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ISS CONFLITOS FISCAIS ENTRE MUNICÍPIOS RESUMO

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Academic year: 2021

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ISS – CONFLITOS FISCAIS ENTRE MUNICÍPIOS

Thamyris Alves Ferreira Leonardo Soares Francisco de Almeida Yohans de Oliveira Esteves Mariana M. da Costa L. Peixoto RESUMO

Estudos apontam conflitos entre municípios do Rio de Janeiro, Rio Bonito e Saquarema que oferecem incentivos no Imposto sobre Serviço (ISS), visando atrair empresas para sua região e de forma para melhoria da economia da arrecadação dos tributos. Neste sentido o objetivo geral do presente artigo visa realizar uma revisão de literatura sobre ISS nos municípios de Saquarema e do Rio de Janeiro tendo como objetivo específico realizar uma análise quantitativa e qualitativa através da fundamentação teórica que possibilitará ainda uma síntese dos resultados encontrados tanto pela literatura quanto na prática profissional. A metodologia utilizada na presente pesquisa foi documental, exploratória, explicativa e bibliográfica. De posse desses dados, foi possível chegar ao contexto do presente artigo que visa responder: Qual dos municípios estudados trazem vantagens para o Prestador em relação aos Impostos recolhidos? Quais suas desvantagens?

Palavras-chave: ISS. Base de cálculo. Alíquota. Guerra fiscal.

ABSTRACT

Studies indicate conflicts between municipalities of Rio de Janeiro, Rio Bonito and Saquarema offering incentives Tax Service (ISS), to attract businesses to their region and in order to improve the collection of taxes economy. In this sense, the general objective of the present article aims to perform an ISS on literature review in the municipalities of Saquarema and Rio de Janeiro with the specific objective to make a quantitative and qualitative analysis through the theoretical foundation that will also allow an overview of the results found by both the literature and in professional practice. The methodology used in this research was documentary, exploratory, explanatory and bibliographical. With this data, it was possible to reach the context of this article aims to answer: Which of the cities studied bring advantages for the provider in relation to taxes collected? What are its disadvantages?

Keywords: iss calculation base. Rate. Fiscal war.

1 – INTRODUÇÃO

O desenvolvimento deste artigo bibliográfico, em decorrência da complexidade técnico-conceitual da matéria envolvida, para uma melhor compreensão do tema, será iniciado com a definição de alguns pontos básicos sobre o Imposto sobre Serviços de Qualquer natureza (ISS) e das respectivas Leis dos Municípios do Rio de Janeiro, Rio Bonito e Saquarema, objetiva se estabelecer um parâmetro comparativo entre a tributação desse imposto, nos Municípios, na aplicabilidade prática da respectiva competência para legislar sobre matéria e qual a contribuição de tal autonomia

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legislativa no contexto das diversas polemicas entre os Municípios em questão, envolvendo essa tributação.

A Lei, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal e dá outras providências, estabelece como fato gerador a prestação de serviços constante numa lista de serviços, anexa à mesma, da seguinte forma:

Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. (LEI COMPLEMENTAR, 116 (Brasil, 2003, art.03). Cabe ressaltar que a competência para instituir impostos sobre serviços é atribuída aos Municípios pela Constituição Federal de 1988, como segue:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. § 3º - Em relação ao imposto previsto no inciso II do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas II -excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; III -regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Em decorrência dos termos da Constituição Federal, os municípios podem fazer suas próprias leis, no que se refere ao imposto sobre serviços, desde que elas não entrem em conflito com a Lei hierarquicamente superior.

Portanto, é de plena alçada dos representantes municipais, os Vereadores, analisarem essa matéria para estabelecer o que será melhor para o seu Município. Com essa visão e premidos pela necessidade, os municípios, principalmente os menores, precisam sempre angariar mais dinheiro, pois, somente com o Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) por este ser um imposto anual, não há como obter recursos suficientes para solucionar os problemas básicos da administração municipal e nem ajudar a população, o que torna imperiosa e indispensável a busca pela ampliação das fontes de receitas, dentre elas o ISS.

Por causa desse “desentendimento” de alíquotas e falta de fiscalização muitas empresas acabam indo juridicamente para o mesmo devido a menor tributação, redução de bases de cálculos e benefícios para empresa de prestação de serviço. Com isso é chamada a guerra fiscal – que se entende por disputas entre os municípios para atrair a esfera do domínio do investimento e/ou receita tributária e outros estados como o Rio de Janeiro que utiliza a alíquota máxima nas suas arrecadações.

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2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ressalto a importância deste trabalho pelo fato de que o ISS é uma fonte importantíssima, na composição da receita tributária dos municípios Brasileiros. Visando estabelecer um amplo grau de entendimento dos principais elementos conceituais diretamente relacionados ao contexto técnico do tema serão apresentados, preliminarmente, alguns conceitos, diretamente relacionados com o problema em estudo.

2.1 – Legislação Pertinente ao ISS

A Lei Complementar 116/03 tratou a questão com maior zelo e ajustando a definição do critério especial do princípio da qualidade ampliando as regras especiais (Art. 3º, I a XXII e §§ 1º e 2º). No caput do artigo, confirmou a regra geral do local do estabelecimento prestador para os demais serviços.

“[...] I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar; II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;

IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;

X – (VETADO)XI – (VETADO)XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa; XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa; XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. § 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se

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ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não. § 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia explorada” (Brasil, 2003 APUD, ART.03).

Observando as regras identifico com segurança que a partir dessa seleção foi definido que o imposto é devido aquele município onde os serviços foram executados, o que pode coincidir com o município sede do prestador dos serviços, do tomador ou de qualquer outro. Identifico também que só nos incisos I e XX a lei indica o estabelecimento tomador definir o local da prestação.

2.2 – A forma de Tributação

O ISS tem por objeto a prestação de serviços, tomado esse vocábulo no seu sentido econômico, tem também por objeto a prestação de serviços, assim considerada à operação habitual e econômica, de uma pessoa para outra, de venda de bens imateriais, com ou sem o fornecimento de material. Esse imposto incide também sobre o serviço pertinente.

A diferença entre fraude e erro, na contabilidade, está em sua intencionalidade. Quando a distorção dos dados é feita de maneira intencional, constitui-se fraude contábil.

2.3 – Competência tributária

É a atribuição dada pela Constituição Federal aos entes políticos do Estado, União, Municípios e Distrito Federal, da prerrogativa de instituir os tributos.

Segundo a professora Helane Cabral, no seu sitio na internet, na página, apesenta as seguintes espécies de competência:

 Exclusiva: é aquela que só pode ser exercida por um único ente político. Ex: empréstimos compulsórios que é de competência exclusiva da União

 Cumulativa: é aquela atribuída ao DF que pode legislar como Estado membro e como Município.

 Comum: é aquela exercida por todos os entes federativos indistintamente. Ex. taxas  Residual: é atribuída somente à União para instituir novos impostos além dos previstos na

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2.4 – Fato Gerador

A partir da Lei Complementar nº 116/03, o fato gerador do ISS é a prestação de serviços definidos na lista a ela anexa. Portanto, o contrato de serviços se configura pela obrigação da contratada em exercer um trabalho pré-determinado.

A título de exemplo, Lunelli (Portal tributário), diz que um serviço prestado no mês de abril e recebido em junho deve ser tributado de acordo com a ocorrência do fato gerador (prestação do serviço), portanto, no mês de abril, independente do seu recebimento ter ocorrido posteriormente, e no caso de o recebimento não ter ocorrido.

2.5 – Base de Calculo

A base de cálculo é o preço do serviço prestado. Entende-se, como tal, em princípio, o valor bruto auferido pelo fornecimento do respectivo trabalho.

Considerando o critério material possível constitucionalmente delineado, a base de cálculo do ISS não pode ser outra a não ser o preço do serviço.

2.6 – Alíquota

Com relação às alíquotas a CF/88 diz que os municípios devem instituir as alíquotas máximas e mínimas. Entretanto, a Lei Complementar nº 116/2003, estabelece no Art. 8º a alíquota máxima de 5%, sendo omissa quanto ao percentual mínimo.

É essa lacuna que permite aos municípios estabelecerem alíquotas efetivas menores que 5%.

2.7 – Contribuintes/Responsáveis

Conforme artigo 5º da Lei Complementar nº 116/2003 que o contribuinte é o prestador do serviço. Na condição da pessoa que fornece o trabalho, o contribuinte é o sujeito passivo da obrigação cabendo-lhe do ônus do pagamento do ISS.

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O ISS é devido no momento da prestação de serviço, nos termos do Código Tributário Nacional, nos seguintes termos:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existente os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.

Em alguns casos, é simples determinar o momento da incidência, pois o fato gerador e o momento da incidência ocorrem concomitantemente. Em outras circunstâncias, pode-se tornar mais complexo determinar esse momento.

Por exemplo: contrata-se uma empresa para o desenvolvimento de Software e levará o prazo de seis meses para ser concluído desde o seu início ao termino. Fizeram um contrato que ocorrerão pagamentos mensais de 10% do valor do contrato, ficando os 40% restantes para o final do período, acordado na aceitação do objeto contratual.

A partir deste exemplo o momento de incidência se dará com a consumação final do trabalho, após a conclusão e o aceite do objeto contratado. E os pagamentos mensais devem ser tratados como adiantamentos concedidos, sendo contabilizados, inclusive, como um passivo na contabilidade da empresa prestadora de serviços.

Caso haja a emissão da respectiva nota fiscal de prestação de serviços, antes do término do trabalho, o ISS será exigido pela fazenda municipal. Dessa forma, é recomendável que as partes observem esse fato na elaboração do contrato, deixando claro que os pagamentos intermediários são meros adiantamentos e que a nota fiscal de faturamento somente será emitida após o aceite do serviço executado.

2.9 – Retenção

A retenção é realizada quando os serviços prestados são diferentes do local do prestador (sede, filial, escritório). O imposto retido em operações intermunicipais é recolhido exclusivamente, para a prefeitura da localidade do serviço prestado, conforme as normas dessa municipalidade.

Conforme a Lei 116(Brasil, 2003, art. 03), incisos de I a XXII, o ISS deve ser recolhido no local do serviço prestado, independentemente de o estabelecimento ser no mesmo local (sede, filial, escritório). Sendo assim, deve ser retido nas seguintes situações:

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O tomador de serviço que contrata o serviço permanentemente em suas dependências, ou seja, o serviço é contratado para ser prestado diariamente, todos os dias do mês, uma terceirização da atividade junto a contratante, nesse caso, o ISS é devido no município do serviço prestado.

Outro fator importante para a retenção do ISS é o de que deve haver previsão de retenção na Lei do Município em que foi prestado o serviço, caso não haja previsão não é devida a retenção. Na prática, a empresa prestadora de serviço deve manter uma cópia da Lei municipal de todos os municípios que ele presta serviço, objetivando conhecer a legislação específica para a emissão da Nota Fiscal para saber se sofrerá retenção ou não.

2.10 – Guerra Fiscal

Segundo o site brasil escola, define a guerra fiscal como: a disputa, entre cidades e estados, para ver quem oferece melhores incentivos para que as empresas se instalem em seus territórios. Fazem com que grandes empresas decidam em qual município ficar.

Convém destacar que o país vive uma situação em que os contribuintes estão massacrados com uma pesada carga tributária, onde pequenas empresas são as que mais sofrem com ônus fiscal, fazendo com que optem por municípios que ofereçam vantagens.

Não são poucos os municípios brasileiros que, buscam aumentar as suas receitas próprias para se sustentar (educação, transporte público urbano, urbanização, saúde e outros...). Abaixo segue o entendimento:

Rio Bonito é a cidade pioneira no Estado do Rio de Janeiro, em Incentivos Fiscais. Desde 1998 oferece vantagens e descontos e isenções. O ISS chega a patamares de 1%. (RIO BONITO, SITE, 2001).

Diante da possibilidade de aliviar a carga tributária, muitos prestadores de serviço transferem suas empresas, alguns efetivamente, outros de uma forma fictícia.

Com a transferência de sua sede, faz jus ao benefício fiscal, porém continuam atuando e obtendo a maior parte de seu faturamento nas capitais e grandes cidades.

Mecanismo adotado por Saquarema para prestadores de serviços. Abaixo segue o entendimento:

O balneário de Saquarema, no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, ofereceu esse mecanismo aos prestadores serviços. Não chegam a 2% de sua alíquota com a mudança da sua base de cálculo permitem que eles paguem apenas 0,60%, enquanto a capital do estado cobra 5%. (Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

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Esse artifício utilizado pelo município de Saquarema em estipular a alíquota do ISS abaixo de 2% contribui para o aumento da guerra fiscal. Pois os demais municípios são lesados, uma vez que as empresas deixam de contribuir para seus cofres. Frisa-se que em alguns casos as sedes das empresas são alteradas apenas no papel, com o intuito de obter a redução da base de cálculos para que sua alíquota ao invés de 2% chegue a 0,60%.

Com tudo isso as empresas se beneficiam, pois, seu registro e sede continuam fisicamente no município de alíquota de 5%.

Analisando os exemplos acima a diferença no recolhimento entre os municípios mencionados, e o porquê da chamada guerra fiscal. A uma diferença excessiva nos valores a serem arrecadados, como está sendo demostrado abaixo e a economia de empresas instaladas em municípios de incentivos fiscais.

TABELA APURAÇÃO DO ISS

Apuração do ISS do Rio de Janeiro para Saquarema

Valor do ISS devido apurado Rio de Janeiro 7.500,00

Valor do ISS devido apurado Saquarema 900

Valor da economia 6.600,00

Apuração da alíquota real de ISS cobrada no Município Saquarema;

Valor do serviço prestado 150.000,00

Valor da base reduzida 70% 45.000,00

Valor do ISS devido apurado 900,00

Quadro 01 – Quadro de apuração do ISS do Rio de Janeiro e Apuração da alíquota real de ISS cobrada no município de Saquarema.

Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

Apuração da alíquota efetiva incidente sobre o serviço

% da alíquota ISS = (Imposto devido / Valor do serviço) x 100 % da alíquota ISS = (900,00 / 150.000,00) x 100

% da alíquota de ISS = 0,006 x 100 % da alíquota de ISS = 0,6% .

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“O município de Saquarema está vivenciando um surto de desenvolvimento na arrecadação do ISS, os responsáveis pela multiplicação de arrecadação foram: o técnico em planejamento e tributação Sérgio Ricardo Lopes de Moraes (executivo) e foi junto com então, prefeito Antônio Peres Alves. O programa caiu como uma luva em Saquarema. Com o benefício para as pequenas e micro empresas se instalarem aqui, a partir da lei que Peres criou, centenas de empresas atenderam ao chamado da Prefeitura local e se instalaram em Saquarema, passando a gerar uma receita fabulosa e multiplicadora. Todo crescimento foi gerado em torno deste projeto, que na época foi pouco compreendido e até chamado de projeto de criação de empresa “fantasma” ou empresa “virtual”. Mas não é o caso; a verdade é outra.” (SAQUAREMA, JORNAL 2005).

Conforme a reportagem, houve aumento das arrecadações e Saquarema pode sim, fazer suas melhorias e atender as necessidades da população. Baseado nessas informações Saquarema teve pontos positivos: Mais de 6.500 empresas estabelecidas pagando ISS; grandes empresas como: Indústria Forte Ferro de Aço, Wer comércio de plástico com suas sedes no município do Rio de Janeiro, partindo para Saquarema, para uma expansão e seus investimentos são altos, puderam gerar vários empregos, famílias passaram a ter uma melhor qualidade de vida e ganharam seus sustentos dignamente.

2.11 – A Importância do CEPOM

CEPOM (Cadastro de Empresas Prestadoras de Outros Municípios) é um cadastro criado para que uma empresa prestadora de serviços não domiciliado no município do Rio de Janeiro possa fornecer informações à Secretaria Municipal de Fazenda, comprovando que são domiciliados em municípios diferentes e não um praticante da evasão fiscal do ISS.

Criado por causa da grande diferença da alíquota efetiva de ISS que é cobrado em diferentes municípios. Disciplinando o fornecimento de algumas informações por empresas que prestarem serviços no município do Rio de Janeiro com emissão de documento fiscal autorizado por outro município e a responsabilidade tributaria atribuída ao tomador desses serviços

A importância da informação concernente ao domicílio da empresa e ao local do estabelecimento ocorre quando o legislador determina que as informações fornecidas pelo prestador de outros municípios prestem serviço para empresas domiciliadas no Rio de Janeiro.

3 – METODOLOGIA DA PESQUISA

Para Marconi e Lakatos (2006, apud Almeida, 2013), a escolha da metodologia está relacionada com o problema estudado, o objetivo da pesquisa e de outras questões de natureza investigativa.

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A presente pesquisa, quanto aos seus objetivos, caracteriza-se como:

 Exploratória: Uma vez que visa proporcionar uma visão do conceito e da utilização do ISS por meio da exploração de várias teorias acerca desta prática, bem como os prós e os contras de sua utilização, tendo como base também, uma ampla visão dos conflitos e comparação entre as suas alíquotas em municípios diferentes.

 Explicativa: Visto que descreve algumas das motivações que levam às entidades a adotar o CEPOM e explica como algumas técnicas podem alterar os valores dos tributos ajudando as empresas.

Quanto aos meios e procedimentos, caracteriza-se como:

 Bibliográfica: Tendo em vista a utilização e consulta de obras citadas e comentadas no presente estudo.

 Documental: Uma vez que, para a elaboração desta pesquisa, foram utilizadas leis e resoluções com informações relevantes ao tema, bem como publicações em revistas do segmento contábil, artigos internacionais, teses e dissertações técnicas.

Por meio da pesquisa bibliográfica e da análise documental, foi possível a realização de uma pesquisa exploratória e explicativa acerca do ISS e os Conflitos Fiscais entre Municípios e algumas técnicas para a redução de impostos, realizando assim, uma comparação entre as alíquotas de um município ao outro. Desta forma, foi possível chegar ao contexto desta pesquisa, elucidando as vantagens e desvantagens do cadastro do Cepom.

As principais motivações para a realização desta pesquisa foram a obtenção de maior conhecimento acerca desta prática contábil e de algumas de suas técnicas, os benefícios e malefícios que a mesma pode trazer às entidades que a adotam, bem como proporcionar um olhar mais crítico no que se refere à análise dos dados apresentados em demonstrativos financeiros.

4 – SÍNTESE DOS RESULTADOS

Através da seguinte pesquisa analisa-se que o imposto ISSQN é uma fonte importantíssima para a composição da receita tributária para os municípios. Junto com a Constituição Federal, os municípios podem fazer suas próprias Leis referente ao tributo ISS desde que as mesmas não entrem em conflito com a Lei Superior.

Descrita como renúncia fiscal do ente tributante com vista a atrair para o território o maior número possível de empresas. Com o intuito de alavancar as receitas com o ISS algumas prefeituras

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baixarem suas alíquotas do imposto. Essas geram inseguranças e dúvidas entre os contribuintes e administradores. Por ser um tributo que os municípios e o Distrito Federal podem exigir prestadores de determinados tipos de serviços. A origem do conflito encontra-se nas diferentes interpretações dadas ao termo de “estabelecimento prestador” dos serviços abrangidos pela cobrança do ISS.

Em pesquisa feita pelo CEPOM, verifica-se que a utilização altera completamente o valor do imposto. A imagem refletida na planilha mostra que a empresa a partir desse cadastro tem obtido resultados favoráveis o que é bom para o próprio município

TABELA ISS SEM CEPOM

MUNICIPIO ALIQUOTA $ SERVIÇO $ RETENÇÃO TOTAL RECOLHIMENTO

RIO BONITO $ SERVIÇO 2% R$

8.000,00 R$ 160,00 R$ 560,00 RECOLHIMENTO 5% R$ 400,00 RIO DE JANEIRO $ SERVIÇO 5% R$ 8.000,00 R$ 400,00 R$ 400,00 RECOLHIMENTO SAQUAREMA $ SERVIÇO 0,60% R$ 8.000,00 R$ 48,00 R$ 448,00 RECOLHIMENTO 5% R$ 400,00

TOTALIZAÇÃO DOS ENCARGOS PAGOS R$ 1.408,00

Quadro 02 – Tabela de cálculo do ISS sem o CEPOM. Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

TABELA ISS COM CEPOM

MUNICIPIO ALIQUOTA $ SERVIÇO $ RETENÇÃO TOTAL RECOLHIMENTO

RIO BONITO $ SERVIÇO 2% R$

8.000,00 R$ 160,00 R$ 160,00 RECOLHIMENTO 0% R$ 0,00 RIO DE JANEIRO $ SERVIÇO 5% R$ 8.000,00 R$ 400,00 R$ 400,00 RECOLHIMENTO SAQUAREMA $ SERVIÇO 0,60% R$ 8.000,00 R$ 48,00 R$ 48,00 RECOLHIMENTO 0% R$ 0,00

TOTALIZAÇÃO DOS ENCARGOS PAGOS R$ 608,00

Quadro 03 – Tabela de cálculo do ISS Com o CEPOM. Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

TABELA COMPARATIVA DE RECOLHIMENTO ISS COM OU SEM CEPOM MUNICIPIO RETENÇÃO SEM CEPOM RETENÇÃO COM CEPOM GANHO COM OPÇÃO PELO CEPOM

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RIO BONITO R$ 560,00 R$ 160,00 R$ 400,00

RIO DE

JANEIRO R$ 400,00 R$ 400,00 R$ 50,00

SAQUAREMA R$ 448,00 R$ 48,00 R$ 400,00

TOTALIZAÇÃO R$ 1.408,00 R$ 608,00 R$ 850,00

Quadro 04 – Tabela comparativa de recolhimento ISS com ou sem CEPOM. Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

Quadro 05 – Gráfico de ganhos das empresas que opta por o cadastramento no CEPOM. Fonte: Elaborado pela própria autora desse artigo (2016).

5 - CONCLUSÃO

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de competência dos Municípios e do Distrito Federal, em conformidade com a Constituição Federal 1988, os quais por legislação, estabelecem o fato gerador à prestação de serviços e as alíquotas máximas e mínimas. A Lei Complementar nº116/2003 aclarou inúmeras questões, como no caso da alíquota máxima de 5% e mínima de 2% sobre o valor dos serviços. O ISS aumentou significativamente sua importância entre os tributos municipais, havendo por parte das entidades uma grande precaução quanto a sua permanência na competência municipal.

O Art. 3º da referida LC, prevê que em regra geral, o “serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, o local do

R$ 0,00 R$ 200,00 R$ 400,00 R$ 600,00 R$ 800,00 R$ 1.000,00 R$ 1.200,00 R$ 1.400,00 R$ 1.600,00 SEM CEPOM COM CEPOM GANHO

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domicílio do prestador”. Com algumas exceções que estão previstas nos incisos do mesmo artigo, vários municípios que passaram a oferecer alíquotas reduzidas ou redução de base de cálculo, como Rio Bonito e Saquarema para as que empresas se instalarem em seus territórios e passarem a recolher lá o ISS.

Também como forma de incentivo fiscal, foi criado pelo município do Rio de Janeiro o CEPOM, que é um cadastro oferecido as empresas prestadoras de serviços de outros municípios para que possam oferecer informações a SEMFA, comprovando que são domiciliados em municípios diferentes daquele do serviço prestado e que não praticantes da evasão fiscal. Com o intuito de pagar menos ou não pagar, valendo-se da interpretação no sentido de ser o local devido no local do estabelecimento do prestador, muitos se inscrevem no CEPOM, a fim de reduzir essa duplicidade de retenção e pagamento.

De todos, o município de Saquarema atribui a seus contribuintes, relevantes vantagens de alíquota, sendo 0,60% sobre a base de cálculo, enquanto outros municípios oferecem uma variação de alíquota de 2% a 5%. Mais ainda assim, poderá sofrer desvantagens por ocasiões qualitativas e quantitativas das empresas ao erário municipal.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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