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SIGM-TREE: OTIMIZAÇÃO DE ÁRVORES SINTÁTICAS APLICADA À CLASSIFICAÇÃO DE PADRÕES

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Academic year: 2021

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SIGM-TREE: OTIMIZAÇÃO DE ÁRVORES SINTÁTICAS APLICADA À

CLASSIFICAÇÃO DE PADRÕES

Juliana Oliveira Ferreira1 Humberto César Brandão de Oliveira2

Melise Maria Veiga de Paula3 Universidade Federal de Alfenas Departamento de Ciências Exatas

Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 – Alfenas – MG – Brasil CEP: 37130-000

{1 juliana@bcc.unifal-mg.edu.br, 2 humberto.brandao@gmail.com, 3 melisepaula@gmail.com }

RESUMO

Esta pesquisa investiga a otimização de Árvores Sintáticas para o problema de Classificação de Padrões. As Árvores Sintáticas utilizadas têm o propósito de representar expressões aritméticas baseadas em uma específica Linguagem Livre de Contexto, e estas, ao serem processadas informam se determinado padrão pertence ou não à determinada classe. O principal objetivo da pesquisa é mostrar que é possível classificar padrões não linearmente separáveis com algoritmos diferentes da Programação Genética e das Redes Neurais. Ao final, este trabalho faz uma comparação com outros classificadores divulgados na literatura. Os resultados obtidos pela otimização de Árvores Sintáticas são promissores, se mostrando robustos se comparados a outros sistemas utilizados sobre as mesmas bases de dados.

PALAVRAS CHAVE. Classificação de Padrões, Otimização, Aplicações à Saúde.

ABSTRACT

This research investigates Parse trees optimization applied to the pattern classification problem. The parse trees are used to represent arithmetic expressions based on a specific context-free language, and these, when processed, infer if a certain pattern belongs or not to a specific class. The main aim of the research is to show that it is possible classify patterns not linearly separable with different algorithms of the Genetic Programming and the Neural Nets. In the end, this work presents a comparison between the approach presented and other classifiers in the literature. The results obtained using parse tree optimization are promising, being this approach robust if compared to other systems using the same data base.

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1. Introdução

A busca por ferramentas para o problema de Classificação de Padrões vem crescendo a cada dia e, nas últimas décadas, diferentes abordagens vêm sendo consideradas para auxiliar a análise deste problema em diferentes contextos.

No que se refere à aplicação, na medicina, por exemplo, pode-se determinar, com considerável precisão, se determinado paciente é diabético ou não de acordo com determinadas características ou, ate mesmo, determinar se um tumor retirado de um paciente representa uma anomalia maligna ou benigna antes mesmo do resultado da biópsia, fornecendo mais tempo de tratamento adequado a este paciente.

Por outro lado, em relação às abordagens definidas para solucionar o problema, historicamente, diferentes métodos foram criados para a classificação automática em diversas áreas do conhecimento como na Programação Genética [Koza (1992)] [Teredesai (2004)] e nos diferentes tipos de Redes Neurais [Haykin (1998)]. Na busca por sistemas mais robustos, novos algoritmos e modelos de treinamento de máquinas artificiais ainda vêm sendo discutidos.

Alinhados a esta tendência, o objetivo deste trabalho foi desenvolver uma técnica para o reconhecimento de padrões, que utiliza a base de dados reais, conhecida como Proben1, publicada no Relatório Técnico de Prechelt (1994), focando na base de células cancerígenas e diabetes.

Este artigo está organizado como se segue: na seção 2, é apresentado o conceito de classificadores de padrões, sendo este, o problema ao qual a pesquisa busca solucionar, na seção 3, é detalhada a técnica proposta e também a base de dados utilizada para realizar os testes e, na seção 4, é apresentado os resultados obtidos e uma comparação com alguns classificadores existentes na literatura.

2. Revisão Bibliográfica

Como o principal objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de uma técnica para resolver o problema de classificação de padrões, esta seção busca esclarecer este problema. Outros conceitos importantes são apresentados ao longo do texto.

2.1. Classificação de Padrões

Diversas técnicas surgiram com o objetivo de armazenar em um computador o conhecimento necessário para, futuramente, se classificar determinado objeto baseando-se em determinadas características. Os Sistemas Classificadores começam sem nenhum conhecimento, e através de algoritmos de treinamento buscam novas soluções que possam classificar determinadas classes.

Essas técnicas consistem, basicamente, em encontrar propriedades comuns entre um conjunto de instâncias em um banco de dados, que são previamente conhecidas, e os classificar em diferentes categorias de acordo com algumas características disponíveis, permitindo assim a classificação de novas entradas.

Uma das técnicas mais estudadas atualmente é a Rede Neural Perceptron Multicamada (Multilayer Perceptron – MLP). Concorrentemente, outras técnicas vêm sendo desenvolvidas com o intuito de fazer das máquinas verdadeiros bancos de conhecimento. Como exemplo, Redes de Função de Base Radial (Radial Basis Function – RBF), Máquina de Vetor Suporte (Support

Vector Machine – SVM) e a técnica do vizinho mais próximo (kNN) Nunes (2004). 3. O Sistema – Classificação de Padrões Baseado em Árvores Sintáticas

Nesta seção, será apresentada a técnica desenvolvida nesta pesquisa. Contudo, para facilitar o entendimento, serão descritas as informações referentes à base de dados utilizada para realizar os experimentos.

3.1. Base de dados

Este trabalho utiliza uma base de dados com dados reais, conhecida como Proben1, publicada no Relatório Técnico de Prechelt (1994), focando na base de células cancerígenas e na base de diabetes. Esta base de dados pode ser encontrada no seguinte link:

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A base de dados de células cancerígenas descreve informações retiradas de células de câncer de mama, obtidas através de imagens digitalizadas. Para cada uma das 699 amostras da base, são informadas 9 características das células, sendo estas: espessura da massa celular, uniformidade do tamanho da célula, uniformidade do formato da célula, adesão marginal, tamanho de uma célula epitelial, núcleo vazio, cromatina branda, nucléolo normal e mitose. Além de indicar se a mesma possui câncer maligno ou benigno. Das 699 células, 65% possuem câncer benigno.

Já a base de dados de diabetes descreve informações pessoais de pacientes além de informações de exames médicos. Nesta base, existem dados de 768 pacientes, sendo que 500 destes pertencem à classe dos não-diabéticos (65,10%) e 268 à classe dos diabéticos (34,90%). Para cada uma das 768 amostras da base, são informadas 8 características dos pacientes, sendo estas: quantidade de gravidez, concentração plasmática de glicose de 2h no teste oral de tolerância a glicose, pressão sanguínea diastólica, espessamento da prega cutânea do tríceps, insulina sérica de 2h, índice de massa corpórea, função de continuidade de diabetes e idade. Além de indicar se o mesmo possui diabetes ou não.

Os dados de cada base são divididos em 3 conjuntos:

1. Conjunto de treinamento - utilizado durante o processo de otimização, ou seja, são os dados utilizados para encontrar a melhor solução para distinguir os objetos em diferentes classes;

2. Conjunto de validação – são os dados utilizados para parar o processo de otimização,esses dados determinam o momento de finalizar o algoritmo;

3. Conjunto de teste – são os dados utilizados para avaliar a capacidade de generalização da melhor solução encontrada pelo conjunto de treinamento;

Ambas as bases de dados são compostas por 3 arquivos (cancer1, cancer2, cancer3 e diabetes1, diabetes2, diabetes3). Os três arquivos de cada base de dados possuem os mesmos dados, porém, os padrões encontram-se em ordem diferentes. Esta ordenação diferente é utilizada para que o conjunto de treinamento, validação e teste alterem de acordo com o arquivo utilizado, evitando que os padrões mais fáceis de classificar fiquem todos no conjunto de treinamento. Desta forma é possível avaliar a real capacidade do classificador e a generalização deste.

3.2. Técnica de Classificação de Padrões baseada em Árvores Sintáticas

Nesta seção, inicialmente, será apresentado a forma de representação computacional utilizada na definição da técnica elaborada. A seguir, a técnica será descrita.

3.2.1 Árvores Sintáticas (Representação Computacional)

Árvores Sintáticas são amplamente utilizadas em otimização na área denominada Programação Genética que foi proposta, inicialmente, por Koza (1992). Na grande maioria destes trabalhos, as árvores sintáticas são utilizadas para representar programas de computadores, onde o principal objetivo é a criação de um algoritmo que seja capaz de realizar determinada tarefa corretamente. Ou seja, um construtor automático de algoritmos.

No entanto, as árvores sintáticas não se restringem a somente representar algoritmos. Podem ser representados sem dificuldades sistemas formais recursivos, como por exemplo: fórmulas aritméticas, fórmulas booleanas, entre outras [Eiben (2003)].

Nesta trabalho, cada árvore representa uma fórmula aritmética, como mostrado na Figura 1. Basicamente, a árvore armazena uma expressão que contém funções matemáticas, constantes e componentes dos padrões (características do objeto/padrão a ser identificado – mapeadas em números reais).

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O objetivo do classificador binário é identificar se uma célula cancerígena possui câncer maligno ou câncer benigno. Além disso, é necessário identificar se um paciente é diabético ou não. Portanto, para uma base (câncer), foram definidas duas classes: classe 1 representando câncer maligno e a classe 0 como câncer benigno. Já para a classificação de pacientes diabéticos, a classe diabético foi definida como classe 0 e a classe não diabético foi definida como classe 1.

Com base nesta informação, foi definido que toda árvore tem como raiz a função sigmóide logística definida na equação (1), para que a expressão possa sempre retornar um valor entre 0 e 1. Após o processamento da expressão, o valor retornado é comparado a constante 0,5. Caso o valor retornado seja maior que 0,5, o padrão pertence a classe 1, caso contrário, o padrão pertence a classe 0. Vale ressaltar que o EXP da expressão é o valor retornado pela sub-árvore abaixo da sigmóide. ) + ( SIGM (-1EXP) e 1 1 × = (1)

Além de classificar o padrão/objeto, o algoritmo pode identificar que algumas características não são realmente necessárias para distinguir uma classe da outra. Suponha que um médico especialista selecione a espessura, a uniformidade e o formato de uma célula cancerígena como características importantes para saber se a célula possui câncer maligno ou benigno.

A técnica utilizada pode indicar, por exemplo, que apenas a espessura e o formato são necessários para classificar com alto grau de exatidão o tipo de câncer. Esta distinção pode representar uma considerável redução de custos na coleta e análise de características de futuros pacientes.

Assim como todos os outros sistemas de classificação, o classificador descrito neste trabalho está sujeito a erro, que deve ser minimizado. Esta minimização foi definida a partir da localização de fórmulas mais adequadas para a classificação. As operações específicas para manipulação de Árvores Sintáticas que são aplicadas no processo de otimização foram definidas a partir de dois operadores: Mutação 1 e Mutação 2. Os dois operadores serão detalhados na seção 3.2.6. Na seção3.2.2, abaixo, será descrito o universo de expressões possíveis .

3.2.2 Gramática

Para facilitar a representação dos indivíduos em PG, foi introduzida a abordagem orientada a gramáticas [Whigham (1996)] [Wong (2000)]. As gramáticas auxiliam o processo de criação aleatória de indivíduos, impedindo que o sistema aceite expressões inválida.

Essas Gramáticas formais são compostas por quatro componentes: • V: Símbolos não terminais (variáveis);

• T: Símbolos terminais; • R: Um conjunto de Regras; • P: Símbolo de Partida.

Neste trabalho, foi utilizada a Gramática Livre de Contexto (GAS - Gramática da Árvore Sintática) para gerar a Linguagem reconhecida pelo sistema.

GAS é formalmente descrita nas seguintes formulas:

{

V,T,R,P

}

= GAS (2) >, LEAF < >, UNARY < >, BINARY < >, EXP < >, SIGM < >, ROOT < = V > PROD < >, SUB < >, SUM < (3)

{

s ,s ,s , ,s

} { }

(,) = T ℜ∪ 1 2 3... n ∪ (4) > ROOT < = P (5)

O conjunto de regras R é formado pelas fórmulas a seguir:

> SIGM < > ROOT < → (6) ) + ( > SIGM < ) (-1 <EXP> e 1 1 × → (7) >) LEAF (< | >) UNARY (< | >) BINARY (< > EXP < → (8)

(5)

> PROD < | > SUB < >| SUM < > BINARY < → (9) > SIGM < > UNARY < → (10) > VAR < >| CONST < > LEAF < → (11) > EXP < + > EXP < > SUM < → (12) > EXP < > EXP < > SUB < → − (13) > EXP < > EXP < > PROD < → × (14)

{

∈ℜ

}

y|y > CONST < (15) n s | | s | s > VAR <1 2 ... (16)

Como já descrito anteriormente, toda raiz<ROOT> é representada apenas pela função sigmoidal <SIGM>. A sigmoidal por sua vez pode abrigar qualquer expressão matemática dentro desta linguagem descrita pela gramática, incluindo os operadores binários (multiplicação <PROD>, soma <SUM> e subtração <SUB>) e constantes. As constantes estão sempre presentes nas folhas das Árvores Sintáticas e são divididas em duas classes: constantes reais <CONST> e constantes que representam características do padrão analisado <VAR> (vetor s).

O não terminal <VAR> é fundamental para a classificação dos padrões. No exemplo da classificação de células cancerígenas (maligno ou benigno), esta regra implicaria em apenas três componentes: s1 sendo a espessura, s2 sendo uniformidade e s3 sendo formato. Portanto, a

quantidade de regras do não terminal <VAR> (n) varia com o problema que está sendo tratado, ou seja, com a cardinalidade de características consideradas para classificação.

Em estágios iniciais desta pesquisa, adaptações desta linguagem foram analisadas com o intuito de aumentar o poder de classificação do método estudado, sendo observado que uma gramática simples possui o mesmo potencial das demais, porém não é necessário tratar exceções como divisão por 0, por exemplo.

3.2.3. Algoritmo de Treinamento

O algoritmo de treinamento proposto nesta seção tem um objetivo básico: encontrar uma Árvore Sintática adaptada ao problema de classificação. A Figura3 apresenta um fluxograma geral do algoritmo de otimização. Basicamente, o algoritmo segue os seguintes passos:

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No passo 1, é criado um conjunto de árvores iniciais denominado população. Em seguida, no passo 2, a condição de parada é verificada, se atendida, a melhor árvore é apresentada e o algoritmo é encerrado, caso contrario, ocorre um laço de repetições:

passo 3: seleciona uma árvore denominada pai aleatoriamente

passo 4: seleciona um operador de mutação (operador que modifica a árvore pai)

− passo 5: cria uma árvore modificando a árvore pai

− passos 6, 7, 8, 9 e 10: se o operador de mutação for Mutação 1 e a nova árvore for melhor do que a árvore pai, a árvore pai é substituída pela nova árvore que passa a fazer parte da população, caso contrario, a nova árvore é descartada e a árvore pai continua fazendo parte da população. Se o operador de mutação for Mutação 2 e a nova árvore for melhor do que a pior árvore da população, a nova árvore substitui a pior árvore da população.

− Depois de avaliar a nova árvore e colocá-la ou não na população, é verificado novamente se a condição de parada foi atingida. Este laço de repetição ocorre ate que essa condição de parada seja atingida. Abaixo são descritos todas essas etapas com mais detalhes.

3.2.4. Solução Inicial (Inicialização do vetor de Árvores)

O primeiro passo é criar um vetor de árvores (população). A criação dessas árvores não usa nenhuma heurística, deixando este papel para o algoritmo de otimização.

O método utilizado para criação inicial dessas árvores foi baseado no Algoritmo Ramped

Half-and-half (RHH) [Eiben (2003)], onde o autor descreve duas formas para criação das

árvores: Full method e Grow method.

Este trabalho utiliza apenas o Full method para a criação das primeiras árvores. Neste algoritmo, as árvores criadas possuem altura fixa, representada pelo parâmetro Dmax que foi

definido com o valor 3.

3.2.5. Avaliação da Qualidade da Árvore Sintática (Função Objetivo)

A métrica utilizada no algoritmo para avaliar a qualidade das árvores geradas é a quantidade de acertos e a bem conhecida Soma dos Erros Quadráticos (Sum Square Error - SSE), muito utilizada na arquitetura de diferentes Redes Neurais Artificiais. Mais detalhes podem ser obtidos em Haykin (1998). A métrica SSE é descrita na equação 17.

= − = n i i obtido i esperado SSE 1 2 )) ( ) ( ( (17)

Foram definidas três tipos diferentes de análise para selecionar a melhor árvore: • Escolhe a árvore com menor SSE;

• Escolhe a árvore com maior percentual de acerto;

• Escolhe a árvore com menor SSE e maior percentual de acerto; O tipo de análise deve ser selecionada antes da execução do algoritmo. 3.2.6 Encontrando novas Árvores

Para a diversificação no espaço de busca são criadas novas árvores. Para isto, é escolhido aleatoriamente uma árvore da população. A criação da nova árvore pode ser feita de duas formas: • Mutação 1 (Mutação Simples): O algoritmo de vizinhança cria um clone da árvore selecionada, escolhe um nó k aleatoriamente desta árvore clone e substitui este nó por um nó do mesmo tipo, ou seja, se o nó escolhido for uma função matemática, é selecionado, aleatoriamente, outra função matemática para substituí-lo, se o nó for uma variável ou constante, é selecionada uma variável ou uma constante, aleatoriamente, para substituí-la.

• Mutação 2: O algoritmo de vizinhança cria um clone da árvore selecionada, escolhe um nó k da árvore clone aleatoriamente e substitui a sub-árvore com raiz k por uma nova árvore criada pelo Algoritmo Grow method (cria árvores com altura entre 1 e Dmax) ou

pelo Algoritmo Full method. Um exemplo deste operador de vizinhança pode ser visto na Figura 4.

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Figura 4. Criando uma Árvore na vizinhança da árvore base.

É importante ressaltar, que a escolha do método de mutação a ser utilizado é efetuada aleatoriamente.

3.2.7. Condição de Parada

A massa de dados utilizada foi dividida em três partes, sendo o conjunto de validação responsável pela parada do algoritmo. Esta parada ocorre quando alguma das árvores da população atingir a quantidade de acerto do conjunto de validação determinada pelo usuário, ou quando o tempo máximo de execução do algoritmo é atingido. Neste trabalho, a condição de parada utilizada foi acertar 100% do conjunto de validação ou atingir o tempo de 40 segundos de execução.

A estratégia de utilizar o conjunto de validação para definição do critério de parada, evita que o algoritmo encontre uma Árvore Sintática especialista no conjunto de treinamento, condição indesejável quando o objetivo é a generalização.

4. Resultados e comparação com outros métodos

Os experimentos foram realizados utilizando a base de dados proben1. Estes resultados estão descritos nas tabelas 1 e 2. A técnica definida neste trabalho está representada pela sigla ST, com as seguintes variações:

• ST1: sistema classifica a melhor árvore pela quantidade de acerto.

• ST2: sistema classifica a melhor árvore pela quantidade de acerto e o valor do SSE. • ST3: sistema classifica a melhor árvore pelo valor do SSE.

Para comparar os resultados obtidos, foram considerados os seguintes classificadores (Tsakonas, 2006, Lin, 2007):

1. ES1 até ES6 – (Programação Genética em Camadas) Classificadores baseado na Programação Genética Multi-populacional com diferentes configurações paramétricas. 2. DT – (Árvoresde Decisão) As árvores de decisões são classificadores que representam

uma tabela de decisão sob a forma de uma árvore. Ou seja, árvores que representam fórmulas booleanas.

3. FRBS – (Sistemas Fuzzy Baseados em Regras) A Lógica Fuzzy tem como objetivo modelar o modo aproximado de raciocínio, tentando imitar a habilidade humana de tomar decisões racionais em um ambiente de incerteza e imprecisão. A Idéia principal é que todas as coisas admitem graus.

4. ANN - (Perceptron Multicamada com Backpropagation) As redes neurais artificiais são inspiradas no sistema nervoso biológico. São estruturas baseadas em ligações. Nós simples (neurônios) são interligados para formar uma rede de nós sendo esta estruturada baseada no cérebro humano.

5. FPN – (Redes Fuzzy-Petri com Programação Genética) Sistema híbrido envolvendo redes Petri com lógica Fuzzy e Programação Genética.

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Os dados apresentados relacionados aos classificadores utilizados para comparação foram obtidos a partir de trabalhos encontrados na literatura (Tsakonas, 2006, Lin, 2007). Deste modo, as médias apresentadas foram obtidas com diferentes quantidades de execuções. Para ST, o experimento foi realizado considerando 500 execuções, já para os outros classificadores, foram realizadas 10 execuções. Essa diferença pode tornar a media do ST mais confiável e proporcionar um resultado melhor para a melhor árvore, devido ao fato de se executar o algoritmo um número maior de vezes.

A Tabela1 apresenta a média e o desvio padrão do percentual de acerto dos classificadores. A Tabela 2 apresenta os melhores resultados obtidos (maior percentual de acerto atingido) por cada classificador, alem de apresentar a quantidade de características dos padrões utilizadas para cada fórmula encontrada no ST.

É importante ressaltar que o conjunto de validação determina a parada do algoritmo e o conjunto de Teste avalia a generalização do método.

Tabela 1. Média e Desvio padrão de todos os classificadores (DP = Desvio Padrão)

Câncer1 Câncer2 Câncer3 Diabetes1 Diabetes2 Diabetes3

Media DP Media DP Media DP Media DP Media DP Media DP

ST1 97,78 0,78 94,64 0,92 95,92 0,86 74,06 2,72 71,58 1,95 75,44 2,3 ST2 98,23 0,65 94,82 0,79 95,69 0,81 74,02 2,46 72,03 2,05 76,21 1,86 ST3 97,62 1,43 95,42 0,73 95,74 0,67 74,3 2,33 72,66 1,80 77,53 1,1 Outros Sistemas ES1 97,7 0,72 94,89 0,69 96,32 0,78 72,5 2,76 71,25 2,44 75,16 2,53 ES2 97,7 0,54 94,6 0,48 96,09 0,71 72,71 2,04 71,46 1,8 75,99 2,72 ES3 97,82 0,85 94,89 0,92 96,38 0,61 73,91 2,24 71,46 1,32 75,36 1,32 ES4 97,76 0,79 94,94 0,59 96,61 0,57 73,13 1,98 71,88 1,15 75,16 2,13 ES5 97,7 0,77 94,77 0,74 96,32 0,40 72,08 1,94 72,29 2,19 75,16 1,04 ES6 97,82 0,80 94,83 0,47 96,03 0,69 71,98 2,44 72,08 1,63 75,47 1,91 DT 96,21 1.01 95,32 2,18 95,61 1,36 68,3 3,24 68,7 3,48 71,21 5,11 FRBS 95,61 1,42 95,55 1,23 95,1 0,83 73,53 3,4 75,22 1,22 75,75 1,64 ANN 94,34 1,24 91,7 2,16 94,72 1,7 75,46 1,26 74,59 1,15 71,24 1,84 FPN 95,69 0,94 95,17 1,19 95,58 1,43 73,18 2,56 72,92 2,65 71,79 2,16

Tabela 2. Maiores Percentuais de acerto atingido e quantidade de características utilizada na formula encontrada (M = Percentual de acerto da melhor árvore, C = Quantidade de características do padrão utilizadas na melhor árvore)

Câncer1 Câncer2 Câncer3 Diabetes1 Diabetes2 Diabetes3

M C M C M C M C M C M C ST1 99,43 7 97,13 8 98,28 8 79,69 3 78,13 6 80,73 8 ST2 99,43 7 97,13 8 98,28 7 79,69 5 77,6 5 81,25 6 ST3 99,43 9 97,13 9 97,7 9 80,73 8 77,6 6 80,73 8 Outros Sistemas ES1 98,85 96,55 97,13 78,13 75,52 77,60 ES2 98,85 95,4 97,13 75,00 75,00 78,65 ES3 99,43 95,98 97,13 77,60 73,96 78,65 ES4 98,85 95,98 97,13 76,04 73,96 78,65 ES5 98,28 95,98 97,13 75,52 75,00 77,08 ES6 98,85 95,4 97,13 76,56 74,48 77,60 DT 97,71 98,28 97,71 73,3 74,35 80,11 FRBS 97,71 98,28 96,56 78,02 76,44 78,01 ANN 97,13 97,13 98,86 77,49 76,97 75,92 FPN 97,13 97,71 97,71 76,97 76,97 75,92

A seguir são apresentados 6 gráficos referentes aos arquivos cancer1, cancer2, cancer3, diabetes1, diabetes2 e diabetes3, respectivamente. Os gráficos representam os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2.

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Cânce r1 97,78 98,23 97,62 97,7 97,7 97,82 97,76 97,82 96,21 95,61 94,34 95,69 99,43 99,43 99,43 98,85 98,85 99,43 98,85 98,28 98,85 97,71 97,71 97,13 97,13 97,7 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 ST 1 ST 2 ST 3 EA 1 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

M édia M elhor Resultado

Gráfico 1. Média e Melhor resultado do arquivo Câncer1

Câncer2 94,64 94,81 95,42 94,89 94,6 94,89 94,94 94,77 95,55 91,7 95,17 97,13 97,13 97,13 96,55 95,4 95,98 95,98 95,98 95,4 98,28 98,28 97,13 97,71 95,32 94,83 88 90 92 94 96 98 100 ST1 ST2 ST3 EA 1 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

Média Melhor Resultado

Gráfico 2. Média e Melhor resultado do arquivo Câncer2

Câncer3 95,92 95,69 95,74 96,32 96,09 96,32 96,03 95,61 95,1 94,72 95,58 98,28 98,28 97,7 97,13 97,13 97,13 97,13 97,13 97,13 97,71 96,56 98,86 97,71 96,38 96,61 92 93 94 95 96 97 98 99 100 ST 1 ST 2 ST 3 EA 1 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

Média Melhor Resultado

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Diabetes1 74,06 74,02 74,3 72,5 72,71 73,91 73,13 72,08 71,98 68,3 73,53 75,46 73,18 79,69 79,69 80,73 78,13 75 77,6 76,04 75,52 76,56 73,3 78,02 77,49 76,97 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 82 Acerto ST1 ST2 ST3 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

Média Melhor Resultado

Gráfico 4. Média e Melhor resultado do arquivo Diabetes1

Diabetes2 71,58 72,03 72,66 71,25 71,46 71,46 71,88 72,29 72,08 68,7 75,22 74,59 72,92 78,13 77,6 77,6 75,52 75 73,96 73,96 75 74,48 74,35 76,44 76,97 76,97 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 ST1 ST2 ST3 EA 1 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

Média Melhor Resultado

Gráfico5. Média e Melhor resultado do arquivo Diabetes2

Diabetes3 75,44 76,21 77,53 75,16 75,99 75,36 75,16 75,16 75,47 71,21 75,75 71,24 71,79 80,73 81,25 80,73 77,6 78,65 78,65 78,65 77,08 77,6 80,11 78,01 75,92 75,92 66 68 70 72 74 76 78 80 82 84 ST1 ST2 ST3 EA 1 EA 2 EA 3 EA 4 EA 5 EA 6 DT FRBS ANN FPN

Média Melhor Resultado

Gráfico6. Média e Melhor resultado do arquivo Diabetes3

Os gráficos a seguir apresentam o intervalo de confiança (IC) para cada arquivo da base de dados Câncer e da base de dados Diabetes. Para a elaboraçao dos gráficos de IC foi realizado um estudo ao qual foi detectado que as amostras adquiridas no experimento seguem uma distribuição Gaussiana (possuem normalidade) e, devido a esta normalidade, foi possivel

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analisar, através de meios estatísticos, que 95% dos elementos encontram-se entre [(Média – 1,96 * Desvio Padrão), (Média + 1,96 * Desvio Padrão)]. Assim, os gráficos a seguir demonstram um intervalo de confiança de 95%. Para os outros trabalhos, também foi assumido que existe normalidade nas amostras.

Gráfico 7. Intervalo de Confiança dos resultados encontrados 5. Conclusão

Este trabalho apresenta um classificador de Padrões baseado em Árvores Sintáticas. O algoritmo de otimização cria árvores adaptadas para classificar com satisfatório grau de precisão células que possuem câncer maligno ou benigno e pacientes que são diabéticos ou não. Os resultados obtidos pelo classificador desta pesquisa são satisfatórios, apresentando robustez se comparado a outras pesquisas que trabalham com as mesmas bases de dados.

Uma das principais vantagens do método proposto neste trabalho é a seleção automática de características importantes para a classificação. Para o problema estudado, apenas 7 das 9 características da base de teste cancer1 foram utilizadas na melhor expressão do algoritmo ST1 e ST2 que obteve uma alta taxa de precisão (99,43% de acerto no conjunto de testes).

Desta forma, pode-se diminuir o custo na coleta de informações, antes do processo de futuras classificações. Além desta vantagem, o método aqui proposto, necessita de um baixo tempo de execução para encontrar boas soluções. Para as árvores encontradas, foi necessário em média 40 segundos de processamento.

Como trabalho futuro, espera-se uma melhora nas médias alcançadas e a adaptação da técnica para um classificador n-ário. Esta adaptação tem por finalidade permitir a classificação dos padrões em varias classes e não apenas 2 como no classificador binário.

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6. Referências

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Referências

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