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Open Acidentes e violência envolvendo a população masculina: contribuições à Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO EM ENFERMAGEM

LUCIARA CRISTINA FERREIRA DOS SANTOS

ACIDENTES E VIOLÊNCIA ENVOLVENDO A POPULAÇÃO MASCULINA: contribuições à Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem

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LUCIARA CRISTINA FERREIRA DOS SANTOS

ACIDENTES E VIOLÊNCIA ENVOLVENDO A POPULAÇÃO MASCULINA: contribuições à Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde – CCS, da Universidade Federal da Paraíba, na área de concentração –

Enfermagem na Atenção à Saúde, inserida na linha de pesquisa Políticas Públicas, para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

ORIENTADORA: Profª. Drª Wilma Dias de Fontes

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LUCIARA CRISTINA FERREIRA DOS SANTOS

ACIDENTES E VIOLÊNCIA ENVOLVENDO A POPULAÇÃO MASCULINA: contribuições à Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde – CCS, da Universidade Federal da Paraíba, na área de concentração – Enfermagem na Atenção à Saúde, inserida na linha de pesquisa Políticas Públicas, para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em _______ de _______ de 2012.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Prof. (a) Dra. Wilma Dias de Fontes

Orientadora - Universidade Federal da Paraíba

________________________________________________ Prof. (a) Dra Marta Miriam Lopes Costa

Examinador - Universidade Federal da Paraíba

________________________________________________ Prof. Dr Gilson de Vasconcelos Torres

Examinador - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________ Prof. Dr. Roberto Teixeira de Lima

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DEDICO à minha mãe, Cristiana, amiga de todas as horas.

À minha avó, Cleonice que foi um grande exemplo em toda minha vida.

Ao meu irmão meu grande incentivador. À minha família pelo apoio incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Mestrado: Eis uma conquista! Celebrando este momento, venho expressar a minha profunda gratidão àqueles que estiveram de alguma forma, envolvidos nessa importante caminhada, e no desenvolvimento desta pesquisa, e que, com certeza, foram fundamentais para a sua concretização. Sendo assim, muito obrigada...

À Deus, pelo dom da vida, por ser luz e a força que me conduz os passos em todos os

momentos da minha vida, pela graça da saúde e da perseverança diante dos desafios;

A Nossa Senhora, mãe e medianeira de todas as graças, pelas bênçãos derramadas

para concretização deste objetivo;

À minha mãe Cristiana, toda minha gratidão e amor, pela formação privilegiada que

me proporcionaram, com sacrifício e crença em um futuro promissor. Sou feliz em participar essa conquista com você!

À minha avó Cleonice, meu maior exemplo de vida, pela motivação, força e amor

constante e pelos ensinamentos de vida que me foram passados;

Ao meu irmão Ramessés, pela força e pela coragem, nas quais me espelho para

prosseguir nesta caminhada;

Ao meu noivo Marcos Aurélio, o meu agradecimento e todo meu amor! Você que

sempre se fez presente nessa caminhada como meu companheiro, amigo, e grande incentivador, compartilhando de um amor sublime, capaz de superar os obstáculos, resistir ao tempo e se fortalecer com a distância;

A toda a minha família: meus tios (especialmente Tia Crisalda), primos, afilhados,

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À minha amiga, professora e orientadora, Drª Wilma Dias de Fontes, que com muita

tranqüilidade me ouviu, orientou, incentivou e respeitou meu ritmo. Obrigada pelo empenho e pela coragem de tal empreendimento, por sua presença constante, por me fazer ver o mundo com um novo olhar, contribuindo para meu aprendizado e para o despertar de um interesse maior pela pesquisa e pela educação;

Aos professores Marta Mirian, Roberto Teixeira, Gilson Vasconcelos (membros de

minha banca de avaliação) que contribuíram diretamente para qualidade de meu estudo através da avaliação criteriosa e das sugestões apresentadas;

Ao Corpo Docente do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem (UFPB), por

ampliarem os nossos horizontes, através dos conhecimentos compartilhados, a fim de construir competências e nos motivarem para a constante busca do saber;

A todos que fazem a secretaria do Mestrado, sempre solícitos e atenciosos nos

momentos em que deles precisei.

Aos meus colegas da turma, em especial Lucilla, pela maravilhosa convivência,

através da amizade e união ao longo dessa caminhada;

As colegas Ana Clotilde, Sidicléia e Izabelle pelo incentivo, pela amizade, pela

convivência gratificante que compartilharam comigo o dia a dia e que torciam para concretização deste trabalho.

Aos participantes do Grupo de Estudo sobre Gênero e Saúde do Homem, que

colaboram com estudo através de discussões da literatura pertinente e pela confiança em compartilhar comigo suas experiências;

Aos funcionários da Universidade Federal da Paraíba, em especial da Coordenação

de Curso de Graduação em Enfermagem, por serem prestativos e atenciosos em todos os momentos em que deles precisei;

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Aos usuários, dos serviços sentinelas, atores sociais que contribuíram fundamentalmente para as reflexões contidas neste estudo;

À CAPES, pela concessão de bolsa.

Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho, fosse rezando e torcendo por mim, contribuindo assim para o meu êxito acadêmico. Que Deus abençoe a todos!

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“Através do trabalho, o indivíduo ao mesmo tempo em que se afirma enquanto sujeito, modifica o mundo, a si mesmo, altera o seu modo de estar na realidade objetiva e de percebê-la. Constrói a sua própria história.”

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNAPI - Associação Brasileira de Prevenção aos Abusos e Negligências na Infância ABRAPIA - Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência ANVPCAV - Agenda Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle dos Acidentes e Violência ASCOM - Assessoria de Comunicação do Município

CBO - Classificação Brasileira de Ocupação

CHMGTB - Complexo Hospitalar de Mangabeira Governo Tarcísio Burity CID - Classificação Internacional de Doenças

CRAMI - Centros Regionais de Atenção aos Maus Tratos na Infância DETRAN - Departamento de Trânsito

EPI - Equipamento de Proteção Individual FGV - Fundação Getúlio Vargas

HETSHL - Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

ISTS - Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial de Saúde ONG - Organização Não Governamental PAN - Plano de Ação Nacional

PIB - Produto Interno Bruto

PNAISH - Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem PNAU - Política Nacional de Atenção às Urgências

PNPPD - Política Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência PNPS - Política Nacional de Promoção a Saúde

PNRMAV - Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência RNPVPS - Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde

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9

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UTQ - Unidade de Terapia de Queimados

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a faixa etária– Outubro de 2009

Figura 2 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a escolaridade– Outubro de 2009

Figura 3 Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo portador de algum tipo de deficiência – Outubro de 2009

Figura 4 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo o tipo de ocorrência – Outubro de 2009

Figura 5 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a natureza das lesões – Outubro de 2009

Figura 6 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo o local de ocorrência das causas externas – Outubro de 2009

Figura 7 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo o dia da semana – Outubro de 2009

Figura 8 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo zona de ocorrência das causas externas – Outubro de 2009

Tabela 1 Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa – PB

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violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a ocupação – Outubro de 2009

Tabela 3 Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo raça/cor da pele – Outubro de 2009

Tabela 4 Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo município de residência– Outubro de 2009

Tabela 5 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a parte do corpo atingida - Outubro de 2009

Tabela 6 Distribuição população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo faixa etária e tipo de ocorrência – Outubro, 2009

Tabela 7 Distribuição população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo faixa etária e natureza da lesão – Outubro, 2009

Tabela 8 Distribuição população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a faixa etária e local de ocorrência – PB – Outubro, 2009

Tabela 9

Distribuição população masculina, vítimas de acidentes e violência, segundo ocupação e tipo de ocorrência, atingida atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa – Outubro, 2009

Tabela 10 Distribuição população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo ocupação e parte do corpo atingida – Outubro, 2009

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RESUMO

SANTOS, Luciara Cristina Ferreira dos Santos. Acidentes e Violência envolvendo a população masculina:contribuições à política Nacional de Atenção à Saúde do Homem. 2012. 93p. Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências da Saúde - CCS/ Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa-PB.

Os acidentes e violência configuram-se como aspecto representativo e problemático da atual organização da vida social, especialmente para população masculina. Estas ocorrências marcadamente masculinas, contribuindo dessa forma para uma menor expectativa de vida desta população e alto custo para o setor saúde para tratamento e reabilitação dos vitimizados. A fim de dimensionar esta problemática, faz-se necessário reunir dados, analisá-los, interpretá-los e apresentá-los à sociedade para que, de posse deles, ela possa, agir com mais confiança a fim de enfrentá-la. Diante disto, por meio estudo exploratório, retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa objetiva analisar, a partir dos registros da Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA - a associação do perfil socioeconômico e demográfico com a qualificação dos acidentes e violência envolvendo usuários do gênero masculino atendidos nos serviços sentinela de João Pessoa/PB. Os resultados foram obtidos por uma etapa respaldada pelos princípios éticos inerentes à Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde e da resolução 311 do Conselho Federal de Enfermagem. A qual configurou a análise a partir dos registros de atendimento efetivados ao público masculino pelo serviço de Vigilância de Violência e Acidentes - VIVA na cidade de João Pessoa- PB vinculados ao Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena e Complexo Hospitalar de Mangabeira, em outubro de 2009. Para uma melhor visão e compreensão dos dados, estes foram apresentados em tabelas e figuras. No estudo, em relação, de vítimas de acidentes e violência foi observado o predomínio de homens jovens com idade entre 20 a 39 anos (44,2%), sem deficiência (93,0%), negro (66,8%), estudantes (25,1%), apresentando apenas o ensino fundamental incompleto (50,7%), residente de João Pessoa (90,6%) sendo mais vulneráveis em relação às ocorrências de acidentes e violências. No que se refere às características destas ocorrências verificou-se o predomínio de atendimentos de homens vítimas destes agravos na zona urbana (87,5%), em vias públicas (42,8%), nas sextas-feiras (18,7%), devido acidente de transporte (32,2%), apresentando na maioria das vezes um corte/laceração (31,0%) comprometendo principalmente os membros inferiores (27,1%). Os resultados encontrados, no presente estudo, vêm não só confirmar dados de outros estudos, como também, servirão de base à retomada de reflexão por parte da gestão pública de saúde quanto à importância de políticas públicas mais eficazes de enfrentamento a acidentes e violências.

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ABSTRACT

SANTOS, Luciara Cristina Ferreira dos Santos. Accidents and violence involving male population: contribuions to the National Policy for Men’s Health. 2012. 93p. Dissertation (MSc) - Health Sciences Center - CCS / Federal University of Paraíba. João Pessoa.

Accidents and violence appear as representative and problematic aspect of the current organization of social life, especially for males. Since, are instances distinctly masculine, thereby contributing to a lower life expectancy of this population and high cost to the health sector for treatment and rehabilitation of victimized. In order to scale this problem, it is necessary to gather data, analyze them, interpret them and present them to society so that, in their possession, it can act with more confidence to face it. Given this, through observational, retrospective, descriptive quantitative approach aimed at analyzing records from the Surveillance of Violence and Injuries - VIVA - the correlation between socioeconomic and demographic profile with the qualification of accidents and violence involving male users served sentinel services in Joao Pessoa. The results were obtained by a step supported by ethical principles inherent to Resolution 196/96 of the National Health Council Resolution 311 and the Federal Council of Nursing. Which set up the analysis from the records of service effected by the male audience Accidents and Violence Surveillance - LIVE in the city of Joao Pessoa in Hospital Emergency and Trauma Senator Humberto Lucena and Mangabeira Hospital Complex in October 2009. For a better insight and understanding of the data, these were presented in tables and graphs. In the study, with respect, victims of accidents and violence was observed the predominance of young men aged 20 to 39 years (44.22%) without a disability (93%), black (66.82%), students (25.13%), with only elementary education (50.73%), resident of João Pessoa (90.61%) are more vulnerable in relation to the occurrence of accidents and violence. With regard to the characteristics of these incidents there was predominance of male victims of attendance of these conditions in the urban area (87.50%), on public roads (42.80%), on Fridays (18.7%) because traffic accidents (32.2%), with most of the time a cut / laceration (31%) affecting mainly the lower limbs (27.13%). The results found in this study come not only to confirm data from other studies, but also serve as the basis for the resumption of reflection on the part of the State government and municipal health on the importance of more effective public policies to cope with accidents and violence.

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RESUMEN

SANTOS, Luciara Cristina Ferreira dos Santos. Accidentes y violencia que involucra a la población masculina: aportes a la Política Nacional de Salud Masculina. 2012. 93p. Tesis (Maestría) - Centro de Ciencias de la Salud - CCS / Universidad Federal de Paraíba. João Pessoa.

Los accidentes y la violencia aparecen como aspecto representativo y problemáticas de la actual organización de la vida social, especialmente para los varones. Ya que, son casos claramente masculina, lo que contribuye a una menor esperanza de vida de esta población y alto costo para el sector de la salud para el tratamiento y la rehabilitación de las víctimas. A fin de ampliar este problema, es necesario recoger datos, analizarlos, interpretarlos y presentarlos a la sociedad para que, en su poder, puede actuar con más confianza para hacerle frente. Teniendo en cuenta esto, a través de la observación, el enfoque retrospectivo, descriptivo cuantitativo destinado a analizar los registros de la Vigilancia de la Violencia y las Lesiones - VIVA - la correlación entre el perfil socioeconómico y demográfico con la calificación de los accidentes y la violencia hacia los usuarios del sexo masculino fue servicios de vigilancia en Joao Pessoa. Los resultados fueron obtenidos por un paso con el apoyo de los principios éticos inherentes a la Resolución 196/96 de la Comisión Nacional de la Salud Resolución 311 del Consejo y el Consejo Federal de Enfermería. Que estableció el análisis de los registros de servicio efectuada por el público masculino accidentes y vigilancia de la violencia - LIVE en la ciudad de Joao Pessoa, en el Hospital de Emergencia y Trauma Senador Humberto Lucena y Mangabeira Complejo Hospitalario de octubre de 2009. Para una mejor comprensión y entendimiento de los datos, estos se presentaron en tablas y gráficos. En el estudio, con respeto, las víctimas de accidentes y la violencia se observó el predominio de los hombres jóvenes de 20 a 39 años (44,22%) sin discapacidad (93%), negro (66,82%), los estudiantes (25,13%), con sólo educación primaria (50,73%), residente en João Pessoa (90,61%) son más vulnerables en relación con la ocurrencia de accidentes y la violencia. En cuanto a las características de estos incidentes hubo predominio de los hombres víctimas de la asistencia de estas condiciones en el área urbana (87.50%), en la vía pública (42.80%), los viernes (18,7%) debido a los accidentes de tráfico (32,2%), con la mayoría de las veces un corte / laceración (31%) que afecta principalmente las extremidades inferiores (27,13%). Los resultados encontrados en este estudio provienen no sólo para confirmar los datos de otros estudios, sino también servir de base para la reanudación de la reflexión por parte del gobierno estatal y municipal de salud sobre la importancia de políticas públicas más eficaces para hacer frente a accidentes y violencia.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I 17

1 INTRODUÇÃO 18

1.2 OBJETIVOS 22

1.2.1 OBETIVO GERAL 22

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 22

CAPÍTULO II 23

2 REFERENCIAL TEÓRICO 24

2.1 DAS RAÍZES À INCLUSÃO DAS CAUSAS EXTERNAS NA AGENDA

DO SETOR SAÚDE 24

2.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E DE COMBATE AS VIOLÊNCIAS E ACIDENTES

29

CAPÍTULO III 33

3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS 34

3.1 TIPOS DO ESTUDO 34

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO 35

3.2.1 Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena 35 3.2.2 Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio Burity (CHMGTB) 36

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO 36

3.4 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS 37

3.4.1 Variáveis dependentes 37

3.4.2 Variáveis independentes 37

3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS DADOS 41

3.6 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS 41

3.7 ASPECTOS ÉTICOS 41

CAPÍTULO IV 43

4.0 RESULTADO E DISCUSSÃO 44

4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO E CULTURAL DOS HOMENS VÍTIMAS

DE ACIDENTES E VIOLÊNCIA ATENDIDOS NOS SERVIÇOS SENTINELAS DE JOÃO PESSOA

45

(17)

OS HOMENS ATENDIDOS NESSES SERVIÇOS

4.3 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO DOS HOMENS

VERSUS A CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES E VIOLÊNCIA

61

CONSIDERAÇÕES FINAIS 76

REFERÊNCIAS 79

ANEXOS

ANEXO A – Ficha do inquérito da VIVA 86

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(19)

1 INTRODUÇÃO

Os acidentes e violências representam um dos maiores problemas sociais com impacto importante na saúde dos brasileiros, em especial na saúde do homem. Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (1997) esses eventos, denominado de causas externas na Classificação Internacional de Doenças – CID, apresenta maior número de categorias, o que possibilita dar maiores detalhes, especificando, portanto, as informações nesse contexto.

Os acidentes referem-se a eventos não intencionais e evitáveis, causadores de lesões físicas e ou emocionais no âmbito doméstico ou nos outros ambientes sociais, como o do trabalho, do trânsito, da escola, de esportes e o de lazer (BRASIL, 2001).

A Violência segundo Ferreira (2001) é a ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força. Para Minayo e Souza (1998) violência é um evento representado por ações realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e ou espirituais a si próprio ou a outros. Chauí (1999) acrescenta à esta definição o ato de brutalidade, sevícia de abuso físico ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação pelo medo e pelo terror. No aspecto jurídico, Ferreira (2001) define o termo como o constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação. Para OMS (1997) refere-se à imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitável.

Acidentes e violências se configuram em um conjunto de agravos à saúde que podem ou não levar ao óbito. Para Bastos, et al. (2009) eles podem ser classificados, o primeiro, como causas acidentais - devidas ao trânsito, trabalho, quedas, envenenamentos, afogamentos e outros tipos de acidentes – e o segundo, como causas intencionais (agressões e lesões autoprovocadas).

(20)

Cabe destacar que os acidentes e violências são fenômenos relacionados a indivíduos jovens (20 a 39 anos), na faixa produtiva, envolvidos como autores ou vítimas (BRASIL, 2009). A dimensão desse problema pode ser vista também a partir de um Relatório recente da Organização Mundial da Saúde que destaca, a ocorrência anual de aproximadamente 400.000 óbitos de jovens com menos de 25 anos de idade vítimas de acidentes de trânsito, e vários milhões com ferimentos graves ou incapacitados. No Brasil, na década 1998/2008, o Sistema de Informação de Mortalidade - SIM/MS registrou um total de 38.273 mortes nos diversos tipos de acidentes de trânsito. Esse dado coloca o Brasil em 10º lugar entre os 100 países analisados no relatório do estudo divulgado em 24 de fevereiro de 2011 (WAISELFISZ, 2011).

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008a) no Brasil, a violência se encontra em terceiro lugar no ranking da mortalidade de brasileiros e é a principal causa de morte de homens. Este quadro é reafirmado por dados da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde descritos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – PNAISH (BRASIL, 2008b), que revelam a alta taxa de mortalidade por homicídio entre homens na faixa etária de 20 a 59 anos.

O quadro de mortalidade brasileira de acordo com Ministério da Saúde (2009a), revela que, em 2008, homens morreram cinco vezes mais por causa de acidentes ou de violência do que as mulheres. Foram 112,4 mortes de homens por 100 mil habitantes naquele ano. Nos casos de morte por arma de fogo, a razão é ainda maior - risco 16,7 vezes superior para o sexo masculino em comparação ao feminino. Com base em dados deste mesmo ano, do total de mortes violentas de homens, 40,6% foram por agressões (sendo 29,4% por arma de fogo) e 26,9% por causa de acidentes de trânsito (BRASIL, 2009a).

Outro aspecto que merece destaque neste relatório são os dados sócioecnômicos das vítimas, que geralmente são homens, jovens de 20 a 39 anos, e com menos de sete anos de estudo foram às principais vítimas das mortes violentas ou dos acidentes. Além disso, o risco de uma pessoa da cor parda morrer vítima de uma dessas causas é 2,1 vezes maior em comparação a um branco. No caso de negros, o risco é 1,8 vezes superior a um indivíduo branco.

(21)

Estes eventos no Nordeste apresentam-se como a segunda causa de morte. Segundo o Mapa da Violência (BRASIL, 2011), esta região registrou, em 2008, 74% de mortes em decorrência destes agravos em indivíduos jovens; já Paraíba registrou 71,2% para a mesma população representado também, no mesmo período, a segunda causa de morte.

A tendência de morbimortalidade em decorrência de acidentes e violências também está associada aos aspectos culturais e educacionais. Em relação à Educação a Região Nordeste, em especial a Paraíba apresenta alta taxa de analfabetismo, pouco tempo de escolaridade, o que contribui para tal realidade, afinal o Ministério da Saúde em sua pesquisa intitulada “Saúde Brasil 2009” constatou que as mortes por causas externas concentram em indivíduos com menos de 7 anos de escolaridade. Em relação à cultura destaca-se o aspecto comportamental que influi significantemente no estilo de vida, e o estilo do homem, sob várias óticas, se diferencia daquele da mulher, visto que assume muitas situações de risco.

Esses dados traduzem a emergência das ações voltadas para minimizar ou resolver tais fenômenos sociais, cujas implicações refletem na qualidade de vida dos homens, nos indicadores de morbimortalidade e tem reflexos importantes no Sistema Único de Saúde. Sabe-se que durante anos estes agravos tem sido responsáveis pela sobrecarga aos serviços de saúde tanto no contexto das demandas quanto para os cofres públicos. Estima-se que 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são gastos com custos diretos devido a ocorrência de acidentes e violência, cifra que se eleva para 10,3% quando se incluem custos indiretos e transferêrencia de recursos. Segundo Minayo (2007) o custo direto destinado a acidentes e violências é três vezes mais elevado do que o valor investido no país, atualmente, em Ciências e Tecnologia.

Este cenário inglório exigiu do Ministério da Saúde a adoção de medidas de prevenção e controle deste problema através de definições expressas em diversas portarias. Assim, foi instituída e oficializada no ano de 2001, a Política Nacional de Saúde para Redução de Morbimortalidade – PNSRM; seguida da Política Nacional de Atenção às Urgências-PNAU- de 2003. Posteriormente, em 2004, foi implantada a Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde - RNPVPS, e definida a Agenda Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle dos Acidentes e Violência- ANVPCAV-, em 2005. No ano seguinte, foi apresentada a Política Nacional de Promoção a Saúde – PNPS, e, em 2008, foi instituída a Vigilância de violência e Acidentes- VIVA. Ainda neste contexto em 2009 foi lançada a PNAISH.

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em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, como afirma Brasil (2008a). Entende-se, que a partir da implementação da PNAISH, por envolver um conjunto de ações de promoção e prevenção, assistência e recuperação, executadas com humanização e qualidade nos diferentes níveis de atenção, contribua para a melhoria das condições de saúde da população masculina em nossa realidade.

Pode-se afirmar que várias estratégias tem sido implementadas como iniciativa do Ministério da Saúde para combater os acidentes e violências; e percebe-se que no atual cenário brasileiro tais fenômenos envolvendo homens tem se revelado como um importante problema de saúde pública em virtude não só dos aspectos biopsicossociais e econômicos que os envolve a vítima, agressor e familiares, mas sobre tudo pelos encargos ao Sistema Único de Saúde e ao Sistema Penitenciário. Ainda neste sentido, destaca-se a estratégia do Ministério da Saúde para minimizar/equacionar estes agravos ao definir, a partir da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), ações estratégicas através do seu Plano de Ação Nacional - PAN (2009-2011) onde se observam o Eixo III: Informação e comunicação com o objetivo de sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o auto-cuidado e hábitos saudáveis, através de ações de informação, educação e comunicação (BRASIL, 2008a).

A redução de morbidade e mortalidade por acidentes e violências em nossa realidade, através da identificação e do enfrentamento dos determinantes sociais da saúde, perpassa pelo delineamento do perfil socioeconômico e cultural dos homens residentes da Grande João Pessoa-pb envolvidos com esses fenômenos, haja vista que, as ações a serem implementadas devem ter estreita relação com as características da clientela.

Ressalta-se a importância da presente pesquisa, uma vez que os estudos realizados no cenário brasileiro tem-se focalizado nas grandes Capitais, a exemplo da pesquisa de Deslandes et al. (2007). Neste contexto, o estudo visa responder aos seguintes questionamentos: Como se caracteriza o perfil socioeconômico e demográfico dos homens residentes na Grande de João Pessoa que são vítimas de acidentes e violências? Como se caracteriza os acidentes e violências que envolvem estes homens?

Ampliar o conhecimento sobre esta problemática possibilitará contribuir para o enfrentamento desse importante desafio, que sem dúvidas exigirá a definição e a implementação de ações preventivas e de reabilitação no âmbito da saúde e nas demais esferas do governo. Além disto, contribuirá para tornar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem uma realidade concreta.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar, a partir dos registros da Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA – a associação do perfil socioeconômico e demográfica com a qualificação dos acidentes e violência envolvendo usuários do gênero masculino atendidos nos serviços sentinela de João Pessoa.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Identificar o perfil socioeconômico e demográfico dos homens vítimas de acidentes e violência atendidos nos serviços sentinelas de João Pessoa/PB;

 Caracterizar os acidentes e violência que envolve homens vítimas de acidentes e violência atendidos nos serviços sentinelas quanto à gravidade, tipo de lesões e causas externas;

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CAUSAS EXTERNAS: das raízes à inclusão na agenda do setor saúde

Os acidentes e violências denominados como causas externas são ocorrências que resultam em alta demanda aos serviços de saúde e em sofrimento para as vítimas e seus familiares, em virtude de acarretarem elevados custos diretos, indiretos para o setor saúde, bem como, para vítima deste incidente, além das seqüelas que pode comprometer a sua qualidade de vida (BRASIL, 2002; PEREIRA, RODRIGUEZ e SILVA, 2009).

Estes eventos são resultado de ações ou omissões humanas e, de condicionantes técnicos e sociais que passaram a se configurar como um problema de saúde pública de grande magnitude, devido aos índices de morbimortalidade expressos em vários estudos (BRASIL, 2005).

Quanto aos óbitos por esses episódios, em 2008, o Brasil registrou mais de 1,06 milhão, sendo 133.644 de causas externas (acidentes e violência), o equivalente a 12% do total desta ocorrência; e destes 83% foram de homens configurando-se no ranking nacional, como o terceiro maior motivo de morte. (BRASIL, 2009c).

Dentre as causas externas, os acidentes de transporte destacam-se em termos de magnitude, tanto de mortes, quanto de feridos (BRASIL, 2005). Um Relatório recente da Organização Mundial da Saúde que destaca, a ocorrência anual de aproximadamente 400.000 óbitos de jovens com menos de 25 anos de idade vítimas de acidentes de trânsito, e vários milhões com ferimentos graves ou incapacitados. No Brasil, na década 1998/2008, o Sistema de Informação de Mortalidade - SIM/MS registrou um total de 38.273 mortes nos diversos tipos de acidentes de trânsito (WAISELFISZ, 2011).

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Enquanto conceito, acidente é compreendido como um episódio não proposital e evitável, causador de danos físicos e/ou emocionais no âmbito doméstico ou nos outros espaços sociais, como o trabalho, o trânsito e a escola (BRASIL, 2005).

Por outro lado, violência é compreendida como o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (BRASIL, 2005).

Os acidentes e violências são fenômenos sociais antigos, e quando a relacionamos com a população masculina, parece ser congênita na trajetória do homem sobre a terra, ou mesmo antes, se remontarmos aos mitos ancestrais. Em relação a violência, ao lermos a bíblia, livro sagrado, percebemos uma variedade de relatos de conflitos, sendo o mais conhecido de violência original a de Caim e Abel, ambos, irmãos marcando a presença do primeiro assassinato relatado.

Para Pesavento (2006) como descendência de Caim, os homens permaneceram construindo no decorrer dos séculos imagens e discursos sobre o fenômeno da violência, que nada mais é do que a forma de enfrentamento que se revela associada a outros tantos conceitos e práticas, como a destruição, a morte, o aniquilamento da identidade, individual e coletiva, a intolerância, a dificuldade de conviver com a diferença, a construção da exclusão social e a prática de atos cruéis contra populações indefesas.

Ora, se as representações fazem parte deste sistema de dizer o mundo, através de idéias, imagens e práticas, a realidade, como referente necessário para as construções simbólicas de sentido a que damos o nome de imaginário, não cessou de fornecer exemplos, visíveis ou discursivos desta violência, sempre renovada.

Gostaríamos, contudo, de enfocar uma das formas de exercício da violência, dada pela guerra, que de maneira geral e ao longo dos tempos iniciaram devido interesses/aspectos políticos, econômicos ideológicos e que resultam com um número alarmante de vítimas. Entretanto nos deteremos aos agravos oriundos das causas externas presentes no cotidiano do homem no mundo contemporâneo.

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Neste sentido, na saúde pública, para Cocco (2007):

pouco se tem debatido a questão de visibilidade e dos acidentes (especialmente, na população masculina e no espaço público) por meio dos indicadores de morbimortalidade, os quais revelam que os homens são os maiores perpetradores da violência interpessoal, seja homicídio, seja violência física seja outras formas.

Logo, observamos que o homem convive com os acidentes e violências diariamente nos espaços públicos, em seus lares, em seus lazeres, e principalmente praticam-nos entre si, por isso entendemos que os homens como já foi dito inicialmente são os principais autores e vítimas de acidentes e violências; logo percebe-se que esses fenômenos apresentam relação direta com os aspectos sócio demográficos e de gênero.

Assim, vale salientar que a masculinidade – situada nas relações de gênero – pode ser entendida como um conjunto de atributos, valores, funções e condutas que se espera que o homem tenha numa determinada cultura (KEIJZER, 2003).

Esse modelo expressa uma ideologia em que a masculinidade se ancora na heterossexualidade, na racionalidade e no privilégio de poder infligir à violência (VILLASEÑOR-FARIAS, 2003).

Adotando um recorte de geração, consideramos, portanto, que as masculinidades se complexificam ainda mais entre os jovens quando influenciados por esse modelo para ascender ao statusde homem adulto.

No campo da saúde pública, as discussões sobre a masculinidade têm sido atravessadas por questões relacionadas à violência. Segundo Couto e Schraiber (2005), a partir dos anos 90, principalmente nesse campo, se intensificam as discussões sobre a relação homem-violência, sobretudo motivadas pelos altos índices de mortalidade por violência entre homens jovens, em diversas regiões da América Latina e Caribe. Schraiber, Couto e Gomes (2005) chamam a atenção para a magnitude da violência vivida por homens na esfera pública, apontando que cerca de um em cada dois homens já experimentou alguma situação de agressão física.

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possuem no contexto capitalista ocidental contemporâneo”. As relações entre masculinidade e violência podem ser aprofundadas se adicionarmos questões voltadas para raça/etnia.

No entanto, sabemos que há pouco investimento por parte da área da saúde no trato dessas questões. Junto a uma produção escassa, há autores que chamam a atenção para a necessidade de se contextualizar as relações entre raça/etnia, masculinidade e violência num escopo maior que envolva, dentre outros, aspectos estruturais – relacionados, principalmente, as desigualdades socioeconômicas, bem como questões de ordem territorial – voltadas para áreas geográficas hoje consideradas de risco.

Por último, observamos que as discussões acerca das relações masculinidade – juventude - violência devem se situar numa lógica complexa em que a violência é entendida como um fenômeno multifacetário e sócio-histórico, nutrida e modelada a partir de aspectos políticos, econômicos e culturais que se traduzem nas relações cotidianas entre os sujeitos e as instituições, sendo este um processo apreendido e internalizado (MINAYO, 1994).

No Brasil, a inclusão da violência e da criminalidade na agenda da cidadania coincide com o término (oficial) da ditadura militar. Os movimentos sociais pela democratização, as instituições de direito e a forte pressão de algumas entidades não-governamentais e organizações internacionais, com poder de influenciar o debate nacional, foram fundamentais para tornar a violência social uma questão pública.

Na área de saúde, no País, a consideração do tema da violência vem se fazendo de forma fragmentada e progressiva. Primeiramente, pediatras epidemiologistas e psiquiatras trouxeram o problema ao debate, embora enfermeiras, assistentes sociais e demais profissionais do campo da assistência tivessem consciência dele. Os primeiros, seguindo as trilhas de Kempe et al.(1962), como já demonstrado (MINAYO, 1990); os segundos, produzindo importantes estudos de magnitude e evidenciando tendências; os últimos, analisando as relações das agressões com enfermidades mentais, com ênfase em estudos sobre suicídio (MINAYO, 1990). Seus trabalhos se iniciam nos anos 70 do século 20, mas o incremento maior da contribuição científica da área sobre o tema ocorre a partir dos anos 80. Seu aporte na produção científica e na prática da atenção, nos últimos 25 anos, é de mais 90% em relação a qualquer período histórico anterior (MINAYO, 1990).

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Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), no Rio de Janeiro; e da ABNAPI (Associação Brasileira de Prevenção

aos Abusos e Negligências na Infância), em Minas Gerais (MINAYO e SOUZA, 1999), como exemplos de entidades surgidas nos anos 80, com intervenções abrangentes, que pensavam, atuavam e produziam, especificamente, dando assessoria a políticas públicas no tema da violência na infância e na adolescência.

O estudo da violência teve um forte enfoque no campo social até que, na década de 1980 como já foi citado, passou a ser estudado na área da saúde, devido ao grande impacto na morbimortalidade, deixando de ser visto como tema apenas do espaço privado para tornar-se, também, da esfera pública (OMS, 2002; ASSIS, 1994). Assim sendo, os serviços de saúde têm alocado mais recursos materiais (equipamentos, medicamentos, exames, transporte, leitos de internação) e humanos para o atendimento das vítimas, que exigem cuidados especializados e de qualidade, com alto custo social e econômico. A gravidade do problema pressupõe ações intersetoriais, envolvendo as áreas da saúde, segurança, educação, assistência social, entre outras, que necessitam investir em políticas públicas de prevenção e de assistência. Cabe aos profissionais de saúde um importante papel na detecção de casos, na prática de ações preventivas e de tratamento e reabilitação das vítimas.

Destaca-se que violência é, antes de tudo, uma questão social, portanto, em si, não é objeto próprio do setor saúde. Ela se torna um tema desse campo pelo impacto que provoca na qualidade de vida, pelas lesões físicas, psíquicas e morais que acarreta e pelas exigências de atenção e cuidados dos serviços médicohospitalares. Também, pela concepção ampliada de saúde, a violência é objeto da intersetorialidade, na qual se integra o campo médico-social (BRICEÑO-LÉON, 2002).

Assim, ao incorporar os dois temas como problemas de saúde pública, o setor saúde faz, de um lado, assumindo a sua participação – com os outros setores e com a sociedade civil – na construção da cidadania e da qualidade de vida da população e, de outro, o seu papel específico, utilizando os instrumentos que lhe são próprios: as estratégias de promoção da saúde e de prevenção de doenças e agravos, bem como a melhor adequação das ações relativas à assistência, recuperação e reabilitação (BRASIL, 2005). Para isto necessita de uma interlocução entre diferentes setores da saúde e de outras áreas, disponibilidade pessoal, preparo para fazer o atendimento e o acompanhamento do desenrolar das ações desencadeadas.

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A enfermagem, por gerenciar o cuidado e, de maneira geral, fazer a articulação entre os demais profissionais e serviços, é uma profissional-chave na discussão da assistência ao usuário vítima de acidentes e violências.

Segundo a Classificação Internacional de Doenças – CID (OMS, 1985; OMS, 1995), e o conceito formal de acidente é um evento não intencional, que também causa dano físico e emocional. Nesse sentido, é muito importante observar que um acidente ao é uma simples obra do acaso e pode trazer conseqüências indesejáveis. Em outras palavras: acidentes podem ser previstos, podem ser evitados.

Vale destacar que os acidentes, em geral, são resultados de uma combinação de fatores, entre eles falhas humanas e falhas materiais, ou seja, atos inseguros e condições inseguras.

Retomando o conceito de violência, este evento refere-se que causa danos à vida de forma geral (OMS, 1985; OMS, 1995). Vilela (2008) acrescenta a este conceito a conotação negativa da palavra, uma vez que é associada a um ato moralmente reprovável, de tal maneira que quem comete intencionalmente esse tipo de ato é obrigado a justificá-lo; no entanto esta posição normativa que não implica necessariamente que todo ato violento seja moralmente reprovável (caso da violência por legítima defesa). Segundo este autor para caracterizar um ato como “violento”, devem ser preenchidas ao menos as seguintes condições: causar dano, usar a força (física ou psíquica), ser intencional ou ir contra a livre e espontânea vontade de quem é objeto do dano (VILELA, 2008).

Atualmente observa-se um incremento constante dos indicadores objetivos da violência no mundo: taxas de homicídios, conflitos étnicos, religiosos, raciais etc., índices de criminalidade, incluindo nesta categoria o narcotráfico etc; como também presenciamos, um alargamento do entendimento da violência, uma reconceitualização de suas peculiaridades pelos novos significados que o conceito assume, “(...) de modo a incluir e a nomear como violência acontecimentos que passavam anteriormente por práticas costumeiras de regulamentação das relações sociais”, como a violência intrafamiliar contra a mulher ou as crianças, a violência simbólica contra grupos, categorias sociais ou etnias, a violência nas escolas etc. (WAISELFISZ, 2011).

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Durante anos, Acidentes e violências são responsáveis pela sobrecarga aos serviços e cofres públicos. Com base em cálculos do Banco Internacional de Desenvolvimento, citado por Briceño-León (2002), estima-se que 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são gastos com custos diretos a acidentes e violência, cifra que sobe para 10,3% quando se incluem custos indiretos e transferêrencia de recursos. Segundo Minayo (2007) o recurso direto destinado a acidente e violência é três vezes mais elevada do que o valor investido no país, atualmente, em Ciências e Tecnologia.

Tais dados motivaram ao Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) adotar medidas de prevenção e combate a este problema de ordem pública a partir da Política Nacional de Saúde para Redução de Morbimortalidade - PNSRM -oficializada pela Portaria de 2001, seguida da Política Nacional de Atenção às Urgências-PNAU- de 2003, da Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde-RNPVPS- de 2004, da Agenda Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle dos Acidentes e Violência- ANVPCAV- de 2005, da Política Nacional de Promoção a Saúde – PNPS- de 2006, da Vigilância de violência e Acidentes- VIVA- do mesmo ano e por fim pela PNAISH lançada em 2008.

A primeira política citada é fruto de longo processo de discussão do setor diante a relevância de acidentes e agravos no perfil de morbimortalidade do país, portanto sua implantação tem sido um marco importante, visto que introduz oficialmente o tema acidente e violência em pauta do sistema de saúde, o que outrora era restrito aos foros policiais e judiciários. Para Deslandes, et al. (2007) esta política contribui para a melhoria da qualidade dos serviços prestados às vítimas de acidentes e violências em nosso país em virtude de suas diretrizes compreenderem as esferas federal, estadual e municipal, e visar à prevenção, atenção e recuperação das pessoas em situação ou risco para as chamadas causas externas.

Para Minayo e Deslandes (2008) esta política colaborou efetivamente para a inclusão da violência na agenda do setor de saúde, visto que, além de favorecer e incentivar a promoção arraiga outras propostas/ações de saúde que inclui o monitoramento das ocorrências; atendimento pré-hospitalar das vítimas; atendimento interdisciplinar e intersetorial às vítimas; atendimento voltado à recuperação e reabilitação; capacitação de Recursos Humanos; desenvolvimento de estudos e pesquisas. Logo, percebemos que tal política tem como pano de fundo o processo de descentralização e regionalização das ações e serviços da saúde no Brasil.

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ressaltar que os danos, lesões, traumas e mortes causadas por acidentes de transporte e violências levam a altos custos emocionais e sociais e grande utilização dos aparatos de segurança pública, do setor saúde e da segurança do trânsito.

Ainda na perspectiva de redução dos índices de acidentes e violência em 2003 o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional de Atenção às Urgências a qual é responsável pelo enfrentamento das causas externas a partir da previsão de aprimoramento e expansão de atendimento pré, intra, e pós-hospitalares das vítimas. Atualmente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU –, principal componente desta política (BRASIL, 2006a).

O SAMU trata-se de um serviço pré-hospitalar móvel tem com missão o socorro imediato das vítimas e encaminhamentos para o atendimento pré-hospitalar fixo ou para o atendimento hospitalar (DESLANDES, MINAYO, OLIVEIRA, 2007). Para essas autoras o atendimento pré-hospitatar móvel ou fixo se fundamenta na ideia de que, frequentemente, lesões e traumas provocados por vários tipos de eventos (acidentes e violências) tem condições de serem revertidos em sua totalidade ou em partes, dependendo do suporte oferecido à vítima.

No Brasil, este serviço é apoiado pelo governo federal, em parceria com governos estaduais e prefeituras, com a finalidade de prover o atendimento de urgência à população. Este conta no momento com 114 serviços estando em atividade em 926 municípios no Brasil, atingindo 112milhões de pessoas (BRASIL, 2009).

Além dos aspectos já descritos em 2003 foi lançada a Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde oficializada pela Portaria GM/SM nº 934 de 18 de maio de 2003, esta tem como objetivo estabelecer diretrizes e responsabilidades institucionais onde se contemplem e valorizem medidas inerentes à promoção da saúde e à prevenção de agravos externos (BRASIL, 2003). E em 2005 visando contribuir para o combate deste agravo, pois contemplaram com treinamento e capacitação de profissionais para gerenciamento e avaliação das intervenções propostas, a partir das informações coletadas ações de aprimoramento e expansão da vigilância e do sistema de informação de violências e acidentes foi efetivada a Agenda Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle dos Acidentes e Violência (BRASIL, 2009).

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condicionantes – modo de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso e bens e serviços essências (BRASIL, 2006).

Neste mesmo ano foi criada a Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) publicada pela Portaria GM/MS nº 1.356 de 23 de junho de 2006, nesta faz parte dois componentes importantes: a vigilância pontual através do Inquérito de Acidentes e Violências para descrever o perfil das violências (interpessoais ou autoprovocadas) e dos acidentes (trânsito, quedas, queimaduras, dentre outros) e a vigilância contínua em caso de violência doméstica, sexual e/ou outras violências (BRASIL, 2009c).

Com esse resgate de estratégias/propostas realizadas por iniciativa do Ministério da Saúde, ficam evidentes os esforços do governo para combater os acidentes e violência. Logo, percebemos que no atual cenário brasileiro os acidentes e violência envolvendo homens tem se revelado um importante problema de saúde pública pelos os aspectos biopsicossociais e econômicos que os envolve a vítima, agressor e familiares e pela sobrecarga ao Sistema Único de Saúde e ao Sistema Penitenciário. Neste sentido, destaca-se mais uma estratégia do Ministério da Saúde para minimizar/equacionar estes agravos buscando desenvolver ações estratégicas definidas a partir da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) lançada em 2008 (BRASIL, 2008a).

A PNAISH é a primeira política específica a combater agravos através da promoção a saúde e prevenção de doenças envolvendo a população masculina. Trata-se de uma proposta do Ministério da Saúde que serve de porta de entrada do Sistema Único de Saúde para os homens – com as estratégias de humanização, e em consonância com os princípios do SUS, fortalecendo ações e serviços em redes e cuidados da saúde do homem como afirma Brasil (2008b).

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3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

De acordo com Minayo (2007), a metodologia pode ser entendida como o caminho do pensamento e prática exercida na abordagem da realidade. Diante disso, foram estabelecidas as condições técnicas de caracterização do estudo, para a definição da população/amostra escolhidos para a obtenção das informações, bem como os instrumentos e procedimentos de coleta de dados à técnica de abordagem e a apresentação destes.

3.1 Tipo do estudo

Trata-se de uma pesquisa exploratório, retrospectiva, descritiva com abordagem quantitativa. As pesquisas observacionais e retrospectivas utilizam dados coletados que se referem a um evento passado (TURATO, 2005). As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis, ou seja, estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, gênero, procedência, nível de escolaridade, etc. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significantes está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2007).

Segundo Serapioni (2000) as pesquisas quantitativas são orientadas à busca da magnitude e das causas dos fenômenos sociais, sem interesse pela dimensão subjetiva e utilizam procedimentos controlados, assumem uma realidade estática e são orientadas aos resultados, sendo replicáveis e generalizáveis.

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3.2 Cenário do estudo

O cenário da pesquisa compreendeu os serviços sentinela (Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena e o Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity por oferecer uma amostra com boa representatividade e devido ao fato de já existir o serviço de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) na Cidade João Pessoa realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde após publicação da Portaria GM/MS nº 1.356 de 23 de junho de 2006.

3.2.1Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena

O Hospital de Emergência e Trauma “Humberto Lucena” foi fundado em 2001 a partir da Lei Estadual Nº 6.746, de 09 de junho de 1999. Este complexo hospitalar dispõe de uma estrutura moderna e arrojada e tem com finalidade especifica operacionalizar a gestão e execução das atividades e dos serviços de saúde de urgência e emergência em trauma. O hospital tem um papel fundamental no Estado da Paraíba, já que é um referencial na área de saúde em diversas especialidades, em especial atendimento de vítimas de acidentes e violências. O Hospital está capacitado para prestar assistência médica na área de traumatologia, queimados e outros serviços de urgência e emergência clínico-cirúrgica, de baixa, média e alta complexidade (JOÃO PESSOA, 2011).

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(UTQ). Após investimentos, como compra de novos equipamentos e cursos de aperfeiçoamento para a equipe, o Hospital de Trauma reafirmou seu compromisso com a assistência de qualidade e chega a receber pacientes de Estados vizinhos (JOÃO PESSOA, 2011).

3.2.2 O Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio Burity (CHMGTB)

A Lei Nº 11.457, de 18 de junho de 2008 cria e instala no âmbito do Município de João Pessoa o Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity (CHMGTB), como órgão integrante da rede hospitalar municipal, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde - SMS. Este complexo integra o Sistema Único de Saúde de João Pessoa, dedica-se à atenção de Emergência e Urgência, Clínica, Cirúrgica e Psiquiátrica no Município de João Pessoa além da atenção específica aos casos de traumato-ortopedia, em situações de urgência e eletivas (JOÃO PESSOA, 2008).

Constituem diretrizes norteadoras das estratégias de gestão do CHMGTB: Aprimorar continuamente os processos de gestão e de trabalho em saúde, a fim de exercer uma administração profissional com qualidade, utilizando, gerenciando e agenciando os recursos disponíveis, com o máximo de efetividade, eficácia e eficiência; Promoção de educação permanente, buscando a capacitação do quadro de trabalhadores, em todas as suas categorias nos níveis gerencial, técnico, auxiliar e apoio, necessários à plena operação de todas as unidades; Busca permanente de aprimoramento e disseminação dos modelos de gestão em unidades complexas de saúde, para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (JOÃO PESSOA, 2008).

3.3 População e amostra do Estudo

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composta por 1504 inquéritos (corresponde ao atendimento da população masculina durante tal monitoramento) excluindo-se:

 Vítimas de violência e acidentes de sexo feminino

3.4 Descrição das variáveis

Variável é qualquer situação, objeto, evento ou característica que possam mudar em quantidade e/ou qualidade (SPATA, 2005). Dessa forma, as variáveis selecionadas correspondem aos aspectos constantes no instrumento de coleta de dados da VIVA (ANEXO A) considerando-se que foram preenchidas de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Manual (ANEXO B).

3.4.1 Variáveis dependentes

A variável independente é o fator ou evento que o pesquisador pensa que vai afetar outro fator ou evento (SPATA, 2005). Assim, neste estudo a variável manipulada envolverá: Ocorrência de Acidentes e Violências. No entanto cabe ressaltar que nos estudo poderá ser ressaltadas as ocorrências mais prevalentes.

3.4.2 Variáveis independentes

As variáveis dependentes são comportamentos ou eventos que o pesquisador acha que será influenciado, ou modificado de alguma forma, através da manipulação da variável independente (SPATA, 2005).

Foram consideradas variáveis dependentes para este estudo:

 Idade (em anos) – agrupada por faixas etárias¹ < 20 anos

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______________________________________

ˡ As faixas etárias selecionadas a fim de destacar a faixa etária priorizada na PNAISH (20 a 59 anos) ² A escolaridade foi categorizada segundo a classificação apresentada pela LDB 9394/96 e pela Lei Federal Lei Federal nº11. 274/06 que pondera o ensino fundamental com 9 anos

³ Identificada por escrito, sem codificação

40│--│59 anos > 60 anos

 Escolaridade - classificada a partir dos seguintes códigos² 01 - Sem escolaridade

02 - 1ª à 4ª série incompleta do EF 03 - 4ª série completa do EF 04 - 5ª à 8ª série incompleta do EF

05 - Ensino fundamental completo 06 - Ensino médio incompleto 07 - Ensino médio completo

08 - Ensino superior incompleto 09 - Ensino superior completo 88 - Não se aplica

99 - Ignorado  Ocupação ³

 Raça/Cor (cor da pele) - classificada a partir dos seguintes códigos 1 - Branca

2 - Preta 3 - Amarela 4 - Parda 5 - Indígena 9 - Ignorado

 Possui Deficiência - classificada a partir dos seguintes códigos 1 – Sim

2 – Não 9 – Ignorado  Tipo de deficiência

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 Visual  Auditiva

 Outras deficiências/síndromes  Município que reside

 Tipo de Ocorrência - classificada a partir dos seguintes códigos 1- Acidente de transporte

2 - Queda 3 - Queimadura 4 - Outros acidentes 5 - Lesão autoprovocada

6 - Agressão/maus-tratos

7 - Intervenção por agente legal público 9 - Ignorado

 Natureza da Lesão - classificada a partir dos seguintes códigos 01 - Sem lesão física

02 - Contusão 03 - Corte/laceração 04 - Entorse/luxação 05 - Fratura

06 - Amputação

07 - Traumatismo dentário

08 - Traumatismo crânio-encefálico 09 - Politraumatismo

10 - Intoxicação 11 - Queimadura 12 – Outra 99 - Ignorado

 Local de ocorrência - classificada a partir dos seguintes códigos 01 - Residência

02 - Habitação coletiva 03 - Escola

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06 - Via pública

07 - Comércio/serviços 08 - Indústrias/construção 09 - Outro

99 - Ignorado

 Parte do corpo atingida (considerar somente o diagnóstico principal) - classificada a partir dos seguintes códigos

01 - Boca/dentes

02 - Outra região da cabeça/face 03 - Pescoço

04 - Coluna/medula 05 - Tórax/dorso 06 - Abdome/quadril 07 - Membros superiores 08 - Membros inferiores 09 - Genitais/ânus

10 - Múltiplos órgãos/regiões 88 - Não se aplica

99 - Ignorado

 Dia da semana da ocorrência - classificada a partir dos seguintes códigos 1-Domingo

2-Segunda 3-Terça 4-Quarta 5-Quinta 6-Sexta 7-Sábado

 Zona da ocorrência - classificada a partir dos seguintes códigos 1 - Urbana

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3.5 Procedimento para coleta de dados

A coleta de dados ocorreu no mês de agosto de 2011, em uma única semana, em função do banco de dados já existente do serviço de Vigilância de Violência e Acidentes – VIVA - dos serviços sentinelas, referente ao mês de outubro de 2009 concedido pela Gerência da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa/PB. Destaca-se que o mês de outubro foi utilizado para realizar um monitoramento nacional destes eventos no ano de 2009 (BRASIL,2011)

Para coleta de dados foi realizada uma análise prévia de consistência do instrumento da VIVA (ANEXO A), com objetivo de identificar variáveis com melhor nível de qualidade a fim de dimensionar a problemática.

Na operacionalização da coleta de dados foram respeitados os requisitos quanto à clareza, fidedignidade, confidencialidade e legibilidade.

3.6 Procedimentos de análise dos dados

Para a análise dos dados coletados, foi elaborado um banco de dados no programa estatístico SPSS 18.0 (Statistical Package for the Social Sciences) a fim de submetê-los a uma apreciação estatística descritiva, utilizado para análise quantitativa de dados relativos à pesquisa social.

Para tal, todas as variáveis contidas no instrumento de coleta de dados foram codificadas. E os resultados apresentados em números absolutos, frequências e porcentagens, sendo posteriormente apresentadas em tabelas e figuras, para análise com base no método proposto. Destaca-se que na análise atentou-se para a compreensão dos fenômenos envolvidos conforme a literatura pertinente à temática.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Buscando atender ao objetivo geral deste estudo, “analisar, a partir dos registros da Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA – o cruzamento do perfil socioeconômico e cultural com a qualificação dos acidentes e violência envolvendo usuários do gênero

masculino atendidos nos serviços sentinela de João Pessoa”, os resultados e discussão dos dados estão apresentados em três focos: 1. Perfil socioeconômico e demográfico dos homens vítimas de acidentes e violência atendidos nos serviços sentinelas de João Pessoa; 2. Caracterização dos acidentes e violência que envolve os homens atendidos nesses serviços; e 3. Perfil socioeconômico e cultural dos homens versus a caracterização dos acidentes e violência. Em sua análise foram considerados aspectos quantitativos envolvendo freqüência e cruzamento entre as variáveis.

Os dados envolvendo aspectos acima descritos foram, em nossa capital, informatizados pela primeira vez em outubro de 2009, quando foi revelado um total de 2.281 vítimas de acidentes e violência na rede de serviços de sentinela que abrange o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador “Humberto Lucena” e Complexo Hospitalar de Mangabeira “Tarcísio Burity”. Deste total, 1504 corresponde ao número de atendimento à população masculina.

Assim, considerando estas unidades e a ocorrência dos acidentes e violência envolvendo especificamente essa população, verifica-se na Tabela 1 a seguir, pequena diferença em relação ao número de atendimentos entre esses serviços de emergência no estado da Paraíba, pois 52,7% dos usuários foram atendidos em Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena e os demais (47,3%) no Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio Burity.

Tabela 1. Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa – PB,2009

Local de Atendimento Frequência (%)

Complexo de Mangabeira 711 47,30

Hospital de Trauma 793 52,70

Total 1504 100,00

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Percebe-se que do total de atendimentos, a clientela masculina corresponde a 65,9%, o que exige dos serviços públicos uma atenção especial em virtude das conseqüências associadas a este problema de saúde pública. Para o Oliveira (2010) o predomínio do homem entre as vítimas deve ser justificado pelos padrões socioculturais cristalizados na noção de gênero. Dados da Fundação Getúlio Vargas – FGV (2007) e do Mapa de Violência 2012 corroboram com essa afirmativa na medida em que o primeiro aponta como principal vítima ou causador da violência homens; e o segundo alerta que as mortes por homicídios são ocorrências marcadamente masculinas (WAISELFISZ, 2011). Desse modo, verifica-se a necessidade de criar políticas públicas distintas para homens e mulheres, pois, entre os gêneros, a exposição a fatores de risco não é a mesma.

4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO E CULTURAL DOS HOMENS VÍTIMAS DE ACIDENTES E VIOLÊNCIA ATENDIDOS NOS SERVIÇOS SENTINELAS DE JOÃO PESSOA

As variáveis selecionadas para caracterizar o perfil socioeconômico e cultural dos homens vítimas de acidentes e violência atendidos nos serviços sentinelas de João Pessoa foram selecionados a partir do instrumento de coleta de dados da Vigilância de Violência e Acidentes e envolveram as variáveis: idade escolaridade, ocupação, raça/cor da pele e condição de deficiência. Além disto, foram considerados os dados residenciais quanto ao município e zona.

A variável idade foi quantificada em intervalos destacando a faixa etária priorizada na PNAISH (20 a 59 anos), conforme Figura 1 a seguir:

Figura 1 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a faixa etária– Outubro de 2009

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Tabela  1. Frequência  da  população  masculina,  vítimas  de  acidentes  e  violência, atendida nos serviços sentinelas em João Pessoa  –  PB,2009
Figura 1 Distribuição da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos  serviços sentinelas em João Pessoa segundo a faixa etária –  Outubro de 2009
Figura  2  Distribuição  da  população  masculina,  vítimas  de  acidentes  e  violência,  atendida  nos serviços sentinelas em João Pessoa segundo a escolaridade –  Outubro de 2009
Tabela 2 Frequência da população masculina, vítimas de acidentes e violência, atendida nos  serviços sentinelas em João Pessoa segundo a ocupação  –  Outubro de 2009
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Referências

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