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Avaliação de riscos na unidade de produtos intermédios da Fricon

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Academic year: 2023

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL VoIP/SIP: feup@fe.up.pt ISN: 3599*654

MESTRADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAIS

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

AVALIAÇÃO DE RISCOS NA UNIDADE DE PRODUTOS INTERMÉDIOS DA FRICON

Marcos Vinicius Anhaia de Campos

(Texto escrito em Português do Brasil)

Orientador: Professora Doutora Jacqueline Castelo Branco (FEUP) Coorientador: Mestre Joana Alexandra Silva Duarte (FEUP)

Arguente: Professor Doutor Paulo Antero Alves de Oliveira (ESTG.IPP)

Presidente do Júri: Professor Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista (FEUP)

___________________________________ 2022

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me mantido na trilha certa durante a realização deste trabalho, com saúde, força e determinação para chegar até o final.

Sou grato aos meus pais pelo apoio que sempre me deram e por me incentivarem e acreditarem que eu seria capaz de superar os obstáculos que a vida me apresentou.

Agradeço à minha noiva que sempre esteve ao meu lado, pela compreensão e paciência demonstrada durante o período de desenvolvimento da dissertação.

Agradeço às minhas orientadoras, Jacqueline Castelo Branco e Joana Alexandra Silva Duarte, por sempre me apoiarem e estarem presentes para indicar a direção correta que o trabalho deveria tomar, exigindo sempre o melhor de mim.

Deixo um agradecimento especial à empresa Fricon (Indústria de Frio e Congelação S.A.), na pessoa do Engenheiro Luís Ferreira, onde pude desenvolver meu projeto através do estágio acadêmico, depois pelo estágio profissional, onde pude aliar meus conhecimentos a prática diária e finalmente, pela oportunidade de me tornar funcionário da empresa.

Também quero agradecer à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a todos os professores do meu curso pela elevada qualidade do ensino oferecido.

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1. A matriz de risco proposta contempla várias atividades e subprocessos da indústria metalomecânica.

2. O método MIAR apresenta vantagens perante os outros métodos aplicados no estudo, como a ponderação do risco através do desempenho do sistema de prevenção e um critério de priorização para identificação dos riscos a se priorizar o tratamento. O tornando um método que se adequa ao cenário real.

3. Entre os três métodos estudados WTF, MIAR e NTP 330, o método MIAR foi o identificado com maiores vantagens na sua aplicação e o mais adequado para o estudo.

4. Apresentação de plano para tratamento de riscos.

HIGHLIGHTS

1. The proposed risk matrix includes several activities and sub-processes of the metalworking industry.

2. The MIAR method has advantages over the other methods applied in the study, such as risk weighting through the performance of the prevention system and a prioritization criterion to identify risks to prioritize treatment. Making it a method that fits the real scenario.

3. Among the three methods studied, WTF, MIAR and NTP 330, the MIAR method was identified with the greatest advantages in its application and the most suitable for the study.

4. Presentation of a risk treatment plan.

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Introdução: A indústria da manufatura é considerada como um dos principais motores da economia da Europa e representa perante todos os setores 14,8% de acidentes de trabalho mortais, e 18,7% de acidentes não mortais na União Europeia. A maior parte dos acidentes e riscos dá-se na produção, com os trabalhadores que manipulam os materiais e máquinas. As feridas abertas e lesões superficiais são as consequências mais frequentes. Toda e qualquer empresa deve-se fazer valer de programas e iniciativas de gestão de riscos para o contexto da prevenção aos acidentes de trabalho, desta forma uma eficiente gestão do risco é o cerne da gestão da segurança e saúde no trabalho. Objetivo: A presente dissertação teve por objetivo implementar um processo de gestão do risco na unidade de produtos intermédios para refrigeradores na empresa Fricon, e propor medidas de tratamento do risco. Metodologia: A metodologia terá por base a caracterização dos processos, identificação dos perigos e riscos, análise e avaliação através de três métodos: NTP330, MIAR, WFT. Os riscos avaliados com nível elevado pelo método MIAR, foram implementadas medidas de tratamento do risco. Resultados e discussão: Foram analisados 139 riscos presentes em tarefas de três subprocessos (Estampagem, Pintura e Aramado). Onde a percentagem de riscos mais graves foi identificada no subprocesso do aramado, presente na tarefa de corte de rebarbas, devido a máquina de corte de rebarbas que possuía muitas deficiências gerando assim muitos riscos na sua utilização, outra tarefa que apresentou muitos riscos, foi a estampagem de chapas, onde outra máquina que apresentou muitas deficiências causadoras de riscos foi o balancé. Os riscos ocupacionais identificados como elevados foram relacionados à projeção de partículas e contato compartes móveis das máquinas, causando grave lesão ocular e amputação e esmagamentos dos dedos. Conclusões: Neste estudo foi possível uma visão abrangente dos riscos de acidentes de trabalho presentes em indústrias metalomecânicas e também permitiu identificar as tarefas e subprocessos críticos na unidade em estudo, que apresentaram maiores níveis de perigo. Conclui- se que o método MIAR fornece maiores vantagens na sua aplicação, e ao possuir os critérios para priorização dos riscos e desempenho do sistema, se tornou o mais adequado para este estudo, assim devido a esses critérios enquadrou o nível dos riscos de forma mais adequada ao cenário real.

Sendo identificado que trabalhos futuros de adaptação destes métodos ao contexto da indústria metalomecânica, levando em consideração todos os subprocessos existentes e todos os tipos de riscos, produzirão resultados ocupacionais mais precisos. As avaliações de risco de acidentes apresentam um papel vital na gestão do risco, pois através de uma avaliação do nível do risco eficiente é possível gerir e tratar o risco de forma adequada.

Palavras-chave: Gestão do Risco Ocupacional, Medidas de Prevenção, Indústria de Manufatura

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Introduction: The manufacturing industry is considered one of the main drivers of the European economy and represents 14.8% of fatal accidents at work, and 18.7% of non-fatal accidents in the European Union, in all sectors. Most accidents and risks occur in production, with workers handling materials and machines. Open wounds and superficial injuries are the most frequent consequences. Every company must make use of risk management programs and initiatives in the context of preventing occupational accidents. In this way, an efficient risk management is at the heart of safety and health management at work. Objective: This study aimed to implement a risk management process in the unit of intermediate products for refrigerators at the Fricon company and to propose risk treatment measures. Methodology: The methodology will be based on the characterization of processes, identification of hazards and risks, analysis and evaluation through three methods: NTP330, MIAR, WFT. The risks were evaluated at a high level by the MIAR method, risk treatment measures were implemented. Results and discussion: 139 risks present in tasks of three subprocesses (Stamping, Painting and Wire) were analyzed. Where the percentage of the most severe risks was identified in the wire sub-process, present in the burr cutting task, due to the burr cutting machine had many deficiencies, thus generating many risks in its use. Another task that presented many risks was the sheet stamping, where another machine that showed many flaws causing risks was the balance sheet. The occupational risks identified as high were related to the projection of particles and contact with moving parts of the machines, causing severe eye injuries and amputation and crushing of the fingers. Conclusions: In this study, it was possible to have a comprehensive view of the risks of work accidents present in metalworking industries and also allowed to identify the tasks and critical subprocesses in the unit under study, which presented higher levels of danger. It is concluded that the MIAR method provides more significant advantages in its application by having the criteria for prioritizing risks and system performance.

It became the most suitable for this study, so these criteria framed the risk level more suited to the real scenario. It was identified that future work on adapting these methods to the context of the metalworking industry, taking into account all existing sub-processes and all types of risks, will produce more accurate occupational results. Accident risk assessments play a vital role in risk management because through an efficient risk level assessment, it is possible to manage and treat risk properly.

Keywords: Occupational Risk Management, Prevention Measures, Manufacturing Industry

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ... 1

1.1 Organização da dissertação ... 4

2 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO ... 5

2.1 Apresentação da entidade onde a dissertação é realizada ... 5

2.2 Conceitos básicos de ordem tecnológica ... 6

2.2.1 Gestão e avaliação do risco ... 7

2.2.2 Perigo e risco ... 8

2.2.3 Processo de gestão do risco ... 9

2.3 Enquadramento legal e normativo ... 12

2.4 Conhecimento científico ... 15

2.4.1 Descrição da metodologia de revisão bibliográfica ... 15

2.4.2 Resultados da pesquisa ... 16

2.5 Objetivos da dissertação ... 24

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 25

3.1 Descrição do processo produtivo da unidade de produtos intermédios ... 25

3.1.1 Subprocesso da estampagem ... 25

3.1.2 Subprocesso do aramado ... 30

3.1.3 Subprocesso da pintura ... 34

3.2 Metodologia ... 37

3.2.1 Identificação do processo produtivo da empresa Fricon ... 38

3.2.2 Identificação dos perigos e eventos desencadeadores nos subprocessos e tarefas .... 38

3.2.3 Identificação dos riscos de acidente e consequências ... 41

3.2.4 Análise e avaliação dos riscos ... 44

3.2.5 Implementação de medidas de tratamento dos riscos ... 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 49

4.1 Perigos e Riscos ... 49

4.1.1 Resultados do subprocesso de estampagem ... 49

4.1.2 Resultados do subprocesso do aramado ... 54

4.1.3 Resultados do subprocesso da pintura ... 59

(12)

4.1.4 Análise dos três subprocessos ... 63

4.2 Método WTF ... 65

4.3 Método NTP 330 ... 66

4.4 Método MIAR ... 68

4.5 Comparação dos métodos ... 70

4.6 Plano para tratamento dos riscos ... 71

5 CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS ... 75

5.1 Conclusões... 75

5.2 Perspetivas futuras ... 76

6 BIBLIOGRAFIA ... 77

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Figura 1 - Principais causas de acidentes ocupacionais no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP,

2015, p. 54. ... 2

Figura 2 - Principais causas de lesões decorrentes de acidentes de trabalho no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP, 2015, p. 54. ... 3

Figura 3 - Locais de lesões decorrentes de acidentes de trabalho no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP, 2015, p. 55. ... 3

Figura 4 - Mapa Global da empresa Fricon. Fonte: (Reprodução) Fricon.PT. ... 5

Figura 5 - Organograma (Unidade de Produtos Intermédios). Fonte: (Reprodução) Fricon. ... 6

Figura 6 - Gestão de Risco, de acordo com a ISO 31000:2018 (ISO, 2018) ... 9

Figura 7 - Diagrama da metodologia PRISMA. Adaptado. ... 17

Figura 8 - Perigos identificados na revisão bibliográfica. ... 22

Figura 9 - Riscos e consequências de acidentes de trabalho identificados na revisão bibliográfica. ... 23

Figura 10 - Etapas da estampagem de chapas. ... 25

Figura 11 - Máquina de corte de chapas. ... 26

Figura 12 - Guilhotina de Corte. ... 26

Figura 13 - Prensa. ... 27

Figura 14- Balancés. ... 28

Figura 15 - Puncionadora. ... 28

Figura 16 - Ferramentas de punção. ... 29

Figura 17 - Quinadora. ... 29

Figura 18 - Montagem. ... 30

Figura 19 - Etapas do fabrico de grades. ... 30

Figura 20 – Máquina automática de corte de arame. ... 31

Figura 21 - Máquina de solda manual por ponto. ... 32

Figura 22 - Máquina de solda automática por múltiplos pontos. ... 32

Figura 23 - Guilhotina da área do armado. ... 33

Figura 24 - Máquina de corte de rebarba. ... 34

Figura 25 - Quinadora da área do aramado. ... 34

Figura 26 - Etapas da pintura de peças. ... 35

Figura 27 – Linha automática de Pintura 1. ... 35

(14)

Figura 28 - Aplicação manual de tinta em pó (Linha 1). ... 36

Figura 29 - Linha automática de Pintura 2. ... 37

Figura 30 - Etapas da pesquisa. ... 37

Figura 31 - Riscos presentes no corte de chapas. ... 49

Figura 32- Danos identificados no corte de chapas. ... 50

Figura 33- Riscos presentes na estampagem de chapas. ... 50

Figura 34 - Danos identificados na estampagem de chapas. ... 51

Figura 35 - Riscos presentes no subprocesso da estampagem. ... 52

Figura 36 - Danos identificados no subprocesso na estampagem. ... 52

Figura 37 - Riscos presentes no corte de arames. ... 54

Figura 38 - Danos identificados no corte de arames. ... 54

Figura 39 - Riscos presentes no fabrico de grades. ... 55

Figura 40 - Danos identificados no fabrico de grades. ... 55

Figura 41 - Riscos presentes no corte de rebarbas e quinagem de grades. ... 56

Figura 42 - Danos identificados no corte de rebarbas e quinagem de grades. ... 56

Figura 43 - Riscos presentes no subprocesso do aramado. ... 57

Figura 44 - Danos identificados no subprocesso do aramado. ... 57

Figura 45 - Riscos presentes nas tarefas da linha de pintura 1. ... 59

Figura 46 - Danos identificados nas tarefas da linha de pintura 1. ... 59

Figura 47 - Riscos presentes nas tarefas da linha de pintura 2. ... 60

Figura 48 - Danos identificados nas tarefas da linha de pintura 2. ... 60

Figura 49 - Riscos presentes no subprocesso da pintura. ... 61

Figura 50 - Danos identificados no subprocesso da pintura. ... 61

Figura 51 - Riscos presentes nos três subprocessos com a percentagem de sua ocorrência. ... 64

Figura 52 - Danos identificados nos três subprocessos... 64

Figura 53 - Classificação do risco WTF por tarefa. ... 65

Figura 54 - Classificação de risco NTP 330 por tarefa. ... 67

Figura 55 - Nível de risco MIAR para cada tarefa. ... 69

Figura 56 - Comparação dos métodos nos níveis de risco. ... 71

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Vantagens de desvantagens dos métodos (Adaptação de (Botelho, 2015)). ... 11

Tabela 2 - Artigos de revisão bibliográfica. ... 19

Tabela 3 - Exemplo de matriz de risco na tarefa de corte de arames. ... 44

Tabela 4 - Exemplo de matriz de risco no subprocesso da estampagem ... 53

Tabela 5 - Exemplo de matriz de risco no subprocesso do aramado. ... 58

Tabela 6 - Exemplo de matriz de risco no subprocesso da pintura. ... 62

Tabela 7 - Classificação de risco WTF. ... 65

Tabela 8 - Justificação WTF. ... 65

Tabela 9 - Classificação de risco NTP 330. ... 66

Tabela 10 - Classificação de risco MIAR. ... 68

Tabela 11 - Classificação de risco ponderado MIAR. ... 68

Tabela 12 - Priorização de risco MIAR. ... 68

Tabela 13 - Vantagens e Desvantagens dos métodos. ... 70

Tabela 14 - Plano para tratamento do risco. ... 74

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ACT - Autoridade para as Condições de Trabalho

AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e afins de Portugal CE - Marcação de conformidade europeia

CEE - Comunidade Económica Europeia DGS – Direção Geral de Saúde

EPI – Equipamento de proteção individual

EU-OSHA – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho ISO – International Organization for Standardization

MIAR – Método Integrado de Avaliação de Riscos Ocupacionais NP – Norma portuguesa

NTP 330 - Sistema simplificado de avaliação de riscos de acidente OHSA – Occupational Health and Safety Administration

OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series PIB – Produto interno bruto

PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses SHST - Saúde higiene e segurança no trabalho

SST – Segurança e saúde no trabalho UE - União Europeia

UPA – Unidade de produtos acabados UPI – Unidade de produtos intermédios WTF - Método de William T. Fine

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PARTE 1

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1 INTRODUÇÃO

A indústria da manufatura é considerada como um dos principais motores da economia da Europa, sendo responsável pela geração de 50 milhões de empregos diretos em 2017, o que representa mais de metade do volume de exportações e 24% do Produto Interno Bruto (PIB) português1. O setor metalúrgico e metalomecânico é um importante abastecedor de grande parte das atividades económicas (sejam da indústria extrativa, agrícola ou mesmo ao nível dos serviços), constituindo simultaneamente um veículo de inovação e transferência de tecnologia. Denota-se aqui a importância em fornecer bens de equipamento que permitem a modernização das estruturas produtivas2.

No ano de 2020 Portugal possuía 10380 empresas metalomecânicas, havendo um crescimento contínuo de 2014 a 2019, partindo de 643 e atingindo 10378 empresas, se estabilizando entre os anos de 2019 e 2020. No que respeita ao volume de negócios e pessoas ao serviço, se identificando que para esses dois indicadores ocorreu um aumento do ano de 2013 a 2019, atingindo assim seu pico, tendo sido registada queda para o ano de 2020, obtendo os valores de 24331milhões de euros em volume de negócios e 1886755 pessoas ao serviço.3

Devido o setor metalomecânico estar em expansão, onde novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para melhoria dos processos, trata-se de um setor industrial que vem despertando a atenção de pesquisadores e estudiosos das mais diversas áreas, sobretudo nos campos de conhecimento das Engenharias (Freitas, 2016).

A indústria transformadora representa perante todos os setores 14,8% de acidentes de trabalho mortais, e 18,7% de acidentes não mortais na União Europeia. Outros dados identificados no ano de 2019 para a União Europeia foram os tipos de lesões particularmente comuns, nomeadamente, feridas e lesões superficiais representando (28,9% do total) e luxações, entorses e distensões (26,2%), seguidas de dois outros tipos relativamente comuns, nomeadamente concussão e lesões internas (18,8%) e fraturas ósseas (10,6%)4.

De acordo com Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)5, onde apresenta dados estatísticos atualizados até setembro de 2022, para acidentes de trabalho mortais e graves em Portugal, pode se obter uma perspetiva sobre setor da indústria de transformação entre 2019 e 2021.

Verificou-se que os acidentes graves tiveram uma queda entre 2019 e 2020, passando de 168 para 128. No ano de 2022 ocorreu uma subida em relação ao ano de 2021, chegando em 148 acidentes graves.

1 www.fct.pt/agendastematicas/docs/industria_e_manufatura.pdf (acedido a 10/07/2022)

2 https://www.act.gov.pt/(pt-

PT)/Publicacoes/ProjetosApoiados/2013/Documents/Manual%20metalurgia%20e%20metalomec%C3%A2nica.pdf (acedido a 12/09/2022)

3 https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/publicacoes/1313 (acedido a 12/09/2022)

4 https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-

explained/index.php?title=Accidents_at_work_statistics#Analysis_by_activity (acedido a 12/09/2022)

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Referente aos acidentes mortais seguiu uma elevação entre os anos 2019 a 2021, partindo de 18 para 25 acidentes mortais.

A maior parte dos acidentes e riscos dá-se na produção, com os trabalhadores que manipulam os materiais e máquinas. A sua maioria ocorre com profissionais mais experientes e no horário mais próximo ao de saída do trabalho (Costa, 2012).

As feridas abertas e lesões superficiais são as consequências mais frequentes, com os olhos sendo a parte do corpo mais atingida, reforçando ainda que os trabalhadores do setor costumam estar consciencializados para a ocorrência deste tipo de acidentes, mas não pela sua gravidade, sobretudo pelo facto de que a maior parte dos acidentes ocorridos não representem mais do que um dia de ausência do trabalho (Costa, 2012).

Dados analisados nas indústrias metalomecânicas de Portugal no período de 2014 a 2019, mostraram que a maior parte dos acidentes envolvem trabalhadores atingidos por objetos e partículas, entalamento, acidentes no contato e interação com ferramentas, e quedas (Simões, 2020).

Na mesma direção, a Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP, 2015) buscou a apresentação das principais causas de acidentes ocupacionais no setor metalomecânico, onde os dados foram coletados de 52 empresas no ano de 2014, e cerca de 549 acidentes de trabalho foram registados, os quais são apresentados na figura 1.

Figura 1 - Principais causas de acidentes ocupacionais no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP, 2015, p. 54.

O manuseamento de carga e projeção de partículas e objetos foram os acidentes que mais ocorreram. No mesmo material, a AIMMAP apresentou ainda os principais tipos de lesões provocados pelos acidentes de trabalho no contexto da indústria metalomecânica, figura 2.

6%

7%

16%

3%

12%

2%

17%

14%

3%

8%

12% Queda de objetos

Queda de pessoas

Projeção de partículas e objetos Contacto ou exposição a temperatura extremas

Entalamento

Acesso a órgãos móveis/zona operativas Posturas inadequadas e esforços excessivos

Choque ou impacto contra objetos Contacto ou exposição a radiações

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Figura 2 - Principais causas de lesões decorrentes de acidentes de trabalho no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP, 2015, p. 54.

As principais lesões identificadas foram músculo-esqueléticas e corte ou decepamento e por fim, aponta-se na figura 3 a localização mais frequente das lesões apresentadas na figura 2.

Figura 3 - Locais de lesões decorrentes de acidentes de trabalho no setor em Portugal. Fonte: AIMMAP, 2015, p. 55.

As informações da figura 3 contemplam as regiões de lesões mais frequentes ao nível dos membros superiores, seguido em menor proporção aos membros inferiores e olhos.

Referente aos dados obtidos pela ACT6 no ano de 2022, foi possível através dos acidentes graves coletar as modalidades de lesão, tipo de lesão, e parte do corpo atingida que mais ocorrerão entre os anos 2019 e 2021, sendo elas para as modalidades de lesão, esmagamento em movimento vertical ou horizontal sobre/contra objeto imóvel (vítima em movimento), entalação e esmagamento, os tipos de lesão foram fraturas e lesões múltiplas e por fim a parte do corpo mais

14%

18%

3%

15% 1%

3% 9%

8%

20%

9%

Lesões oculares Corte ou decepamento Queimaduras Esmagamento Entorse/distensão Ferida

Amputação

3%

15%

7% 1%

1%

45%

14%

5%

1%

8%

Cabeça Olhos Tronco Torax Abdomém

Membros superiores Membros inferiores Coluna

Pescoço Outros

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atingida foram extremidades superiores, seguida por extremidades inferiores, corpo inteiro e cabeça.

As análises dos dados sobre acidentes de trabalho em Portugal e no mundo, contribuem para uma compreensão da importância de uma gestão de riscos nos processos produtivos das indústrias (Balthazar et al., 2017).

A ISO 31000:2018, aborda que a gestão do risco é um processo que visa, a gestão desde o processo até as medidas de tratamento do risco, com visão para a melhoria continua.

Assim reforçando que toda e qualquer empresa deve-se fazer valer de programas e iniciativas de gestão de riscos para o contexto da prevenção aos acidentes de trabalho (Junqueira, 2022).

A partir do reconhecimento da existência dos riscos ocupacionais, os quais podem proporcionar o ocorrer de acidentes e demais fatores danosos à saúde e à segurança no contexto das rotinas de trabalho, é necessário a criação de iniciativas e ações que possam ser utilizadas com o intuito de evitar os riscos ou de minimizar seu aparecimento, bem como de proporcionar a classificação dos riscos em mais ou menos graves (Santos, 2018).

Desta forma uma eficiente gestão do risco é o cerne da gestão da segurança e saúde no trabalho, pois sem uma avaliação eficaz de riscos, não serão tomadas medidas preventivas adequadas, e se um perigo não for identificado não terá oportunidade de ser controlado (Santos, 2018).

1.1 Organização da dissertação

Capítulo 1 - Introdução – Demonstra o enquadramento do setor da metalmecânica, trazendo estatisticas sobre acidentes de trabalho neste setor e uma visão da importância da gestão dos riscos nos acidentes ocupacionais.

Capítulo 2 - Fundamentação do trabalho – Consiste na apresentação da empresa onde o estudo é realizado e passando pelos conceitos de avaliação de riscos, conceito de perigo e risco e a metodologia dos três métodos utilizados no estudo.

Capítulo 3 - Materiais e Métodos – Refere-se à caracterização das máquinas do local da pesquisa e os passos realizados na identificação, avaliação e tratamento dos riscos.

Capítulo 4 Resultados e Discussão – Apresentada a síntese dos resultados de pesquisa, identificando no setor metalomêcanico os perigos e seus eventos desencadeadores, riscos e os danos gerados, e assim com o emprego dos métodos William T Fine, MIAR e NTP 330, avaliar o nível dos riscos e uma comparação entre os métodos e finalizando com um plano de proteção para os riscos identifcados com maior periculosidade.

Capítulo 5 - Conclusões – Este capitulo abrange as principais conclusões do presente trabalho e as perspectivas futuras de abordagem de pesquisa proporcionada pelo alcance dos objetivos traçados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO

2.1 Apresentação da entidade onde a dissertação é realizada

A Fricon (Indústria de Frio e Congelação S.A.) é uma empresa pioneira de Portugal que atua no segmento de frios, sendo especializada na conceção, desenvolvimento e comercialização de equipamentos de congelação, refrigeração, supermercados, conservadores de gelados e refrigeradores de bebidas. Iniciou suas atividades na Vila do Conde (Touguinha) no ano de 1976, sempre buscando expandir e inovar em seu negócio, tanto em âmbito português quanto em sua atuação nos mercados internacionais.

Abaixo, são apresentadas a missão, visão e os valores da empresa:

Missão: A Fricon tem como missão a conceção, desenvolvimento, produção e o comércio dos equipamentos de refrigeração com reconhecida competência, qualidade e que reflitam uma clara orientação para a inovação, tecnologia e sustentabilidade, com produtos de excelência que possam gerar a satisfação contínua dos clientes e consumidores em Portugal e nos demais países em que atua;

Visão: Busca posicionar a Fricon como líder no desenvolvimento de soluções de refrigeração e conservação de alimentos e bebidas orientadas para a sustentabilidade, inovação e consumo;

Valores: Orientação para o cliente; Sustentabilidade; Confiança; Inovação; e Qualidade em produtos e serviços.

Na figura 4, é apresentado o mapa global da atuação da empresa, o qual demonstra sua representação no segmento internacional:

Figura 4 - Mapa Global da empresa Fricon. Fonte: (Reprodução) Fricon.PT.

É possível constatar a partir do organograma da figura 5, que a empresa é estruturada a partir da distribuição de funções, por departamento, com a atribuição das responsabilidades e deveres para o devido funcionamento da mesma, sempre pautando sua atuação pela busca de excelência e para

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o oferecimento de soluções na forma dos seus produtos e serviços. Também é relevante para a apresentação do setor (Unidade de Produtos Intermédios). Onde a principal autoridade de Gestão no contexto da Unidade de Produtos Intermédios da organização consiste no Diretor Industrial, sendo também o principal responsável pelo processo de tomada de decisão e ação do setor, estando a ele vinculadas todas as demais figuras profissionais.

Figura 5 - Organograma (Unidade de Produtos Intermédios). Fonte: (Reprodução) Fricon.

A empresa Fricon é composta por duas unidades, de produtos intermédios e produtos acabados: a unidade de intermédios é responsável pela fabricação de peças e componentes para montagem dos frigoríficos; já a unidade de acabados é responsável pela montagem, embalamento, armazenagem e envio dos frigoríficos. O foco do estudo incide em três subprocessos do setor metalomecânico na unidade de produtos intermédios. Os subprocessos são de estampagem, aramado e pintura, descritas nos materiais e métodos.

2.2 Conceitos básicos de ordem tecnológica

Apesar do infortúnio do acontecimento de acidentes, são eles que promoveram a criação de organizações e fortaleceram as pesquisas no campo da prevenção de acidentes, incitando a origem dos métodos de avaliação de riscos (Khan, Rathnayaka, & Ahmed, 2015).

Objetivo de uma avaliação de riscos é verificar se o nível de risco a que o trabalhador está sujeito é ou não aceitável, caso não seja é necessário pôr em prática outras medidas de controlo para o reduzir (Roxo, 2003).

É importante salientar que para a realização de uma avaliação de riscos eficaz, os procedimentos com embasamento em normas devem ser aplicadas conforme a realidade de cada indústria, e todos os envolvidos conheçam bem o contexto jurídico e o processo para avaliar os riscos, onde pode se

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verificar que pela Lei nº102/2009, de 10 de setembro que é um dever geral e legal que todos os empregadores devem ter para com os seus trabalhadores, de forma a assegurar a sua segurança e saúde nos seus locais de trabalho.

Existem diversas técnicas de se avaliar o risco, podem ser classificadas em quatro tipos diferentes:

quantitativo, qualitativo, semiquantitativo e híbrido. Eles são categorizados em três subcategorias:

identificação e análise de perigos, avaliação de riscos e gerenciamento de segurança (Khan et al., 2015).

Os resultados esperados após a implantação de uma gestão de risco é a redução de acidentes de trabalho e doenças profissionais, permitindo uma melhoria nas condições de trabalho para os trabalhadores e empresas (Carneiro, 2011)

2.2.1 Gestão e avaliação do risco

A gestão do risco serve para objetivar, analisar e estimar potenciais perigos e ameaças e suas causas e consequências, assim gerando condições das empresas distinguirem o que é tolerável, aceitável, assim comparando opções para a tomada de decisão. Outra forma de se entender o que é uma avaliação de riscos, é uma análise sistemática de atividades que podem causar lesões ou danos para os trabalhadores no local de trabalho, definindo medidas de prevenção necessárias (ISO 31000, 2018).

Por outro lado, para a (NP ISO 45001, 2019) gestão de risco constitui o alicerce para melhorar a segurança e saúde no trabalho, minimizando a introdução de novos perigos e riscos no ambiente de trabalho quando ocorrem alterações. Quando a empresa analisa o risco, é uma forma de prever o acidente e prevenir o trabalhador, e hoje é uma necessidade dentro das organizações. A avaliação do risco é resultante de um processo, onde se avalia no local de trabalho os perigos e riscos para saúde e segurança dos trabalhadores (OSHA 18001, 2018).

Atualmente há uma grande variedade de ferramentas para avaliação de riscos, no entanto, não está claro se todas essas ferramentas são eficazes na estimativa de risco (Chinniah, 2015).

O processo de gestão de riscos é o processo global de identificação de riscos, análise de riscos e avaliação de riscos. Convém que o processo de avaliação de riscos seja conduzido de forma sistemática, iterativa e colaborativa, com base no conhecimento e nos pontos de vista das partes interessadas. Convém que use a melhor informação disponível, complementada por investigação adicional, como necessário (ISO 31000, 2018).

A ISO 31000:2018 é dedicada para a gestão do risco, onde traz um guia de orientações e técnicas para a avaliação do risco em variados cenários, e também a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) em 2015 produziu um manual de prevenção para as indústrias do setor da metalomecânica as direcionando para uma gestão da segurança e avaliação de riscos, onde métodos são indicados para as empresas gerirem de maneira correta os riscos.

(28)

A caracterização das máquinas é uma fase importante, pois as mesmas trazem riscos potenciais aos trabalhadores, sendo cortes, projeção de partículas e amputação. Onde os danos causados por estes tipos de acidentes podem ser evitados com a implantação de equipamentos proteção individual ou coletiva e se possível alteração e adequação das máquinas. Pois se o perigo não for identificado, o risco representado por ele não pode ser impedido ou tratado.

Dentro desta temática, é necessário entender conceitos de perigo e risco.

2.2.2 Perigo e risco

Segundo a Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, perigo é a propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um agente ou outro componente material do trabalho como potencial de provocar dano. E risco é a probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização, exposição ou interação do componente material de trabalho que apresente perigo.

Para a norma NP 4397:2008, risco é a combinação da probabilidade de um acontecimento ou de exposição a perigosos e da gravidade de lesões ou afeções da saúde que possam ser causadas pelo acontecimento ou pela exposição. E perigo é a fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de lesão ou afeção da saúde, ou uma combinação destes.

A norma NP ISO 45001:2019 define perigo como fonte com potencial para provocar lesão e afeção da saúde. E risco é a combinação da verosimilhança da ocorrência de eventos perigosos relacionados com o trabalho ou exposições e a gravidade das lesões e afeções da saúde que podem ser causados pelos eventos ou pelas exposições.

Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS)7, um fator de risco profissional é um agente suscetível de provocar efeito adverso (dano) na saúde do trabalhador (ex. acidente de trabalho, doença profissional ou outra doença ligada ao trabalho). Por vezes denomina-se o potencial fator de risco profissional como “perigo”.

O risco profissional designa a combinação da probabilidade de ocorrência de um efeito adverso (dano) na saúde do trabalhador e a gravidade do dano no trabalhador, assumindo que existe exposição profissional. Neste sentido, o risco profissional existe em qualquer empresa/estabelecimento, ainda que possa ser probabilísticamente pouco valorizável (risco aceitável). Assim, é incorreto afirmar a ausência de risco profissional numa empresa/estabelecimento.

Na dissertação, o estudo é focado nos riscos de acidentes mecânicos, buscando a sua prevenção, redução e se possível eliminação.

7 https://www.dgs.pt/saude-ocupacional/organizacao-de-servicos-de-saude-do-trabalho/requisitos-de-organizacao-e- funcionamento/atividades/gestao-do-risco-profissional.aspx (acedido a 06/09/2022)

(29)

2.2.3 Processo de gestão do risco

Existem muitas formas de como a avaliação de riscos deve ser realizada, onde nenhum procedimento possui regras rígidas de como deve ser executado. O processo de gestão de risco envolve a aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práticas nas atividades de comunicação e consulta, estabelecimento do contexto e na apreciação, tratamento, monitorização, revisão, registo e reporte do risco (ISO 31000, 2018). E suas etapas são apresentadas na figura 6.

Figura 6 - Gestão de Risco, de acordo com a ISO 31000:2018 (ISO, 2018)

1.Identificação do risco

Identificar o perigo é primeira etapa do processo de avaliação de riscos. E constata nesta etapa a análise dos aspetos do trabalho que podem causar danos, sendo estes aspetos, lesões físicas, ferimentos, danos a saúde ou uma combinação dos mesmos. Partindo do princípio de identificar a que situação ou evento causador de dano os trabalhadores estão expostos (EU-OSHA, 2008; ISO 31000, 2018).

Nesta etapa para o levantamento dos riscos, se deve conhecer o estado atual da organização. Sendo analisado em uma primeira fase, o que a organização faz, como faz e de que maneira faz, assim identificando todas as suas funções. Portanto, obter uma perceção dos principais processos de forma a visualizar todos os subprocessos e suas atividades. De seguida, é realizado um diagnóstico relativamente aos aspetos de segurança e saúde presentes na empresa, relacionados com as tarefas, materiais, produtos, equipamentos, instalações e serviços, assim identificando todos os perigos relacionados a estes aspetos e ir realizando um levantamento do cumprimento dos requisitos legais (Sousa, 2012).

Para a norma NP ISO 45001:2019 na identificação dos riscos, deve ter uma perceção a refere de

(30)

trabalho, liderança, a cultura da organização, as atividades de rotina e não-rotina e incidentes relevantes passados.

2.Análise e avaliação do risco

A finalidade da análise do risco é compreender a natureza do risco e as suas características incluindo, quando apropriado, o nível do risco. A análise do risco envolve a consideração detalhada das incertezas, fontes do risco, consequências, verosimilhança, eventos, cenários, controlos e a sua eficácia. Um evento pode ter múltiplas causas e consequências e pode afetar múltiplos objetivos (ISO 31000, 2018).

A análise do risco deve ser realizada na fase produção ou implementação, e depende finalidade da análise, da disponibilidade e fiabilidade da informação e dos recursos disponíveis. As técnicas utilizadas podem ser qualitativas, quantitativas ou uma combinação destas (semiquantitaivas).

Sendo gerada pela análise uma entrada para as avaliações do risco, onde os resultados fornecidos são um entendimento para a tomada de decisões sobre os diferentes tipos e níveis de risco. Onde a análise do risco é influenciada por divergência de opiniões e perceções do risco, se tornando dependente da qualidade da informação utilizada, limitações das técnicas e o modo como são executadas (ISO 31000, 2018).

Os métodos de avaliação de risco são classificados em três categorias, os qualitativos baseado no conhecimento do profissional que os aplica, sendo uma estimativa analítica, o método quantitativo baseado em dados estatísticos coletados no ambiente de trabalho, onde a estimativa é por meio de expressões matemáticas e os semiquantitativos onde por meio de uma escala hierárquica da probabilidade, gravidade e valor dos riscos se estima a magnitude do risco (Marhavilas et al., 2011).

Os métodos qualitativos são definidos como uma análise qualitativa e sistemática, onde se identificada cada situação de forma individual, assim comprovando quais as situações passíveis de colocar o trabalhador em risco (Carvalho & Melo, 2015). Onde listas de verificação e as auditorias de segurança são consideradas métodos qualitativos (Marhavilas et al., 2011).

Os métodos de avaliação quantitativos atribuem um valor a probabilidade e severidade e através de cálculos matemáticos se obtém um resultado numérico da magnitude do risco (Cabral & Veiga, 2010). Um exemplo de método quantitativo é a análise por árvore de eventos.

Nos métodos semiquantitativos a magnitude do risco é estimada a partir da associação entre a probabilidade do risco se concretizar e a gravidade dos danos (Carvalho, 2013). É necessário construir uma escala hierárquica da gravidade, probabilidade e do valor de risco (Cabral & Veiga, 2010). Onde o método William T. Fine e NTP 330 são métodos semiquantitativos.

Após a análise dos diferentes métodos, se apresenta na tabela 1 as vantagens dos mesmos.

(31)

Tabela 1 - Vantagens de desvantagens dos métodos (Adaptação de (Botelho, 2015)).

Métodos

Qualitativo Quantitativo Semiquantitativo

Vantagens

É um método simples, onde não utiliza cálculos ou quantificação, não

é necessária uma identificação exata das consequências e permite o envolvimento de diferentes membros

da organização.

Método que proporciona resultados objetivos e mensuráveis, permite a análise de medidas de controle de risco

e custo-benefício, fácil sensibilização do empregador e visualização dos

resultados.

Método simples, que permite a identificação dos riscos e as suas prioridades de intervenção e uma

fácil leitura dos resultados.

Desvantagens

Método subjetivo, onde depende da experiência dos avaliadores e não permite efetuar a análise de custo-

benefício.

Método onde os cálculos são complexos, dispendiosos e morosos,

depende de uma base de dados adequada com fiabilidade e representatividade e necessita de metodologia estruturada, onde requer

recursos humanos com experiência e formação adequada.

São subjetivos na utilização das escalas de avaliação e requer recursos humanos experientes.

Assim foi possível identificar problemas técnicos quanto a fiabilidade e reprodutibilidade dos resultados obtidos pela avaliação de diferentes métodos.

A finalidade da avaliação do risco é apoiar decisões. A avaliação do risco envolve a comparação dos resultados da análise do risco com os critérios do risco estabelecidos para determinar se é requerida uma ação suplementar. As decisões deverão ter em conta o contexto mais amplo e as consequências reais (ISO 31000, 2018).

A última ação para uma gestão de risco, é o tratamento e controlo dos riscos avaliados. Onde a finalidade do tratamento do risco é selecionar e implementar opções para abordar o risco, assim reduzindo o mesmo para um nível tolerado ou aceitável (ISO 31000, 2018).

O tratamento do risco envolve um processo iterativo de:

• formular e selecionar as opções de tratamento do risco;

• planear e implementar o tratamento do risco;

• apreciar a eficácia desse tratamento;

• decidir se o risco tratado se tornou aceitável;

• não sendo aceitável, proceder ao tratamento suplementar.

Após uma implantação da gestão de risco, a indústria terá uma maior perceção dos riscos existentes, apoio a decisões onde houver incertezas, estabelecer prioridades para as medidas de mitigações e uma definição de objetivos estratégicos adequado para o processo produtivo (ISO 31000, 2018).

(32)

2.3 Enquadramento legal e normativo

8

Existe um regulamento específico na área da segurança no trabalho para se cumprir as obrigações legais. Onde a lei que regulamenta o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho é a lei n.º 102/ 2009 de 10 de setembro, com as alterações introduzidas pela Lei 3/2014 de 28 janeiro.

Este regime jurídico transpõe para a ordem jurídica interna as diretivas:

• Diretiva n.º 89/391/CEE, do Conselho, de 12 de junho, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho, alterada pelo Regulamento (CE) n.º 1882/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de setembro, pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho, e pelo Regulamento (CE) n.º 1137/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro;

• Diretiva n.º 91/383/CEE, do Conselho, de 25 de junho, que completa a aplicação de medidas tendentes a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores que têm uma relação de trabalho a termo ou uma relação de trabalho temporária, alterada pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho;

• Diretiva n.º 92/85/CEE, do Conselho, de 19 de outubro, relativa à implementação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde das trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes no trabalho, alterada pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho;

• Diretiva n.º 94/33/CE, do Conselho, de 22 de junho, relativa à proteção dos jovens no trabalho, alterada pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho.

No que respeita à proteção do património genético, as diretivas contendo prescrições mínimas de segurança e de saúde no trabalho contra os agentes químicos, físicos e biológicos, designadamente:

• A Diretiva n.º 2004/37/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril, relativa à proteção dos trabalhadores contra riscos ligados à exposição de agentes cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho;

• A Diretiva n.º 2000/54/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de setembro, relativa à proteção dos trabalhadores contra riscos ligados à exposição a agentes biológicos durante o trabalho;

• A Diretiva n.º 98/24/CE, do Conselho, de 7 de abril, relativa à proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes químicos no trabalho, alterada pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho.

No que respeita aos equipamentos de trabalho, a diretiva contendo as prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho:

8 https://dre.pt/dre/home (acedido a 14/09/2022)

(33)

• Diretiva 2009/104/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho no trabalho (segunda diretiva especial, na aceção do n.º 1 do artigo 16.º da Diretiva 89/391/CEE – Codificação da Diretiva 89/655/CEE, com a redação que lhe foi dada pelas Diretivas 95/63/CE e 2001/45/CE).

No que respeita aos equipamentos de proteção individual, a diretiva contendo as prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de proteção individual no trabalho:

• Diretiva (UE) 2019/1832 da Comissão, de 24 de outubro de 2019, que altera os anexos I, II e III da Diretiva 89/656/CEE do Conselho, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de proteção individual no trabalho, no que se refere a adaptações estritamente técnicas.

No que respeita à movimentação manual de cargas, a diretiva contendo as prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à movimentação manual de cargas:

• Diretiva 90/269/CEE, do Conselho, de 29 de maio de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores (quarta diretiva especial na aceção do n.º 1 do artigo 16.º da Diretiva 89/391/CEE).

No que respeita aos agentes físicos (Ruído), a diretiva contendo as prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devido aos agentes físicos (ruído):

• Diretiva 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de fevereiro de 2003, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (ruído) Décima sétima diretiva especial na aceção do n.º 1 do artigo 16.º da Diretiva 89/391/CEE).

Para o regime jurídico referente a segurança no trabalho em estabelecimentos industriais, o Regulamento Geral de Segurança e Higiene do Trabalho nos Estabelecimentos Industriais está regulamentado na portaria n.º 53/71, de 3 de fevereiro, alterado pela portaria n.º 702/80, de 22 de setembro.

No artigo 3º da Portaria n.º 53/71, de 3 de fevereiro não existia referência à prevenção de riscos, mas apenas a obrigações na sua execução. O artigo 3º da Portaria n.º 702/80 já introduz a obrigatoriedade da entidade patronal de prevenir os riscos como é o caso:

• “Adotar as medidas necessárias, de forma a obter uma correta organização e eficaz prevenção dos riscos que podem afetar a vida, integridade física e saúde dos trabalhadores ao seu serviço.” (Linha b) do ponto 3º)

• “Informação dos trabalhadores dos riscos a que podem estar sujeitos e das precauções a tomar (…).” (Linha g) do artigo 3º)

(34)

• “Promover uma conveniente informação e formação em matéria de higiene e segurança do trabalho para todo o pessoal ao seu serviço.” (Linha h) do artigo 3º)

• “Fomentar a cooperação de todos os trabalhadores com vista ao desenvolvimento da prevenção de riscos profissionais e das condições de bem-estar no interior das unidades produtivas.” (Linha j) do ponto 3º)

O artigo 4º da mesma Portaria também prevê obrigações para o trabalhador na prevenção de riscos profissionais, sendo:

• “Cooperar na prevenção dos riscos profissionais e na manutenção da higiene dos locais de trabalho (…).” (Linha a) do artigo 4º)

O regime jurídico referente a avaliação de riscos, Segundo o ponto 3 do artigo 5º da Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro se especifica:

“A prevenção dos riscos profissionais deve assentar numa correta e permanente avaliação de riscos e ser desenvolvida segundo princípios, políticas, normas e programas que visem, nomeadamente:

Alínea a) A conceção e a implementação da estratégia nacional para a segurança e saúde no trabalho;

Alínea b) A definição das condições técnicas a que devem obedecer a conceção, a fabricação, a importação, a venda, a cedência, a instalação, a organização, a utilização e a transformação das componentes materiais do trabalho em função da natureza e do grau dos riscos, assim como as obrigações das pessoas por tais responsáveis;

Alínea c) A determinação das substâncias, agentes ou processos que devam ser proibidos, limitados ou sujeitos a autorização ou a controlo da autoridade competente, bem como a definição de valores limite de exposição do trabalhador a agentes químicos, físicos e biológicos e das normas técnicas para a amostragem, medição e avaliação de resultados;

Alínea d) A promoção e a vigilância da saúde do trabalhador;

Alínea e) O incremento da investigação técnica e científica aplicadas no domínio da segurança e da saúde no trabalho, em particular no que se refere à emergência de novos fatores de risco;

Alínea f) A educação, a formação e a informação para a promoção da melhoria da segurança e saúde no trabalho;

Alínea g) A sensibilização da sociedade, de forma a criar uma verdadeira cultura de prevenção;

Alínea h) A eficiência do sistema público de inspeção do cumprimento da legislação relativa à segurança e à saúde no trabalho.”

Existem também normas internacionais importantes para prevenção, controlo e gestão dos riscos, onde permitem implementar um sistema de gestão eficaz para a saúde e segurança dos trabalhadores, contendo procedimentos para identificar os perigos, avaliar os riscos e implementar medidas para eliminar ou minimizar os riscos que os trabalhadores estão expostos, sendo estas normas:

(35)

• ISO 45001:2019 - Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional;

• ISO 31000:2018 – Gestão do Risco Princípios e Linha de Orientação.

2.4 Conhecimento científico

2.4.1 Descrição da metodologia de revisão bibliográfica

Primeiramente foi definido o objetivo da pesquisa, o de encontrar artigos referentes à avaliação de riscos, em empresas de manufatura no ramo de produção de refrigeradores, ou de modo genérico empresas de transformação na metalomecânica que possuíssem equipamentos, máquinas e atividades similares ao da empresa em estudo. A pesquisa bibliográfica teve por base a metodologia de revisão sistemática Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- analyses (PRISMA) (Page, 2021). Essa pesquisa foi efetuada em língua inglesa, e se deu no período de outubro a dezembro de 2021. A informação científica foi obtida através das bases de dados Scopus, Web of Science e Inspec.

Com as bases de dados selecionadas, a seleção dos artigos foi baseada em trabalhos que se tratavam de avaliações de riscos em indústrias de transformação, podendo ser na produção de refrigeradores ou similares no setor da metalomecânica, o contexto da pesquisa, é obter conhecimentos acerca das melhores práticas de segurança no trabalho.

Grupo A:

1. “Risk Assessment”;

2. “Occupacional Risk”;

3. “Hazard”.

Grupo B:

4. “Refrigeration Industry”;

5. “Refrigeration Appliances”;

6. “Refrigerator Freezer Manufacturing”.

Grupo C:

7. “Freezer”;

8. “Refrigerators”;

9. “Cooler”.

Foram realizadas combinações entre as todas as palavras dos grupos, sendo (A and B), (A and C) e (B and C), sendo produzidas 27 combinações totais, e usadas nas três bases de dados selecionadas.

(36)

Após resultados das primeiras combinações, uma nova pesquisa foi gerada, buscando temas em indústrias de transformação na metalomecânica, e novas palavras-chave foram utilizadas:

Grupo D:

1. “Risk Assessment”;

2. “Occupacional Risk”;

3. “Hazard”.

Grupo E:

4. “Manufacturing Industry”.

Grupo F:

5. “Operator”;

6. “Machinery”;

7. “Safety”.

As combinações foram realizadas entre as todas as palavras dos grupos, ficando (A and B and C), sendo produzidas 9 combinações totais, e usadas nas três bases de dados selecionadas.

Desta forma foram realizadas 36 pesquisas nas três bases de dados, e para a limitação da pesquisa, os critérios de exclusão foram:

1) Data de publicação: apenas considerados artigos publicados entre 2017 e 2022 2) Tipo de documento: apenas artigos científicos foram considerados

3) Tipo de fonte: apenas foram considerados artigos publicados em revistas científicas 4) Língua de publicação: apenas foram aceites artigos em português e em inglês

Após a aplicação dos critérios de exclusão, foram analisados os títulos e resumos dos documentos selecionados, de forma a excluir artigos que potencialmente se encontrariam fora de tema. Após este passo, foram aplicados os critérios de inclusão, sendo selecionados artigos que se referiam aos perigos, riscos, metodologias de avaliação de risco e medidas preventivas, identificados em indústrias metalomecânicas.

2.4.2 Resultados da pesquisa

As pesquisas realizadas geraram 18.231 artigos. Após aplicação dos critérios de exclusão foram obtidos os seguintes resultados:

1) Data de publicação: 11.040 artigos 2) Tipo de documento: 2.536 artigos 3) Tipo de fonte: 18 artigos

4) Língua de publicação: 122 artigos

(37)

Por fim, com a remoção de resultados duplicados (seis artigos) e aplicação dos critérios de inclusão referidos anteriormente, a pesquisa retornou um total de 32 artigos para leitura do texto. Após a leitura dos 32 artigos foram excluídos 14 por não possuírem informação relevante com o tema, restando no total 18.

Os artigos selecionados para leitura completa abordaram vários métodos e técnicas de avaliação de riscos e novas formas de avaliar os mesmos, sendo que a maioria é com base em análises estatísticas. E verificando a bibliografia dos artigos lidos foi possível acrescentar mais quatro artigos que preenchiam os critérios necessários, obtendo no final um total de 22 artigos selecionados.

A figura 7 representa o fluxograma da metodologia PRISMA.

Figura 7 - Diagrama da metodologia PRISMA. Adaptado.

Os 22 artigos científicos estudados apresentam-se sintetizados na tabela 2, cuja tabela resumida dos dados totais se encontra no apêndice 1.

Foi possível identificar diferentes métodos para avaliação de riscos e também novos métodos desenvolvidos. Alguns exemplos são análise de Monte Carlo, árvore de decisão (Ahmed et al., 2021; Folch-Calvo et al., 2019; Tong et al., 2021). O âmbito de aplicação verificou-se na identificação dos riscos e suas consequências em indústrias de transformação e, em alguns estudos no panorama geral do país (Mure et al., 2017; Altunkaynak, 2018; Ahmed et al., 2021; Haghighi et al., 2019; Gul et al., 2021; Kokangul et al., 2017; Mutlu & Altuntas, 2019; Tong et al., 2021;

Yang et al., 2021; Dabbagh & Yousefi, 2019; Tuhul et al., 2021; Chinniah, 2015; Dźwiarek &

Latała, 2016). ´

(38)

Observou-se que os perigos mais passiveis de ocorrer eram os relacionados com máquinas e parte móveis, causando lesões graves como amputação e esmagamento e, por fim mostrando as medidas preventivas e suas implantações, como proteções, sistema de segurança, equipamentos de proteção coletivos e individuais (Mure et al., 2017; Kim et al., 2021; Haghighi et al., 2019; Gul et al., 2021;

Aditya et al., 2020; Tong et al., 2021; Yang et al., 2021; Dabbagh & Yousefi, 2019; Tuhul et al., 2021; Chinniah, 2015; Dźwiarek & Latała, 2016; Aneziris et al., 2013).

O que respeita aos métodos de análise do risco, verificou-se que podem ser enquadrados em três tipos: qualitativas, quantitativas e semiquantitativas. A maioria das pesquisas utilizaram métodos quantitativos, seguido pelos qualitativos e em menor quantidade os semiquantitativos e um artigo era sobre as dificuldades e os problemas encontrados em avaliações de risco. As coletas de dados resultaram por meio de pesquisas, base de dados, relatórios, entrevistas, reuniões e questionários.

Considerando que os métodos qualitativos são simples e não utilizam quantificações, as metodologias utilizadas para suas coletadas de dados são em sua maioria pesquisas de campo holísticas, utilizando coleta de dados, entrevistas, reuniões e questionários, sendo subjetivos, pois geralmente usam apenas amostras de uma população, não possuem dados suficientes para validar suas constatações, porem são excelentes estudos para investigações de menor escala, focadas apenas em uma máquina ou processo, utilizando parecer de experts, como os riscos que uma determinada máquina apresenta. Sendo estes trabalhos a base para estudos futuros verificarem a sua aplicabilidade em populações maiores utilizando outros métodos (Haghighi et al., 2019;

Jimenez et al., 2019; Jahangiri et al., 2019; Chinniah, 2015; Dźwiarek & Latała, 2016).

No método de coleta de dados presente em três artigos, as bases de dados continham relatórios de lesões, acidentes, problemas de saúde e condições de segurança que permitiram aos autores tirar conclusões sobre o alcance da sua análise (Chinniah, 2015; Dźwiarek & Latała, 2016; Jahangiri et al., 2019). Os estudos investigativos por meio de análise no local focaram em pequenas amostras como máquinas, onde buscaram identificar problemas e propor soluções (Haghighi et al., 2019;

Jimenez et al., 2019).

Estudos quantitativos e semiquantitativos tendem a canalizar seu âmbito para um problema específico, nomeadamente buscam identificar os fatores que afetam o tipo de acidente e suas características (Mure et al., 2017; Altunkaynak, 2018; Berhan, 2020; Kim et al., 2021; Gul et al., 2021; Folch-Calvo et al., 2019; Aditya et al., 2020; Mutlu & Altuntas, 2019; Tong et al., 2021;

Yang et al., 2021; Aneziris et al., 2013). E outros buscaram investigar o status da segurança do trabalho e a saúde dos trabalhadores (Ji et al., 2018; Tuhul et al., 2021).

As avaliações de risco utilizadas pelos estudos são fundamentais para identificar uma correta gestão do risco. No entanto, os riscos ocupacionais se diferem de várias maneiras, assim apresentando desafios para a correta a avaliação de riscos, sendo necessário a identificação do método mais adequado para a análise do risco, pois alguns métodos atuais para avaliação de risco nas indústrias possuem abordagens falhas (Baybutt, 2017). Visando isto estudos propõem novos métodos para superar as incertezas dos dados (Dabbagh & Yousefi, 2019; Kokangul et al., 2017;

Ahmed et al., 2021).

Referências

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