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Vista do ANAIS Simpósio Nacional do Gepelip: Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

ANAIS

Simpósio Nacional do Gepelip: Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa – PPGL da

Universidade Federal do Amazonas

Comissão Organizadora

Rita Barbosa de Oliveira (UFAM) Kenedi Santos Azevedo (UFAM) António Guimarães Silva Pinto (UFAM) Auriclea Neves de Oliveira (UNINORTE)

Carlos Antônio M. Guedelha (UFAM) Cássia Maria B. do Nascimento (UFAM)

Elaine Pereira Andreatta (UFAM) Francisca de Lourdes S. Louro (ESBAM)

José Benedito dos Santos (UFAM) Keyla Cirqueira Cardoso (UFAM) Kigenes Simas Ramos (UFAM)

Lajosy Silva (UFAM)

Lileana Mourão Franco de Sá (UFAM) Marcos Frederico Krüger Aleixo (UEA) Maria do Socorro da S. Jatobá (UFAM) Maria Luiza Germano de Souza (UFAM)

Nicia Petreceli Zucolo (UFAM)

Zemaria Pinto (AAL)

Andréa Costa de Andrade (UFAM) Giselle Jaime Brandão (UFAM) Iná Isabel de A. Rafael Silva (UFAM) Ingrid Karina Morales Pinilla (UFAM)

Isadora Santos Fonseca (UFAM) Karina Lobo Magalhães Castro (UFAM)

Maria da Luz Soares da Silva (CMM) Maria Yonar M. dos Santos (UFAM)

Pedro Ferreira Teixeira (UFAM) Rodrigo Nascimento Feitoza (UFAM)

Sideny Pereira de Paula (UFAM) Sylvia Beatriz Ramos Iwami (UFAM)

Thays Freitas Silva (UFAM) Yasmin Serafim da Costa (USP) Catarina Lemes Pereira (UFAM) Matthews Carvalho Rocha Cirne (UFAM) Layout: Raimundo Heberton Lima de Castro

Manaus – Amazonas 2014

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

Apoio:

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

Copyright© 2014 Universidade Federal Do Amazonas Reitora: Profa. Dra. Márcia Perales Mendes

Silva

Vice-Reitor: Prof. Dr. Hedinaldo Narciso Lima

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PROPESP

Pró-Reitor: Prof. Dr. Gilson Vieira Monteiro Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização - PROEXTI

Pró-Reitor: Prof. Dr. Luiz Frederico Mendes dos Reis Arruda

Editora da Universidade Federal do Amazonas - EDUA

Diretora: Profa. Dra. Suely Oliveira Moraes Marquez

Instituto de Ciências Humanas e Letras - ICHL

Diretora: Profa. Dra. Simone Eneida Baçal de Oliveira

Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGL

Coordenadora: Profa. Dra. Maria Luiza de Carvalho Cruz-Cardoso

Departamento de Língua e Literatura Portuguesa - DLLP

Chefe: Profa. Me. Lúcia Helena Ferreira da Silva

Coordenadora: Profa. Dra. Raynice Geraldine Pereira da Silva

Grupo de Estudos em Literaturas de Língua Portuguesa - GEPELIP

Líder: Profa. Dra. Rita do Perpétuo Socorro Barbosa de Oliveira

Vice-líder: Prof. Dr. Marcos Frederico Krüger Aleixo

Local: Auditório Rio Negro Dias 03, 04 e 05 de junho de 2014 Av. Gal. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000,

Coroado, Campus Universitário, Setor Norte, CEP: 69077-000, Manaus/AM

Catalogação na Fonte

Anais do Simpósio Nacional do Gepelip: Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa – PPGL da Universidade Federal do Amazonas.

626 p.

ISBN: 978-85-7401-777-8

1. Pesquisa em Linguagem e Literatura I. Título

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 8

PROGRAMAÇÃO GERAL

ATIVIDADES CULTURAIS 9

MINICURSOS 10

SESSÕES DE COMUNICAÇÃO 12

EXPOSIÇÃO DE BANNERS 18

COMUNICAÇÕES

A PERFORMANCE DAS CONTADORAS DE HISTÓRIAS DE FORMAÇÃO SUPERIOR:

UMA VIVÊNCIA COM O GRUPO GRIOT DE CONTADORES DE HISTÓRIAS

Adrine Motley Santana 20

A CRÍTICA LITERÁRIA DE BENEDITO NUNES E A ESTÉTICA NA LITERATURA DE CLARICE LISPECTOR

Andréa Costa de Andrade

Nelson Matos de Noronha 32

HAICAI AMAZONENSE: NÍVEL TEMÁTICO E VOCABULAR

Cacio José Ferreira 44

“ÓRFÃOS DO ELDORADO” E A NARRATIVA DE UM MITO

Carla Mara Matos Aires Martins

Adriane Felippe Rodrigues 55

A VOZ INSUBMISSA DO SIRVENTÊS MEDIEVAL COMO RESÍDUO NA POESIA POLÍTICA DE THIAGO DE MELLO

Carlos Henrique Peixoto de Oliveira 62

O CORPO IDEOLÓGICO DO POEMA: UM RECINTO DE LUTA EM LUIZA NETO JORGE

Carolina Alves Ferreira de Abreu 72

FANZINES EM MANAUS E AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO POÉTICAS

Caroline de Assis Campos Pinagé

Gabriel Arcanjo Santos de Albuquerque 83

O GROTESCO COMO ELEMENTO RESIDUAL NA POESIA DE MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO

Cássia Alves da Silva 92

VOZES MULTICULTURAIS EM MACUNAÍMA

Catarina Lemes Pereira 103

O CSO E O DEVIR CAVALO EM GS:V

Daniela Cardoso Moraes 113

MUHURAIDA EM INTERFACES ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA

Débora de Lima Santos 121

UMA FAMÍLIA EM MOLDURAS: FOTOGRAFIA E MEMÓRIA COMO ESTRATÉGIA DISCURSIVA NA OBRA “ARQUIPÉLAGO DA INSÔNIA” DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES

Dilce Pio Nascimento 133

QORPO-SANTO E BERNARDO SANTARENO: GÊNERO, SEXUALIDADE E DUALISMO

Elaine Pereira Andreatta 143

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

A MEMÓRIA AMAZÔNICA NA GEOGRAFIA LÍRICA DE ASTRID CABRAL

Enderson de Souza Sampaio 153

CRÔNICAS MANAUARAS: PARA ALÉM DOS AFETOS JORNALÍSTICOS

Esteban Reyes Celedón 160

LIBERTAÇÃO SOCIOPOLÍTICA DE CABO VERDE NA POESIA DE GABRIEL MARIANO E VERA DUARTE

Everton Vasconcelos Pinheiro

Rita Barbosa de Oliveira 169

À LUZ DE UMA HISTÓRIA REINVENTADA: MEMÓRIA E MONUMENTO NA TESSITURA POÉTICA DE LUIZ BACELLAR

Fadul Moura 180

NAEL, SUJEITO EMBLEMÁTICO, DO ROMANCE DOIS IRMÃOS DE MILTON HATOUM

Francisca de Lourdes Souza Louro 190

O OTELO DE DOM CASMURRO

Francisco Guaracy Andrade da Silva 205

A REPRESENTAÇÃO DO DIABO NO TEATRO MEDIEVAL E SEUS ASPECTOS RESIDUAIS NO AUTO DE NA FESTA DE SÃO LOURENÇO, DO PADRE JOSÉ DE ANCHIETA

Francisco Wellington Rodrigues Lima 223

PÓS-COLONIALISMO, LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA PÓS-COLONIAL

Giselle Brandão Jaime 238

A SIMBOLOGIA DO AZUL NA POESIA DE ERNESTO PENAFORT

Hervelyn Tatyane dos Santos Ferreira

Rita Barbosa de Oliveira 247

COM MILTON HATOUM EM/‘NA GARGANTA DO DIABO’

Huarley Mateus do Vale Monteiro 257

MANAUS NA BELLE ÉPOQUE: PARIS DOS TRÓPICOS NO PORTO DE LENHA

Iná Isabel de Almeida Rafael Silva

Carlos Antônio Magalhães Guedelha 265

O COMPLEXO DA AMAZÔNIA E AMAZONAS PÁTRIA DA ÁGUA: UMA ANÁLISE COMPARADA NA PERSPECTIVA DA COMPLEXIDADE MORINIANA

Ingrid Karina Morales Pinilla

Cássia Maria Bezerra do Nascimento 281

POÉTICA DAS ÁGUAS – A IMAGINAÇÃO MATERIAL NA TEORIA DE GASTON BACHELARD

Isadora Santos Fonseca

Rita Barbosa de Oliveira 293

A CONSTRUÇÃO DO HERÓI CULTURALEM UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA, DE MIA COUTO

José Benedito dos Santos 305

DESALIENAÇÃO COLONIAL PELO ATO DE VIOLÊNCIA EM “JUDAS ASVERO” DE EUCLIDES DA CUNHA

Josué Gomes Vieira 319

PASSOS INSÓLITOS NAS TRILHAS DO REALISMO ANIMISTA: UMA LEITURA DE A CONFISSÃO DA LEOA, DE MIA COUTO

Karina Lobo Magalhães Castro

Lileana Mourão Franco de Sá 331

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

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NOTAS SOBRE A FORTUNA CRÍTICA DE MANOEL DE BARROS

Keyla Cirqueira Cardoso Nunes 343

DA SUJEIÇÃO DA NATUREZA A NATUREZA DO SUJEITO: UMA LEITURA DO SUJEITO MODERNO NOS ESCRITOS AMAZÔNICOS DE EUCLIDES DA CUNHA E NO POEMA COBRA NORATO DE RAUL BOPP

Kigenes Simas 355

“JOGO DE DADOS”, DE ERASMO LINHARES: A FICCIONALIZAÇÃO DA DITADURA

Leandro Harisson da Silva Vasconcelos

Carlos Antônio Magalhães Guedelha 366

A DANÇA DAS PERSEGUIÇÕES

Lileana Mourão Franco de Sá 376

IMIGRAÇÃO JAPONESA NO AMAZONAS: INTEGRAÇÃO CULTURAL E SOCIAL

Linda Midori Tsuji Nishikido 388

A REPRESENTAÇÃO DA MARGINALIDADE, DO EXERCÍCIO DE PODER E DA MANIFESTAÇÃO DO NIILISMO NA PEÇA O ABAJUR LILÁS DE PLÍNIO MARCOS

Márcio Azevedo da Silva 408

EXPERIÊNCIAS COM O MITO: BAÍRA, O HERÓI BURLÃO

Maria da Luz Soares da Silva 416

“AGOURO”: UM OLHAR INUSITADO PARA A TEMPORALIDADE

Maria das Graças Vieira da Silva 430

PABLO NERUDA: TEORIA E POESIA POLÍTICA

Maria Leidiane Silva de Souza

Cassia Maria Bezerra do Nascimento 439

OS RESÍDUOS DA PICARESCA ESPANHOLA NO AUTO DA COMPADECIDA

Maria Milene Peixoto de Oliveira 451

O TEATRO DOS VAMPIROS: O EMBATE ENTRE O EU E O MUNDO NO BRASIL DA ERA COLLOR

Maria Yonar Marinho dos Santos 463

A TRADUÇÃO COMO PLAGIOTROPIA NA POESIA DE ANA HATHERLY

Matthews Carvalho Rocha Cirne 474

UM BREVE HISTÓRICO DA CRÍTICA PSICANALÍTICA NA VISÃO DE TERRY EAGLETON, ÉLISABETH RALLO E MARCELLE MARINI

Pedro Ferreira Teixeira 488

FACES DE CLARICE LISPECTOR

Pedro Thiago Santos de Souza 499

O SENTIDO DO SAGRADO EM LIÇÃO DE ALICE, DE ASTRID CABRAL

Pollyanna Furtado Lima 511

DEMOCRATIZAÇÃO DA ARTE E ANARQUISMO A PARTIR DA OBRA PÁSSARO DE CINZA DE FARIAS DE CARVALHO

Raissa Floriano Batista 528

TODOS OS NOMES: UMA INDIVIDUALIDADE

Rodrigo Nascimento Feitoza 538

RESÍDUOS CAVALEIRESCOS EM O SERTANEJO

Romildo Biar Monteiro

Elizabeth Dias Martins 547

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

LILITH E EVA EM MARGARIDA LA ROCQUE, A ILHA DOS DEMÔNIOS

Sideny Pereira de Paula

Lileana Mourão Franco de Sá 560

O REAL E O FANTÁSTICO: TERRITÓRIOS LIMÍTROFES OU ZONA DE EXPERIMENTAÇÃO COM A LINGUAGEM?

Sônia Maria Vasques Castro 572

A FICCIONALIZAÇÃO DO RIO NA CONTÍSTICA DE ARTHUR ENGRÁCIO

Thays Freitas Silva

Carlos Antônio Magalhães Guedelha 584

O SHABAT EM UM CONTO DE SAMUEL RAWET

Werner Vilaça B. Borges 596

MINICONTO, MICROCONTO, NANOCONTO, CONTOS SÃO?

Zemaria Pinto 605

BANNERS 617

Brenda Trindade, Isabella Martins e Lileana Mourão Franco de Sá Dayna Assis e Rita Barbosa de Oliveira

Izabely Barbosa Farias e Cássia Maria B. do Nascimento Márcio Fernandes

Micaelly Jerônimo Rocha e Rita Barbosa de Oliveira Páscoa Maria Duarte e Rita Barbosa de Oliveira

Rossemberg da Silva Freitas e Cássia Maria B. do Nascimento Suzane Kamilly Moreira Patricio e Cássia Maria B. do Nascimento

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

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APRESENTAÇÃO

Coordenadora, Vice-coordenador e Organizadores Desde a segunda metade do século XX e após a descolonização dos países da África e da China, as publicações, em língua portuguesa, de livros de poesia e de ficção de autores africanos e chineses vêm juntar-se às de escritores brasileiros e portugueses. Se nas duas últimas nacionalidades mencionadas são escritas em língua materna, nos dois continentes primeiramente citados, as obras constituem-se desse modo como estratégia dos intelectuais para dar visibilidade à riqueza cultural dos povos que neles habitam. A pesquisa na área da literatura acompanha esse movimento por meio da abordagem de obra e/ou de autor específico, bem como de determinado número de obras e/ou escritores de um ou mais países.

Assim, os estudos organizados por Afrânio Coutinho e os publicados individualmente por Antonio Candido, Alfredo Bosi, Otto Maria Carpeaux, Wilson Martins, Marcos Frederico Krüger Aleixo, Benedito Nunes, Joaquim Ferreira, António José Saraiva e Óscar Lopes, Jorge de Sena e António Sérgio, com os quais se faz representar tantos outros conceituados e mais recentes críticos das literaturas brasileira e portuguesa, somam-se estudos sobre as literaturas africana e chinesa escritas em língua portuguesa, em cuja variedade consta os de Laura Padilha, Maria Lúcia Lepecki, Carmen Tindó Secco, Rita Chaves, Maria Teresa Salgado, Simone Caputo e Silvio Renato Jorge. O Simpósio Nacional do GEPELIP segue o espírito investigador desses intelectuais com o propósito de reunir, na Universidade Federal do Amazonas, número significativo de participantes do Brasil, que tenham interesse na pesquisa literária, para promover a discussão científica a respeito das acima mencionadas literaturas.

O evento é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) através do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (PAREV) e da Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização da UFAM (PROEXTI) e tem por objetivo promover debates e reflexões em torno da Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa, entendendo, deste modo, Interculturalidade como a intersecção entre duas ou mais culturas de forma horizontal e sinergética, favorecendo, assim, a integração e a convivência entre povos e nações, sem deixar anular sua diversidade. O evento abrigará professores, alunos e pesquisadores que tenham como enfoque colaborar com os estudos sobre a literatura produzida no Brasil, Portugal, Macau e nos países africanos de língua portuguesa por meio de Grupos Temáticos, Comunicações individuais, painéis e como ouvintes. Os trabalhos apresentados devem ser norteados pelos seguintes eixos temáticos: 1) Interfaces poéticas; 2) Abordagens do Mito; 3) Convergências na Dramaturgia; 4) Interculturalidade na prosa de ficção; 5) Teoria Literária e novas perspectivas; 6) A formação da Crítica Literária; 7) A Amazônia em perspectiva; 8) Estudos sobre o Fantástico.

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

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PROGRAMAÇÃO GERAL

DIA 03/06/2014

12h30-13h50: Credenciamento 14h00-14h10: Abertura

Local: Auditório Rio Solimões (ICHL)

ATIVIDADES CULTURAIS

DIA 03/06/2014

14h15-14h55: Recital Fio de Linho da Palavra Local: Auditório Rio Solimões (ICHL)

DIA 04/06/2014

14h15-14h55: Recital Vida Ribeirinha encenado pelo Grupo Conplexa Local: Auditório Rio Solimões (ICHL)

DIA 05/06/2014

14h15-14h55: Coral Canta Floresta Local: Auditório Rio Solimões (ICHL)

19h10-20h45: Peça Teatral As realidades da África Local: Auditório Rio Solimões (ICHL)

20h45-21h15: Lançamento de Livros 21h30: Encerramento

CONFERÊNCIAS

DIA 03/06/2014 15h00: Poesia pra quê?

Profª. Drª. Ana Maria Domingues de Oliveira (UNESP)

Resíduos históricos do imaginário feminino em Portão de ferro, de Raquel Naveira

Profª Doutoranda Mary Nascimento da Silva Leitão (UFC) 16h10 (Sessões de comunicação)

18h00: A ficção e o teatro de Márcio Souza

Prof. Dr. Marcos Frederico Krüger Aleixo (UFAM/UEA) A trajetória lírica de Astrid Cabral

Prof. Dr. Carlos Antônio Magalhães Guedelha (UFAM)

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DIA 04/06/2014

15h00: Diz-me como escreves, dir-te-ei quem és: (des)construções do mito da criação literária

Profª. Drª. Ana Paula dos Santos Duarte Arnaut (UC)

O último canto: tudo quanto pensei sobre Camões mas nunca tive tempo para escrever Prof. Dr. Mauricio Matos (UEA)

16h10 (Sessões de comunicação)

18h:00: Afeto e erotismo em duas vozes poéticas Prof. Dr. Gabriel Arcanjo Santos de Albuquerque (UFAM) Poesia, zona de abrigo?

Profª Drª Tatiana Pequeno da Silva (UFF)

DIA 05/06/2014

15h:00: Os arquivos do futuro: uma perspectiva amazônica Prof. Dr. Allison Marcos Leão (UEA)

Franjas da memória: testemunhos poéticos de Astrid Cabral Profª. Doutoranda Nicia Petreceli Zucolo (UFAM)

16h10 (Sessões de comunicação)

18h:00: Comparatismo literário e nossas relações comunitárias Prof. Dr. Benjamin Abdala Junior (USP)

MINICURSOS

DIA 03/06 e 04/06

Local: Sala 3 (Bloco de Letras do ICHL)

16h10-17h50: A crônica: do jornalismo à literatura Profª Drª Auricléa Oliveira das Neves (UNINORTE).

Ementa:

O curso pretende abordar a crônica com forma narrativa de estilo híbrido que transita entre o jornalismo e a literatura. Para tanto, serão analisadas algumas crônicas de dois autores contemporâneos:

Lya Luft, que apresenta seus trabalhos em revistas semanais e Milton Hatoum que publicou, em 2013,

“Um solitário à espreita”, coletânea de crônicas publicados em locais diversos, nos últimos dez anos. A popularidade dessa narrativa breve reside na possibilidade de ser apresentada em suportes variados, como suplementos literários, livros, revistas, jornais, blogs ... mas, independentemente do espaço de publicação, o valor do cronista está em elaborar um texto artístico, que ultrapasse a informação, a circunstancialidade, a efemeridade jornalística e o promova ao “status” de literário.

Dia 04/06 e 05/06

Local: Sala 4 (Bloco de Letra do ICHL)

16h10-17h50: Poesia Política: o Golpe de 1964 nos versos dos poetas brasileiros Profª Drª Cássia Maria Bezerra Nascimento (UFAM).

Ementa

A poesia existe como relação indissociável da realidade, assim temos a poesia política, engajada, comprometida ou insubmissa: uma constituição autônoma de um ser (um eu) inconformado, que ora grita, ora sussurra para a sociedade. O ano de 1964 é um marco doloroso na História do Brasil, por isso é possível identificar suas feridas na Poesia Política de Affonso Romano de Sant'Anna, Ferreira

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

Gullar, Joel Rufino dos Santos, Roberto Pontes, Pedro Lyra e Thiago de Mello.

DIA 04/06 e 05/06

Local: Sala 3 (Bloco de Letras do ICHL)

19h10-20h50: Entre sombras e castelos: uma viagem do gótico ao fantástico Profª Esp. Anay Cardoso Miranda (UNINORTE)

Profª Esp. Cláudia de Socorro Simas Ramos (SEMED) Profª Mestranda Sideny Pereira de Paula (PPGL/UFAM) Profª Mestranda Sylvia Beatriz Ramos Iwami (PPGL/UFAM) Ementa:

O gênero gótico, sua origem e trajetória. A presença do gótico na arquitetura, nas artes plásticas, na música, na moda e sua influência no comportamento de alguns grupos sociais. O surgimento da moderna narrativa fantástica em Mary Shelley, Bram Stocker, Edgar Alan Poe e Charles Baudelaire.

História do fantástico na literatura brasileira.

Dia 04/06 e 05/06

Local: Sala 4 (Bloco de Letras do ICHL) 19h10-20h50: Clube da Madrugada, 60 anos

Prof. Dr. Carlos Antônio Magalhães Guedelha (UFAM) Profª Mestranda Iná Isabel de Almeida Rafael Silva (UFAM) Porfª Mestranda Thays Freitas Silva (UFAM)

Graduando Enderson de Souza Sampaio (UFAM)

Graduando Leandro Harisson da Silva Vasconcelos (UFAM) Ementa:

Antecedentes: Manaus no ciclo da borracha. Clube da Madrugada: origem e significado histórico.

Poetas e ficcionistas representativos. Apresentação de textos

Objetivo: Apresentar aos cursistas o Clube da Madrugada, no que tange à sua origem, significado histórico, autores representativos e textos diversos, como forma de divulgar a literatura produzida sob os influxos do Clube na efeméride dos 60 anos de sua criação.

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SESSÕES DE COMUNICAÇÃO

Dia 03/06/2014

GT INTERFACES POÉTICAS Local: Sala 7 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Me. Maria Luiza Germano (UFAM)

Horário Autores Título

16h10 Adrine Motley Santana (UFPA)

A PERFORMANCE DAS

CONTADORAS DE HISTÓRIAS DE FORMAÇÃO

SUPERIOR 16h30 Caroline de Assis Campos Pinagé

(UFAM)

FANZINES EM MANAUS E AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO POÉTICAS

16h50

Tiago José Cavalcanti Atroch (UFAM)

Maria Yonar Marinho dos Santos (UFAM)

TEATRO DOS VAMPIROS: O EMBATE ENTRE O EU E O MUNDO NO

BRASIL DA ERA COLLOR 17h10 Maria das Graças Vieira da Silva

(UFAM)

“AGOURO”: UM OLHAR INUSITADO PARA A TEMPORALIDADE

17h30 Debate

Local: Sala 8 (Bloco de Letras do ICHL)

16h10 Pollyanna Furtado Lima (SEMED) O SENTIDO DO SAGRADO EM LIÇÃO DE ALICE, DE ASTRID CABRAL

16h30 Hervelyn Tatyane dos Santos Ferreira (UFAM)

A SIMBOLOGIA DO AZUL NA POESIA DE ERNESTO

PENAFORT 16h50 Matthews Carvalho Rocha Cirne

(UFAM)

A TRADUÇÃO COMO PLAGIOTROPIA NA POESIA DE ANA HATHERLY

17h10 Thays Coelho de Araujo (UFAM)

POR UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DA CRÔNICA PORTA PARA O QUINTAL DE LUIZ BACELLAR

17h30 Debate

GT COMPLEXIDADE E RESIDUALIDADE LITERÁRIAS Local: Sala 10 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Drª Cássia Maria Bezerra do Nascimento (UFAM)

Horário Autores Título

16h10 Cássia Alves da Silva (UFC)

O GROTESCO COMO ELEMENTO RESIDUAL NA POESIA DE

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO

16h30 Claudia Maria De Serrão Pereira (UFAM)

A AMAZÔNIA EM ESTUDOS COMPLEXOS E RESIDUAIS EM DOIS

IRMÃOS 16h50 Maria Leidiane Silva de Souza

(UFAM) PABLO NERUDA: TEORIA E

POESIA POLÍTICA

17h10 Carlos Henrique Peixoto de Oliveira (UFC)

A VOZ INSUBMISSA DO SIRVENTÊS MEDIEVAL COMO RESÍDUO NA

POESIA POLÍTICA DE THIAGO DE MELLO

17h30 Debate

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

Local: Sala 11 (Bloco de Letras do ICHL)

16h10 Daniela Cardoso Moraes O CSO E O DEVIR-CAVALO EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS

16h30 Francisco Wellington Rodrigues Lima (UFC)

A REPRESENTAÇÃO DO DIABO NO TEATRO MEDIEVAL E SEUS ASPECTOS RESIDUAIS NO AUTO DE NA FESTA DE SÃO LOURENÇO, DO PADRE JOSÉ DE ANCHIETA

16h50 Ingrid Karina Morales Pinilla (UFAM)

O COMPLEXO DA AMAZÔNIA E AMAZONAS PÁTRIA DA ÁGUA:

UMA ANÁLISE COMPARADA NA PERSPECTIVA DA

COMPLEXIDADE MORINIANA

17h10 Maria Milene Peixoto de Oliveira (UFC)

OS RESÍDUOS DA PICARESCA ESPANHOLA N‟O AUTO DA COMPADECIDA, DE ARIANO SUASSUNA

17h30 Romildo Biar Monteiro (UFC) RESÍDUOS CAVALEIRESCO EM O SERTANEJO

17h50 Debate

COMUNICAÇÃO COM TEMA LIVRE Local: Sala 05 (Bloco de Letras do ICHL)

16h10 Juliana Florentino Hampel (USP)

O EMBATE ENTRE DISCURSOS ANCESTRAIS, DE ORDEM E DE

LOUCURA EM O VENTO ASSOBIANDO NAS GRUAS, DE LÍDIA JORGE

16h30 Pedro Thiago Santos de Souza

(UFAM) FACES DE CLARICE

LISPECTOR 16h50 Sideny Pereira de Paula (UFAM) LILITH E EVA EM

MARGARIDA LA ROCQUE, A ILHA DOS DEMÔNIOS

17h10 Carolina Alves Ferreira de Abreu (UFAM)

O CORPO IDEOLÓGICO DO POEMA: UM RECINTO DE LUTA EM

LUIZA NETO JORGE

17h30 Everton Vasconcelos Pinheiro (UFAM)

LIBERTAÇÃO SOCIOPOLÍTICA DE CABO VERDE NA POESIA DE

GABRIEL MARIANO E VERA DUARTE

17h50 Debate

GT ABORDAGENS DO MITO NAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Local: Sala 7 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Drª Maria do Socorro Jatobá (UFAM) Prof. Me. José Benedito dos Santos (SEDUC)

Horário Autores Título

19h10 Maria do Socorro Jatobá

(UFAM)

NARRATIVA POÉTICA E MEMORIA NA ILIADA DE HOMERO

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

19h30 Alex de Araujo Neiva

(USP/FAPESP)

O MITO PESSOA E O DIA TRIUNFAL: DE AUTOR À PERSONAGEM

19h50 Juliana de Souza Gomes Nogueira (UFBA)

A MEMÓRIA DO MITO E A REINVENÇÃO DA

LINGUAGEM EM

CONCEIÇÃO PARANHOS E SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

20h10 José Benedito dos Santos (SEDUC)

A CONSTRUÇÃO DO HERÓI CULTURAL EM UM RIO CHAMADO

TEMPO, UMA CASA

CHAMADA TERRA, DE MIA COUTO

20h30 Maria da Luz Soares da Silva

(UFAM) EXPERIÊNCIAS COM O MITO:

BAÍRA, O HERÓI BURLÃO

20h50 Debate

COMUNICAÇÃO COM TEMA LIVRE Local: Sala 8 (Bloco de Letras do ICHL)

Hora Autores Título

19h10 Cacio José Ferreira (UFAM) HAIKAI AMAZONENSE:

NÍVEL TEMÁTICO E VOCABULAR

19h30 Fabio Fadul de Moura (UEA)

À LUZ DE UMA HISTÓRIA REINVENTADA: MEMÓRIA E MONUMENTO

NA TESSITURA POÉTICA DE LUIZ BACELLAR

19h50 Josué Gomes Vieira

(PPGSCA/UFAM)

DESALIENAÇÃO

COLONIAL PELO ATO DE VIOLÊNCIA EM “JUDAS ASVERO” DE EUCLIDES DA CUNHA

20h10 Kaoru Tanaka de Lira Ferreira (UFAM)

Linda Midori Tsuji Nishikido

IMIGRAÇÃO JAPONESA NO AMAZONAS: INTEGRAÇÃO CULTURAL

E SOCIAL

20h30 Debate

Dia 04/06/2014

GT INTERCULTURALIDADE NA PROSA DE FICÇÃO Local: Sala 7 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Me. Nicia Petreceli Zucolo (UFAM/USP) Mestranda Yasmin Serafim (USP)

Horário Autores Título

16h10 Yasmin Serafim da Costa (USP) Marlise Vaz Bridi (USP/UPM)

NO LIMITE DOS CORPOS:

UMA COMPARAÇÃO ENTRE NOVAS CARTAS

PORTUGUESAS E SALA DE ARMAS

16h30 Catarina Lemes Pereira (UFAM) VOZES MULTICULTURAIS EM MACUNAÍMA

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Anais do Simpósio Nacional do Gepelip:

Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

Universidade Federal do Amazonas – Manaus, junho 2014

16h50 Kigenes Simas (UFAM)

DA SUJEIÇÃO DA NATUREZA A NATUREZA DO SUJEITO:

UMA

LEITURA DO SUJEITO MODERNO NOS ESCRITOS AMAZÔNICOS DE EUCLIDES DA CUNHA E NO POEMA COBRA NORATO DE RAUL BOPP

17h10 Kenedi Santos Azevedo (UFAM)

“AQUI O MAR ACABA E A TERRA PRINCIPIA”:

UMA VIAGEM PELA LISBOA DAS OBRAS DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES,

AL BERTO E JOSÉ SARAMAGO

17h30 Debate

GT FRESTAS, GUMES E AVESSOS: AS NARRATIVAS DE EXPRESSÃO FANTÁSTICA Local: Sala 8 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Drª Lileana Mourão Franco Sá (PPGL/ UFAM)

Horário Autores Título

16h10 Lileana Mourão Franco de Sá

(UFAM) A DANÇA DAS

PERSEGUIÇÕES

16h30 Karla Menezes Lopes Niels (UERJ)

O FANTÁSTICO NO ROMANTISMO

BRASILEIRO: ALVARES DE AZEVEDO E FAGUNDES VARELA

16h50 Karina Lobo Magalhães Castro (UFAM)

PASSOS INSÓLITOS NAS TRILHAS DO REALISMO ANIMISTA:

UMA LEITURA DE A CONFISSÃO DA LEOA, DE MIA COUTO

17h10 Sônia Maria Vasques Castro (UFAM)

NOS LIMITES DA

LINGUAGEM: DIMENSÕES DO FANTÁSTICO E

EXPERIMENTALISMO EM SÔBOLOS RIOS QUE VÃO

17h30 Debate

COMUNICAÇÃO COM TEMA LIVRE Local: Sala 10 (Bloco de Letras do ICHL)

Hora Autores Título

16h10 Huarley Mateus do Vale Monteiro (UERR)

COM MILTON HATOUM EM/“NA GARGANTA DO DIABO”

16h30 Werner Vilaça Batista Borges

(UFAM) O SHABAT EM UM CONTO DE

SAMUEL RAWET 16h50 Débora de Lima Santos (UEA) MUHURAIDA EM

INTERFACES ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA

17h10 Jamerson Eduardo Reis Silva (UEA)

MONSTRUOSIDADE E COLONIZAÇÃO EM MURAIDA, DE

HENRIQUE JOÃO WILKENS

17h30 Debate

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Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa.

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GT CONVERGÊNCIAS NA DRAMATURGIA Local: Sala 7 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Prof. Dr. Lajosy Silva (PPGL/ UFAM) Profª Me. Elaine Pereira Andreatta (CMM)

Horário Autores Título

19h10 Lajosy Silva (UFAM) DRAMATURGIA E

DIVERSIDADE NA OBRA DE NEWTON MORENO

19h30 Elaine Pereira Andreatta (CMM)

QORPO-SANTO E BERNARDO SANTARENO: GÊNERO, SEXUALIDADE

E DUALISMO 19h50 Francisco Guaracy Andrade da Silva

(UNICEL) O OTELO DE DOM

CASMURRO

20h10 Márcio Azevedo da Silva (UFAM)

A REPRESENTAÇÃO DA MARGINALIZAÇÃO, PROSTITUIÇÃO E

EXERCÍCIO DE PODER NA PEÇA O ABAJUR LILÁS DE PLÍNIO MARCOS

20h30 Debate

Dia 05/06/2014

GT TEORIA LITERÁRIA E NOVAS PERSPECTIVAS Local: Sala 7 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Drª Auricléa Oliveira das Neves (UNINORTE) Profª Me. Zemaria Pinto (AAL)

Horário Autores Título

16h10 Zemaria Pinto (AAL) MINICONTO, MICROCONTO,

NANOCONTO, CONTOS SÃO?

16h30 Dilce Pio Nascimento (UEA)

UMA FAMÍLIA EM

MOLDURAS: FOTOGRAFIA E MEMÓRIA COMO

ESTRATÉGIA DISCURSIVA NA OBRA “ARQUIPÉLAGO DA INSÔNIA” DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES 16h50 Rodrigo Nascimento Feitoza

(UFAM) TODOS OS NOMES: UMA

INDIVIDUALIDADE

17h10 Isadora Santos Fonseca (UFAM)

POÉTICA DAS ÁGUAS – A IMAGINAÇÃO MATERIAL NA TEORIA DE GASTON

BACHELARD

17h30 Debate

GT AMAZÔNIA EM PERSPECTIVA Local: Sala 8 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Prof. Dr. Carlos Antônio Magalhães Guedelha (UFAM) Profª Me. Maria Sebastiana de Morais Guedes (UFAM)

Horário Autores Título

16h10 Thays Freitas Silva (UFAM) A FICCIONALIZAÇÃO DO RIO NA CONTÍSTICA DE ARTHUR ENGRÁCIO

16h30 Iná Isabel de Almeida Rafael Silva (UFAM)

MANAUS NA BELLE ÉPOQUE:

PARIS DOS TRÓPICOS NO PORTO

DE LENHA

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16h50 Leandro Harisson Da Silva Vasconcelos (UFAM)

“JOGO DE DADOS”, DE ERASMO LINHARES: A FICCIONALIZAÇÃO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

17h10 Enderson de Souza Sampaio (UFAM)

A MEMÓRIA AMAZÔNICA NA GEOGRAFIA LÍRICA DE ASTRID

CABRAL

17h30 Debate

Local: Sala 10 (Bloco de Letras do ICHL)

16h10 Esteban Reyes Celedón (UFAM) CRÔNICAS MANAUARAS:

PARA ALÉM DOS AFETOS JORNALÍSTICOS

16h30 Anastacia Helena Diel (UEA)

RETRATOS DO CABOCLO NA DICÇÃO POÉTICA DE

ALFREDO SAUNIER

16h50 Jamesley Almeida de Souza (UNINORTE)

CHUVA BRANCA: O RETRATO CULTURAL DA SOCIEDADE AMAZÔNICA BRASILEIRA NA OBRA DE PAULO JACOB

17h10 Raissa Floriano Batista (UFAM)

DEMOCRATIZAÇÃO DA ARTE NO AMAZONAS A PARTIR DA OBRA PÁSSARO DE CINZA, DE FARIAS DE CARVALHO

17h30 Debate

GT A FORMAÇÃO DA CRÍTICA LITERÁRIA Local: Sala 11 (Bloco de Letras do ICHL)

Coordenação: Profª Drª Francisca de Lourdes Souza Louro (ESBAM) Profª Mestranda Keyla Cirqueira Cardoso (SEDUC/UFAM)

Horário Autores Título

16h10 Francisca de Lourdes Souza Louro (ESBAM)

NAEL, SUJEITO EMBLEMÁTICO, DO ROMANCE DOIS IRMÃOS DE MILTON HATOUM 16h30 Keyla Cirqueira Cardoso Nunes

(SEDUC)

NOTAS SOBRE A FORTUNA CRÍTICA DE MANOEL DE BARROS

16h50 Giselle Brandão Jaime (UFAM) PÓS-COLONIALISMO, LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA PÓSCOLONIAL

17h10 Andréa Costa de Andrade (UFAM)

A CRÍTICA LITERÁRIA DE BENEDITO NUNES E A ESTÉTICA NA LITERATURA DE CLARICE LISPECTOR

17h30 Pedro Ferreira Teixeira (UFAM)

UM BREVE HISTÓRICO DA CRÍTICA PSICANALÍTICA NA VISÃO DE TERRY

EAGLETON, ÉLISABETH RALLO E MARCELLE MARINI

17h50 Debate

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EXPOSIÇÃO DE BANNERS

Dia: 05/06/2014 Local: Hall do ICHL Horário: 20h45-21h15

Brenda Grazielle Silva Trindade (UFAM)

Isabella Marques de Cervinho Martins (UFAM) O ESTROPIADO – O FANTÁSTICO EM BENJAMIN SANCHES

Evellyn Arévalo Monarcha (UFAM) CLUBE DA MADRUGADA – LITERATURA E ESTILÍSTICA

Carla Mara Matos Aires Martins (UEA) “ÓRFÃOS DO ELDORADO” E A NARRATIVA DE UM MITO

Dayana Dias Assis (UFAM) LITERATURA E MITO: O CICLO DA VIDA NA POESIA DE ANA MARQUES GASTÃO Greiciane Saraiva Sena (UFAM) “TRÊS ESTÓRIAS DA TERRA”, DE

ERASMO LINHARES: FLAGRANTES DOS SERINGAIS AMAZÔNICOS

Izabely Barbosa Farias (UFAM)

LITERATURA E FORMAÇÃO DA

INTELIGÊNCIA HUMANA: UMA ANÁLISE DA PRESENÇA OU AUSÊNCIA DA

LITERATURA EM ESCOLAS DE MANAUS Loyanne Araujo de Souza (UFAM) A LITERATURA AMAZONENSE NA

EDUCAÇÃO BÁSICA

Márcio Fernandes Conceição (UFAM) REVISTA ORPHEU 1: HISTÓRIA Micaelly Jeroninmo Rocha (UFAM) A MULHER NOS POEMAS DE OLINDA

BEJA

Páscoa Maria Pereira Duarte (UFAM) TRADIÇÃO ORAL E “POESIA CIBERNÉTICA”

Rossemberg da Silva Freitas (UEA) AS FACES DE LILITH E EVA EM INÊS DE CASTRO

Suzane Kamilly Moreira Patricio (UFAM) AMOR DE MULHERES NA LITERATURA:

ESTADO DA ARTE DE SAFO DE LESBOS ATÉ OS DIAS ATUAIS

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COMUNICAÇÕES

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A PERFORMANCE DAS CONTADORAS DE HISTÓRIAS DE FORMAÇÃO SUPERIOR: UMA VIVÊNCIA COM O GRUPO

GRIOT DE CONTADORES DE HISTÓRIAS

Adrine Motley Santana (UFPA) RESUMO

Antigamente a narração de histórias ocorria em meio a grupos sentados ao redor de uma fogueira e, dentre eles, um narrador de histórias aquecendo o povo ali presente com seu hálito vivo contando as histórias que passavam de geração em geração. Eram chamados de xamãs, griot, bardos... No século XXI, esta prática transformou-se e os espaços onde atuam são diferenciados como escolas, hospitais, praças públicas, universidades, entre outros. São denominados narradores contemporâneos ou urbanos, por assumirem uma nova identidade e profissionalizarem esta prática. Desse modo, esta pesquisa propõe estudar a performance das narradoras de histórias, formadas em uma instituição pública de ensino superior, Universidade do Estado do Pará, no período de 2000 a 2005, que fizeram parte dos grupo Griot. As mulheres envolvidas nesse grupo, o qual fiz parte, buscavam por meio do corpo e da voz, propagar as narrativas estudadas e ouvidas, tanto em verso como em prosa, no projeto de extensão do qual fizeram parte. Essa pesquisa também propõe compreender um dos elementos da performance de que fala Paul Zumthor, o repertório, o qual incluía poemas de autores paraenses. Assim sendo, este trabalho que perpassa o campo das Poéticas Orais visa perceber de que forma o conhecimento vivenciado no período de cinco anos em uma universidade influencia na prática que essas contadoras exercem hoje, seja como professoras ou contadoras de histórias.

Palavras-Chave: narrativas orais, narradoras, performance, repertório e ensino superior.

ABSTRACT

Formerly storytelling occurred amid groups sitting around a campfire and among them, a storyteller warming the people present there with his living breath telling the stories that passed from generation to generation. Were called shamans, griots, bards... In the twenty-first century, this practice became places where they operate and are differentiated as schools, hospitals, public plazas, universities, among others. Contemporary or urban storytellers are called, because they assume a new identity and professionalize the practice. Thus, this research proposes to study the performance of the narrators of stories, formed at a public institution of higher education, Universidade do Estado do Pará, in the period 2000-2005, which were part of the Griot group. The women involved in this group, which I was part, sought through the body and voice, spread the narratives studied and heard, both in verse and in prose, the extension project of which were part. This research also proposes understanding of the elements of that speech Paul Zumthor performance, repertoire, which included poems by Para authors. Thus, this work that pervades the field of Oral Poetics aims to understand how the knowledge experienced in the period of five years at a university in practice that these influences exert counting today, either as teachers or storytellers.

Keywords: oral narratives, narrators, performance, repertoire and higher education.

INTRODUÇÃO

“ABRE-TE SÉSAMO!”

As tecnologias como a internet, os jogos eletrônicos, o twitter e outros meios

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conseguiram alcançar um grande espaço na sociedade contemporânea. Nesse sentido, muitas dúvidas começaram a surgir: o livro vai acabar? E as histórias orais vão continuar?

Dessa forma, como narradora de histórias da contemporaneidade, resolvi realizar um trabalho de pesquisa na área das Poéticas Orais, pois diante de tantas tecnologias se faz necessário estudar uma das tecnologias que se perpetua, talvez, até como resistência a grandes inovações, a voz humana na figura do narrador. Sendo assim, faz-se necessário recorrer a Paul Zumthor, um estudioso da oralidade que estudou o uso da voz em contadores, trovadores da Idade Media. Apesar de o estudo retratar outro contexto, ele é sempre citado e referendado quando se diz respeito a Poéticas Orais.

Neste contexto, esta pesquisa, em andamento, propõe estudar a performance das narradoras de histórias formadas em uma instituição pública de ensino superior no período de 2000 a 2005, uma vez que na Universidade do Estado do Pará existe, desde 1999, o grupo de Contadores de Histórias GRIOT, do qual também fui participante, e que por fazer parte deste projeto, formei-me juntamente com os outros integrantes narradora de histórias profissionais.

Desse modo, estudar essas pessoas que contam histórias e que passaram pela experiência do ensino superior tendo a possibilidade de ouvir narrativas, como também de lê-las à luz da teoria, torna o tema interessante, assim como busca estudar um novo perfil de narrador de histórias, aquele que vivendo e atuando em espaços urbanos tem a chance de procurar na letra e na voz o alimento para suas performances.

É notório que existe nas universidades brasileiras, inclusive na UFPA, estudos acerca de contadores das comunidades rurais, como os já estudados pelo IFNOPAP (Imaginário das Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense, projeto da UFPA, coordenado pela Prof.ª Drª Maria do Perpétuo Socorro Galvão Simões). No entanto, pouco se sabe desse contador urbano e a pesquisa, em questão, propõe estudar a relação existente entre o conhecimento adquirido na academia e em formações continuadas, com o momento da performance.

Por que então, estudar as mulheres? O interessante a ser pontuado é que enquanto narradora de histórias, e pesquisadora da área, descobri nos textos de Ana Maria Machado e Marina Warner, que os principais agentes difusores das narrativas foram as mulheres que durante seus afazeres domésticos, teciam belas histórias, tanto pela voz quanto pelo bordado que faziam. A mão e a voz eram suas armas, para subverter

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uma ordem machista já estabelecida.

1. OS NARRADORES DE HISTÓRIAS “ESTÃO DE VOLTA”

No livro O Banquete dos Deuses (2000) há um trecho que diz: “Que minhas mãos tratem com dignidade tudo o que criaste e que meus ouvidos estejam atentos à tua voz.”

Relembrar um dos ensinamentos que o autor do livro em questão, Daniel Munduruku, aprendeu em sua comunidade é perceber a importância que um narrador exerce perante um povo com a função de manter presente as tradições e ensinamentos daquele local, assim como realizar a ponte entre o mundo do sagrado e as pessoas.

A proposta feita por Daniel Munduruku faz-nos remeter a tempos longínquos em que os homens sentavam ao redor de uma fogueira e ouviam atentos as narrativas que corriam de boca em boca relatando experiências e conhecimentos a serem guardados na memória e no coração das gerações futuras.

Essas histórias, por sua vez, espalharam-se como um sopro, encantando milhares de pessoas no mundo inteiro. Contudo, o ato de narrar histórias foi quase deixado de lado pela sociedade moderna, tempo do esquecimento de tradições, principalmente no universo infantil, como crianças jogando bola nas ruas, as brincadeiras populares, as cantigas de roda, as rodas de verso e a narração de histórias. Nesse contexto, eis que surge uma questão:

os narradores ficarão apenas no passado e só serão lembrados pela ação da memória?

A resposta à pergunta parece ainda não ter solução. Dessa forma, nesse contexto em que a tradição do narrar histórias é imagem apenas formada no imaginário de gerações passadas, nasce à preocupação em voltar a torná-la presente. Assim, é possível acreditar que entre o “Era uma vez” e o “Viveram felizes para sempre”, existe um universo de histórias que vem se perpetuando na imaginação de diferentes povos e, pela sua magia são capazes de encantar crianças, jovens e adultos. Sendo assim, este trabalho retrata a necessidade de manter viva a tradição do narrar e ouvir histórias.

Para que esta tradição se perpetue entra em cena a figura do narrador que de acordo com Walter Benjamim (1993) há dois tipos: o narrador sedentário e o narrador viajante. O narrador sedentário é aquele que permanece em sua terra, transmitindo aos ouvintes, conhecimentos arcaicos contidos em sua cultura, fala de acontecimentos ligados a sua comunidade, envoltos em uma atmosfera maravilhosa, que encanta a platéia. Figura sempre próxima, a quem sempre se pode recorrer, e que conhece

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intimamente seu público.

O narrador viajante é aquele que traz no corpo as maravilhas vistas e vividas em terras e mares distantes, desconhecidos (ou não) daquela comunidade a qual esta narrando. Narrativas fantásticas, que desfilam diante dos olhos e dos ouvidos do povo.

Outro estudioso do assunto é Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), que diz que a técnica de narração do conto popular deve obedecer a três pontos importantes. O primeiro ponto refere-se ao ambiente, que deve possuir uma atmosfera de tranqüilidade, sem grandes agitações, favorecendo assim o envolvimento do ouvinte com o conto. Em seguida, ressalta que é válido fazer uso de fórmulas iniciais com o intuito de criar expectativas nos ouvintes acerca do que vai ser contado. Por fim, ele destaca a necessidade de que a narrativa seja viva e envolvente, na qual, a voz do contador vai sendo modificada a fim de expressar melhor algumas passagens, contribuindo para dar ênfase aos momentos em que se quer passar idéias de continuidade, altura e distância.

Alguns autores, sabendo da relevância da oralidade, buscam fazer suas transcrições de acordo com a fala, dentro de suas possibilidades, porém as perdas são inevitáveis, mesmo que sejam pequenas, uma vez que o oral faz uso de uma liberdade, a qual reforça a magia do conto, e que dificilmente pode ser sentida no escrito. A magia da performance está inscrita na espontaneidade do oral.

Desta forma, é possível se observar que com o passar do tempo as narrativas tendem a se interpenetrarem, enriquecendo-se e sofrendo assim redefinições, com base em repetições, cancelamentos, esquecimentos e substituições de elementos, consolidando, deste modo, um incessante movimento de interações verbais, que contribui para enriquecer a memória popular.

As palavras faladas contem o hálito, elemento vital, que desaparece dela quando escrita (...) certos conhecimentos milenares só podem ser transmitidos em uma troca interpessoal, para que haja a força da vital entre duas ou mais pessoas. (PRIETO, 1999, p. 38).

A preocupação torna-se relevante pelo fato de que o homem que narra guarda na memória fatos e acontecimentos de seu povo para poder repassá-los a gerações posteriores. Sendo assim, a memória associada à linguagem, exerce um papel fundamental, uma vez que é por meio delas que os conhecimentos se tornam de domínio coletivo, perpetuando-se historicamente.

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A partir da idéia de memória individual e coletiva, presentes na História a discussão se enriquece com os pensamentos de Maurice Halbwachs que apresenta no livro A memória coletiva, a afirmação de que a memória individual existe sempre a partir de uma memória coletiva, posto que todas as lembranças são constituídas no interior de um grupo.

Normalmente um grupo mantém relações com outros grupos. Muitos acontecimentos e também muitas idéias resultam de semelhantes contatos. Às vezes essas relações ou esses contatos são permanentes (...) Por outro lado, basta que alguns membros da família deixem a cidade e passem a viver em outra para que tenham menos facilidade para lembrar o que retinham somente porque estavam presos ao mesmo tempo em duas correntes convergentes de pensamento coletivo, enquanto no presente estavam sujeitos quase exclusivamente à ação de uma delas.

Não obstante, como apenas parte dos membros de um desses grupos está compreendida no outro, e vice-versa, cada uma das duas influências coletivas é mais fraca do que se exercida sozinha. Realmente, não é o grupo inteiro – a família, por exemplo, é apenas uma fração dele – que pode ajudar um dos seus a recordar essa ordem de lembranças. É preciso que estejamos ou que encontremos condições que permitam combinar melhor a ação dessas duas influências para que a lembrança reapareça e seja reconhecida. (2003, p. 52)

O agente que procura condições para fazer o povo da comunidade recordar as lembranças perdidas na História é o narrador que em comunidades ágrafas é responsável por guardar na memória acontecimentos coletivos como a história de reis, rainhas, ensinamentos e experiências vividas no local para recontar às gerações futuras e assim manter as tradições. O contador de histórias passa a ser então, um guardião de memórias, um arquivo vivo da tradição de um povo. De acordo com Pierre Nora, o que existe são locais de memória porque não há mais meios de memória.

A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento (...). Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações, pronunciar elogios fúnebres, notariar atas, porque essas operações não são naturais. (1993, p. 09 -13)

Dessa maneira, o narrador que pode ser considerado o grupo vivo, citado por Nora, está sujeito à ação da lembrança e do esquecimento, ou seja, constituído por restos, cacos, vestígios que juntos corroboram com a necessidade de se manter presente a História. Todavia, como dito anteriormente, a memória de um contador de histórias, não se constitui em uma faculdade linear, isto é, nem tudo que é captado pelo olhar e/ou

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escuta, fica registrado na ordem em que acontecem.

Nos estudos de Jerusa Pires Ferreira (2003) a ação da memória se processa de acordo com sistemas internos de cada narrador. Nela ficará registrado somente aquilo que tiver algum significado para ele, algo que lhe desperte a curiosidade, que tenha íntima relação com sua história de vida, que lhe cause indignação ou esteja reforçando suas concepções. Desse modo, não é certo afirmar que o contador de histórias guarda, na memória, tudo o que lhe penetra pelos sentidos; na verdade, tudo é captado parcialmente, alguns retalhos ficam, outros se perdem no grande emaranhado que compõe a colcha cultural, na qual estamos envolvidos

Como já foi relatado, o contador de histórias era peça-principal para montar o quebra- cabeça de um povo. Principalmente em sociedades que não dispunham de um sistema de escrita e que para manterem a tradição necessitavam da voz de um narrador. No entanto, surge a dúvida: E quando as sociedades são bem desenvolvidas e as relações entre as pessoas e as coisas é matéria liquida, a vida é líquida, como propõe Bauman(2007)?

Nesse caso, surge outro contador de histórias, não mais somente interessado em manter as tradições orais como também, corresponder aos anseios de uma sociedade. A arte de narrar se transforma acompanhando as características históricas, sociais e culturais dos novos tempos. O contador de histórias agora recorre a conhecimentos acadêmicos que irão corroborar em suas atuações. É aquele que estuda, planeja, freqüenta cursos para enriquecer o momento da performance. Sendo assim, os percursos de aprendizagem diferem da forma de aprender dos narradores tradicionais.

Na tese de doutorado de Vivian Munhoz encontramos a evolução da função narrativa. Segundo a autora, na década de 70 do século XX, as cidades assistiram ao movimento de valorização e de retorno da arte de narrar histórias. Ela ultrapassa os muros das escolas e das bibliotecas, aparecendo em teatros, hospitais, centros culturais, eventos... A arte da narração ressurge como ofício e os eventos ligados a este tema não pararam de acontecer.

Sendo assim, percebeu-se que o ato tradicional do narrar converteu-se em performance artística. Por falar em performance, relembremos os estudos de Zumthor acerca do tema. Considera-se que a definição do termo performance, passa necessariamente pela presença viva da voz humana, pela valoração que dá ao engajamento físico e emocional do corpo humano num acontecimento artístico oral

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e gestual. Para ele, a percepção plena do poético passa pelo corpo e a realização da performance ocorre no âmbito das práticas poéticas orais.

Na tese de Doutorado de Juliana Leal encontramos vários concepções de performance, mas a que se assemelha ao trabalho do grupo pesquisado é

Dessa visão decorreriam para Renato Cohen os fundamentos da definição de performance como uma linguagem de experimentação artística que, ao se inclinar a uma aproximação mais estreita com a vida, se esquivaria de representá-la. Lançaria-se, ao contrário, à prática ou ao exercício de ressignificação e releitura do mundo a partir do uso livre e desierarquização de uma multiplicidade de códigos artísticos. Como consequência disso o real seria reelaborado e a obra de arte ganharia consistência ontológica própria, o que forçaria o envolvimento da audiência na elaboração de sentidos e textualizações para aquilo que, num primeiro momento, transita para ela apenas no âmbito do sensitivo e do emotivo por ser experiência estética de caráter mítico, um vivenciamento do real, nos termos de Cohen.

(2002, p. 35)

2. GRUPO GRIOT: POR UMA POÉTICA DA VOZ.

Após termos conhecimento desse novo contador eis que apresento uma parte da história do grupo que será objeto de estudo para esta pesquisa. Tendo em vista, essa maravilha que envolve o ato de contar e ouvir histórias, é que em 1999 um grupo de alunos do Curso de Formação de Professores, resolveu compartilhar do sonho de uma professora – pesquisadora que tinha certeza que era possível formar leitores a partir dos contos populares. Estamos falando da Prof. Ms. Renilda Bastos e oito alunos: Núbia, Dia, Rita, Aluísio, Edilena, Fernanda, Luciléia e Sheila que formaram assim o Grupo de Contadores de História da UEPA.

Com o intuito de nutrir o imaginário, a fim de compor seu repertório de memória, o grupo promove ainda hoje, já na segunda formação de integrantes, constantes estudos teóricos acerca do tema, bem como, leituras em grupo de histórias e poemas, uma vez que se trabalha tanto textos em prosa quanto em verso. Buscar esta incessante

“nutrição” da memória necessita de uma entrega quase que total a um trabalho voluntário, que tem como objetivos principais: levar a arte da palavra a todas as pessoas e por meio dela, incentivar o gosto pela leitura. Isso por que, tanto a voz quanto a letra são indispensáveis para o enriquecimento do imaginário humano.

No ano de 2000, outras duas alunas da UEPA (Adrine Motley e Ana Cláudia

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Moscoso) entraram para o grupo de contadores. A coordenadora do grupo disse que possuíamos dentro de nós, uma veia de Sherazade, que precisava ser exercitada.

Para quem pensa que contar histórias, tanto em prosa quanto em verso, é algo fácil. A realidade diz o oposto! O sucesso do contar está na identificação do narrador com a história ou poema, como afirma Eduardo Galeano (1997, p. 10), no Livro dos Abraços: “Decorar ou recordar é voltar a passar pelo coração”. Sendo assim, para o contador o que fica na memória é apenas o que está em seu coração.

Desta forma, não é simplesmente falar, é falar dando vida ao texto, é se deixar levar pelas linhas pronunciadas, encantar-se para depois encantar. O narrador nada mais faz do que emprestar seu corpo ao texto, pois desta forma, para que todo esse encantamento se cumpra, é necessário que exista todo um trabalho de voz e gestos, que no grupo é feito a cada encontro, pois como diz Heloísa Prieto (1999, p. 41): “Decorar uma narrativa, ou um poema, é uma forma de possuí-los.”

Contudo, para que conseguíssemos êxito nesta entrega, não foi nada fácil, uma vez que nenhum de nós poderia ser considerado “amante da leitura”, leitores ávidos por livros. Líamos, relativamente pouco, e tínhamos preconceito com as histórias, pois como muitos, achávamos que contar e ouvir histórias, era algo apenas para crianças, servindo para diverti-las ou niná-las. Quanto aos poemas, tínhamos contato mais próximo com os poemas de amor, que usávamos para diferentes fins.

Como se pode notar não foi um caminho fácil de ser trilhado, mas o ato de fazer voltar a passar pelo coração, as memórias de infância, nos encheu de prazer e vimos pelos estudos teóricos o quanto é rico e complexo o campo da Literatura Oral.

Estimulados pelos contos nos tornamos leitores assíduos, buscando nos mais diversos autores, subsídios para, da melhor forma possível, desenvolver nosso trabalho.

Vários livros de contos e poesias passaram e, ainda, passarão por nossas mãos, servindo para ampliar nossa coletânea de textos armazenados na memória. Servindo também, para que cada um de nós escolhesse seus autores e histórias preferidas.

O trabalho continuou, e no ano de 2001, pode-se dizer que este aumentou bastante, uma vez que aumentaram os números de convites para apresentações fora dos muros da Universidade. Porém, o grupo perdeu muitos componentes devido ao término do curso. A partir de então, o grupo constituiu-se somente de mulheres: Adrine, Ana Cláudia, Alessandra, Andréa, Dia, Rita e Simone, o que nos leva a pensar em tantas

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