedagógica, promovendo a aquisição de saberes e práticas que contribuem para o desenvolvimento profissional docente (GEMENTE & MATTHIESEN, 2017; FRANCO, 2015; SÁ-CHAVES, 2008).

Para Venâncio (2014) esse enriquecimento/modificação da prática docente ocasiona a melhoria da qualidade da atuação do profissional docente, assim como do ensino e da aprendizagem na escola. A construção de saberes que irão (re)estruturar a ação docente, através do processo de reflexão/ação, promove o aperfeiçoamento do saber e da prática profissional de forma processual (FRANCO, 2015; GEMENTE e MATTHIESEN, 2017). Essa (re)estruturação da ação docente, através das adaptações dos conteúdos do currículo e das práticas pedagógicas, para atender às necessidades educacionais dos estudantes promovem a possibilidade da formação de um profissional reflexivo, criativo e capaz de desenvolver e aprimorar a sua prática pedagógica de forma eficaz e fundamentada.

A formação continua do professor em exercício se caracteriza como a aquisição de novos saberes e aperfeiçoamento profissional durante a sua prática pedagógica. Essa formação do professor em exercício advém do planejamento e execução de suas aulas que são estruturadas nos seus conhecimentos de: Ser - o “eu” professor; Saber - conteúdo do ensino, relação teoria/prática, a linguagem e a produção do conhecimento; Sentir - valores, princípios, prazer, e entusiasmo; e Fazer - planejamento, métodos, objetivos, motivação do aluno e avaliação (BAHIA, 2016).

Deste modo, podemos perceber que ao utilizar a avaliação formativa durante a sua atividade profissional o professor adotará estratégias diferenciadas de ensino e de avaliação em função das necessidades, dificuldades e interesses de seus alunos, promovendo a (re)construção contínua da sua prática docente e do processo de ensino-aprendizagem (MELO, 2017). Assim, a avaliação formativa como ferramenta pedagógica do processo de ensino-aprendizagem, além de promover o desenvolvimento

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da aprendizagem de todos os alunos, também irá proporcionar a formação contínua do professor (FERREIRA, 2004; LIBÂNEO, 1994).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aprendizagem dos alunos de forma igualitária consiste o principal objetivo do professor que utiliza a avaliação formativa na sua prática docente. Ao utilizar essa ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem o terá a função de planejar, ensinar, modificar, atuar, intervir e criar possibilidades para que todos os alunos possam ser protagonistas do seu processo de desenvolvimento (BARREIRA, BOAVIDA e ARAÚJO, 2006; CORTEZÃO, 2002). Essa atuação docente fundamentada na avaliação formativa requer do professor a organização estratégica do currículo e dos procedimentos didáticos deverão promover aprendizagem de forma igualitária a todos os alunos, mesmo que estes tenham diferenças de ritmo e de dificuldades (ABRECHT, 1994; C. FERREIRA, 2004; 2005). Deste modo, podemos perceber através da análise de estudos científicos que a avaliação formativa quando utilizada pelo professor no processo de ensino-aprendizagem apresenta significativas contribuições na formação continua do professor. Esta formação contínua é adquirida através o ato de planejar, executar, avaliar, (re)planejar, (re)executar, e (re)avaliar, para identificar a evolução do aluno durante o processo de ensino, permitindo a adoção de novas estratégias pedagógicas que possam contribuir para o alcance dos objetivos do ensino, e proporcionando o desenvolvimento profissional do docente (GEMENTE e MATTHIESEN, 2017; FRANCO, 2015; SÁ-CHAVES, 2008). Neste sentido, ao adotar a avaliação formativa como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem o professor se propõe a desenvolver uma ação pedagógica centrada na ação/reflexão/ação, método este que contribui significativamente no processo de aperfeiçoamento profissional em serviço. Com a confecção deste, esperamos ter atingido nosso objetivo de fazer um levantamento bibliográfico de pesquisas científicas que apresentem as contribuições da avaliação formativa na formação continua do professor em exercício, assim como acreditamos que estamos contribuindo para a ampliação de fontes científicas que apresentem a avaliação formativa na perspectiva da formação de professores, além de incentivar novos estudos que investiguem essa e outras temáticas relacionadas à avaliação formativa e à formação de professores.

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REFERÊNCIAS

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