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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

AMANDA MARTA TELES DA SILVA¹ STEPHANI SILVA ARAÚJO¹ TÂNIA MARIA ALVES BENTO² LUCAS KAYZAN BARBOSA DA SILVA³ RESUMO

Para entender a problemática da sexualidade na terceira idade, é necessário considerar o envelhecimento como uma fase de transição, que é influenciada por fatores que, direta ou indiretamente, afetam o comportamento e a resposta sexual. O presente estudo teve como finalidade, refletir acerca das contribuições da educação em saúde relacionada a sexualidade na terceira idade. Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa. Verificou-se que o significado de sexualidade é diferente para cada idoso e pode estar relacionado com sua história de vida, a educação e o meio social em que estão inseridos e que a sua expressão é influenciada por fatores bio-fisiológicos e psicossociais. Observou-se ainda que os enfermeiros devem ter uma visão holística das pessoas idosas, que lhes permita desenvolver estratégias para facilitar o envelhecimento equilibrado. Conclui-se que existem poucos artigos, que buscam a abordagem da sexualidade do idoso, desde sua fisiologia até as suas concepções psicológicas, tanto em relação ao indivíduo, quanto em relação à consciência coletiva, bem como, o papel do profissional de enfermagem como norteador do diálogo, e do autoconhecimento nesta etapa da vida. A proposta deste estudo articula também, a reflexão sobre a importância de ações educativas sobre a sexualidade como promoção a saúde na terceira idade.

Descritores: Sexualidade. idoso. enfermagem. educação em saúde.

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Graduandos do Curso Bacharel em Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/Maceió – AL, e-mail: ateles.enf@gmail.com; stephany_hta05@hotmal.com.

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Orientadora: alves0816@globo.com 3

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2 ABSTRACT

To understand the problem of sexuality in the third age, it is necessary to consider aging as a transition phase, which is influenced by factors that directly or indirectly affect sexual behavior and response. The present study aimed to reflect on the contributions of health education related to sexuality in the elderly. It is an integrative review research, for the selection of the articles we used the electronic databases obtaining a final sample of 17 articles. The sources consulted were based on the reference of LILACS, BDENF, VHL and SCIELO. It has been found that the meaning of sexuality is different for each elderly person and may be relat ed to their life history, education and the social environment in which they are inserted and that their expression is influenced by biophysiological and psychosocial factors. It was also noted that nurses should have a holistic view of the elderly, enabling them to develop strategies to facilitate balanced aging. It is concluded that there are few articles that seek to approach the sexuality of the elderly, from their physiology to their psychological conceptions, both in relation to the individual and in relation to the collective conscience, as well as the role of the nursing professional as a guide dialogue, and self-knowledge of the elderly. The proposal of this study articulates the reflection on the importance of educational actions on sexuality as health promotion in the third age.

Descriptors: Sexuality. elderly. nursing. health education

1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que hoje há no Brasil aproximadamente 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos e que, em 2025, esse número chegará a 32 milhões, passando a ocupar o 6º lugar no mundo em número de idosos; e, em 2050, provavelmente, o número de pessoas idosas será maior ou igual ao de crianças e jovens de 0 a 15 anos; fato marcante em todo o mundo. O impacto dessa nova "ordem demográfica" é imenso; o desafio é, portanto, considerável (BRASIL, 2013).

O envelhecimento da população brasileira e a maior longevidade das pessoas idosas são, sem dúvida, um novo desafio que, também, aponta novas perspectivas de vida. A velhice é vista por alguns como o momento em que o ser humano passa a ser considerado sem habilidades para o desenvolvimento de certas atividades, não devendo ser definida de forma exata a partir da idade, uma vez que, fica a critério do histórico de vida dos indivíduos, o que fará o tornar um ser humano com mais idade e saudável ou um idoso com limitações na saúde (BRASIL, 2013).

Envelhecimento pode ser definido como:

[...] um processo sequencial, individual, cumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos

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3 os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte (BRASIL, 2007).

O tema sexualidade nem sempre é tratado com abertura, pois nos remete a vivencias pessoais extremamente íntimas, especialmente quando falamos sobre sexo na velhice (SILVA, 2008).

Falar sobre sexualidade e prática sexual ainda é um tabu para todas as gerações, abordar tal assunto ainda gera constrangimento por parte dos profissionais e pelos idosos. No que concerne às orientações sobre prática sexual segura, várias são as barreiras apresentadas. Os idosos são pessoas que vieram de uma época em que nem se cogitava falar sobre o assunto, quanto mais responder a um questionamento sobre sua vida sexual para um desconhecido (MASCHIO et al., 2011).

Existe ainda na nossa cultura uma falsa ideia de que o (a) velho (a) não tem desejo ou vida sexual. Essa premissa é semelhante à teoria do começo do século, de que a criança não tem sexualidade. Da mesma forma a sociedade tenta negar a sexualidade do idoso. As pessoas acham feio, negam-se a aceitar que o idoso possa querer namorar. Esquecem que a sexualidade não é só genitalidade, existe também uma afetividade que é essencial ao ser humano (GRADIM, et al, 2008).

A educação sexual para os mais velhos é uma proposta e uma necessidade, a falta de informação e pressão social são alguns dos fatores que justificam atitudes tão conservadoras, face a sexualidade em geral. Mesmo hoje vivendo numa sociedade moderna, quando se aborda este assunto na terceira idade é ainda mais evidente o preconceito (DAL, 2010).

Os estudos existentes sobre a sexualidade na terceira idade abordam questões sobre disfunções e mudanças no funcionamento sexual do homem e da mulher, trazendo poucas reflexões a cerca do tema educação em saúde (NERI, 2012). Nessas circunstâncias, o presente estudo teve como finalidade, identificar as contribuições da educação em saúde relacionada à sexualidade na terceira idade. Para nortear a pesquisa elaborou-se a seguinte indagação: Quais as contribuições da educação em saúde em relação à Sexualidade na terceira idade?

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2. METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão Integrativa, em que se agruparam resultados de pesquisas obtidos em artigos de bases de dados online, desenvolvida a partir das seguintes etapas: Identificação do tema; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados e apresentação da revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

O presente estudo trata-se de uma revisão Integrativa, em que se agruparam resultados de pesquisas obtidos em artigos de bases de dados online, desenvolvida a partir das seguintes etapas: Identificação do tema; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados e apresentação da revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

A revisão integrativa permite que sejam analisadas pesquisas que fornecem subsídios para tomadas de decisões e melhoria da prática clinica, e também possibilita sintetizar o conhecimento sobre determinado assunto e apontar possíveis

preenchimento de lacunas encontradas na literatura estudada (MENDES, 2008). Para a busca dos artigos utilizou-se as bases de dados: Literatura Latino

Americana em Ciências da Saúde (LILACS); base de Dados de Enfermagem (BDENF); Biblioteca Regional de medicina (BVS) e Scentific Eletronic Library online (SciELO), plataformas de ampla indexação online de revistas cientificas em saúde.

Os descritores utilizados para a seleção das publicações indexadas nas bases de dados escolhidas foram: “Sexualidade”, “Idoso”, “Enfermagem” e Educação em saúde. Optou-se por publicações com idioma em português, com combinação do booleano “AND”, adaptado a cada uma das bases de dados e em três etapas: inicialmente, realizou-se a busca pelos descritores “enfermagem” AND “sexualidade”; seguindo dos descritores “enfermagem” AND “idoso”; e por fim “enfermagem” AND “educação , que tivessem sido publicadas nos últimos dez anos com disponibilidade na

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5 íntegra. Em seguida, foi realizada uma avaliação dos estudos encontrados. Como critério de exclusão, optou-se por editoriais, textos publicados em língua estrangeira e sem tradução.

3. RESULTADOS

Procedeu-se a seleção pela leitura dos títulos, posterior leitura dos resumos e dos artigos, conforme figura 1. Foram escolhidos 45, destes, 17 artigos tinham relação com o objetivo do estudo, respondiam a questão norteadora e atendiam os critérios de inclusão. As publicações repetidas em mais de uma base de dados, foram analisadas uma única vez.

Fonte: Pesquisa, 2017.

Para favorecer a análise dos dados, foi utilizado um quadro sinóptico (Quadro 1). Os tópicos de interesse foram: ano de publicação, autores, título do artigo, base

indexada, resultados e conclusões.

O Quadro 1 mostra sumariamente os estudos que compõem essa revisão integrativa no que se referiu o ano por ordem crescente, autores, título, base indexada, resultados e conclusões.

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Ano Autores Título Base

Indexada Resultados e conclusões 2007 CANCELA, G.M.D O processo de Envelhecimento SCIELO

O público idoso deve ser visto como pessoas que possuem desejos e necessidades sexuais. No entanto, que os profissionais de enfermagem busquem criar programas que desconstruam preconceitos, mitos e tabus que cercam esse público.

2008 FILHO, A.M.

Dúvidas, negligência e preconceito estigmatizam

sexualidade na velhice SCIELO

A sociedade precisa compreender melhor essas questões, para que os idosos não continuem sendo alvo de preconceito ou negligência nesse aspecto.

2009 SANTOS, H.F

Envelhecimento: um

processo multifatorial SCIELO

A qualidade e o estilo de vida, dietas de baixa caloria, atividades físicas e mentais, é possível conquistar longevidade e saúde. 2010 BRASIL, M.S Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento BVS O envelhecimento é um processo natural que ocorre ao longo de toda a experiência de vida do ser humano.

2010 STARLING et al. A contribuição do enfermeiro na educação em saúde relacionada a sexualidade do idoso saudável. LILACS

Não existe na prática adesão por parte dos enfermeiros em relação às estratégias sugeridas para incentivar os idosos a viver sua sexualidade.

2010

RODRIGUES, L.A.D et al.

Ações preventivas da infecção pelo HIV

SCIELO

Diante do avanço da ciência voltada para a sexualidade do idoso, ampliou-se a oportunidade de encontros e relacionamentos entre essa população. Estas novas formas de vivenciar o envelhecimento parecem repercutir no aumento dos casos de algumas doenças relacionadas ao sexo.

2011 LARROQUE, F.M Sexualidade do idoso: Comportamento para a prevenção de dst/aids SCIELO

Deve-se compreender que estes são sujeitos sexualmente ativos, portanto expostos às DST/AIDS, e tornar a questão do uso do preservativo um assunto natural. 2011 RABELO, F.D; LIMA, M. C Conhecimento e Atitude de Futuros Profissionais da Saúde em Relação à Sexualidade na Velhice. LILACS

Considerando o desafio da promoção de saúde aos idosos e suas necessidades peculiares, tem-se enfatizado a formação de recursos humanos com vistas à expansão desta especialidade, bem como estimular o aperfeiçoamento de profissionais para o trabalho com idosos.

2011 PAULA, C.A. et al. Sexualidade na terceira idade: medidas de prevenção para doenças sexualmente

transmissíveis e AIDS

SCIELO

Com a melhora da qualidade de vida a expectativa de vida destina-se também a aumentar, fazendo cada vez mais necessário a inserção de práticas estratégicas educativas, realizadas por profissionais habilitados, promovendo assim uma mudança no comportamento dos idosos,

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7 principalmente quanto ao uso do preservativo. Assim como a investigação mais ampla dos casos de DST/HIV entre os idosos.

2012 TEIXEIRA, M.M et al. O enfermeiro frente à sexualidade na terceira idade BVS

Na saúde do idoso, nos deparamos com a realidade vivenciada por eles e a dificuldade que muitos encontram de conseguir quebrar tabus e abordar a sexualidade como algo inato/natural em qualquer fase da vida.

2012 VIEIRA, L.F.K; COUTINHO, L.P.M; SARAIVA, A.R.R. Envelhecimento, sexualidade e qualidade de

vida no idoso ABDENF

Acredita-se também que a compreensão da forma como os idosos veem e lidam com a sexualidade, possibilita uma complementaridade entre o saber cientifico e o senso comum.

2013

ALENCAR, L.D. et al.

Fatores que interferem na sexualidade de idosos: uma revisão integrativa

SCIELO

Além das modificações fisiológicas que o corpo apresenta com o decorrer dos anos e que podem interferir na prática sexual, a cultura da assexualidade e o preconceito social com os mais velhos favorecem a construção do estereótipo.

2013 CAVALCANTE, A.G. et al. Entendendo a sexualidade na terceira idade SCIELO

Compreendida como uma condição inerente a vida dos sujeitos, a sexualidade precisa ser percebida em sua amplitude em todas as fases do ciclo vital, em especial no contexto dos idosos. 2014 SANTANA , et al. Sexualidade na terceira idade: compreensão e percepção do idoso, família e sociedade. LILACS

Os idosos tal como os jovens sentem necessidade do sexo, e não têm como prioridade o ato em si, e sim trata a sexualidade como forma de receber e retribuir afeto e carinho, fazendo com que se sintam capazes de despertar desejos.

2016

LOPES, P.S.A; MISTURA, A.T.

Idoso e sexualidade: uma abordagem da saúde perante as dificuldades na terceira idade.

BVS

A sexualidade tem que ser discutida com os idosos e estimulada dentro de uma prática saudável e sem estigmas, para que represente, assim, mais contribua para uma vida saudável e de qualidade dessa população em tal faixa etária. 2016 VIEIRA, L. F.K; COUTINHO, L.P.M. A Sexualidade na Velhice: Representações sociais de idosos frequentadores de um grupo de convivência SCIELO

De maneira geral, os atores sociais demonstraram entendimento acerca da sexualidade, bem como aceitação das práticas sexuais na velhice, embora alguns tenham ressaltado a percepção negativa da sociedade quanto a essa realidade.

2017

SILVA, L.M.M.E et al.

Olhar de enfermeiro na atenção primária de saúde: prática sexual na terceira idade

ABDENF

Para compreender a problemática da sexualidade em idosos é necessário considerar o envelhecimento como fase de transição, que é influenciado por fatores que, direta ou indiretamente, afetam o comportamento e a resposta sexual.

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4. DISCUSSÃO

4.1 Sexualidade e Envelhecimento

O ser humano passa por várias modificações em seu corpo com o decorrer do tempo, e ao chegar à senescência surgem limitações físicas e mudanças estéticas, fazendo com que as pessoas pensem nos idosos como menos sedutores e sensuais. Talvez, por esse e outros motivos, os idosos tenham dificuldades em expressar sua sexualidade (COELHO et. al, 2010).

Segundo Moraes (2008) o envelhecimento é caracterizado pelo declínio progressivo do metabolismo celular e dos sistemas fisiológicos principais, tornando gradativamente limitadas e restritas as atividades fisiológicas, que consequentemente acaba afetando o convívio social e familiar do indivíduo.

Cancela (2007) diz que o envelhecimento, não é um estado, mas sim um processo de degradação progressiva e diferencial. Ela afeta todos os seres vivos e denominado como morte do organismo, e ocorre com velocidade e gravidade diferentes de indivíduo para indivíduo.

Para Schwanke e Schneider (2008) apenas a utilização da idade cronológica não deve ser tida como única referência ao assumir uma posição a respeito da expectativa de vida da pessoa.

Sendo assim, o envelhecimento envolve uma série de alterações fisiológicas e biológicas, tanto em homens como em mulheres, que também são visíveis na sexualidade, contudo, estas mudanças não significam que a senilidade está associada à doença. Falar sobre sexo na terceira idade é uma tarefa árdua por ser um assunto pouco abordado e, em muitos casos, torna-se abusivo por parte da sociedade. Este é um tema que muitos consideram um tabu, incluindo os próprios idosos e boa parte dos profissionais de saúde (LUZ et al., 2013).

Ao analisar a sexualidade do idoso quanto ao seu comportamento sexual, devem-se considerar alguns princípios e valores enraizados na cultura, na religião e na

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9 educação que influenciam de forma intensa seu pensamento e atitude sexual (MARQUES et al., 2015).

As alterações físicas normais do envelhecimento, o surgimento de doenças crônicas, o uso de medicamentos, a diminuição da libido sexual, a disfunção erétil masculina, além da diminuição no padrão da atividade sexual, por ser considerada por alguns idosos como inapropriada, são fatores que interferem e/ou comprometem a vivência da sexualidade entre homens e mulheres idosas (MARQUES et al., 2015).

“Para Ballone, nos idosos a função sexual está comprometida, em primeiro lugar pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do organismo produzidas pelo envelhecimento” (BALONE, 2007, p. 10).

De acordo com Sousa (2008), para compreender a problemática da sexualidade nos idosos é preciso levar em conta cinco fatores básicos que afetam o comportamento e a sexualidade em qualquer idade, como mostra o quadro abaixo:

Tabela 1: fatores básicos que afetam o comportamento e a sexualidade em qualquer idade.

Fonte: Starling et al, 2013.

De acordo com Pereira et.al (2008), durante o processo de envelhecimento, ocorrem algumas transformações quanto a resposta sexual, mas isso não implica o declínio do desejo de vivência da sexualidade.Diante de todo o declínio das funções fisiológicas, na percepção do mesmo, o desejo sexual está presente em alguns idosos. Através de pesquisa feita com idosos foi exposto que os preconceitos e tabus existentes são barreira para a abordagem do tema, sexo na terceira idade.

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10 Para compreender a sexualidade dos idosos, é preciso levar em conta que o comportamento sexual é definido por vários princípios: cultura, religião, educação, e estes valores influenciam intensamente o desenvolvimento sexual, determinando como se irá vivenciá-lo e lidar com ele por toda vida” (GRADIM et al., 2007).

Percebe-se que a sexualidade é uma parte importante da existência humana em qualquer etapa da vida. Nos dias atuais, alguns idosos ainda acreditam ser “normal” a presença de disfunções sexuais na terceira idade e assumem ter disfunções, entretanto, não recorrem ao profissional de saúde para mais esclarecimentos. Mesmo com tantas visões equivocadas, os idosos buscam estimular a sua sexualidade, principalmente, pelo modo de se vestir e reconhecem na família, na sociedade e na religião fatores que inibem o exercício da sua sexualidade.

4.2 A sexualidade na terceira Idade e o papel da enfermagem

O profissional enfermeiro como atuante principal da equipe de enfermagem, precisa estar preparado para orientar e abordar este assunto com os clientes da terceira idade, visto que faz parte de suas funções como educador e prestador da assistência humanizada (QUESADO et. al., 2011).

A sua atuação deve ser uma ação de cumplicidade e diálogo, sem menosprezo e preconceitos, no sentido de compreensão e escuta sobre a sexualidade dos idosos, motivando-os a descobrirem novas maneiras de satisfação, pois estes podem vivenciar sentimentos e emoções jamais experimentados antes (CAVADAS, 2010).

Cabe à enfermagem estimular o idoso a encarar o processo de envelhecimento como um período dinâmico, que propicie reflexões sobre o passado de forma a cultivar uma visão esperançosa de futuro, e, acima de tudo, dar-lhe um tratamento digno, ouvindo-o atentamente, focalizando sua atenção no presente e discutindo com ele seus planos futuros, garantindo-lhe desta forma sua individualidade e respeito (TEIXEIRA, 2012).

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11 O conceito de educação em saúde é compreendido de diferentes formas, pelo fato de integrar diversas áreas de conhecimento. Contudo, o significado desse conceito está ancorado na promoção de saúde, conscientização individual e coletiva das responsabilidades de cada ser humano sobre a mesma, fortalecendo a confiança em si mesmo. (SANTOS; CAETANO; MOREIRA, 2008).

A educação em Saúde na terceira idade direciona para a autonomia dos idosos, em poder decidir sobre as intervenções em seu corpo, assim c omo no seu bem estar como todas as suas principais funções. Quando a educação em saúde é desenvolvida de modo dialógico, num processo contínuo de interação entre prática e teoria capacita estes indivíduos a avaliar e transformar a realidade, na qual se encontram inseridos

(MARTINS, BARRA, SANTOS et al., 2007).

Atualmente, a enfermagem necessita ter uma melhor compreensão sobre educação em saúde na terceira idade, tendo em vista que esta necessita de atividades de prevenção e cuidados devem ser mais específicos para esta etapa da vida. Com isso, atuando na ação/cuidado voltada para a promoção, educação, manutenção e recuperação da saúde deste ser (MARTINS, BARRA, SANTOS et al., 2007).

É importante que os profissionais de enfermagem estabeleçam uma relação de ajuda com os idosos e procurem conhecer e compreender qual o verdadeiro significado que a sexualidade representa na vida de cada um, aconselhando e planeando intervenções adequadas que visem dar respostas efetivas às suas necessidades, sem emitir quaisquer juízos de valor que a expressão dos seus sentimentos ou modificar definitivamente o seu comportamento sexual (SILVA, 2013).

Verificou-se que o significado de sexualidade é diferente para cada idoso e pode estar relacionado com a história de vida, a educação e o meio social em que estão inseridos e que a sua expressão é influenciada por fatores biofisiológicos e psicossociais. Diante dessa conjuntura, os enfermeiros devem ter uma visão holística das pessoas idosas, considerando as suas vertentes biopsicossociais, que lhes permita desenvolver estratégias para facilitar o envelhecimento equilibrado (MARINHO et al.,

2008).

Alguns estudos já comprovaram que manter a vida sexual ativa é primordial para manter a qualidade de vida e o bem-estar. Por isso, na promoção da saúde o

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12 enfermeiro e toda equipe multidisciplinar tem um papel preponderante nos cuidados para com a saúde do idoso. É importante que o profissional da saúde em seus atendimentos questione os aspectos relacionados à prática sexual do idoso (STARLING, 2013).

O idoso pode levar uma vida normal, afinal de contas, a terceira idade é apenas uma nova fase de sua vida, podendo ser encarada como um processo saudável que ocorre na vida de todos os seres humanos, devendo ser vivida da melhor forma possível, sendo o próprio idoso responsável pela busca constante de sua satisfação

(STARLING, 2013).

Segundo Sousa (2008), percebe-se que a sexualidade precisa ser discutida com os idosos e estimulada dentro de uma prática saudável e sem estigmas, para que represente um fator que contribui para uma vida autônoma e plena dessa população. Diante desta realidade, as práticas de educação em saúde na terceira idade, acerca da sexualidade, mostra a necessidade de refletir sobre a importância da ampliação de literaturas, minimizando assim os estereótipos e promovendo uma compreensão do enfermeiro no tocante a sexualidade entre os idosos (DAL, 2010).

Dessa forma, julga-se que a discussão da educação sexual e preventiva, durante a consulta de enfermagem com os idosos seja fundamental para a divulgação de informações e mudanças do comportamento dessa população em relação a sua

sexualidade (DAL, 2010).

Frente às ideias expostas, acredita-se ser de fundamental importância o enfoque na atuação dos enfermeiros percebendo, compreendendo e implementando ações que ajudem os idosos a entender e vivenciar a sexualidade da melhor forma possível, buscando junto a esses profissionais uma aproximação com as ações de saúde

implementadas (CUNHA et al., 2015).

Essas ações visam promover a qualidade sexual dos idosos, vislumbrando obter deles facilidades, potencialidade e dificuldades identificadas nesse âmbito. Em face do apresentado, (CUNHA et al., 2015).

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5. CONSIDERAÇÕES

A partir do conceito de sexualidade, que é que é entendida como algo inerente ao ser humano e que sua manifestação pode ocorrer em qualquer fase da vida, pois não se restringe apenas ao ato sexual, reconhecemos a relevância de se aprofundar à temática da educação a respeito da sexualidade no idoso, por se tratar de uma questão que diz respeito a toda sociedade, ainda que isso cause estranheza a muitas pessoas.

Fatores como influência cultural, repressão na educação e ainda à falta de informação, quando o assunto é sexualidade, torna a questão ainda mais difícil de ser lidada por partes dos idosos, e que mesmo com as modificações fisiológicas apresentadas é importante à compreensão de que a sua vida sexual pode permanecer. A educação em saúde vem a ser a estratégia na construção de conceitos que visualizem o idoso como indivíduo livre para vivenciar sua sexualidade desprendida de mitos e preconceitos que se solidificaram socialmente. É necessário considerar que essas ações educativas devem envolver a terceira idade, adultos e jovens, pois sendo o processo do envelhecimento, inerente ao ser humano, questões sobre a sexualidade necessitam ser discutidas no percurso de todas as fases da vida.

6. REFERENCIAS

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CANCELA, G.M.D. O Processo de Envelhecimento. 2007. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0097.pdf>Acesso em:>setembro de 2017. CAVALCANTE, et al. Entendendo a Sexualidade na Terceira Idade: Revisão integrativa. 2013. Disponíveis em:

http://www.editorarealize.com.br/revistas/cneh/trabalhos/TRABALHO_EV054_MD4_SA9 _ID860_10102016214111.pdf. Acesso em:>julho de 2017.

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http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf.Acesso em março de 2047.

LARROQUE, et al. Sexualidade do Idoso: Comportamento para a Prevenção de DST/AIDS. 2011. Disponível em:>

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15 STARLING et al. A Contribuição do Enfermeiro na Educação em Saúde Relacionada a Sexualidade do Idoso Saudável. 2010. Disponível em:>http://blog.newtonpaiva.br/pos/e7-ad16- a-contribuicao-do-enfermeiro-naeducacao-em-saude-relacionada-a-sexualidade-do-idoso-saudavel/. Acesso em:> junho de 2017.

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http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevEnvelhecer/article/view/8079/4818. Acesso em: 20 de julho de 2017.

Referências

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