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A percepção de professores em relação ao PROUNI e o Estado

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Academic year: 2018

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A percepção de professores em relação ao ProUni e o Estado

The perception of professors in relation to the ProUni and the

St at e

La opinión de profesores en lo referente al ProUni y al Estado

La perception des professeurs par rapport au ProUni et à

l’état

Mar ia José Viana Mar inho de Mat t os* Mar ia Cr ist ina Ravanelli de Bar r os O’Reilly* *

* Dout ora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Est adual de Cam pinas ( Unicam p) . Pró-Reitora da PUC Minas em Contagem , MG. Avaliadora I nstitucional do I nep/ MEC. E-m ail: m joseviana@uol.com .br. * * Dout oranda em Educação Escolar pela UNESP Araraquara/ SP - Brasil e professora de Polít icas Educacionais no curso de Pedagogia da PUC Minas cam pus de Poços de Caldas/ MG - Brasil. E-m ail: oreilly@pocos.net.com .br. Re su m o : O art igo é recort e de pesquisa

re-alizada sobre o Program a Universidade para Todos ( ProUni) , realizada na Pont ifícia Uni-versidade Cat ólica de Minas Gerais, cam pus

Poços de Caldas. Analisa a percepção dos professores sobre est e program a, que com -põe o conj unt o das polít icas educacionais sob a gest ão do Minist ér io da Educação ( MEC) , do governo Luis I nácio Lula da Silva – Lula. A m etodologia envolveu levantam en-t o docum enen-t al de legislação publicada no período de 2004 a 2008, a respeito do ProUni; de revisão bibliográfica de polít icas públicas de inclusão social; ações afirm at ivas e de análise de dados provenient es de um grupo de professores. Em relação aos result ados obt idos não se observou preconceit o em re-lação aos est udant es beneficiados pelo pro-gram a; a m aioria dos professores ( 88% ) ex-pressa acredit ar que o ProUni oport uniza o acesso ao ensino superior para j ovens, que serão os prim eiros do grupo fam iliar a t er oport unidade de cursar ensino superior, t ra-zendo im pact os posit ivos às suas vidas.

Pa la v r a s- ch a v e : polít icas públicas, ProUni, universidade, docent es, Est ado.

Abst r a ct : This article is the result of a study regarding the use of the fem inine sterilization in the city of São José do Cedro/ SC. The study aim ed to investigate the reasons that lead the wom en to perform the tubal ligation as a contraceptive m ethod. The inquiry was raised in the Studies Group on the State, Politics and Social Practices at UNOESC, mainly through inform ation obtained in the First Health Regio-nal Management of Santa Catarina, that affirm the significant existence of wom en who seek for the tubal ligation through SUS. I n order to obtain the data a questionnaire with open and closed questions was used on 37 (thirty and seven) women who performed the tubal ligation in 2007 in the city of São Jose do Cedro/ SC, out of this 37 wom en, 6 (six) were selected, using as choice criteria the age range between 25 and 35 years old. The m ain results found dem onstrate the lack of understanding on the familiar planning, on the contraceptive methods available in the public sphere and, reaffirm ed the perpetuation of the historical inequalities present in gender relations that express the wom en’s condition as m ain responsible for the use of cont racept ive m et hods and/ or t he decision “to plan the fam ily”.

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I ntrodução

O Programa Uni-versidade pata To-dos ( ProUni) , ins-tituído pelo governo federal no Brasil em 2004, sob gestão do Ministério de Educação (MEC) - Medida Provisória n° 213, de 10 de setem bro de 2004, regula a concessão de bolsas de es-tudo. A citada Medida Provisória, m arco de um a política pública, foi convertida na Lei Fe-deral n° 11.096, de 13 de janeiro de 2005; sendo-lhe m antido o objetivo de atender jo-vens desprovidos de condições financeiras para custear seus estudos no ensino superior.

Especificam ent e, a pesquisa realizou- se com análise docum ental; revisão bibliográfi-ca sobre polít ibibliográfi-cas públibibliográfi-cas edubibliográfi-cacionais, e análise de inform ações/ dados provenient es de um grupo de professores que at uava em t urm as de cursos de graduação com pre-sença de est udant es beneficiados com bol-sas ProUni.

Os dados coletados entre professores bus-caram interpretar elem entos e contribuições em t orno da part icipação dest es profissio-nais com o at ores de im plem ent ação de polí-t icas educacionais à luz do papel do Espolí-t ado, com o regulador de polít icas públicas. Um a vez que est e program a se apresent a com o um a das alt ernat ivas em at endim ent o à ex-pansão da educação superior, dem anda le-gít im a da sociedade.

Recuperando os regist ros sobre est e as-sunt o, é im port ant e ressalt ar a cont ribuição e a divulgação de docum ent os elaborados pelo Minist ério da Educação ( MEC) , apon-t ando indicadores e possíveis alapon-t ernaapon-t ivas para esse período de expansão do ensino superior. Cabe apont ar, especialm ent e, o GT I nt erm inist erial ( Grupo de Trabalho) , 2003, organizado por um grupo de represent ant es de m inist érios do governo at ual, int it ulado: “ Ba se s p a r a En f r e n t a m e n t o d a Cr i se Em ergencial das Universidades Federais e Roteiro para a Reform a Universitária Brasilei-ra”. O pont o cent ral do docum ent o elabora-do foi a defesa da diversificação das font es de financiam ent o da educação superior pú-blica e a alocação de verbas púpú-blicas para universidades privadas – Pact o de

educa-ção pelo Desenvolvim ent o I nclusivo, t endo

como prioridade o Programa Universidade para Todos ( ProUni) . ( MEC, 2004)

Nessa direção, o Plano de Desenvolvimento da Educação ( PDE) , lançado pelo MEC em 24 de abril de 2007, t eve recepção favorá-vel da opinião pública e cont ou com am pla divulgação da im prensa. Est e Plano agregou 30 ( t rint a) ações que incidem sobre os m ais variados aspect os da educação em seus ní-veis e m odalidades. I m port a, pois, ressalt ar que o Plano apont a cinco ações relaciona-das à educação superior; ent re elas, ações que pret endem facilit ar o acesso ao crédit o educat ivo, est endendo o prazo de ressarci-m ent o, aléressarci-m de perressarci-m it ir o parcelaressarci-m ent o de débit os fiscais e previdenciários às inst it ui-ções que aderirem ao Program a.

Nest e sent ido, o PDE, em linhas gerais, prevê est rat égias envolvendo universidades federais e out ras inst it uições de ensino su-perior ( I ES) que aderirem ao ProUni e pro-gram as na m odalidade a dist ância volt ados à form ação de professores que at uam em redes públicas de ensino fundam ent al e m é-dio, ent re out ras, visando dobrar o núm ero de estudantes nas universidades federais em um prazo de dez anos. Além dest es progra-m as, out ras parcerias a part ir do governo federal, poderão ser firm adas no sent ido de am pliar o núm ero de vagas oferecidas aos j ovens para acesso ao ensino superior.

Debat es cont em plando a am pliação do núm ero de est udant es no ensino superior, de polít icas afirm at ivas e de inclusão social ganharam im portância e espaço nas propos-tas e program as educacionais, bem com o no discurso de diferent es corrent es polít ico-ideológicas nos últ im os anos. Est es t êm fo-calizado os grupos excluídos, que, num eri-cam ent e, representam a m aior part e da po-pulação brasileira.

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Nest a direção, ent ende- se por polít icas públicas aquelas que preveem o at endim en-t o de cidadãos que, por razões de ordem social ou financeira, necessit am receber t ra-tam ento especial, obtendo, assim , im portân-cia independent em ent e das diferent es cor-rent es polít ico- ideológicas present es na so-ciedade. E nest e cam po, encont ram - se ex-pressões na literatura consultada; entre elas: inclusão social, educação inclusiva, educa-ção da m inoria, educaeduca-ção para grupos ex-cluídos e polít icas afirm at ivas ( Ozga, 2000) . Por polít icas e ações afirm at ivas com pre-ende- se com o sendo o conj unt o de m edidas especiais e t em porárias t om adas pelo Est a-do, com o obj et ivo de elim inar desigualda-des raciais, ét nicas, religiosas, de gênero e out ras, hist oricam ent e acum uladas, garan-t indo a igualdade de oporgaran-t unidade e garan-t ragaran-t a-m ento, bea-m coa-m o a coa-m pensação de perdas provocadas pela discrim inação e m arginali-zação. ( Dias; Ket zer, 2007) .

Abordagem m etodológica

A part ir das considerações elaboradas, decidiu- se com preender a percepção dos professores em relação ao ProUni, com o po-lít ica pública de inclusão social. No universo de cent o e cinqUent a professores dos cur-sos de graduação da PUC Minas Cam pus

Po-ços de Caldas, vint e e cinco part iciparam por adesão à pesquisa, respondendo ao ques-t ionário form ulado, que conques-t em plou as se-guint es quest ões: a) at uação dos professo-res nos cursos de graduação; b) a com pre-ensão do Program a Universidade para Todos ( ProUni) com o polít ica pública de acesso ao ensino superior e inclusão social; c) o co-nhecim ent o em relação à abrangência do program a no cam pus onde at uavam ; d) os

possíveis fat ores que int ervêm no desem pe-nho acadêm ico e a frequência desses est u-dant es às aulas; e) a percepção de algum t i p o d e t r a t a m en t o d i f er en ci a d o e o u preconceit uoso em relação aos m esm os; f ) a percepção dos professores em relação às

possibilidades de inserção dos estudantes do ProUni no m ercado de t rabalho e, por últ i-m o; g) as perspect ivas de vida dest es cida-dãos.

Dest aca- se, nest e est udo, a im port ância da part icipação dos professores, pois são atores do processo de implementação/ implan-t ação do ProUni, que se caracimplan-t eriza com o um a polít ica pública educacional do governo federal. Nessa direção, a part icipação dos professores deu- se por m eio da abordagem individual dos pesquisadores, após cont ex-tualização do estudo e esclarecim entos acer-ca da im port ância da part icipação desses, que pront am ent e aderiram a propost a, cuj o crit ério básico foi a at uação em m ais de um curso de graduação dentre os oferecidos pelo

cam pus da PUC Minas em Poços de Caldas.

Análise dos resultados:

percepção dos professores em

relação ao Program a

Universidade para Todos

( Pr oUni)

Observa- se que, no Brasil, apenas 14% ( aproxim adam ent e) dos j ovens ent re 17 e 24 anos conseguem ingressar no ensino su-perior ( MEC/ I NEP, 2009) . A quest ão cent ral da polít ica educacional é com o am pliar o acesso e alcançar um a m aior equidade, com um a form ação de qualidade.

Na educação superior foram propostas po-líticas/ ações referentes à am pliação do aces-so e m aior equidade at ravés da diversifica-ção do sist em a com a criadiversifica-ção de novos t i-pos de I ES, novos t ii-pos e m odalidades de cursos, bem com o a propost a de polít icas inclusivas e de ações afirm at ivas ( ProUni) e a polít ica de cot as.

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curso de Psicologia ( 19% ) , Adm inist ração ( 16% ) e Engenharia Elét rica ( 11% ) . A part i-cipação dos professores no curso de Medi-cina Vet erinária foi de 3% do t ot al – não houve predisposição e int eresse dos dem ais em part icipar da pesquisa.

Sur pr eendem ent e, a análise de dados coletados revelou que os professores tinham conhecim ent o de que, aproxim adam ent e, quatrocentos estudantes do cam pus, em um

universo de 2800 alunos m atriculados, estu-davam graças à concessão das bolsas via ProUni. A Tabela 1 ( ver Anexo A) dem onst ra que a m aioria dos professores invest igados conhecia o núm ero de alunos beneficiados com bolsas de est udo.

Nest a direção, algum as quest ões foram direcionadas ao principal obj et ivo da pes-quisa sobre o ProUni: invest igar a percep-ção dos professores a respeit o dest a polít i-ca públii-ca edui-cacional.

O m ovim ento m undial pela inclusão, com o um a ação polít ica, cult ural, social, pedagó-gica, desencadeou a defesa do direit o de t odos. A visão de direit os hum anos avança em relação à ideia de equidade form al ex-pressa no princípio de igualdade de oport u-nidades, reconhecendo que as dificuldades de oport unidades enfrent adas nos sist em as de ensino nas esferas federal, est adual e m unicipal evidenciam a necessidade de con-front ar as prát icas discrim inat órias e criar alt ernat ivas para superá- las. É est e o en-tendim ento de que o ProUni se insere no con-j unt o de polít icas inclusivas, especificam en-t e de acesso ao ensino superior.

I ndagou- se, ent ão, se os professores co-nheciam est e program a e se, no seu ent en-dim ent o, poderíam os considerá- lo com o po-lít ica pública de inclusão. Para t al, solicit ou-se que as respost as fosou-sem acom panhadas de j ust ificat iva.

A análise apont ou que 60% reconheciam o ProUni com o um a polít ica pública de inclu-são; 32% responderam “ em parte” ; 4% res-ponderam “ Não” e 4% não resres-ponderam , com o m ost ra a Tabela 2 ( ver Anexo B) .

Mereceu at enção a análise das j ust ifica-t ivas dos 60% dos professores relacionadas

ao entendim ento deste program a com o polí-t ica pública de inclusão, pois represenpolí-t ava a m aioria dos ent revist ados. Port ant o, des-t acam - se nesdes-t a fase do esdes-t udo ideias ex-pressas nas j ust ificat ivas. Um dos profes-sores afirm ou: “ é um a polít ica pública de in-clusão, pois há o envolvim ent o do Est ado e de inst it uições privadas com o propósit o de atender grupos da população desprovidos de recursos financeiros, at é ent ão excluídos do acesso ao ensino superior ”. Out ros dois de-fenderam : “ é um a polít ica pública de inclu-são por dar o direit o aos j ovens de ingressa-rem no ensino superior sem cust ear seus est udos”. A ideia expressa por t rês profes-sores é de que o ProUni é um a polít ica públi-ca de inclusão, pois “ cria est rat égias que m inim izam a desvant agem hist órica de um grupo da população brasileira que, at é en-t ão, não via possibilidade de conen-t inuidade de seus est udos”. Out ros dois, ainda, ex-pressam sua concordância, pois “ o acesso ao ensino superior aos j ovens desprovidos de condições financeiras possibilit a sua as-censão social”. Um out ro diz concordar “ ser um a proposta governam ental que estim ula a oport unidade de inclusão de cam adas so-ciais m enos favorecidas em t odos os sent i-dos da vida social”.

Alguns outros entrevistados usam term os bem sem elhant es ao expressarem que é um program a de inclusão social, sim , pois “ com -preende um conj unt o de ações públicas que perm item que um a parcela da população bra-sileira na faixa de 18 a 24 anos, t radicional-m ent e excluída, usufrua de benefícios coradicional-m crit érios claros, privilegiando o ensino públi-co em nível m édio, que o próprio Estado, até ent ão, não credit ava”.

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Assim , concluiu- se que há a concordân-cia da m aioria dos professores que est e pro-gram a pode ser classificado com o polít ica pública de inclusão social, em bora oito (32% ) professores t enham respondido “ Em part e” ou não t enham j ust ificado suas respost as.

Com relação ao fat o de os professores perceberem algum t ipo de preconceit o com os alunos beneficiados com bolsa ProUni, a m aioria (84% ) afirm ou “ Não” ; 8% responde-ram “ Sim ” e 8% dos professores expressa-rem que “ Às vezes”. Em relação a est a ques-tão, os pesquisadores consideraram que este aspect o m ereceria ser aprofundado ou com out ros quest ionam ent os ou com um núm ero m aior de pergunt as, pela relevância do as-sunt o, o que não ocorreu, conform e a Tabe-la 3 ( ver Anexo C) .

Out r o aspect o abor dado r efer iu- se ao posicionam ent o dos professores em relação à afirm at iva: “ Se as polít icas de inclusão à educação recuperam os direit os dos j ovens m enos favorecidos da sociedade”. Das res-post as, 84% concordam que as polít icas de inclusão recuperam o direit o dos j ovens m e-nos favorecidos da sociedade e 16% dos pro-fessores não se pronunciaram a respeit o, o que im possibilitou aprofundar na análise.

É im port ant e ressalt ar que o Plano Nacio-nal de Educação do governo federal, no Brasil, t em com o m et a o acesso à educação supe-rior para 30% da população e um a das m edi-das para seu alcance é o ProUni. Ent ende-se, pois, que para est e grupo de professo-res, é um a ação que pode oferecer oport u-nidade e influenciar m ais concret am ent e na const it uição de um a educação superior ca-paz de cont ribuir de m odo efet ivo para a inclusão social e a const rução de um a socie-dade m ais j ust a e solidária. Logo, há pers-pect ivas de que est a polít ica pública possi-bilit e a inserção dest es j ovens profissionais no m ercado de t rabalho, com cont ribuição para o desenvolvim ent o do país.

Os result ados encont rados perm it em de-m onstrar, code-m de-m aior clareza, a existência do que poderíam os cham ar de perversidade do efeit o docent e: se é inegável que os pro-fessores const it uem o fat or decisivo do

su-cesso das t raj et órias escolares. Esses da-dos cham am a at enção para a necessidade de se investigar m ais profundam ente os efei-t os específicos que os profissionais docen-t es docen-t êm sobre as docen-t endocen-t adocen-t ivas de udocen-t ilização dos sist em as escolares com o inst rum ent os de dem ocrat ização.

Out ra quest ão que m ereceu at enção dos pesquisadores referiu- se ao posicionam ent o dos professores quant o às possíveis oport u-nidades de inserção dos est udant es no m er-cado de t rabalho. Cursar o ensino superior poderá favorecer o ingresso nos espaços do t rabalho? As respost as podem ser const a-t adas na Tabela 4 ( ver Anexo D) . Quando indagados sobre o fat o de acredit arem que a oport unidade de cursar o ensino superior poderia aum ent ar a inserção do est udant e no m ercado de t rabalho, a m aioria dos pro-fessores ( 88% ) opt ou pela respost a “ Sim ” e 12% responderam que “ Não”.

Cada vez m ais na área de educação dis-cut e- se qualidade do ensino e qualidade das inst it uições de ensino superior. E, não rara-m ent e, a qualidade de ensino est á relacio-nada claram ent e à qualidade dos professo-res. De fat o, est udos nort e- am ericanos de-m onst rade-m que a qualidade do professor é um aceit ável indicat ivo de aprendizagem do q u e a t ão est u d ad a d if er en ça r acial e socioeconôm ica ( St rauss, 2007) . Nessa di-reção, o processo de avaliação escolar é discut ido quant o à sua eficiência e o que ele represent a no desem penho acadêm ico dos est udant es. Est e pont o é essencial na dis-cussão que ora apresent am os, pois o de-sem penho escolar/ acadêm ico est á diret a-m ent e relacionado à pera-m anência dos est u-dant es beneficiados pelo ProUni nas inst it ui-ções de ensino superior. Especial ênfase é dada à avaliação das at ividades previst as nas disciplinas dos currículos dos cursos de graduação.

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brasileira na área de educação. O desem -penho escolar na PUC Minas é aferido por disciplina abrangendo os aspect os de assi-duidade e aproveit am ent o, am bos elim ina-t órios por si m esm os. Por assiduidade en-t ende- se a frequência m ínim a de 75% nas at ividades correspondent es a cada discipli-na, sem a qual o aluno é reprovado. Ent en-de- se por aproveit am ent o o rendim ent o do aluno nas at ividades desenvolvidas em cada disciplina, que t erá por base o sist em a de not as em valores num éricos, num a escala de 0 ( zero) a 100 ( cem ) pont os, ou sej a, not a result ant e da som a das not as obt idas pelo aluno nas at ividades escolares. Est as atividades com preendem a realização de pro-vas, t est es, pesquisas, prát icas de labora-t ório e oulabora-t ras congêneres.

Diant e do expost o e considerando as res-post as elaboradas pelos docent es, pode- se ent ender que não há fat ores diferent es do que a prát ica e a lit erat ura apont am a esse respeit o, senão que os est udant es precisem conciliar as at ividades ext ernas com as obri-gações im post as e necessárias à vida aca-dêm ica, bem com o dificuldades no processo de ensino e aprendizagem que reflet em em seu desem penho acadêm ico.

Nesse pont o, é im port ant e acrescent ar que o Minist ério da Educação ( MEC) at ravés da Port aria Norm at iva nº 34, de 05 de se-t em bro de 2007 esse-t abelece que a bolsa de est udos sej a encerrada pelo coordenador ou represent ant e( s) do ProUni nas inst it uições de ensino superior (I ES) por rendim ento aca-dêm ico insuficient e. Por rendim ent o acadê-m ico insuficient e ent ende- se a aprovação em m enos de 75% das disciplinas cursadas em cada período let ivo, est abelecida por in-t erm édio de um cálculo sobre o in-t oin-t al de dis-ciplinas cursadas.

O cont ext o de cont inuidade de est udos im põe aos est udant es bolsist as com prom is-so e responsabilidade diant e do conj unt o de ações pedagógicas exigidas em sua form a-ção, t ant o em relação à assiduidade quant o em relação ao aproveitam ento escolar, o que perm it irá dent ro das norm as est abelecidas pelo Minist ério da Educação ( MEC) e pela

Un iv er sidade, a su a per m an ên cia com o beneficiário do program a. Enfim , é im portan-t e ressalportan-t ar que as resposportan-t as dos esportan-t udan-t es e dos professores indicam um exercício diário de persist ência e de predisposição na cont inuidade dos est udos.

Ainda nessa direção de desem penho aca-dêm ico dos estudantes considerou-se im por-t anpor-t e com preender o papel que o professor desem penha no processo de im plem entação/ im plantação e continuidade das políticas pú-blicas.

Profissionalização docent e

em relação às políticas

públicas

Est eves ( 2002) defende que, para pensar a form ação dos professores, é necessário reflet ir sobre t rês aspect os: t rabalho, pro-fissão e pessoa, abordando no prim eiro, as condições post as em confront o com as ne-cessárias. No segundo, o grau de envol-vim ento destes profissionais (afiliação na ca-t egoria) e, por úlca-t im o, sua corporificação diant e das diversas m udanças que int erfe-rem no t rabalho docent e; pois com o adven-t o da possibilidade de paradven-t icipação, esadven-t as m udanças apont am para um possível fort a-lecim ent o da aut onom ia, bem com o das re-lações com a com unidade e, consequen-tem ente, para a reinterpretação do profissio-nalism o docente.

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est et icam ent e diferent es e elevação da sua aut oest im a e da dos est udant es.

Ent ret ant o, percebe- se ainda, pela ót ica das polít icas públicas im plem ent adoras dos program as de form ação inicial e cont inuada de professores, que os currículos carregam , na sua m aioria, m arcas de exigência da so-ciedade global que, apost am na racionaliza-ção e eficiência dos cursos, a fim de prom o-ver a adequação do sist em a educacional ao processo de reest rut uração produt iva e aos novos rum os do Est ado. Na visão de Torres ( 1996) , est a polít ica lim it a- se a elevar os índices de qualidade da educação nos paí-ses em desenvolvim ent o, fat o que para o Banco Mundial é det erm inado por vários fa-t ores, denfa-t re eles: fa-t em po de insfa-t rução, li-vros didát icos e m elhoria do conhecim ent o dos professores ( capacit ação em serviço ao invés da form ação inicial e est ím ulo ao ensi-no a dist ância para os cursos de graduação e pós- graduação) .

Nessa perspect iva, considera- se a refor-m a educat iva no Brasil, sendo a educação responsável pelos m aiores benefícios sociais e econôm icos, essenciais ao desenvolvim en-t o susen-t enen-t ável e à dim inuição da pobreza. Surgem , então, program as de financiam ento para a educação com vist as a garant ir opor-t unidades para opor-t odos - redefinindo a relação t rabalho- educação ligada às exigências t ec-nológicas e ao ensino por com pet ências –, desencadeando a reprodução de um sistem a hierárquico que gera, por um lado a subva-lorização dos professores com excesso de com andos, sem autonom ia, obediente às re-gras, com baixos salários e sem um a pers-pect iva de carreira; e, por out ro, a sua So-brevalorização quando lhes at ribui funções de agent es responsáveis pela t ransform a-ção social, haj a vist a a at ual im plem ent aa-ção da polít ica de Educação Social, com o sendo a palavra de ordem para o nosso m odelo edu-cacional que busca qualidade e excelência.

Nessa relação é im port ant e com preender a própria noção de profissionalidade e o grau de envolvim ent o dos professores nest as po-lít icas públicas. Segundo Roldão ( 2007) , a falt a de clareza acerca da função e a

asso-ciação dest a a um saber específico, fizeram com que a lógica da form ação se lim it asse à busca da qualidade docent e som ent e pela com pet ência de passar o saber definido pe-las sequências curriculares e, especialm en-t e, nos cursos superiores, aen-t reladas à car-reira profissional do docent e, sem m uit as vezes considerar a m obilidade da ação pe-dagógica int egradora, que prevê um profis-sional com prom issado com a com pet ência t écnica ( saberes específicos) e a t ransfor-m ação social que se baseia nas polít icas de oport unidades para t odos.

A evidente percepção de ser o ProUni um a polít ica pública de inclusão é observada na análise da opinião dos professores ent revis-t ados, cuj as resposrevis-t as m osrevis-t ram a adesão dest es à ideia de oport unidade de acesso ao ensino superior de qualidade, à polít ica de inclusão dos m enos favorecidos nas uni-versidades privadas e ao papel do Est ado com o o viabilizador dest a polít ica. É percep-t ível, enpercep-t repercep-t anpercep-t o, que os professores apre-ciam est a iniciat iva apenas com o polít ica de inclusão, sem um a dem onst ração clara de participação ativa na im plem entação do pro-gram a e no com prom et im ent o responsável pelo sucesso dest es est udant es, e apoian-do suas ações num a form ação condizent e com a crit icidade e o com prom isso.

Const at a- se, a part ir daí, que para o efe-t ivo exercício da função de ensinar com au-t onom ia, análise e iniciaau-t ivas de m elhoria do próprio desenvolvim ento profissional, os fessores têm de ser tam bém intelectuais pro-fissionais da cult ura e dos conhecim ent os, com o bem se refere Giroux ( 1997) .

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Refer ências bibliogr áficas

BRASIL. Portal do Ministério da Educação. Disponível em: < http: / / www.mec.gov.br/ prouni> Acesso em : 02 de dezem bro de 2009.

DI AS, Ana Maria L.; KETZER, Solange Medina. (Org.).Mem ória do For GRAD: 20 anos do Fórum

Nacional de Pró- Reit ores das Universidades Brasileiras: unidade na diversidade. Porto

Ale-gre: EDI PUCRS, 2007.

ESTEVES, M. M. A I nvestigação enquanto estratégia de form ação de professores. I n: Esteves, M. M. Cont ext o Geral da Form ação de Professores. ( p. 37- 142) Lisboa: I nstituto de I

nova-ção Educacional, 2002.

GI ROUX, H. Os professores com o int elect uais: rum o a um a pedagogia crít ica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

AN EXOS

ANEXO 1 - Tabela 1

Conhecim ent o do pr ofessor sobr e o núm er o de alunos beneficiados pelo PROUNI

Resp ost as Nº . de Respost as %

SI M 1 9 7 6 %

NÃO 5 2 0 %

NÃORESPONDERAM 1 4 %

TOTAL 2 5 100%

ANEXO 2 - Tabela 2

O senhor ( a) reconhece o PROUNI com o polít ica pública de inclusão?

Resp ost as Nº . de Respost as %

SI M 1 5 6 0 %

NÃO 1 4 %

EMPARTE 8 3 2 %

NÃORESPONDERAM 1 4 %

TOTAL 2 5 100%

ANEXO 3 - Tabela 3

O senhor ( a) percebe algum t ipo preconceit o em relação aos alunos beneficiados at ravés de bolsa PROUNI ?

Resp ost as Nº . de Respost as %

SI M 2 8 %

NÃO 2 1 8 4 %

ÀSVEZES 2 8 %

TOTAL 2 5 100%

ANEXO 4 - Tabela 4

O senhor ( a) acredit a que cursar o Ensino Superior favorece a inserção no m ercado de t rabalho?

Resp ost as Nº . de Respost as %

SI M 2 2 8 8 %

NÃO 3 1 2 %

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R e su m e n : El ar t ículo es r ecor t es de la investigación ejecutado sobre la universidad del program a para todos (ProUni), ejecutada en el Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Cam pus Poços de Caldas. Analiza la

opinión de los profesores en este program a, de que com pone el sist em a de la polít ica educativa bajo gerencia del m inisterio de Edu-cação (MEC), del gobierno I nácio Luis Lula da Silva – calam ar. La m etodología im plicó el exam en docum ental de la legislación publica-do en el períopublica-do 2004 el 2008 con respecto al ProUni; de la revisión bibliográfica de la políti-ca públipolíti-ca de la inclusión social; acciones po-sitivas y del análisis de los datos que proceden de un grupo de profesores. En lo referente a la preconcepción conseguida de los resulta-dos en lo referente a los estudiantes beneficia-dos para el program a no fue observado; la m ayoría de los profesores (el 88% ) expresa para creer que el oportuniza de ProUni el acceso a la educación superior para los jóvenes, de que será primeros del grupo familiar para tener ocasión de atender a una educación superior del curso, trayendo im pactos positivos a sus vidas.

Pa la br a s- cla v e s: políticas públicas, profe-sores, ProUni, universidad, Estado.

Ré su m é : L’art icle c’est un découpage de r e ch e r ch e r é a l i sé e su r l e Pr o g r a m m e Universit é pour Tous ( ProUni) , réalisée à la Pont ifícia Universidade Cat ólica de Minas Gerais, Cam pus Poços de Caldas. I l analyse

l a p e r ce p t i o n d e s e n se i g n a n t s su r ce program m e, qui com pose l’ensem ble des p olit iq u es scolair es sou s la g est ion d u Minist ère de l’Éducat ion ( MEC) , du gouver-nem ent Luis I nácio Lula da Silva – Lula. La m ét hodologie a im pliqué enquêt e docum en-t aire de législaen-t ion publiée dans la période 2004 à 2008 concernant le ProUni ; de révi-sion bibliographique de polit iques publiques d’inclusion sociale ; act ions affirm at ives et d’analyse de données provenant d’un groupe d’en seign an t s. Con cer n an t les r ésu lt at s ob t en u s n e s’est p as ob ser v é p r éj u g é concernant les ét udiant s bénéficiés par le program m e; à la m aj orit é des enseignant s ( 88% ) exprim ée croire que le ProUni oportu-niza l’accès à l’enseignem ent supérieur pour que des j eunes, qui soient lês prem iers du groupe fam ilier à avoir occasion d’entrer dans l’en seign em en t su pér ieu r, en appor t an t im pact s posit ifs à leurs vies.

M ot s clé s: politiques publiques, professeurs, ProUni, Université, l’État. (revisée)

OZGA, J.I nvest igação sobre polít icas educacionais. Terreno de cont est ação. Coleção currículo,

políticas e práticas. Porto: Porto Editora, 2000.

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Not as

1 Mest re em Gest ão de Polít icas Públicas ( UNI VALI ) Dout ora em Serviço Social ( PUC/ RS) , docent e do curso de Ser v iço Social da UNOESC/ SMO. E- m ail: sir leicet olin@sanint er net .com

2 Mest r e em Ser v iço Social pela PUC/ RS, Dou t or an da em En gen h ar ia da Pr odu ção ( UFRGS/ Un och apecó) docent e do cur so de Ser v iço Social da UNOESC/ SMO. E- m ail: Clar et e@desbr av a.com .br

3 Assist ent e Social, Gr aduação no cur so de Ser viço Social pela UNOESC/ SMO.

4 Psicóloga, Bacharel em Direit o ( UNOESC) , Especialist a em Abordagens Sócio-Jurídicas da Fam ília ( UNOESC) , m est r anda em Psicologia na Univ er sidade Feder al da Bahia ( UFBA) . E- m ail: s.cet olin@y ahoo.com .br 5 O planej am ent o fam iliar é part e int egr ant e do conj unt o de ações de at enção à m ulher, ao hom em ou ao

casal, dent ro de um a visão de at endim ent o global à saúde. ( Lei 9.263/ 96, art .3° ) 6 Teles ( 2003) ao discorrer sobre o principal obj et ivo das lut as fem inist as na época de 1970.

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Referências

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