P elo quarto ano consecutivo, a decisão da NBA, a liga de basquete dos Es- tados Unidos, reunirá o Cleveland Cavaliers e o Golden State Warriors. A previsibilidade da decisão não poderia ser melhor para a liga. Pelo menos para os planos de expansão da marca da NBA dentro do Brasil.
LeBron James (Cleveland) e Stephen Curry (Warriors) são os líderes dos dois ti- mes e, também, nas vendas de camisas da NBA no país, segundo dados da própria liga. O time de James é o que mais vende produtos oficiais, enquanto o de Curry está em terceiro lugar. Tudo isso deve dar ainda mais visibilidade e audiência para a NBA Finals, casa que será aberta no próximo dia 6 de junho, em São Paulo, para celebrar a decisão de 2018 da liga de basquete americana no Brasil.
O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O
DO
EDIÇÃO 1010 - TERÇA-FEIRA, 29 / MAIO / 2018
POR REDAÇÃO
20 mi de dólares é o quanto a NBA destina para premiação aos atletas que disputam os playoffs; o time campeão leva mais de US$ 3 mi
‘Queridinhos’ do Brasil reforçam apelo da NBA
1 N Ú M E R O D O D I A
OF ERE C IMENT O
Além disso, a decisão entre os dois times deve aquecer a busca dos brasileiros por uma vaga no ginásio. Segundo dados da plataforma de venda de ingressos StubHub, o Brasil é o sétimo país no mundo que mais procura bilhetes da NBA.
“Considerando apenas países latino-americanos o Brasil ficou em primeiro lugar, reforçando a tendência dos brasileiros de incluir eventos esportivos e culturais em seus roteiros de viagem ou mesmo de organizar viagens em torno de um evento”, afirma Daniela Marques, gerente de relações públicas da StubHub no Brasil.
O sucesso comercial de Cleveland e Warriors reforça também o plano de expan- são dos negócios da NBA no Brasil. Em breve, a cidade de São Paulo terá uma nova unidade da NBA Store. A cidade também deverá abrigar, no próximo semes- tre, o segundo NBA Cafe no mundo, bar temático permanente da liga.
“Queremos dar ao público a sensação de ser abraçado pela liga, de sentir que realmente faz parte do universo NBA”, afirmou Rodrigo Vicentini, diretor de ma- rketing da NBA no Brasil sobre o relançamento da casa específica para as finais.
O projeto de expansão da marca passa exatamente por trazer mais atrativos da NBA que vão além do Global Games, jogos de pré-temporada da liga que foram realizados no país entre 2013 e 2015. Agora, o projeto é dar mais visibilidade para a própria competição e ativar localmente parceiros comerciais. Na NBA Finals, bares da Budweiser e miniquadras com a marca da Gatorade vão dar mais opções de entretenimento aos fãs. Enquanto, em quadra, Cleveland e Warriors vivem uma hegemonia, fora dela o crescimento da NBA passa por transformar-se num produ- to cada vez mais desejado pelo torcedor brasileiro. Ainda mais nas finais.
A L L I A N Z PA R Q U E T E R Á C A M A R O T E PA R A T O R C E D O R N I K E E R O N A L D O V O LTA M A
1 9 9 8 E M A Ç Ã O P R É - C O PA
O Allianz Parque terá, no próximo dia 1°, a inauguração de um camarote que pode ser ocupado por torcedores
“comuns”. O espaço, que é patrocinado pela marca de uísque Jackie Daniel’s, é mais um local que venderá ingressos para o público final mais endinheirado.
A inauguração será no show de Ivete Sangalo e Gilberto Gil, mas depois o espaço ficará aberto em dias de jogos. A proposta do camarote é abrir 2h antes dos eventos, com bebida e alimentos incluídos no preço. O valor mais barato é de R$ 290 por pessoa.
Em jogos de alta demanda, porém, o tíquete é maior: R$ 400. Para shows, os preços variam de R$ 600 em diante.
O ex-jogador Ronaldo e a Nike voltaram no tempo para a primeira ação midiática pré-Copa da marca no Brasil. Num “teaser” lançado nesta segunda-feira, Ronaldo é visto numa sala de embarque num aeroporto pedindo a um torcedor para aumentar “o gol” montado a partir de dois guarda-filas do saguão.
A imagem é uma espécie de continuação da campanha
icônica da Nike antes da Copa de 98, em que os atletas
do Brasil jogavam futebol dentro de um aeroporto.
O P I N I Ã O
Futebol europeu tem novo status no Brasil
POR DUDA LOPES
diretor de novos negócios da Máquina do Esporte
H á muitos anos que o brasileiro não está alheio ao futebol europeu. No começo dos anos 90, a Band exibia com destaque o Italiano. Depois, os gols mágicos de Ronaldo no Barcelona ganharam o Fantástico. Nos anos 2000, a Liga dos Campeões ganhava corpo, ainda nas mãos da RedeTV.
Ao longo desses anos, no entanto, o futebol europeu foi sempre centrado em um nicho, em um grupo de maiores aficionados pelo esporte. Popularização, de fato, é algo bastante recente. Dá para cravar sem muita margem de erro: os campos do Velho Continente nunca foram tão conhecidos pelos brasileiros como hoje.
Duas notícias na segunda-feira mostram com exatidão o tamanho que o futebol europeu alcançou no Brasil. A primeira delas é o uso do Paris Saint-Germain pela Nivea para fazer campanha no ponto de venda em supermercados. Hoje, a populari-
dade é tamanha que uma marca arrisca a ativar um patrocínio a uma equipe fran- cesa nas gôndolas do Carrefour. E poucos irão questionar a estratégia: dificilmente o time de Neymar passará desapercebido.
Outra manchete que chama a atenção é o recorde de audiência da Globo com a final da Liga dos Campeões. Na verdade, a emissora é a principal responsável pela popularização dos times europeus no país.
Não é por acaso que o crescimento acen- tuado acontece justamente no período em que o canal passou a exibi-lo. O grupo é incomparável no poder de promoção do esporte e, com força e paciência, tem apostado na consolidação do futebol europeu.
Essa força criada dentro do país faz com que os patrocinadores tenham um mer- cado grande que passa a ser explorado. Como a Nivea faz com o PSG, por exemplo.
Recentemente, o Barcelona ganhou até aporte brasileiro, algo impensável há dez anos.
Com todo esse cenário, a Nissan se sente confortável para apostar na Liga dos Campeões como ferramenta de ativação na América Latina. Sua antecessora, a Ford, passou mais de 20 anos ligada ao torneio, sem recorrer à disputa no mercado brasilei- ro, pelo menos com tal ênfase. Há poucos anos, a estratégia não fazia mesmo sentido.
Vale a ressalva que isso não é necessariamente uma ameaça ao futebol brasileiro.
A relação de torcida ao que é próximo e local é diferente e, se for feita de maneira bem adequada, jamais perderá o seu espaço. O mercado só tem a ganhar com o de- senvolvimento europeu, com a maturidade dos negócios que envolvem o esporte em um ambiente comercialmente mais consolidado.
Futebol europeu alcançou um novo
tamanho no Brasil, a ponto de uma
marca buscar o PSG para fazer ação
Felipe Neto se une a Go4It para criar
casa de eSports
A Kalunga decidiu seguir as es- tratégias da Netshoes e do Subma- rino dentro do eSports. A empresa de varejo é a nova patrocinadora do Red Canids, um dos principais times de eSports do país, com atle- tas nas competições de League of Legends, Rainbow 6, Hearthstone, Battlerie e Clash Royale.
O patrocínio procura ampliar a presença da marca da Kalunga entre os aficionados por eSports. Nos úl- timos dois anos, a marca de varejo tem ampliado a oferta de produtos para os gamers: “Esses consumi- dores buscam sempre produtos de alta qualidade e tecnologia”, justifi- cou em nota Roberto Garcia, sócio- proprietário da Kalunga.
K A L U N G A É M A I S U M A D O VA R E J O A PAT R O C I N A R T I M E N O E S P O R T
A Federação Espanhola de Natação quer atrair um público mais jovem para assisitr suas competições. E, para isso, decidiu criar torneios paralelos de eSports para o público.
A agência LVN Sport ficará encar- regada de criar as competições. Os
jogos em disputa ainda não foram definidos. O acordo é até dezembro de 2020, e a agência será de organizar pelo menos 75 torneios por ano. No futuro, a ideia é de que a federação possa ter um time próprio de eSports.
N A E S PA N H A , F E D E R A Ç Ã O D E N ATA Ç Ã O U S A E S P O R T S PA R A T E R N O V O S F Ã S
POR REDAÇÃO
O youtuber Felipe Neto, por meio da agência produtora de conteúdo Take4Content, do qual é sócio com João Pedro Paes Leme, passou a investir no universo do eSports.
Em sociedade com a agência Go4It, a Take4Content anun- ciou a criação do Final Level, uma espécie de casa produtora de conteúdo sobre eSports no Brasil, reunindo alguns dos principais influenciadores digitais desse universo.
O Final Level será um hub produtor de conteúdo para o YouTube sobre games. A casa no Rio de Janeiro abre em 29 de agosto, quando se celebra o Dia Internacional do Gamer.
Diariamente será produzido conteúdo sobre games pelos youtubers que habitarão a casa, batizada de Game Land. Já a atração ancorada por Felipe Neto será o “The Final Level Show”, temporada de três meses de duração com 14 episó- dios semanais sobre o universo dos gamers. Por fim, o Final Level produzirá o “Game da Vida Real”, em que filmarão, no cotidiano, cenas que acontecem nos jogos de videogame.
“Vamos viver histórias reais juntando alguns dos influencia- dores mais queridos do país. Identificação, empatia e acima de tudo, diversão, são a essência desta nova plataforma de conteúdo. Um ambiente perfeito para as marcas que querem se conectar com o público jovem, criar histórias autenticas”, diz Fernanda Lobão, diretora de planejamento da Go4It.
Ao todo, os influenciadores destacados para o projeto so-
mam 38 milhões de fãs no YouTube. A ideia é unificá-los den-
tro de uma mesma plataforma para captar anunciantes.
POR ERICH BETING
A decisão da Liga dos Campeões da Europa foi, com sobras, o evento es- portivo mais visto do final de semana no Brasil. A partida que coroou o 13° título europeu do Real Madrid alcançou, na soma de Globo e Band, 28 pontos de audiência na medição do Ibope, na média consolidada. O número ainda pode ser maior quando saírem os índices obtidos por Esporte Interativo e Canal Space, que exibiram a decisão europeia na TV fechada.
Os números, que são referentes à região metropolitana de São Paulo, represen- taram o melhor desempenho da Globo com a final da competição desde que co- meçou a exibir o torneio, em 2010. A emissora teve 23 pontos. Além disso, o jogo final da Europa auxiliou a Globo a melhorar sua audiência aos sábados. O duelo entre Real e Liverpool obteve quatro pontos a mais do que a média recente.
O resultado da audiência atesta a força que a Liga dos Campeões vem tendo no mercado brasileiro. Até agora, nenhum jogo transmitido para São Paulo no Cam- peonato Brasileiro (que só passa na Globo) obteve 28 pontos de audiência. Com todas as sete rodadas no domingo na TV aberta, o melhor índice foi a abertura do torneio, com 27 pontos de média na Globo para o duelo Corinthians e Fluminense.
Neste ano, a Liga dos Campeões já havia registrado um recorde no primeiro due- lo entre Real Madrid e PSG, pelas oitavas de final, que teve 4 pontos na TV paga.
Os índices crescentes de audiência da Liga reforçam a disputa pelos direitos de transmissão do torneio para os próximos três anos. Até a próxima semana a Uefa recebe as propostas de TV aberta, TV paga e streaming para transmissão no Brasil.
Final europeia estoura em audiência no Brasil
POR REDAÇÃO