Sedimentos e hidrologia
Transporte de sedimentos em rios e canais
Walter Collischonn
“As a young man, my fondest dream was to become a geographer.
However, while working in the customs office I thought deeply about the matter and concluded it was far too difficult a subject. With some
reluctance, I then turned to Physics as a substitute.”
Transporte de sedimentos em rios e
canais
• Forças sobre partículas imersas
• Início do movimento
• Modalidades de transporte de material
• material flutuante • material dissolvido • sedimentos
• Modalidades de transporte de sedimento
• wash-load (lavagem)
• bed-material load (transporte de material do leito)
» em suspensão
Forças sobre partículas imersas
1. Arrasto 2. Sustentação 3. Peso
Início do movimento - Shields
• Shields analisou o problema do início do
movimento de partículas de sedimentos.
• Procurou entender as forças que agiam
sobre uma partícula:
• Peso ou inércia: tende a resistir ao início de movimento
• Arrasto e sustentação: tendem a movimentar a partícula
FG
Peso ou inércia
3
p
s
G
G
K
g
d
F
• Força pode ser descrita por uma equação do tipo acima, onde:
g é a aceleração da gravidade
dp é o diâmetro da partícula (sedimento) s é a massa específica do sedimento é a massa específica da água
Arrasto e sustentação
2
p
2
D
E
K
U
d
F
• Força pode ser descrita por uma equação do tipo acima, onde:
dp é o diâmetro da partícula (sedimento) é a massa específica da água
KD é uma constante que depende da forma da partícula U é a velocidade da água junto à partícula
Arrasto e sustentação
2
p
2
D
E
K
U
d
F
• E qual é a velocidade U?
Sabemas que a velocidade não é constante, sendo menor próxima do fundo.
A velocidade adotada neste caso é a velocidade de
cisalhamento u* , que pode ser entendida como uma velocidade representativa da região próxima ao fundo.
Arrasto e sustentação
2 p 2 D EK
u
d
F
• E como estimar a velocidade de cisalhamento u*?
da Mecânica de Fluidos ou da Hidráulica deveríamos lembrar que:
S
h
g
u
0
u
ou onde 0 é a tensão de cisalhamento junto ao fundoTensão de cisalhamento junto ao fundo
• Força peso sobre um volume de água
• Componente na direção do escoamento (para S pequeno):
S
Volume
g
Tensão de cisalhamento junto ao fundo
• Se o escoamento é permanente e uniforme, e o rio é largo, força peso é anulada por força de atrito junto ao fundo.
Tensão de cisalhamento junto ao fundo
• Assumindo que a força de atrito ocorra em toda a área da base do volume, e que Volume = h . Área da base
• podemos igualar a tensão de cisalhamento ao peso
S
h
S
h
g
0Portanto...
S
h
0
Onde h é a profundidade (m); S é a declividade (m/m ou adimensional); é o peso específico (N/m3)O trabalho de Shields
•
Shields identificou
duas variáveis
adimensionais:
1. Relação entre forças 2. Número de Reynolds para a partícula p s 0 3 p s 2 p 2 G E d d g d u F F p
d
u
Re
O trabalho de Shields
• Shields identificou duas variáveis adimensionais:
1. Relação entre forças
2. Número de Reynolds para a partícula
E passou a fazer ensaios em laboratório para encontrar o valor de que corresponde ao início do movimento das
partículas ( *) p s p s p G E d d g d u F F 0 3 2 2 p
d
u
Re
Shields
p s p s p G E d d g d u F F 0 3 2 2 Tensão de cisalhamento(favorece o movimento do sedimento)
Peso
(dificulta o início do movimento do sedimento)
Pergunta de Shields:
Diagrama de Shields
p sd
0 pd
u
Re
Partículas em movimento Partículas paradasExemplo Diagrama de Shields
• Considere um rio de 100 metros de largura
com profundidade de ...
Início do movimento - Hjulstrom
• Outro critério para
início de movimento é
baseado na velocidade
média do escoamento.
Modos de transporte
Transporte total
Transporte de sedimentos Transporte flotação Material dissolvido
Lavagem Transporte material
Sediment transport -Some definitions
Total Sediment Transport Total Bed Material Load (sands, gravels, etc) Wash Load (silts, clays, etc) Bed Load (rolling, bouncing, dune migration) Suspended Bed Material Load (originates from bed) Wash Load Bed Load Suspended Load
Carga de Lavagem ou washload
• Material transportado em suspensão
• Pouco presente ou mesmo ausente no leito
• Concentração depende do aporte e é mais ou menos
independente das variáveis do escoamento, como a
velocidade
• Só deposita em oceanos, lagos ou estuários
• Pode ser responsável pelo transporte de poluentes
• Tem pouca importancia em termos morfológicos para
rios, mas tem importância em lagos, reservatórios e
estuários
Carga de material do leito
• Material transportado que tem
aproximadamente as mesmas características
do material encontrado no leito
• Pode ser dividido em
• suspensão • arraste
Sediment Transport
• Bed-load transport: sliding, rolling, saltating
• Suspended transport: sediment moves
through the fluid
Sediment
Suspension
Bed-load Bed
Bed-load transport
Once the forces acting on particles are strong
enough to intiate motion…
… particles slide, roll, and saltate down the river bed at a steady rate.
Figure from Chanson, p. 180
Suspended Transport
Suspension occurs here
• Particles entrained at the bed-load layer
• Transported by
convection, diffusion, and turbulence
Distribuição da concentração dos
sedimentos em suspensão
• Figura esquema de
Rouse no livro do
Chanson
Medições de transporte de
sedimentos
• Amostradores
– arrasto (Helley-Smith)
– suspensão
• Turbidímetros
• ADCP
Amostradores de sedimentos em
suspensão
• Integradores verticais
• são operados deslocando-se na vertical com o uso de um guincho 1) descendo até o fundo; 2) subindo até a superfície (velocidade o mais constante possível e próxima a um valor previamente calculado)
• Amostrador pontual
• equipamente dispõe de uma válvula e pode ser aberto para coletar amostra de um ponto pré-determinado
Integradores verticais
• Amostra recolhida
representa uma média
de toda a vertical
US DH-59
Amostradores pontuais
• Dispõe de uma válvula
para abrir o bocal apenas
quando o equipamente
estiver corretamente
posicionado
• Fica coletando amostra
no mesmo ponto
• Permite conhecer perfil
de concentração na
Medição de concentração de
sedimentos finos
• figura 5.28 do livro Stream-hydrology
• Figura gustavo?
Sedimentos Arroio Dilúvio
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,01 0,10 1,00 10,00 Diâmetro (mm) Fr a ç ã o m e n o r ( % ) amostra 27 amostra 28 amostra 15 amostra 16 Sedimentos encontrados no fundo são mais grosseirosSedimentos encontrados nas margens são mais finos (suspensão)
36 amostras coletadas ao longo do mês de janeiro de 2001 Este período apresentou chuvas intensas freqüentes
e uma grande cheia, em que o arroio Dilúvio transbordou em alguns locais
Fórmulas para estimativa de
concentração ou descarga sólida
• Fórmulas de transporte por arraste
• Fórmulas de transporte por suspensão
Transporte de material do leito
• Existem muitas
fórmulas empíricas
para estimar o
transporte de material
do leito
• Diferentes hipóteses
básicas
• Ackers-White (1973)
• Engelund-Hansen
(1967)
• Brownlie
• Yang (1973)
Transporte de material do leito
• O que elas tem em comum?
• Baseadas em dados de
pequenos canais de
laboratório.
• Relacionam transporte com
características fundamentais
do escoamento,
preferencialmente com
adimensionais
• Ackers-White (1973) • Engelund-Hansen (1967) • Brownlie • Yang (1973)Equação de Yang
• Ackers-White (1973)
• Engelund-Hansen (1967)
• Brownlie
• Yang (1973)
areia seixosYang: areia ou seixo?
• D50<2 mm
• Use equação areia
• D50>=2 mm
Equação de Yang para areia
s s w U d w a1 5.435 0.286 log 0.457 log Onde:Cs é a concentração por peso em partes por milhão (ppm); d é o diâmetro (d50) dos sedimentos em metros;
ws é a velocidade de queda dos sedimentos de diâmetro d em m.s-1;
é a viscosidade em m2.s-1;
U é a velocidade de cisalhamento em m.s-1;
U é a velocidade média na seção em m.s-1;
S é a declividade da linha de energia;
Uc é a velocidade média para movimento incipiente dos sedimentos, dada por:
s c s w S U w S U a a Cs log log 1 2 s s w U d w a2 1.799 0.409 log 0.314 log
Uc na equação de Yang
66 . 0 06 . 0 d U log 5 . 2 w U s c para 1.2 U d 70 05 . 2 w U s c para 70 U dEquação de Yang para seixos
s c s s s s s w S U w S U w U 282 0 d w 305 0 784 2 w U 816 4 d w 633 0 681 6Cs . . log . log . . log . log log log
Aplicando equação de Yang
passo a passo
1. Definir d50.
2. D50 é areia ou seixo?
3. Calcule a velocidade média U e a
profundidade h
4. Calcule a viscosidade cinemática
5. Calcule a velocidade de cisalhamento U*
S
h
g
u
Aplicando equação de Yang
passo a passo
6. Calcule o número de Reynolds da partícula
d U
Aplicando equação de Yang
passo a passo
7. Calcular velocidade crítica para inicio de
movimento
s cw
U
usando 66 . 0 06 . 0 d U log 5 . 2 w U s c para 1.2 U d 70 05 . 2 w U s c para 70 U dAplicando equação de Yang passo a passo
8. Calcular
s s w U d w a1 5.435 0.286 log 0.457 log Onde:Cs é a concentração por peso em partes por milhão (ppm); d é o diâmetro (d50) dos sedimentos em metros;
ws é a velocidade de queda dos sedimentos de diâmetro d em m.s-1;
é a viscosidade em m2.s-1;
U é a velocidade de cisalhamento em m.s-1;
U é a velocidade média na seção em m.s-1;
S é a declividade da linha de energia;
Uc é a velocidade média para movimento incipiente dos sedimentos
s c s w S U w S U a a Cs log log 1 2 s s w U d w a2 1.799 0.409 log 0.314 log e, finalmente:
Aplicando equação de Yang passo a passo
9. Calcular Cs usando
Cs
10
log CsCs é a concentração por peso em partes por milhão (ppm);
É equivalente a mg/litro para concentrações não muito altas Qs (descarga de sedimentos) pode ser calculada por Qs = Q . Cs
Descarga de sedimentos (Qs)
• Qs é o produto da vazão Q vezes a
concentração Cs.
Descarga de sedimentos
• Cs em mg/l ou ppm • Q em m3/s • Então em Kg/s • Ou então em ton/dia1000
Cs
Q
Qs
0864 , 0 1000 24 3600 1000 Q Cs Cs Q QsExemplo
• Qual é a descarga de sedimentos (areia)
presentes no leito no caso de um rio com
declividade de 10 cm/km, 6 metros de
profundidade, 300 metros de largura e com
d50 de 0,5 mm?
1 – Considerações iniciais
• Vamos considerar:
– n=0.035
– Temperatura da água 20 C
– Seção transversal retangular
– Massa específica da areia de 2650 kg/m3
– Vale a equação de Yang
2 – Velocidade e vazão
• Usando Manning a Velocidade é
943
.
0
035
.
0
0001
.
0
6
2 1 3 2 2 1 3 2n
S
h
U
em m/s e a vazão é Q = U . A = U.B.h = 0,943.300.6 = 1698 m3/s3 – Viscosidade cinemática
• A viscosidade cinemática para T = 20 C é
obtida por:
• Resultando em 1,02 . 10
-6m
2/s
2 600021
.
0
03368
.
0
1
10
79
.
1
T
T
4 – Velocidade de queda
• A velocidade de queda das partículas pode ser calculada por
Jimenez e Madsen (2003) citado por Marcelo Garcia em Sedimentation EngineeringASCE 2007
1
S
B
A
D
R
g
v
N s onde N ND
R
g
D
S
4
Onde g é a aceleracão da gravidade (m.s-2)DN é o diâmetro nominal dos sedimentos: DN=D.0,9 (metros)
é a viscosidade cinemática da água 1.65
1000 1000 2650 s R A = 0,954 B = 5,12
4 – Velocidade de queda
• O resultado é: s m S B A D R g vs N 0,057 /5 – Velocidade de cisalhamento
s
m
S
h
g
u
0
,
0767
6 – Número de Reynolds da partícula
67 , 37 10 02 , 1 10 5 , 0 0767 , 0 6 3 d U7 – Velocidade crítica para início
de movimento dos sedimentos
• De acordo com a equação de Yang,
a velocidade crítica para o início
do movimento dos sedimentos
pode ser calculada por
66 . 0 06 . 0 d U log 5 . 2 w U s c para 1.2 U d 70 05 . 2 w U s c para 70 U d 67 , 37 d U
7 – Velocidade crítica para início
de movimento dos sedimentos
66 . 0 06 . 0 d U log 5 . 2 w U s c para 1.2 U d 70 67 , 37 d U 31 , 2 s c w U s m Uc 0,13