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Revisão de Falhas e Tendências na Geração

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Revis˜

ao de Falhas e Tendˆ

encias na Gera¸

ao

olica

Thiago Naufal Santelo∗∗ Jos´e Roberto B. A. Monteiro∗∗∗

Universidade de S˜ao Paulo - USP, S˜ao Carlos, SP, Brasil

∗∗thiago.naufal@gmail.com

∗∗∗jrm@sc.usp.br

Abstract: This paper presents analysis of wind turbine failures of the main technologies classified in the literature, identifies critical components and trends for the most modern wind farm facilities, which seek greater efficiency, robustness and reliability. By Pareto’s rule, a set of components has been identified, although they have little fault contribution, accounting for almost all downtime when they occur. Wind turbines fail around 2 times a year with an average downtime of 100h per failure. Gearbox is the most critical component being constantly technically evaluated.

Resumo: Este artigo apresenta an´alise de falhas em turbinas e´olicas das principais tecnologias

classificadas na literatura e aponta componentes cr´ıticos e tendˆencias nas instala¸c˜oes de parques

e´olicos mais modernos, onde se busca maior eficiˆencia, robustez e confiabilidade. Usando a regra

de Pareto identificou um conjunto de componentes, que apesar de falharem pouco, representam

quase a totalidade de inatividade por falha/ano quando ocorrem. Turbinas e´olicas falham ao

redor de 2 vezes ao ano com uma inatividade m´edia de 100h por falha. A caixa de engrenagens

´e o componente mais cr´ıtico sendo constantemente avaliado tecnicamente.

Keywords: Failures; Reliability; Wind turbine; Gearbox; Generator; Frequency converter; Yaw system; Pitch system; Drive train; Rotor hub.

Palavras-chaves: Falhas; Confiabilidade; Turbina e´olica; Caixa de engrenagens; Gerador;

Conversor de frequˆencia; Sistema de guinada; Sistema de passo das p´as; Trem de acionamento;

Cubo do rotor.

1. INTRODU ¸C ˜AO

A gera¸c˜ao e´olica, comparada as op¸c˜oes de gera¸c˜ao a

com-bust´ıveis f´osseis, ´e uma fonte de energia limpa, renov´

a-vel, permanentemente dispon´ıa-vel, sem emiss˜ao de gases

de efeito estufa e como alternativa a gera¸c˜ao concentrada

requer menos terreno nas suas instala¸c˜oes. Por causa

des-sas caracter´ısticas ´e uma das fontes de energia de menor

impacto ambiental e vem se tornando a energia renov´avel

de maior representa¸c˜ao na matriz energ´etica de pa´ıses com

alta demanda e disponibilidade de ventos de m´edio (5m/s)

a alta velocidade (10m/s) (Vazquez Hernandez et al., 2017; Dinler and Akdag, 2009).

A principal barreira que ainda impede maiores investimos

neste tipo de gera¸c˜ao s˜ao os custos, que apesar de

decres-cerem ao longo dos ´ultimos anos, ainda possuem barreiras

t´ecnicas que torna o kWh da gera¸c˜ao e´olica superior ao da

gera¸c˜ao t´ermica (Lishan, 2011; Huenteler et al., 2018).

Uma das barreiras t´ecnicas ´e a baixa confiabilidade

de-vido a falhas em turbinas e´olicas (TEs), respons´aveis por

perdas de receitas, eleva¸c˜ao de custos operacionais e de

manuten¸c˜ao, logo se torna fundamental an´alise de modo

de falhas dos componentes que comp˜oem o sistema, atrav´es

levantamento de banco de falhas de gest˜ao da manuten¸c˜ao

e monitoramento de predi¸c˜ao para adequar cronogramas

de manuten¸c˜ao, reduzir danos, aumentar a confiabilidade

e diminuir o tempo de inatividade (Qiao and Lu, 2015; Bruce et al., 2015).

Preven¸c˜ao e monitoramento de falhas s˜ao importantes

t´ecnicas da gest˜ao de manuten¸c˜ao que antecipam

reconhe-cimento de falhas e desligam o sistema para reduzir danos

que podem ser catastr´oficos, com a perda total da TE (Lu

et al., 2009; Lin et al., 2016; Liton Hossain et al., 2018; Hatziargyriou and Kanellos, 2009).

Dada a imprevisibilidade da gera¸c˜ao e´olica, atribu´ıda

as condi¸c˜oes clim´aticas e a baixa robustez que causam

desligamentos de turbinas isoladas e as vezes a desconex˜ao

do parque e´olico inteiro do Sistema El´etrico de Potˆencia

(SEP), o objetivo das an´alises ´e destinar esfor¸cos de

pesquisa e desenvolvimento nos componentes mais cr´ıticos e identificar oportunidades de melhoria em sistemas de

prote¸c˜ao.

Diferentemente dos parques e´olicos dos anos 80, quando

possu´ıam muitas TEs com geradores de potˆencia m´edia de

at´e 500kW, hoje os novos parques e´olicos s˜ao constru´ıdos

com quantidades reduzidas de TEs, e potˆencia m´edia dos

geradores entre 2 a 5MW (Sammy Roth, 2018; Pinar P´erez

et al., 2013).

Fabricantes de TEs investem pesquisa e desenvolvido para aumentar a capacidade das turbinas, com o tamanho

geral dos componentes aumentados, como p´as e torres,

(2)

turbinas ficam numa regi˜ao de ventos mais constantes,

mais intensos, com turbulˆencias reduzidas, representando

maior velocidade e menos transit´orios eletromagn´eticos

no gerador. Essa vantagem f´ısica, aumenta a eficiˆencia

e a potˆencia gerada por unidade de TE. Quanto maior

a potˆencia das TEs, menores espa¸cos f´ısicos ocupam,

aumentam a densidade de potˆencia instalada e reduzem

´

areas ocupadas nas instala¸c˜oes e´olicas.

Na propor¸c˜ao do aumento de capacidade das TEs,

au-mentam tamb´em a complexidade eletromecˆanica de uma

TE. Dessa forma, as TEs de maior capacidade falham

com maior frequˆencia (Ribrant and Bertling, 2007). Em

contrapartida, as TEs de menor capacidade e vida ´util de

mais de vinte anos come¸caram a ser descomissionadas, pois

seus contratos de opera¸c˜ao e manuten¸c˜ao n˜ao s˜ao mais

vi´aveis.

Comparando os parques e´olicos antigos, compostos de

muitas TEs de baixa capacidade, quando individualmente

uma TE falha e desliga, n˜ao h´a uma representatividade

substancial de alterar o estado da barra (tens˜ao complexa

deste n´o) do SEP ao qual est´a ligado. Atualmente, quando

TEs falham, h´a uma relevˆancia maior, pois os parques e´

o-licos modernos s˜ao compostos por uma quantidade menor

de geradores, quando individualmente desligam, o controle

integrado do parque e´olico coordena outras TEs a

realiza-rem a compensa¸c˜ao de reativo, diminuindo ainda mais a

potˆencia ativa gerada (Muljadi and Ellis, 2008; Ellis et al.,

2011).

Estudo de falhas visa reduzir desligamentos em TEs n˜ao

programados e as falhas podem ser classificadas em

pri-m´arias e secund´arias: prim´aria, quando o evento perde a

capacidade total de gera¸c˜ao, exemplo: curto circuito no

gerador, ou no conversor; e secund´aria quando o evento

produz mau funcionamento e reduz a eficiˆencia da TE,

exemplo: desempenho inadequado do controle devido a

falha no sensor de posi¸c˜ao do rotor (El-Metwally et al.,

2018).

Outro quesito do estudo de falhas em TEs visa aumentar

a disponibilidade. Uma compara¸c˜ao do deficit de eficiˆencia

dos parques e´olicos chineses em rela¸c˜ao aos estadunidenses,

anuncia que hoje a China possui disponibilidade entre 37% e 45%, enquanto os Estados Unidos possuem disponibi-lidade entre 54% e 61%. Causas do deficit dos parques

e´olicos chineses se explicam por escolhas inadequadas da

altura das torres, falhas em componentes devido a

tecno-logias n˜ao apropriadas ao clima e atrasos no

comissiona-mento de conex˜oes de rede, pois a estrutura existente n˜ao

absorve picos de gera¸c˜ao (Huenteler et al., 2018).

Na China a partir de 2030 a energia e´olica ser´a

desen-volvida para aplica¸c˜oes offshore a distˆancia, o

desenvol-vimento concentra esfor¸cos para elevar a disponibilidade

para taxas acima de 60%, visto que, os custos de opera¸c˜ao

e manuten¸c˜ao offshore s˜ao muito maiores e o gerador mais

indicado para esta aplica¸c˜ao s˜ao os geradores s´ıncronos de

´ım˜as permanentes, pois n˜ao possuem circuitos ligados a

escovas, que tem a degrada¸c˜ao acelerada por intemp´eries

(Huenteler et al., 2018; Lishan, 2011).

Nesse sentido an´alise de falhas de TEs al´em da sua

impor-tˆancia no que tange previsibilidade para opera¸c˜ao e

ma-nuten¸c˜ao, s˜ao fontes de entrada de demais estudos ligados

a gera¸c˜ao, como: an´alises de contingˆencias, de conex˜ao,

de sistemas de controle e prote¸c˜ao de TEs e integrado

ao parque e´olico, de compensa¸c˜ao de energia reativa, de

compensa¸c˜ao de in´ercia sint´etica, de prote¸c˜ao do gerador

via controle do conversor, previs˜ao de demandas geradas e

de receitas anuais.

2. CLASSIFICA ¸C ˜AO TECNOL ´OGICA DAS TES

Com a finalidade de contextualizar e apontar tendˆencias

das tecnologias de TEs, esta se¸c˜ao unifica as quatro

prin-cipais configura¸c˜oes existentes de TEs de acordo com a

conex˜ao do gerador a rede por (Yaramasu et al., 2015;

Hatziargyriou and Kanellos, 2009; Ribrant and Bertling, 2007; Ackermann, 2005).

O setor de energia e´olica foi estruturado nos anos 80 e

90 por uma primeira gera¸c˜ao de geradores

predominan-tes de velocidade fixa, por essa caracter´ıstica, possuem

baixa eficiˆencia aerodinˆamica, composto por TEs de baixa

capacidade, na escala de kW, utilizando um conversor

eletrˆonico como um gradador de tens˜ao para suavizar a

conex˜ao com a rede, compostos principalmente por m´

a-quinas de indu¸c˜ao, Squirrel Cage Induction Generator

(SCIG) e Wound Rotor Induction Generator (WRIG).

Uma segunda gera¸c˜ao se inicia no fim dos anos 90 e

in´ıcio do ano 2000, com predominˆancia de geradores que

permitem um grau maior de varia¸c˜ao de velocidade, que

permitiu junto com o aumento de capacidade um melhor

aproveitamento do vento, aumentando a eficiˆencia das

TEs compostos principalmente por geradores de indu¸c˜ao

duplamente alimentado, Doubly Fed Induction Generator (DFIG), alimentados por conversores CA-CC-CA de carga parcial, geradores s´ıncronos do tipo Permanet Magnet Synchronous Generator (PMSG) e Wound Rotor Synch-ronous Generator (WRSG) alimentados por conversores

de carga total e SCIG alimentado tamb´em por conversor

de carga total, por´em sem banco adicional de capacitores,

evoluindo para geradores com potˆencia acima de 2MW e

proje¸c˜ao de desenvolvimento at´e 2020 de geradores com

potˆencia acima de 15MW.

Tipo 1 - Est´a configura¸c˜ao ´e caracterizada pela

exis-tˆencia de um conversor eletrˆonico CA-CA para suavizar

o transit´orio da conex˜ao com a rede, ap´os transit´orio o

gerador ´e conectado diretamente a rede. A m´aquina t´ıpica

dessa configura¸c˜ao ´e a SCIG, de velocidade fixa. O sistema

possui controle aerodinˆamico do cubo das p´as de passo e

freio - pitch/stall, uso de caixa de engrenagens, gearbox, para elevar a velocidade do gerador e banco de capacitores

para compensa¸c˜ao de reativos e excita¸c˜ao do gerador, Fig.

1.

Tipo 2 - Tamb´em caracterizada por possuir um

conver-sor CA-CA para suavizar a conex˜ao do gerador a rede,

por´em adicionalmente possui resistˆencias vari´aveis ao

cir-cuito do rotor para controle de velocidade do gerador, a

m´aquina t´ıpica dessa configura¸c˜ao ´e a WRIG, possui pouca

varia¸c˜ao de velocidade, uso de controle do cubo das p´as

pitch/stall, caixa de engrenagens e banco de capacitores

para excita¸c˜ao do gerador, Fig. 2.

As configura¸c˜oes tipo 1 e tipo 2 ficaram restritas as

instala¸c˜oes de TEs na faixa de potˆencia de 500kW, pois n˜ao

(3)

Gearbox SCIG Soft-starter+ by-pass Rede Compensação Fator de Potência Conversor CA-CA Baixa

Tensão TensãoMédia

Figura 1. Configura¸c˜ao TE tipo 1.

Gearbox WRIG Soft-starter + by-pass Rede Compensação Fator de Potência Conversor CA-CA Baixa

Tensão TensãoMédia

Resistencia Variável

Figura 2. Configura¸c˜ao TE tipo 2.

DFIG Gearbox Rede Baixa Tensão Média Tensão Baixa Tensão Conversor CA-CC-CA Capacidade Reduzida (~30%)

Figura 3. Configura¸c˜ao TE tipo 3.

de m´axima potˆencia gerada, que s´o foi poss´ıvel com o

uso de conversores CA-CC-CA com controle de Maximum

Power Point Tracking (MPPT). As TEs modernas s˜ao

basicamente dos tipos 3 e 4, que diferenciam entre si, pelo

processamento parcial ou total da gera¸c˜ao pelo conversor

eletrˆonico CA–CC-CA.

Tipo 3 - Nesta configura¸c˜ao o circuito do rotor converte

30% da potˆencia do gerador `a rede, o restante da potˆ

en-cia gerada ´e conectado diretamente `a rede pelo circuito

estator, a m´aquina t´ıpica dessa configura¸c˜ao ´e a DFIG,

possui controle de varia¸c˜ao de velocidade mediana. Ainda

tem controle do cubo das p´as pitch/stall e uso de gearbox,

Fig. 3;

Tipo 4 - Est´a configura¸c˜ao ´e caracterizada pela

exis-tˆencia de um conversor eletrˆonico de carga total ligado ao

estator do gerador. Os geradores mais t´ıpicos que comp˜oem

essa configura¸c˜ao s˜ao as m´aquinas s´ıncronas, PMSG e

WRSG, e a SCIG. De todas as configura¸c˜oes esta ´e a

que permite a maior varia¸c˜ao da velocidade de gera¸c˜ao,

podendo tamb´em ter controle do cubo das p´as do tipo

pitch, pitch fixo e uso facultativo de gearbox de acordo com a quantidade de polos do gerador, Fig. 4.

SCIG PMSG WRSG Gearbox Rede Baixa

Tensão TensãoMédia

Conversor CA-CC-CA Capacidade total (100%) Opcional

Figura 4. Configura¸c˜ao TE tipo 4.

As fazendas e´olicas s˜ao compostas por centenas de TEs

com geradores de potˆencia m´edia entre 1 e 5MW, possuem

os quatro tipos de configura¸c˜oes de TEs classificadas. Logo

um modelo composto por um ´unico gerador equivalente

reduz a complexidade, e tem relevˆancia para

planejamen-tos e estudos de interconex˜ao com a rede de transmiss˜ao,

pois facilita previs˜oes de comportamento do parque e´olico

(Muljadi and Ellis, 2008). A energia reativa ´e gerenciada no

n´ıvel do ponto de acoplamento comum da planta atrav´es de

um controle coordenado de TEs. Tipo 1 e 2 possuem banco

de capacitor para realizar a corre¸c˜ao do fator de potˆencia e

a excita¸c˜ao do gerador, por´em com uma resposta dinˆamica

ruim, para uma melhor resposta, compensadores do tipo

STATCOM s˜ao apropriados na aplica¸c˜ao. Quanto a

com-pensa¸c˜ao reativa de TEs do tipo 3 e 4 n˜ao h´a necessidade

de bancos de capacitores adicionais, pois j´a possuem a

compensa¸c˜ao autom´atica pelo conversor que as conectam

na rede (Ellis et al., 2011).

Em Chen and Li (2008) apresenta a distribui¸c˜ao global de

TEs por tipo de gerador at´e 2004, Fig. 5, que

demons-tra uma penedemons-tra¸c˜ao maior da tecnologia DFIG, redu¸c˜ao

substancial dos geradores SCIG e WRIG, e se mantendo

constante ao longo dos anos as instala¸c˜oes de geradores

s´ıncronos. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 D is tr ib ui çã o m u nd ia l d e T E s [% ] Anos

SCIG WRIG DFIG WRSG&PMSG

Figura 5. Distribui¸c˜ao mundial de tipos de geradores

e´olicos.

3. IDENTIFICA ¸C ˜AO DE COMPONENTES CR´ITICOS

DAS TES POR PARETO

A universidade de Durham promoveu um f´orum (Tavner,

2011) com o objetivo de avaliar taxas de falhas e tempo

de inatividade de TEs da Uni˜ao Europeias de 1 a 6 anos

ap´os seus comissionamentos, todas de grande porte, com

regulagem pitch instaladas onshore por mais de 13 anos contabilizando 1.400 TEs em 35.000 eventos de falhas para

(4)

mapear componentes cr´ıticos para discuss˜ao de melhorias

em tecnologias de componentes para expans˜ao da gera¸c˜ao

e´olica em aplica¸c˜oes offshore. Nesta avalia¸c˜ao todos os

componentes foram divididos em 7 m´odulos, mostrados na

Fig. 6 a distribui¸c˜ao de falhas e inatividade por subsistema.

3 3,57 7,5 14 29,536 Estrutura [7] Auxiliares [6] Drive Train [5] Nacele [4] Controle [3]Rotor [2] Força [1] Inatividade [%] 4,55 6,6 12 15,5 25 32 Falha [%] Contribuição/Ano/Turbina Subsistemas

Figura 6. Subsistemas da TE classificados pela universi-dade de Durham.

Com o objetivo de classificar as falhas que representam o maior custo, foram ordenadas as falhas dos componentes da TE por taxas de downtime do maior para o menor, criando uma de escala de downtime acumulada, outra escala, foi adicionada as taxas de falhas individuais dos componentes.

Essa estrutura¸c˜ao de dados facilita a gest˜ao de custo

de manuten¸c˜ao, pois foca nos componentes mais cr´ıticos

ao ponto de vista de disponibilidade. Essa ferramenta ´

e conhecida na economia por regra de Pareto (20/80),

muito usada para levantamento de custos e invent´arios,

quando existe um pequeno grupo de itens que representam

majoritariamente os custos, ou os patrimˆonios. No caso

em an´alise, 20% das taxas de falhas s˜ao respons´aveis por

80% das taxas de downtime e 80% das taxas de falhas

s˜ao respons´aveis por 20% das taxas de downtime. Como

resultado do ordenamento, Fig.7, obteve 25% das falhas causam 95% de inatividade e 75% das falhas causam 5% de inatividade.

4. FALHAS NOS COMPONENTES DAS TES

Uma an´alise realizada por Ribrant and Bertling (2007)

classifica 13 principais componentes cr´ıticos das TEs ava-liados em mais de 600 unidades majoritariamente do tipo

DFIG entre os anos de 2000 a 2004 em instala¸c˜oes suecas.

A principal descoberta desta avalia¸c˜ao est´a resumida no

gr´afico da Fig. 8 onde as TEs falham 0,402 vezes por ano

e o tempo m´edio de inatividade por ano/falha/turbina ´e

de 130 horas. Os componentes mais cr´ıticos s˜ao o trem de

acionamento (drive-train), que s˜ao os componentes ligados

ao sistema de rota¸c˜ao como eixos, rolamentos e o cubo das

p´as, a caixa de engrenagens e o sistema de guinadas, que

levam entre 250–290h para reparar.

Outra an´alise de falhas feita por Spinato et al. (2009) e

Qiao and Lu (2015), onde s˜ao avaliadas TEs da Alemanha

e da Dinamarca com o objetivo de identificar onze

princi-pais componentes cr´ıticos em instala¸c˜oes onshore para uma

abordagem de robustez nas aplica¸c˜oes offshore. Os bancos

de dados deste estudo s˜ao das publica¸c˜oes de

Landwirts-chaftskammer Schleswig-Holstein (LWK) de 1993 a 2006 de mais de 650 TEs e aproximadamente 5800 eventos de fa-lha e Wissenschaftliches Messund Evaluierungsprogramm (WMEP), de 1989 a 2006, de 1500 TEs e aproximadamente 15400 eventos de falhas. Nesse banco de dados existem amostras de velocidade fixa (SCIG e WRIG), de

veloci-dade vari´avel (DFIG, PMSG e WRSG), de acionamento

indireto, com gearbox e acionamento direto (direct-drive), sem uso de gearbox, abrangendo os quatro tipos de turbinas

levantados na introdu¸c˜ao.

Na amostra de LWK, Fig.9, as TEs falham 1,92 vezes por

ano, o tempo m´edio de inatividade por falha/ano/turbina

´e de 131,58 horas. Os componentes mais cr´ıticos s˜ao a caixa

de engrenagens, as p´as e o trem de acionamento, que levam

entre 260–340h para reparar.

Quanto a amostra de WMEP, Fig 10, as TEs falham

2,5 vezes por ano, o tempo m´edio de inatividade por

falha/ano/turbina ´e de 69,53 horas. Os componentes mais

cr´ıticos s˜ao a caixa de engrenagens, o trem de acionamento

e o gerador, que levam entre 140 – 150h para reparar.

5. CONCLUS ˜OES

Pela an´alise de Pareto, entre todos os componentes que

comp˜oem uma TE, 80% de inatividade das TEs s˜ao

causadas pelos componentes: sistema de passo das p´as,

conversor de frequˆencia, gerador, sistema de guinada da

Nacele, gearbox, sensores e comunica¸c˜ao do sistema de

controle, p´as e o cubo de rota¸c˜ao. Estes componentes s˜ao

listados como cr´ıticos, pois apesar de concentrarem menos

de 20% de falhas, s˜ao maiores respons´aveis por redu¸c˜ao de

disponibilidade.

Turbinas e´olicas falham entre 1,9 a 2,5 vezes ao ano com

um tempo m´edio de inatividade de 69 a 131h por falha.

Banco de falhas de parques e´olicos mais novos e com menor

quantidade de TEs tem a tendˆencia de terem taxas de

falhas menores, caso sueco de 0,402 falhas/turbina/ano,

enquanto banco de falhas de parques e´olicos mais

anti-gos e com n´umero maior de TEs tendem a ter taxas de

falhas maiores, caso do banco WMEP que possui 2,51

fa-lhas/turbina/ano, sendo mais representativo para an´alise

o banco de maior n´umero de TEs e maior tempo de

avali-a¸c˜ao. O tempo m´edio de inatividade de todos os bancos de

falhas tiveram comportamento semelhante, tanto as TEs mais antigas quanto as TEs mais modernas, observando

um tempo m´edio de reparo de 70 a 130 horas.

O gearbox representa menos de 10% das falhas nas TEs,

porem seu tempo m´edio de reparo supera 150h. Como

solu¸c˜ao, fabricantes de TEs, tem a op¸c˜ao os geradores

PMSGs sem gearbox, chamado de direct-drive, ainda em

processo de avalia¸c˜ao e indicado a aplica¸c˜oes de reduzida

O&M, como as instala¸c˜oes offshore.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao FPTI por viabilizar o convˆenio

DINTER efetivado com a EESC/USP.

REFER ˆENCIAS

Ackermann, T. (2005). Wind Power in Power Systems. John Wiley & Sons, Ltd, Chichester, UK. doi:10.1002/

0470012684. URL http://doi.wiley.com/10.1002/

0470012684.

Bruce, T., Long, H., and Dwyer-Joyce, R.S. (2015). Dyna-mic modelling of wind turbine gearbox bearing loading during transient events. IET Renewable Power Genera-tion, 9(7), 821–830.

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[1] [2] [3] [4] [5] [6] 0 20 40 60 80 100 0 5 10 15 20 Passo C on ve rs or G er ad or G ea rb ox S en so r C om un ic aç ão P ás C ub o Dis ju nt or M T D is ju nt or B T T or re Si st em a de s eg ur an ça T ra ns fo rm ad or C on tr ol ad or H W C ab ea m en to p ri nc ip al Si st em a hi dr áu li co Se gu ra nç a op er ac io na l e h um an a Pr ot eç ão & S eg ur an ça C ab os C on tr ol ad or S W O ut ro s F re io m ec ân ic o E ix o de a lta v el oc id ad e T op o Fu nd aç ão Pr ot eç ão d e P ai né is A né is d es liz an te s E st aç ão m et eo ro ló gi ca G ui nd as te d e se rv iç o Pa in el d e fo rç a S en so re s O ut ro s A ba fa do r de r ui do d o ge ra do r R ef ri ge ra çã o Il um in aç ão d e pr ot eç ão Fa ze nd a eó li ca D at a L og ge r Po nt os d e Il um in aç ão A te rr am en to T am pa d o C ub o O ut ro s R ol am en to s da s pá s E qu ip am en to a ux ili ar T am pa B ed pl at e L if t A te rr am en to Pa in éi s el ét ri co s U P S Si na li za do r Pa in el d o cu bo C om ba te a in cê nd io C ab ea m en to In st al aç õe s co m un s C on di ci on am en to d e se ns or es Pr ot oc ol o de c om un ic aç ão Se ns or es G ui na da O ut ro s O ut ro s O ut ro s O ut ro s [1] [3] [2] [2] [1] [1] [1] [7] [3] [3] [5] [3] [6] [1] [3] [1] [5] [5] [6] [7] [2] [1] [6][6] [1] [4] [5] [5] [6] [6] [7] [7] [6] [3] [6] [2] [2] [2][3] [4] [4] [4][6] [6] [6] [6] [6] [6] [6] [6] [6] [7] [7] [7] [7] [7] In at iv id ad e ac um ul ad a [% ] F al ha s/ T ur bi na /A no [ %

] * Os índices dentro dos colchetes representam os subsistemas da TE de acordo com a Figura 6.

Figura 7. Downtime acumulado versus taxa de falha de todos componentes da TE classificados por subsistemas.

12,50 43,20 49,40 79,70 91,60 104,10 106,60 125,40 184,60 210,70 256,70 259,40 291,40 130,00

Cubo das pás (Hub) Sist. hidráulico Sensores

Nacele Sist. passo (Pitch)

Estrutura Sist. elétrico Freio mecânico Controle Gerador Caixa de Engrenagens Guinada (Yaw) Drive Train Total

Inatividade Média/Falha [horas]

0,001 0,061 0,054 0,011 0,052 0,006 0,067 0,005 0,050 0,021 0,045 0,026 0,004 0,402 Falhas/Ano/Turbina [Nº ]

Figura 8. Distribui¸c˜ao de falhas e downtime em TEs suecas.

0,24 0,10 0,35 0,13 0,13 0,12 0,3 0,11 0,08 0,23 0,13 1,92 Conversor Freio mecânico Outros Gerador Sist. Hidráulico Sist. Guinada (Yaw) Sist. Elétrico Cubo das pás Drive Train Pás Caixa de engrenagensTotal

Inatividade média/Falha [horas] Falhas/Ano/Turbina [Nº] 43,20 60,00 67,20 69,60 72,00 132,00 168,00 261,60 271,20 340,80 131,58 72,00

Figura 9. Amostra de 5800 eventos de falhas em TEs de LWK. Chen, Z. and Li, H. (2008). Overview of different wind

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(6)

Sist. HidráulicoSist. Elétrico Controle Sist. Guinada Freio mecânico Pás Rotor do CuboOutros

Gerador Drive Train Caixa de engrenagensTotal

Inatividade média/Falhas [horas]

0,24 0,59 0,480,18 0,160,13 0,18 0,250,12 0,06 0,12 2,51 Falhas/Ano/Turbina [Nº] 24,00 38,2043,40 62,6069,00 72,00 93,60 134,40 139,20144,00 148,80 69,53

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