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COEXISTÊNCIA AOS MUROS

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Academic year: 2021

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Melina Moscardini

Pereira e Silva

COEXISTÊNCIA AOS MUROS

Propostas de integração para o complexo Swiss Park Campinas/SP

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Melina Moscardini Pereira e Silva

Prof. Orientador: Eugênio Fernandes Queiroga

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Trabalho Final de Graduação – 2º semestre de 2020

COEXISTÊNCIA AOS MUROS

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Dedicatória

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Agradecimentos

Agradeço a Deus a vida e a oportunidade.

Aos meus pais, Maria Helena e Dejivanildo, por serem as pessoas mais acolhedoras do mundo. Vocês são a base de tudo.

Aos meus irmãos Aline e André, por serem a melhor companhia e meus amigos desde sempre. Ao Wendell, por sempre acreditar em mim e me dar forças. Juntos conquistaremos muito ainda. A minha tia Enédia, por ser também minha mãe e minha primeira professora.

A todos os professores que passaram pela minha vida, carrego um pouquinho de cada um no que sou hoje. Ao meu orientador, professor Eugênio, pelos ensinamentos e encorajamento, principalmente com as in-certezas de um trabalho realizado à distância.

À banca examinadora, Camila e Thiago, por prontamente aceitar o convite de participar desse momento tão importante.

À Eliete, pelo profissionalismo e apoio constante nesses anos de faculdade.

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Resumo

Com o grande número de loteamentos intramuros nas cidades brasilei-ras, e a cada vez maior procura da população por moradias como essas, não é mais possível negar que os condomínios fechados são uma realidade e uma demanda. Esse trabalho é um chamado à realidade, propondo um conjunto de diretrizes que, sem desconsiderar o habitar entre muros, busque solu-cionar problemas comuns a essas áreas, principalmente relacionados a uma mais eficiente integração à cidade.

A partir do estudo de caso do Swiss Park Campinas, complexo com 17 loteamentos fechados reunidos em um bairro com diversas potencialidades que poderiam ser aproveitadas por toda a Região Metropolitana de Campi-nas, busca-se contribuir para um debate mais amplo sobre espaços murados no Brasil, investigando com a mente aberta e sem preconceitos.

O texto inicia contextualizando o bairro na cidade de Campinas e en-tendendo a escolha do local para sua implantação dentro da composição da macrometrópole. No segundo capítulo, é feita uma análise e descrição detalhada através do registro fotográfico de cada área ou equipamentos que constituem o Swiss Park. Finalmente, são propostas um conjunto de ações que visam a melhor integração dessa região ao restante da cidade sem, in-genuamente, considerar derrubar os muros.

Palavras Chaves

Loteamento Fechado, Integração, Campinas, Urbanidade

Abstract

Coexistence with the walls - integration proposals for the Swiss Park Campinas complex.

With the great number of gated communities in Brazilian cities and the in-creasing demand for houses like these, it is no longer possible to deny that gated communities are a reality. This work is a call to reality, proposing a set of guide-lines that, without disregarding living within walls, seeks to solve problems com-mon to these areas, mainly related to a more efficient integration into the city.

Based on the case of Swiss Park Campinas, a complex with 17 gated com-munities in a neighborhood with numbers of potentialities that could be used throughout the Metropolitan Region of Campinas, this work seeks to contrib-ute to a broader debate about spaces like these in Brazil, investigating with an open mind.

The text begins by contextualizing the neighborhood in the city of Campi-nas and understanding the choice of location for its implantation within the composition of the macro-metropolis. In the second chapter, an analysis and detailed description is made through the photographic record of each area or equipment that make up the Swiss Park. Finally, a set of actions are pro-posed that aim to better integrate this region with the rest of the city with-out naively considering tearing down the walls.

Keywords

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Sumário

Introdução

Capítulo 01:

O contexto - Campinas, a Região Metropolitana e a Macrometrópole

Capítulo 02:

Complexo Swiss Park

Capítulo 03:

Diretrizes de Integração

Conclusão

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Nesses anos de graduação, tive a oportunidade e o prazer de conhecer melhor São Paulo, uma cidade que desde pequena me encantava pelos prédios altos, a vida agitada e a diversidade de pessoas. Mas também me deu a chance de perceber o quanto era bom voltar para casa: Campinas.

O tema para este trabalho partiu da vontade de estudar minha cidade natal. Pesquisando qual região focar, pensei em meu próprio cotidiano. Vivo em um bairro privilegiado, porém com potencial pouco explorado. Trata-se do bairro Swiss Park, um complexo de loteamentos fechados na antiga Fazenda Sete Quedas, com área total de 5.059.515,69m², divididos em 17 residenciais de unidades habitacionais unifamiliares, 4 condomí-nios habitacionais verticais e um condomínio com 7 prédios comerciais. O complexo dispõe ainda de construções remanescentes da época da fazenda Sete Quedas - demarcados no uso e ocupação do solo do município como área de preservação paisagística - lagos e nascentes em áreas de preservação permanente, o Parque Botânico Amador Aguiar e o Centro Esportivo de Alto Rendimento do Governo Federal.

É cercado por uma ocupação peculiar, composta de motéis (por con-ta da proximidade com a Rod. Anhanguera), um complexo de hotéis e resort de luxo e por bairros como Parque Oziel, Gleba B e Jd. Monte Cristo - bairros nascidos de uma ocupação irregular que abriga cerca de 30 mil pessoas segundo lideranças locais relataram para o Jornal Correio Popular em 2017.

A área está demarcada na Lei de Uso e Ocupação do Solo como per-tencente à macrozona metropolitana, ou seja, influenciada por estrutu-ras viárias que favorecem atividades de grande abrangência territorial.

Introdução | 02

Dentro dessa macrozona, encontra-se no setor de transformação An-hanguera-Bandeirantes, onde o perfil socioeconômico é predominante-mente médio-baixo e existe uma precariedade de equipamentos urbanos e centralidades.

Os registros neste trabalho carregam com eles uma parte da minha história e do meu dia-a-dia. Desde 2006 quando, indo para escola em Va-linhos, vi o primeiro outdoor anunciando o loteamento, até a aquisição do terreno e as frequentes visitas a ele, antes e durante a obra. Tudo metodicamente documentado através da fotografia pelo meu pai, é pos-sível através delas ver a mudança e crescimento do bairro. Morando aqui, é possível vivenciar a influência das rodovias no meu cotidiano, princi-palmente após começar a estudar na USP e, por 5 anos, me deslocar até São Paulo todos os dias com o fretado. É possível sentir a necessidade do carro, mesmo para deslocamentos tão corriqueiros como comprar um pão, e a falta de um transporte público de qualidade.

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Introdução | 03

Para a realização deste trabalho, foi feito um primeiro estudo sobre condomínios fechados e um levantamento fotográfico do Swiss Park através de passeios a pé em 2019. Nesta etapa final, que se resume neste trabalho, inicio com um breve contexto histórico, social e geográfico do bairro para depois elencar possíveis questões e propostas para alcançar o objetivo de integração.

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O contexto | 05

Campinas surge como bairro rural da Vila de Jundiaí na primeira meta-de do século XVIII como um pouso meta-de tropeiros que alavancou o meta- desen-volvimento de diversas atividades e o crescimento populacional. Na se-gunda metade do século, com o incentivo do Governo da Capitania de São Paulo e o interesse de fazendeiros por terras baratas, o bairro rural se transformou em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso em 1774, e posteriormente, em 1842, em Cidade de Campi-nas, quando a predominância na paisagem eram de lavouras de café.

É nesse contexto que se insere a Fazenda Sete Quedas, importante produtora de café e uma das primeiras fazendas a criar núcleo de colonos para trabalhar nas lavouras.

A fazenda se desenvolveu ao longo do século XIX e se tornou uma das mais importantes terras da região, tendo em 1900 alcançado a área de 500 alqueires (12.100.000 m²) e 400 mil pés de cafés plantados. Poste-riormente, sua área original foi parcelada dando origem a Fazenda Pedra Branca, Cachoeira, Jambeiro e outras menores.

“Aberto no início do século XIX pelo ituano José Rodrigues Ferraz do Am-aral, o latifúndio contou inicialmente com a implantação de lavouras de cana e engenhos de açúcar, seguindo-se a abertura de novas fazendas pela família Amaral (Cachoeira, Pedra Branca, Jambeiro, entre outras) que, em meados do século XIX, começaram a cultivar café. A Fazenda Sete Quedas, propriamente dita, coube ao filho e herdeiro Joaquim Bonifácio do Amaral (Visconde de Indaiatuba) que ali realizou importantes empreendimentos, entre eles, as primeiras experiências de introdução de mão de obra livre no trato do café na região de Campinas.” (Plano Local de Gestão Macrozona 6 - Prefeitura de Campinas, 2006)

Imagem 2. Fazenda Sete Quedas - Henrique Manzo. Acervo do Museu Paulista da USP.

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O contexto | 06

Dumont (1980). Assim, com o advento do ônibus e do transporte individual, Campinas adquiriu um crescimento de forma mais espraiada, para além das linhas de bonde. A cidade que antes mantinha uma forte relação com o centro passou, com a instalação das vias de fluxo rápido, a ter o crescimento através desses vetores. Os distritos de Campinas foram crescendo até se tornarem cidades, como por exemplo Paulínia, emancipada de Campinas em 1964. As manchas urbanas que surgem espalhadas aparentemente não têm relação umas com as outras, mas na verdade fazem parte de uma mesma lógica de metrópole promovida pelos fluxos do cotidiano.

A forma com que a cidade de Campinas e, consequentemente, a Região Metropolitana de Campinas cresceram é de extrema importância para entender como e porquê um complexo de loteamentos de alto pa-drão se instalaria em uma região periférica da cidade, estando localizado praticamente na divisa com Valinhos. As rodovias, sobretudo a Rod. An-hanguera, exercem um papel importante - inclusive na divulgação pub-licitária dos terrenos à venda - sendo a facilitadora para o deslocamento (principalmente através do carro particular) na macrometrópole paulis-ta. Com acesso direto às rodovias Anhanguera e Lix da Cunha (conhecida também como Estrada Velha de Indaiatuba), pode-se facilmente também chegar ao Anel Viário de Campinas (Rod. José Roberto Magalhães Teixei-ra), à Rod. Bandeirantes e à Rod. Santos Dumont, que leva ao Aeroporto Internacional de Viracopos em apenas 20 minutos. O loteamento Swiss Park está a 10km do centro de Campinas e a 90km de São Paulo, sendo esses percursos feitos em quase sua totalidade através das rodovias.

Imagem 3. Trabalhadores na construção da Rodovia Anhanguera. A Estrada foi inaugurada em 22 de abril de 1948. Foto: Arquivo Público do estado de São Paulo.

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pertenceu à Amador Aguiar, fundador do Banco Bradesco. Foi neste mes-mo período que deu-se o processo de interiorização das indústrias para além da capital, o que justifica a implantação desses galpões e empresas ao longo das rodovias.

Imagem 4. Mancha Urbana de Campinas, Swiss Park e Rodovias - elaboração da autora sobre imagem do Google Earth.

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O contexto | 08

Hoje, Campinas é uma cidade com mais de 1,2 milhões de habitantes e é a sede de uma região metropolitana com mais de 3,3 milhões de pes-soas, segundo projeção do IBGE para 2020.

As relações entre as cidades da RMC, de forma muito mais forte, mas também da macrometrópole paulista, vão muito além de um movimento pendular em que São Paulo ou Campinas (no caso das relações com a RMC) funcionam como um núcleo. A lógica da instalação do Swiss Park tem muito a ver com o conceito do Megalópole do Sudeste, que ultrapas-sa a formação macrometropolitana paulista e inclui

“o eixo ‘Rio-São Paulo’, porções do Sul de Minas (de Juiz de Fora a Poços de Caldas), e avança pelas principais rodovias paulistas conectando fortemente São Paulo e Campinas a Ribeirão Preto, a São Carlos e Araraquara, a Sorocaba, a São José dos Campos, para citar apenas os principais centros regionais já claramente integrados no processo de megalopolização do Sudeste” (QUEI-ROGA; BENFATTI, 2007a).

No caso do Swiss Park - em que pessoas de toda a RMC são atraídas para morar, trabalhar ou passear - isso fica explícito no trânsito nos horári-os de pico, em que as vias que levam à saída principal no complexo ficam congestionadas de manhã e à tarde nos dois sentidos, ou seja, para sair e entrar no complexo, nos dois sentidos da Anhanguera. Como ressaltam Benfati, Queiroga e Silva, em seu texto, as notícias do trânsito nas rádios

“englobam as chegadas e saídas de São Paulo e Campinas como se tratassem de um único complexo urbano, o que de fato está ocorrendo. Portanto, in-formam não somente o morador da megalópole, cuja referência do dia a dia abrange informações de um raio de hora e meia a duas horas, sobre transporte

Cidade - RMC

População Estimada para 2020 - IBGE

Americana

242.018

Arthur Nogueira

55.340

Campinas

1.213.792

Cosmópolis

73.474

Engenheiro Coelho

21.249

Holambra

15.272

Hortolandia

234.259

Indaiatuba

256.223

Itatiba

122.581

Jaguariuna

58.722

Monte Mor

60.754

Morungaba

13.781

Nova Odessa

60.956

Paulínia

112.003

Pedreira

48.463

Sta. Barbara d'Oeste

194.390

Sto. Antonio de Posse

23.529

Sumaré

286.211

Valinhos

131.210

Vinhedo

80.111

RMC

3.304.338

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O contexto | 09

tempo ter fácil acesso à cidade de São Paulo através das vias de fluxo rápi-do. Não é à toa a quantidade de fretados que circulam diariamente entre Campinas e região até as mais diversas localidades paulistanas.

Essa prática é quase como uma “tradição” recente importada, seguin-do a tendência das cidades jardins e seguin-dos bairros de subúrbio norte-ameri-canos, que trazem em sua essência a presença do verde, a baixa densidade populacional, os traçados de ruas sinuosas tendo o carro como protago-nista, a residência unifamiliar e uma certa independência - sendo de fato uma cidade autônoma no caso inglês ou com um centro secundário no caso dos subúrbios. O sonho de consumo da classe média e alta

ameri-Imagem 6. Fluxo de carros na torre do relógio, localizada na entrada do bairro para quem vem da Rod. Anhanguera ou da ponte que liga à avenida São José dos Campos. Foto: Alexis Sikorky.

Imagem 5. Região Metropolitana de Campinas (RMC). Fonte: EMPLASA.

automotivo, como também todos aqueles que indiretamente são afetados por esse novo modo de vida.” (Benfatti; Queiroga; Silva, 2011).

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Imagem 8. Capa da primeira edição da Revista Swiss Park de Março/ Abril de 2007 destaca a natureza presente no local, a sensação de superioridade (Brasil com ares de Suíça) e o sistema de segurança.

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cana encontra lugar no Brasil nos condomínios e loteamentos fechados pelo país afora. Sempre pautado em grande publicidade no quesito se-gurança e diferenciação do modo de viver do restante da cidade, res-saltando a modernidade, a praticidade e principalmente, a exclusividade.

Imagem 7. Fluxos Migratórios Intrametropolitanos na RMC - retirado do Plano Municipal de Habitação de Campinas (2011).

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Imagem 10. Mancha urbana de Campinas com rodovias e grandes empreendimentos fechados no setor de crescimento da Rod. Dom Pedro I - Imagem Google Earth com destaques da autora.

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Superior à esquerda:

Gráfico 1. Quantidade de Intramuros nas cidades da RMC. (PASQUOTTO; SILVA; LIMA; ARGENTONE; SILVA; ANDRADE; PEIXOTO; ZIMMERMANN; SABALO, 2017).

Superior à direita:

Gráfico 2. Área em m² intramuros nas cidades da RMC. Elaboração própria com dados retirados de PASQUOTTO; SILVA; LIMA; ARGENTONE; SILVA; ANDRADE; PEIXOTO; ZIMMERMANN; SABALO, 2017. Inferior à esquerda:

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Imagem 11. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social para RMC - retirado do Plano Municipal de Habitação de Campinas (2011) com indicação da região do Swiss Park feito pela autora.

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O processo de periferização das habitações de alto padrão levou a configuração atual de abandono do centro das classes mais altas e pos-sibilitou a proximidade de ocupações tão distintas quanto o Swiss Park e o Parque Oziel, sendo este último um conjunto de bairros nascido a partir da luta fundiária do Movimento Sem Teto em 1997 e que hoje é o lar para mais de 6 mil famílias que lutam pela regularização fundiária desde 2002. Os bairros que compõem o conjunto (Oziel, Gleba B e Jd. Monte Cristo) ainda carecem de urbanização básica.

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Tipo ID Descrição

16 Loteamento Jd. Monte Cristo e Pq. Oziel 30 a 32 Loteamento Vilas de Taubaté (Gleba B)

33 Núcleo Residencial 16 de Janeiro 52 Núcleo Residencial Ilha do Lago 61 Núcleo Residencial Jd. Camboriú 67;326 Núcleo Residencial Jd. Das Bandeiras II

71 Núcleo Residencial Jd. Irajá 264 Núcleo Residencial Sta. Marta

265 Núcleo Residencial Vila Nossa Sra. De Lourdes 266 Núcleo Residencial Sete Quedas

270 Núcleo Residencial Pq. Jambeiro 337 Núcleo Residencial Jd. São José ANEXO XIX - Quadro de Regularização Fundiária

Área de Regularização Fundiária

de Interesse Específico 245 Loteamento Morada das Bandeiras

Zonas Especiais de Regularização de Interesse Social - Zeis-R

Tabela 2. Quadro de Regularização Fundiária. Elaborado pela autora com dados do Plano Diretor Estratégico de Campinas (2018).

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Imagem 13. Mapa de Regularização Fundiária aproximado com Swiss Park demarcado pela autora. Recorte retirado do Anexo XVIII do Plano Diretor Estratégico de Campinas (2018).

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O Swiss Park Campinas é um empreendimento urbanístico que con-siste em um bairro de mais de 5 milhões de m² distribuídos entre lotea-mentos fechados, áreas de preservação ambiental e áreas comerciais. Foi lançado em 2006 com as feições que o projeto tem hoje, porém a con-cepção do projeto original é de 1994, quando o Banco Bradesco, então proprietário da área, contratou a COMURB e o escritório DE FOURNIER Arquitetos Associados para conceber um projeto para a área que na época era utilizada como setor de informática e arquivo do banco.

Imagem 14. Torre do rológio na entrada do bairro. Foto: Dejivanildo Pereira da Silva - dez/2013.

O projeto, denominado Fazenda Sete Quedas, era de um bairro autônomo para 70 mil pessoas, com densidade populacional baixíssima e contemplando casas, condomínios fechados, centros empresariais, supermercados e shop-pings. Porém, entre 2003 e 2004, já com o projeto aprovado, o Banco Bradesco decidiu vender a área para AGV Campinas Empreendimentos, empresa que se formou a partir de duas outras, a Swiss Park Incorporadora LTDA, responsável por dois outros empreendimentos nos mesmos moldes do que se planejava im-plantar aqui (Swiss Park São Bernardo do Campo, de 1995; e Swiss Park São Car-los, de 2003) e pelo Grupo Gafor, que tem experiência no ramo de transportes rodoviários e empreendimentos imobiliários.

O rumo do projeto urbanístico mudou com os novos proprietários da área e passou a ser desenvolvido somente pela COMURB, tomando a forma que tem hoje.

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Imagem 16. Projeto urbanístico atual, desenvolvido pela COMURB para a AGV. Fonte: Site oficial Swiss Park Campinas.

Hoje, segundo estimativa da Revista Swiss Park de dezembro de 2020, o complexo conta com uma população de 11.200 habitantes, com 16 dos 17 loteamentos já entregues aos proprietários e 2.779 residências com obras concluídas dos 5.020 lotes no total. Os dados que permitem mensurar o crescimento da região são somente os disponíveis nas edições de fim de ano desta revista, uma vez que não há dados do último censo, em 2010, pois o bairro ainda não era consolidado, tendo em dezembro de 2009, 500 obras em andamento e um ano depois 100 famílias morando no local.

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Partindo do segundo projeto, o complexo urbanístico implantado conta com: • 5.059.515,69m² de área total;

• 17 loteamentos fechados residenciais horizontais que totalizam 5.020 unidades habitacionais;

• 202 lotes comerciais horizontais;

• 4 condomínios fechados residenciais verticais que totalizam 798 unidades habitacionais;

• Centro empresarial Swiss Park Office com 8 torres comerciais to-talizando 1.002 salas;

• 17 lagos;

• 1.011.903m² de área de preservação ambiental; • Parque Botânico Amador Aguiar com 554.000 m²;

• Remanescentes da Fazenda Sete Quedas: Sede e Capela; • Remanescentes da Fazenda Bradesco: 6 galpões;

• Centro Esportivo de Alto Rendimento do Governo Federal com 162.000 m²;

Cada loteamento conta com sua própria infraestrutura de lazer e segu-rança, administrados por uma associação de moradores de cada residencial. Para além das 17 associações relacionadas a cada um dos loteamentos existe a Associação dos Proprietários do Swiss Park, que se autodenomina Associação Master. Nela, são associados (e pagam mensalidade) além dos moradores dos 17 loteamentos fechados, os proprietários de terrenos comerciais, de salas comerciais no Swiss Park Office e mais recentemente os proprietários de apar-tamentos dos 4 condomínios fechados. Cabe à associação Master padronizar as portarias e o sistema de segurança, aprovar e fiscalizar obras para que se ate-

nham ao código de obras estabelecido, manutenção das vias e jardins nas vias públicas e a segurança, com o controle de câmeras e rondas constantes. No-ta-se que a associação tem uma maior atuação principalmente nas áreas públi-cas onde, teoricamente, a atuação deveria caber à prefeitura, fazendo o mora-dor pagar em duplicado para obter determinados serviços, como a segurança e a coleta de lixo. Este último serviço, por exemplo, funcionava com a coleta de lixo municipal até 2013, quando a prefeitura deixou de atender o bairro pois a mesma se recusava a realizar a coleta dentro dos loteamentos fechados e o acúmulo de lixo nas caçambas na frente da portaria gerava muitas reclamações dos moradores. Assim, as associações dos residenciais juntamente com a Mas-ter contrataram um serviço Mas-terceirizado de coleta que é cobrado juntamente com as demais taxas nos dois boletos pagos referentes às associações.

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Imagem 27. Uma das entradas alternativas para o Parque Botânico. Foto: Melina Moscardini - mai/2019

O Parque Botânico Amador Aguiar foi inaugurado em julho de 2009 com investimento estimado em 4 milhões de reais segundo a edição núme-ro 3 da revista Swiss Park de outubnúme-ro de 2007. Conta com 554 mil m² de livre acesso à toda população, e apesar de existir uma portaria, o acesso não é controlado. Existe uma construção no entorno de uma figueira de mais de 20m de altura logo na entrada principal do parque que pelo projeto original deveria ser destinada a um restaurante com bar, uma loja e uma biblioteca, porém desde sua inauguração o espaço encontra-se vazio, sendo utilizado poucas vezes ao ano para realização de eventos promovidos pela Associação Master, como festas juninas e campanhas de doação de sangue. Além da por-taria principal existem portões em diversos locais das grades que delimitam o parque que funcionam como entradas alternativas.

O parque é muito utilizado pelos moradores para a prática de exercícios físicos como caminhadas e corridas, e como cenário para fotos de gestantes, famílias e casais, que vêm acompanhados de seus fotógrafos e todos os equi-pamentos, tornando alguns pontos específicos bem concorridos para as fotos. Existem caminhos diversos que se pode percorrer dentro do parque. Saindo da região da portaria principal, o caminho é mais fechado e com vegetação densa, chegando mais a frente em uma clareira que leva aos caminhos de terra no entorno dos lagos. Não muito tempo atrás, foi inaugurado um novo espaço dentro do parque chamado de Horto Botânico, com a intenção de que os visitantes possam conhecer diversas espécies em um passeio didático com mudas catalogadas.

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Imagem 28. Páginas 22 e 23 da edição 79 de dezembro de 2020 noticiando o horto botânico. Imagem 29. Construções desocupadas em torno da figueira centenária. Foto: Dejivanildo Pereira da Silva - ago/2009.

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Não foram definidos ainda os termos legais em relação a essa troca de administração, mas o que se discute é inclusive a cobrança de taxas para a utilização do parque. Para reduzir custos, a sede da Associação Master, que hoje está localizada em um dos galpões remanescentes do Banco Bradesco, irá ocupar a construção vazia dentro do Parque Botânico que deveria ser destinada à uma biblioteca. O Parque Botânico Amador Aguiar já não cons-ta mais na relação de atrativos naturais do site da Prefeitura de Campinas. O Centro Esportivo de Alto Rendimento é um projeto do Governo Federal que implementou uma estrutura para capacitação de atletas em cada região do país. No sudeste, o centro esportivo está localizado den-tro do Swiss Park Campinas.

Com área total de 162 mil m² e 25 milhões de investimento previs-to segundo a edição 03 de 2007 da Revista Swiss Park, o projeprevis-to previa atender às modalidades de atletismo, saltos ornamentais, natação, tênis, taekwondo, badminton, entre outras. Tinha a intenção de ter suas obras concluídas em 2009 e servir como centro de treinamento para atletas que participariam dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil, porém, a con-strução não foi inteiramente finalizada até hoje, tendo sido inauguradas somente a pista de atletismo, as piscinas e as quadras de tênis. Mes-mo com essas estruturas inauguradas, não é feito um trabalho de ma-nutenção das áreas que, com exceção da pista de atletismo, aparentam estar sem uso e abandonadas.

A pista de atletismo é utilizada desde 2010 pelo Instituto Vanderlei Cor-deiro de Lima/ Orcampi que utiliza o espaço para oferecer treinamento para adolescentes atletas iniciantes 3 vezes na semana e todos os dias para atletas

profissionais que participam de competições nacionais e internacionais. Tem a gestão do espaço cedida pela prefeitura e atende cerca de 200 adolescentes de Campinas e região.

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Imagem 31. Quadras de tênis. Ao fundo casas no Swiss Park. Foto: Melina Moscardini - abr/2019. Imagem 30. Entrada principal do Parque Botânico Amador Aguiar vista do Centro Esportivo de

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Imagem 37. Casa na vila dos funcionários do Banco Bradesco. Foto: Walter Cintra - fim da década de 80. Imagem 36. Casa abandonada na vila dos funcionários do Banco Bradesco e que deveria servir de

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Imagem 39. Vila e o que foi construído do Centro Esportivo. Imagem aérea de 2020, retirada do Google Earth.

Além das casas da vila remanescentes da Fazenda Bradesco, existem 6 galpões que eram utilizados como arquivo ou prédios administrativos. Com o loteamento da fazenda, os galpões foram mantidos na intenção de vender para algum investidor que tivesse interesse em utilizar a estru-tura para a implantação de supermercados, shoppings, escolas ou afins. Dos seis, um galpão é utilizado em partes como sede da Associação Master e por um restaurante e outro é utilizado pela prefeitura como Arquivo Municipal. Os demais encontram-se desocupados e esporadica-mente são utilizados pela Polícia Militar para treinamentos.

Além dos galpões, outra “herança” do período é uma das escolas da Fundação Bradesco, instituição de direito privado e sem fins lucrativos que

possui 40 escolas de educação básica e profissionalizante por todo Bra-sil. A unidade de Campinas, situada agora no Swiss Park, foi inaugurada em 1975. Oferece da educação infantil até o ensino médio, cursos profis-sionalizantes e o EJA, priorizando atender filhos de funcionários do Banco Bradesco e crianças de baixa renda. Segundo dados da própria Fundação, a previsão é de 2.915 pessoas atendidas em 2021, a maioria, 1.320, em For-mação Inicial e Continuada (FIC) e 989 no Ensino Fundamental.

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E anteriores a essas construções existem ainda prédios da época em que a área se destinava à plantação de café. Da Fazenda Sete Quedas ain-da estão de pé a sede e a capela, que permitem trabalhar o imaginário de como seriam essas terras há mais de cem anos atrás.

A sede da fazenda funcionou por muito tempo como plantão de vendas para a AGV e seu acesso era livre para as pessoas conhecerem o jardim e o quintal, que conta com árvores centenárias e redes nas sombras delas. Em 2019, o acesso ao casarão, como é chamado, se tornou mais restrito, tendo que ter horário agendado com algum corretor para conseguir se aproximar. Hoje, em seu entorno está sendo construído um dos 17 loteamentos e o casa-rão ficará dentro deste residencial, tendo seu acesso restrito aos moradores do mesmo, e seu entorno completamente descaracterizado.

A capela pertence à paróquia São João XXIII do Jd. Icaraí, bairro vizinho ao Swiss Park. Ficou por muito tempo fechada mas com o aumento de mora-dores passou a realizar missas aos domingos em dois horários e somente neles ela fica aberta para o público.

Em frente à capela fica o moinho e a pequena ponte para chegar até ele. Por ser um cenário charmoso, é muito utilizado para sessões de fotos, assim como o parque botânico. Muitos acreditam que sua construção é da mesma época que a capela e o casarão, porém o moinho foi construído na década de 80, quando a fazenda já pertencia ao banco Bradesco.

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Imagem 49. Foto da maquete que se encontra dentro do casarão mostra loteamento no entorno da construção. Foto: Melina Moscardini - jun/2019.

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Imagem 51. Quintal do casarão, suas árvores formam um ótimo espaço de estar. Foto: Melina Moscardini - jun/2019.

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Imagem 57. Estação Ferroviária Sete Quedas, já desativada - Foto: Ralph M. Giesbrecht - mar/1998. Imagem 58. Estação Ferroviária Sete Quedas atualmente - Fonte: Google Street View - imagem de mar/2020.

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Imagem 59. Fim da rua José Fidélis Filho. Subindo essa “escada” pode-se ver a antiga ponte da linha de ferro que cruza o Rio Capivari - Fonte: Google Street View - imagem de mar/2020.

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Diferente dessas construções, os prédios residenciais são um rela-tiva novidade para o complexo Swiss Park. Apesar de suas áreas já es-tarem reservadas para esse uso desde o princípio, aparentemente para alguns proprietários de terrenos dos loteamentos a informação que res-idenciais verticais viriam se instalar no bairro não foi bem recebida. O primeiro empreendimento divulgado foi o Villeneuve que meses depois apresentou seu “irmão” e vizinho, o residencial Noville. Ambos seguem a mesma linha, compartilhando inclusive as mesmas plantas com pequenas diferenças em suas áreas comuns. Entre os lançamento de um e outro, foi anunciado o residencial La Vie, o mais polêmico de todos por sua lo-calização contígua ao Parque Botânico Amador Aguiar, tendo inclusive

sua placa publicitária localizada dentro do complexo pichada com a pa-lavra “fora!”. O mais recente dos prédios é o Eco Vila Genebra, localiza-do ao lalocaliza-do da Fundação Bradesco e da Rod. Lix da Cunha, e talvez, essa localização seja a razão de ter o menor preço por metro quadrado dos quatros empreendimentos verticais do Swiss Park. Abaixo seguem infor-mações obtidas sobre esses empreendimentos com corretor de imóveis, sendo os dados referentes ao primeiro semestre de 2020:

VILLENEUVE:

Número de torres: 7

Número de pavimentos: 6 Número de apartamentos: 196

Apartamento Garden - 93,38m² | 2 dormitórios sendo 1 suíte Apartamento Tipo - 91,09m² | 3 dormitórios sendo 1 suíte Valores: à partir de R$554.000,00

NOVILLE:

Número de torres: 7

Número de pavimentos: 6 Número de apartamentos: 196

Apartamento Garden - 93,38m² | 2 dormitórios sendo 1 suíte Apartamento Tipo - 91,09m² | 3 dormitórios sendo 1 suíte Valores: à partir de R$572.000,00

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LA VIE: Número de Torres: 05 Número de pavimentos: 7 Número de apartamentos: 150 Apartamentos de 3 ou 4 dormitórios de 103 m², 121 m² ,131 m² e 140 m²; Penthouse de 210 m² Valores: à partir de R$ 737.000,00 ECO VILA GENEBRA:

Número de torres: 8

Número de pavimentos: 7 Número de apartamentos: 256

Apartamentos de 2 dormitórios com 66 m², sendo os térreos com jardim com área de 32 m²

Apartamentos de 3 dormitórios com 76 m², sendo os térreos com jardim com área de 29 m²

Valores: à partir de R$386.900,00

Uma das maiores reclamações referente a instalação desses prédios no bairro é o aumento populacional e, consequentemente, o maior trânsito para entrar e sair do complexo. No caso do La Vie, pessoas acreditavam que ele es-tava sendo construído em área do Parque Botânico pois antes da construção, o gradil que separa a rua do parque abarcava essa área, porém, nos desenhos de implantação do Swiss Park, o terreno do empreendimento sempre esteve como algo separado da área pública.

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Imagem 65. Construção do La Vie ao fundo e Parque Botânico já inaugurado. Foto: Melina Moscardini - mai/2019.

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Outra construção vertical que contribui para o trânsito dentro do complexo é o Swiss Park Office, condomínio de 8 prédios de 3 pavi-mentos com salas comerciais de 40 a 900 m², equipado com portaria independente, restaurante e salas de convenções em uma área total de 141.556,20 m². Apesar de ter quase 3 mil vagas para carros, os fun-cionários que trabalham nas empresas dentro do Office preferem esta-cionar os carros nas avenidas externas ao condomínio comercial para não pagar estacionamento, o que gera uma enorme quantidade de car-ros estacionados na região. Nos horários de pico, o fluxo de veículos saindo e entrando do Swiss Park aumenta consideravelmente com o deslocamento desses trabalhadores, que preferem utilizar o transporte individual ao invés do público. Um dos grandes chamarizes para insta-lação de empresas nesse empreendimento é o fácil acesso à rodovias e o status de condomínio fechado.

Ainda se tratando de áreas comerciais, o próprio Complexo Swiss Park conta com terrenos comerciais externos às portarias dos lotea-mentos. São 212 unidades comerciais, destas 121 estão ativos, segun-do a revista Swiss Park edição 79 de dezembro de 2020 e a maioria atua no segmento de alimentação, com restaurantes e padarias. Com o crescimento do bairro, grandes empresas se instalaram por aqui, como por exemplo uma escola particular conhecida na cidade e uma grande rede de farmácias. Se destacam também imobiliárias e empresas que prestam serviços para obras, como material de construção, aluguel de andaimes, etc. Esses comerciantes possuem associação própria

de-nominada Viva - Associação Comercial do Swiss Park, mas também são Imagem 69. Swiss Park Office, ao fundo Swiss Park. Fonte: Site oficial Swiss Park.

regulamentados pela associação Master. Além disso, às sextas-feiras de manhã uma feira livre é instalada na Rua Lázaro Marchete com venda de verduras, ovos, peixes e pastéis nas poucas barracas que se apre-sentam. Para frequentar o comércio e a feira, os moradores locais se deslocam principalmente de carro ou à pé.

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Imagem 72. Alguns comércios instalados ao longo da Av. Dermival Bernardes Siqueira. Foto: Melina Moscardini - jan/2021.

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Dentro do complexo passam três linhas de ônibus: 402, 402.1 e 430. Além dessas, uma outra linha atende algumas pessoas que frequentam o bairro passando na Rod. Lix da Cunha na altura da entrada do Swiss Park, a linha 434. Todas as quatro têm como ponto final o terminal Central de Campinas, localizado no centro da cidade, há 10km do complexo.

As linhas 402 e 402.1 fazem o mesmo trajeto após sair do complexo, com a diferença que a primeira atende a região do Parque Botânico pela Av. Wellman Galvão de França Rangel e o Office pela Av. Antonio Artioli e a outra atende a maioria das portarias dos residenciais pela Av. Dermival Bernardes Siqueira. A linha 430 foi criada para ser uma alternativa expressa às duas outras linhas, fazendo o mesmo percurso dentro do Swiss Park que a linha 402.1, mas após sair do bairro indo de forma mais direta até o terminal central. Segundo dados da EMDEC - Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, essa se tornou a linha com veículos mais cheios da cidade e com maior número de reclamações registradas.

Um dos destinos das pessoas que preferem utilizar carros de apli-cativo para sair do Swiss Park é a estação de transferência do Parque Prado, um mini terminal de ônibus inaugurado em 2010 em frente a um pequeno Shopping Center na região, há 5km do complexo. Por lá, pas-sam mais opções de linhas que levam a diferentes pontos da cidade, o que facilita o deslocamento dos trabalhadores e moradores.

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Para ilustrar a situação, a empresa Polo Planejamento através de um Laudo de Mobilidade encomendado pela Associação dos Proprietários do Swiss Park realizou um levantamento de carregamento visual de passageiros nos dois principais acessos ao bairro: Através do viaduto Carlos Gomes que transpõe a Rod. Anhanguera e o acesso pela Rod. Lix da Cunha ao lado do terreno onde será construído o empreendimento Eco Vila Genebra. Através dele foi possível obter informações sobre o transporte coletivo nos dois sentidos desses acessos, entre as 06h e às 09h em uma quarta-feira em dezembro de 2018.

Imagem 77. Mapa Swiss Park indicando saídas principais onde foram realizadas as pesquisas .

Fonte: Polo Planejamento. Tabela 3. Registro visual de carregamento de passageiros de itinerários de ônibus - posto 01. Fonte: Polo Planejamento.

INTERNAL#

Local: Acesso Rodovia Anhanguera Posto: 1

Data: Wednesday, 19 December 2018

HORÁRIO VEÍCULO N° TIPO DE LINHA VEÍCULOTIPO DE A B C D E

402 T CENTRAL U O 1 430 SWISS PARK U O 1 801 FRETADO M V 1 315 FRETADO M M 1 3500 FRETADO M M 1 3150 FRETADO M M 1 FRETADO M V 1 541 FRETADO M V 1

402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1

821 FRETADO M O 1

402 T CENTRAL U O 1 I-14 ACESSÍVEL U V 1

151 FRETADO M V 1

402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1

430 SWISS PARK U O 1 28JO FRETADO M O 1 638 FRETADO M V 1 A05 FRETADO U O 1 FRETADO M O 1 402 T CENTRAL U O 1 430 SWISS PARK U O 1 2142 FRETADO M O 1 2141 FRETADO M O 1 FRETADO M O 1 FRETADO M O 1 51103 FRETADO M M 1 FRETADO M V 1 402 T CENTRAL U O 1 FRETADO M O 1 FRETADO M V 1 FRETADO M O 1 FRETADO M V 1 430 SWISS PARK U O 1 FRETADO M O 1 FRETADO M M 1 951 FRETADO M V 1 5645 FRETADO M V 1 M-7 FRETADO M O 1 FRETADO M O 1 345 FRETADO M M 1 4300 SWISS PARK U O 1 FRETADO M M 1 2114 FRETADO M M 1

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No acesso via Rod. Anhanguera foram identificados 41 itinerários de ônibus, sendo 30 de fretados (ônibus, micro-ônibus e vans) e 11 itinerários de linha (ônibus), sendo os mais cheios de passageiros a linha 430 Swiss Park e a linha 402 Figueira-Swiss Park.

Já no acesso via Rod. Lix da Cunha foram somente 5 itinerários, sendo 2 de fretados (micro-ônibus e vans) e 3 itinerários de linha (ônibus), sendo que em nenhum deles foi identificado uma grande quantidade de passageiros.

Tabela 4. Registro visual de carregamento de passageiros de itinerários de ônibus - posto 01 (continuação). Fonte: Polo Planejamento.

Tabela 5. Registro visual de carregamento de passageiros de itinerários de ônibus - posto 02. Fonte: Polo Planejamento.

INTERNAL# 791 FRETADO M V 50080 FRETADO M M 1 A48 FRETADO M O 1 M05 FRETADO M O 1 430 T CENTRAL U O 1 ESCOLAR O 1 GARAGEM U O 1 FRETADO M V 1 FRETADO M V 1 FRETADO M O 1 FRETADO M M 1 FRETADO M M 1 11 FRETADO M O 1 SEM NÚMERO U O 1 FRETADO M M 1 430 T CENTRAL U O 1 03 FRETADO M O 1 FRETADO M O 1 430 SWISS PARK U O 1 FRETADO M O 1 GARAGEM U O 1

FRETADO SÃO PAULO - CAMPINAS M O 1

402 T CENTRAL U O 1 FRETADO M V 1 1036911 FRETADO M O 1 FRETADO M O 1 102 U O 1 FRETADO M V 1 FRETADO M O 1 FRETADO M M 1 ESCOLAR V 1 FRETADO M O 1 GARAGEM U O 1 FRETADO M V 1 SEM NÚMERO U O 1 2040 FRETADO M O 1

402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1

430 FRETADO M V 1 1001 FRETADO M V 1 430 T CENTRAL U O 1 3300 FRETADO M O 1 4858 GARAGEM U O 1 430 SWISS PARK U O 1 LEGENDA:

Tipo de Linha Ocupação

U - Urbana (Linhas municipais) A

M - Metropolitana (Linhas Intermunicipais) B

C Tipo de Veículo D A - Ônibus Alongado E O - Ônibus Convencional M - Microônibus V - Van

Ônibus superlotado, não há visibilidade do lado oposto do ônibus 07:30 07:45 07:45 08:00 08:00 08:15 08:15 08:30 08:30 08:45 08:45 09:00

Poucos assentos ocupados

Assentos ocupados, algumas pessoas em pé Todos os assentos ocupados, meia lotação em pé Todo o ônibus lotado (em pé e sentado)

Local: Acesso Rodovia Lix da Cunha Posto: 2

Data: Thursday, 20 December 2018

HORÁRIO VEÍCULO N° TIPO DE LINHA VEÍCULOTIPO DE A B C D E

402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1

002 FRETADO M V 1 20 VALINHOS M M 1 402 T CENTRAL U O 1 06:30 06:45 FRETADO M V 1 FRETADO M V 1 FRETADO M V 1 07:00 07:15 FRETADO M V 1 07:15 07:30 402 T CENTRAL U O 1 07:30 07:45 FRETADO M M 1 07:45 08:00 FRETADO M V 1

08:00 08:15 402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1 08:15 08:30 402 FIGUEIRA - SWISS PARK U O 1 08:30 08:45 402 T CENTRAL U O 1

08:45 09:00 FRETADO M O 1

LEGENDA:

Tipo de Linha Ocupação

U - Urbana (Linhas municipais) A

M - Metropolitana (Linhas Intermunicipais) B

C Tipo de Veículo D A - Ônibus Alongado E O - Ônibus Convencional M - Microônibus V - Van 06:00 06:15 06:15 06:30 06:45 07:00

Poucos assentos ocupados

Assentos ocupados, algumas pessoas em pé Todos os assentos ocupados, meia lotação em pé Todo o ônibus lotado (em pé e sentado)

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Mas não é somente o transporte coletivo que é deixado de lado quando se trata de locomoção dentro e para fora do complexo Swiss Park. As bicicletas só vieram a ser consideradas dentro do contexto do bairro no ano de 2020, com a instalação da ciclofaixa na Av. Dermival Bernardes Siqueira. A obra veio como uma contrapartida pela implementação dos condomínios residenciais verticais como uma alternativa ao carro, com a intenção de diminuir o trânsito. O porém é que o projeto não interliga a avenida com nada, sendo a ciclofaixa mais utilizada por moradores para lazer aos fins de semana para andar de bicicleta ou praticar caminhada.

No Laudo de Mobilidade, a Polo Planejamento realizou uma pesquisa volumétrica classificada nos mesmos dois principais acessos ao bairro. Através dele é possível obter dados sobre a movimentação nessas entradas de veículos motorizados, bicicletas e pedestres que circulam por ali em determinado período. As contagens foram realizadas em dezembro de 2018, em uma quarta-feira no período da manhã, das 06h as 09h.

Nota-se uma grande diferença entre os acessos, sendo o da Rod. Anhanguera muito mais utilizado, com movimentação chegando a ser 10x superior à outra. Além disso, comprova-se que os automóveis são o principal meio de locomoção utilizado por quem frequenta o bairro. Os movimentos ativos (pedestres e bicicletas) são maiores no acesso da Rod. Anhanguera nos horários entre 06h e 07h30 em ambos os sentidos, sendo eles trabalhadores que acessam o Swiss Park no sentido Anhanguera - Residenciais e moradores da região que estacionam seus carros próximo à essa entrada para pegar fretados na rodovia que levam às cidades próximas e principalmente São Paulo.

Sobre a circulação a pé no bairro, três são os principais entraves

que desestimulam a utilização desse transporte ativo: a descontinuidade das calçadas, a inexistência de uma rede de circulação com o comércio, principal atrativo de deslocamentos internos, e a pouca acessibilidade para pessoas com deficiência, com a falta de faixas de pedestres, calçadas mais largas, piso tátil e rampas. Além disso, faltam elementos que ajudem a diminuir a velocidade dos carros que transitam pelo complexo sempre acima da velocidade máxima permitida, chegando em alguns pontos a 80km/h tranquilamente.

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Tabela 6. Pesquisa volumétrica classificada. Posto 1A - Fonte: Polo Planejamento. Tabela 7. Pesquisa volumétrica classificada. Posto 1B - Fonte: Polo Planejamento.

Tabela 8. Pesquisa volumétrica classificada. Posto 2A - Fonte: Polo Planejamento. Tabela 9. Pesquisa volumétrica classificada. Posto 2B - Fonte: Polo Planejamento.

Local: Posto: 1

Movimento: Data:

Horário Auto Motos Ônibus Caminhões Bicicletas Pedestres 06:00 - 06:15 149 17 17 6 0 8 06:15 - 06:30 365 32 25 12 1 2 06:30 - 06:45 638 54 38 3 0 3 06:45 - 07:00 952 83 43 7 0 1 07:00 - 07:15 1394 112 52 9 0 4 07:15 - 07:30 1811 134 58 9 0 4 07:30 - 07:45 2352 169 63 13 0 3 07:45 - 08:00 2890 206 69 13 0 1 08:00 - 08:15 3388 227 75 18 1 3 08:15 - 08:30 3841 258 80 7 0 0 08:30 - 08:45 4339 284 83 17 0 1 08:45 - 09:00 4702 306 87 16 0 1

Acesso Rodovia Anhanguera - Saída Swiss Park 1A

Wednesday, 19 December 2018

Local: Posto: 1

Movimento: Data:

Horário Auto Motos Ônibus Caminhões Bicicletas Pedestres 06:00 - 06:15 154 17 16 5 2 29 06:15 - 06:30 386 49 27 12 1 2 06:30 - 06:45 669 82 40 3 1 24 06:45 - 07:00 1064 120 46 8 0 16 07:00 - 07:15 1521 164 60 12 1 19 07:15 - 07:30 2127 201 66 16 1 13 07:30 - 07:45 2804 255 73 23 1 21 07:45 - 08:00 3569 324 79 26 1 21 08:00 - 08:15 4004 373 90 42 0 9 08:15 - 08:30 4590 419 97 24 0 12 08:30 - 08:45 5170 447 105 35 1 6 08:45 - 09:00 5714 481 110 25 0 7

Acesso Rodovia Anhanguera - Entrada Swiss Park 1B

Wednesday, 19 December 2018

Local: Posto: 2

Movimento: Data:

Horário Auto Motos Ônibus Caminhões Bicicletas Pedestres 06:00 - 06:15 52 16 1 1 0 0 06:15 - 06:30 130 28 0 0 1 5 06:30 - 06:45 215 35 2 0 0 0 06:45 - 07:00 318 51 0 3 3 0 07:00 - 07:15 403 60 3 4 0 0 07:15 - 07:30 471 70 0 0 0 0 07:30 - 07:45 513 75 0 3 0 0 07:45 - 08:00 541 80 0 5 0 1 08:00 - 08:15 556 84 0 3 0 0 08:15 - 08:30 568 87 0 6 2 2 08:30 - 08:45 588 89 0 0 0 0 08:45 - 09:00 609 90 0 4 0 0

Acesso Rodovia Lix da Cunha - Entrada Swiss Park 2A

Thursday, 20 December 2018

Local: Posto: 2

Movimento: Data:

Horário Auto Motos Ônibus Caminhões Bicicletas Pedestres 06:00 - 06:15 29 3 1 0 0 5 06:15 - 06:30 49 4 2 0 0 4 06:30 - 06:45 85 7 3 0 10 2 06:45 - 07:00 131 12 3 1 0 4 07:00 - 07:15 158 16 4 2 1 0 07:15 - 07:30 190 18 5 5 0 6 07:30 - 07:45 213 22 6 5 0 0 07:45 - 08:00 236 24 6 3 0 4 08:00 - 08:15 254 27 6 2 0 2 08:15 - 08:30 271 28 7 3 0 0 08:30 - 08:45 290 29 0 8 0 1 08:45 - 09:00 305 30 8 3 0 0

Acesso Rodovia Lix da Cunha - Saída Swiss Park 2B

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Imagem 79. Rod. Lix da Cunha na altura da saída do Swiss Park. Foto: Melina Moscardini - jan/2021.

Imagem 80. Av. Dermival Bernardes Siqueira faz divisa com a área rural da cidade. Foto: Melina Moscardini - jan/2021.

O entorno do Swiss Park é bem diverso. A nordeste, do outro lado da

via Anhanguera encontram- se bairros de média e média alta renda, como o Parque Prado. A oeste, do outro lado da Rodovia Lix da Cunha, encontram-se bairros de média e média-baixa renda além do Parque Oziel com renda baixa. Há também alguns motéis pela proximidade com as rodovias e um complexo de hotéis de luxo, o Royal Palm Hotels & Resorts. Além disso, o bairro faz divisa com a área rural de Campinas a sudeste, o que faz com que a Av. Dermival Bernardes Siqueira tenha um caráter próprio, de um lado os muros e portaria de condomínios e de outro cercas das fazendas, onde não raro é possível observar de perto o gado.

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1948: Inauguração da Rod. Anhanguera 1970: Interiorização das empresas e indústrias Desativação da estação ferroviária Sete Quedas

1972: Inauguração da

Rod. Dom Pedro I.

1975: Inauguração da

Es-cola Fundação Bradesco

1979: Inauguração da

Rod. Bandeirantes

Aquisição de parte da an-tiga fazenda Sete Quedas por Amador Aguiar

1980: Inauguração da

Rod. Santos Dumont Construção do Moinho

1994: Primeiros projetos

de loteamento fechado para a região onde é hoje o Swiss Park.

1996: Lançamento do

Alphaville em Campinas

1997: Primeiras

ocu-pações no bairro Oziel

2001: Inauguração da

Rod. Magalhães Teixeira

2002: Início do

pro-cesso de regularização fundiária da região do Parque Oziel

2003/2004: Banco

Brades-co vende área para a AGV

2006: Lançamento do

Swiss Park e tem início o projeto de ampliação do Aeroporto de Viracopos

2009: Inauguração do

Parque Botânico Ama-dor Aguiar

2010: Instituto Vanderlei

Cordeiro de Lima passa a utilizar a pista de atletis-mo do centro esportivo

2011: Minha família se

muda para o Swiss Park

2017/2018: Lançamento

dos empreendimentos residenciais verticais

2020: Administração do

Parque Botânico passa a Associação Master

Swiss Park tem população de 11.200 habitantes

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Neste capítulo serão apresentadas propostas de intervenções para melhor integração do bairro Swiss Park à cidade. Tais intervenções buscam tornar o bairro mais atrativo para os próprios moradores do local e de outras regiões, melhorando a circulação para que o complexo não se torne um enclave e consequentemente, trazer elementos que melhorem a qualidade de vida dos que frequentam e possam vir a frequentar o bairro.

Muitas intervenções se estendem por uma linha, e algumas das propostas são dependentes entre si, precisando que uma seja executada para que a outra seja possível. São organizados entre 3 eixos de ação, mas a ideia é que eles se

conectem formando um sistema de melhorias. Essas medidas foram pensadas a partir do estudo de um lugar específico, no caso o Swiss Park Campinas, se referenciando no que é possível e palpável com base em exemplos que já existem na cidade ou em outros lugares do Brasil.

O primeiro eixo de intervenções é a Rod. Lix da Cunha (SP-73), cuja

principal proposta é municipalização de um trecho da rodovia, transformando-a em avenida. A rodovia que liga Campinas a Salto também é conhecida como Estrada Velha de Indaiatuba e em Salto é chamada Avenida das Nações Unidas, o que indica que na cidade ela assume o traçado que é proposto para o trecho próximo ao Swiss Park.

Iniciando no trevo que liga a Rod. Santos Dumont, Rod. Anhanguera e a Av. Prestes Maia em Campinas, a Rod. Lix da Cunha tem uma pista em cada sentido. Em 2014 sua duplicação estava contida no plano viário de acesso ao Aeroporto de Viracopos anunciado pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem) do Estado de São Paulo, mas em 2016 a obra foi deixada de lado e nunca saiu do papel. O plano de duplicação seria aplicado justamente no

trecho onde a municipalização é proposta por esse trabalho, entre o trevo e o ponto onde cruza com a Rod. Bandeirantes, dado o fluxo de carros com deslocamentos de caráter urbano.

Nesse segmento da via, é possível observar motéis, entradas para os bairros da região como Jd. Icaraí e Gleba B, oficinas de carros, o Centro de Convenções do Royal Palm Plaza, marmorarias, algumas residências, os muros dos loteamentos do Swiss Park, a portaria da Escola Fundação Bradesco, a fachada da vila do Centro Esportivo, o Centro de Saúde Carvalho de Moura, entre outros. Também, do mesmo lado do Swiss Park, passa uma linha de alta tensão da CPFL, empresa de distribuição de energia elétrica em Campinas.

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O conceito de rodovia, convertida em avenida dentro do perímetro urbano, não é algo novo no Brasil. Várias cidades litorâneas adotam essa solução, mesmo que não oficialmente, quando rodovias federais, ou estaduais entram em seu território. Calçadas são alargadas, o limite de velocidade é reduzido, são colocadas travessias em nível, entre outras medidas para que a via se adeque ao uso cotidiano, voltando a ter características típicas de rodovia somente quando saí da área urbana.

Outro exemplo de rodovia muito utilizada no cotidiano da cidade, que já teve proposto sua transformação em avenida e que está em obras no momento para implantação de um projeto de redesenho, é o projeto para a Nova BR 316 no Pará, em um trecho de 10,8 km na Região Metropolitana de Belém. Apesar de ser um projeto muito maior que engloba a implantação de uma linha e 13 estações de BRT, ele também prevê o aumento do número de faixas de rolamento, ciclovia, arborização e calçadas mais confortáveis e acessíveis.

Imagem 87. Perspectiva do projeto da Nova BR 316, na Região Metropolitana de Belém-PA. Fonte: Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano do Governo do Pará. Imagem 86. BR-101 em trecho urbano em Caraguatatuba, onde é conhecida como Av. Rio Branco.

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Já as intervenções na via proposta por esse trabalho passam pelo re-desenho da mesma, com implantação das pistas duplas, a construção de de calçadas com pelo menos 3,0m, mas preferencialmente com 5,0m, de cada lado da rodovia/avenida e ciclovia de dois sentidos no canteiro cen-tral, instalação de mobiliário urbano como bancos e principalmente pon-tos de ônibus que ofereçam abrigo do sol e da chuva, piso tátil, rampas de acessibilidade, lombadas de travessia em nível e iluminação pública focada

Imagem 88. Eixo de intervenção 01.

Imagem do Google Earth, intervenção da autora.

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Imagem 89. Fim da Av. Dermival Bernardes Siqueira, no ponto onde seria possível a abertura para a avenida proposta, hoje Rod. Lix da Cunha, onde é possível observar na foto um carro passando. Foto: Melina Moscardini - jan/2021.

Hoje, passam por trechos da rodovia três linhas de ônibus: a 431, 432 e 434, todas com destino final o Terminal Central. Com a implantação da aveni-da poderiam ser criaaveni-das novas linhas, principalmente perimetrais, que fizesse a ligação entre bairros inclusive passando por dentro do Swiss Park, facilitan-do acesso a nova centralidade criada.

Embaixo da linha de alta tensão e entre a nova avenida e os muros do Swiss Park propõe-se um paisagismo produtivo, com hortas e pequenas ár-vores frutíferas que poderiam ser cultivadas por moradores dos bairros pró- ximos, sendo uma opção até mesmo de subsistência para muitos.

O Centro Esportivo de Alto Rendimento entra também nessa linha de in-tervenções com a proposta de finalização da sua construção e uma adminis-tração ligada à Secretaria do Esporte e Lazer de Campinas, que pode através da parceria público-privada, assim como já faz com o Instituto Vanderlei Cor-deiro de Lima, dar uma opção para crianças e adolescentes da região de prati-car algum esporte. Dessa forma, uma entrada oficial para o Centro deverá ser aberta pela avenida e um programa de atividades deve ser criado.

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Tabela 10. Resumo das intervenções no primeiro eixo.

TÓPICO PROPOSTA LOCALIZAÇÃO

Via Trasformar trecho da rodovia em avenida Rod. Lix da Cunha

Via Duplicação da via Rod. Lix da Cunha

Calçadas Calçadas com pelo menos 3m dos dois lados da via. Rod. Lix da Cunha Mobilidade Instalação de ciclovia bidirecional no canteiro central Rod. Lix da Cunha Mobilidade Criação de novas linhas de ônibus, com preferencia para as que tenham ponto final

diferente do Terminal Central Rod. Lix da Cunha

Mobilidade Abertura de um acesso ao Swiss Park Intersecção da Rod. Lix da Cunha com Av. Dermival Bernardes Siqueira Mobiliário Urbano Instalação de pontos de ônibus cobertos Rod. Lix da Cunha

Mobiliário Urbano Instalação de bancos e lixeiras Rod. Lix da Cunha

Acessibilidade Colocação de piso tátil e rampas principalmente próximo aos pontos de

ônibus e travessia de pedestres Rod. Lix da Cunha

Segurança Instalação de travessias em nível e lombadas Rod. Lix da Cunha Segurança Melhoria da iluminação pública, inclusive com postes focados nas calçadas, travessias e

ciclovia Rod. Lix da Cunha

Ocupação do Solo Incentivo a ocupação vertical com fachada ativa Rod. Lix da Cunha Ocupação do Solo Implantação de paisagismo produtivo em baixo da linha de alta tensão Rod. Lix da Cunha

Esporte Finalização da construção e administração municipal Centro Esportivo de Alto Rendimento Esporte Criação de programas de incentivo à pratica esportiva para jovens da região e da RMC Centro Esportivo de Alto Rendimento Esporte Construção de uma entrada principal com portaria e segurança para o Centro Esportivo

de Alto Rendimento Rod. Lix da Cunha

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O segundo eixo é a Av. Dermival Bernardes Siqueira, mas se estende

através do viaduto Compositor Carlos Gomes para a Av. São José dos Campos até chegar no cruzamento com a Av. Washington Luiz, onde se encontra o Shopping Prado Boulevard.

As intervenções começam justamente com essa nova abertura para a avenida que será criada no lugar da Rod. Lix da Cunha que dá uma nova opção de entrada e saída do bairro, principalmente para os moradores dos loteamentos mais próximos à ela, e consequentemente, mais distantes da do

acesso à Rod. Anhanguera. A via hoje tem velocidade máxima permitida em sua maior parte de 60km/h, com algumas lombadas e sinalização horizontal para redução de velocidade nas proximidades das portarias, mas é a avenida onde os carros costumam trafegar em maior velocidade no bairro e não raro acidentes de atropelamento acontecem. Tem duas pistas em cada sentido, com uma pequena ciclofaixa unidirecional pintada de cada lado do canteiro central. As calçadas são estreitas, como em todo o complexo, com 1,5m de largura e em alguns trechos é inexistente.

Imagem 92. Eixo de intervenção 02.

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No sentido da nova abertura, indo em direção ao acesso à Anhanguera, do lado esquerdo a ocupação é de loteamentos, podendo ser vistos seus muros e portarias, alguns pontos de comércio e trechos de grades que separam as áreas de preservação permanente. Do lado direito, em uma pequena extensão existem alguns comércios, a portaria de um loteamento e os empreendimentos Villeneuve e Noville, mas a paisagem predominante deste lado são os pastos cercados da área rural de Campinas, podendo inclusive observar o gado com alguma frequência.

Como referência da “cara” que essas avenidas tomariam com as medidas propostas temos a Av. Baden Powell no Jd. Nova Europa em Campinas, bem

próxima ao Swiss Park e que cruza esse eixo na Av. São José dos Campos. É uma avenida ampla que recentemente ganhou uma ciclovia no canteiro central muito utilizada pela população para lazer e prática de exercícios, e pelos comerciantes locais que utilizam a bicicleta para fazer entregas nas residências próximas. É predominantemente uma avenida comercial com alguns prédios residenciais, mas seu entorno é residencial horizontal. É uma avenida que pode ser colocada como referência pois tem um cotidiano ativo, movimentado, que atrai inclusive moradores do Swiss Park para seus comércios, já que é uma avenida agradável para frequentar, seja para fazer compras ou para sentar em uma mesinha ao ar livre para tomar sorvete.

Imagem 94. Av. Baden Powell. Foto: Melina Moscardini - jan/2021. Imagem 93. Av. Dermival Bernardes Siqueira com seus dois lados distintos. Do lado rural não existe calçada.

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