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Relações familiares na fronteira: a inserção do luteranismo norte-americano em Pelotas/RS do final do século XIX. 1

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Relações familiares na fronteira: a inserção do luteranismo norte-americano em Pelotas/RS do final do século XIX.1

Janaína Helfenstein Doutoranda em História pela Unesp-Franca

“Trabalho apresentado no VII Congreso de la Asociación LatinoAmericana de Población e XX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Foz do Iguaçu/PR – Brasil, de 17 a 22 de outubro de 2016"

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Introdução:

A presente proposta de apresentação de trabalho tem por objetivo empreender uma análise a respeito da implantação e posterior desenvolvimento no extremo sul do Brasil do Deutsche Evangelisch-Lutherische Synode von Missouri, Ohio und anderen Staaten – ou Sínodo Evangélico-Alemão de Missouri, Ohio e outros Estados (atualmente Igreja Evangélica Luterana do Brasil) para tanto, tencionamos realizar uma análise quantitativa e qualitativa das comunidades alemãs da região do atual município de Pelotas no Rio Grande do Sul. Este trabalho integra o projeto de doutorado intitulado: “Trânsitos Culturais nos trópicos: luteranismo, família e organização social no extremo sul do Brasil (séculos XIX e XX)”, que vem sendo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em História Social da Unesp, campus de Franca, que tem como foco principal a identificação e compreensão dos trânsitos culturais entre a população imigrante alemã, a população receptora rio-grandense, fortemente marcada pela presença de também imigrantes, mas de origem açoriana e escravos; e por fim, dos missionários norte-americanos que chegaram na região com o intuito de implantar uma nova vertente do luteranismo em território brasileiro.

A região em questão possuía características peculiares, uma vez que contava com uma gama de etnias e culturas distintas e que posteriormente passa a receber um novo contingente de imigrantes.

No nosso caso, São Lourenço possuía uma colônia encravada na Serra dos Tapes, literalmente rodeada por estâncias e fazendeiros, criando uma condição que de certa forma, é impar na configuração gaúcha, onde na maior parte das vezes, as colônias permaneceram afastadas ou isoladas da zona pecuarista. (BOSENBECKER, 2011, p. 27)

Assim, pretendemos analisar como se deu o trânsito cultural, ou o contato entre os novos imigrantes alemães e os já estabelecidos imigrantes açorianos, com os descendentes africanos ali localizados e principalmente, como os missionários norte-americanos que aqui se estabeleceram e que passam, a nosso ver, a agirem como intermediários culturais, uma vez que farão uma ponte entre a cultura dos imigrantes locais e a doutrina dessa nova vertente luterana. Assim, pensamos que esses imigrantes alemães estão inseridos num processo de circularidade ou reciprocidade entre as culturas, como problematizado por Peter Burke (2003, p. 32), e assim há a necessidade de uma intervenção que permita essa ligação.

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A partir disso, o uso do conceito de intermediários culturais proposto do Michel Vovelle será importante para a análise que nos propomos. O autor francês propõe que o papel de intermediário cultural pode ser desempenhado de maneiras distintas, dependendo nesse caso, da origem e até mesmo formação de seus representantes. Assim, duas diferenças básicas podem ser verificadas num intermediário cultural: os formados no núcleo da tradição popular, e, portanto, próximos a ela, e os que estão de fora dessa realidade, ou seja, vindos do exterior, mas se que propõe a uma inserção nesse meio. Os missionários norte-americanos podem ser enquadrados nessa última característica, sendo dessa maneira, responsáveis pelo trânsito entre as culturas de dentro e de fora, tanto da comunidade, como até mesmo do país.

Para tanto, propõe-se analisar as cinco primeiras comunidades que se filiaram ao sínodo norte-americano, na região do atual município de Pelotas, na localidade de São Pedro, a saber: Comunidade Evangélica Luterana Picada Bom Jesus e Picada Pomerana, Comunidade Evangélica Luterana de Santa Coleta, Comunidade Evangélica Luterana São Pedro, Comunidade Evangélica Luterana de Santa Helena e Comunidade Evangélica de Morro Redondo.

No final do século XIX, Pelotas já havia vivenciado seu auge, devido à produção de charque iniciada ainda em meados do século XVIII por famílias de reinóis oriundos das ilhas de Açores e Madeira. A produção charqueadora foi a responsável pelo crescimento acelerado da região da Província do Rio de Grande do Sul, e por que não dizer, do próprio Império português. Por localizar-se próxima de rios importantes para o escoamento da produção tanto de charque, couro e até mesmo do gado ainda vivo, Pelotas desenvolveu-se rapidamente. A produção do charque contou exclusivamente com a mão de obra escrava de origem africana para o seu desenvolvimento, estima-se que cada charqueada necessitava de pelo menos 80 cativos para a realização de todos os estágios de produção. Dessa forma, gerou uma grande concentração de população cativa na província. (MARQUES, 2011)

Mais tarde, a partir ainda da primeira metade do século XIX a Província do Rio Grande do Sul passa a receber um grande contingente de imigrantes de origem alemã que passam a compor esse cenário fortemente marcado pela importância e existência de uma hierarquia social determinada em grande parte pela elite charqueadora ainda presente na região, pelos costumes e tradições característicos do Antigo Regime e a mão de obra cativa de origem africana. Assim, o foco demográfico do trabalho incidirá sobretudo, na

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população imigrante de origem alemã e pertencente à religião luterana e que formaram colônias na região supracitada.

Para que possamos perceber os regimes demográficos desses membros dentro da comunidade utilizaremos os registros de batismos, confirmações, matrimônios e óbitos. Esses registros possibilitam traçar a trajetória das famílias a serem reconstituídas. A metodologia utilizada para a sistematização e análise dos dados obtidos é o método de Reconstituição de Paróquias proposto por Maria Norberta Amorim, pesquisadora portuguesa.

Baseado no método Fleury/Henry a metodologia proposta por Amorim também visa à construção de fichas em que os dados dos indivíduos extraídos dos registros paroquiais, como batismo, casamentos e óbitos são sistematizados, contudo, distanciando-se da metodologia francesa em alguns aspectos, como por exemplo, o método Fleury/Henry visa à reconstituição familiar, ou seja, a análise da família conjugal e a sua dinâmica de fecundidade marital; já o método português elaborado por Amorim trata especificamente do indivíduo, as fichas dizem respeito aos eventos em que o indivíduo esteve inserido, assim, permitindo uma reconstituição da vida particular e também comunitária de cada membro, além de permitir o cruzamento dos dados com outras fontes nominativas como Listas de Habitantes, Testamentos e Inventários.

Esta metodologia será fundamental para que possamos compreender a dinâmica populacional da comunidade, tendo em vista a riqueza de informações contidas nas fontes que compõem o corpus documental do projeto de doutorado em andamento, que permitem um trabalho de serialização de longo prazo, uma vez que “cada indivíduo é registrado com suas características pessoais e em cada momento vital de sua existência; e cada um deles integra uma serie cronológica de eventos, guardados em livros especiais e que cobrem uma localidade fisicamente bem demarcada – a paróquia”. (MARCÍLIO, 2004, p.16).

A documentação em questão está lotada no Instituto Histórico da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Todos os registros foram realizados originalmente em língua alemã, contudo, há alguns anos, o curador do acervo traduziu todos os registros para a língua portuguesa. Portanto, os atuais Livros de Registros se encontram em ótimo estado de conservação, são de fácil leitura, e possuem registros sequenciais sem interrupções. Dessa forma, as fontes permitem realizar uma serialização de longo prazo da população pertencente às comunidades já mencionadas.

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As balizas temporais que delimitam a pesquisa foram escolhidas a partir da documentação existente, portanto, tendo em vista que os primeiros registros encontrados datam de 1868. Pretendemos finalizar a análise na primeira década do século XX. A Demografia Histórica prevê a utilização de longos períodos para uma análise estatística, assim, poderemos verificar a dinâmica dessas comunidades no tempo.

Especificamente para esta apresentação de trabalho, nos deteremos às Comunidades “Picada Bom Jesus” e “Picada Pomerana”, localizadas na Colônia de São Lourenço, pertencente ao município de Pelotas. Por questões de tempo hábil, e devido a pesquisa estar ainda em andamento, apresentaremos resultados demográficos preliminares a respeito dos cinco primeiros anos das referidas comunidades, a saber: de 1868 a 1872.

O Sínodo de Missouri no Brasil

Até o final do século XIX, o catolicismo foi a religião oficial do Brasil; todavia, com a chegada dos imigrantes europeus, das mais diversas nacionalidades, e que trouxeram consigo culturas distintas e também novos ritos religiosos de matriz protestante, houve a necessidade de adaptação e possível aceitação desses novos credos. A Constituição de 1824 determinava em seu artigo 5º que: “A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo.”2 Dessa maneira, podemos considerar que era garantido aos não católicos a liberdade de confessar uma outra crença, atendidas as disposições legais. De qualquer forma, não ser católico neste período representava um estado de semi cidadania, uma vez que estes fiéis de outras igrejas não podiam gozar de todos os privilégios da cidadania.

De outra forma, é possível considerar que ser protestante neste período no Brasil representava passar por algumas dificuldades. Os três momentos mais significativos da vida de uma pessoa, nascimento, casamento e óbito deveriam necessariamente ser registrados e logicamente oficializados pela Igreja Católica para serem validados. Além disso, a Constituição também previa, no parágrafo terceiro do artigo 95, que “os que não professarem a Religião do Estado” não poderiam ser eleitores e tampouco eleitos para a Assembleia Geral e Conselhos de Província.

2 Constituicão Politica Do Imperio Do Brazil (De 25 De Março De 1824). Disponível em:

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Para que possamos compreender um pouco melhor o fenômeno do protestantismo brasileiro, é necessário frisar que este é classificado em três grupos distintos: Protestantismo de Imigração ou Étnico, Protestantismo de Missão e Pentecostalismo. (WIRTH, 2005) As vertentes protestantes são assim distinguidas de acordo com o caráter do trabalho realizado pela instituição religiosa, ou pela forma como esta se estabeleceu no país. Esta seção tratará, especificamente, da inserção e posterior estabelecimento da religião luterana no Brasil; esta, por sua vez caracteriza-se pela primeira tipologia, já que as primeiras comunidades surgiram entre os grupos étnicos de origem germânica.

Os primeiros luteranos que aqui chegaram vieram com as correntes imigratórias iniciais de alemães, ainda no primeiro quartel do século XIX.

Os imigrantes alemães evangélicos que no Brasil aportaram a partir de 1824 procediam não de uma, mas, basicamente, de três confessionalidades. O maior número, provavelmente, pertencia à confessionalidade luterana. Contudo, havia um bom número de pessoas adeptas de igrejas com tendências calvinistas e muitos eram da igreja unida, ou seja, da igreja alemã que comungava e unia as duas tendências teológicas, luterana e calvinista. (PORTELLA, 2006, p. 595)

Como a Constituição brasileira do Império não permitia aos imigrantes professar publicamente sua religião, muitos deixaram de praticá-la. Entretanto, podemos destacar que vários grupos se organizaram em comunidades e formaram “Igrejas Livres” – Freigemeinden – não institucionalizadas eclesiasticamente. Este é o caso das Comunidades da colônia de São Lourenço analisadas neste texto. No período correspondente ao nosso maço documental analisado, as comunidades Bom Jesus e Pomerana classificavam-se como Igrejas Livres.

Várias vertentes teológicas e confessionais eram agrupadas numa mesma comunidade, já que não havia uma divisão eclesiástica. A maioria dessas comunidades não possuía pastores ordenados; assim, pessoas da localidade, com um pouco mais de instrução faziam às vezes de sacerdotes.

Segundo Joachim Fischer,

havia entre eles condes e barões, mas também homens que mal sabiam ler e escrever. Em sua profissão original haviam sido oficiais e suboficiais, marinheiros, funcionários florestais, de correio, alfaiates, serralheiros, tecelões; havia também um ginasiano e um bom número de

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professores, que via de regra exerciam o pastorado ao lado de sua profissão letiva. (FISCHER, 1896, p. 39)

Estes, por sua vez, foram conhecidos como pastores-colonos; leigos que desempenhavam todas as funções de um pastor ordenado; realizavam os ofícios religiosos e ministravam os sacramentos. Com o passar do tempo, e da chegada de alguns pastores devidamente instruídos e ordenados, os pastores-colonos passaram a ser chamados de pseudo-pastores. Apesar de ter ocorrido também em outras Províncias, o fenômeno dos pastores-colonos foi muito recorrente na Província do Rio Grande do Sul.

Este período é chamado pelos pesquisadores especialistas nas religiões luteranas brasileiras de “Período Pré-Sinodal”, uma vez que não havia unidades confessionais e tampouco comunidades organizadas eclesiasticamente. Com o passar do tempo, esse isolamento das comunidades passa a dar lugar às primeiras tentativas de criação de grupos confessionais.

A tentativa de organização mais bem sucedida na Província do Rio Grande do Sul só foi efetivada no ano de 1886 com a criação de um sínodo independente, o “Sínodo Rio-Grandense”.3 Este sínodo “não se denominou como alemão nem tinha um claro enunciado

confessional em correspondência à sua constituição, mas referiu-se apenas em termos gerais à Sagrada Escritura e aos Escritos Confessionais da Reforma alemã.” (PRIEN, 2011, p. 98) Assim, o Sínodo recém-criado não possuía uma base confessional clara; no entanto, ficava subentendido que este sínodo pautava-se por uma identidade étnica sendo, portanto, alemão. Esta posição ficaria bem marcada, nos anos posteriores, com a nova denominação do sínodo em 1901 para Igreja Evangélica Alemã do Rio Grande do Sul. O Sínodo Rio-Grandense se definia como uma Igreja Cristã, Evangélica e Alemã:

Igreja Cristã em sua confissão a Jesus Cristo [...]; Igreja Evangélica por aceitar apenas a Bíblia como fonte de todo o conhecimento da fé cristã; uma Igreja Alemã não só no sentido de usar a língua alemã, mas também no sentido de conscientemente limitar-se à população de ascendência teuta em nosso Estado, mantendo laços espirituais com as Igrejas Territoriais Evangélicas da Alemanha e cultivando conscientemente o protestantismo de tipo alemão. (DREHER, 2005 p. 89.)

3Que em conjunto com outros três Sínodos, a saber: Sínodo Evangélico-Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados do Brasil (1905), Associação Evangélica de Comunidades de Santa Catarina e Paraná (1911), e Sínodo das Comunidades Evangélicas do Brasil Central (1912), formaram em 1962 o Sínodo Evangélico Luterano Unido, atual Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). (BAADE, 2007)

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Para conseguir unificar mais comunidades e, assim, atender um número maior de imigrantes alemães, o Sínodo Rio-Grandense instituiu a chamada “pregação itinerante”. Essa iniciativa se fez necessária principalmente em função da chegada de novas levas de imigrantes à região norte do território da Província do Rio Grande do Sul. Estes “pastores da diáspora” tinham a missão de convencer as muitas Freigemeindem ainda existentes e que eram resistentes a uma unificação, a se agregar ao sínodo.

Apesar de todos os esforços empreendidos pelo Sínodo Rio-Grandense, não foi possível uma presença maciça na Província; desta maneira, não havia atendimento a todos os imigrantes que se diziam luteranos. Uma alternativa à solução deste problema viria da opção missionária de uma vertente do luteranismo desenvolvida nos Estados Unidos da América, o Deutsche Evangelisch-Lutherische Synode von Missouri, Ohio und anderen Staaten – ou Sínodo Evangélico-Alemão de Missouri, Ohio e outros Estados (atualmente Lutheran Church Missouri Synod (LC-MS), A Igreja Luterana – Sínodo de Missouri).

O Sínodo de Missouri foi fundado no ano de 1847, por um grupo de imigrantes alemães oriundos da Saxônia, que por razões políticas e econômicas decidiram emigrar.4 É possível apontar também outro fator determinante para este movimento imigratório para a América, que foi o descontentamento com a unificação das Igrejas Luterana e Presbiteriana durante o período conhecido como “União Prussiana” cujos “[...] métodos para efetuar a união eram principalmente a celebração conjunta sobre o Sacramento e a introdução de uma nova liturgia neutra [...] e pela supressão de qualquer forte posição confessional e de opiniões desfavoráveis à união. (FORSTER, 1953, p. 16).”5

O sínodo recém-criado em solo norte americano posicionou-se de forma severa em seguir apenas os preceitos confessionais luteranos e a bíblia, ao contrário do que estava sendo proposto na Alemanha, e dessa forma, adotou como princípio: “Sem unidade doutrinária não pode haver unidade sinodal. E fiel a esta norma não se alia com outras igrejas enquanto estas não se posicionarem doutrinária e confessionalmente com ela.” (STEYER, 1999, p. 20)

Este posicionamento marcará profundamente os trabalhos deste sínodo em território brasileiro no início do século XX, e demonstra claramente que estes se

4 Para maiores informações a respeito da criação do Sínodo de Missouri ver: (FORSTER, 1953); (MEYER,

1964).

5 No original: “The methods of effecting the union were chiefly the joint celebration on the sacrament and the

introduction of a new, neutral liturgy […] by the suppression of any strong confessional position and of opinions unfavorable to the union”. (Tradução livre).

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reconheciam como detentores do “puro luteranismo”; dessa maneira, tendo uma identidade definida, portanto, através da doutrina. E para preservar esta identidade, o grupo utilizou-se do isolamento e do conservadorismo. Este último, presente na doutrina “missouriana” até hoje.

Rapidamente o sínodo expandiu suas fronteiras dentro dos Estados Unidos. Esta rápida e eficaz expansão permitiu que o Sínodo lançasse seu olhar para o grande contingente de imigrantes alemães estabelecidos no Brasil e que poderia ser um terreno fecundo para maiores expansões. Assim, no ano de 1900 foi enviado um pastor, Christian J. Broders, para o sul do Brasil, mais precisamente para a Província do Rio Grande do Sul. Este pastor veio com a função de prospector, ou seja, sua tarefa tinha a finalidade de avaliar as oportunidades missionárias no país. Sua missão teria um tempo determinado de no máximo dois anos, e suas impressões seriam decisivas para o estabelecimento ou não dos trabalhos do Sínodo em território brasileiro. Inicialmente, o trabalho proposto não teve um caráter de missão entre não cristãos, ou entre católicos. O motivo do trabalho não era a conversão à fé luterana, mas sim atender aos luteranos e pessoas que se denominavam luteranas. (REHFELDT, 2003) Nesse momento inicial dos trabalhos, a missão do sínodo seria, portanto, seletiva e excludente.

As primeiras impressões do prospector no norte da província do Rio Grande do Sul não foram animadoras; somente com sua ida ao sul do atual Estado – nos arredores da cidade de Pelotas, mais precisamente na localidade de São Pedro – que um grupo de imigrantes teuto-russos demonstrou interesse e um comportamento “mais afinado” aos preceitos do sínodo norte americano. Imediatamente o pastor decidiu começar ali uma comunidade, que contou inicialmente com a adesão de 17 famílias. A partir disso, novos pastores foram enviados e os trabalhos foram se expandindo. Novas comunidades foram fundadas, e outras acabaram por desligar-se do Sínodo Rio-Grandense.

Picada Bom Jesus e Picada Pomerana: duas colônias luteranas na região de Pelotas

Durante a segunda metade do século XIX, a antiga colônia portuguesa das Américas tornou-se o destino de milhares de imigrantes. Homens e mulheres oriundos das mais diversas nações europeias deixaram suas terras natais em busca de melhores condições de vida. A chegada de imigrantes europeus no Brasil, durante o século XIX, para se tornarem colonos em pequenas propriedades ou trabalhadores nas lavouras de café, em

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substituição aos cativos de origem africana, foi um índice importante do direcionamento político que o país tomara naquele momento. Nas províncias do Sul do Brasil – que receberam o maior contingente de imigrantes das mais diversas nacionalidades –, a colonização foi fortemente caracterizada pela agricultura familiar, organizada em pequenas propriedades voltadas exclusivamente para a produção de gêneros alimentícios.

Em todo o território nacional, nos últimos anos do governo Imperial, surgiram tentativas de promover a imigração através da iniciativa privada, uma vez que era muito oneroso aos cofres públicos subsidiar a vinda de mão de obra livre estrangeira. Nesse sentido foram criadas várias sociedades de imigração, e até mesmo alguns particulares, ou seja, pessoas com certa influência passaram a comprar terras e a organizar colônias de iniciativa particular.

Este é o caso das colônias fundadas na região agrícola de Pelotas, mais especificamente, a colônia de São Lourenço, localizada na Serra dos Tapes. Esta região foi composta, a partir de sesmarias doadas a portugueses e luso-brasileiros, que se assentaram às margens da Lagoa dos Patos, entre Arroio Grande (atualmente município de Turuçu) e o Rio Camaquã, formando assim as chamadas estâncias. (BOSENBECKER, 2012) A colônia propriamente dita, foi fundada entre os anos de 1857 e 1858 pelo empresário Jakob Rheingantz, que havia adquirido terras devolutas do Governo Imperial, comprometendo-se em demarcá-las e povoá-las com agricultores de origem germânica.

Comerciante experiente, Rheingantz reuniu no Sul do Brasil seus familiares, trazidos, aos poucos, da Europa, para auxiliar na construção da Colônia São Lourenço, até transferir toda sua família para o centro da colônia. Desde então, Jacob Rheingantz administrou o núcleo, associando-se a políticos, fazendeiros e outros moradores locais, para consolidar e ampliar seu negocio. (BOSENBECKER, 2012, p. 42)

De acordo com Edilberto Hammes (2010), os primeiros colonos a se aventurarem às terras brasileiras a partir da iniciativa de Rheingantz embarcaram em outubro de 1857, no porto de Hamburgo. Ao total eram 88 imigrantes que aportaram em Rio Grande em janeiro de 1858, (somente no primeiro ano de empreitada, mais de duzentos imigrantes se instalaram na região) e de acordo com a bibliografia, a relação dos primeiros imigrantes germânicos que se instalaram em São Lourenço do Sul eram provenientes de localidades como

Pomerânia, Hannover, Prússia, Hamburgo, Holstein, Kreutzmannshagen e Lübeck. No dia 18 deste mesmo mês, estes colonos já se encontravam em São Lourenço e tomavam posse das

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terras adquiridas do diretor da colônia, que era quem organizava as levas de imigrantes que chegavam e os distribuía, geralmente por ordem de chegada, e até mesmo os realocava, caso houvesse algum tipo de desagrado. Essas informações trazidas por Hammes foram retiradas e traduzidas de um livro produzido no início do século XX pelo filho do diretor da Colônia, Carlos Rheingantz. Um livreto, cujo objetivo era o de enaltecer a figura do pai empreendedor, mas que nos traz relevantes informações acerca da colônia, e dos imigrantes que ali se instalaram.

As primeiras picadas, na parte central da colônia, foram abertas entre 1858 e 1865, entre elas encontram-se: a Picada Moinhos e a Picada das Antas, depois a Picada Boa Vista – um importante entreposto comercial , seguida pela Picada Quevedos e Travessão Quevedos, e pela Picada Bom Jesus, que abrigou os primeiros colégios para pastores da região sul do Rio Grande do Sul. [...] Em seguida encontra-se a Picada Pomerana, que recebeu lotes a partir de 1866. [...] Cada uma dessas picadas possuía escolas, igrejas (grande parte delas improvisadas) cemitérios e pequenos comércios. (BOSENBECKER, 2011, p. 43)

A publicação de Rheingantz também trata de dados acerca da religiosidade desses primeiros imigrantes desembarcados e alocados em São Lourenço: “O número de habitantes, no ano de 1884, girava em torno de 9.000 almas; [...] Os colonos, em sua maior parte eram pomerânios que professavam o protestantismo e parte menor provinha da Renânia, em sua maioria católicos.” (HAMMES, 2010, p. 28) Como já mencionado, os imigrantes instalados na Serra dos Tapes foram trazidos por iniciativa particular, o que resultava em certas dificuldades, uma vez que não contavam com subsídio oficial do Estado para a construção de estradas, escolas e igrejas, por exemplo. O que anos mais tarde viria até mesmo a gerar uma revolta dos colonos imigrados contra o diretor da colônia.

Assim que se estabeleceram, os colonos foram se organizando, sobretudo, em relação aos seus ritos religiosos, e as primeiras comunidades foram organizadas a partir de iniciativa popular autônoma. Os colonos, majoritariamente luteranos, estima-se que dois terços dos colonos residentes em São Lourenço, eram de religião luterana, e assim que chegaram, procuraram manter a união comunitária.

Quando foi iniciado o povoamento da picada Bom Jesus Fortsetzung (ou Bom Jesus II, ou Alte Pommmernstrasse – Velha Estrada Pomerana – ou ‘Bom Jesus Continuação’, ou Querstrasse – estrada transversal ou, simplesmente, ‘travessão’), por imigrantes oriundos da Pomerânia, nos idos de 1863 até 1868, logo também se tratou da organização de uma

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congregação. Jacob Rheingantz, diretor e corretor de terras dessa zona, doou à congregação meia colônia de terra para a construção de uma igreja, tendo a congregação sido organizada a 10 de agosto de 1868, contando com a assinatura de trinta e oito fundadores. Como não havia pastores e professores, nem existiam eles nesse lugar, a congregação teve que apelar para os leigos. Uma outra antiga igreja luterana independente é a ‘Harmonia II’ que consta ter sido fundada em 1868. Inicialmente existente em outro lugar próximo ao atual, junto ao velho cemitério [...]. (HAMMES, 2010, p. 169-170)

Para este trabalho, abordaremos algumas das questões demográficas concernentes às Comunidades Bom Jesus e Pomerana, dados esses extraídos do “Livro Registro Paroquial das Comunidades de Bom Jesus e Pomerana” de 1868. Este livro foi lavrado por F. W. Merseburger em 01 de agosto de 1868 e foi inicialmente redigido em língua alemã. O livro esta lotado no acervo do Instituto Histórico da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) localizado em Porto Alegre, e no início dos anos dois mil foi integralmente traduzido para a língua portuguesa.

No referido livro constam os registros de batismo, casamento, óbitos e confirmações realizados nas comunidades até o ano de 1905, sem interrupções. Além das transcrições e traduções dos contratos de compra e venda e da escritura dos terrenos adquiridos pelos colonos para a construção da capela luterana.

Para o trabalho em questão vamos apresentar alguns dados preliminares, acerca dos batismos realizados nas referidas comunidades, entre os anos 1868, inicio dos registros, até o ano de 1873. Neste período de anos foram batizadas um total de 84 crianças. Nos registros de batismo constam as datas de nascimento e batismo da criança, o nome dos pais e o nome dos padrinhos.

Ao realizar pesquisas bibliográficas a respeito do tema e sobretudo da região de Pelotas e São Lourenço do Sul, me deparei com a dissertação de mestrado de Patrícia Bosenbecker, intitulada: “Uma colônia cercada de estâncias: imigrantes em São Lourenço/ RS (1857/1877), defendida em 2011 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em trabalho a autora se dedicou a estudar e compreender o processo imigratório e a formação das colônias em São Lourenço, bem como discorre principalmente a respeito da revolta ou motim organizado pelos colonos contra o diretor da Colônia. E por essa razão, tentarei fazer uma comparação dos dados de sua pesquisa.

Para a realização de seu trabalho, a autora teve acesso a uma vasta documentação, incluindo processos criminais, inventários e registros paroquiais da referida colônia. E

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realizou, ainda que preliminarmente, uma análise de algumas das famílias que se instalaram na localidade. E diante disso, ela construiu uma tabela a respeito dos batismos católicos realizados na colônia entre os anos de 1858 a 1863. Nesta tabela ela apresenta a data do batismo, o nome da criança, dos pais da criança, dos padrinhos e a página do livro que se encontra o registro. A autora menciona as dificuldades de descobrir a localidade de origem desses imigrantes, problema pelo qual também venho passando, uma vez que nos registros paroquiais não aparece essa informação. Nos registros de casamento, aparece a proveniência dos pais dos noivos, mas nem sempre podemos aferir com certeza se os nubentes nasceram naquela localidade, uma vez que na maioria dos registros analisados até aqui, nem a data de nascimento dos mesmos consta.

Para o universo dos católicos de São Lourenço e de acordo com as informações apresentadas por Bosenbecker, houve 44 batismos na localidade, conforme quadro abaixo. A autora ainda menciona que houve casos em que protestantes acabavam batizando seus filhos na igreja católica, mas que isso não representava uma conversão da família ao catolicismo. Provavelmente, por ainda não terem um templo, ou pastor e para não deixar de administrar o sacramento do batismo na criança, os protestantes acabassem por batizar na igreja católica, mas posteriormente, assim que as condições melhorassem, mantinham a crença de origem.

Ao longo da pesquisa podemos perceber que não ocorreu um erro ou equívoco nesses registros e descartamos a possibilidade de possíveis reconversões ou cortes profundos com crenças trazidas da Europa, uma vez que cada família protestante que aparece nos registros católicos registra apenas uma criança nesses livros, mas segue em anos posteriores, mantendo suas celebrações no culto protestante. É o caso dos Peil, que batizaram a primeira filha nascida no Brasil em uma religião diferente da que professavam. Mas, anos mais tarde, a menina faria a confirmação na igreja luterana. (BOSENBECKER, 2011, p. 51)

Mesmo não se tratando exatamente do mesmo período, é possível demonstrar alguns dos números encontrados na população luterana. Podemos ver no quadro abaixo que a comunidade luterana registrou quase que o dobro de registros de batismos num período de dez anos após o analisado por Bosenbecker. Isso provavelmente pode ser explicado pelo fato da população ter aumentado nesse intervalo, e como já mencionado anteriormente, os protestantes eram maioria na localidade. De acordo com os

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[...] relatórios dos Presidentes de Província, até 1861, existiam em São Lourenço apenas 431 colonos, mas, em 1863, estavam na colônia pouco mais de mil imigrantes, sendo que, até o fim de 1864, entrariam mais 330 pessoas no empreendimento de Rheingantz. Esses relatórios afirmam que a maioria desse contingente era de protestantes. [...] em 1860, quando havia apenas 213 moradores na Colônia São Lourenço, somente 87 seriam católicos e dez anos depois os cálculos de Mulhall apontavam que cerca de um terço da população professava essa religião. (BOSENBECKER, 2012, p. 57)

Mesmo não trazendo tantas informações a respeito dos batismos católicos, os dados extraídos por Bosenbecker nos permitem conhecer um pouco mais da localidade que os luteranos estão inseridos. No decorrer da pesquisa será necessário buscar as fontes que a pesquisadora teve acesso para assim poder preencher as lacunas existentes. Contudo, analisamos aqui, para o universo dos 84 batismos registrados, qual a idade em que as crianças eram levadas à pia batismal para receberem o sacramento.

Os cânones a respeito do Sacramento do Batismo estabelecidos pela Igreja Católica a partir do Concílio de Trento apresentavam um caráter geral em toda a Europa católica. Uma das principais determinações seguidas à risca era a administração do Batismo ao recém nascido o mais rápido possível.

[...] batizar o recém-nascido o mais cedo possível constitui, aos olhos da Igreja, o primeiro dever dos pais em relação aos filhos. [...] Durante muito tempo as autoridades eclesiásticas aceitaram períodos muito longos entre o nascimento e a administração do batismo. No final da Idade Média começam a preocupar-se com o destino de tantas crianças falecidas sem batismo, numa época em que uma em cada quatro morre antes de completar 1 ano, impondo aos pais o batismo dos filhos num curto espaço de tempo após o nascimento. (LEBRUN, 1998, p. 88)

Batismos Luteranos Ano Quantidade 1868 06 1869 20 1870 12 1871 13 1872 13 1873 20 Total: 84 Batismos Católicos Ano Quantidade 1858 04 1859 11 1860 05 1861 02 1862 13 1863 09 Total: 44

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Como podemos ver neste excerto, o batismo deveria ser realizado o mais rápido possível uma vez que as taxas de mortalidade eram muito altas, sobretudo, nas regiões rurais, e o medo que a criança morresse sem receber o sacramento de purificação do Batismo e não poder ascender ao Paraíso era generalizado. De acordo com a doutrina católica, por não receber o batismo, a criança não seria cristã, portanto, seu corpo deveria ser enterrado fora do solo consagrado do cemitério, e a sua alma seria condenada a permanecer no Limbo pela eternidade. “O batismo tornou-se o indispensável passaporte para o Além.” (LEBRUN, 1998, p. 88) Podemos considerar que o Limbo – que literalmente significa margem – consistia num patamar neutro, ou seja, não era propriamente o Céu para onde eram encaminhadas as almas das pessoas sem que receberam a salvação eterna, nem o Purgatório onde se encontravam as almas das pessoas arrependidas de seus pecados e que possuíam oportunidade de se prepararem para o Paraíso e tampouco, o inferno, onde o castigo eterno era administrado aos pecadores. A alma encaminhada ao limbo simplesmente permaneceria nesse local sem possibilidade alguma de mobilidade.

Em relação ao tempo que o sacramento do batismo deveria ser administrado na criança também podemos verificar diferenças entre as práticas católica e luterana. Como já mencionado, até meados do século XX a mortalidade infantil e neonatal era uma constante, dessa maneira, “[...] a criança deve ser levada logo à pia batismal, para assegurar sua saúde e sobrevida à primeira e mais difícil fase de sobrevivência.” (MARCÍLIO, 1986, p. 202) Assim sendo, de acordo com a doutrina católica, a criança deveria receber o batismo o quanto antes, “[...] no próprio dia do nascimento ou no dia seguinte, muito raramente dois dias depois.”(LEBRUN, 1998, p. 89) Até o final do século XIX havia uma determinação que a administração do sacramento do batismo deveria ser realizada tão logo a criança nascesse.

Entre os protestantes, mais propriamente dito, entre os luteranos podemos destacar que não havia a determinação de que o batismo fosse administrado imediatamente após o nascimento do bebê. Sugeria-se que as crianças nascidas durante a semana, fossem batizadas em conjunto no domingo seguinte durante a celebração do culto, antes da realização do sermão. (LEBRUN, s/d, p. 115) No entanto, para o universo dos 84 batismos pesquisados até o momento, foi possível verificar que as crianças eram levadas a receber o batismo com 25 dias em média (mais precisamente 24,9 dias). 29 crianças receberam o sacramento tendo entre 30 e 59 dias de nascimento, o que representou 34% dos batismos realizados. Sendo assim, podemos ver que a regra de batizar tão logo após o nascimento da

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criança não se aplica. Contudo, é necessário pensar que os serviços de culto em uma comunidade pequena não fossem regulares, podendo ter celebrações a cada quinze dias ou até mesmo somente mensalmente, ou também a falta de pastores ordenados prejudicava o bom andamento da administração dos sacramentos.

O presente texto configura-se como uma primeira experiência com as fontes que estão senso sistematizadas e inseridas no banco de dados e que irão compor a tese de doutoramento que venho desenvolvendo. Há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas esse exercício preliminar já nos possibilitou verificar algumas possibilidades de análise que as fontes nos trazem. Esse foi apenas o primeiro passo de uma longa jornada a ser trilhada pelos números contidos nos registros paroquiais e pelas histórias de vida que ali foram perpetuadas.

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Referências

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