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SADC Infra-estruturas

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“Preparando a SADC para o crescimento económico e a

integração através do desenvolvimento

das infra-estruturas regionais “

SADC

Infra-estruturas

Relatório da Situação do

Desenvolvimento Regional das

Infra-estruturas na SADC para o Conselho e

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Angola Botswana RDC Lesoto Madagascar Malawi Maurícias Moçambique Namibia Seychelles África do Sul Suazilândia Tânzania Zâmbia Zimbabwe

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Visão da SADC 2

Missão da SADC 2

Direcção de Infra-Estruturas e Serviços 2

Prefácio do Presidente 3

Mensagem do Secretário Executivo 5

Nota da Direcção de Infra-Estruturas e Serviços 7

Síntese 8

Introdução 11

1. Historial 12

2. Mecanismos de Implementação 14

3. Revisão do Programa Sectorial 20

4. A situação da integração das Infra-estruturas na SADC 65

5. Assuntos Tranversais 68

6. Caminho Futuro 74

Anexo 75

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2

Visão da SADC

A visão da SADC é de um futuro comum, dentro de uma comunidade regional que garantirá o bem-estar económico, a melhoria dos níveis e qualidade de vida, a liberdade e

a justiça social, paz e segurança para os povos da África Austral. Esta visão partilhada baseia-se nos valores e princípios partilhados assim como nas

afinidades históricas e culturais existentes entre os povos da África Austral.

Missão da SADC

Promover o crescimento económico equitativo e o desenvolvimento socioeconómico através de sistemas produtivos eficazes, maior cooperação e integração, boa governação, e paz e segurança duradoura, para que a região surja como um actor competitivo e eficaz no

domínio internacional e na economia global.

Direcção de Infra-Estruturas e Serviços

Visão

Facilitação de nível internacional da integração regional e do desenvolvimento sustentável através da disponibilização e do acesso universal às infra-estruturas e aos serviços.

Missão

Facilitar através de perícia estratégica, o fornecimento de serviços ligados às infra-estruturas adequados, integrados e rentáveis em prol da integração regional e da redução da

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3

Prefácio do Presidente

Estimados Colegas,

Aproveito esta oportunidade para reconhecer o papel valioso e louvável desempenhado pelo meu antecessor em manter a advocacia sobre as infra-estruturas na região da SADC, que sem dúvida, não só inspirou muitos, mas serviu igualmente de lição para a África do Sul em defender os projectos no domínio do desenvolvimento das infra-estruturas. O ano em que a África do Sul ocupou o cargo de Presidente da SADC foi repleto de muitas experiências maravilhosas e desafios. O desenvolvimento das infra-estruturas ocupou um lugar preponderante. As nossas decisões e acções transmitem a mensagem que nós consideramos este assunto seriamente a nível regional. A África do Sul, através dos seus esforços em defender a aceleração do desenvolvimento das infra-estruturas na região da SADC, estabeleceu um Grupo de Acção e comités temáticos para trabalhar estreitamente com o Secretariado e os Estados-membros participantes no âmbito dos seguintes projectos:

Cinco Programas de Iniciativas de Desenvolvimento Espacial incluindo os Corredores Central, •

Mtwara, Nacala, Beira e a Bacia Hidrográfica do Congo; O Projecto Westcor;

O Projecto de Infra-estrutura de Banda Larga do NEPAD; •

O Desenvolvimento das Infra-estruturas no âmbito do Projecto TFCA 2010; •

O Projecto de Abastecimento de Água e Saneamento de Lubumbashi. •

Recordar-se-ão igualmente que a Conferência da União Africana realizou uma Sessão Extraordinária sobre as Infra-estruturas em Fevereiro de 2009, em Adis Abeba, Etiópia, onde se sublinhou a importância de acelerar a execução do desenvolvimento das infra-estruturas. Vários Chefes de Estado aqui presentes contribuíram à Sessão da UA, e nós devemos aproveitar este ímpeto estabelecido a nível continental. Vossas Excelências, as nossas deliberações durante a Cimeira Extraordinária convocada em Midrand, África do Sul, em Outubro de 2006, realçou a importância relativa à integração económica regional. Por conseguinte, constituiu-se um Grupo de Acção Ministerial para implementar uma estratégia regional que visa reforçar a integração regional em conformidade com os marcos estabelecidos no Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP). Ao implementarmos o RISDP, estamos a cumprir a visão e o legado dos nossos fundadores que estabeleceram as estruturas regionais. Uma análise das tendências relativas à globalização e à concorrência internacional demonstra que a integração a nível sub-regional constitui a melhor plataforma para o desenvolvimento, ilustrando claramente as vantagens das acções colectivas em contraposição com as abordagens individuais. A África do Sul regozija-se do papel de liderança que desempenhou neste processo, e agradece o apoio de Vossas Excelências.

A África já reconheceu que é necessário superar o desafio relativo à falta de infra-estruturas, e assim será possível ter trocas comerciais eficazes e o desenvolvimento na nossa região. Nós estamos entusiasmados com o lançamento histórico da Área de Comércio Livre da SADC no ano passado, enquanto primeiro passo em alcançarmos a muita antecipada União Aduaneira e o Mercado Comum, sugerindo claramente que o nosso processo de integração do mercado já começou a sério. Todavia, a operacionalização dos regimes comerciais não pode ser realizada sem a disponibilidade de infra-estruturas. Eu prezo a vossa sabedoria colectiva, Vossas Excelências, em considerar de novo o roteiro para a implementação da nossa infra-estrutura transfronteiriça. Esta será a forma mais segura para a nossa região desvendar oportunidades de comércio, desenvolvimento e competitividade global.

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A condição precária dos nossos Estados-membros que têm trabalhado arduamente no sentido de restaurar a paz nos seus países deve ser reconhecida, e é neste sentido que a região preparou um programa de construção de infra-estruturas para Angola, a RDC e de certo modo, Moçambique. Não duvido que através de tal iniciativa, a conectividade mínima dos nossos Estados no âmbito dos transportes, comunicações, energia, infra-estrutura de águas fronteiriças, e a infra-estrutura de turismo pode ser alcançada com o intuito de impulsionar a nossa região para alturas sem precedentes. Orgulho-me em fazer parte deste espírito de consenso que tem caracterizado os nossos pactos regionais e espero que isto continue durante as nossas deliberações.

Eu espero participar nos debates relativos ao Programa da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas e não tenham dúvida, que ao fim do nosso diálogo, possamos orientar os nossos Ministros das Infra-estruturas e dos Serviços, os nossos parceiros, os nossos altos funcionários e o Secretariado - todos aqueles que reconheço em vosso nome pelos esforços que continuam a envidar em prol desta nobre causa.

Sua. Excelência Jacob Gedleyihlekisa Zuma, Presidente da República da África do Sul e Presidente da SADC

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Mensagem do Secretário Executivo

Os Chefes de Estado e de Governo da SADC decidiram, na sua sabedoria, reunir-se de novo para ponderar sobre o processo de implementação das Infra-estruturas Regionais Prioritárias na SADC durante a sua 29 Cimeira Ordinária.

Este desenvolvimento não podia ter chegado numa altura mais oportuna. Esta sessão da nossa Cimeira de Chefes de Estado e de Governo é significativa.

Primeiro, quando a SADC lançou uma Área de Comércio Livre em 2008, com boas perspectivas para uma União Aduaneira e um Mercado Comum no futuro previsível, o desenvolvimento das infra-estruturas era fundamental para a promoção do comércio livre e o realce da nossa capacidade produtiva e da eficiência enquanto região.

Segundo, os Chefes de Estado e de Governo aproveitaram a oportunidade durante a sua Cimeira de Maseru em 2006 para deliberar a Aceleração da Agenda da Integração Económica Regional. O resultado da sessão foi a reafirmação da necessidade de implementar os marcos relativos à agenda da integração económica regional, conforme estabelecido no Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP) - o nosso projecto regional para o desenvolvimento.

Reconhece-se que após a Declaração de Windhoek em Abril de 2006, onde a “Integração Económica Regional” e a “Apoio à Infra-estrutura para a Integração Regional” surgiram como as prioridades chave, e considerando a sua interligação, as duplas prioridades devem ser realizadas no âmbito de um “Programa de Integração Regional”.

A implementação de dois protocolos chave tem sido fundamental para a Agenda da SADC sobre a Integração Económica Regional na nossa região. Estes são o Protocolo sobre as Trocas Comerciais e o Protocolo sobre a Facilitação da Circulação de Pessoas. A livre circulação de pessoas constitui o pilar principal das trocas comercias e a disponibilidade das infra-estruturas de transportes constitui um elemento essencial para esta realização.

O acesso à matéria-prima e o acesso aos mercados de produtos acabados a custos económicos e acessíveis constituem os elementos necessários para as empresas serem competitivas, se a região quiser erradicar a pobreza na base de um crescimento orientado pelas exportações.

As comunicações, o fornecimento de energia a custos reduzidos, e o abastecimento de água economicamente viável, e o saneamento são os ingredientes essenciais para a nossa região estimular o crescimento e atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

É importante, sobretudo, que o desenvolvimento das infra-estruturas incorpore as convenções internacionais sobre o ambiente e o desenvolvimento duradouro para que as nossas gerações vindouras não nos julguem severamente.

O fornecimento de infra-estrutura regional é crítico para cumprirmos os objectivos da SADC conforme previstos no Tratado, nomeadamente:

Alcançar o desenvolvimento e o crescimento económico, aliviar a pobreza, realçar os padrões e •

a qualidade de vida dos povos da África Austral e apoiar as pessoas socialmente desfavorecidas através da integração regional;

Promover o desenvolvimento auto mantido na base da auto-suficiência colectiva, e a •

interdependência dos Estados-membros;

Alcançar a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; e •

Promover e optimizar o emprego produtivo e a utilização de recursos da região •

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O desenvolvimento das infra-estruturas que reforça a integração regional servirá igualmente de fundação para o papel preponderante a ser desempenhado pela região da SADC na edificação da União Africana e da Comunidade Económica Africana.

Uma resposta estratégica à crise financeira internacional actual e a recessão não pode ser completamente compreensiva sem o investimento nas infra-estruturas. Tal resposta deve ser fundamentada nas melhores práticas internacionais e experiência que demonstram que o investimento nos projectos de infra-estrutura durante uma recessão protege postos de trabalho, reduz os choques financeiros e prepara a região para a recuperação. Existem efeitos de transferência positiva e multiplicadores através das nossas economias se implementarmos juntamente esta estratégia.

É contra este pano fundo que a Cimeira toma a liberdade de rever os sucessos e os desafios relativos à implementação do desenvolvimento das infra-estruturas regionais, que servirá de base para Vossas Excelências orientarem os nossos Ministros, os Altos Funcionários, o Secretariado e todas as partes interessadas pertinentes, devido à sua relevância para a nossa visão de desenvolvimento.

Embora se tenha registado certos êxitos em diversos sectores, (conforme documentado no relatório) a reestruturação das instituições da SADC em 2003 resultou numa queda da massa crítica necessária para implementar a infra-estrutura, e os esforços actuais procuram recuperar o ímpeto perdido. Desejo aproveitar esta oportunidade para agradecer os esforços do Director da Direcção de Infra-estruturas e Serviços, e da Unidade de Coordenação do Projecto (PCU) junto da Direcção em elaborar este relatório. Permitam-me ainda reconhecer o apoio prestado pelo Regional Trade Facilitation Project financiado pela DFID, no sentido de financiar a publicação e edição deste relatório.

Quero tomar a liberdade em felicitar Vossas Excelências sobre este compromisso animador e espero com antecipado prazer o diálogo político que informará os programas nesta área nuclear dos nossos programas socioeconómicos e políticos regionais

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Nota da Direcção de Infra-Estruturas e Serviços

A implementação das infra-estruturas regionais da SADC tem sido fundamental para a agenda dos Ministros de Infra-estruturas e Serviços. A entrega das infra-estruturas constitui uma prioridade aos mais altos níveis em todos os nossos Estados-membros da região. Os Ministros da SADC responsáveis pelas Infra-estruturas aproveitaram a oportunidade para rever, durante os últimos meses, os sucessos e os desafios relativos à entrega das infra-estruturas, e este relatório de síntese regional visa apresentar os êxitos registados nos diversos sectores.

Ficamos gratos pelo apoio que os Estados-membros continuam a prestar a fim de garantir a implementação efectiva das infra-estruturas, e pela orientação fundamental que continuamos a receber para promover o acesso universal às infra-estruturas. O processo é lento e frustrante mas certamente que não é insuperável.

Uma equipa interdisciplinar de peritos regionais junto da Direcção é responsável pela coordenação da implementação dos projectos das infra-estruturas juntamente com os Estados-membros. A região orgulha-se do facto desta equipa incluir três peritas em infra-estruturas, que se distinguiram neste domínio e têm contribuído para destruir o mito que o desenvolvimento das infra-estruturas é um domínio masculino. A Equipa das Infra-estruturas junto do Secretariado presta homenagem à Sra. Cecilia Mamelodi-Onyadile, Sra. Judith Nwako e Sra. Mapolao Mokoena.

Esperamos os resultados da revisão do desenvolvimento das infra-estruturas regionais em curso que servirá para orientar o nosso futuro trabalho, conforme tentamos mudar o ritmo e o rumo da entrega das infra-estruturas em prol de uma região positiva unida por ideais comuns e uma história comum.

Remigious Makumbe,

Director, Infra-estruturas e Serviços e todos os Membros da Equipa de Infra-estruturas e Serviços

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Síntese

Este relatório resume os desafios e os sucessos dos projectos das infra-estruturas regionais na SADC, e apresenta propostas para o alcance do objectivo da SADC no cluster das infra-estruturas. O objectivo primário é de informar o Conselho de Ministros e os Chefes de Estado e de Governo sobre o âmbito e a situação da implementação dos projectos das infra-estruturas regionais, desde o lançamento da implementação do RISDP em Abril de 2005.

Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP)

É axiomático, que a disponibilização de infra-estrutura regional seja a chave para a região da SADC alcançar alguns dos objectivos anunciados no Tratado, principalmente aqueles relacionados com o crescimento económico, a redução da pobreza, o desenvolvimento sustentável e a optimização do emprego produtivo. O Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP) é o projecto da SADC para o desenvolvimento, esboçando as intervenções chaves que são necessárias para reforçar a integração regional e reduzir a pobreza numa base sustentável. O investimento no domínio das infra-estruturas permanece uma prioridade para a região e já foi reconhecido como a espinha dorsal da integração regional. O acesso à infra-estrutura desempenha um papel principal permitindo a região a alcançar pelo menos uma taxa de crescimento económico de 7%, que é um pré-requisito para a região atingir as metas dos ODM consagrados na Declaração do Milénio das Nações Unidas de 2005. O Relatório revê o progresso registado nestas áreas.

Plano Mestre Regional sobre o Desenvolvimento de Infra-estruturas

Os Chefes de Estado e de Governo realizaram uma “Sessão de “Brainstorming” sobre as Infra-estruturas com o intuito de Aumentar o Desenvolvimento de Infra-estruturas na SADC”

em Agosto de 2007. Enquanto resultados desta sessão, a Cimeira reconheceu a necessidade de promover o investimento nas infra-estruturas, o desenvolvimento de um Plano Mestre Regional para o Desenvolvimento das Infra-estruturas na SADC como uma base para servir de referência para o desenvolvimento das infra-estruturas. O Secretariado, assistido pelo Cluster Ministerial de Infra-estruturas e Serviços, foi orientado a formular uma estratégia para garantir a implementação rápida e viável das infra-estruturas. É contra este pano fundo que um relatório abrangente sobre os êxitos, desafios e propostas para o futuro foi elaborado para consideração e revisão a nível do Conselho e da Cimeira.

Esta iniciativa serve igualmente de estratégia de resposta à decisão dos Chefes de Estado e de Governo da SADC em reafirmar os marcos relativos ao alcance da Área de Comércio Livre, a União Aduaneira e o Mercado Comum, no âmbito dos marcos estabelecidos no RISDP. Prevê-se que através destas intervenções, alguns dos objectivos principais do RISDP, nomeadamente, reduzir os custos das trocas comerciais na SADC, criar a competitividade produtiva e resolver os constrangimentos do lado da oferta.

Redução da Pobreza

A região convocou a Conferência Internacional da SADC sobre a Pobreza nas Maurícias em Abril de 2008. Durante este foro os Chefes de Estado e de Governo da SADC identificaram os elos entre o acesso à infra-estrutura e a redução da pobreza, orientado pelo princípio de acesso universal. Ao estabelecer os próximos passos para a redução da pobreza, o desenvolvimento da infra-estrutura estava no epicentro do Quadro Regional da Redução da Pobreza na SADC que deverá orientar a região para garantir a implementação sistemática dos programas que contribuem significativamente à redução da pobreza.

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Este relatório destaca o progresso alcançado na implementação dos programas do desenvolvimento das infra-estruturas no âmbito dos cinco sectores de Energia, Turismo, Transportes, Comunicações e TIC, assim como das Águas. Concluiu-se que apesar do bom inicio, principalmente, o estabelecimento dos quadros legais e regulamentares para a cooperação, ainda há muito trabalho por fazer em relação ao estabelecimento de instituições robustas e a implementação de projectos regionais. A maioria dos projectos ainda se encontra nas fases de viabilidade e de concepção, enquanto que alguns já passaram à fase de implementação. Um desafio comum abordado no relatório é como gerir o nexo entre as políticas, as estratégias e os programas nacionais e regionais. Muitas vezes existem problemas de interface, prioritização e sincronização entre os projectos nacionais e regionais. Esta situação agrava-se devido aos constrangimentos financeiros e de capacidade humana aos níveis nacional e regional. Este relatório revê o Programa da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas, concentrando-se principalmente sobre os três “I” – Instrumentos, Instituições e Infra-estruturas. Estas três áreas de intervenção estão interligadas e são os maiores contribuintes à implementação dos programas.

Quadro de Implementação dos Projectos

Os Estados-membros são responsáveis pela implementação dos projectos, e o Secretariado desempenha o papel de coordenação, monitorização e reportagem. Devido aos constrangimentos de capacidades a nível do Secretariado, e as disposições dos protocolos, vários órgãos regionais foram constituídos na qualidade de subsidiárias da SADC nas áreas de energia, turismo, comunicações e meteorologia. Estes órgãos, conhecidos por associações, foram encarregados a implementar os programas das infra-estruturas enquanto centros de excelência, e têm contribuído significativamente à entrega das infra-estruturas necessárias. Além disso, algumas instituições especializadas foram igualmente designadas Agências de Implementação para certos projectos. Em qualquer das hipóteses, o sucesso é sustentado pela vantagem comparativa destas instituições.

Sucessos

Embora tenha demorado algum tempo para recuperar o ímpeto perdido em relação à entrega dos projectos de infra-estrutura, existem alguns êxitos notáveis que merecem ser celebrados.

No sector do turismo, os esforços sobre o marketing conjunto da SADC enquanto um destino único já começa a dar frutos, e a finalização da Estratégia de Turismo sobre o Mundial de 2010 da FIFA foi outro marco. No domínio da energia, a região operacionalizou centrais eléctricas que já contribuíram 3 140 megawatts para a Associação de Energia da África Austral, que tem aliviado as faltas energéticas contínuas na região. Prevê-se que as faltas de energia na SADC fiquem resolvidas até 2013 a um custo total de USD 17.4 mil milhões, que contribuirá 8 800 MW à Associação Energética. Vários projectos estão em vias de implementação baseado no Plano da Associação de Energia da África Austral concluído recentemente. É gratificante notar que os membros da Associação Energética assinaram uma Garantia SAPP com a Eskom, garantindo que as empresas de energia fora da África do Sul se comprometem a fornecer qualquer défice energético necessário para a electrificação adequada dos jogos do Mundial de 2010 e todas as actividades associadas.

No domínio dos transportes, registou-se um progresso em relação à implementação da Estratégia dos Corredores da SADC aprovada pelos Ministros em Maio de 2008. A convocação da Conferência de Investimento sobre o Corredor Norte-Sul aumentou o ímpeto no fornecimento de infra-estrutura relacionada ao corredor. Além disso, a liberalização do céu, enquanto parte da Decisão de Yamoussoukro, tem sido animadora, considerando a sensibilidade prevalecente sobre a abertura dos céus.

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A rede de conectividade inter-estado mínima da SADC está 80% completa, colmatando os desafios da comunicação entre os outros Estados-membros. Diversos cabos submarinos já foram operacionalizados com êxito ligando assim os países da SADC com o resto do mundo a custos consideravelmente reduzidos.

No sector das águas, o acesso à água tem constituído uma prioridade, e no âmbito deste quadro, vários projectos foram identificados sobre o abastecimento de água e saneamento. Logo que ficarem concluídos, estes projectos devem promover o acesso à água assim como realçar o alcance das metas dos ODM.

O financiamento dos projectos de infra-estruturas permanece o maior desafio, principalmente para a infra-estrutura que tem conotações de um bem público, especialmente aqueles que não são atraentes às parcerias público-privadas (PPP). Continua-se a envidar esforços para aproveitar o financiamento para a elaboração, desenvolvimento e apresentação de projectos para garantir a disponibilidade sustentável de projectos financiáveis.

Estados-Membros beneficiam dos Projectos das Infra-estruturas

Uma análise geral da forma em como os Estados-membros beneficiam do Programa da SADC sobre o Desenvolvimento da Infra-estrutura Regional está incluída no Anexo apenso a este relatório.

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Introdução

O desenvolvimento das infra-estruturas e dos serviços é crítico para promover e sustentar o desenvolvimento económico regional, as trocas comerciais e o investimento. O potencial do aprofundamento da integração através da partilha da produção, gestão e operações das infra-estruturas, pólos ou corredores de desenvolvimento é incalculável.

Há consenso geral que a infra-estrutura constitui o dinamizador principal do desenvolvimento socioeconómico e o ponto de partida para o aprofundamento da integração económica regional, e a revelação de oportunidades para o comércio, o desenvolvimento e a competitividade global.

Objectivos deste Relatório

Os objectivos deste relatório são:

Informar o Conselho de Ministros e os Chefes de Estado e de Governo sobre o âmbito e o ponto •

da situação da implementação das infra-estruturas regionais, desde o início da implementação do RISDP em Abril de 2009;

Identificar os desafios e as oportunidades relativas à implementação do programa das •

estruturas regionais;

Solicitar aprovação sobre a estratégia recomendada para a aceleração da implementação dos •

projectos das infra-estruturas regionais;

Avaliação da liderança regional da carteira de projectos regionais prioritários em vias de •

implementação, sobre os quais o Secretariado necessita de apoio.

Este relatório estabelecer a base para os futuros relatórios periódicos sobre o desenvolvimento das infra-estruturas a serem submetidos ao Conselho, à Cimeira e às outras partes interessadas pertinentes.

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1. Historial

Âmbito e Contexto do Desenvolvimento de Infra-estruturas na

SADC

O fornecimento de infra-estrutura regional é um pré-requisito para atingir alguns dos objectivos previstos no Tratado, nomeadamente:

Alcançar o desenvolvimento e o crescimento económico, aliviar a pobreza, realçar os padrões e •

a qualidade de vida dos povos da África Austral e apoiar as pessoas socialmente desfavorecidas através da integração regional;

Promover o desenvolvimento auto mantido na base da auto-suficiência colectiva, e a •

interdependência dos Estados-membros;

Alcançar a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; e •

Promover e optimizar o emprego produtivo e a utilização de recursos da região. •

Os objectivos gerais do Programa da SADC sobre as Infra-estruturas Regionais são:

Garantir a disponibilidade de infra-estruturas suficientes e de custos mínimos de energia, transporte, •

água e saneamento, e serviços de TIC e telecomunicações que possam contribuir para o alcance da eficiência económica e da erradicação da pobreza, assim como garantir o uso ecologicamente sustentável dos recursos energéticos;

Facilitar o desenvolvimento do turismo, assim como a comercialização da região enquanto um •

destino turístico único multifacetado para alcançar o desenvolvimento social e económico, a igualdade, o balanço, melhorar a qualidade, competitividade e padrões de serviço da indústria do turismo na região;

Harmonização de políticas regionais, regimes regulamentares e legislativos e outros instrumentos •

de política previstos nos Protocolos regionais e os anexos relevantes, assim como os convénios e as normas globais e internacionais;

Criação de um ambiente propício para facilitar o investimento no domínio das infra-estruturas, •

através do desenvolvimento de políticas institucionais, legislativas e regulamentares.

Acelerando o Ritmo da Integração Regional

O desenvolvimento de infra-estruturas foi identificado como o impulsionador chave do desenvolvimento e da integração regional na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), e foi prioritizado no Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP) enquanto facilitador do comércio e crescimento económico resultando na erradicação da pobreza.

Os Chefes de Estado e de Governo aproveitaram a oportunidade durante a Cimeira de Maseru em 2006 para deliberar a Aceleração da Agenda da Integração Económica Regional. O resultado da sessão foi a reafirmação da necessidade de implementar os marcos relativos à agenda da integração económica regional, conforme estabelecido no Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP).

As duas prioridades da SADC são a “Integração Económica Regional” e “Apoio à Infra-estrutura para a Integração Regional e a Redução da Pobreza” conforme abraçados pelo RISDP - o plano de desenvolvimento da SADC.

Como a SADC está comprometida à maior integração através das seguintes fases – Área de Comércio Livre (2008), uma União Aduaneira até 2010 e um Mercado Comum até 2015 - torna-se essencial

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que a região acelere o ritmo de implementação dos projectos das infra-estruturas. Os objectivos destes regimes comerciais não podem ser realizados sem o fornecimento de infra-estruturas eficientes, económicas e fiáveis. A implementação de dois protocolos chave é essencial para o Programa de Acção da SADC na nossa região. Estes protocolos são o Protocolo sobre as Trocas Comerciais e o Protocolo sobre a Facilitação da Livre Circulação de Pessoas. A circulação de pessoas constitui o pilar principal das trocas comercias e a disponibilidade das infra-estruturas de transporte constitui um elemento essencial para esta realização.

Reduzindo os Custos Comerciais na SADC

O acesso à matéria-prima e o aceso aos mercados de produtos acabados a custos económicos e acessíveis constituem os elementos necessários para a produtividade global e a competitividade comercial, se a região quiser erradicar a pobreza na base de um crescimento orientado pelas exportações. O desenvolvimento das infra-estruturas na SADC contribuirá para resolver os constrangimentos do lado da oferta e a optimização da competitividade produtiva da região. A fim de atribuir uma vantagem competitiva à SADC, será necessário reduzir os custos comerciais através do fornecimento de infra-estruturas económicas, que ofereçam o acesso aos mercados, à matéria-prima e aos outros assuntos socioeconómicos indispensáveis.

Acesso Universal às Infra-estruturas e o Alcance dos ODM

O aumento do acesso às infra-estruturas pelas comunidades rurais desfavorecidas criará oportunidades realistas para a SADC alcançar as metas estabelecidas pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), dentro dos prazos estabelecidos pela Declaração do Milénio das Nações Unidas. O desenvolvimento das infra-estruturas, enquanto catalisador para o desenvolvimento humano, tem assumido maior proeminência na nossa região. Um dos Estados-membros da SADC, a República Unida da Tanzânia, adoptou a visão do desenvolvimento da infra-estrutura de tal maneira que estabeleceu um Ministério de Infra-estruturas.

O acesso às infra-estruturas desempenha um papel crucial permitindo a região a alcançar pelo menos uma taxa de crescimento económico de 7%, que é um pré-requisito para a região atingir as metas dos ODM consagrados na Declaração do Milénio das Nações Unidas de 2005. Foi contra este pano fundo que a Conferência Internacional sobre a Pobreza dos Chefes de Estado e de Governo da SADC foi realizado nas Maurícias em Abril de 2008. A Conferência identificou a área chave do desenvolvimento das infra-estruturas como uma parte integral do Quadro Regional da SADC sobre a Redução da Pobreza, que confirma a importância deste sector em transformar a qualidade das vidas dos seus povos.

Uma abordagem colectiva à implementação dos projectos das infra-estruturas regionais é a forma mais segura de acelerar a integração regional. Os Estados-membros devem redobrar os seus esforços e comprometerem-se de novo a trabalhar juntamente para entregar as infra-estruturas, de acordo com o roteiro da região para a agenda de integração económica regional.

Deve haver uma mudança de paradigma em relação à forma em como a região da SADC procede. Os actores chave no terreno são os Estados-membros, o Secretariado, ou Órgãos Regionais, as Agências de Implementação e o sector privado.

Para a região superar os desafios do desenvolvimento das infra-estruturas, a SADC deve elaborar os quadros legais e políticos através da formulação e adopção de instrumentos apropriados, tal como protocolos, directrizes políticas e estratégicas, quadros regulamentares, e normas técnicas. Embora a região reconheça a necessidade de um programa de intervenção de apoio à infra-estrutura acelerado para resolver os assuntos da infra-estrutura “dura”, também se sabe que há necessidade em intensificar a implementação de infra-estrutura “ligeira” para apoiar o desenvolvimento da infra-estrutura “dura”. Embora se tenha verificado algum progresso em desenvolver a infra-estrutura “dura” e “ligeira”, incluindo os quadros regulamentares, a região ainda não superou o desafio de executar os seus compromissos.

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2. Mecanismos de Implementação

Papel do Secretariado e a Unidade de Coordenação do Projecto

(PCU)

Para operacionalizar eficientemente a integração de bens e mercados, é necessário implementar infra-estruturas adequadas, acessíveis, e económicas em relação aos sectores dos transportes, energia, comunicações, TIC e água, que está a ser realizado sob o tema “Apoio à Infra-estrutura para a Integração Regional”. O ritmo de implementação das infra-estruturas não tem sido suficientemente célere para resolver os requisitos do antecipado salto nas trocas comerciais regionais na SADC. Isto constitui o maior desafio para a região em termos da facilitação do comércio e a eliminação das barreiras não tarifárias (BNT).

Durante a Cimeira de 2007, os Chefes de Estado e de Governo da SADC deliberaram sobre o estado da estrutura na região e reviram os requisitos financeiros para aumentar a implementação da infra-estrutura regional ou transfronteiriça. A sessão frisou a necessidade de reforçar o Secretariado para permiti-lo a implementar os projectos de infra-estrutura rapidamente a fim de apoiar o processo de integração regional.

A Cimeira, por conseguinte, sublinhou a necessidade de elaborar o Plano Mestre Regional da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas (RIDMP) até Agosto de 2008, para adopção na sua XXVIII Sessão Ordinária. Para este fim, a região estabeleceu um programa para realizar um estudo visando a elaboração do Plano Mestre Regional sobre as Infra-estruturas, que deverá orientar a região em relação à implementação das infra-estruturas transfronteiriças.

Reconhecendo a necessidade da implementação das infra-estruturas célere na região da SADC, a fim de apoiar as exigências e o impulso rumo a integração, seguindo os regimes de comércio livre pendentes, o Secretariado constitui uma “Unidade de Coordenação do Projecto” (PCU) de Desenvolvimento das Infra-estruturas composto de peritos abrangendo todos os sectores da infra-estrutura.

A PCU foi mandatada a realizar as seguintes tarefas:

Concentrar-se a tempo inteiro sobre a facilitação e coordenação dos programas de desenvolvimento •

das infra-estruturas pelos Estados-membros, órgãos regionais, agências de implementação e outras partes interessadas;

Coordenar o processo da preparação e desenvolvimento dos projectos a fim de elaborar •

projectos financiáveis a serem apresentados aos investidores;

Identificar e angariar financiamento para a preparação do desenvolvimento de projectos e o •

investimento nos projectos de infra-estruturas físicas; Operar na qualidade de

“guichet único” em relação à disponibilização de informação e relatórios sobre os projectos das infra-estruturas da SADC aos protagonistas, outras partes autorizadas e partes interessadas;

Coordenar a implementação do projecto através da participação nos

“Comités Directores do

Projecto das Infra-estruturas Transfronteiriças, NEPAD e nas Instituições Financeiras de Desenvolvimento”.

Neste sentido, cinco peritos foram destacados para a PCU. Estes incluem um Director do Projecto da PCU, Perito de Transporte, Perito de Energia, Perito de Infra-estrutura de Água, e Perito de TIC e Comunicações. A PCU enquanto unidade está delimitada junto da Direcção das Infra-estruturas e Serviços e é responsável perante o Director (I&S). A PCU executa as suas funções durante o ciclo

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do projecto – identificação, desenvolvimento, embalagem e implementação dos projectos de infra-estruturas transfronteiriças, através da colaboração estreita com os Estados-membros da SADC, os órgãos regionais, as instituições de desenvolvimento, o sector privado, e os parceiros de cooperação internacional constituídos em grupos temáticos.

Quadro de Implementação do Projecto

A implementação da infra-estrutura segue os passos acordados desde o início do projecto, nomeadamente, a embalagem, o investimento e a sua operacionalização. A SADC tem resultados tangíveis para a implementação das infra-estruturas, e esses são os três “I”, nomeadamente, Instrumentos (Memorandos de Entendimento Inter-Estado etc.), Instituições (isto é, estruturas multilaterais transfronteiriças aos níveis politico e do projecto) e Infra-estrutura (relativa à implementação da infra-estrutura física). Uma revisão da escala da implementação dos projectos está claramente associada ao alcance destes três marcos milenário tangíveis.

Ao apresentar este relatório, faz-se referência ao ponto da situação destes três imperativos, como forma de esclarecer os resultados relativos à implementação do projecto.

A Dimensão Tripartida COMESA-EAC-SADC no Desenvolvimento

das Infra-estruturas

As características sobrepostas dos membros das três comunidades económicas regionais – COMESA, EAC e SADC, constitui um dos desafios chave relativos à agenda de integração económica regional. Para evitar a duplicação dos projectos e programas de desenvolvimento de infra-estruturas, os órgãos supremos das três CER decidiram instituir programas conjuntos de desenvolvimento das infra-estruturas.

Depois da convocação bem sucedida da Cimeira Tripartido COMESA-EAC-SADC realizada em Kampala em Outubro de 2008, as três CER decidiram desenvolver um Plano Mestre Conjunto de Infra-estrutura Inter-regional que constituiria a base para o planeamento conjunto, a mobilização de recursos e a implementação das infra-estruturas. A convocação bem sucedida da Conferência da COMESA-EAC-SADC sobre o Investimento do Corredor Norte-Sul realizada em Lusaka em Abril de 2009, assinalou o primeiro passo em reforçar esta colaboração. Aproximadamente, verbas no valor de USD 1.2 mil milhões foram comprometidas durante a conferência para a implementação dos programas de infra-estrutura em relação à infra-estrutura de energia e de transportes, assim como os programas de facilitação das trocas comerciais. Desde a conferência, outros doadores e parceiros já indicaram o seu apoio para a implementação das infra-estruturas no âmbito deste quadro. O trabalho encontra-se numa fase avançada em relação ao desenvolvimento dos mecanismos de implementação e à apresentação destes projectos para implementação no curto a médio prazo.

O CNS inclui:

O Corredor de Dar es Salaam liga o porto de Dar es Salaam à Província de •

Copperbelt na Zâmbia/RDC;

O Corredor Norte-Sul (Durban) liga o porto de Durban a Copperbelt na Zâmbia/ •

RDC através Zimbabwe & Botswana. Um troço contínua para Malawi via Harare. O CNS está interligado aos Corredores de Lobito, Trans Caprivi, Nacala, Beira, •

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Programa de Apoio ao Comércio do Corredor Norte-Sul

O Programa Piloto de Ajuda ao Comércio do Corredor Norte-Sul (CNS) é uma iniciativa conjunta da COMESA-EAC-SADC que visa reduzir o tempo e, por conseguinte, os custos do transporte em terra (rodoviário e ferroviário). Os custos elevados (principalmente para os países encravados) e as demoras de trânsito acima da média resultam na produção e níveis comerciais reduzidos, que por sua vez limita o potencial de aumentar as taxas de crescimento do PIB.

O Corredor apresentado na Figura 1 serve de espinha dorsal do transporte e logística regional com esporas laterais, servindo nove países – Angola, Tanzânia, RD do Congo, Zâmbia, Malawi, Botswana, Zimbabwe, Moçambique, e a África do Sul.

Trabalhando com o Grupo de Trabalho Tripartido da COMESA-EAC-SADC, o Regional Trade Facilitation Programme (RTFP) financiado pela DFID identificou um conjunto de projectos de modo holístico, sequencial e multimodal com o intuito de modernizar os sistemas de transporte pelo Corredor Norte-Sul. Uma variedade de mecanismos de financiamento permitirá a correspondência entre os diversos tipos de financiamento e os diferentes tipos de projectos concebidos para atrair o financiamento público, privado e de desenvolvimento.

Figura 1: Diagrama Esquemático do Corredor Norte-Sul

De acordo com o supracitado, o Grupo de Trabalho Tripartido convocou uma Conferência de Doadores em 6 – 7 de Abril de 2009, em Lusaka, Zâmbia, cujos objectivos foram:

Prestar apoio de alto nível para a implementação da decisão do Comunicado tomada na reunião •

dos Chefes de Estado Tripartido da COMESA-EAC-SADC no dia 22 de Outubro de 2008 em criar uma Área de Comércio Livre COMESA-EAC-SADC e harmonizar os planos de infra-estrutura nestas três regiões;

Garantir os compromissos de apoio ao comércio dos doadores, das instituições de financiamento •

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o progresso rumo às trocas comerciais, ao maior crescimento económico e à redução célere da pobreza, principalmente, pelo Corredor Norte-Sul; e

Garantir os compromissos de ajuda ao comércio dos presidentes das três organizações regionais •

para resolver os constrangimentos regulamentares e administrativos impedindo a expansão do comércio regional e o crescimento económico.

Os resultados da Conferência de Investimento de Alto Nível são os seguintes:

O foro acordou sobre a importância crítica do compromisso político de alto nível a nível nacional •

a fim de impulsionar e monitorar a implementação de reformas de política acordadas em prol do aprofundamento da integração regional e da continuação deste debate durante a próxima reunião do Conselho Tripartido;

O foro gerou apoio financeiro e técnico firme para o Corredor Norte-Sul. Os parceiros de •

desenvolvimento comprometeram cerca de US$1.2 mil milhões para a modernização da infra-estrutura rodoviária, ferroviária, portuária e energética, assim como apoiar a implementação dos instrumentos de facilitação comercial.

O foro frisou a necessidade de desenvolver programas de apoio ao comércio semelhantes no •

âmbito de outros corredores prioritários de transporte e trânsito regionais, notavelmente, melhorar o Corredor Central do Porto de Dar es Salaam na Tanzânia até o Ruanda e Burundi; o Corredor do Norte de Mombaça no Quénia até Uganda, Ruanda, Burundi e a RDC; e o Corredor Lamu – Sul do Sudão – Etiópia.

O foro identificou a necessidade dos Estados-membros demonstrarem maior compromisso em •

relação aos projectos e programas identificados, atribuindo o financiamento correspondente e implementando e harmonizando as políticas e os regulamentos de apoio para estimular o financiamento adicional e constante dos parceiros de desenvolvimento;

O foro sublinhou a necessidade de estabelecer um arranjo institucional para programar e gerir o •

Modelo Piloto sobre o Programa Comercial do Corredor Norte-Sul; estabelecer um mecanismo para aceder e desembolsar os fundos comprometidos; identificar lacunas de financiamento; propor uma sequência de implementação; preparar projectos financiáveis; incluir a participação do sector privado e ver como este pode complementar o investimento do sector público e o financiamento para a implementação dos projectos das infra-estruturas;

O Secretariado da SADC tem trabalhado com os parceiros tripartido para estabelecer mecanismos no sentido de alcançar os objectivos identificados. Estes incluem o estabelecimento de um quadro institucional, um Fundo Fiduciário Tripartido a ser sediado e gerido pelo DBSA, as instituições de gestão do projecto, desenvolver directrizes e procedimentos de desenvolvimento de projectos, estabelecer critérios e procedimentos em relação à gestão financeira e à monitorização e avaliação de projectos.

Plano Mestre Regional da SADC sobre o Desenvolvimento das

Infra-estruturas

O Secretariado da SADC lançou a elaboração de um Plano Mestre Regional da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas consolidado, que servirá de base para a implementação das infra-estruturas regionais. O Plano Mestre representará os requisitos mínimos de infra-estrutura necessários para operacionalizar a União Aduaneira da SADC e o Mercado Comum, que deve ficar concluído até Agosto de 2010.

A região já definiu os requisitos mínimos relativos às infra-estruturas para apoiar a operacionalização efectiva da União Aduaneira e o Mercado Comum, conforme esposado pelos seguintes:

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O

Plano da Associação de Energia da África Austral que define os projectos a serem implementados para garantir a energia adequada para a região durante o futuro previsível. O Plano da Associação reflecte o programa de desenvolvimento das infra-estruturas relativo às centrais eléctricas e os interconectores chave, com ênfase sobre o fornecimento de interconectores para garantir que Angola, Malawi e Tanzânia sejam ligados à rede da Associação de Energia da África Austral. A capacidade regional instalada nesta altura é 58 000MW e a capacidade garantida é 48 649 MW, face a uma procura de 47 680 MW, resultando num excesso de 879 MW;

A

Rede Ferroviária Inter-regional da SADC (IRRN) com um total actual de 22 500 km, a Rede Regional de Estradas Principais, com um total actual de 62,000 km. O Programa de Reabilitação, Modernização e Expansão dos Portos e dos Cursos de Água Marinhos e Interiores está em curso. Estes três programas têm um impacto directo sobre o Programa da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas dos Corredores assim como o Programa da SADC sobre a Facilitação das Trocas Comerciais e Transporte nos Corredores;

O

Projecto Regional da SADC no domínio das Infra-estruturas de Informação (SRII) define a rede básica de telecomunicações baseada em fibra óptica da SADC que está 80% concluída. Este projecto facilitará as ligações da SADC com o resto do mundo, através, entre outros, o Projecto submarino EASSy, a Rede de Infra-estrutura de Banda Larga do NEPAD e outras redes de cabos submarinos este-oeste existentes;

O

Programa Regional da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas Hídricas Estratégicas (RSWIDP) que articula a infra-estruturas hídricas constituídas pelo abastecimento de água e saneamento, água para a segurança alimentar, instalações de navegação, e água para a geração hidroeléctrica;

O Programa sobre o Desenvolvimento de

Áreas de Conservação Transfronteiriça da SADC

(TFCAs) que visa realçar as chegadas de turistas e as receitas nacionais numa base equitativa para a região.

O processo do desenvolvimento das infra-estruturas é orientado por várias iniciativas, tal como o quadro do NEPAD; a Cimeira Extraordinária da UA e a Cimeira da SADC sobre a Agricultura e a Água; assim como a Cimeira Extraordinária da SADC sobre a Agricultura e a Segurança Alimentar; a Declaração da SADC sobre as TIC; e as diversas Conferências da SADC sobre o Investimento; assim como a necessidade de resolver as Iniciativas de Reconstrução de Pós Conflito em prol de Angola e da RDC; e o proposto Plano Mestre Regional da SADC sobre o Desenvolvimento das Infra-estruturas.

O Papel dos Órgãos Subsidiários, Associações e Agências de

Implementação Regionais no domínio das Infra-estruturas na SADC

A região já estabeleceu Órgãos Subsidiários, conforme previstos nos diversos protocolos, no domínio dos quatro sectores das infra-estruturas. Estes órgãos, constituídos enquanto Associações, são compostos de reguladores nacionais ou fornecedores de serviços. Os Órgãos Subsidiários foram mandatados a implementar os programas das infra-estruturas relativos ao desenvolvimento regulamentar, de capacitação e de infra-estruturas na qualidade de centros de excelência. O papel valioso desempenhado por estas instituições deve ser reconhecido. Os Órgãos Subsidiários implementam os programas no âmbito do quadro estratégico do RISDP.

Estas subsidiárias são:

Sector de Energia

Associação Regional de Reguladores de Electricidade (RERA) •

Associação de Energia da África Austral (SAPP) •

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Sector de Turismo

Organização Regional de Turismo da África Austral (RETOSA) •

Transporte

Associação das Linhas Aéreas da África Austral (AASA) •

Associação das Agências Nacionais Rodoviárias da África Austral (ASANRA) •

Federação das Associações dos Transportadores Rodoviários da África Oriental e Austral •

(FESARTA)

Associação da Administração Portuária da África Oriental e Austral (PMAESA) •

Comunicações e Meteorologia

Associação dos Reguladores de Comunicações da África Austral (CRASA) •

Associação de Telecomunicações da África Austral (SATA) •

Associação dos Operadores Postais da África Austral (SAPOA) •

Associação dos Reguladores Postais da África Austral (SAPRA) •

Associação Meteorológica da África Austral (MASA) •

Água

Organizações de Bacias Hidrográficas (RBO) •

O Secretariado encarrega as instituições apropriadas na qualidade de Agências de Implementação para realizar os programas em seu nome, tirando proveito da sua vantagem comparativa em termos dos níveis de capacidades, capacidade de recursos humanos e representação de partes interessadas.

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3. Análise dos Programas Sectoriais

Energia

Âmbito do Programa

O Sector da Energia tem por objectivo assegurar a disponibilidade de serviços de energia em quantidades suficientes e ao mais baixo custo, assim contribuindo para a eficiência económica e a erradicação da pobreza, ao assegurar o aproveitamento dos recursos energéticos de modo sustentável para o ambiente.

O continente africano, com uns 13% da população do mundo, consome 6% da energia mundial e 3% da electricidade produzida. O consumo de energia por capita ronda apenas os 0.6 MWh, em relação à média global de 2.6 MWh. A região da SADC espelha esta situação, não obstante a abundância de recursos energéticos como hidráulicos, biomassa de carvão e solar que, se bem aproveitados, podem responder às necessidades projectadas da região em matéria da energia e até serem exportados. O acesso à electricidade na Região é muito baixo, rondando uma média de 30%, desde 7% (RDC e Malawi) e acima de 70% (África do Sul e Maurícias), face à média global de 75%.

Os objectivos da cooperação no domínio da energia são:

Harmonizar as políticas, as estratégias e os programas nacionais e regionais em aspectos 1.

de interesse comum, assentes nos princípios de equidade, equilíbrio e benefício mútuo.

Cooperar para o desenvolvimento e utilização em comum dos recursos energéticos, 2.

para assegurar uma oferta segura e fiável e reduzir os custos.

Cooperar para o desenvolvimento e utilização de energia na Região nos seguintes 3.

subsectores: madeira combustível, petróleo e gás natural, electricidade, carvão, fontes de energia novas e renováveis, eficiência e conservação de energia, e outros temas transversais de interesse para os Estados Membros.

Assegurar a disponibilidade de serviços energéticos fiáveis, contínuos e sustentáveis, 4.

em modalidades eficientes e a preços competitivos.

Promover o desenvolvimento conjunto de recursos humanos e o reforço das 5.

capacidades organizacionais no sector da energia.

Cooperar nas áreas da investigação, desenvolvimento, adaptação, disseminação e 6.

transferência de tecnologias de energia a baixo custo.

Procurar alcançar a normalização no que respeita ao desenvolvimento e ao 7.

aproveitamento apropriados dos recursos energéticos, a saber o recurso às metodologias comuns e outras técnicas.

Embora estejam a ser envidados esforços no sentido de aumentar o acesso a energia moderna, a Região vive uma escassez energética que tem vindo a afectar negativamente o comércio, a indústria, a prestação de serviços sociais e, em geral, o desenvolvimento económico na Região. A Região confronta-se com um défice energético pelas seguintes razões, entre outras:

Crescimento económico superior a 5% na maioria dos países membros da SADC, resultando num •

crescimento sem precedentes no consumo e procura de energia.

Aumento da procura de metais de base, resultando no aumento dos preços dos metais no •

mercado global e a criação de novas sociedades de exploração mineira na região da SADC nos últimos anos.

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Investimentos inadequados em infra-estruturas de produção e transporte de energia nos últimos •

20 anos.

Os programas de electrificação contribuíram, até certa medida, para o aumento do consumo e •

da procura.

Em 1999, a Associação de Energia da África Austral (Southern African Power Pool - SAPP) previu que, até 2007, a região iria confrontar-se com uma redução da capacidade excedentária. Em sequência das projecções efectuadas pela SAPP, foi criado um Grupo de Trabalho composto de Ministros da Energia em 2004 para formular um programa visando responder à redução da capacidade excedentária na região que, pouco a pouco, se tornara uma realidade. Efectivamente, em 2007, antes de poderem ser implementadas quaisquer medidas, a situação de oferta-procura de electricidade na região da SADC alcançou o ponto de instabilidade, conforme evidenciado pelas ocorrências frequentes de cortes de energia e deslastros de cargas em praticamente todos os países da zona continental da SADC, assim como em Madagáscar. Está previsto que esta situação se mantenha até 2012/13, data em que a oferta de energia excederá a procura, se todos os projectos e demais medidas planeados para ultrapassar a insuficiência forem implementadas [ver o Gráfico 1]..

Perante esta situação, o Conselho de Ministros da SADC comprometeu-se a abordar a escassez de energia na Região como questão de prioridade.

Gráfico 1: Capacidade Prevista Versus Procura de Capacidade

80000 70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 2009 2010 2011

Procura de Capacidade, MW Capacidade Prevista, MW

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Instrumentos

O Protocolo da SADC sobre a Energia, a Política e Estratégia de Cooperação da SADC no âmbito da Energia e o Plano de Acção da SADC para o Sector da Energia fornecem o quadro geral para o desenvolvimento do Plano de Actividades da SADC para o Sector da Energia, indicando as políticas e as estratégias a serem perseguidas e transformadas em actividades. Devido a vários factores, entre eles o profundo processo de reforma no sector da energia na região da SADC e o processo de transição no próprio Sector da Energia da SADC, a maioria das iniciativas constantes do Plano de Acção ainda não foram implementadas. Por conseguinte, afigurou-se necessário rever o Plano de Acção.

De acordo com a visão que orienta o Tratado da SADC, os princípios do Protocolo da SADC sobre a Energia de 1996 e o Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP), os Estados-membros comprometeram-se a desenvolver e aproveitar os recursos energéticos em apoio do crescimento e do desenvolvimento económicos, alívio da pobreza e melhoramento dos níveis e da qualidade de vida em toda a Região. Em consecução destes objectivos, os Estados-membros promovem e encorajam a participação directa dos cidadãos e das comunidades no desenvolvimento da energia, bem como na criação de um ambiente que permita a plena participação do sector privado no desenvolvimento da Região.

Memorando de Entendimento Intergovernamental

Com vista a promover um sistema de energia integrado na região, fomentar o comércio da electricidade e a utilização em comum da energia, e empreender uma planificação e desenvolvimento integrados no sector da Energia, os Estados-membros assinaram um Memorando de Entendimento em 1995 destinado a estabelecer a SAPP retroactivamente no âmbito do Protocolo sobre a Energia. As empresas de electricidade deram efeito a este Memorando de Entendimento ao assinarem um Acordo entre si. Na sua reunião de 2002, os Ministros da Energia da SADC concordaram em formar a Associação Regional dos Reguladores de Electricidade (Regional Electricity Regulators Association - RERA) com vista a harmonizar o quadro regulamentar e criar um ambiente que favoreça o investimento no sector energético da Região.

O Protocolo da SADC sobre a Energia também prevê a celebração de acordos entre 2 ou mais Estados-membros e Estados não membros e entre empresas de electricidade com o intuito de desenvolver projectos e planos comerciais em matéria da electricidade.

Mecanismos Institucionais

O Comité dos Ministros da Energia da SADC é o órgão de cúpula do sector regional da Energia. Os Ministros, que respondem ao Conselho, reúnem-se anualmente para apreciar a situação relativa à energia e dar orientações visando concretizar os objectivos do sector da energia da SADC.

Um Grupo de Trabalho composto de Ministros da Energia de Angola, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe foi criado em 2004 para definir um roteiro, em colaboração com os Estados-membros da SADC, com vista a responder ao projectado défice e escassez de energia na região.

As seguintes estruturas foram adoptadas para impulsionar o roteiro para o desenvolvimento do sector energético e acelerar a implementação de projectos.

Quadro Institucional para a Implementação de Projectos

Ministros da SADC responsáveis pela energia com poderes de fiscalização em relação •

ao Roteiro dos Projectos no Sector Energético.

Grupo de Trabalho dos Ministros da Energia, responsáveis por fazer o •

acompanhamento semestral do ritmo de implementação dos projectos no sector da Energia e apresentar um relatório aos Ministros da Energia.

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A Unidade de Coordenação de Projectos no Secretariado da SADC é responsável •

pela coordenação estratégica da implementação dos projectos de infra-estruturas, a saber o desenvolvimento de projectos, a sua apresentação, bem como o processo de monitorização e apresentação de relatórios em conjunto com os estados membros, a SAPP, a RERA e os Parceiros Internacionais Principais.

Os Comités Directivos, compostos de funcionários públicos, liderarão os projectos e •

prestarão contas em relação à implementação dos mesmos.

As Equipas de Projectos, compostas de peritos técnicos das empresas de electricidade •

dos Estados Membros, que podem ser de carácter nacional ou transnacional, serão responsáveis pelas tarefas quotidianas e acompanhamento dos projectos específicos. As Equipas de Projectos trabalharão com a SAPP com o intuito de promover uma abordagem harmonizada em relação à implementação dos projectos. As Equipas de Projectos prestarão contas aos Comités Directivos (patrocinadores dos projectos) a nível nacional ou transnacional com respeito aos projectos multinacionais, p.ex. os projectos Westcor e de interligação.

A RERA realizará o reforço das capacidades no âmbito do quadro regulamentar e •

institucional para assegurar a criação de um ambiente propício ao investimento por parte do sector privado e outros. A RERA será reforçada para assegurar que possui a capacidade adequada para cumprir as suas responsabilidades no âmbito do quadro aprovado.

Entidades Financeiras para Fins Específicos (SPVs) como o WESTCOR, serão encorajadas •

a expandir, de modo a incluir representantes da SAPP nas suas Equipas e Projectos e Comités Directivos. Outras SPVs serão criadas para facilitar a implementação colectiva de projectos no domínio da energia ao promover as vantagens comparativas dos respectivos Estados Membros.

A estrutura institucional para gerir o roteiro do sector energético regional e os projectos está apresentada abaixo.

Figura 2: Quadro Institucional para a Implementação de Projectos

Conselho de Ministros Ministros da SADC Responsáveis pela Energia Grupo de Trabalho dos Ministros

da Energia para projectos de energia

Comités Directivos para projectos de energia (funcionários públicos)

RERA SAPP

PCIs (Observadores)

Equipas de Projectos de Energia (empresas de electricidade e outros)

Secretariado da SADC

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A SAPP e a RERA continuarão a ser reforçadas para assegurar que existe a capacidade adequada para implementar o Roteiro. Às duas entidades serão também concedidas as competências para poderem liderar projectos no sector da energia.

O Grupo Temático da Energia (ETG) trata-se de uma estrutura auxiliar criada em 2007 para angariar a ajuda financeira e o apoio técnico dos Parceiros Internacionais de Cooperação (PICs) com vista a implementar os programas energéticos da SADC. O grupo congrega a Unidade de Energia da SADC, os PICs no sector da energia, a SAPP e a RERA, e reúne-se bianualmente para apreciar o programa energético e identificar as áreas de apoio. O PIC principal é a Noruega, através da Embaixada da Noruega em Maputo.

Infra-estruturas no Sector da Energia

O desenvolvimento das infra-estruturas no sector da energia exige a expansão da capacidade de produção de energia e a construção de linhas de transporte para promover a interligação regional. A região apresenta uma interligação bastante boa, à excepção da Tanzânia, do Malawi e de Angola.

Conectividade

Regional de

Energia

Interconectores Propostos (linhas ponteadas)

Centrais de energia hidroeléctrica Central de acumulação por bombagem Central térmica

Figura 3: Interconectores Regionais de Energia no Continente

Em geral, a Região da SADC possui uma potência instalada de 55,927 MW, embora apenas uns 48,649 MW estivessem disponíveis em Abril de 2009. No que respeita à rede interligada da SAPP, a potência instalada ascendia aos 53,445 MW e a potência disponível era de 46,772 MW em Abril de 2009, face a uma potência de ponta de 43,267 MW em 2008 [Tabela x]. A fim de manter a margem de reserva de 10.2%, a Região necessita apenas de 47,680 MW, resultando num aparente excedente de 968 MW. A potência excedentária resulta predominantemente da supressão da procura provocada pela crise económica global, que obrigou várias indústrias a reduzir a procura. Esta não passa de uma situação temporária e não deve ser motivo de complacência.

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Tabela 1: Situação da Oferta de Energia na Região

País ElectricidadeEmpresa de

Potência Instalada [MW] em Abril de 2009 Potência Disponível [MW] em Abril de 2009 Potência Instalada menos Potência Disponível [MW] Potência de Ponta em 2008 [MW] Angola ENE 1,187 930 257 668 Botswana BPC 132 90 42 503 RDC SNEL 2,442 1,170 1,272 1,028 Lesoto LEC 72 70 2 108 Malawi ESCOM 287 267 20 260 Moçambique EDM 233 174 59 416 HCB 2,075 2,075 - Namíbia NamPower 393 360 33 430

África do Sul Eskom 44,170 40,483 3,687 35,959

Swazilândia SEC 70.6 70 1 200

Tanzânia TANESCO 1008 680 328 694

Zâmbia ZESCO 1,812 1,200 612 1,604

Zimbabwe ZESA 2,045 1,080 965 1,397

Total SAPP 55,927 48,649 7,278 43,267 Total interconectividade SAPP 53,445 46,772 6,673 41,645

A Região não tem conseguido concretizar os seus planos anuais de aumento de potência principalmente devido aos atrasos de entrada em funcionamento em consequência directa da lentidão na implementação dos projectos [ver a Tabela x em baixo]. A fim de ultrapassar a actual escassez de energia, há que acelerar a implantação de infra-estruturas energéticas adicionais.

Tabela 2: Potência Prevista Versus Potência em Funcionamento (MW)

2004 - 2006 2007 2008

Potência Prevista 1,185 1,925 2,014

Potência em Funcionamento 998* 1,696 1,442

Défice 187 229 572

*valores aproximativos

Projectos de Transporte de Energia

A implementação de projectos transnacionais de transporte de energia é fundamental para a interligação dos membros da SAPP que ainda não estão ligados à rede, facilitar as trocas comerciais entre os países membros e aliviar o congestionamento de transportes que constitui um entrave para o comércio na região. Segue um balanço dos principais projectos de transporte na região:

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Projecto de Interligação Zâmbia – Tanzânia - Quénia •

O progresso em relação a este projecto é fraco. O projecto confronta-se com desafios a nível da coordenação. Ademais, há que identificar PPAs à altura de impulsionar o projecto. Porém, a SAPP classifica este projecto como estratégico, uma vez que permitirá ligar a Tanzânia à rede da SAPP e poderá ser utilizado para promover a partilha de energia com a África Oriental.

O Secretariado da SADC agilizará a aceleração do projecto no âmbito do mecanismo tripartido entre a Comunidade da África Oriental, a COMESA e a SADC.

Projecto de Interligação Moçambique - Malawi •

O Banco Mundial está a considerar financiar ambos os lados do projecto (Malawi e Moçambique). O começo das obras em Moçambique está previsto para Julho de 2009, aguardando-se a aprovação do parlamento do Malawi para iniciar as obras neste país.

Projecto de Interligação Zimbabwe–Zâmbia-Botswana-Namíbia (ZIZABONA) •

O projecto está a progredir bem. As respectivas empresas de energia nomearam a empresa SAPP CC como Coordenadora do Projecto. Um Memorando de Entendimento Intergovernamental (MEI) foi elaborado e está em vias de ser finalizado. Este abrirá o caminho para a celebração de um Acordo de Desenvolvimento em Comum relativo ao projecto, a ser assinado pelas respectivas empresas de electricidade com vista à implementação do projecto.

Projecto da Linha Dorsal de Transporte de Energia em Moçambique •

Foram preparados os Termos de Referência para o Estudo de Impacto Ambiental, que aguardam a decisão “sem objecções” do Banco Mundial. Ainda está por ser finalizada a selecção dos Consultores responsáveis pelos estudos de viabilidade (técnica, económica e financeira) do projecto.

Projecto WESTCOR •

O progresso no projecto Westcor tem sido fraco, salientando a necessidade de ultrapassar as inconsistências políticas que travam a mobilização de recursos e a implementação do projecto e que provocaram o descarrilamento do projecto em 2007 – 2008. O Secretário Executivo (SE) da SADC encontrou-se com Sua Excelência, o Presidente da RDC, para conversas sobre o projecto. Num esforço para acelerar a sua implementação, a RDC comprometeu-se a apresentar uma proposta para fortalecer a liderança do projecto e acelerar a sua implementação.

Um total de US$5.6 mil milhões é necessário para implementar todos os Projectos cruciais de transporte de energia abaixo indicados.

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Figura 4: Projectos Regionais de Transporte de Energia

Resultados Alcançados

Harmonização legal, política e regulamentar

As políticas de energia na maioria dos Estados-membros da Região prevêem a reforma da Indústria da Energia Eléctrica (IEE), o que inclui o estabelecimento de entidades reguladoras independentes da IEE. Até à data, 9 Estados-membros formaram Entidades Reguladoras.

Entidades Reguladoras da IEE na Região da SADC

1. Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC) de Moçambique

2. Electricity Control Board (ECB) da Namíbe

3. Energy Regulation Board (ERB) of Zâmbia

4. Energy & Water Utilities Regulatory Authority (EWURA) da Tanzânia

5. Instituto Regulador do Sector Eléctrico (IRSE) de Angola

6. Lesoto Electricity Authority do Lesoto

7. Malawi Energy Regulatory Authority (MERA) do Malawi

8. National Energy Regulator (NERSA) da RAS

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