WLB - WORK LIFE BALANCE WLB - WORK LIFE BALANCE
E A SAÚDE MENTAL DO E A SAÚDE MENTAL DO
TELETRABALHADOR
TELETRABALHADOR
FACULDADE CERS Reitor: Professor Jorge Renato Montandon Saraiva;
Pro-Reitora: Micheline Bezerra Medeiros Saraiva;
Diretor da Faculdade CERS: Guilherme Marzol
Montandon Saraiva;
Programa de MESTRADO
PROFISSIONAL em Direito, Compliance, Mercado e Segurança Humana
Coordenador: Bruno Nubens Barbosa Miragem;
Coordenadora Adjunta:
Laís Gomes Bergstein.
Expediente
Conselho Editorial
Um projeto de extensão desenvolvido no âmbito do grupo de pesquisa Inteligência Artificial e novas tecnologias: interfaces jurídicas e de segurança humana, vinculado ao Programa de Mestrado Profissional em Direito, Compliance, Mercado e Segurança Humana da Faculdade CERS/PE.
Corpo Docente
Allan Maia Andrade de Souza
Bruno Nubens Barbosa Gomes Miragem Jane Lúcia Wilhelm Berwanger
Laís Gomes Bergstein
Maria Amália Oliveira de Arruda Camara Oton de Albuquerque Vasconcelos Filho Silvano José Gomes Flumignan
Corpo Discente - Pesquisa e texto Alice França Resende Bulhões
Alexandre Dimitri Moreira de Medeiros Arthur Vinícius Brandão Sotto
Aymina Nathana Brandão Madeiro Scala Lahys de Lima Camelo
Luísa de Marilac de Oliveira Barros Maria Cléia Santos
Paulo Gustavo Galindo Leite de Araújo
Solange Luiza Bezerra de Oliveira
WLB - Work Life Balance
O equilíbrio entre vida e trabalho tem sido uma interessante ferramenta para análise da produtividade, qualidade de vida e impactos do clima organizacional sobre a saúde mental dos teletrabalhadores.
A presente cartilha busca ajudar a
construir um meio ambiente de trabalho
mais salutar, fornecendo dados científicos
sobre WLB, saúde mental e desenvolvimento
sustentável.
A saúde mental é um determinante fundamental para a saúde do indivíduo como um todo, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS: "saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças".
SAÚDE MENTAL
Com uma boa saúde mental, os
indivíduos conseguem lidar melhor
com os problemas e tensões
inerentes à vida, aumentando
inclusive a produtividade do
trabalhador (WHO, 2013).
Segundo dados da OMS (2021), os diagnósticos de depressão e ansiedade, que estão entre as condições de saúde mental mais comuns, custam anualmente cerca de 1 trilhão de dólares à economia global.
Saúde mental é aspecto indispensável ao desenvolvimento sustentável e pequenas atitudes que prestigiem o equilíbrio entre vida e trabalho, favorecendo o autocuidado, podem impactar positivamente não só o indivíduo, mas também o meio no qual ele está inserido (WHO, 2019; MALUF NETO et al, 2021).
A Organização Pan-americana de Saúde -
OPAS (2019), divulgou que as condições de
trabalho, assim como os fatores
socioeconômicos, são determinantes para a
saúde mental.
Technostress pode ser compreendido como uma enfermidade causada pela falta de habilidade em lidar com as novas tecnologias de maneira saudável, causando uma sensação de insegurança e ansiedade no trabalhador (CARLOTTO;
CÂMARA, 2010).
O que é estresse tecnológico
ou technostress?
Para Estrada-Muñoz et al. (2021), tecnoestresse se traduz na limitação do trabalhador quanto a utilização e manejo das TICs, em regime presencial ou telepresencial, em decorrência da inabilidade organizacional de promover treinamento personalizado às características sociais e econômicas de cada colaborador.
É responsabilidade da empresa
supervisionar se o uso rotineiro
das TICs está sendo saudável
para o trabalhador (ESTRADA-
MUÑOZ et al., 2021).
No teletrabalho, o estresse tecnológico é mais frequente devido aos seguintes fatores (FÉ, 2018):
1 – Sobrecarga de informações quantitativas e qualitativas;
2 – Necessidade de responder às demandas em tempo real.
3 – Invasão do tempo pessoal, por ter de estar conectado com o
local de trabalho fora da sua
jornada (via celular, PDAs, tablets
etc).
Meio ambiente de trabalho saudável
Meio Ambiente do Trabalho - MAT, corresponde a qualquer local onde é realizada alguma atividade laboral.
Para Zimmermann, 2015, MAT é a soma dos fatores de ordem física, química, biológica e psicológica, relevantes ao bem-estar do trabalhador.
O direito fundamental ao meio
ambiente de trabalho saudável está
garantido pela Constituição Federal
de 1988, indispensável a TODOS.
A agenda 2030 da ONU traz como 8º objetivo de desenvolvimento sustentável - ODS, o Trabalho descente e Crescimento econômico.
O equilíbrio entre vida e trabalho (WLB) perpassa pelo conceito de desenvolvimento sustentável, sendo uma evolução contínua que visa a harmonia entre exploração de recursos, clima organizacional e desenvolvimento tecnológico, conciliando de forma saudável as demandas do presente e das gerações futuras (ONU, 1983;
MOTTA, AGUILAR, 2009).
SOCIAL
AMBIENTAL ECONÔMICO
SUSTENTÁVEL
Tripé da sustentabilidade
CLIMA ORGANIZACIONAL, para além do meio ambiente de trabalho, engloba os valores, práticas e a forma de gestão (CAMARA et al, 2021).
O teletrabalho tem se firmado como
realidade, exigindo uma adaptação por
parte de empregados e empregadores,
reforçando a necessidade de que as
relações de trabalho acompanhem a
evolução tecnológica (SCALA, 2021).
Neste contexto, líderes e gestores precisam estar atentos aos sinais demonstrados pelos trabalhadores, evitando que o mal gerenciamento das atribuições, ou o clima organizacional, pesem negativamente na dinâmica vida-trabalho (SCALA et al, 2021)
Levantamento de dados feito pelo
IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios - PNAD Covid-19, no mês
de maio de 2020, 13,3% dos indivíduos
ocupados no Brasil aderiram ao
teletrabalho, o equivalente a 8,7
milhões de pessoas (IBGE, 2020).
Manter uma rotina saudável
Fazer atividade física com regularidade
Ter momentos de relaxamento
Alimentar-se de forma sadia
Dormir bem
Criar um meio ambiente de trabalho psicologicamente saudável
Regrinhas de Ouro
Construir vínculos
Desconectar-se do trabalho
Reduzir atividades estressantes
Consultar o médico regularmente
Manter um clima organizacional salubre
Ofertar cursos de capacitação sobre
inteligência emocional para líderes e gestores
Referências
Adler, JM, Lodi-Smith, J., Philippe, FL, Houle, I.. A validade incremental da identidade narrativa na previsão do bem-estar: uma revisão do campo e recomendações para o futuro.
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