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Palavras chave: Contabilidade Governamental, Ciclos Políticos, Créditos Adicionais, Ano Eleitora, Mandato Eleitoral.

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Influência do Ano Eleitoral, da Mudança de Gestor Público e do Mandato Eleitoral sobre a abertura de Créditos Adicionais

JULIANO FRANCISCO BALDISSERA Universidade Estadual do Oeste do Paraná

RUY FERNANDES DA SILVA COSTA Universidade Estadual do Oeste do Paraná DENIS DALL ASTA Universidade Estadual do Oeste do Paraná

CLÓVIS FIIRST Universidade Estadual do Oeste do Paraná Resumo

O estudo objetiva analisar a influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais nos municípios do Paraná, no ciclo político de 2013 a 2016. Entre as justificativas do estudo, destaca-se o fato do assunto estar relacionado à abertura dos créditos adicionais, sendo uma lacuna aberta pela falta de pesquisas sobre esta variável, aprofundando com o estudo da Teoria dos Ciclos Políticos e suas relações com o orçamento público, de modo que sejam levantadas evidências que subsidiem estudos futuros. A pesquisa, classificada como documental, utilizou uma metodologia descritiva de abordagem quantitativa e os seus dados foram coletados exclusivamente pela internet no ano de 2017. Para cumprir com o objetivo, foi selecionada uma amostra composta pelos 399 municípios paranaenses nos anos de 2013 a 2016, mas devido a alguns dados faltantes, reduziu-se para 377 municípios, o que somou um total de 1508 observações. A pesquisa concluiu que as variáveis ano eleitoral, mandato eleitoral, ideologia política, coligação partidária e aspecto socioeconômico, exercem influência positiva e significativa na abertura de créditos adicionais pelos municípios paranaenses. Já a variável mudança de gestor público influencia de forma negativa na abertura de créditos adicionais. O uso de crédito adicional é utilizado em função do calendário eleitoral, justificado pela probabilidade de aumentar suas chances de reeleição para o próximo ano, de modo que o gestor preenche uma lacuna na sua programação inicial ou adapta a alocação de recursos às mudanças nas prioridades políticas. Os políticos recém-eleitos buscam sinalizar a sua competência em matéria orçamentária. A abertura de créditos adicionais é maior quando os gestores estão no primeiro mandato eleitoral.

Palavras chave: Contabilidade Governamental, Ciclos Políticos, Créditos Adicionais, Ano

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1 INTRODUÇÃO

O orçamento público além de ser um instrumento legal de alocação de recursos públicos, tem sido apresentado também como um instrumento fundamental para a compreensão das políticas públicas em qualquer país, sendo rico para pesquisas no campo das ciências econômicas, contábeis, administrativas e políticas, pelo fato de favorecer uma verificação empírica por parte dos pesquisadores que tem se interessado por esta área (Rocha, 2001).

O orçamento é um instrumento estruturante da ação governamental, pois traz a viabilidade das políticas públicas, tanto do ponto de vista econômico, quanto político, e que as decisões tomadas na área do orçamento têm uma forte correlação com as ideias centrais do mandato, repercutindo, assim, sobre toda a administração pública (Abreu & Câmara, 2015). Sakurai (2009), enfatiza que o comportamento da economia de um país é influenciado pelo comportamento dos seus agentes políticos.

Dentre as mudanças que ocorrem orçamento público, e que podem sofrer influências por parte dos agentes políticos, tem-se a questão dos Créditos Adicionais que segundo a Lei 4.320/64, de 17 de março de 1964, permite a alteração do orçamento público por meio dos Créditos Adicionais que são autorizações não computadas ou insuficientes dotadas na Lei Orçamentária Anual, sendo classificadas em Especiais, Extraordinários e Suplementares. Pires (2002) chama os Créditos Adicionais de mecanismos retificadores do orçamento.

Tais mecanismos de alteração do orçamento são considerados como perturbadores da execução orçamentária desde a época do Brasil Império, uma vez que são utilizados para cobrir falhas da fase do planejamento durante a sua execução, e trazem conflitos e disputas entre diferentes autores, como por exemplo, as agências governamentais, políticos, empresas, servidores públicos, grupos sociais, dentre outros, onde buscam maximizar a satisfação de seus interesses (Rocha, Marcelino & Santana, 2013).

Pelo fato de ocorrerem conflitos entre o principal (sociedade) e os agentes (gestor público), no que diz respeito ao gerenciamento sobre os recursos financeiros, físicos e humanos, é que se chega à Teoria dos Ciclos Políticos, onde procura explicar as consequências políticas das ações econômicas dos poderes executivos quando são levados a agirem em detrimento ao seu próprio interesse, como no caso das eleições (Queiroz, 2015).

Downs (1957), considerado como um dos precursores da Teoria dos Ciclos Políticos, avaliou a hipótese de que as políticas públicas são formuladas com base em interesses dos partidos políticos (votos). Argumenta ainda que cada agente da divisão do trabalho possui tanto um objetivo privado como uma função social, sendo que essa função social de executar políticas públicas é realizada como um subproduto do interesse particular do gestor público.

Dentre os fatores capazes de determinar a existência e magnitude dos ciclos político-orçamentários, podem-se citar três: ano eleitoral, mudança do gestor público e mandato eleitoral (Queiroz, 2017). O autor considera ainda que o ano eleitoral é um momento oportuno para os gestores manipularem variáveis fiscais com o objetivo de sinalizar competência e aumentarem as chances de recondução de seu grupo político ao poder.

Os governos municipais utilizam a dívida estrategicamente para influenciar o comportamento dos eleitores, ou seja, há uma manipulação do governo para influenciar os eleitores à medida que as eleições municipais se aproximam (Bastida, Beyaert, & Benito, 2013). A revisão do orçamento tem um grande impacto nas dotações orçamentárias, o que sugere mais atenção (Anessi-Pessina, Sicilia, &  Steccolini, 2012). O uso de créditos

adicionais está relacionado a problemas de recursos orçamentais comuns e da restrição orçamentária fraca (Martins & Correia, (2015)

Nesse sentido, observa uma relação do orçamento público, particularmente dos créditos adicionais, com a Teoria dos Ciclos Políticos, que segundo Fiirst et al. (2017), relaciona-se

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com comportamento dos gestores em decidirem utilizar os créditos adicionais como forma de realizarem ações que possam favorecer a sua reeleição.

Algumas pesquisas buscaram tratar do assunto sem, no entanto, enfatizarem o aspecto da abertura dos créditos adicionais, como foi o caso da pesquisa realizada por Queiroz (2017), onde investigou a influência do ano eleitoral, da mudança do gestor público e do mandato eleitoral sobre mudanças na composição dos gastos públicos nos estados brasileiros, concluindo que a mudança de liderança exerce influência positiva e significativa sobre as mudanças na composição dos gastos públicos.

Outra pesquisa foi realizada por Gonçalves, Funchal e Bezerra Filho (2017), sendo abordada a influência dos ciclos políticos nos investimentos públicos em infraestrutura, nos períodos de 2003 a 2014, e os resultados encontrados mostraram a existência de influência do ciclo eleitoral se forem consideradas as diferenças ideológicas interagindo com os ciclos eleitorais.

Ressalta-se, assim, a necessidade de se relacionar variáveis de ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral com alterações no orçamento, pois podem representar fatores que expliquem a abertura de créditos adicionais. Dessa forma, tem-se como problema de pesquisa: Qual a influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato

eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais? O estudo tem por objetivo analisar a

influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais.

Essa pesquisa se justifica pelo fato do assunto estar relacionado à abertura dos créditos adicionais, sendo uma lacuna aberta pela falta de pesquisas sobre esta variável, aprofundando com o estudo da Teoria dos Ciclos Políticos e suas relações com o orçamento público. Espera-se com este estudo contribuir com a literatura relacionada à Teoria dos Ciclos Políticos no que diz respeito ao orçamento público, ao se identificar como os créditos adicionais são influenciados pelo ano eleitoral, mudança do gestor público e do mandato eleitoral.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Teoria dos Ciclos Políticos

A Teoria dos Ciclos Políticos emerge de uma necessidade de se investigar de que forma as ideologias dos governantes e seus desejos de serem reeleitos influenciam na evolução da economia. Downs (1957), foi o precursor desta teoria onde procura propor uma teoria relacionada aos ciclos políticos a partir de uma lacuna na teoria econômica que não conseguiria integrar as ações de governo aos tomadores de decisão privados.

Buscando explicar como que os governantes são levados a agir em seus próprios interesses, foi que Downs (1957) estabeleceu cinco axiomas: (a) cada partido político é uma equipe de homens que procuram cargos políticos apenas para desfrutar da renda, prestígio e poder que a posição oferece; (b) o partido vencedor (ou coligação) tem o controle completo sobre as ações do governo até as próximas eleições; (c) os poderes econômicos do governo são ilimitados; (d) o único limite do poder governamental é que o partido do poder não pode restringir a liberdade política dos partidos da oposição ou dos cidadãos; e (e) cada agente no modelo comporta-se de forma racional em todos os momentos.

Partindo desses pressupostos, Downs (1957) estabeleceu uma hipótese central que define o comportamento dos partidos políticos através de seus interesses em ganhar votos, obter renda, poder e prestígios, formulando suas próprias políticas públicas.

Em 1975, Nordhaus, um dos pioneiros em estudos relacionados nesta área, identificou que os políticos exercem um comportamento “oportunista” quando estimulam a economia de

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um país às vésperas das eleições com a intenção de aumentar a probabilidade de reeleição, e em seguida procuram eliminar a inflação resultante dessa manipulação, gerando, assim, a recessão econômica.

Nordhaus (1975) também propôs um modelo conhecido na literatura como Political Business Cicle, que possui duas previsões importantes: (a) a escolha política dos eleitores tem desemprego menor e inflação maior do que o ponto ótimo; e (b) a política partidária ideal conduz a um ciclo político-econômico com desemprego e deflação nos anos iniciais, seguido por um boom inflacionário com a aproximação das eleições. Hibbs (1977) incorpora a variável “ideologia partidária”, onde considera que os partidos políticos procuram se manter no poder para implementar suas ideologias, a fim de beneficiar determinado grupo de eleitores que o apoiou.

Estudiosos como Rogoff e Sibert (1988) partem da premissa de que os eleitores possuem um comportamento racional, que se difere dos fundamentos teóricos da teoria dos ciclos políticos. Os autores argumentam ainda que os ciclos eleitorais, em determinadas variáveis macroeconômicas, tais como impostos, gastos governamentais, déficits e crescimento econômicos, derivam de assimetrias temporárias de informação. Os autores partem da premissa de que o governo observa um indicador de desempenho antes dos eleitores.

Uma outra vertente da Teoria dos Ciclos Políticos emerge no final dos anos 80. Tratam-se dos estudos repreTratam-sentados nas pesquisas de Alesina (1987) e Alesina e Sachs (1988), onde levam em consideração algo mais além do fato de que os eleitores são plenamente racionais, como citado por Rogoff e Sibert (1988), e que os partidos políticos quando estão no poder, direcionam suas ideologias a fim de implementá-las.

2.2 Estudos Anteriores e Hipóteses de Pesquisa

Este estudo propõe-se a avaliar a influência do ano eleitoral, mudança do gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais. Para tanto, é necessário conhecer as discussões e evidências empíricas obtidas em estudos anteriores, a qual permitirá desenvolver as respectivas hipóteses de pesquisa.

2.2.1 Ano eleitoral e Créditos Adicionais

A Teoria dos Ciclos Políticos argumenta que os gestores públicos possuem tanto um objetivo privado como uma função social, sendo que essa função social seria realizada como um subproduto do interesse particular deste gestor (Downs, 1957). O ano eleitoral pode ser um momento em que o gestor público comporta-se oportunamente e realize uma execução orçamentária apropriado aos seus fins.

Alguns estudos já buscaram verificar o comportamento de diversas variáveis em função do ano eleitoral (Veiga & Veiga, 2001; Sakurai, 2005; Shi & Svenson, 2006; Salvato, Antunes, Araujo Junior, & Shikida, 2007; Carvalho & Oliveira, 2009; Ebeke & Ölçer, 2013; Anessi-Pessina et al., 2012; Martins & Correia, 2015).

Em estudo realizado com municípios portugueses, Veiga e Veiga (2001) testaram, com o uso de dados em painel, durante o período de 1970 a 2000, a existência de ciclos político-econômicos nesses entes. Os resultados demonstraram, assim como é proposto pela teoria, em anos eleitorais os governantes aumentaram déficits e despesas municipais. Entre os aumentos percebidos, observou-se que foi mais significativo nas rubricas preferidas pelo eleitorado.

Não diferente do estudo de Veiga e Veiga (2001), encontrou-se resultado semelhante com a pesquisa desenvolvida por Sakurai (2005). Este autor avaliou 572 municípios paulistas no período de 1989 a 2001, os resultados também revelaram impulsos positivos nas despesas

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orçamentárias em anos eleitorais. Outra constatação do autor, observou-se distinções partidárias sobre a forma pela qual os recursos são alocados entre as funções orçamentárias avaliadas pelo estudo.

Outra discussão percebida entre os estudos é a diferenciação dos ciclos em economias desenvolvidos para aqueles ainda em desenvolvimento. Shi e Svenson (2006) buscou explorar a diferença entre os ciclos para esses dois tipos de economias. Eles perceberam que, em média, o déficit aumenta em quase 1% em anos eleitorais, mostrando-se mais expressivo em nações onde tem-se eleitores menos informados. As diferenças institucionais entre os países foram consideradas impulsionadoras da ocorrência dos ciclos.

Também considerando o contexto e as características que o país está inserido, Salvato et al. (2007) buscaram verificar o comportamento oportunista em período pós-redemocratização da economia brasileira. Para tanto, utilizaram um período de 1985 a 2006 através de um modelo com componentes auto-regressivos e de média móvel, perceberam que havia um comportamento cíclico, em que se alterava após o fim dos processos eleitorais. Portanto, concluíram que havia comportamento oportunista dos formuladores de políticas econômicas, em que aumentavam os gastos públicos em momentos de ano eleição e depois estagnavam novamente após passado este período.

Carvalho e Oliveira (2009) observaram o orçamento e balanços públicos das prefeituras fluminenses no período de 1998 a 2006. Os resultados do sugeriram que o calendário eleitoral exerce influência significativa sobre o comportamento dos prefeitos. Adicionalmente, também observaram que os gestores realizam superávits financeiros nos anos anteriores às eleições para poder “descarregar” esse excesso no ano eleitoral. Outra evidência constatada pelos autores, é que se o Prefeito pertence a mesma coligação partidária do Presidente, significa uma redução dos gastos, o que sugere um “pacto de ajuste fiscal” entre níveis de governo.

Anessi-Pessina et al. (2012), utilizando-se de uma amostra de municípios italianos, verificaram a revisão do orçamento é fortemente influenciado pelo grau de incrementalismo do processo orçamentário inicial, assim como variáveis políticas, como é a proximidade do ano de eleição e a ideologia política. Entretanto, a ideologia política não se mostrou significativa com a alteração do orçamento.

Considerando os países com baixo nível de renda, Ebeke e Ölçer (2013) investigaram o comportamento das variáveis fiscais durante e após as eleições. Os resultados indicam que, durante os anos eleitorais, o consumo governamental aumenta significativamente e leva a maiores déficits fiscais. Durante os dois anos seguintes às eleições, o ajuste fiscal assume a forma de maior mobilização de receitas nos impostos comerciais e cortes nos investimentos governamentais, sem cortes significativos no consumo do governo.

Investigando os determinantes econômicos, políticos e institucionais do desvio da despesa total de 278 municípios de Portugal, Martins e Correia (2015) observaram uma relação positiva significativa entre o ano de eleição e os desvios da despesa. Os autores concluíram que os gestores públicos adotam um comportamento mais despesista em período eleitoral

Diante desse contexto, percebe-se que o ano eleitoral influencia de forma positiva a execução orçamentária (Veiga & Veiga, 2001; Sakurai, 2005; Shi & Svenson, 2006; Salvato, Antunes, Araujo Junior, & Shikida, 2007; Carvalho & Oliveira, 2009; Ebeke & Ölçer, 2013). Apesar de não encontrar estudos que relacionem diretamente a abertura de crédito adicional com o ano eleitoral, tão somente os estudos de Anessi-Pessina et al. (2012) e Martins e Correia (2015) demonstraram uma abordagem mais semelhante, espera-se que esse instrumento de retificação orçamentária seja utilizado com fins políticos da mesma forma pelos gestores. Para tanto, tem-se a primeira hipótese de pesquisa.

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H1: O ano eleitoral exerce influência positiva e significativa na abertura de créditos adicionais nos municípios paranaenses.

2.2.2 Mudança de Gestor Público e Créditos Adicionais

Outra variável que alguns estudos também têm abordado é a mudança do gestor público. Os gestores públicos em exercício têm um incentivo para priorizar as despesas com itens fiscais clientelistas que podem garantir a reeleição ou sobrecarregar potenciais candidatos com questões politicamente não tão bem vistas, como a abertura de créditos adicionais e outros tipos de gastos (Sáez, 2016). Assim, a mudança de gestor público pode ser uma característica que pode influenciar a abertura de créditos adicionais.

Alguns estudos já abordaram essa temática em contextos semelhantes (Alesina, 1987; Budge & Hofferbert, 1990; Preussler & Portugal, 2002; Tsebelis & Chang, 2004; Jones &

Olken, 2005; Brender & Drazen, 2013).

Uma das vertentes da Teoria dos Ciclos políticos é a que questiona a interação entre policymakers e eleitores. Esta vertente considera algo mais além do fato de que os eleitores são plenamente racionais e que os partidos políticos no poder direcionam suas ideologias com o objetivo de implementá-las (Alesina, 1987). A presença no poder de um determinado partido político ou gestor público pode justificar a condução política econômica e/ou fiscal, deixando a margem a questão cíclica oportunista (Preussler & Portugal, 2002),

Budge e Hofferbert (1990) investigaram a relação entre as plataformas eleitorais e as ações governamentais nos Estados Unidos. Estes autores partem do pressuposto que os partidos políticos estão vinculados, moralmente e por temor de represálias nas próximas eleições, às ações contidas em suas plataformas eleitorais. O estudo confirmou o que esperava, isto é, os partidos políticos e os gestores públicos executam as políticas públicas para as quais foram eleitos.

Outro estudo realizado por Tsebelis e Chang (2004) investigou se as mudanças de governo alteram a composição orçamentária. Para tanto, os autores abordaram 19 países da OCDE durante o período de 1973 a 1995. As evidências do estudo demonstraram que a mudança da composição do orçamento está relacionada positivamente às diferenças ideológicas entre o governo atual e do ano anterior, isto é, mudanças significativas na composição do governo de um ano para o outro provocam mudanças significativas na composição do orçamento.

Jones e Olken (2005) avaliaram a morte do gestor público como efeito exógeno de mudança de liderança sobre o desempenho econômico. Foi identificado 57 mudanças de líderes no período de 1945 a 2000. Os resultados do estudo indicaram que as transições de liderança são importantes para o crescimento do PIB real per capita em um país. Entretanto, a mudança de líder não exerceu influência significativa sobre o crescimento das despesas públicas.

Outro estudo, em que mais se aproxima da análise de abertura de créditos adicionais, analisou o papel das variáveis políticas na explicação das previsões orçamentárias e os respectivos erros (Beetsma et al., 2009). O estudo traz duas conclusões empíricas importantes: (1) as previsões do saldo orçamentário são mais otimistas quando elaboradas por um partido recém-chegado ao governo, visto que os políticos pretendem sinalizar a sua competência em matéria orçamentária; e (2) a instabilidade política e as mudanças ideológicas de governos de direita para governos de esquerda contribuem para erros de previsão do saldo orçamentário maiores e negativos.

Por fim, discutindo novamente a composição do orçamento público e não o gasto total sob a ótica da manipulação eleitoral, Brender e Drazen (2013) com dados de 71 democracias entre 1971 a 2009, não obtiveram evidências de mudanças significas na composição do

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orçamento em curto prazo. Já para o médio prazo, a liderança política parece estar associada a mudanças na composição orçamentária, isto apenas em democracias consolidadas. Nas jovens democracias, as eleições influenciaram o nível de gasto.

Assim, observa-se que mudanças na composição do governo e da liderança política afetam a composição do orçamento (Tsebelis & Chang, 2004; Brender & Drazen, 2013) e o cenário econômico (Jones & Olken, 2005). Também observando os pressupostos teóricos elencados (Alesina, 1987; Budge & Hofferbert, 1990; Preussler & Portugal, 2002), apesar de não observar, novamente, estreita relação com a abertura de créditos adicionais (Tsebelis & Chang, 2004; Jones & Olken, 2005; Brender & Drazen, 2013), com exceção do estudo de

(Beetsma et al., 2009), a segunda hipótese de pesquisa é a seguinte.

H2: Mudança de gestor público municipal exerce influência positiva e significativa sobre a abertura de créditos adicionais dos municípios paranaenses.

2.2.3 Mandato Eleitoral e Créditos Adicionais

O mandato eleitoral também é uma variável importante nas pesquisas. Existe a prática oportunista do gestor quando ele busca a reeleição (Queiroz, 2017). Alguns estudos já trouxeram essa evidência em seus estudos (Meneguin & Bugarin, 2001; Brender & Drazen, 2003; Araujo Junior, Cançado, & Shikita, 2004; Brender & Drazen, 2005; Nakaguma, 2006; Sakurai & Menezes Filho, 2008; Vicente & Nascimento, 2012; Klein & Sakurai, 2015; Queiroz et al., 2016; Queiroz, 2017)

No modelo chamado de ciclos políticos oportunísticos, Meneguin e Bugarin (2001) trazem que um governante tende a maximizar suas ações dentro de um mandato, sem se preocupar com os efeitos futuros, caso não tenha a possibilidade de reeleição. Assim, estes autores e também Nakaguma (2006), defendem a reeleição como uma forma de contenção de gastos.

Araujo Junior et al. (2004) buscaram analisar a relação entre a probabilidade de reeleição e algumas variáveis de controle fiscal e político da economia. Os resultados demonstraram que a probabilidade de reeleição diminui à medida as despesas aumentam. De forma contrária, essa probabilidade de reeleição aumenta quando as receitas aumentam e quando o partido político do governador é o mesmo do presidente.

Com o objetivo de buscar investigar o comportamento do endividamento em função do mandato eleitoral, especificamente a reeleição, Brender e Drazen (2008), utilizando de dados de 74 países, durante o período de 1960 a 2003, não obtiveram comprovações em nenhuma nação do grupo estudado de que o endividamento crescente ajuda a reeleição. Não verificaram diferenças significativas entre as nações nem quando comparadas segundo o grau de desenvolvimento. Portanto, esses resultados mostram-se contrários.

Utilizando-se de dados em painel de 2.000 municípios brasileiros entre os períodos de 1988 e 2000, Sakurai e Menezes Filho (2008) verificaram os nexos entre as eleições e gastos como despesas total, corrente e investimento. Os resultados indicaram que maior gasto público durante o período influenciava a reeleição dos prefeitos ou a manutenção do partido no poder. Vicente e Nascimento (2012) observaram, também, que os governantes se comportam de maneira oportunista através de manobras de política fiscal quando buscam a reeleição.

Klein e Sakurai (2015) buscaram captar os efeitos limitadores nas tentativas de reeleição. Os pesquisadores observaram diferenças significativas na execução orçamentária entre os postulantes a mais um período e outros impedidos de tentar a reeleição. Durante eleições, prefeitos em primeiro mandato tendem a diminuir impostos e alterar a composição

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do orçamento, privilegiando expansões de despesas de capital e diminuindo as despesas correntes, ao mesmo tempo em que não se alterava o total orçamentário.

Em relação semelhando ao acerto orçamentário, Martins e Correia (2015) observaram nos municípios português que quando o presidente da Câmara está em função há três ou mais mandatos, os desvios negativos da despesa são menores, visto que as previsões são menos otimistas.

Por último, os estudos de Queiroz et al. (2016) e Queiroz (2017) avaliaram a influência do mandato eleitoral sobre a política fiscal e a composição dos gastos públicos dos estados brasileiros. Apesar do pressuposto de que os gestores se comportem de forma oportunista em relação aos que estão em segundo mandato com o interesse de permanecer no poder, o estudo de Queiroz et al. (2016) somente obteve relação significativa e negativa quando associado aos gastos com investimento, já o estudo de Queiroz (2017) não obteve relação significativa entre o mandato eleitoral e a composição dos gastos públicos.

Apesar dos estudos de Queiroz et al. (2016), Queiroz (2017) e Brender e Drazen (2008) não obterem evidência que suportem a relação entre o mandato eleitoral e a execução orçamentária, mas considerando as evidências empíricas e teóricas de Meneguin e Bugarin (2001), Araujo Junior et al. (2004), Nakaguma (2006), Sakurai e Menezes Filho (2008), Klein e Sakurai (2015) e Martin e Leonida (2015), espera-se que exista uma relação entre o mandato eleitoral e a abertura de créditos adicionais. Para tanto, tem-se a terceira hipótese.

H3: O mandato eleitoral exerce influência significativa e positiva sobre a abertura de créditos adicionais nos municípios paranaenses.

A partir desse levantamento empírico e teórico de outras pesquisas, a próxima seção demonstra o delineamento metodológico utilizado neste trabalho.

3 METODOLOGIA 3.1 Amostra da Pesquisa

Esta pesquisa classifica-se como descritiva, utilizando-se de dados documentais, através de uma abordagem quantitativa para analisar a influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais. O objeto deste estudo consiste nos municípios paranaenses, visto a acessibilidade de dados contábeis, orçamentários e sobre as características políticas e eleitorais. Para tanto, delimitou-se de 2013 a 2016 já que se trata do período em que se tem disponível os dados necessários para todas as variáveis deste estudo.

A amostra da pesquisa consiste nos 399 municípios paranaenses nos 2013 a 2016, mas devido a alguns dados faltantes, reduziu para 377 municípios, o que somou o total de 1508 observações. Apesar de não se obter mais de um ciclo eleitoral, acredita-se que pelo número de observações será suficiente para estimar as relações esperadas.

O processo de coleta de dados ocorreu exclusivamente pela internet no ano de 2017. Os dados referentes à abertura de créditos adicionais foram coletados do site do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). As informações eleitorais foram obtidas do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por fim, a população dos estados foi coletada do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As variáveis dependente, explicativas e de controle, estão evidenciadas na Tabela 1, a qual identifica a classificação, descrição e relação esperada de acordo com a literatura.

Tabela 1 – Descrição das Variáveis da Pesquisa

Descrição Código Classificação Descrição Relação Esperada VAR IÁ VEL DEPE N D EN T E Créditos Adicionais CA LN

Logaritmo natural das autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei do Orçamento VAR IÁ VE IS EXPL ICATIVAS

Ano Eleitoral AE 1 0 Se for ano de eleição. Se não for ano de eleição. +

Mudança de Gestor

Público MGP

1 Prefeito do município é diferente do ano anterior.

+

0 Prefeito do município não é diferente do ano anterior.

Primeiro Mandato

Eleitoral PME

1 Prefeito do município exerce o primeiro mandato eleitoral.

+

0 Prefeito do município não exerce o primeiro mandato eleitoral.

VAR IÁ VE IS DE C ONTR O LE Esquerda ESQ 1

Se o partido político do prefeito é

de esquerda. +

0 Se o partido político do prefeito não é de esquerda.

Direita DIR

1 Se o partido político do prefeito é de direita.

-

0 Se o partido político do prefeito não é de direita.

Coligação

Partidária CP

1 Se o partido do prefeito pertence à coligação do Presidente.

+

0 Se o partido do prefeito não pertence à coligação do Presidente.

População POP LN Logaritmo natural da população +

Fonte: Os Autores (2017)

A variável dependente consiste no valor utilizado pelo ente municipal para a abertura de crédito adicional. O crédito adicional é utilizado para resolver a imprevisão na elaboração orçamentária (despesas já previstas no orçamento) e a inexistência de crédito orçamentário (despesas não previstas no orçamento) (Giacomoni, 2005). Portanto, considerando as justificativas teóricas da Political Budget Cycles segundo Rogoff (1990), espera-se que a prática de abrir crédito adicional, seja por imprevisão ou por inexistência, possa ser utilizada com fins eleitorais, em que o governante distorceria a política fiscal pré-eleitoral de forma a aumentar sua probabilidade de reeleição.

As variáveis explicativas deste modelo foram construídas conforme os estudos de Queiroz (2015), Queiroz, Souza, Morais e Silva (2016), Queiroz (2017). Elas consistem em variáveis dummies que indicam se o gestor público (prefeito) tem determinada qualidade ou não. Verificou-se que nos estudos anteriores a maioria deles não abordava a relação entre os fatores políticos e a abertura de crédito adicional, por isso este estudo se justifica e busca avançar nesse sentido.

A variável AE busca verificar a influência do ano eleitoral, isto é, caso seja ano de eleição, sobre o CA. A variável MGP objetiva identificar a influência da mudança de prefeito

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dos municípios sobre o CA. Por fim, a variável PME busca identificar qual o efeito do primeiro mandato eleitoral sobre o CA.

Outras variáveis também se mostram importantes e explicam o orçamento público, estudos como os de (Arvate, Mendes & Rocha, 2010; Carvalho & Oliveira, 2009; Sakurai, 2009; Sakurai & Menezes, 2011; Vicente & Nascimento, 2012) apresentam outros fatores que também influenciam os gastos públicos, consequentemente, a abertura de créditos adicionais.

As variáveis ESQ e DIR consistem no viés ideológico dos partidos dos prefeitos municipais, em que se pretende relacionar com a abertura de créditos adicionais. Utilizou-se as pesquisas de Sakurai (2009), Sakurai e Menezes (2011) e Klein e Sakurai (2015) para definir o viés ideológico dos partidos. Assim, tem-se que os partidos de centro são o PMDB, PSDB, PROS, PSD e PTB, os partidos de esquerda são PT, PC do B, PSB, PPS, PDT e PMN, já os partidos de direita são PFL, PP e DEM.

A variável CP busca verificar a influência política do presidente, quando o partido político do prefeito for o mesmo que o do presidente, sobre o CA. Assim, tem-se que quando houver igualdade entre a coligação partidária entre o prefeito e presidente, classifica-se como 1, e 0 quando não houver. Por último, tem-se a variável POP que busca identificar a influência de características demográficas sobre a abertura de créditos adicionais. Utilizou-se o logaritmo natural para mensurar a população dos municípios brasileiros.

3.3 Modelo Econométrico

Para verificar a influência das variáveis independentes sobre a abertura de créditos adicionais, utilizou-se a técnica de regressão linear múltipla com dados em painel, já que mescla os dados cross-section e de série temporal (Fávero, Belfiore, Silva, & Chan, 2009). A abertura de créditos adicionais (CA) foi colocado em função dos três fatores políticos (AE, MGP e PME) e das demais variáveis de controle. Assim, tem-se a Equação 1, a qual apresenta o modelo utilizado nessa pesquisa.

Equação 1:

Para realizar a tabulação e organização dos dados da pesquisa, utilizou-se do Office Excel®, já para realizar a estatística descritiva, teste de diferença de médias e regressão, utilizou-se o software estatístico Stata®.

Realizada a estimação do modelo, procedeu com a verificação da significância dos parâmetros pela estatística t e a significância do modelo pela estatística F. Os pressupostos da regressão linear múltipla foram avaliados pelos testes de autocorrelação (Durbin-Watson), testes de heterocedasticidade (Breusch-Pagan/Cook-Weisberg e White) e verificando a existência de multicolinearidade entre as variáveis pelo teste Variance Inflation Factor (VIF).

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Em vista o objetivo de analisar a influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais nos municípios paranaenses, desenvolveu-se a estatística descritiva, teste de diferença de médias, correlação e regressão

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linear múltipla com dados em painel. Os testes realizados foram utilizados para verificar se as relações esperadas e hipóteses de pesquisas se comprovam ou não.

4.1 Descrição dos Resultados

Dada a necessidade de visualizar sobre um panorama geral a situação dos créditos adicionais abertos em função das variáveis dessa pesquisa, realizou-se a Tabela 2, em que se demonstra os valores mínimo e máximo, média, desvio padrão, teste de médias e correlação, segregadas nas dummies utilizadas.

Tabela 2 – Estatística Descritiva Variáveis

Independentes Dummy N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Mann-Whitney p-valor Correlação (sig.) Ano Eleitoral 1 377 12,81 19,75 15,78 0,94 0,014** 0,063 (0,014**) 0 1131 13,14 19,89 15,64 0,94 Mudança do Gestor Público 1 286 13,52 19,89 15,44 0,94 ,000*** -0,124 (0,000***) 0 1222 12,81 19,75 15,73 0,93 Mandato Eleitoral 1 1144 12,81 19,89 15,67 0,96 0,233 -0,016 (0,530) 0 364 13,19 18,58 15,71 0,87 Direita 1 184 0 1324 13,52 19,22 15,74 1,06 12,81 19,89 15,67 0,92 0,668 (0,308) 0,026 Esquerda 1 428 13,45 19,89 15,86 1,03 0,000*** 0,120 (0,000***) 0 1080 12,81 19,36 15,61 0,90 Coligação Partidária 1 148 13,74 17,81 15,78 0,97 0,196 0,037 (0,147) 0 1360 12,81 19,89 15,67 0,94

*** Significância ao nível de até 0,01; **Significância ao nível de até 0,05; * Significância ao nível de 0,10

Fonte: Os Autores (2017)

Avaliou-se 377 municípios paranaenses em quatro anos (2013 a 2016), somando-se 1508 observações neste período. O ano eleitoral, comparado ao ano não eleitoral, demonstrou-se com valores médios maiores no que demonstrou-se refere à abertura de créditos adicionais (15,78), em que a diferença entre estes é significativa, já que se verificou diferença significa ao nível de 5% (0,014). Este resultado sugere que prefeitos municipais tendem a utilizar mais os créditos adicionais em ano de eleição.

Em contrapartida, para a mudança de gestor público, o valor médio de abertura de créditos adicionais quando o líder municipal é diferente do ano anterior é de 15,44, e quando essa característica não está presente é de 15,73. A diferença entre estes valores médios foi significativa (0,000). Esse resultado demonstra que quando existe alteração do prefeito municipal, existe um menor nível de créditos adicionais abertos.

Da mesma forma, quando o gestor público está no primeiro mandato eleitoral, o mesmo tende a abrir menos créditos adicionais para realizar a execução das despesas (15,67). Entretanto, comparando-se os valores médios dos gestores que estão em um primeiro ou segundo mandato eleitoral, não se observou diferença significativa pelo teste de Mann-Whitney.

Os valores médios de créditos adicionais utilizados considerando a ideologia política, demonstram que partidos de direita utilizam menos créditos adicionais (15,74), comparados aos de esquerda (15,86). Entretanto o teste entre as médias só demonstrou diferença significativa quando comparado municípios com prefeitos de ideologia política de esquerda em relação aos de centro e de direita.

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Por fim, observou-se que existiam 148 observações em que o prefeito era da mesma coligação partidária do presidente. Quando existe essa relação de igualdade entre as coligações, percebeu-se que a utilização de créditos adicionais era maior (15,78) do que quando não existia essa relação (15,67). Entretanto, também não demonstrou diferença média estatisticamente significante (0,196).

Adicionalmente, realizou-se o teste de correlação de Pearson entre as variáveis independentes e os valores dos créditos adicionais utilizados pelos municípios. O teste evidencia que o ano eleitoral e a ideologia partidária de esquerda apresentam relação positiva significativa com a abertura de créditos adicionais, enquanto que a mudança de gestor público indicou relação negativa. A correlação corrobora com o teste de médias e já indica que o ano eleitoral e partidos de esquerda tendem a utilizar mais créditos adicionais, e quando existe alteração do prefeito existe uma diminuição nos níveis de créditos adicionais abertos pelo poder público.

Tendo em vista a necessidade de verificar as hipóteses de pesquisa e testar a Equação 1, elaborou-se uma regressão linear múltipla com dados em painel, a qual está evidenciada na Tabela 3.

Tabela 3 – Influência do Ano Eleitoral, Mudança do Gestor Público e do Mandato Eleitoral sobre a Abertura de Crédito Adicional

Prob > F VIF DW Teste BP/CW Teste White Teste B e P F de Chow Teste Hausman OBS 0.0000 0.7515 1.19 1.615633 0.4406 0.9216 0.0000 0.0000 1.0000 1,508 Variáveis Independentes Efeitos Aleatórios

Coeficiente Erro Padrão T P-Value Interv. Conf. 95%

AE .0640698 .0241902 2.65 0.008*** .0166579 .1114816 MGP ‐.2891702 .0277733 ‐10.41 0.000*** ‐.3436047 ‐.2347356 PME .1064926 .0532541 2.00 0.046** .0021165 .2108686 DIR .1223296 .0708796 1.73 0.084* ‐.0165918 .261251 ESQ ‐.0121289 .0607468 ‐0.20 0.842 ‐.1311904 .1069327 CP .0742327 .0890948 0.83 0.405 ‐.1003898 .2488553 POP .7323403 .0221867 33.01 0.000*** .6888552 .7758254 _cons 8.838473 .2106892 41.95 0.000*** 8.425529 9.251416

*** Significância ao nível de até 0,01; **Significância ao nível de até 0,05; * Significância ao nível de 0,10 Fonte: Os Autores (2017)

Observando-se os pressupostos do modelo, o teste de Chow (F de Chow) indicou que os interceptos do modelo são diferentes, rejeitando a hipótese que eles fossem iguais (POLS), o que sugere o modelo com efeitos fixos. Na sequência, observa-se o teste de Hauman, os valores observados não permitem rejeitar a hipótese nula de que o modelo de correlação dos erros é adequado (efeitos aleatórios). Deste modo, para o presente estudo, os testes recomendam a utilização do modelo de efeitos aleatórios para a Equação 1.

A modelagem da equação 1, cuja soma das observações é de 1508, foi significante ao nível de 1% para a amostra dos municípios paranaenses deste estudo. O R² que representa a proporção da variação amostral da variável dependente explicada pelas variáveis explicativas (Wooldridge, 2003), é de 75,15%.

O modelo não apresenta problemas de autocorrelação, já que o Durbin-Watson é 1.615633, dentro do limite aceitável (Hill, Judge, & Griffiths, 2010). Não indica problemas de multicolinearidade, conforme indica o teste VIF (1.19 < 10), medida de quanto a variância de cada coeficiente de regressão estimado aumenta devido à multicolinearidade (Fávero, Belfiores, Silva, & Chan, 2009). O teste de Breusch-Pagan/Cook-Weisberg (0.4406), e o teste

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de White (0.9216), não indicam ter problemas de heterocedasticidade nos resíduos, visto que se utilizou o logaritmo natural para mensurar os créditos adicionais e também a população, assim como a utilização de variáveis dummies, o que não gerou grandes discrepâncias entre os dados (Gujarati, 2006).

Em análise aos resultados da regressão, observa-se que o ano eleitoral (AE), a mudança de gestor público (MGP) e o mandato eleitoral (PME) estabeleceram uma relação de determinação da variável dependente, a abertura de créditos adicionais. Esse resultado indica uma evidência da existência de ciclo político oportunista nos municípios paranaenses. As variáveis de controle ideologia política de direita (DIR) e população (POP) também se mostraram significantes. Entretanto, observa-se que as variáveis ESQ e CP não demonstraram relação significativa ao nível de 1%, 5% ou 10%.

O ano eleitoral confirma a evidência da existência do ciclo político oportunista, já que demostrou relação positiva com a abertura de créditos adicionais, sugerindo que municípios em ano de eleição tendem a utilizar mais o recurso do crédito adicional para realizar a execução de suas despesas, ainda que o mesmo esteja restrito aos aspectos legais de reforço orçamentário, falta de dotação de despesa e em situação extraordinária.

Entretanto, ao contrário do que se esperava, a mudança de gestor público influencia negativamente o uso de créditos adicionais. Esse resultado demonstra quando existe alteração na liderança política municipal, o município utiliza menos os créditos adicionais na execução de despesas.

No que se refere a variável que identifica quando os gestores estão no primeiro mandato eleitoral, observou-se que essa característica demonstra influência positiva com o uso de créditos adicionais pelos municípios. Assim, prefeitos que estão no primeiro mandato eleitoral tendem a fazer mais o uso de créditos adicionais na execução orçamentária.

Observou-se que também existe determinação da abertura de créditos adicionais quando o município é comandado por prefeito municipal de partido de ideologia de direita. E, ainda, a característica socioeconômica mensurada pela população do município, também demonstrou influência positiva.

Esses resultados permitem aceitar as hipóteses H1 e H3, já que se obteve significância estatística nos testes realizados, sugerindo haver relação estatística positiva entre o ano eleitoral e mandato eleitoral e a abertura de créditos adicionais. Entretanto, os resultados indicam a rejeição da hipótese H2, já que apesar da mesma demonstrar relação significativa, essa influência foi negativa.

Não se limitando à descrição dos resultados, visto a necessidade de além de interpretar e verificar as implicações dos achados dessa pesquisa, tem-se a próxima seção para discutir os resultados sob o prisma do suporte teórico e das evidências empíricas levantadas.

4.2 Discussão dos Resultados

4.2.1 Ano Eleitoral

O ano eleitoral demonstrou relação de influência positiva e significativa com a abertura de créditos adicionais pelos municípios paranaenses, de modo que permitiu aceitar a hipótese H1. Esse resultado corrobora com os resultados de Anessi-Pessina et al. (2012), com municípios italianos, e os de Martins e Correia (2015), com municípios portugueses, o que permite avançar e perceber que na realidade do governo local brasileiro o comportamento oportunista também é evidente no que se refere a abertura de créditos adicionais.

Este resultado sugere que o comportamento do gestor público na realidade municipal brasileira é tido como oportunista no que se refere ao uso dos créditos adicionais, em que sua função social seria realizada como um subproduto do interesse particular desse gestor

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(Downs, 1957). Essa constatação demonstra que o uso do crédito adicional é utilizado em função do calendário eleitoral (Carvalho & Oliveira, 2009), justificado pela probabilidade de aumentar suas chances de reeleição para o próximo ano (Anessi-Pessina et al., 2012; Fiirst et al., 2017).

A revisão do orçamento, como é o caso dos créditos adicionais, é utilizado pelos municípios para preencher uma lacuna na sua programação inicial ou adaptar a alocação de recursos às mudanças nas prioridades políticas (Anessi-Pessina et al., 2012). Esse resultado evidencia que o governo utiliza de assimetrias temporárias de informação para se favorecer no ciclo eleitoral (Rogoff & Sibert, 1988).

A utilização dos créditos adicionais deveria ser feita para melhorar o desempenho do governo e não favorecer a busca de objetivos oportunistas. A falta de transparência no uso dos créditos adicionais fortalece o uso para fins de interesse privado. As demonstrações contábeis publicadas pelo setor público municipal brasileiro não têm evidenciado a separação dos créditos adicionais em suplementares, especiais e extraordinários.

4.2.2 Mudança do Gestor Público

A mudança do gestor público exerce influência negativa nos valores utilizados de créditos adicionais. Contrariamente ao que se esperava, a relação observada foi negativa, o que permitiu rejeitar a hipótese H2. Entretanto, essa constatação pode ser justificada pelo fato de que os políticos recém-eleitos pretendem sinalizar a sua competência em matéria orçamentária (Beetsma et al., 2009). Outra justificativa é o fato de que os gestores recém-eleitos executam as leis orçamentárias do prefeito anterior.

Assim, ao contrário do que argumentam Anessi-Pessina et al. (2012), o gestor público não fará um maior uso da revisão de orçamento nessa ocasião, e, sim, utilizará menos créditos adicionais. Assim, parece não prosperar a ideia de que os gestores precisariam de algum tempo para finalizar as políticas dos governos anteriores e por isso abririam mais créditos adicionais.

Os resultados desse estudo parecem razoáveis, visto que apesar de já ter sido constatado o aumento de gastos com práticas clientelistas quando se altera a liderança do governo (Tsebelis & Chang, 2004; Brender & Drazen, 2013; Sáez, 2016), essa mudança, ainda no primeiro ano de mandato, não é suficiente para alterar a execução das despesas através do uso de créditos adicionais, visto a existência de restrições legais e aprendizagem de gestão.

Assim, não se descarta o comportamento oportunista do gestor, já que este sujeito considera os eleitorais racionais (Alesina, 1987), e por isso agiria de modo a sinalizar competência. Entretanto, ressalta-se, o maior ou menor uso dos créditos adicionais não deve ser observado necessariamente como um fator negativo, o que se evita é a ineficiência no planejamento e gestão dos gastos e o comportamento oportunista dos políticos. O uso dos créditos adicionais pode ser feito para enfrentar contingências e se adaptar às realidades necessárias durante o mandato.

4.2.3 Mandato Eleitoral

O mandato eleitoral influencia positivamente o uso de créditos adicionais, isto é, gestores que estão no primeiro mandato eleitoral tendem a utilizar mais deste mecanismo de revisão orçamentária do que aqueles que estão no segundo mandato. Essa constatação permitiu aceitar a hipótese H3. Esse resultado corrobora com as expectativas teóricas e empíricas de estudos anteriores (Meneguin & Bugarin, 2001; Araujo Junior et al., 2004; Sakurai & Menezes Filho, 2008; Klein & Sakurai, 2015; Martin & Leonida (2015).

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Os governantes buscam maximizar suas ações dentro de um mandato, sem se preocupar com os efeitos futuros, caso não tenha a possibilidade de reeleição (Meneguin & Bugarin, 2001). Assim, observa-se que o comportamento oportunista considerando a possibilidade de reeleição é dada pelo fato de que os gestores utilizariam mais o recurso dos créditos adicionais para a execução de despesas.

Apesar de considerar que a abertura de créditos adicionais não poderia ser tão bem vista pela sociedade, o seu uso tem sido maior no primeiro mandato eleitoral, o que justifica o uso de manobras de política fiscal quando se busca a reeleição (Vicente & Nascimento, 2012). Os aspectos legais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, podem não estar sendo suficientes para conter esse tipo de prática realizada nos governos locais brasileiros.

Outra implicação desse resultado, é o fato de que o aumento do uso de créditos adicionais com a finalidade oportunista pode prejudicar a execução e sustentação dos próximos mandatos, visto que o a utilização inadequada deste recurso pode acarretar em despesas excessivas, desnecessárias, e, consequentemente, um maior endividamento municipal.

4.2.4 Ideologia Política, Coligação Partidária e Aspectos Socioeconômicos

A ideologia política demonstrou relação significativa no uso do crédito adicional. Ao contrário do que se esperava, observou-se que os partidos de direita tendem a fazer mais uso de créditos adicionais do que os partidos de centro e de esquerda. Mas ao comparar os níveis médios utilizados somente pelos partidos de esquerda, observa-se que este é maior que os de direita.

Assim, apesar de Anessi-Pessina et al. (2012) não encontrar resultado significativo da ideologia política no caso italiano, o governo político local brasileiro de direita demonstrou realizar mais a revisão do orçamento com o uso de créditos adicionais. Esse resultado sugere que as mudanças ideológicas de governo de direita para governos de esquerda, ou centro, pode contribuir para erros de previsão do saldo orçamentário (Beetsma et al., 2009).

A coligação partidária percebida quando o gestor público municipal pertencer ao mesmo partido do presidente, não se mostrou significativa em função do uso de créditos adicionais. Esse resultado sugere que ainda quando existente a relação partidária entre prefeito e presidente, a mesma não é suficiente para explicar a variação dos gastos utilizados no que se refere ao uso de créditos adicionais.

O aspecto socioeconômico, mensurado pelo número de habitantes do município, demonstrou que exerce influência positiva no uso de créditos adicionais. Esse resultado era esperado, visto que cada organização desenvolve sua abordagem e cultura de orçamento e revisão, as quais são traduzidas em regras e rotinas consistentes com suas condições contextuais e políticas específicas (Anessi-Pessina et al., 2012). Municípios mais populosos apresentam maiores demandas. A necessidade de reforço e implementação de despesas é evidentemente maior nesses municípios.

5 CONCLUSÃO

A pesquisa buscou analisar a influência do ano eleitoral, mudança de gestor público e mandato eleitoral sobre a abertura de créditos adicionais. A amostra foi composta pelos 399 municípios paranaenses nos anos de 2013 a 2016, mas devido a alguns dados faltantes, reduziu-se para 377 municípios, o que somou um total de 1508 observações. Apesar de não se obter mais de um ciclo eleitoral, o número de observações foi suficiente para estimar as relações esperadas.

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A pesquisa, classificada como documental, utilizou uma metodologia descritiva de abordagem quantitativa e os seus dados foram coletados exclusivamente pela internet no ano de 2017. Inicialmente foram definidas as variáveis dependente, explicativas e de controle. Num segundo momento, desenvolveu-se a estatística descritiva, teste de diferença de médias, correlação e regressão linear múltipla com dados em painel. Os testes realizados foram utilizados para verificar se as relações esperadas e hipóteses de pesquisas se comprovam ou não.

Os resultados obtidos revelaram que a variável ano eleitoral demonstrou relação de influência positiva e significativa com a abertura de créditos adicionais pelos municípios paranaenses. Este resultado sugere que prefeitos municipais tendem a utilizar mais os créditos adicionais em ano de eleição. Em contrapartida, para a variável mudança de gestor público, os dados estatísticos demonstram que quando existe alteração do prefeito municipal, existe um menor nível de créditos adicionais abertos. Essa evidência contraria as expectativas teóricas da pesquisa, uma vez o fato da mudança do gestor público exercer influência negativa nos valores utilizados de créditos adicionais

No que tange ao mandato eleitoral, os resultados apontaram que esta variável influencia positivamente no uso de créditos adicionais, isto é, os gestores que estão no primeiro mandato eleitoral tendem a utilizar mais deste mecanismo de revisão orçamentária do que aqueles que estão no segundo mandato, observando, assim, que o comportamento oportunista considerando a possibilidade de reeleição é dada pelo fato de que os gestores utilizariam mais o recurso dos créditos adicionais para a execução de despesas.

Adicionalmente à pesquisa, foram levantadas as variáveis ideologia política, coligação partidária e aspecto socioeconômico, a fim de que fosse verificada alguma influência na abertura dos créditos adicionais. Com relação a ideologia política, foi constatado que há uma relação significativa dessa variável com o uso do crédito adicional, onde se observou que os partidos de direita tendem a fazer mais uso de créditos adicionais do que os partidos de centro e de esquerda. Mas ao comparar os níveis médios utilizados somente pelos partidos de esquerda, observa-se que este é maior que os de direita. Quanto à coligação partidária, os resultados revelaram que não há influência significativa quando o gestor público municipal pertence ao mesmo partido do presidente, diferentemente da variável aspecto socioeconômico, mensurada pelo número de habitantes de cada município, que demonstrou exercer influência positiva no uso dos créditos adicionais.

A pesquisa concluiu que as variáveis ano eleitoral, mandato eleitoral, ideologia política, coligação partidária e aspecto econômico, exercem influência positiva e significativa na abertura de créditos adicionais pelos municípios paranaenses. Já a variável mudança de gestor público influencia de forma negativa na abertura de créditos adicionais. Nesse sentido, sugere-se, para pesquisas futuras, a utilização de outros índices e análise nas capitais brasileiras de forma que se possa ampliar o conhecimento sobre as influências de variáveis nas aberturas de créditos adicionais.

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Referências

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