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Outubro de 2005

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1. Introdução

Conforme previsto no Regulamento Tarifário, publicado no Despacho n.º 18993 – A/2005 (2ª série), em 31 de Agosto de 2005, a Entidade Concessionária da RNT vem deste modo apresentar à ERSE o P

LANO DE

A

CTIVIDADES E

O

RÇAMENTO RELATIVO AO

P

LANO DE

P

ROMOÇÃO DO

D

ESEMPENHO

A

MBIENTAL

(PPDA), contendo as acções a desenvolver durante o período de regulação 2006-2008.

A actuação ambiental da REN tem vindo a melhorar de forma sustentada desde a apresentação do primeiro Plano de Promoção da Qualidade Ambiental, em 2002. Deste então, a empresa certificou o seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA) de acordo com o referencial normativo NP EN ISO 14001:1999 e implementou medidas voluntárias com impacte ambiental positivo que abrangem áreas tão diversas como a protecção da avifauna, a integração paisagística de subestações, a gestão de resíduos, a redução do consumo de recursos ou a requalificação de corredores de linhas, entre outras.

Os objectivos da empresa evoluíram em 2005 para a implementação de um Sistema Integrado da Qualidade, Ambiente e Segurança, o que conduziu ao alargamento do âmbito da certificação do Sistema de Gestão da Qualidade existente e à sistematização das práticas de segurança que já possuía, de modo a assegurar a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança. Paralelamente, tem desenvolvido um esforço de melhoria da vertente ambiental decorrente da publicação da versão de 2004 da norma ISO 14001, o que levou a alterações pontuais no SGA existente. O trabalho desenvolvido no âmbito dos sistemas será alvo de uma auditoria de acompanhamento da APCER, cuja primeira fase está prevista para Outubro de 2005.

2. Programação de Trabalhos e Proposta de Orçamento para 2006-2008

No âmbito do PPDA para o período de regulação 2006-2008, a REN propõe-se desenvolver as seguintes actividades associadas à promoção do seu desempenho ambiental:

- Manutenção da vertente ambiental do SIGQAS;

- Parcerias e projectos de investigação e desenvolvimento;

- Integração paisagística de subestações;

- Actividades no domínio da protecção da avifauna;

- Requalificação ambiental de corredores de linhas.

Nos pontos seguintes apresenta-se uma descrição das actividades referidas e dos benefícios ambientais

que lhes estão associadas, complementada com uma estimativa de custos justificada e com uma

proposta de indicadores que facilitem a verificação e o acompanhamento das acções ao nível do

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2.1 Manutenção da vertente ambiental do SIGQAS

As questões de índole ambiental têm vindo a ser cada vez mais consideradas nas opções económicas e estratégicas da empresa. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da REN, certificado pela norma NP EN ISO 14001:1999 desde Dezembro de 2003, garante que a abordagem à gestão ambiental está a ser efectuada de forma sistemática e verificável em todos os processos da empresa. Para a concretização deste objectivo foi fundamental o comprometimento da gestão de topo e de todos os colaboradores, garantindo a todos os níveis de decisão e actuação que o princípio da melhoria contínua é decisivo na gestão ambiental da empresa. Neste âmbito, atendendo à dimensão e dispersão geográfica da REN, o forte investimento numa equipa multidisciplinar competente na temática do ambiente, que no âmbito do trabalho de criação do sistema de gestão obteve um conhecimento bastante detalhado da generalidade das actividades da empresa, permitiu ainda a incorporação de valor na empresa.

O SGA da REN permitiu ainda melhorar a imagem da empresa junto dos “stakeholders”, privilegiando a interacção com as principais partes interessadas em alguns dos processos de decisão. Esta imagem de empresa com gestão ambiental responsável e com exigências próprias nesta matéria, é ainda garantida através da publicação de informação sobre o desempenho ambiental da empresa, nomeadamente os relatórios ambientais, e ainda através da inclusão de cláusulas especiais sobre gestão ambiental nos cadernos de encargos das principais obras, e a divulgação de brochuras de sensibilização sobre a gestão ambiental junto dos principais prestadores de serviços.

Consciente da importância que os sistemas de gestão apresentam para a sua actividade, a REN decidiu implementar um Sistema Integrado de Qualidade, Ambiente e Segurança (SIGQAS), cujo âmbito abrange todas as actividades e instalações da empresa, tal como anteriormente definido para o SGA.

Pretende-se que o SIGQAS da REN seja certificado no final de 2005 para cada um dos respectivos referenciais normativos, garantindo-se também nessa data a transição na vertente ambiental do SIGQAS para a nova norma NP EN ISO 14001:2004.

Assim, no âmbito da actividade de manutenção da vertente ambiental do SIGQAS prevê-se a continuação do trabalho iniciado em 2002, destacando-se no triénio 2006-2008 as seguintes acções:

• Definição de objectivos e metas ambientais e respectivos programas de gestão ambiental, integrados no plano de actividades da empresa (ver Anexo 1);

• Monitorização dos aspectos ambientais significativos permitindo avaliar o desempenho ambiental da REN através de um conjunto de indicadores (ver Anexo 2);

• Realização de auditorias às instalações da empresa garantindo a conformidade com os requisitos dos referenciais normativos e avaliação da conformidade legal.

Reconhecendo que a consciencialização das principais partes interessadas para a protecção do

ambiente é fundamental para garantia do desempenho ambiental da REN, com destaque para os seus

colaboradores, estão já identificadas acções de formação na temática ambiental e de sustentabilidade

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Estes colaboradores garantirão posteriormente a sensibilização dos restantes colaboradores da empresa, permitindo que a consciencialização para a temática ambiental seja uma realidade em toda a empresa.

Em termos de comunicação ambiental, pretende-se dar continuidade ao trabalho realizado nos últimos anos em termos de informação e sensibilização das partes interessadas sobre o desempenho da REN.

Exemplos destas acções são o “Relatório Ambiental 2004” (Anexo 3), disponível em versão electrónica na página de Internet da empresa, e o “Manual de Boas Práticas Ambientais” (Anexo 4), distribuído por todos os colaboradores e prestadores de serviços. A comunicação passará não só pela publicação de folhetos de sensibilização e divulgação de boas práticas, mas também pela continuação da criação de conteúdos sobre o desempenho ambiental da REN, integrados por exemplo no Relatório de Sustentabilidade da empresa.

A previsão dos custos relativos à Manutenção da vertente ambiental do SIGQAS durante o período 2006 – 2008 aponta para um total de € 323 000. Esta previsão de custos teve como referência os valores orçamentados para as actividades, de cariz estritamente ambiental, incluídas na medida

“Manutenção do SGA e adesão ao EMAS” incluídos no PPQA 2005, visto que o tipo de actividades proposto no PPDA é similar. Eventuais custos comuns a todas as vertentes do SIGQAS serão repartidos, numa base proporcional, para efeitos de afectação da parcela ambiental a este plano.

Dada a natureza transversal desta actividade, não foi efectuada uma afectação dos custos por nível de tensão.

A proposta de indicadores de eficiência/desempenho para medida “Manutenção da vertente Ambiental do SIGQAS” é apresentada na tabela seguinte. Os indicadores de execução propostos são já monitorizados no âmbito da revisão ao sistema de gestão.

MANUTENÇÃO DA VERTENTE AMBIENTAL DO SIGQAS Indicadores de Execução

Taxa de concretização dos objectivos e metas ambientais

Cumprimento do programa anual de auditorias Indicadores de Eficiência e de Desempenho

Manutenção do certificado ISO 14001

Custo / objectivo ou meta

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2.2 Projectos e Parcerias de Investigação e Desenvolvimento

No âmbito da actividade projectos e parcerias de investigação e desenvolvimento, os contactos estabelecidos entre a REN e diversas entidades, ao nível das ONG’s e das Universidades, têm-se revelado de extrema importância para o fomento de programas com incidência nos aspectos ambientais da actividade da REN.

No triénio 2006-2008, prevê-se o início do Projecto LIFE – Nature de Conservação da Águia Bonelli desenvolvido pelo Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI).

A Águia Bonelli encontra-se em declínio acentuado, sendo considerada como uma espécie ameaçada na Europa, incluindo Portugal, e possui estatuto de conservação prioritário na União Europeia. Em Portugal, nas últimas décadas a regressão populacional correspondeu a cerca de 15% do efectivo populacional com incidência no interior fronteiriço e orla costeira, colocando-se a biodiversidade e os ecossistemas num equilíbrio precário.

A importância ecológica da Águia Bonelli no contexto nacional e europeu justifica a implementação deste projecto, visando a sua conservação através de medidas de gestão e minimização dos impactes decorrentes das actividades humanas.

Este projecto de conservação da Águia Bonelli irá decorrer nas zonas de protecção especiais para aves (ZPE) existentes no sul do país (Moura-Mourão-Barrancos, Vale do Guadiana, Castro Verde, Monchique e Caldeirão), onde esta população representa mais de 50% da população nacional, e cerca de 5% da população Europeia. A REN tem um conjunto de projectos de linhas e infra-estruturas da RNT previstas para a zona sul do País, como é o caso da linha Sines-Portimão a 400 kV e as infra-estruturas associadas ao “sotavento Algarvio”.

As acções a desenvolver no âmbito deste projecto são as seguintes:

• Consultoria (âmbito planeamento e gestão de Estudos de Impacte Ambiental das infra- estruturas da RNT, na agilização do processo de Avaliação do Impacte Ambiental);

• Elaboração de planos de gestão e/ou planos de acção (estudo base da mortalidade em linhas eléctricas);

• Gestão do biótopo,

• Sensibilização do público e divulgação dos resultados,

• Funcionamento geral do projecto;

• Materiais de suporte às acções de educação ambiental;

• Materiais de suporte às acções de formação.

No estudo de base da mortalidade em linhas eléctricas da RNT serão avaliados e caracterizados os

impactes das linhas sobre as aves e determinados os traçados e tipologias mais perigosas procurando-

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se a definição de um normativo para a instalação de novos traçados. Este estudo permitirá ainda monitorizar a eventual mortalidade causada pelas linhas eléctricas da RNT que atravessam o território da Águia Bonelli, bem como a causa da sua mortalidade (colisão e perturbação da nidificação).

As actividades abrangidas por este projecto constituem medidas voluntárias, não incluindo os procedimentos de avaliação de impacte ambiental e as medidas de minimização e compensação que daí possam resultar.

Este projecto será co-financiado pela Comissão Europeia em 75%, suportando a REN (entidade patrocinadora) um custo de €120 000 para a implementação destas medidas durante o triénio 2006- 2008 (embora o projecto LIFE – Nature dure até 2010). Por outro lado, a REN celebrou um protocolo com a entidade CEAI para consultoria permanente cujo valor para o mesmo triénio será de € 80 040, totalizando-se neste projecto € 200 040.

Nesta actividade não foi efectuada a afectação dos custos por nível de tensão, uma vez que esta se reflecte em infra estruturas da RNT existentes na região (linhas de 150 kV) e em outros projectos a levar a cabo para possibilitar a introdução do nível de tensão de 400 kV, na região do Algarve.

Atendendo ao tipo de medidas, cuja avaliação da eficácia é de momento difícil de determinar, propõe-se como indicador de execução o cumprimento dos prazos e objectivos deste projecto. Ao longo do triénio 2006-2008, poderão ser incluídos alguns indicadores de eficácia e desempenho destas medidas, no decurso de evolução do projecto.

2.3 Integração Paisagística de Subestações

A alteração da envolvente urbanística de algumas instalações da REN, em resultado da aproximação de agregados habitacionais, motivou a REN para o desenvolvimento de projectos com vista à minimização do seu impacte na paisagem. Em 2005, serão concluídas as actividades de integração paisagística das subestações de Vermoim, Mourisca, Riba d’Ave e Carriche. Considerando os resultados francamente positivos obtidos, e reconhecendo-se que o impacte paisagístico/visual de algumas instalações da REN poderá ser considerado significativo, planeou-se para o período de 2006 a 2008 o desenvolvimento de acções de integração paisagística idênticas para as subestações de Palmela, Fernão Ferro, Custóias e Trajouce.

As medidas a adoptar para a requalificação paisagística e diminuição dos factores de impacte visual,

específicas para cada instalação, passam não só pela plantação de árvores e arbustos, como por

medidas de redução do impacte directo dos observadores mais próximos, e ainda por medidas de

potenciação dos valores cénicos que se possam criar no sentido de minimizar os impactes visuais

causados. As medidas a considerar nestes projectos não serão diferenciadas das medidas propostas

para subestações novas no âmbito do processo de Avaliação de Impacte Ambiental, nem das medidas

de integração paisagística consideradas em 2004 e 2005 para as subestações incluídas no PPQA.

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Durante o próximo mês de Novembro será enviado à ERSE um registo fotográfico que permita caracterizar a situação actual, anterior à intervenção proposta e que, posteriormente, vai permitir comparar os benefícios obtidos.

A previsão dos custos relativos à “integração paisagística de subestações” durante o período 2006 – 2008 aponta para um total de € 840 850, repartidos do seguinte modo:

2006 2007 2008 Palmela 46 230 € 277 380 € 138 690 €

Fernão Ferro 14 070 € 84 420 € 42 210 € Custóias 18 090 € 108 540 € 54 270 € Trajouce 5 695 € 34 170 € 17 085 €

A orçamentação de custos por instalação teve como referência a utilização de um custo unitário igual a 3,35 €/m

2

. Este custo unitário teve por base a média dos custos unitários das obras adjudicadas, com exclusão da subestação de Carriche.

A afectação dos custos por nível de tensão foi efectuada tendo por base uma afectação, proporcional, do passo do painel, em cada uma das instalações a intervencionar. De modo global, a distribuição percentual dos níveis de tensão em cada uma destas instalações pode ser vista na tabela seguinte:

400 kV 220 kV 150 kV 60 kV

Palmela 61% --- 39% ---

Fernão Ferro --- --- 51% 49%

Custóias --- 60% --- 40%

Trajouce --- 68% --- 32%

A proposta de indicadores para a medida “Integração Paisagística de subestações” é apresentada na

tabela seguinte. Para além do registo fotográfico a realizar antes e depois da intervenção de integração

paisagística em cada uma das instalações da RNT, comprovando-se assim o benefício alcançado pela

minimização do impacte visual/paisagístico das instalações, pretende-se ainda avaliar a satisfação das

principais partes interessadas na envolvente da instalação sobre as medidas de integração paisagística

(vizinhos, ONG’s, autarquias locais, etc.).

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INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DE SUBESTAÇÕES Indicadores de Execução

Taxa de concretização do plano de integração

Cumprimento dos prazos dos projectos Indicadores de Eficiência e de Desempenho

Evolução do custo unitário de integração paisagística de subestações (€/m

2

)

Melhoria do enquadramento paisagístico das subestações

o Registo fotográfico comparativo antes e após a intervenção em cada instalação

Grau de satisfação das partes interessadas relativamente à integração o (inquérito satisfação vizinhos, autarquias, etc.)

2.4 Protecção da avifauna

No domínio da protecção da avifauna, estão previstas para o triénio 2006-2008 dois tipos de medidas:

• Controlo da nidificação da cegonha branca;

• Sinalização de corredores de linhas.

2.4.1 Controlo da nidificação da cegonha branca

Prosseguindo uma acção iniciada há vários anos, pretende-se com esta medida promover a criação de condições que favoreçam a convivência entre a população de cegonha branca e as linhas de Muita Alta Tensão (MAT), sem que daí resultem riscos significativos para as aves ou para as linhas. O tipo de estruturas e a elevada altura dos apoios das linhas transforma-os em locais frequentemente eleitos pela cegonha para poiso e nidificação, quando se encontram em habitats adequados à sua alimentação.

À semelhança de anos anteriores foram previstas para o período de 2006 a 2008 acções envolvendo:

- retirada de ninhos, localizados em zonas dos postes que representam risco agravado para o funcionamento da linha, dificultando as acções de manutenção ou criando risco para as próprias aves;

- montagem de plataformas incentivadoras da nidificação em locais mais adequados dos apoios;

- instalação de dispositivos que impeçam o poiso das aves em locais críticos dos postes.

Estas tarefas, designadamente a transferência de ninhos, são realizadas na posse de uma credencial

emitida pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN), na sequência de solicitação da REN,

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acompanhada de um Relatório anual sobre esta problemática, com validade para um período específico não coincidente com a época da nidificação.

Visto que a cegonha branca tem estatuto de espécie protegida, as acções anteriormente identificadas destinam-se a promover a defesa da espécie e a promoção do crescimento da sua população, garantindo assim o benefício ambiental desta medida.

No que respeita a esta actividade, a previsão aponta para um valor de € 125 000 por ano, o que perfaz um total de € 375 000 para o triénio 2006-2008. A orçamentação deste custo teve como referência o valor proposto no PPQA 2005 para a medida “Protecção da Avifauna – controlo da nidificação da cegonha branca”.

Os custos unitários para a realização desta actividade dividem-se em cerca de 178 €/un, no caso da instalação de plataformas e dispositivos e de 105 €/un, para a transferência de ninhos. A distribuição percentual das linhas a intervencionar, por cada um dos níveis de tensão encontra-se na tabela seguinte

400 kV 220 kV 150 kV

32% 12% 56%

A REN mantém o controlo da eficácia das medidas implementadas, nomeadamente através da evolução da taxa de incidentes em linhas atribuídas à cegonha branca, definida como o quociente entre o número de incidentes e o número de ninhos existentes em infra estruturas da RNT. Na tabela seguinte apresenta-se uma de proposta de indicadores de execução e de eficácia e desempenho para esta medida.

CONTROLO DE NIDIFICAÇÃO DA CEGONHA BRANCA Indicadores de Execução

Relatório de execução medidas para o ICN Indicadores de Eficiência e de Desempenho

Evolução do custo unitário da instalação de plataformas, dispositivos e movimentação de ninhos

Diminuição da taxa de incidentes

Aumento do nº de ninhos em infra-estruturas da RNT

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2.4.2 Sinalização de linhas

Os objectivos definidos no Protocolo estabelecido entre a REN e o ICN previam:

• identificação das espécies de aves e habitats mais afectados pela colisão com linhas eléctricas da RNT;

• determinação dos pontos e troços da rede que causam mortalidade de forma regular;

• ordenação das infra-estruturas da RNT por grau de impacte na avifauna;

• definição e implementação de medidas minimizadoras do impacte e posterior avaliação da eficácia das medidas de minimização.

Eram alvo de estudo e intervenção as linhas eléctricas da RNT que atravessam Áreas Protegidas, Zonas Especiais de Protecção e Zonas Importantes para Aves.

Decorrente deste Protocolo foram identificadas zonas em que a necessidade de sinalização das linhas da RNT é considerada fundamental para melhorar a integração ambiental destas infra-estruturas, em particular nas zonas anteriormente referidas.

Para esta actividade propõe-se um orçamento global de € 900 000 para o triénio 2006-2008, repartido pelos seguintes itens:

2006 2007 2008 Sinalização da linha Ferreira do Alentejo-Ourique

(LFAOQ) 219 000,00 € --- ---

Sinalização outras linhas (definir relatório REN-ICN) 31 000,00 € 250 000,00 € 250 000,00 € Monitorização da eficácia das medidas adoptadas 50 000,00 € 50 000,00 € 50 000,00 €

Os custos unitários de sinalização de linhas eléctricas da RNT, no âmbito de protocolo com ICN variam com o tipo de sinalizador utilizado e com a densidade de aplicação, sendo esta definida pelo ICN em face da importância da zona e das espécies a proteger (nuclear – sinalização intensiva ou na sua vizinhança – sinalização moderada).

No caso concreto da LFAOQ vai ser adoptada a sinalização intensiva, mas com recurso a sinalizadores de menores dimensões face às características dos cabos de guarda sendo o respectivo custo unitário de 7.300 €/km.

A selecção da linha Ferreira do Alentejo-Ourique a 150 kV, como primeira linha alvo de intervenção de

sinalização por parte da REN, tem em conta os resultados dos relatórios do Protocolo REN-ICN, e o

facto de esta linha se encontrar parcialmente estabelecida na Zona de Protecção Especial (ZPE) de

Castro Verde. Esta ZPE é a principal área de reprodução para um conjunto de aves, destacando-se,

pelos seus estatutos de ameaça, a Abetarda, o Sisão e o Francelho-das-torres. No caso da abetarda,

está aqui representada 70% da população reprodutora portuguesa, com cerca de 1000 indivíduos. A

nível mundial a Abetarda é uma espécie globalmente ameaçada e prevê-se que, a nível nacional, em

2005, o seu estatuto actualmente "não ameaçada" seja revisto para "vulnerável". O conhecimento do

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impacte da LFAOQ sobre estas espécies, em resultado da monitorização efectuada, levou à sua escolha para sinalizar e, posteriormente, avaliar a eficácia desta monitorização.

A intervenção a levar a cabo na LFAOQ, com a montagem de dispositivos de sinalização nos cabos de terra, pretende diminuir de forma significativa o número de colisões de aves nesses troços e, assim, reduzir o impacte desta linha na avifauna. Havendo intenção de alargar a intervenção programada para a LFAOQ a outras linhas da REN, considera-se importante avaliar o êxito deste tipo de intervenções pelo que se prevê a realização de acções de monitorização da eficácia das medidas adoptadas. A partir dos resultados obtidos será possível alterar ou confirmar o tipo de intervenção realizada e programar a sua implementação em outras linhas da RNT em que se verifique idêntico impacte sobre a avifauna.

Apresenta-se, de seguida, uma tabela contendo a proposta de indicadores para esta medida.

SINALIZAÇÃO DE LINHAS Indicadores de Execução

Cumprimento dos prazos estabelecidos para a sinalização Indicadores de Eficiência e de Desempenho

Evolução do custo unitário da instalação de dispositivos dissuasores

Diminuição da taxa de mortalidade nas linhas sujeitas a intervenção

2.5 Requalificação ambiental de corredores de linhas

Reconhecendo que as infra-estruturas da RNT devem ser objecto de desenvolvimento conjugado com a sociedade, e apesar da REN não ser obrigada a proceder ao desmantelamento de linhas nem à eliminação das respectivas servidões, prevê-se a desmontagem de troços de linhas por iniciativa voluntária em que o mérito ambiental dessa operação é relevante, nomeadamente no âmbito dos descritores sócio-economia e paisagem. As infra-estruturas a desmantelar têm um tempo de vida elevado, com a correspondente degradação superficial dos materiais, garantindo-se ainda com a sua desmontagem benefícios de índole social através da melhoria das condições urbanísticas e sócias das áreas abrangidas.

As linhas eléctricas da RNT seleccionadas para desmantelar no triénio 2006-2008, e consequentemente com o objectivo de requalificar ambientalmente o seu corredor, encontram-se em áreas em que o seu impacte é significativo ao nível do descritor paisagem.

Para os próximos três anos prevê-se efectuar a desmontagem dos seguintes troços de linhas da RNT:

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Extensão a desmantelar (km)

Linha 2006 2007 2008 Custo (€)

Zêzere – Porto Alto 1 e 2

(troço inicial) 10 --- --- 150 000

Ermesinde – Estarreja 2

(troço a sul do Douro) 40 10 --- 750 000

Palmela – Ferreira do Alentejo --- 40 --- 600 000 Zêzere – Porto Alto 1 e 2

(troço final) --- --- 57 855 000

TOTAL 2 355 000

Nenhuma destas acções decorre de imperativos de declaração de impacte ambiental emitida na sequência de processo de avaliação de impacte ambiental.

Durante o próximo mês de Novembro será enviado à ERSE um registo fotográfico que permita caracterizar a situação actual, anterior à intervenção proposta e que, posteriormente, vai permitir comparar os benefícios obtidos.

Para desenvolvimento desta actividade prevê-se um custo total de € 2 355 000. A orçamentação deste valor teve como referência um custo unitário de desmontagem de linhas de 15 000 €/km. É também de referir que todas as linhas referidas são de 150 kV.

A proposta de indicadores de eficiência/desempenho para medida “Requalificação Ambiental de corredores de linhas” é apresentada na tabela seguinte, e é semelhante à proposta de indicadores relativos à medida “Integração Paisagística de subestações”. Para além do registo fotográfico a realizar antes e depois da intervenção em cada uma das linhas seleccionadas, comprovando-se assim o benefício alcançado pela minimização do impacte visual/paisagístico da existência das infra-estruturas lineares, pretende-se avaliar a satisfação das principais partes interessadas na envolvente da instalação sobre a requalificação ambiental dos corredores de linhas seleccionados.

REQUALIFICAÇÃO AMBIENTAL DE CORREDORES DE LINHAS Indicadores de Execução

Taxa de concretização do plano de desmontagem

Cumprimento dos prazos

Indicadores de Eficiência e de Desempenho

Evolução do custo unitário de desmontagem de corredores de linhas

Requalificação Ambiental de corredores de linhas

o Registo fotográfico comparativo antes e após a intervenção

Grau de satisfação das partes interessadas relativamente à integração

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3 Orçamento

3.1 Proposta de orçamento por medida incluída no PPDA

No Quadro resumo que se segue, sintetiza-se a informação orçamental recolhida, apresentando-a por medida proposta no PPDA 2006-2008.

2006 2007 2008

1 - Manutenção da vertente ambiental SIGQAS

Consultoria 50 000 € 50 000 € 50 000 € Formação Ambiental 20 000 € 20 000 € 20 000 € Custos com processo (anuidade, auditorias, …) 14 000 € 10 000 € 14 000 € Comunicação Ambiental 25 000 € 25 000 € 25 000 € 2 – Parcerias e Projectos de I&D

Conservação da Águia Bonelli 80 040 € 60 000 € 60 000 € 3 – Integração paisagística de subestações

Palmela, Fernão Ferro, Custóias e Trajouce 84 085 € 504 510 € 252 255 € 4 – Protecção da Avifauna

Controlo da nidificação da cegonha branca 125 000 € 125 000 € 125 000 € Sinalização de linhas 300 000 € 300 000 € 300 000 € 5 – Requalificação de corredores de linhas

Desmontagem de linhas 750 000 € 750 000 € 855 000 €

TOTAL anual 1 448 125 € 1 844 510 € 1 701 255 €

TOTAL triénio (2006-2008) 4 993 890 €

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ANEXOS

ANEXO 1 – Plano de actividades da vertente ambiental do SIGQAS

ANEXO 2 – Plano de monitorização da vertente ambiental do SIGQAS

ANEXO 3 – Relatório Ambiental 2004

ANEXO 4 – Manual de Boas Práticas Ambientais

Referências

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