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LUCIANE LEITE DE FIGUEIREDO

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Academic year: 2018

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LUCIANE LEITE DE FIGUEIREDO

INDIVÍDUOS VERTIGINOSOS:

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A QUEIXA

E OS ACHADOS NA VESTIBULOMETRIA

Mestrado em Fonoaudiologia

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

São Paulo

(2)

INDIVÍDUOS VERTIGINOSOS:

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A QUEIXA E OS ACHADOS NA VESTIBULOMETRIA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE em Fonoaudiologia, sob a orientação da Profª Drª Teresa Maria Momensohn dos Santos.

PUC/SP São Paulo

(3)

Figueiredo, Luciane Leite de

Indivíduos Vertiginosos: um estudo comparativo entre a queixa e os achados na vestibulometria/ Figueiredo, Luciane Leite de – São Paulo, 2006.

xii, 64f.

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia.

Título em inglês: Individuals suffering from vertigo: a comparative study of the complaint and findings in vestibulometry.

(4)

INDIVÍDUOS VERTIGINOSOS:

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A QUEIXA E OS ACHADOS NA VESTIBULOMETRIA

Presidente da banca:

Profª. Drª_______________________________________

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Drª_______________________________________

Profª. Drª_______________________________________

Aprovada em: ___/___/2006

(5)

Ao meu maior tesouro,

Carlos Stowasser,

dedico este trabalho, pelo amor, paciência,

companheirismo e grande incentivo à

realização desta Dissertação.

(6)

À Professora Doutora Teresa Maria Momensohn Santos, minha Orientadora, pelo exemplo de seriedade e profissionalismo demonstrados durante todo o Curso de Especialização e de Mestrado, pela orientação, carinho, amizade e compreensão durante este percurso acadêmico; registro aqui, por meio de um agradecimento especial, a minha profunda admiração, carinho e respeito. Muito obrigada por tudo!

Ao meu amado marido, companheiro e amigo Carlos Stowasser, pela paciência, nos momentos de minha ausência, pelo carinho e apoio sempre presentes nos momentos fundamentais da realização deste trabalho;

Aos meus pais e irmãos, pelo incentivo;

A minha sogra Elizabeth Stowasser, pelo apoio e incentivo durante a realização deste trabalho;

À Professora Doutora Yara Bohlsen, pelo carinho e incentivo desde o Curso de Especialização, por ter aceitado o convite para compor a Banca de Qualificação, a Banca Examinadora desta Dissertação e pelas contribuições prestadas ao trabalho;

À Médica Soraia El Hassan, por ter aceitado o convite para compor a Banca de Qualificação e a Banca Examinadora desta Dissertação, pelas valiosas contribuições prestadas a este trabalho, pela leitura atenta e pelas palavras de incentivo;

Ao Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia da PUC/SP, pela excelência de ensino;

À Teresa Momensohn, Yeda Pacheco Russo, Ana Claúdia Fiorini, Dóris Lewis, Léslie Piccolotto, Sílvia Friedman, Regina Freire, Beatriz Novaes e ao Dr. Orozimbo, meus professores no Mestrado em Fonoaudiologia, um agradecimento especial pelos sólidos conhecimentos oferecidos;

À Professora Doutora Ana Cláudia Fiorini, pelos valiosos conhecimentos de Estatística e de Epidemiologia, pela simpatia e amizade;

À Professora Doutora Fátima Branco, pelo carinho, pelas palavras de incentivo (desde a Especialização), pelas contribuições para a realização deste trabalho e por ter aceitado o convite para compor a banca de defesa;

À Professora Doutora Cristina Freitas Ganança, por ter aceitado o convite para compor a banca de defesa;

(7)

À Professora Doutora Patrícia Rodrigues, pelas brilhantes aulas sobre Audiologia Infantil (na Especialização - IEAA);

Ao Dr. Ítalo Medeiros, por ter participado da banca de Qualificação deste trabalho, fazendo sugestões importantes;

A CAPES, pela Bolsa de estudos concedida;

À secretária do Mestrado em Fonoaudiologia, Marli, pelo profissionalismo, simpatia e cordial atendimento;

Aos funcionários da Biblioteca da Derdic, João e Graça, pelo profissionalismo, simpatia e por estarem sempre dispostos a ajudar nas pesquisas bibliográficas;

À direção do IEAA, por ter disponibilizado os prontuários dos pacientes para a coleta dos dados e, conseqüentemente, ter possibilitado a realização desta pesquisa;

Às secretárias, Gleice, Sílvia e Kelly, do IEAA, pelo auxílio durante a coleta de dados para este trabalho;

Às amigas do Mestrado: Cristiane Brandão, Valdete Valentins, Aloha Lutfi, Daniela Calil, Gabriela Lopes (Gabi), Cláudia Zanforlin; e às amigas da Especialização: Luciane Moia e Flávia Sabbato, pela amizade e pelas palavras de apoio;

A todas as amigas e amigos de curso;

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

(8)

Ciência é exigência de soluções e não de solução. Cada homem

que estuda empenha-se por esclarecer algo do real que

consegue apreender, mas inevitavelmente escapam-lhe

aspectos que continuam desconhecidos, em suspenso ou mal

interpretados.

Das verdades científicas, o homem só terá conhecimento

progressivo e ciência é sinônimo de procura de caminho, mas

não um termo de chegada.

Célia Dória

(9)

SUMÁRIO

Dedicatória...iv

Agradecimentos...v

Lista de abreviaturas...ix

Lista de figuras...x

Lista de tabelas...xi

Resumo...xii

1. INTRODUÇÃO...01

2. REVISÃO DA LITERATURA...05

A. Conceitos fundamentais para a avaliação da postura e do equilíbrio...05

2.1 Noção de equilíbrio...05

2.2 Neurofisiologia do equilíbrio corporal...07

B. Relação entre sintomas e achados na avaliação vestibular...17

3. MÉTODO...26

3.1 Considerações éticas e local...26

3.2 Amostra e tipo de estudo...26

3.3 Procedimentos ...28

3.4 Análise estatística...30

4. RESULTADOS...32

5. DISCUSSÃO...40

6. CONCLUSÕES...46

7. REFERÊNCIAS...48

8. BIBLIOGRAFIA...54

9. ANEXOS...56

Anexo 1 Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa...57

Anexo 2 Termo de compromisso para utilização de dados...58

Anexo 3 Termo de concordância da Instituição...59

Anexo 4 Anamnese audiológica...60

Abstract

(10)

ENG Eletronistagmografia

NE Nistagmo Espontâneo

NO Nistagmo Optocinético

NSE Nistagmo Semi-Espontâneo

OA Olhos Abertos

OF Olhos Fechados

PCal Prova Calórica

PRPD Prova Rotatória Pendular Decrescente

VACL Velocidade Angular da Componente Lenta

VENG Vectoeletronistagmografia

VPPB Vertigem Postural Paroxística Benigna

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distribuição das variáveis exame vestibular alterado x exame vestibular normal em comparação com a variável sexo... 33

Figura 2 Distribuição da conclusão do exame vestibular em comparação com a queixa de vertigem/tontura ... 34

Figura 3 Dendograma dos grupos de sintomas otoneurológicos relatados pelos pacientes na anamnese... 35

(12)

Tabela 1 Distribuição da variável sexo... 27

Tabela 2 Distribuição da variável idade em relação à conclusão do exame vestibular... 32

Tabela 3 Distribuição da variável sexo em relação à conclusão do exame vestibular... 32

Tabela 4 Distribuição, em valores absolutos e de porcentagem, dos sintomas otoneurológicos relatados pelos sujeitos que compuseram a amostra... 33

Tabela 5 Distribuição dos grupos de sintomas otoneurológicos em relação à conclusão do exame vestibular... 34

Tabela 6 Distribuição da variável calibração em relação à conclusão do exame vestibular... 36

Tabela 7 Resultado da comparação entre as categorias da variável exame vestibular (normal ou alterado) com a variável sintoma otoneurológico... 36

Tabela 8 Resultado da comparação entre as categorias da variável exame vestibular (normal ou alterado) com a variável provas vestibulares... 37

Tabela 9 Distribuição, em valores de porcentagem, da variável queixa em relação ao resultado de cada prova que compõe o exame vestibular... 38

(13)

Resumo

Objetivo: Descrever a queixa e/ou os sintomas vestibulares encontrados na clínica otoneurológica e investigar a relação destes com a vestibulometria.

Método: Efetuou-se um estudo por meio da análise retrospectiva dos prontuários de 116 sujeitos examinados no setor de otoneurologia do Instituto de Estudos Avançados da Audição no período de janeiro de 2004 a novembro de 2005.

Resultados: Os achados mostraram quea amostra foi constituída por 86 (74,1%) sujeitos do sexo feminino e 30 (25,9%) do sexo masculino. A faixa etária variou de 18 e 82 anos (média 50 anos). A avaliação vestibular mostrou resultados normais em 66 sujeitos e resultados alterados em 50. As queixas e/ou sintomas otoneurológicos referidos pelos sujeitos foram: tontura, vertigem, zumbido, náusea, sudorese, cefaléia, peso na cabeça e distúrbios à marcha. Dentre os sintomas neurovegetativos, a náusea apresentou-se bastante significativa (p=0,004). A análise da queixa de tontura/vertigem isolada, em comparação com a variável exame vestibular (normal/alterado), não apresentou associação estatisticamente significante. Por outro lado, quando a queixa de vertigem apareceu associada a zumbido, observou-se um número considerável de exames alterados. Conclusão: Com base nos dados encontrados, verifica-se que o fato de o paciente apresentar queixa de tontura/vertigem isolada não significa que o resultado do exame vestibular estará necessariamente alterado. Todavia, a associação vertigem + zumbido mostra-se sugestiva de exame alterado. Sendo assim, comparar a história clínica dos pacientes com os achados vestibulométricos é fundamental para o estabelecimento da hipótese diagnóstica.

(14)
(15)

1. INTRODUÇÃO

Uma das principais façanhas do ser humano talvez tenha sido a

aquisição da postura erétil. Manter o corpo estável sobre uma base tão pequena

(os pés) e realizar movimentos sob esta circunstância não é uma tarefa fácil.

Em certas situações da vida diária, em que ocorrem perturbações do

equilíbrio, o organismo humano é capaz de fazer uso de alguns mecanismos ou

estratégias a fim de ajustar estas variações, devolvendo ao corpo o estado

estável necessário para a realização dos movimentos. Todavia, quando estes

mecanismos ou estratégias falham, o homem tem a sua qualidade de vida

ameaçada.

As modificações do equilíbrio podem comprometer a vida do sujeito,

afetando drasticamente o seu estado emocional a ponto de torná-lo incapacitado

para o trabalho, bem como para simples atividades do dia-a-dia. Vale lembrar que

tais alterações podem atingir não apenas adultos, mas sujeitos de qualquer faixa

etária, sexo ou raça.

O fonoaudiólogo que atua na área da avaliação e da reabilitação das

alterações do equilíbrio corporal deve ter conhecimento do quanto os transtornos

do equilíbrio podem comprometer a vida do sujeito e da família deste, e, também,

deve ter ciência de que tais distúrbios manifestam-se de modo diferente de um

indivíduo para o outro.

Desse modo, a queixa e/ou sintomas relatados, na anamnese, por

(16)

equilíbrio, verificada nos exames de rotina; contudo, o sujeito pode perceber este

distúrbio como algo incapacitante, tendo sua vida social e até mesmo doméstica

prejudicada.

A tontura, atualmente, é considerada uma das queixas mais relevantes

na clínica otoneurológica que pode ocasionar transtornos significativos na vida de

um indivíduo (Ganança, 2002; Ganança, 2005). Alguns sujeitos, eventualmente,

dependendo da gravidade da tontura, desenvolvem depressão e até mesmo

pânico, necessitando de aconselhamento psicológico. Todavia, vale lembrar que

as reações neurovegetativas (náusea, sudorese etc.) e a migrânea são, também,

queixas que ocorrem em número bastante significativo (Almeida et al, 2005,

Tiensoli et al, 2004; Ganança et al, 2003; Jardim e Ferreira-Assêncio, 2002).

A avaliação vestibular, tanto por meio da eletronistagmografia (ENG)

como por meio da vectoeletronistagmografia (VENG), apresenta-se como um

instrumento fundamental para o diagnóstico dos distúrbios do equilíbrio. Para o

profissional (médico ou fonoaudiólogo), a ENG e a VENG são testes importantes

para confirmar, localizar e/ou caracterizar uma lesão do sistema vestibular

periférico ou central (Ganança et al, 1994; Stockwell, 2000).

O principal sistema de controle para a estabilização durante a

locomoção é o reflexo vestibuloculomotor, desse modo o nistagmo apresenta-se

como elemento relevante para a análise do referido reflexo em algumas provas da

avaliação vestibular (Ganança, 2005).

A literatura otoneurológica apresenta a pesquisa do nistagmo

(17)

3

posição) ou à mudança de posição da cabeça (nistagmo de posicionamento), com

ou sem vertigem de posição, como um teste relevante para o diagnóstico da

vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e que deve ser empregado como

rotina na clínica otoneurológica (Ganança et al, 1998). Todavia, vale lembrar, que

a rotina de avaliação difere de uma clínica para outra: algumas trabalham com

avaliação armada (vídeo frenzel, por exemplo), enquanto que outras fazem a

avaliação de rotina do nistagmo de posição e/ou de posicionamento a olho nu.

Na anamnese, embora alguns sujeitos mencionem queixa e/ou

sintomas otoneurológicos, a vestibulometria destes pode apresentar-se sem

alterações, fato que reforça a importância de se fazer uma investigação detalhada

da história clínica do paciente e analisá-la em conjunto com os achados dos

testes vestibulares.

Analisar comparativamente a queixa do paciente com os referidos

achados pode ser relevante tanto para o fonoaudiólogo quanto para outros

profissionais que atuam com disfunções do equilíbrio. As informações fornecidas

pelos pacientes, confrontadas com os testes vestibulares, podem auxiliar o

examinador na conclusão do exame, bem como, por exemplo, na seleção de

exercícios personalizados de Reabilitação Vestibular e, conseqüentemente, na

melhora da qualidade de vida do sujeito (Lourenço, 2005).

Este estudo retrospectivo tem por objetivo descrever a queixa e/ou os

sintomas vestibulares encontrados na clínica otoneurológica e investigar a relação

(18)
(19)

2. REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, serão apresentados textos de relação pertinente com os

temas abordados nesta pesquisa. Por isso, antes de iniciá-lo, torna-se importante

esclarecer que, na exposição do assunto, a ordem cronológica de publicação não

será considerada, a fim de manter um encadeamento lógico entre os temas

abordados pelos autores.

A. Conceitos fundamentais para a avaliação da postura e do equilíbrio

2.1 Noção de equilíbrio

O equilíbrio corporal é uma função complexa, que envolve informações

provenientes de diversos órgãos e sistemas, a saber: labirinto (deslocamentos do

corpo), olhos (posição do corpo no espaço), pele (região do corpo que está em

contato com uma superfície), músculos e articulações (posição e movimentos

corporais) (Caovilla et al, 2000; Bonaldi et al, 2004).

Sabe-se que o sistema vestibular tem uma função relevante no controle

da postura e do equilíbrio. Conforme se pode notar na literatura médica, as

observações clínicas e experimentais referem que junto com os sintomas de

vertigem e nistagmo, os distúrbios do equilíbrio são uma das principais queixas

dos pacientes com destruição parcial ou total do labirinto vestibular (Ganança,

1998).

Ainda segundo o referido autor, em virtude das conexões centrais do

(20)

saúde inúmeros tipos de informação, no que diz respeito aos órgãos labirínticos

periféricos, ao tronco cerebral, à formação reticular e aos núcleos óculo-motores.

Nosso corpo, em condições normais, estacionárias ou em movimento,

mantém o seu equilíbrio, apesar das diversas acelerações e velocidades a que

está sujeito no meio circundante. As complexas funções do equilíbrio são,

segundo Caovilla et al (2000), de natureza reflexa, tendo-se apenas consciência

do resultado destes reflexos. Segundo os referidos autores, o que nos deixa em

equilíbrio é um conjunto de mecanismos que processam informações de modo

totalmente inconsciente. Independente do que estejamos fazendo, não

necessitamos ter qualquer preocupação em manter nosso equilíbrio, pois este se

estabelece automaticamente.

Os atos reflexos, que regulam o equilíbrio corporal, dependem da

maneira como um conjunto de estruturas (sistema vestibular, olhos e sistema

proprioceptivo), em nosso corpo, interage sob coordenação do cerebelo (Bonaldi

et al, op.cit.).

Segundo Horak & Shupert (2002), uma das tarefas mais importantes do

sistema de controle postural humano é a do equilíbrio do corpo sobre a pequena

base de apoio fornecida pelos pés. Funcionando como um sensor da gravidade, o

sistema vestibular pode ser considerado uma das ferramentas mais importantes

(21)

7

O sistema vestibular, na sua função de sistema sensorial, fornece ao

SNC informações sobre a posição e o movimento da cabeça, bem como a direção

da gravidade. O sistema nervoso central, por sua vez, combina essas

informações com outras, recebidas por sistemas sensoriais distintos, a fim de

construir uma imagem (ou representação interna) da posição e do movimento do

ambiente que o cerca e do corpo como um todo. Além disso, fornece informações

sensoriais e contribui diretamente para o controle motor (Ganança e Caovilla,

1998).

2.2 Neurofisiopatologia do equilíbrio corporal

Os distúrbios vestibulares, normalmente, apresentam sintomas

associados, tais como: desequilíbrio, quedas, náuseas e vômito, perda auditiva,

zumbido, hipersensibilidade a sons, distorção da sensação sonora, dificuldade de

inteligibilidade vocal e distúrbios de atenção auditiva (Ganança et al, 1998;

Ganança, 2005).

O processamento e a organização das informações sensoriais, visuais,

vestibulares e proprioceptivas em centros específicos localizados no tronco

encefálico e no cerebelo é de responsabilidade do SNC. Se este recebe o

conjunto de informações, de forma precisa e harmoniosa — dos olhos, labirinto e

dos sensores proprioceptivos — a organização se dará com rapidez e precisão.

Todavia, se houver um conflito entre as informações recebidas, pelo sistema

nervoso central, a perturbação do estado de equilíbrio passa a ser consciente,

(22)

A tontura é definida como uma sensação de alteração do estado de

equilíbrio corporal. A literatura apresenta vários tipos de tontura, sendo a vertigem

o tipo mais comum, caracterizada pela sensação de rotação no meio ambiente.

Segundo Mor et al (2001), tanto a tontura quanto a vertigem podem ser

decorrentes de distúrbios funcionais primários ou secundários do sistema

vestibular.

A principal fonte de tonturas é o sistema vestibular, todavia vale

ressaltar que também podem ocorrer tonturas de origem visual, vascular,

neurológica, cervical, bem como psicológica. As tonturas de origem visual podem

ter como causa a miopia, a diplopia, o astigmatismo, o estrabismo ou o uso de

lentes bifocais. As de origem vascular, doenças cardíacas; a neurológica, lesões

da fossa posterior ou supra tentoriais; a de origem cervical, afecções tumorais,

inflamatórias, degenerativas ou traumáticas, enquanto que as tonturas de origem

psicológica têm como causa as fobias (Settanni, 1998; Lardaro, 2005).

Há três tipos de vertigem: espontânea (geralmente, intensa e

duradoura, em crise única, com relevantes manifestações neurovegetativas);

recorrente (com crises recidivantes) e posicional (aparece em certas posições de

cabeça e/ou do corpo à mudança da posição cefálica) (Fernandes e Fernandes,

2001).

Ganança et al (2001) explicaram que, devido ao fato de distúrbios em

outras partes do corpo humano afetarem a função labiríntica, é possível observar

sintomas vertiginosos como manifestação anterior à do órgão primariamente

(23)

9

A tontura é um sintoma subjetivo e inespecífico, com características

variadas. É provocado por mecanismos fisiopatológicos diferentes e, por isso,

pode ser queixa comum a diversas doenças. Segundo Caovilla et al. (2000),

aproximadamente 85% das tonturas são originadas por disfunção do sistema

vestibular. Disfunção esta também chamada de vestibulopatia.

As vestibulopatias podem ser periféricas, centrais ou mistas e podem

vir acompanhadas, além da tontura, de alterações auditivas, zumbido, plenitude

auricular, alterações visuais, alterações neurovegetativas, migrânea, entre outras.

Na rotina clínica, segundo Ganança & Ganança (op. cit.), as vestibulopatias mais

comuns são as periféricas.

Segundo Caovilla et al (2001), uma lesão labiríntica perturba a

integração central das informações sensoriais, provocando o deslocamento dos

olhos e do corpo para um dos lados. A conseqüência imediata da diferença de

tônus entre os sistemas vestibulares direito e esquerdo, segundo os referidos

autores, é justamente a crise vertiginosa.

Quando há uma lesão vestibular unilateral aguda, denomina-se

descompensação o estado de desequilíbrio corporal. No caso de lesão unilateral

severa ou total, a ausência de atividade elétrica gera um nistagmo espontâneo,

que se direciona para o lado oposto ao labirinto lesado e o corpo apresenta

deslocamento para o lado lesado (Caovilla et al, 2000).

Ainda segundo Caovilla et al (op.cit), o envio de mensagens

(24)

neurônios vestibulares do lado oposto aumentam sua atividade bioelétrica; os

núcleos vestibulares ipsilaterais tornam-se hipoativos e os contralaterais

hiperativos.

Mor et al. (2001) esclareceram que — havendo uma integridade do

cerebelo e, conseqüentemente, de sua função moduladora de atividades elétricas

labirínticas pelas vias eferentes — algumas semanas após o aparelho vestibular

ter sofrido uma agressão unilateral aguda ocorrerá o fenômeno denominado

acomodação, ou seja, uma atenuação das respostas do labirinto saudável.

Passadas algumas semanas, haverá melhora dos sintomas, pois o aparelho

vestibular não comprometido passará a enviar informações também para os

núcleos vestibulares contralaterais, via formação reticular.

Torna-se importante ressaltar que — sendo a função do equilíbrio

presidida pelos sistemas proprioceptivo, visual e vestibular — é fundamental

avaliar estes três sistemas nas pesquisas dos distúrbios do equilíbrio. Desse

modo, a avaliação otoneurológica — que é um teste quantitativo da função

vestibular indicado àqueles que apresentam alterações do equilíbrio, alterações

auditivas, síndromes neurológicas e distúrbios de aprendizado — apresenta-se

como um meio eficiente para identificar possíveis alterações no referido sistema

(Ganança, 2005).

Nos casos de perturbações do sistema vestibular, pode-se verificar a

presença dos reflexos dos globos oculares, involuntários e rítmicos, denominados

nistagmo (ou reflexo vestíbulo oculomotor), que são de grande importância na

(25)

11

As alterações patológicas do labirinto, tais como distúrbios vasculares e

metabólicos, traumatismos craniano etc. podem traduzir-se por fenômenos

subjetivos e objetivos do sistema vestibular, como vertigens, nistagmos e outros.

Segundo Caovilla et al (2000), o nistagmo é um movimento

compensatório dos olhos composto por uma sucessão periódica e rítmica de

batimentos oculares, podendo ser congênito ou adquirido. O nistagmo de posição

pode ser do tipo posicional (estático) ou de posicionamento (paroxístico). O

nistagmo posicional, com ou sem vertigem ou enjôo de posição, é um movimento

ocular persistente que pode ser encontrado em uma ou mais posições estáticas

da cabeça, assumidas lentamente, sem acelerações; enquanto que o de

posicionamento é encontrado à mudança rápida de posição da cabeça, com ou

sem enjôo de posição, inicialmente intenso, diminui de intensidade e desaparece

em menos de um minuto.

Segundo Ganança et al (2002), a partir dos 30 anos, o processo de

envelhecimento começa a atingir os sistemas do organismo humano, dentre eles

o sistema vestibular. Nesse sistema, o processo de envelhecimento, agregado de

suas mudanças características, torna-se mais evidente após os 40 anos de idade.

Vejamos as principais modificações do sistema vestibular no que se refere ao

processo de envelhecimento:

a) redução neuronal dos núcleos vestibulares;

b) alterações dos neurotransmissores;

c) diminuição da excitabilidade do sistema vestibular periférico e

(26)

d) redução na capacidade de compensação dos reflexos

vestíbulo-ocular e vestíbulo-espinal;

e) diminuição do nistagmo optocinético, do movimento de perseguição

e dos sacádicos;

f) redução dos testes calórico e rotacional.

Ainda em conformidade com Ganança et al (op. cit.), é importante

destacar que o principal sintoma decorrente de disfunção do sistema vestibular,

na população idosa, é a tontura rotatória, que pode ou não estar associada a

outro tipo de tontura.

Estudo realizado por Herdman et al (2000) apontou a perda da função

vestibular, em decorrência da idade, como um fator de risco para os idosos, uma

vez que estariam mais propensos à queda. Pesquisa realizada por Ruwer et al

(2005) revelou que a hipofunção vestibular bilateral nos idosos com idade superior

a 65 anos tem como conseqüência relevante a tendência à queda.

Os termos tontura e vertigem, muitas vezes, são empregados

incorretamente, portanto, torna-se relevante esclarecer a distinção: vertigem é o

tipo prevalente de tontura. É definida como uma ilusão de movimento da pessoa

ou de objetos que a cercam e é bem distinta da mera tontura ou instabilidade

(Silva, et al, 2000; Murillo-González e Pineda, 2002).

A tontura é uma manifestação subjetiva de perturbação do equilíbrio

corporal que costuma ser classificada da seguinte forma: rotatória (vertigem) e

não-rotatória (instabilidade, flutuação, pulsão para os lados, para frente ou para

(27)

13

vestibular periférico (labirinto ou ramo vestibular do VIII nervo) ou central (núcleos,

vias e inter-relações no sistema nervoso central). Há, ainda, a tontura de natureza

extravestibular que pode ser de origem puramente cardiovascular, neurológica ou

psicológica (Bastos et al, 2005)

As tonturas podem vir acompanhadas de manifestações

neurovegetativas (náuseas, sudorese etc.), pré-síncope, síncope, quedas,

distúrbios da memória, dificuldade de concentração mental, fadiga física e mental,

perturbações visuais, mal-estar indefinido e/ou pânico. Segundo Brandt e Strupp

(2005), a vertigem algumas vezes é atribuída ao sistema vestibular, mas a tontura

não.

Bohlsen e Torres (2001) explicaram que os sistemas vestibular, visual

e proprioceptivo são responsáveis pelos mecanismos sensoriais e reflexos, que

se interligam nos núcleos do tronco encefálico sob coordenação do cerebelo.

Desse modo, se houver disfunção desses sistemas, se estes forem deprimidos

por fatores externos ou houver conflito na integração das informações

vestibulares, visuais e proprioceptivas, surgirão os sintomas e sinais de alteração

do equilíbrio corporal: nistagmo e/ou tontura ou instabilidade corporal.

Ganança et al (2000) explicaram que tanto a vertigem posicional

quanto a vertigem de posicionamento podem ser o principal sintoma em

diferentes síndromes vestibulares (periféricas ou centrais) sejam estas

acompanhadas ou não de nistagmo posicional ou de posicionamento,

(28)

Os referidos autores ressaltaram, também, que a pesquisa do nistagmo

de posicionamento deve ser a primeira etapa da vestibulometria. A mudança de

posição inicial deve ser para o lado supostamente lesado, uma vez que a

manobra inicial desencadeia vertigem e nistagmo mais intenso e a repetição das

manobras produz redução ou eliminação destes sinais, dificultando a

interpretação dos resultados.

Quanto ao nistagmo posicional ou estático, Caovilla et al (2000),

esclareceram que o teste foi desenvolvido para detectar o nistagmo vestibular

determinado por uma posição de cabeça e não pela posição cefálica; sendo o

nistagmo resultante originado exclusivamente pela orientação da cabeça em

relação à gravidade. Este nistagmo pode perdurar enquanto a posição provocante

é mantida, podendo vir acompanhado ou não de vertigem.

Mor et al (2001) ressaltaram que a avaliação do aparelho vestibular

deve ter início sempre pela pesquisa do nistagmo (vertigem) postural, a fim de

evitar a interferência das respostas obtidas em outros testes que implicam em

estímulo labiríntico.

Segundo Honrubia (2002), é possível pacientes com nistagmo

posicional paroxístico apresentarem um nistagmo posicional estático depois de o

primeiro ter desaparecido e que a presença de um destes nistagmos indica

apenas uma disfunção vestibular, sem valor de localização.

Após a perda da função vestibular unilateral, vários mecanismos

(29)

15

Herdman e Whitney (2002), incluem a recuperação celular, o reestabelecimento

espontâneo do índice central de disparos tônicos, a adaptação vestibular, a

substituição de estratégias e a habituação.

A recuperação celular sugere que os receptores dos neurônios que

foram danificados e que, inicialmente, pararam de funcionar sejam recuperados.

Quanto aos distúrbios unilaterais da função vestibular, tais como o nistagmo, o

desvio oblíquo e assimétrico nas posturas se recuperam espontaneamente,

provavelmente devido ao desenvolvimento da supersensibilidade da desnervação

e à germinação axonal (Herdman e Whitney, 2002).

Sabe-se que perda unilateral da função vestibular também resulta no

desequilíbrio e no embaçamento da visão, principalmente, durante os movimentos

de cabeça. A recuperação das respostas vestíbulo-oculares dinâmicas ocorre

provavelmente em função da capacidade adaptativa do sistema vestibular, isto é,

devido à possibilidade deste sistema de fazer alterações a longo prazo na

resposta neuronal às informações. Outro mecanismo envolvido na recuperação

pós-lesão vestibular é a substituição de outras estratégias, repondo a função

perdida. Acredita-se que a recuperação da estabilidade postural se dá devido ao

uso de informações visuais e somatossensitivas, em lugar de dicas vestibulares

remanescentes. A redução nos sintomas, produzida por sinais específicos diz

respeito a outro mecanismo de recuperação: a habituação. Presume-se que este

seja um processo central que ocorre a partir de uma exposição repetitiva ao

(30)

Os autores supracitados explicaram ainda que, freqüentemente, é

comum profissionais dizerem que as patologias labirínticas não têm cura, todavia,

segundo os referidos autores, o que não tem cura, na verdade, são as afecções

que agridem a orelha interna, tendo como característica o caráter crônico, uma

vez que nos casos de agressões agudas ou únicas, as vertigens e/ou as náuseas

desaparecem em aproximadamente três a seis meses.

Caovilla et al (2000) esclareceram que o mecanismo de recuperação

funcional do desequilíbrio corporal por lesão vestibular unilateral é denominado

compensação. A vertigem aguda é incapacitante e pode durar de uma a duas

semanas. A compensação instala-se, gradativamente, em cerca de 3 a 6

semanas, atenuando ou eliminando os sintomas. Esse mecanismo de

recuperação ocorre nos núcleos vestibulares do tronco encefálico, que processam

a integração de informações sensoriais, somatossensorial e vestibular. Quanto

mais jovem for o paciente, maior a plasticidade do sistema nervoso central.

O cérebro, quando a vertigem é causada por lesão vestibular

permanente, com o tempo, adapta-se à recepção anormal de estímulos sensoriais

e a sensação de vertigem diminui ou desaparece, pois este, segundo a literatura,

é capaz de se adaptar mesmo que um labirinto esteja totalmente destruído. Desse

modo, o desaparecimento dos sintomas, nos casos de crises vertiginosas agudas,

pode ser explicado por meio do mecanismo de compensação vestibular(Mor et al,

(31)

17

B. Relação entre sintomas e achados na avaliação vestibular

Tiensoli et al (2004) consideraram que a ausência de alterações ao

exame vestibular, apesar dos sintomas labirínticos, pode ser explicado pelo fato

de o sintoma vestibular ser proveniente de alterações em outros órgãos, e não,

propriamente, no sistema vestibular, como no caso das doenças neurológicas,

dos problemas psíquicos, entre outros. Os autores explicaram que os casos de

tonturas sem o comprometimento funcional do sistema vestibular podem ser

explicados pelo fato de ter havido pouco comprometimento do aparelho vestibular,

ou pelo fato de já ter havido a recuperação do mesmo. Isto explicaria o fato de o

sujeito ter queixa vestibular, mas o exame apresentar-se dentro dos padrões de

normalidade.

Os autores supracitados realizaram um estudo em 30 sujeitos com

exame vestibular normal apesar da queixa de queixa de vertigem ou tontura e

constataram que a anamnese é um instrumento fundamental para o examinador,

uma vez que busca informações mais detalhadas quanto à queixa de vertigem, às

circunstâncias nas quais ocorre, bem como a respeito das manifestações a ela

associadas.

Ganança et al (2003) ressaltaram a importância de se considerar a

história clínica do paciente em conjunto com o exame otoneurológico. Segundo os

autores, a comparação entre os resultados e a queixa permitem confirmar ou não

a hipótese diagnóstica. Labuguen (2006) também ressaltou a importância da

anamnese, associada ao exame clínico, bem como da avaliação do nistagmo de

(32)

Maudonnet (1999) ressaltou a importância da anamnese detalhada para

a avaliação otoneurológica. Segundo o autor, pode-se dizer que, em

otoneurologia, a anamnese responde por até 80% dos diagnósticos, uma vez que

os exames apenas confirmam uma hipótese diagnóstica estabelecida por esta.

Koga et al (2004) realizaram um estudo com o objetivo de verificar, em

pacientes com queixas vestibulares, a prevalência de tonturas e/ou vertigens

relacionadas à mudança de posição de cabeça, bem como as principais

alterações ao exame vestibular. Neste estudo, os autores observaram que o fato

de alguns pacientes não referirem vertigem e/ou tontura relacionada à mudança

de posição da cabeça, dificulta o diagnóstico da VPPB, sendo, nestes casos, a

pesquisa do nistagmo de posição e posicionamento uma forma de confirmar o

diagnóstico.

Pereira e Scaff (2001) relataram que o nistagmo posicional vestibular

central e a vertigem posicional central são muito relevantes como diagnóstico

diferencial da VPPB de outras patologias centrais. Todavia, para realizar tal

diagnóstico, o critério mais importante é a direção do nistagmo que deve ser

compatível com o estímulo de um dos canais semicirculares. O estudo dos

referidos autores revelou, também, que, em idosos, a principal causa de vertigem

é a VPPB.

Na VPPB, o canal mais afetado é o canal semicircular posterior

(Lopez-Escámez, 2002; Tirelli et al, 2001). Segundo Lopez-Escámez (op.cit), o

(33)

19

Ainda quanto à VPPB, Ganança et al (2003) esclareceram que muitos

pacientes têm história clínica atípica, pois referem apenas tonturas, que podem

ser de diversos tipos: mal-estar e/ou enjôos, relacionados ou não com a mudança

de posição de cabeça. Ou ainda, aqueles que apresentam sintomas vagos e de

difícil descrição, como calafrios, desconforto físico, sensação de “vazio” no

estômago, entre outros.

Lourenço et al (2005) também ressaltaram que diversos sinais de

disfunção vestibular podem ser detectados por meio da anamnese associada ao

exame clínico e ao exame otoneurológico ou vestibulométrico com registro dos

movimentos oculares, sendo que neste uma ou mais provas podem apresentar

alterações, possibilitando a formulação de uma hipótese diagnóstica.

Estudo desenvolvido por Almeida et al (2005) ressaltou a importância

de todo o paciente com zumbido, independente de apresentar queixas

vestibulares diretas, ser submetidos a uma avaliação otoneurológica completa,

uma vez que a avaliação da função vestibular pode detectar alterações

importantes que justifiquem a origem e evolução do zumbido.

Segundo os autores, o zumbido pode ser a primeira manifestação de

um processo patológico labiríntico, estando presente antes da provável instalação

dos sintomas vestibulares e/ou auditivos, visto que os resultados do estudo

revelaram que de 30 pacientes com zumbido (sem queixas vestibulares diretas) e

(34)

Zeigelboim et al (2005) chamaram a atenção para a importância do

exame vestibular, uma vez que observaram um alto índice de exames alterados

em indivíduos com zumbido, mas sem queixa de tontura. Neste estudo, todos os

pacientes apresentaram a alteração do exame vestibular localizado na prova

calórica. Segundo os referidos autores, muitas vezes, a principal queixa na

população idosa é o zumbido, sendo esta uma das três relevantes manifestações

otoneurológicas ao lado da tontura e da disacusia neurossensorial. De acordo

com estudo realizado por Almeida et al (op. cit.), em indivíduos com

vestibulopatias (82% deles), o zumbido revelou-se, também, como um sintoma

bastante significante.

Estudo realizado por Jardim e Assêncio-Ferreira (2002) em 143

pacientes revelou que dentre 95 pacientes do gênero feminino, 45 (47%)

apresentaram afecções vestibulares periféricas e 50 (53%) não apresentaram

distúrbios vestibulares. Quanto ao gênero masculino, dos 46 pacientes, 18 (39%)

apresentaram afecções vestibulares e 28 (61%) normais. No que diz respeito à

faixa etária, a idade de 30 e 55 anos prevaleceu tanto em indivíduos com afecção

vestibular quanto nos sem alteração, em ambos os sexos. Segundo os autores,

as vertigens (56% - 35 de 63), tonturas não-rotatórias (47% - 30 de 63), zumbido

(33% - 21 de 63), cefaléia (29% - 18 de 63), alterações neurovegetativas (24% -

15 de 63), dificuldade para escutar (17% - 11 de 63), nucalgia (11% - 7 de 63),

distúrbios visuais (11% - 7 de 63) e plenitude auricular (10% - 6 de 63) foram os

sintomas mais freqüentes revelados pelos pacientes portadores de labirintopatias

(35)

21

Neste mesmo estudo, Jardim e Assêncio-Ferreira (op. cit.) observaram,

quanto aos indivíduos com exames vestibulares normais, as seguintes queixas:

tonturas não-rotatórias (63% - 49 de 78), vertigens (46% - 36 de 78), alterações

neurovegetativas (40% - 31 de 78), zumbido (24% - 19 de 78), cefaléia (18% - 14

de 78), distúrbios visuais (13% - 10 de 78), nucalgia (9% - 7 de 78), plenitude

auricular (9% - 7 de 78) e dificuldade para escutar (5% - 4 de 78).

Lourenço et al (2005) observaram, em seu trabalho, que na população

investigada, houve predominância quanto ao sexo (a maioria pertence ao gênero

feminino). Quanto à faixa etária, a maioria dos exames foram solicitados a

pacientes entre 20 e 59 anos. Todavia, a faixa etária de 20 a 39 incluiu a maioria

dos pacientes portadores de diversas síndromes vestibulares, seguida da faixa de

40 a 59 anos (e não os idosos). No que diz respeito à sintomatologia de tonturas,

zumbidos, sintomas neurovegetativos e alterações auditivas o estudo demonstrou

a presença de sintomas otoneurológicos comuns aos diferentes tipos de

síndromes otoneurológicas.

Kanashiro et al (2005) realizaram um estudo retrospectivo de 515

prontuários de sujeitos com queixas vestibulares e observaram que a média de

idade ficou entre 57,8 anos e que a VPPB foi a síndrome vestibular com maior

freqüência (N=147 – 28,5%), tanto em seu estudo quanto na literatura. O estudo

dos referidos autores — que teve por objetivo identificar as síndromes

vestibulares mais comuns nos ambulatórios de vertigem, suas características

clínicas e semiológicas, bem como observar a resposta ao tratamento específico

(36)

desequilíbrio, está presente quando há acometimento vestibular unilateral

(periférico ou central).

Ainda segundo Kanashiro et al (op. cit.), a sensação de balanços ou de

perda do equilíbrio (definida como vertigem oscilatória), raramente associada a

náuseas ou vômitos, pode ser decorrente de distúrbios vestibulares ou não.

Koga et al (2004) concordaram com os autores supracitados e

explicaram que a vertigem de origem vestibular é um sintoma comum na rotina

clínica otorrinolaringológica, bem como em especialidades afins. As autoras

chamaram a atenção, também, para o fato de que a VPPB é uma das afecções

mais freqüentes do sistema vestibular prevalentes no sexo feminino. Segundo

Koga et al (op.cit), o controle das desordens vestibulares é um problema

complexo e que vem se tornando cada vez mais comum nos dias atuais.

Lourenço et al (2005) observaram que, por meio da anamnese

associada ao exame clínico e vestibulométrico, diversos sinais de disfunção

vestibular podem ser detectados, possibilitando, assim, uma hipótese diagnóstica.

Os autores chamaram atenção, também, para o fato de muitos pacientes não

apresentarem alteração nos testes. O estudo de Lourenço et al revelou que 74%

da população estudada (74% de 3701) apresentou algum tipo de disfunção

vestibular, dado que, segundo os autores, difere da literatura que relata 85%.

Tiensoli et al (2004) esclareceram que a elevada incidência de queixas

e distúrbios labirínticos se deve em grande parte à hipersensibilidade do labirinto

(37)

23

provocadas pelo uso de medicamentos, tais como psicotrópicos, antiinflamatórios,

antibióticos, entre outros.

Gomes (1992) realizou estudo em mulheres com vertigens e/ou

tonturas não-rotatórias no período pré-menstrual e constatou relevante incidência

de anormalidades na vestibulometria. Ainda segundo a autora, muito se tem

estudado (e comprovado) a respeito da influência hormonal sobre a atividade

metabólica do sistema nervoso central, bem como de outros sistemas, e sua

relação com a orelha interna.

Bittar et al (2003) explicaram que experimentalmente já está

comprovada a intensa atividade metabólica das estruturas labirínticas e que as

mulheres têm sido apontadas, em outros estudos, como mais propensas às

alterações otoneurológicas do que o homem, uma vez que apresentam uma

variação hormonal própria.

Ganança et al (2003) realizaram um estudo retrospectivo de 600

exames de pacientes com idade entre 13 e 89 anos. O objetivo do estudo foi

mostrar a relevância da história clínica do paciente para o estabelecimento do

diagnóstico. Neste estudo, foram comparadas as queixas dos pacientes com os

resultados do exame vestibular. Segundo os resultados do estudo, para a queixa

de zumbido (425:600), houve mais alteração na prova calórica (160-37,6%);

quanto aos achados audiológicos, estavam dentro dos padrões de normalidade

em 196 casos (46,1%) e o resultado do exame vestibular foi sugestivo de

(38)

Ainda segundo o estudo de Ganança et al (op. cit.), é interessante

ressaltar que 262 (11,5%) pacientes referiram queixa de distúrbios

neurovegetativos. Em relação a estes pacientes, obteve-se os seguintes

resultados: prova calórica (PCal) alterada em 74 (28,2%) exames, presença de

nistagmo de posição em 56 (21,4%) exames e exame vestibular sugestivo de

Síndrome Vestibular Periférica em 130 (49,6%). Segundo as autoras, o achado

mais importante na audiometria foi audição dentro dos padrões de normalidade

em 151 (58,3%) pacientes com queixa de dor de cabeça e em 145 (55,3%) com

queixa de distúrbios neurovegetativos.

Estudo realizado por Scherer e Lobo (2002) revelou que 100% (n=12)

dos sujeitos examinados à avaliação eletronistagmográfica apresentaram traçado

regular quanto à calibração. Dado que, segundo as referidas autoras, está de

acordo com a literatura. Bohlsen e Torres (2001), também esclarecem que tanto

em pacientes normais quanto em pacientes com alteração vestibular, espera-se

(39)
(40)

3.1 Considerações éticas e local

Esta pesquisa — aprovada pela Comissão de Ética do Programa de

Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia da PUCSP (Parecer 0030/2005

Portaria 196/06 - Anexo 1) — foi desenvolvida em uma clínica particular de

Otorrinolaringologia da zona norte de São Paulo (Instituto de Estudos Avançados

da Audição – IEAA).

Devido à impossibilidade de obtenção do Consentimento Informado de

todos os sujeitos (por se tratar de um estudo retrospectivo), foi utilizado um Termo

de Compromisso de Utilização de Dados (Anexo 2). Utilizou-se, também, um

Termo de Consentimento da Instituição (Anexo 3) onde a pesquisa foi realizada,

autorizando, neste estudo, a utilização dos prontuários que se encontram sob a

guarda da clínica, bem como demonstrando que a clínica está ciente de que os

dados desta pesquisa podem ser futuramente publicados em revistas científicas

e/ou apresentados em Congressos Científicos; todavia, mantendo, em sigilo, a

identidade dos sujeitos.

3.2 Amostra e tipo de estudo

Efetuou-se um estudo por meio da análise retrospectiva dos

prontuários dos sujeitos examinados no setor de otoneurologia do Instituto de

Estudos Avançados da Audição no período de janeiro de 2004 a novembro de

(41)

27

masculino), na faixa etária de 7 a 82 anos, foram encaminhados por médicos e

examinados na referida clínica.

Vale ressaltar que dentre os 120 sujeitos, 119 foram encaminhados em

função de queixa e/ou sintomas vestibulares ou auditivos e, apenas um (usuário

de AASI), foi encaminhado para realizar a avaliação vestibular como exame

obrigatório para tirar carteira de motorista.

Como critério de inclusão neste estudo, os prontuários deveriam

apresentar anamnese - informando queixas e/ou sintomas otoneurológicos - e

vestibulometria. Dos 120 prontuários obtidos inicialmente, foram excluídos todos

os que não apresentavam sujeitos com idade igual ou superior a 18 anos e queixa

e/ou sintomas otoneurológicos descritos na anamnese, bem como exame

vestibular. Desse modo, a amostra final foi composta por 116 sujeitos de ambos

os sexos (Tabela 1), na faixa etária de 18 a 82 anos.

Tabela 1 - Distribuição da variável sexo, em valores absolutos (n=116) e de porcentagem

Sexo n %

Feminino 86 74

Masculino 30 26

Total 116 100,0

Vale ressaltar que a anamnese (Anexo 4) utilizada pelo Instituto de

(42)

classificar o tipo de tontura (rotatória/não-rotatória) informada pelo sujeito da

pesquisa.

Quando da coleta de dados, valorizou-se, nesta pesquisa, as seguintes

variáveis da anamnese: a idade do sujeito, o sexo, as queixas e/ou sintomas

otoneurológicos, o resultado dos testes vestibulares e a conclusão do exame

vestibular.

Considera-se, neste estudo, tontura rotatória sinônimo de vertigem.

Neste caso, o paciente referiu a sensação de que seu corpo ou os objetos a sua

volta giravam, seja na mudança de posição de cabeça, ao deitar ou levantar. Por

tontura não-rotatória, compreende-se aquela que o paciente relatou sentir

desequilíbrio, instabilidade, todavia sem referir que os objetos a sua volta ou

mesmo o seu corpo estivessem girando.

3.3 Procedimentos

Todos os indivíduos submetidos à avaliação vestibular foram

previamente instruídos a não fazerem uso por 48h de medicamentos, fumo,

bebidas alcoólicas e/ou alimentos que pudessem interferir nos resultados dos

testes, tais como café, chá, refrigerante e chocolate. Foram informados também

de que no dia do exame deveriam fazer uma refeição leve e manter um jejum por

três horas antes da avaliação.

Os indivíduos foram submetidos aos seguintes testes vestibulares:

inicialmente, a olho nu, foi feita a pesquisa do nistagmo de posição e/ou de

(43)

29

calibração dos movimentos oculares; a pesquisa do nistagmo espontâneo,

semi-espontâneo e optocinético, o rastreio pendular, a prova rotatória pendular

decrescente e a prova calórica (com água fria e quente).

Antes da realização do exame vestibular, foi feita a limpeza da pele e a

colocação de três eletrodos ativos e um eletrodo de aterramento. Os eletrodos

ativos foram dispostos no canto esterno peri-orbitário direito, no canto externo

peri-orbitário esquerdo e na linha média frontal, utilizando a disposição triangular

de derivações preconizadas por Pansini, Padovan (1969), que possibilita gravar

os movimentos oculares em três canais de registro.

O equipamento de VENG que foi utilizado para a realização dos

exames é da marca Berger: vectoeletronistagmógrafo VN316, otocalorímetro

Berger à água (modelo OC 214), optocinético Berger (modelo TB 113) e cadeira

da marca Ferranti.

O critério de normalidade utilizado para análise foi o mesmo

considerado por Mangabeira-Albernaz e Ganança (1976): ausência de nistagmo

e/ou vertigem de posição, calibração com traçado regular, ausência de nistagmo

espontâneo com olhos abertos ou angulação de até 7°/seg com olhos fechados,

nistagmo semi-espontâneo ausente, rastreio pendular tipo I ou II, nistagmo

optocinético com traçado simétrico e prova calórica apresentando normorreflexia,

valor do predomínio labiríntico e direcional inferior a 33%, com valores absolutos

(44)

3.4 Análise estatística

Na análise dos dados, foi utilizada uma estatística descritiva simples

(análise de variáveis não-paramétricas e paramétricas). Para a aplicação dos

testes estatísticos deste estudo foi utilizado o nível de significância de 5%

(α=0,050), ou seja, quando a significância calculada (p) for menor do que 5%

(0,050), encontramos uma diferença (ou relação) estatisticamente significante;

quando a significância calculada (p) for igual ou maior do que 5% (0,050)

encontramos uma diferença (ou relação) não-significante, ou seja, uma

semelhança.

Na parte analítica, o Teste de Mann-Whitney foi empregado com o

intuito de verificar possíveis diferenças entre as duas categorias da variável de

conclusão do exame vestibular frente às demais variáveis em estudo.

Cabe ressaltar ainda que para a obtenção dos resultados utilizou-se o

(45)
(46)

Neste capítulo, serão apresentados os resultados dos sujeitos que

compuseram a amostra desta pesquisa.

Tabela 2 Distribuição da variável idade em relação à conclusão do exame vestibular

Variável Conclusão exame vestibular n Média Desvio-padrão Significância (p)

alterado 50 49,48 15,06

Idade

normal 66 52,71 16,59

0,282

Teste t de Student (p≤0.05)

Tabela 3 Distribuição da variável sexo em relação à conclusão do exame vestibular

sexo Conclusão exame vestibular

Feminino Masculino Total

37 13 50 alterado

74,0% 26,0% 100,0%

49 17 66 normal

74,2% 25,8% 100,0%

86 30 116

Total

(47)

33 37 13 49 17 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Exames Vest. Alt. Exame Vest.Normal

Figura 1 Distribuição das variáveis exame vestibular alterado x exame vestibular normal em comparação com a variável sexo

Sexo Fem. Sexo Masc.

Tabela 4 Distribuição, em valores absolutos e de porcentagem, dos sintomas otoneurológicos relatados pelos sujeitos que compuseram a amostra

Exame normal Exame alterado Queixas

N % N %

Vertigem 34 50,7 31 63,3

Tontura 29 43,3 18 36,7

Zumbido 39 58,2 32 65,3

Náusea 17 25,4 22 44,9

Enjôo 0 - 1 2,0

Cefaléia 7 10,4 4 8,2

Sudorese 9 13,4 2 4,1

Distúrbio à marcha 4 6,0 1 2,0

(48)

34 31 29 18 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Exame Vest. Alt. Exame Vest. Nor. Figura 2 Distribuição da conclusão do exame vestibular em comparação com a queixa de vertigem/tontura

Vertigem Tontura

Tabela 5 Distribuição dos grupos de sintomas otoneurológicos em relação à conclusão do exame vestibular

GRUPO Total

Conclusão exame vestibular

1* 2 3 4 5 6 7

4 3 2 5 0 0 0 14 alterado

28,6% 21,4% 14,3% 35,7% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 11 9 2 4 0 2 3 31 normal

35,5% 29,0% 6,5% 12,9% 0,0% 6,5% 9,7% 100,0% 15 12 4 9 0 2 3 45 Total

33,3% 26,7% 8,9% 20,0% 0,0% 4,4% 6,7% 100,0%

*Legenda: 1. Tontura;

2. Vertigem;

3. Tontura + um sintoma neurovegetativo;

4. Vertigem + um sintoma neurovegetativo;

5. Tontura + dois sintomas neurovegetativos;

6. Vertigem + dois sintomas neurovegetativos;

(49)

35

A análise de aglomerados, em função das variáveis sintomas

otoneurológicos, teve seu resultado expresso no seguinte dendograma:

Figura 3 Dendograma dos grupos de sintomas otoneurológicos relatados pelos pacientes na anamnese

Figura 4 Distribuição das síndromes encontradas na amostra em comparação com a variável sexo 9 27 0 4 9 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

SVPD SVPI SVC

Exa m es a ltera do s ( N =5 0) SEXO FEM SEXO MASC Legenda:

(50)

Tabela 6 Distribuição da variável calibração em relação à conclusão do exame vestibular

calibração Conclusão exame vestibular

regular Total

50 50 alterado

100,0% 100,0% 66 66 normal

100,0% 100,0% 116 116 Total

100,0% 100,0%

Tabela 7 Resultado da comparação entre as categorias da variável do exame vestibular (normal ou alterado) com a variável sintoma otoneurológico

Variável Significância (p)

Tontura 0,390 Zumbido 0,359 Vertigem 0,134

Náusea 0,014

Cefaléia 0,637 Sudorese 0,081 Enjôo 0,251

Distúrbio à marcha 0,288

Peso na cabeça 0,251

(51)

37

Tabela 8 Resultado da comparação entre as categorias da variável do exame vestibular (normal ou alterado) com a variável provas vestibulares

Variável Significância (p)

Nistagmo de posição < 0,001

Nistagmo de posicionamento < 0,001

Calibração > 0,999

NE 0,740

NSE 0,045

Rastreio 0,716 NO 1,000 PRPD 0,984

PCal 0,001

Teste de Mann-Whitney

A comparação entre as categorias da variável do exame vestibular

(normal ou alterado) com a variável sexo não apresentou resultado

estatisticamente significante (p=0,977). Quando as referidas categorias do exame

vestibular foram comparadas com a variável avaliação auditiva, o resultado

(52)

Audiometri

a Nist Pos.

Nist.

Posicion. Nist. Espon

Nist. Semi

Espon PRPD Prova Cal Rastreio

Concl. Ex. V est Queixa alt er

ada normal ausent e present e ausent e present e ausente present e ausent e present e assim. sim. alt erada mal nor Tipo I Tip o II Tip o III Tip o IV alt era da normal

Tont ura 18,18 8,2 13,54 88 14,5, 55 0,00 10,45 16,33 13,27 0,00 7,14 13,04 11,11 135,7 12,12 16, 7 25, 00 8 00 ,3 ,

3 8

16,6 7 Tont ura+ná

usea 0,00 6,56 3,13 5,8 8 3,64 0,0 2,990 4,08 3,54 0,00 0,00 3,96 5,5 0 8 ,3

0

0 3

6 2,5 9,09

2 0,0 0

,0

0 4,0 3,0

T+N+Cefaléi

a 0,00 1,64 1,04 0,00 0,0 0 0,0 0 1,49 0,00 0,88 0,00 0,0 0 0,99 0 1,2 0,0 5 0 0,00 00

0,0 0,0 0

2,7

8 0, 1,52

T+PnaCabe

ça 0,00 1 0, 1,82 00 0 0,00 0 0 2,7 0 8 ,3

0

00 0

1,64 ,04 00 0, 1,49 0,00 ,88 0,0 ,99 8 0,0 0,0 20

0,0 0

,0

2,

0 0,0

Tont ura+zu

mbido 12,73 11,48 11,46 17,65 9,09 0,00 13,43 10,20 11,50 33,33 0,00 13,86 11,11 012,5 18,18

4,7 6 25, 00 13, 8 ,00 1

9 12

12, 2 T+Z+cefaléi

a 5,45 0,00 3,13 00 0, 5,45 0,00 1,49 4,08 1,77 33,33 0,00 2,97 0,00 3,75 3,0 03 0 ,0 0,00 56 ,5 2,00 3,0 3

T+Z+D.

Marcha 1,82 1,64 2,08 0,00 3,64 0,00 1,49 2,04 1,77 0,00 0,00 1,98 0,00 2,50 ,3 28 00 3

0,0 0 2 8 0,0 0 ,7

0, 3,0

T+Z+Náusea 3,64 1,64 2,08 5,88 3,64 0,00 2,99 2,04 2,65 0,00 0,00 1,98 0,00 3,75 6 7

0,0 4, 0 25, 00 0 00 2 ,0

0 4, 1,5

T+Z+N+C 0,00 2 0, 1,82 00 1 0,00 00 1 5,56 00 0 ,0

2,

00 0

3,28 ,08 00 0, 1,49 2,04 ,77 0, ,98 0, 3

3,0 0 0,0 0

7

8 4, 0,0

T+Z+N+Sudores

e 1,82 1 0, 0,0 0 0 0,00 0 0 0,0 5

,3 8

0

00 2

0,00 ,04 00 0 0,0 1,49 0,00 ,88 0,0 ,99 0 1,2 0,00

2 0,0 0

,0

0 0, 1,5

T+Z+Sudore

se 0,00 1,64 1,04 0,00 0,00 0,00 1,49 0,00 0,88 0,00 0,00 0,99 0 0,0 1,2 5 0,0 00 0 ,0 0,00 28 ,7 0,00 1,5 2

Vert igem 7,27 13,1

1 11,46 88 15, 2,73 12,50 11,94 8,16 10,62 0,00

28,5

7 7,92 2,78

13,7

5 9,0 19 90 1, 25, 00 8 00 ,3 6, 3 13,6 4

V+Cefaléia 0,00 3,28 1,04 88 5, 0,00 0,00 0,00 4,08 1,77 0,00 0,00 1,98 2,78 1,25 0 6 00 2

0,0 4,7 0,0 0

0,0

0 2, 1,5

V+enj ôo+S 0,00 1,64 0,00 88 5, 1,82 0,00 1, 49 0,00 0,88 0,00 0,00 0,99 2,78 0,00 0 3 0, 00 0

, 8 0,0 2 0,0

0 0

0 2, 0,0

V+Náusea 5,45 8,20 3,13 23,53 5 5 0,0,4 0 8,96 4,08 ,08 7 0,00 7,14 6,93 2,78 8,7 5 9,09

4,7 6

0,0 0

8,3

3 10,00 4,5 5

V+N+Sudore

se 0,00 2 0, 1,82 00 1 0,00 0 1 0,0 0 6 ,7

0

00 3

3,28 ,08 00 0, 1,49 2,04 ,77 0,0 ,98 0 2,5 0

0,0 4 0,0 0

,0

0 0, 3,0

V+N+Z+C 1,82 1 0, 1,82 00 0 0,00 00 0 0,00 25 0 ,0

2

0 2

0,00 ,04 00 0, 0,00 2,04 ,88 0, ,99 1, 0,00

0 0,0 0

,7

8 0,0 1,5

(53)

39 Tab ela9 Distr ibuiç ão, em valor es de porc enta gem, da variá vel quei xa em relação ao resultado de cada prova que compõe o exame otoneurológico

0 8 0 0

V+Zumbido 18,18 8

11,4

14,58 11,76 9,09 12,50 10,45 20,41 15,04 0,00 14,2

9 14,8

5 25,00 0

10,0 9,0

9 16,67 0,00 19,44 20,00

10,6 1 V+Z+Cefaléi

a 0,00 1,64 1,04 0,00 1,82 0,00 1,49 0,00 0,88 0,00 0,00 0,99 0,00 1,25 3,03

0,0 0

0,0 0

0,0

0 0,00 1,52

V+Z+Dist .M

archa 1,82 1,64 2,08 0,00 3,64 0,00 1,49 2,04 1,77 0,00 14,29 0,00 2,78 1,25 0,00

0,0 0

0,0 0

5,5

6 2,00 1,52

V+Z+Náusea 10,91 11,4

8 11,46 11,76 5,45 62,50 13,43 8,16 10,62 33,33

14,2 9

10,8

9 22,22 6,25 21,21 7,7

4 0,0

0 8,3

3 20,00 4,55

V+Z+N+Cefa

léia 0,00 1,64 1,04 0,00 1,82 0,00 0,00 2,04 0,88 0,00 7,14 0,00 0,00 1,25 0,00

0,0 0

0,0 0

2,7

8 0,00 1,52

V+Z+N+S 3,64 0,00 2,08 0,00 1,82 12,50 2,99 0,00 1,77 0,00 0,00 1,98 2,78 1,25 0,00

2,3 8

0,0 0

2,7

8 2,00 1,52

V+Z+N+S+D

M 1,82 0,00 1,04 0,00 0,00 0,00 1,49 0,00 0,88 0,00 0,00 0,99 0,00 1,25 0,00

2,3 8

0,0 0

0,0

0 0,00 1,52

V+Z+S 1,82 1,64 2,08 0,00 3,64 0,00 1,49 2,04 1,77 0,00 0,00 1,98 0,00 2,50 0,00

0,0 0

0,0 0

2,7

8 0,00 3,03

Zumbido 3,64 1,64 3,13 0,00 3,64 0,00 1,49 4,08 2,65 0,00 7,14 1,98 0,00 3,75 3,03

4,7 6

0,0 0

0,0

(54)
(55)

5. DISCUSSÃO

Este capítulo foi organizado de maneira a relacionar os achados deste

estudo com aqueles dos autores referidos no item B da revisão da literatura.

A qualidade de vida de quem sofre de tontura e/ou vertigem pode ser

seriamente prejudicada, considerando-se o nível de limitação imposto pelo

sintoma. Vale lembrar que as alterações do equilíbrio podem ocorrer em pessoas

de qualquer idade e sem distinção de sexo. Verificou-se, neste estudo, maior

incidência de queixa de vertigem em exames alterados (31:50): a queixa de

tontura esteve presente em 18 destes exames (n=50), a de zumbido em 32 (n=50)

e náusea em 22 (n=50). Estes dados são semelhantes aos encontrados por Koga

et al (2004).

Nesta pesquisa, verificou-se, também, que houve predominância do

sexo feminino na população estudada (Tabela 1), achado concordante com

estudo realizado por Lourenço et al (2005). Quanto à conclusão do exame

vestibular, a predominância de exames alterados também foi do sexo feminino —

dado, também, compatível com os referidos autores.

A comparação da variável idade em relação à conclusão do exame

vestibular (Tabela 2) não revelou uma associação estatisticamente significante

(p=0282). Todavia, deve-se levar em conta o fato de a idade média dos sujeitos

do sexo feminino (50 anos) coincidir com o período da menopausa, período este

em que os hormônios femininos sofrem alteração significativa, podendo interferir

(56)

estudo, que 36,37% dos pacientes do sexo feminino apresentaram alterações

hormonais associadas a quadros vertiginosos.

A distribuição da variável sexo (Tabela 3; Figura 1) em relação à

conclusão do exame vestibular, nesta pesquisa, apresentou-se em conformidade

com a literatura compulsada. Estudos apontam que não há uma relação

significativa entre a idade e a conclusão do exame (Zeigelboim et al, 2005).

Segundo a literatura, sintomas como vertigem, tontura e desequilíbrio

são muito comuns na população. Isto ocorre porque o labirinto sofre influência de

distúrbios clínicos localizados em diferentes órgãos. Devido a este fato, investigar

na avaliação das funções vestibulares a relação de outras doenças associadas

torna-se relevante para o diagnóstico sindrômico (Tiensoli et al, 2004).

Estudo realizado por Gomes (1992) revelou que 71,4% (n=42) das

mulheres com tonturas pré-menstruais apresentaram resultado vestibulométrico

alterado, não se tratando, portanto, de vertigens subjetivas. Este dado sugere que

o examinador ao confrontar a queixa de tontura com os achados

vestibulométricos de sujeitos do sexo feminino deve estar atento a outras

variáveis de análise como, por exemplo, a idade.

Nesta pesquisa, verificou-se que há consenso na literatura de a queixa

de vertigem/tontura predominar na clínica otoneurológica (Kanashiro et al, 2005),

todavia vale lembrar que, mesmo estando a referida queixa presente, isto não

(57)

43

exames avaliados nesta pesquisa, 66 encontram-se dentro dos padrões de

normalidade apesar da queixa de vertigem/tontura (Tabela 4; Figura 2).

Estudo realizado por Jardim e Assêncio-Ferreira (2004) revelou que nos

quadros de tontura associada a alterações neurovegetativas, bem como de

vertigem associada a alterações neurovegetativas, predominam os exames

vestibulares sem alteração. Estes resultados assemelham-se aos encontrados

nesta pesquisa. Porém, quando há ocorrência de vertigem ou de tontura

associada a zumbido ou à cefaléia, o número de exames alterados prevalece.

Quanto à ocorrência de vertigem associada a zumbido, os dados obtidos por

Jardim e Assêncio-Ferreira encontram-se em conformidade com os da presente

pesquisa (Tabela 5 e Figura 3).

No que diz respeito aos achados à prova de calibração no exame

vestibular, a literatura compulsada esclarece que se espera encontrar o traçado

regular à calibração do olhar (Bohlsen, 2002). Nesta pesquisa, os dados

referentes a este teste (Tabela 6), são compatíveis com a literatura (Scherer e

Lobo, 2002; Gomes, 1992). Estudo realizado por Ruwer et al (2005) também

revelou os mesmos resultados desta pesquisa, ou seja, todos os sujeitos

avaliados apresentaram traçado regular à calibração do olhar. Vale ressaltar que

os sujeitos pesquisados por Ruwer et al (op. cit.) eram todos idosos com idade

igual ou superior a 60 anos.

Quanto à distribuição sindrômica encontrada nesta pesquisa (Figura 4),

observou-se uma prevalência das alterações periféricas em ambos os sexos, com

Imagem

Tabela 1 - Distribuição da variável sexo, em valores absolutos  (n=116) e de porcentagem
Tabela 3 Distribuição da variável sexo em relação à conclusão do exame  vestibular
Tabela 4 Distribuição, em valores absolutos e de porcentagem, dos sintomas otoneurológicos  relatados pelos sujeitos que compuseram a amostra
Figura 2 Distribuição da conclusão do exame vestibular em comparação com a queixa de vertigem/tontura
+4

Referências

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