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Referência: Data: Lista: Cdu- Coligaçao Democratica Unitaria e outro(s)... Assunto: Recurso/ Termo de conclusão e Despacho

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Exmo Senhor

J. M. Pedrosa Russo, Dr.

Rua do Paço, Nº.1 - 1º. - Apartado 2128 Jardim 3080-071 Figueira da Foz

via e-mail: pedrosarussoadvogados@sapo.pt

Processo: 1249/21.8T8FIG-L Processo Eleitoral Referência: 86195353 Data: 31-08-2021 Lista: Cdu- Coligaçao Democratica Unitaria e outro(s)...

Assunto: Recurso/ Termo de conclusão e Despacho

Fica deste modo V. Exª notificada, relativamente ao processo supra identificado, do requerimento de interposição de Recurso hoje apresentado, do termo de conclusão e do despacho proferido dos quais se anexam cópias.

A Oficial de Justiça, Rosália Carmo F. Figueiredo Telef: 233401740 Fax: 233093529

Mail: figfoz.judicial@tribunais.org.pt

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De: Rosália Carracho <rosalia.carracho-45915C@adv.oa.pt>

Enviado: terça-feira, 31 de agosto de 2021 12:08

Para: COIMBRA - Tribunal Judical - Figueira da Foz

Assunto: Proc.º 1249/21.8T8FIG e Apensos - RECURSO

Anexos: Recurso-Simbolo_vf.pdf

Assinada por: rosalia.carracho-45915C@adv.oa.pt

Importância: Alta

Exmo. Senhor Secretário Judicial, Apresento os meus cumprimentos.

Venho pelo presente meio solicitar a V. Exa., que seja dada entrada do Recurso em anexo. Sem mais de momento, subscrevo-me renovando os meus cumprimentos.

Rosália Carracho Advogada

Rua da República, 114 - Sala 7 3080-036 Figueira da Foz

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1 COMARCA DE COIMBRA

JUÍZO LOCAL CÍVEL DA FIGUEIRA DA FOZ – J2 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO

Proc.º: 1249/21.8T8FIG e Apensos

O Grupo de Cidadãos Eleitores – Figueira A Primeira (FAP), através da sua mandatária de Lista, Rosália da Conceição Silva Carracho, notificado a 30/08/2021, da decisão que indeferiu a arguição de nulidade da mesma data, contra o facto de o Tribunal ter na sua posse o símbolo da candidatura desde o dia da apresentação desta e omitir essa circunstância de primordial importância, vem dessa decisão e ao abrigo do n.º 3 do art.º 31.º da Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais (LEOAL) interpor recurso, para o Venerando Tribunal Constitucional.

Para tanto, anexa as motivações e conclusões que se seguem, deve o presente recurso subir em separado, por apenso ao recurso já interposto para o Venerando Tribunal Constitucional, do processo eleitoral deste círculo – Figueira da Foz.

VENERANDOS JUÍZES DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

I – DOS FACTOS

1.º No dia 30/07/2021, com a entrega do Processo físico de candidatura do Grupo de Cidadãos Eleitores denominado – Figueira a Primeira, foi conjuntamente entregue uma PEN USB, que contém o símbolo da candidatura, em dois ficheiros

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2 de diferentes formatos, designadamente em PDF e JPG, para que nenhuma dificuldade ou constrangimento surgisse na abertura, cópia ou reprodução do

símbolo que aqui se insere para que dúvidas não restem quanto à existência do mesmo e sua manutenção, sem qualquer alteração gráfica, desde o primeiro instante da vida deste movimento.

2.º Ademais, todos os documentos provenientes do Grupo de Cidadãos Eleitores – Figueira a Primeira, foram, desde o primeiro a entrar neste tribunal, sempre elaborados em papel timbrado com o referido símbolo. Todos os requerimentos submetidos no processo principal e apensos, que foram muitos, sempre com o mesmo símbolo.

3.º Não podendo o tribunal desconhecer tal facto, nem ignorar que tem na sua posse, desde 30/07/2021, a PEN USB, com o símbolo a inserir nos boletins de voto.

4.º Acontece que, ao consultar os Boletins de Voto, afixados no dia 24/08/2021, na Câmara Municipal da Figueira da Foz, verificámos, com espanto, que no campo destinado ao símbolo, estava inserido o número “um” em numeração romana.

5.º Deste facto foi apresentada de imediato a reclamação antecedente.

6.º Porém, com o devido respeito, foi ainda mais surpreendente o despacho do tribunal, que fazendo tábua rasa de tudo quanto tinha sido arguido, vem, indeferir a retificação requerida por este Movimento, baseando a sua fundamentação nos termos dos artigos 94.º e 29.º da LEOAL. Abstraindo-se, incompreensivelmente, do facto do tribunal possuir o símbolo, sendo esta a questão em foco.

7.º O requerimento de 25/08/2021, da aqui reclamante, que referia expressamente o seguinte: “…o símbolo do Movimento, foi entregue conjuntamente com o

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processo físico de candidatura, neste Tribunal, no dia 30/07/2021, em formato digital, designadamente, em PEN, a qual continha o símbolo em PDF e em JPG…” deveria ter suscitado de imediato a confirmação desse facto, por parte do tribunal, de modo a sanar oficiosamente o erro em que o tribunal incorreu, e, de acordo com os princípios que devem nortear a administração da justiça, retificar o que havia sido erradamente processado. Tudo de modo a fazer uma aplicação justa e equitativa do direito, de modo a garantir a igualdade de tratamento a todas as partes processuais.

8.º Pois, encontra-se sobejamente demonstrado que o facto de o símbolo ter sido ignorado pelo tribunal, se tratou de um erro de secretaria ou de secção, em síntese, um erro do tribunal.

9.º Razão por que, aqui se reclama, dado que os erros ou omissões dos funcionários devem ser arguidos no tribunal onde foram cometidos e não no âmbito de recurso de qualquer decisão proferida no pressuposto da não verificação do facto determinante daquele erro.

10.º O tribunal, não só ignorou o símbolo que possuía e possui, como reiterou essa posição, quando interpelado, em 10/08/2021, por mero e-mail da Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF), que, não lhe tendo sido fornecido pelo tribunal, o símbolo do Grupo de Cidadão Eleitores – Figueira a Primeira, veio solicitar, concretamente, o seguinte esclarecimento, que se transcreve: “… A minha dúvida é a seguinte – No Auto de Sorteio, na coluna do símbolo do Grupo de Cidadãos Eleitores Figueira a Primeira, não aparece nenhum numeral romano e apenas FAP. Tal quer dizer que o símbolo deles foi aceite? Ou não?”, sendo nosso o sublinhado.

11.º Acontece que, do Grupo de Cidadão Eleitores – Figueira a Primeira, não tendo tido oportunamente conhecimento da questão formulada pela CMFF, porque não foi notificado, não descortinou, consequentemente, o alcance do despacho, de 13/08/2021.

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4 12.º Ora, instado sobre esta dúvida, o tribunal não podia decidir como decidiu, no sentido de atribuir para o respetivo boletim de voto o símbolo, em numeração romana, de I.

13.º Uma vez que, dispõe o n.º 12 do art.º 23.º da LEOAL, que as candidaturas apresentadas por grupos de cidadãos eleitores que não apresentem símbolo, ou cujo símbolo seja julgado definitivamente inadmissível, utilizam em alternativa o numeral romano que lhes for atribuído no sorteio referido no n.º 1 do artigo 30.º.

14.º No caso, não há lugar à aplicação da opção alternativa, uma vez que o símbolo se encontra no processo da candidatura e não foi considerado inadmissível.

15.º Para além do mais, o despacho de 13/08/2021, não responde à questão suscitada pela CMFF, que, sendo já o símbolo amplamente conhecido, por se encontrar aposto em todos os documentos respeitantes ao Movimento do GCE, apenas questionou, se o símbolo tinha sido aceite, ou não.

16.º Pelo que, entende-se que o tribunal deve ainda responder à questão concretamente formulada pela CMFF, o símbolo deles foi aceite? Ou não?”.

17.º O modo como a questão foi formulada, deixava até já implícito o conhecimento da existência do símbolo.

18.º Não se compreendendo, como é que não foi suficiente para suscitar uma consulta mais atenda dos autos, antes de ser proferido despacho.

19.º Tal como foi fácil para os aqui reclamantes, confirmarem na secção, que a PEN USB que contém o símbolo, entregue no dia 30/07/2021, pela mão do Candidato Dr. Pedro Santana Lopes, conjuntamente com todo o processo entrado naquele

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5 dia, se encontra nos autos dentro de um envelope, teria igualmente sido fácil para o tribunal verificar a sua existência.

20.º Ao invés, o tribunal omitiu que detinha o símbolo e inviabilizou a sua remessa à CMFF, para emissão dos Boletins de Voto, mesmo depois de instado especificamente sobre o símbolo, em manifesta violação da Lei, que determina expressa e inequivocamente o dever de atribuição de símbolos em numeração romana aos grupos de cidadãos eleitores, APENAS, quando estes não o

apresentem ou o mesmo seja julgado inadmissível.

21.º Acontece que o grupo de cidadãos eleitores APRESENTOU SÍMBOLO e o mesmo

NÃO FOI JULGADO INADMISSÍVEL.

22.º Razão por que, no entender da candidatura recorrente, deveria o tribunal ter corrigido o erro incorrido sob pena dos Boletins de Voto, no que diz respeito à candidatura do movimento Figueira A Primeira, a que corresponde a sigla FAP, serem emitidos em manifesta violação da Lei, caso surja no campo destinado ao símbolo o caractere “I”, em vez do seu verdadeiro símbolo:

23.º A aposição do símbolo no boletim de voto, não pode ser visto como um acto de capricho ou futilidade. O símbolo constitui um todo de primordial importância no que tange aos elementos identificativos de uma candidatura. E como tal, não deve ficar prejudicada face às demais, por omissão desse elemento. Sobretudo porque à candidatura não pode ser imputável culpa pelo erro que lavra no tribunal.

24.º A importância do símbolo no Boletim de Voto é atribuída pela própria Lei, que impõe que figure no Boletim. E inexistindo, remete então para a solução alternativa.

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6 25.º Tal o relevo que a própria Lei lhe dá!

26.º Dúvidas não temos de que a não aposição do símbolo no Boletim de Voto acarretará um significativo prejuízo para esta candidatura, em termos de resultado eleitoral, facto com o qual o Grupo de Cidadãos Eleitores – Figueira A

Primeira (FAP), não se conforma.

27.º A que acresce o elevado prejuízo financeiro de milhares de euros, caso venha a ser necessário alterar todo o material de campanha, entretanto já em plena divulgação, incluindo outdoors, e demais material em que se procura ilustrar o boletim de voto, como é legal e legítimo, em que o símbolo tem particular destaque, conforme excertos de imagens infra.

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7 A. Com o presente recurso procura o Grupo de Cidadãos Eleitores – Figueira A

Primeira (FAP), demonstrar que lhe assiste razão não assiste ao erro com que se

induziu a decisão de 13-08-2021.

B. os termos do artigo 266.º da Constituição da República Portuguesa, os princípios jurídicos fundamentais da atividade administrativa e que a disciplinam e tutelam são: o princípio da legalidade, o princípio do respeito dos direitos e interesses legalmente protegidos, o princípio da subordinação política e o chamado princípio da autonomia pública, o princípio da prossecução do interesse público, o princípio da boa administração, o princípio da boa fé, o princípio da proteção da confiança, o princípio da justiça, o princípio da proporcionalidade, o princípio da igualdade, o princípio da imparcialidade, o princípio da decisão.

C. Há que conjugar o princípio da boa fé que supõe a valoração da conduta administrativa de acordo com os valores ou parâmetros básicos do ordenamento jurídico, com o princípio da proteção da confiança, “nascido como subprincípio ou princípio corolário do princípio quadro da boa fé, tem vindo a autonomizar-se em relação a ele, visando salvaguardar – na sua aplicação à atividade administrativa – todas as situações em que ocorram os seguintes pressupostos:

a) uma atuação da parte de um sujeito de direito, integrado na Administração Pública, criando a confiança, quer na durabilidade da sua eficácia, quer na possível prática de outro ato de administração;

b) uma situação de confiança justificada do destinatário da atuação de outrem, no desiderato último dessa atuação;

c) a efetivação de um investimento de confiança, isto é o desenvolvimento de atos ou omissões na base da situação de confiança;

d) o nexo de causalidade entre a atuação geradora de confiança e a situação de confiança por um lado;

e) o nexo de causalidade entre a situação de confiança e o investimento de confiança, por outro”1, com o princípio da justiça, da igualdade e da

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8 proporcionalidade, que aparecem na nossa constituição ligados aos direitos fundamentais, pois que a justiça “em termos de Direito positivado, identifica-se com a pauta de valores supremos da ordem constitucional, pauta essa encimada pelos direitos fundamentais e baseada na dignidade da pessoa humana (art.os 1.º, 2.º, e 9.º da Constituição da República Portuguesa).

D. Antes do mais, a justiça identifica-se com o conjunto de valores supremos constitucionalmente consagrados, fundados na dignidade da pessoa humana, nos quais assumem primazia os direitos fundamentais”2.

E. No decurso de um processo judicial os tribunais são órgãos de soberania onde se exerce a função jurisdicional, devendo ter a mesma imparcialidade, a independência, transparência que os tribunais de primeira instância e a decisão a proferir tem de ser também equitativa e justa.

F. Na CRP, estabelece-se que os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo, cfr. artigo 202.º n.º 1, ao mesmo tempo que asseguram a independência dos Tribunais quando procedem ao julgamento, devendo obediência à lei. Este dever traduz-se na obrigatoriedade da interpretação das normas em conformidade com o disposto na Constituição, sendo esta que tem primazia não podendo ser aplicada qualquer norma que com ela brigue. Por isso o nosso sistema de fiscalização da constitucionalidade é composto pela possibilidade de quer os Tribunais quer o Tribunal Constitucional declararem qualquer norma inconstitucional. Portugal é um Estado de Direito Democrático, onde se conjugam “elementos formais e materiais, exprimindo, deste modo a profunda imbricação entre forma e conteúdo no exercício de atividades do poder político ou de entidades dotadas de poderes públicos”,3.

2 MARCELO REBELO DE SOUSA, Ob. cit., págs. 119/120.

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9 G. A justiça que é administrada pelos Tribunais deve e tem de ser justa. De resto, a CRP estabelece não um, mas vários comandos que se impõem a todos os processos: o processo tem de ser equitativo, art.º 20.º n.º 4. Ser equitativo significa também que a justiça tem de ser justa.

H. Se existe o direito a um processo equitativo e justo, a verdade é que nos termos da primeira parte do número 1 do artigo 20.º da CRP se estabelece: “A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos”. Ora “o direito de acesso” de todos, interpolação, “aos tribunais a que se refere o n.º 1 inclui, desde logo, no seu âmbito normativo, quatro «subdireitos» ou dimensões garantisticas: (1) o direito de ação ou de acesso aos tribunais; (2) o direito ao processo perante os tribunais; (3) o direito à decisão da causa perante os tribunais; (4) o direito à execução das decisões dos tribunais”4.

I. O processo para ser equitativo tem de compreender todos os direitos supra mencionados, devendo entender-se não só como um processo justo na sua conformação legislativa (exigência de um procedimento legislativo devido na conformação do processo), mas também como um processo materialmente informado pelos princípios materiais da justiça nos vários momentos processuais”5.

J. Fazer justiça corresponde a uma aplicação da lei em conformidade com a Constituição. Não é castigar ou absolver em divórcio com as normas e de acordo com aquilo que o julgador pensa que é, mas, de acordo com o que de facto, com as regras do objeto do processo que não permitem condenar a pena de prisão efetiva quem se defende remetendo-se ao silêncio e suspender a pena a quem confessa o crime.

4 GOMES CANOTILHO /VITAL MOREIRA, Constituição da República Portuguesa Anotada, Vol. 1, 4.ª edição,

págs. 408 e seguintes.

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10 K. O artigo 20.º n.º 4 da CRP consagra o direito a um processo equitativo. A densificação do conceito de processo equitativo deve ser feita também com a ajuda da jurisprudência das Comunidades. A referência à dimensão equitativa do processo prende-se com um conjunto de garantias processuais onde se destaca a igualdade de armas, o princípio do contraditório, a fundamentação das decisões do tribunal, as condições em que as provas apresentadas foram obtidas (cita-se a título de exemplo uma condenação do Estado Português por violação deste princípio, caso Lobo Machado v. Portugal, n.º 21/1994/468/549, § 31. Citando o Professor Canotilho, ob. cit., pág. 495, a propósito deste caso diz o seguinte: Haveria violação do princípio da imparcialidade porque mesmo não perturbando, de facto, a imparcialidade dos juízes, era preciso dar a aparência (“teoria da aparência”) de que o julgamento era verdadeiramente imparcial. Não basta fazer-se justiça; deve parecer que ela é feita (“justice must not only be done; it must be seen to be done”.).

L. De resto, há que não obnubilar o disposto no artigo 611.º do Cód. Proc. Civil que manda atentar à atendibilidade dos factos jurídicos supervenientes, da mesma sorte que os boletins de voto relativos ao círculo eleitoral respetivo devem conter o símbolo gráfico do órgão a eleger e são dispostos horizontalmente, em colunas verticais correspondentes, uns abaixo dos outros, pela ordem resultante do sorteio, os elementos identificativos das diversas candidaturas, ou seja, as denominações, as siglas e os símbolos das entidades proponentes das candidaturas concorrentes e que reproduzem os que constam do registo no juízo local cível ou de competência genérica respetivo (artigo 91.º, n.os 1 e 2, LEOAL).

M. E as provas tipográficas dos boletins de voto devem ser expostas no edifício da câmara municipal até ao 33.º dia anterior ao da eleição e durante três dias, podendo os interessados reclamar, no prazo de vinte e quatro horas, para o juiz do juízo de competência genérica ou do juízo local cível com jurisdição no respetivo município, o qual julga em igual prazo.

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11 N. Ao efetuar essa apreciação, o juiz deve ter em atenção o grau de qualidade que pode ser exigido em relação a uma impressão a nível local, cabendo recurso desta decisão, a interpor no prazo de vinte e quatro horas, para o Tribunal Constitucional, o qual decide em igual prazo (artigo 94.º, n.os 1 e 2 LEOAL).

O. As reclamações das provas tipográficas dos boletins de voto é feita para o juiz da comarca, no tocante quer ao grau de qualidade de impressão quer às dimensões dos símbolos dos partidos e coligações, devendo ser respeitada rigorosamente na reprodução dos símbolos as suas proporções originais, de modo a que não se alterem a sua composição e configuração mas a inobservância do prazo de reclamação implica a preclusão de qualquer correção gráfica que deva ser efetuada nos boletins de voto (Acórdãos TC n.os 544/89, 600/2001, 433/2005 e 544/2005).

P. Por outro lado, tendo em conta a natureza do contencioso eleitoral, as decisões das reclamações ou recursos relativos às provas dos boletins de voto não podem limitar-se a revogar, se for caso disso, as decisões em causa, devendo proceder igualmente à definição da solução que haja de caber ao caso (Acórdão TC n.º 258/85).

Q. Aqui chegados e para que não possa surgir a mínima dúvida acerca do que se requer e que se pensa ter de ser dado por assente, dir-se-á que o Grupo ora arguente entregou no Tribunal, em 30/07/2021, além das listas, o símbolo pelo qual é conhecida e pode ser identificado, que se traduz numa das suas imagens de marca que se não for inserida nos boletins poderá causar um dano profundo e, por cautela, o símbolo da sua candidatura foi entregue inserido em PEN USB em 2 (dois) formatos, designadamente em PDF e JPG.

R. Da reclamação da Câmara Municipal apresentada ao Tribunal merecedora de despacho cujo conteúdo não era possível de ser entendido pelo Grupo FAP porquanto esta tinha entregue no Tribunal o seu símbolo em dois formatos cujo teor não foi dado a conhecer ao Grupo ora recorrente, em PEN, e, por

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12 consequência, o grupo FAP desconhecia, sem obrigação de conhecer que foi o Tribunal quem, ao praticar os seus atos próprios, nomeadamente, através da secretaria, não enviou ao Município o símbolo do Grupo FAP, que lhe tinha sido entregue.

S. Ora, ninguém pode ser prejudicado pelos erros e omissões dos atos praticados pelas partes, conforme de resto preceitua o artigo 157.º n.º 5 do Cód. Proc.Civil.

T. Se a todo o direito corresponde uma ação, artigo 2.º do Cód. Proc. Civil, a verdade é que dos atos dos funcionários da secretaria judicial é sempre admissível reclamação para o juiz.

U. Se por erro ou omissão a secretaria não cumpriu o que a lei obriga, que era enviar o símbolo do movimento de cidadãos FAP para a Câmara e se esta perguntou o que fazer porque não constava o símbolo a secretaria podia e devia ter dado conta do lapso e, por consequência, reportá-lo ao juiz.

V. Não obstante, este erro, omissão ou lapso passou em claro e não se pode por uma decisão tomada com base num erro de secretaria prejudicar o Movimento de Cidadãos Figueira a Primeira, pelo que, pela via da reclamação, ou pela arguição de nulidade, como aconteceu, o erro teria que ter sido corrigido. O que não aconteceu.

W. E não se diga que há caso julgado, porquanto ainda que assim fosse tem sempre, de resto em obediência ao disposto no artigo 611.º do Cód. Proc. Civil e ao artigo 157.º n.º 6 pela via da reclamação de admitir a mesma e de retificar o erro e omissão do ato da secretaria.

X. Só assim se podendo fazer justiça justa.

Y. E não se diga que o Grupo Cidadãos FAP podia ter detetado o erro antes, porquanto só detetou o lapso da secretaria quando viu que não tinha o seu

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13 símbolo, tinha confiado que não haveria nenhum problema. Por ter o símbolo entregue no Tribunal, desde o dia da sua candidatura e só quando viu a ausência da sua imagem de marca ter percebido que o lapso não partiu de si, mas de um erro da secretaria, que, uma vez arguido, tinha que ter sido declarado, admitido e corrigido.

Z. O que não aconteceu.

Nestes termos e nos melhores de direito, que Vossas Excelências doutamente suprirão, deverá o presente recurso obter total provimento, devendo ser revogados os despachos de que se recorre, no que tange à questão do símbolo, designadamente: de 13/08/2021, despacho de Referência: 86133487; de 25/08/2021, despacho de Referência: 86175288 e de 30/08/2021, despacho de Referência: 86187800.

Determinando que seja reconhecido que o símbolo da candidatura está junto aos autos. Que, por erro do tribunal, não foi remetido à Câmara Municipal da Figueira da Foz, para ser inserido nos boletins de voto.

Devendo, consequentemente, ser ordenada a sua impressão para ser anexado aos boletins de voto, a ser entregue, nas urnas aos eleitores, no acto eleitoral, assim se fazendo a mais elementar justiça.

É quanto cumpre, com a devida vénia requerer a Vossas Excelências.

Pede Deferimento A Mandatária da Candidatura

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3080-154 Figueira da Foz

Telef: 233401740 Fax: 233093529 Mail: figfoz.judicial@tribunais.org.pt

Proc. nº 1249/21.8T8FIG-L Processo Eleitoral 86194039

CONCLUSÃO - 31-08-2021, em face do requerimento de interposição de recurso hoje apresentado pelo Grupo de Cidadãos Eleitores – Figueira A Primeira (FAP), mais informando V/ Exª que os autos foram já remetidos ao Venerando Tribunal Constitucional, em obediência ao despacho ontem proferido.

(Termo eletrónico elaborado por Escrivão Adjunto Dorinda Freire Marques)

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Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra

Juízo Local Cível da Figueira da Foz - Juiz 2 Palácio da Justiça, Passeio Infante D. Henrique

3080-154 Figueira da Foz

Telef: 233401740 Fax: 233093529 Mail: figfoz.judicial@tribunais.org.pt

Processo Eleitoral

Recurso datado de 31-08-2021, referência 6671973: Por legal, tempestivo e ter

legitimidade, admito o recurso interposto para o Tribunal Constitucional, a subir nos

próprios autos, de imediato, e com efeito suspensivo –cfr. artsº 31, nº 3 e ss. da Lei

Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais (LEOAL).

Notifique e d.n.

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