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A Web e o relacionamento entre os cidadãos

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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science

Edição nº 1, Ano I - Setembro 2013

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* Bacharel em Comunicação Social, Mestre em Gestão de Negócios pela UNISANTOS – SP, docente no Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE – SP) e na Universidade Paulista (UNIP – SP). E-mail: audrey@audreyduarte.com.br. Curriculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2284769633023452.

Comunicação. Sociedade em rede. Informação. Internet. Tecnologia.

A Internet tem sido cenário onde se delineiam oportuni-dades para cidadãos estarem presentes em novos ambientes e interagirem ente si. Utilizada como um forte canal de re-lacionamento entre públicos, a Internet demonstra notável avanço não somente em termos de audiência, mas também na presença de variados segmentos sociais – os quais acr-editam ter ali uma chance de manter, ampliar ou até mesmo reduzir sua comunicação. Este trabalho propõe-se a ampliar o conhecimento sobre a evolução da Sociedade em Rede fo-calizando na interação com os públicos receptores das men-sagens no sentido de que os mesmos tenham um ambiente pertinente ao crescimento de sua comunicação por meio da transmissão, recepção e emissão de informações.

Audrey Marques Duarte*

The Internet has been the scene where delineate opportu-nities for citizens to be present in new environments and interact entity itself. Used as a strong channel relationships between public, the Internet demonstrates remarkable prog-ress not only in terms of audience, but also in the presence of various segments of society - those who believe there have a chance to maintain, expand, or even reduce their com-munication. This paper proposes to extend the knowledge about the evolution of the Network Society focusing on the interaction with the public receivers of messages in the sense that they have an environment relevant to the growth of your communication by transmitting, receiving and issuing infor-mation.

Communication. Network society. Information. Internet. Technology.

A Web e o relacionamento entre os cidadãos

artigo

Resumo

Palavras-chave

Abstract

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1. Introdução

A Internet, desde o seu início como instrumento de comunicação para o exército ameri-cano, em 1957, ampliou sua forma de uso. Para as sociedades ela trouxe oportunidades para o crescimento dos relacionamentos, o que estabeleceu um privilegiado “novo” ambiente ao ser humano. A Internet registra a cada dia não somente o crescimento do público que nela se apre-senta, mas também o avanço de investimentos financeiros em tecnologia e outros insumos que provocam sua ampliação. Assim, a comunicação passa a ter fomento para suas ocorrências.

Temos então a oportunidade de entender melhor os fatores que compõem este cenário de relacionamentos, que vem a interferir no cotidiano da realidade dos cidadãos em escala crescente aferida por várias pesquisas realizadas por órgãos responsáveis, demonstrando a evolução da Sociedade em Rede, sendo notáveis as mudanças de atitude do público responden-do às mensagens que são recebidas por meio da web, impulsionadas pelo aumento gradativo do acesso à banda larga, que torna o audiovisual viável (streaming, podcast, downloads etc.) e, consequentemente, o dinamismo da interatividade.

Este trabalho propõe-se a ampliar o conhecimento sobre a evolução das redes sociais focalizando na interação com os públicos (cidadãos) no sentido de que os mesmos tenham um ambiente pertinente ao crescimento de sua comunicação.

2. Metodologia

Na análise proposta, realizou-se pesquisa bibliográfica para conceituação de redes so-ciais, comunicação e tecnologia onde foram usadas como bases de dados fontes de revistas, instituto de pesquisas, anais de congressos e bibliotecas de universidades brasileiras nas áreas de comunicação e tecnologia.

Depois, seguiu-se pela pesquisa e reflexão acerca do referencial existente sobre a web e, por fim, utilizaram-se as reflexões e bibliografia inerentes à disciplina Webscience: dados, co-municação e sistemas complexos - do programa de doutorado da Universidade Metodista (São Bernardo do Campo), conduzida pelo Prof. Dr. Walter Teixeira Lima Júnior, além de pesquisa em revistas, jornais e sites com informações recentes a respeito do tema.

3. Revisão Teórica

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““Na era da informação a cidade continua sendo o grande palco da história humana, agora, interligada por redes eletrônicas. Os atores sociais usam a Internet para se fazerem ouvir livremente em seus projetos políticos e pessoais. Porém, na sociedade conectada em rede é preciso ficar atento para o movimento da realidade virtual, sob pena de criar uma dependência tecnológica na realidade concreta.”

Vale ainda complementar com as nítidas colocações de NAISBITT, quando comenta a respeito da tecnologia e o avanço sobre as comunidades:

“Poucos de nós têm uma clara compreensão do lugar que a tecnologia ocupa (ou deveria ocupar) em nossas vidas, do lugar que deveria ocupar na sociedade, e, o mais fundamental de tudo, o que ela é. Concedemos à tecnologia um status especial, como se fosse uma lei natural, um direito inalienável, o fato de as nossas vidas cotidianas, as nossas experiências e até mesmo o mundo natural estarem destinados a serem dirigidos por softwares cada vez mais sofisticados. A tecnologia marcha no ritmo da nossa economia, enquanto cabe a nós nos plugarmos, ficar online, ligar o motor, dar a partida e, por fim, juntar os pedaços...” (NAISBITT, 1999, p. 19).

4. A sociedade em rede e a evolução tecnológica

A rede constitui-se por um sujeito central na organização da sociedade em rede para a sociedade da informação. Percebe-se há tempos a evolução de modelos de conexão que pos-suem uma associação interpessoal com formatos diferenciados, os quais ocorrem de uma pes-soa para outros ou muitos (massa), conectando vários participantes em uma só rede midiática, conforme podemos ver a seguir.

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da), a informação chegando ao centro será disseminada para toda a rede. Porém, no modelo de Rede Descentralizada, já limita esta atividade. Ainda, da Rede Distribuída, é menor ainda tal possibilidade. Estas situações em muito podem determinar a dinâmica do movimento dos ambientes sociais quando focalizados na comunicação como parte significativa da base de sua construção.

Segundo Cardoso (2008), existe uma relação direta entre os diferentes graus de inte-ratividade e os meios de comunicação atuais disponíveis. Os modelos de comunicação que construímos em nossa sociedade comprovam que um sistema de mídia são oriundos das ne-cessidades e desejos da sociedade. Os novos instrumentos de acesso à informação – acesso a computadores conectados em rede, com transmissão praticamente em tempo real para os da-dos e informações – mostram que a imagem em movimento, o áudio e a comunicação audiovi-sual combinam um misto de informação e entretenimento, angariando cobertura e audiência significativas e determinantes de hábitos e costumes que estão tornando-se mais fortes e com motivação na sociedade atual.

O acontecimento das formas de tráfego de informação e do avanço de modelos diferen-tes de entretenimento, estão ligados à evolução tecnológica. Há os instrumentos necessários (máquinas), como também usuários que possuem capacidade de operá-las mantendo a inte-ratividade e, ainda, deve-se lembrar que os conteúdos são gerados pelos utilizadores da rede, onde as empresas de mídia são aquelas que mais contribuem com novas formas e conteúdos de informação, forçando até o romper de barreiras de valores sociais e quebra de formatos de programação da mídia convencional (tv, rádio etc.) pra obter a audiência do público e provocar a interatividade.

Assim, a Sociedade em Rede desenvolve-se e realiza seus anseios, podendo ter outros tipos de comunicação de massa como a comunicação de um para muitos (Ex.: redes sociais - “Facebook”), onde o movimento da “virtualização” enquanto ferramenta disponível ao público para que os mesmos a utilizem para satisfazer desejos e necessidades obtendo satisfação, seja na área pessoal, profissional ou outra a qual o público esteja inserido no momento. A chegada da tecnologia e sua absorção pelas sociedade, tem no desenvolvimento e troca de informação uma característica relevante, o que culmina na consequente mudança dos processos comuni-cacionais. Como não poderia deixar de ser, a virtualização vem a fomentar o desenvolvimento da Internet e a aderência dos segmentos sociais a este “novo” ambiente, ora encarando-o como uma ferramenta de comunicação pessoal, ora como ferramenta de negócios.

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que atualmente possuímos um conteúdo qualificado principalmente por meio dos cientis-tas que analisam todas as repercussões da tecnologia, virtualização, comunicação e impactos so-ciais. Se compararmos todo o processo de avanços tecnológicos por meio dos quais a sociedade vêm passando, com as revoluções anteriores, podemos dizer que atualmente os processos de comunicação ganharam uma ferramenta potencial, que parece estar em constante aprimora-mento para oferecer cada vez mais eleaprimora-mentos que tornem tal comunicação satisfatória para os conteúdos ali encontrados.

Na observação atual deste contexto, notamos o reflexo direto das principais tendências sócio econômicas que influenciam a sociedade, principalmente pelo advento da globalização. É fato o desenvolvimento das tecnologias, as quais propagam a emancipação da sociedade que tem a oportunidade de, sendo “física” em sua origem, tornar-se virtual em parte ou no todo, de acordo com o ambiente e perfil social do cidadão. As empresas, por iniciativa própria ou mediante pressões mercadológicas, podem utilizar o ambiente virtual para suas estratégias competitivas. É um processo ao qual as empresas submetem-se modificando seus processos administrativos, os quais devem ser conduzidos com controle e conhecimento do que as mu-danças podem gerar pois, como em todas as renovações, há que se estudar os conflitos que podem vir a ocorrer.

A questão da chegada da tecnologia, revolucionando os processos comunicacionais, ofe-recendo ambiente propício para a troca de informações e a consequente transmissão em redes tecnológicas, dando espaço para a virtualização da sociedade e a coexistente cibercultura, de-monstram que o processo de evolução da sociedade é propositalmente de adequação ao que lhes possibilita melhor performance em relação a seus objetivos iniciais, ou seja, desejos e necessidades, como já comentamos anteriormente. Este ambiente está exigindo cada vez mais velocidade na dinâmica dos processos de comunicação, sendo inerente que a velocidade no tráfego de informações tanto de um para um quando de um para muitos, faz-se relevante para auxiliar nas deliberações que os processos exigem.

Iniciando pelo conceito de tecnologia, a que sabemos que o temos técnica deriva do latim

technicus e também a derivação grega technikós. Para o sentido moderno e para pertinência a

nosso estudo, temos as contribuição de Japiassu e Marcondes (1993, p. 232): “aplicação prá-tica do conhecimento científico teórico a um campo específico da atividade humana”. Gatti (2005, p. 63) afirma que.

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Castells, por sua vez, compreende que a tecnologia é a relação entre “mão-de-obra e a matéria no processo de trabalho (envolvendo) o uso dos meios de produção para agir sobre essa matéria com base em energia, conhecimento e informação” (CASTELLS, 1999, p. 34).

Como consequência da aplicação da tecnologia nas empresas é a transmissão de informa-ções. Transmitir informações em rede, de pessoa para pessoa, usuário para usuário, terminal para terminal, com dados que originam mudanças de atitudes, desenvolvimento de processos, aumento de produtividade em serviços é o que gera a tecnologia para a informação.

Muito vemos na sociedade a respeito de esforços para a comunicação global, com a in-tenção de fomentar e produzir ações entre os usuários da Internet, por exemplo. É o estabeleci-mento de um fenômeno sócio-cultural-econômico, mas o discurso deve ser isento da prática da tecnologia para as organizações, pois elas também carecem de estudos para que sejam aplica-das as melhores práticas de transmissão de conhecimento, sendo o elenco do que e como deve ser transmitido sempre decidido de acordo com as necessidades dos usuários. Porém, apesar disso, há sim discussões sobre o poder tecnológico e o controle do tráfego de informações, re-lativamente realizadas no âmbito particular de cada empresa responsável pela disseminação de notícias e informações e sobre as estratégias sobre as quais operam, por muitas vezes, sem a intenção, mas dentro das características da competição e economia de mercado.

Outras considerações que podemos fazer são a respeito da informação entre os indiví-duos em seu cotidiano. Acreditamos que as informações, por meio da tecnologia, podem ser trocadas com maior eficiência, mas isto não significa que a qualidade da comunicação seja melhor, apenas poderá ser mais veloz, mais rápida. Se Castells chama de “informacionalismo”, baseando o conceito em que o desenvolvimento de códigos culturais vêm da capacidade tecno-lógica da sociedade, dizendo que: “a tecnologia da informação tornou-se ferramenta indispen-sável para a implantação efetiva da reestruturação socioeconômica” (CASTELLS, 1999, p. 121) , podemos concluir que a sociedade está disponível a receber impactos também por meio da tecnologia, como já vem fazendo, porém, mais ainda, com a criação de novos padrões de atitu-des a serem fomentados pela comunicação de diferentes conceitos ou valores. A sociedade de consumo, por exemplo, está exposta às organizações e as organizações carecem de seus mer-cados para existir. Coexistem ambas num cenário onde se vê a troca de informações alcançar passos velozes em direção a seus objetivos. A globalização não procura conquistar territórios, países, nações, mas sim conquistar mercados, ou seja, capital, dinheiro, riquezas. Há o lado positivo e o lado negativo de todo este processo, mas não é este o foco principal de nossa dis-cussão neste momento e, sim, a questão do que a sociedade tem feito para usufruir da melhor maneira da oferta que a cibercultura lhes entrega. Pensemos na questão da informação que ela recebe e no que esta informação pode traduzir para os grupos sociais com seus hábitos e cos-tumes tradicionais.

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mesma demonstra, em todos os aspectos, que é inegável a sua absorção pela sociedade já que os benefícios que produz são amplamente convenientes para os cidadãos para que os mesmos possam não somente avançar em seus processos sociais, como também avançar em seus pro-cessos comunicacionais por consequência do primeiro e também porque muda-se o conheci-mento dos indivíduos e, com isso, a visão sobre os aspectos que lhes vêm a influenciar tanto interna quanto externamente.

Não estamos propriamente falando de que a sociedade deve migrar completamente para o ambiente virtual, ou “virtualizarem-se”. O que aqui se propaga é a consideração de que, de acordo com a necessidades e desejos, os cidadãos devem virtualizarem-se, seja em parte ou totalmente. Para esclarecer melhor a questão do que é “virtualização” e ter a possibilidade de refletir sobre a mesma e a absorção ideal para cada segmento empresarial é que nos debruça-mos neste estudo. Vejadebruça-mos sobre virtualização a seguir.

A palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus (força, potência). Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência e não em ato. O virtual tende a atualizar-se sem ter passado. A virtualização parte do conceito de “virtual”, que num primeiro momento parece expressar a ideia de que é algo distante, abstrato, na maioria das vezes considerado como oposto ao que seja real. É como se “real” tratasse do conceito do que é matéria física, tangível; já o “virtual” refere-se ao que é abstrato, imaginário. Assim, instala-se uma confusão a respeito e, pelo certo, considera-se que o virtual seria o oposto ao atual, que é mais próximo de se realizar. É Michael Hein quem nos adverte sobre este sentido de virtual como “tal como aparece” chega até nós a partir de uma complexa história de relações entre a realidade, a aparência e o bem. Não existe uma definição única para virtual e ele vem a iden-tificar sete termos que caracterizam os modos como os cidadãos costumar delimitar o virtual do real: simulação, interação, artificialidade, imersão e imersão total, comunicação em Rede, e tele-presença ou presença remota (HEIM, 1993).

Vemos também a sociedade de consumo, as organizações, utilizando-se dos benefícios da tecnologia e onde a virtualização é presente. Temos então a definição de “organização virtual”, segundo Goldman apud Speier, Harvey e Palmer (1998, p. 201): a organização virtual é “um grupo de negócios e processos de trabalho realizados por pessoas, interagindo intensivamente e ordenadamente, para melhoria da performance do trabalho com benefício para todos”.

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Vemos acima que a absorção da Internet pelas populações do mundo é crescente e im-prime atenção ao seu desenvolvimento e avanço sobre as sociedades de diferentes países com diferentes culturas, sistemas socioeconômicos, diferentes níveis de conhecimento, enfim, tudo levando a proporcionar uma reflexão onde poderíamos afirmar que onde há maior número de

hosts a capacidade de comunicação é maior (isto não refere-se à qualidade e dinâmica da

co-municação, apenas refere-se à oportunidade de haver mais conveniência a que o processo da comunicação ocorra em termos de estratégias que utilizam esta ferramenta como diferencial competitivo).

Podemos ver que especificamente o Brasil alcança uma posição expressiva no ranking, por meio do número de computadores hospedeiros (hosts) representados na tabela. Isto signi-fica que ampliam-se as possibilidades para que a população brasileira aproveitem a oportuni-dade de comunicação também por meio deste ambiente virtual.

5. Relacionamento: um fator fundamental

Já considerada como um meio de comunicação interpessoal, atualmente a Internet já é praticamente considerada um meio de comunicação de massa, não fosse pelas limitações de acesso que existem para alguns públicos, conforme nos afirma Castells (1999, p. 385):

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que se desenvolve em ondas concêntricas, começando nos níveis de educação e riqueza mais altos e provavelmente incapaz de atingir grandes segmentos de massa sem instrução, bem como países pobres.

O relacionamento traz não somente a proximidade entre os cidadãos, mas também as informações que vão auxiliar a guiar as ações entre eles, dentre elas o próprio relacionamento. Ele deve estar presente em todos os momentos do processo comunicacional para que possa ga-nhar consistência, desenvolver elos ou laços sociais mais fortes e, entre outros fatores, ampliar o ambiente de permissividade para que haja maior frequência de contato e confiança entre as partes onde, ainda, tornar-se-á possível ampliar os ambientes sociais e o desenvolvimento de novas relações e, por consequência, ampliar o volume de troca de informações.

Já a relação do relacionamento focalizado no ambiente da Internet, justifica-se pelo fato de que neste ambiente há a carência de um relacionamento específico onde é preciso que os usuários passem a ver o mundo e a comunicação em um novo ambiente, sob outro ponto de vista. Devem aprender a usar a tecnologia para aprender a se comunicar de forma mais satis-fatória e até vir a transformar-se num “personalizador em massa”, pois este ambiente também permite que, de maneira eficiente e a custos compatíveis, desenvolvam-se relações até profis-sionais e troca de bens ou serviços. De qualquer forma é preciso que haja a busca do conheci-mento da identidade daqueles que compõem o ambiente de comunicação virtual, obtendo de cada usuário informações sobre suas preferências.

Utilizando as observações feitas para o ambiente de mercado como um paralelo para a comunicação interpessoal, podemos traçar orientações de forma que o usuário possa obter su-cesso na Internet. Amor (2000, p. 167) nos apresenta os seguintes princípios:

- Identificação - Identifique seus clientes para entender os padrões de compra de cada cliente específico;

- Interação - Ofereça a seus clientes assistência automatizada pela pré-seleção de produ-tos, informações e serviços que podem ser valiosos para um cliente específico;

- Diferenciação - Trate todos os clientes de forma pessoal. Volte-se para os valores e ne-cessidades de cada cliente específico;

- Rastreamento - Para entender melhor seus clientes, é necessário seguir todas as tran-sações de cada cliente individual;

- Customização - Construa módulos de produto, peças de informação e componentes de serviços que podem ser adaptados às necessidades de cada cliente específico.

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Jamil e Tavares (2002, p. 70):

Com a crescente entrada de empresas e o intenso aporte de comercialização na Internet, a rede vem ganhando outros serviços e recursos, incorporando características que tornaram seu uso mais fácil e mais atraente. Em paralelo, com o número crescente de usuários ficou mais fácil de se conectar a mesma, dando que dispositivos e computadores caíram de preço e os provedores - prestadores de serviço que permitem que o usuário se conecte à Internet - se multiplicaram, gerando a necessária competição de mercado que estabiliza preços e dinamiza a oferta de serviços.

No Brasil também cresce o número de indivíduos com acesso à Internet, com compro-vação por meio de várias instituições que monitoram e pesquisam neste mercado a fim de transmitir tais informações, chamadas de “métricas”, aos interessados (empresas, profissio-nais especializados, pesquisadores etc.) e estes utilizarem as mesmas para avançar na percep-ção, entendimento e apropriação das oportunidades de comunicação.

Há também o fato de que o usuário tem a opção de consultar os “sites” de preferência na rede e, assim, obterem mais informações sobre o que deseja informar-se ou trocar informações com outros de mesmo interesse.

Já considerada como um meio de comunicação interpessoal, atualmente a Internet já é praticamente considerada um meio de comunicação de massa, não fosse pelas limitações de acesso que existem para alguns públicos, conforme nos afirma Castells (1999, p. 385):

“...embora realmente esteja revolucionando o processo de comunicação e por meio dele a cultura em geral, a CMC (comunicação mediada por computadores) é uma revolução que se desenvolve em ondas concêntricas, começando nos níveis de educação e riqueza mais altos e provavelmente incapaz de atingir grandes segmentos de massa sem instrução, bem como países pobres.”

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Esta tabela não só comprova que a Internet vem crescendo no Brasil, como também de-monstra uma tendência de crescimento que afere um sinal para que sejam analisadas as for-mas de comunicação no ambiente social, onde as mesfor-mas tendem a promover a expansão da comunicação em si e a difusão de informações.

6. A comunicação eficiente

A comunicação é um caminho que promove o encontro entre pessoas/cidadãos. Chur-chill e Peter (2005, p. 449) definem “comunicação” como

A transmissão de uma mensagem de um emissor para um receptor, de modo que ambos a entendam da mesma maneira. Dessa forma, um anúncio impresso, um cupom, um spot de rádio, um comercial de televisão ou qualquer outra comunicação de marketing devem transmitir claramente o significado pretendido.

Para a comunicação, existem os meios transmissores de suas mensagens, chamados de “meios de comunicação”. São eles a televisão, jornal, revista e rádio. A Internet já é considera-da parte do elenco dos meios de comunicação, pois ganhou a deviconsidera-da importância no processo de interação com o público, conforme afirma Pinho (2004, p. 213): “a presença de grandes em-presas na web reflete a importância desse novo meio e o reconhecimento dos benefícios para os negócios”.

Sendo considerada ferramenta do composto de comunicação, a Internet, em conjunto com os outros meios ou individualmente, cumpre seu papel como agente de trânsito de men-sagem do emissor ao receptor, dentro do processo de comunicação.

A Internet demonstra vantagens diante dos outros meios tradicionais (televisão, jornais, re-vistas e rádio) quando vemos os resultados que Turban e King (2004, p. 134) apud Meeker (1997) comentam:

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Com a pesquisa apresentada anteriormente, temos mais uma comprovação de quanto este meio é crescente e podemos concluir que vem adaptando-se bem ao contexto social.

Sendo considerada ferramenta do composto de comunicação, a Internet, em conjunto com os outros meios ou individualmente, cumpre seu papel como agente de trânsito de men-sagem do emissor ao receptor, dentro do processo de comunicação.

Vemos que todas estas mudanças são bem características do ambiente digital, por acom-panharem o ritmo da evolução tecnológica. É interessante perceber que os cidadãos que ex-põem-se a Internet naturalmente adaptam-se a estas mudanças, permanecendo em contato com a rede e usufruindo das novidades que ali ocorrem. Para todo este contexto, a sociedade possui claramente uma grande oportunidade de comunicação de seus participantes seja por meio de “sites” institucionais, redes sociais ou mecanismos de mensagens em tempo real, os usuários dialogam entre si e constituem associações que lhes dão identidade também neste ambiente. Sabe-se também que este ambiente virtual também dá oportunidade a usuários que objetivem desenvolver ali identidades exclusivas, como se fosse um “avatar” ou “persona” que ele cria e estabelece linguagem própria. Ainda, vale considerar reflexão sobre a comunicação mercadológica e o uso das redes, onde afirse que é uma das ferramentas principais do ma-rketing. É no marketing que está a origem da comunicação mercadológica, desenvolvendo-a para os mercados-alvo, dentre eles, a fração de mercado que comunica-se por meio da Inter-net.

Temos a oportunidade de assistir várias campanhas publicitárias através da web. Há campanhas publicitárias lançadas primeiramente na Internet para ganhar conotação junto ao seu público-alvo e também junto a imprensa especializada diante do diferencial desta ação em investir (estamos falando da memorável campanha da BMW, em 2001, onde fez a produção de oito filmes publicitários exclusivamente para serem apresentados no “site”) e utilizar este meio, conforme cita Silva (2008), quando da participação do publicitário Abel Reis, da Agência Click - uma das mais premiadas agências para Internet do Brasil - participando do Encontro Internacional de Comunicação Digital – PROXXIMA 2008, com a palestra sobre o tema “Pu-blicidade online - Os melhores cases da década e o que vem por aí...”:

A montadora decidiu fazer o primeiro filme na internet quando constatou que 60% a 70% dos compradores de carros consultavam a internet antes das compras. Foram registrados mais de 2 milhões de cadastros para download e visualização, numa época em que ainda não havia You Tube.

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cação mais eficaz e eficiente, levando em conta as vantagens e desvantagens de cada tipo de con-teúdo e público-alvo da comunicação”. Podemos concluir que a comunicação, quando ineficaz, prejudica a cadeia de informações sobre a qual estrutura-se a mensagem, pois não lhe permite ser emitida de forma ideal, mas também pode vir a prejudicar até imagem do próprio emissor, trazendo associações negativas para o mesmo.

Lidar com a comunicação na Internet é estar exposto, pois o “feedback” neste ambiente possui vários fatores que podem tanto demonstrar que os impactos enviados ao(s) receptor(es) estão atendendo às expectativas do usuário/emissor, como também trazer a necessidade de adap-tar a comunicação, buscando sempre o enlace perfeito com o público para que, através da mesma possa-se manter o diálogo com o consumidor, o qual deve identificar corretamente o que prediz a mensagem enviada e que haja a troca de informações para atingir os resultados esperados.

7. Considerações finais

Todo cidadão está apto a receber os impactos vindos da comunicação via web. Estando este ci-dadão conectado na internet – a qual tem oportunidades para identificar-se como mídia seletiva para este usuário ou não, a partir de seu perfil psicográfico e socioeconômico. Quando estabelecido o perfil do cidadão, será mais fácil condicionar a abordagem da comunicação para este indivíduo estabele-cendo a linguagem adequada e a forma de comunicação para que o mesmo possa não somente ser atingido e recepcionar, como também interpretar e entender corretamente a mensagem enviada.

As ferramentas da Internet para interagir com os consumidores são diferentes das de outros meios de comunicação principalmente porque a Internet concentra em si quase todas as caracterís-ticas dos outros meios (áudio - visual - impressa), oferecendo ao usuário-consumidor a comodidade de integrar-se com a comunicação de forma mais eficaz pois há mais ferramentas disponíveis para tal. Assim, ganha força a mensagem para concentrar em si os impactos desejados por seus emisso-res, tendo então que dirigir esforços para a construção do conteúdo ideal destas mensagens

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Referências

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Expediente

Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science

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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science é produzida pelo Grupo de Pesquisa Tecno-logia, Comunicação e Ciência Cognitiva credenciado pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Metodista São Paulo, v.1, n.1, ago.2013

A revista do TECCCOG é uma publicação científica semestral em formato eletrônico do Grupo de Pesquisa Tecno-logia, Comunicação e Ciência Cognitiva credenciado pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Metodista. Lançada em setembrode 2013] tem como principal produzir métodos e conhementos sob uma perspectiva inter e transdisciplinar, a complexidade das relações entre Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva, e os seus impac-tos cognitivos na sociedade.

Editor

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Walter Teixeira Lima Junior (Universidade Metodista de São Paulo) * Lúcia Santaella (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo) * João Eduardo Kogler (Universidade de São Paulo) * Ronaldo Prati (Universidade Federal do ABC) * Ricardo Gudwin ( Universidade Estadual de Campinas) * João Ranhel (Universidade Federal de Pernambuco) * Eugenio de Menezes (Faculdade Cásper Líbero) * Reinaldo Silva (Universidade de São Paulo) * Marcio Lobo (Uni-versidade de São Paulo) * Vinicius Romanini (Uni(Uni-versidade de São Paulo)

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