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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO UNA DAS HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO CAROLINE DE FÁVERI

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CAROLINE DE FÁVERI

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008

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MACROALGAS BÊNTONICAS DA ZONA ENTREMARÉS EM COSTÕES ROCHOSOS NA PRAIA DA RIBANCEIRA, IMBITUBA, SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciências Biológicas para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas – ênfase em Manejo e Gestão de Recursos Naturais – Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Orientador:

Prof M.Sc. Rafael Martins

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Agradeço a todos que colaboraram de forma direta ou indireta para realização deste trabalho em especial:

Ao Prof. M.Sc. Rafael Martins pela orientação, sugestões e demais facilidades concedidas.

Aos colegas Marcelo e Jean pelas ajudas no campo.

Ao Prof. Dr. Paulo Horta, pelo auxilio nas identificações, bibliografias cedidas e sugestões.

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Os costões da praia da Ribanceira possuem em sua composição grande diversidade faunística e de organismos avasculares fotossintetizantes, comumente conhecidos por algas. As algas não possuem conceito taxonômico definido, são classificadas como um agrupamento artificial que reúne dezenas de filos agrupados em pelo menos três reinos diferentes. Com objetivo de contribuir para o conhecimento da ficoflora bentônica realizou-se um levantamento em dois costões rochosos (28°14’S e 48° 40’W e 28°11’S e 48°39’W) da Praia da Ribanceira, Imbituba, sul do estado de Santa Catarina e analisou-se a variação sazonal dos táxons durante um ano comparando-os com o estudo realizado 30 anos antes. Foram efetuadas quatro coletas sazonais (julho e agosto de 2007, março e setembro de 2008), sempre em marés baixas seguindo as tabulações de maré, sendo empregada a metodologia de raspagem do substrato em um transecto perpendicular à linha d’água, delimitando-se para a amostragem a zona entre marés e franja superior do infralitoral. As espécies coletadas foram triadas em laboratório e fixadas em solução de formol 4%. Após fez-se o processo de exsicatagem e identificação das espécies por meio de comparação com literatura específica. Considerou-se a nível de identificação, caracteres que compõem a morfologia externa, e a morfologia interna. Para verificação da similaridade sazonal, e com trabalho realizado por Citadini-Zanette; Veiga Neto; Veiga (1979) na praia da Ribanceira (Imbituba,SC) foi utilizado o índice de Similaridade de Sorensen através do programa computacional Past. Os nomes científicos das espécies dos levantamentos comparados foram atualizados. Foram encontrados 62 táxons, nove Ochrophyta, 14 Chlorophyta e 39 Rhodophyta sendo dois indivíduos de Cladophora identificados somente ao nível de gênero. Entre as ordens mais representativas em cada divisão destacaram-se: Ceramiales (Rhodophyta) com 13 espécies, Ectocarpales (Ochrophyta) com 6 espécies e Cladophorales (Chlorophyta) com seis espécies. Em Comparação ao número total de espécies encontradas na praia da Ribanceira, por Citadini-Zanette, há 30 anos, não se constatou a presença de 17 táxons, e distribuídos entre 11 táxons de Rhodophyta, um táxons de Ochrophyta e dois táxons de Chlorophyta. No entanto registrou-se o aparecimento de 16 novos táxons: 12 de Rhodophyta, dois de Ochrophyta e dois de Chlorophyta. A fisionomia das comunidades foi dominada por algas verdes, principalmente as com talos foliáceos e filamentosos representadas principalmente pelas espécies oportunistas Ulva spp. e Cladophora spp. e espécies calcárias articulares, Jania sp. e Amphiroa sp. Para sazonalidade registrou-se 43 espécies na primavera, 32 no verão, 28 no outono e no inverno 50 espécies. Observou-se maior riqueza de espécies na estação mais fria do ano, provavelmente decorrentes do ritmo sazonal de ressurgência. Ressalta-se a necessidade de um contínuo monitoramento para verificações futuras da composição específica e estrutura da comunidade.

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2 OBJETIVOS ...10

2.1 Objetivo Geral: ... 10

2.2 Objetivos específicos:... 10

3 MATERIAIS E MÉTODOS ...11

3.1 Considerações sobre a costa brasileira ... 11

3.1.1 Área de Estudo... 11 3.1.2 Vegetação... 12 3.1.3 Clima ... 14 3.1.4 Geologia e Geomorfologia... 14 3.2 METODOLOGIA... 15 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...17 4.1 Composição da área... 17

4.2 Constatação de novos táxons ao primeiro levantamento realizado em 1979 ... 24

4.3 Sazonalidade... 29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...36

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1 INTRODUÇÃO

Embora não exista um conceito taxonômico definido para o que se chama coletivamente de alga, estas são classificadas como um grupo artificial que reúne dezenas de filos agrupados em pelo menos três reinos diferentes (OLIVEIRA, 2002).

As macroalgas são organismos fotossintetizantes avasculares desenvolvendo-se como células isoladas ou agregados, formando talos pluricelulares que podem ser agrupados em três grupos principais: Chlorophyta (algas verdes), Rhodophyta (algas vermelhas) e Phaeophyta (algas pardas), grupos estes que se diferenciam macroscopicamente pela coloração de seus talos devido à presença de pigmentos como as clorofilas, ficobilinas e fucoxantinas nos cloroplastos (ROUND, 1983).

Atualmente com o advento da sistemática filogenética, a taxonomia das algas passou a considerar não somente a morfologia externa, mas também aspectos ultra-estruturais, como o aparato flagelar e o processo de divisão celular (REVIERS, 2006).

Nesse contexto as algas vermelhas (Rhodophyta) formam um grupo homogêneo, apresentando plastídios endossimbióticos primários com ficobilissomos, um tipo de amido formando grãos citoplasmáticos (amido das florídeas ou rodoamilo), ausência total de células flageladas e a sinapse celular, que coloca em contatos citoplasmas de duas células vizinhas, este último considerado a sinapomorfia do grupo (REVIERS, 2006).

As algas pardas passam a integrar uma classe (Phaeophyceae) dentro da divisão Ochrophyta, segundo Cavalier-Smith (1995), divisão esta caracterizada por plastídios endossimbióticos secundários com clorofilas a e c, apresentando uma lamela periférica, o carboidrato laminarina e manitol como substrato de reserva. Nesse contexto as Phaeophyceae diferenciam-se, dentro das Ochrophyta, pelos seus órgãos reprodutores peculiares e pela presença de plasmodesmas (REVIERS, 2006).

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toda sua vida fixos a um substrato sólido, consolidado ou não, embora possam ser vistos flutuando em algumas regiões, sendo um fenômeno acidental e temporário, pois as únicas fases do histórico de vida que se apresentam livres e integram o plâncton por curtos períodos são os esporos e gametas (OLIVEIRA, 2002).

São as principais representantes da flora marinha em costões rochosos, que como seu próprio nome diz, são algas que devido ao seu maior porte podem ser vistas macroscopicamente (LANARI, 2006). Quanto à forma e tamanho abrangem ampla diversidade, possuindo desde células microscópicas com poucos micrômetros de diâmetro ou finos filamentos com alguns centímetros, até as enormes algas com estrutura mais rígida com vários metros de comprimento (conhecidas como “Kelps”) (ROUND, 1983).

As três maiores divisões de macroalgas marinhas, Chlorophyta, Ochrophyta e Rhodophyta, embora representem linhas evolutivas distintas, apresentam gamas de morfologias semelhantes, provavelmente adaptativas, conferindo “fitness” sobre os diversos organismos crescentes em um habitat comum. O reconhecimento da importância da morfologia levou as classificações ecológicas de algas baseadas na morfologia do talo, longevidade e história de vida (ORFANIDIS et al. 2001).

Segundo Raven et al. (2001) as algas do ponto de vista ecológico são os organismos mais importantes para a produtividade dos ecossistemas litorâneos, devido a seu posicionamento na cadeia trófica como produtores primários, iniciando inúmeras cadeias alimentares. Também possuem importância histórica integrando os grupos de organismos fotossintetizadores que surgiram há pelo menos 3,5 bilhões de anos atrás, os quais promoveram a primeira grande “poluição atmosférica”, com a eliminação do oxigênio molecular como forma de subproduto da fotossíntese, possibilitando a vida na terra de todos os organismos vivos aeróbios (SALGADO-LABOURIAU, 1998).

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Brasil, Horta et al. (2001) constatou 642 táxons, distribuídos em 388 Rhodophyta, 166 Chlorophyta e 88 Ochrophyta.

Componentes do bentos, possuem diferentes adaptações aos fatores ambientais, podendo reagir de várias formas à alterações do meio resultando em efeitos indesejáveis ao meio onde se encontram, ou a sua extinção frente a estas transformações, atuando assim como indicadores ecológicos (BOROWITZKA, 1972).

A transição das águas costeiras são uns dos sistemas ecológicos mais produtivos do planeta e são reconhecidos como de alto valor para a sociedade humana. No entanto, estão sendo gravemente ameaçadas pela pressão antropogênica e pelas alterações climáticas induzindo súbita elevação do nível do mar (CROOKS; TURNER, 1999 apud ORFANIDIS, 2001).

O litoral catarinense vem sofrendo contínuas interferências antrópicas, decorrentes da urbanização, da ocupação desordenada das áreas de marinha, dunas e entorno de canais. Tais processos dão início a uma cadeia de emissão de contaminantes e poluentes em águas fluviais e marinhas principalmente por esgotos domésticos (LEHMKUHL-BOUZON, 2005).

As ficofloras brasileiras melhores estudadas compreendem aquelas localizadas na região sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo), nas regiões nordeste e norte destacam-se os estados da Bahia e de Pernambuco, e em menor escala de estudos Sergipe, Alagoas, Piauí, Pará e Amapá, apesar das regiões possuírem características tipicamente tropicais e pela grande diversidade biológica (FUJII et al. 2008).

Entre os trabalhos registrados para o litoral catarinense citam-se: Cordeiro-Marino (1978) que descreve as Rodofíceas Bentônicas; Citadini-Zanette; Veiga Neto; Veiga, (1979) que listam as algas marinhas bentônicas de Imbituba; Santos (1983) com a descrição das clorofíceas para o estado de Santa Catarina; Ouriques (1997) que descreve as feofíceas do Litoral Catarinense; Tôrres-Silva (2005) descreveu a flora de macroalgas da Lagoa da Conceição da Ilha de Santa Catarina e Lehmkuhl-Bouzon (2005) que estudou a composição e estrutura espacial das algas marinhas bentônicas das baías de ilhas de Santa Catarina.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Realizar levantamento da ficoflora bentônica dos costões rochosos da Praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina.

2.2 Objetivos específicos:

 Verificar a sazonalidade de espécies de algas marinhas bentônicas nas quatro estações do ano;

 Analisar a variação no número de táxons encontrados com os registros para a mesma área por Citadini-Zanette et al. (1979);

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Considerações sobre a costa brasileira

A costa brasileira se estende pelo Oceano Atlântico, cobrindo cerca de 8.000 km, abrangendo 17 estados, é banhada por águas quentes que ocupam grande parte das bordas tropicais e subtropicais do Atlântico Sul Oriental, onde a variação espacial e temporal dos fatores é distinta. A zona Sul situa-se na faixa subtropical da costa brasileira, entre a baía de Santos (SP) e a região de Torres (RS). Ao sul desta região observa-se a influência da confluência da Corrente do Brasil com a Corrente das Malvinas e pela drenagem continental do Rio da Prata, da Lagoa dos Patos e do Complexo Estuariano Paranaguá-Cananéia. O assoalho marinho da plataforma continental é predominante arenoso, com focos areno-lodosos e algumas formações rochosas. A flora já empobrecida, aos poucos se reduz ao Uruguai (FUJII et al., 2008).

O principal trecho da costa brasileira, onde os costões rochosos estão entre os ecossistemas mais importantes, compreende Cabo Frio (RJ) até o Cabo de Santa Marta (SC). Nesta região, com exceção da área influenciada pela ressurgência de Cabo Frio, que apresenta elementos da fauna e flora bentônicas com afinidades temperadas e tropicais e que funciona como uma barreira biogeográfica para um grande número de espécies, a composição específica é de característica subtropical, com uma alta diversidade de espécies (COUTINHO, 1999).

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3.1.1 Área de Estudo

As coletas foram realizadas em dois costões rochosos na Praia da Ribanceira, município de Imbituba, sul do estado de Santa Catarina, localizados, respectivamente entre as coordenadas 28°14’S e 48° 40’W e 28°11’S e 48°39’W.

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A área é caracterizada pela presença de duas formações de matacões irregulares compreendidos desde a borda continental, com pequenas praias separadas por esporões rochosos (SANTA CATARINA, 1986), sustentando bancos de macroalgas que atuam como fonte de alimento para inúmeras comunidades de invertebrados, compondo assim seu habitat. A fauna associada aos bancos de macroalgas é representada por Briozoários, Bivalvos, Cirripédios, Decápodes, Equinóides, Gastrópodes, Isópodos, Poliquetos e Poríferos que figuram entre grupos dominantes.

Os mares do Sul do Brasil são classificados como temperados, apesar de estarem incluídos em uma região tipicamente tropical, devido principalmente ao fenômeno de ressurgência, que é definido basicamente como um processo de ascensão de águas profundas mais frias (abaixo de 20º C) e salgadas para a superfície do oceano condicionado por efeitos físicos (SILVA et al., 2002).

No Brasil a ressurgência na região de Cabo Frio (RJ) e do Cabo de Santa Marta (SC), é do tipo costeira, ou seja, causada principalmente por ventos e assim chamada pela proximidade com a costa, com os efeitos físicos causadores associados à ação de correntes oceânicas que alternam conforme a época do ano (SILVA et al., 2002).

3.1.2 Vegetação

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Figura 1 – Vista aérea dos costões rochosos (A) e detalhe de uma das áreas de estudo na praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina (B). Fonte: Google Earth (2008). Foto: Rafael Martins.

A

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3.1.3 Clima

O clima da região Sul de Santa Catarina é do tipo Cfa (mesotérmico úmido), segundo a classificação climática de Köeppen, ou seja, clima subtropical úmido, sem estação seca, com verão quente (temperatura média do mês mais quente > 22 °C) com precipitação pluviométrica total anual variando em termos normais, de 1.270 a 1.600mm, constituindo-se numas das zonas mais secas do Estado (EPAGRI, 2002).

3.1.4 Geologia e Geomorfologia

Segundo os dados e informações biofísicas da Unidade de Planejamento Regional Litoral Sul Catarinense (EPAGRI, 2002), os afloramentos rochosos aparecem de forma isolada e associadas com Neossolos Litólicos e Cambissolos. Em geral a ocorrência desses afloramentos de rocha estão relacionados a superfícies de topografia vigorosa, com predomínio de formas acidentadas, tais como maciços montanhosos.

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3.2 METODOLOGIA

O levantamento foi realizado em dois costões rochosos com quatro coletas sazonais (julho e agosto de 2007, março e setembro de 2008), sempre em marés baixas seguindo as tabulações de maré.

Utilizou-se o método de raspagem do substrato (MURRAY; LITTLER, 1978) o qual consiste na remoção, com o auxílio de uma espátula, de indivíduos que recobrem as superfícies rochosas. As raspagens foram realizadas por transecto perpendicular à linha d’água, sendo que a área de estudo delimitada para a amostragem abrangeu a zona entremarés, dividida em duas regiões : mesolitoral e infralitoral, ficando alternadamente emersa ou submersa nas marés, e franja superior do infralitoral.(Figura 2).

Figura 2- Delimitação da zona entremarés para o levantamento de macroalgas marinhas bêntonicas ao longo de um transecto nos costões rochosos, Praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina.

Infralitoral

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Na coleta, a raspagem foi feita de modo que maior número de espécies fossem amostradas. Nas coletas posteriores foram retirados somente indivíduos que não haviam sido coletados nas amostragens anteriores, sendo as espécies já amostradas anotadas em uma planilha. As espécies coletadas foram triadas em laboratório e fixadas em solução de formol 4%. Após fez-se o processo de exsicatagem e identificação das espécies por meio de comparação com literatura específica, seguindo trabalhos de Joly (1967), Baptista (1974, 1977) e Cordeiro-Marino (1978) e com ajuda de especialistas. Foram considerados, caracteres que compõem a morfologia externa (hábito geral, tipo de fixação, organização do talo presença de órgãos reprodutivos) e a morfologia interna (tipos de células corticadas, medulares e outras estruturas quando presentes). Os cortes transversais das frondes foram realizados à mão livre por meio de uma lâmina de barbear.

A fim de verificar a similaridade florística entre o presente estudo e o realizado por Citadini-Zanette et al. (1979) realizada na estação da primavera na praia da Ribanceira (Imbituba, SC) (comparação entre os estudos foi realizada somente na primavera, pois a amostragem realizada por Citadini-Zanette et al. (1979) deu-se somente nesta estação) foi utilizado o índice de Similaridade de Sorensen seguindo a seguinte fórmula: S = [2C/ (A + B)]×100, na qual C é o número de espécies comuns aos dois locais, A é o número total de espécies no local A e B é o número total de espécies no local B (CULLEN et al. 2003).

Para sazonalidade foi elaborada uma matriz de presença e ausência das espécies nas diferentes estações do ano, analisada pelo programa computacional Past, usando análise de agrupamentos tendo como medida de similaridade o índice de Sorensen, mostrado através de um dendrograma.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Composição da área

Foram encontrados, no total, 62 táxons infragenéricos, destes nove pertencentes à divisão Ochrophyta (14,5%) com nove espécies distribuídas em seis famílias pertencentes à quatro ordens, 14 à divisão Chlorophyta (22,5%), com 12 espécies distribuídas em cinco famílias pertencentes a três ordens, sendo dois indivíduos de Cladophora identificados somente ao nível de gênero, e 39 à divisão Rhodophyta (63%) com 39 espécies distribuídas em 16 famílias pertencentes à 10 ordens (Tabela 1).

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Tabela 1- Inventário das espécies registradas para a Praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina de acordo com suas categorias taxonômicas.

Divisão Classe Ordem Família Espécie

CHLOROPHYTA

Ulvophyceae

Bryopsidales

Bryopsidaceae

Bryopsis pennata J. V. Lamour. Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh Codiaceae

Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe Codium taylorii P.C. Silva

Cladophorales

Cladophoraceae

Chaetomorpha antennina (Bory) Kütz. Cladophora prolifera (Roth) Kütz. Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek Cladophora sp.1

Cladophora sp.2 Siphonocladaceae

Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Borgesen Ulvales

Ulvaceae

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OCHROPHYTA

Phaeophyceae

Ectocarpales

Acinetosporaceae

Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel Hincksia mitchelliae (Harv.) P.C. Silva Chordariaceae

Levringia brasiliensis (Mont.) A.B. Joly Scytosiphonaceae

Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier Petalonia fascia (O.F. Müll.) Kuntze Rosenvingea sanctae-crucis Borgesen Dictyotales

Dictyotaceae

Padina gymnospora (Kütz.) Sond. Fucales

Sargassaceae

Sargassum cymosum C. Agardh Shacelariales

Sphacelariaceae

Sphacelaria tribuloides Menegh. RHODOPHYTA

Subphylum Metarhodophytina

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Divisão Classe Ordem Família Espécie Erythropeltidales

Erythrotrichiaceae

Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh Subphylum

Eurhodophytina

Bangiophyceae

Bangiales

Bangiaceae

Porphyra acanthophora E. C. Oliveira & Coll var. acanthopora Porphyra puljasiae Coll & E.C. Oliveira

Florideophyceae

Acrochaetiales

Acrochaetiaceae

Acrochaetium codicola Borgesen Corallinales

Corallinaceae

Arthrocardia flabellata (Kütz.) Manza Arthrocardia gardneri Manza

Cheilosporum sagittatum (J. Ellis & Sol.) Aresch. Corallina officinalis L.

Jania adhaerens J.V. Lamour. Jania crassa J.V. Lamour. Gelidiales

Gelidiaceae

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Gelidium pussilum (Stackh.) Le Jolis

Pterocladiella capillacea (S.G.Gmel.) Santel. & Hommers. Gigartinales

Cystocloniaceae

Hypnea musciformis (Wulfen in Jacquin) J.V. Lamour. Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz.

Phyllophoraceae

Gymnogongrus griffithsiae (Turner) J. Agardh Gigartinaceae

Chondracanthus acicularis (Roth) Fredericq Chondracanthus elegans (Grev. In J. St-Hil.) Guiry Condracanthus teedei (Mertens ex Roth) Fredericq Gracilariales

Gracilariaceae

Gracilaria tepocensis (E.Y. Dawson) E.Y. Dawson Nemaliales

Liagoraceae

Nemalion helminthoides (Velley in With.) Batters Plocamiales

Plocamiaceae

Plocamium brasiliense (Grev. in J. St.-Hil.) M. Howe & W.R. Taylor

Ceramiales

Ceramiaceae

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Divisão Classe Ordem Família Espécie Callithamnion corymbosum (Sm.) Lyngb.

Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont.in Durieu de Maisonneuve

Delesseriaceae

Crytopleura ramosa (Hudson) Kylin ex L. Newton

Champiaceae

Champia parvula (C. Agardh) Harv. Rhodomelaceae

Bryocladia thyrsigera (J. Agardh) F. Schmitz in Falkenb. Neosiphonia tepida (Hollenb.) S.M. Guim. & M. T. Fujii Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh

Polysiphonia subtilissima Mont.

Pterosiphonia parasitica (Huds.) Falkenb. var.australis A.B. Joly & Cord.-Mar. Halymeniales

Halymeniaceae

Grateloupia cuneifolia J. Agardh

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espécies, Ectocarpales (Ochrophyta) com seis espécies e Cladophorales (Chlorophyta) com seis espécies. Segundo Brito et al. (2002) as ordens Ceramiales, Ectocarpales e Cladophorales quando bem representadas, em termos de riqueza específica, podem estar associadas ao predomínio morfofuncional filamentoso. Macroalgas filamentosas, com menores dimensões do talo, rápido crescimento e ciclo de vida de curta duração, têm maiores chances de colonização em ambientes sujeitos a distúrbios físicos, como ocorre com maior freqüência na zona entremarés de costões rochosos não protegidos das ondas (LITTLER; LITTLER, 1980 apud BRITO et al., 2002).

Em todas as estações do ano a divisão Rhodophyta foi predominante sobre Ochrophyta e Chlorophyta. Tôrres-Silva (2005) ao estudar a composicão florística do macrofitobentos da Lagoa da Conceição em Florianópolis obteve 27 espécies de Rhodophyta, seis espécies de Ochrophyta e 12 espécies de Chlorophyta. Lehmkuhl-Bouzon (2005) analisando a composição e estrutura espacial da comunidade macrofitobêntica das baías da ilha de Santa Catarina obteve 60 táxons de Rhodophyta, 20 táxons de Ochrophyta e 26 táxons de Chlorophyta.

A fisionomia da área de estudo é caracterizada por algas verdes, predominando as de talos foliáceos e filamentosos representados principalmente por Ulva spp. e Cladophora spp. Dentre as algas vermelhas as com talos foliáceos, filamentosos e calcáreas ramificadas também foram bastante representativas. Porphyra puljasiae foi encontrada como epifítica em Codium decorticatum. As algas coralináceas estavam representadas pelos gêneros Arthrocardia, Cheilosporum, Corallina e Jania crassa, esta última destacando-se pela formação de extensos tapetes sobre as rochas, principalmente na primavera, com menor intensidade nas demais estações do ano, porém ainda assim visuavelmente representativas. Este fato pode estar relacionado à alta resistência dessas algas à forte movimentação da água, pois a área de estudo possui hidrodinamismo bastante elevado, com enseadas expostas ao vento (LANARI, 2006).

Testa; Bocense (1999) corroboram sobre a importância da abundância de espécies calcáreas nos ecossistemas marinhos por apresentarem como característica a capacidade de manter grande quantidade de organismos associados, tanto pela oferta de habitat e proteção à fauna, como pela associação com outras espécies de algas epifíticas.

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entanto este estado de senescência, que consiste na diminuição do vigor e na subseqüente fragmentação dos ramos laterais primários férteis, após a liberação dos gametas (VELOSO; SZÉCHY, 2008), não foi observado de modo simultâneo e sazonal em todos os locais ao longo dos costões.

Segundo Figueiredo et al. (2004) algas de grande porte, como Sargassum, devem ser as mais competitivas e dominantes, ocupando diferentes extratos na comunidade e desenvolvendo maior biomassa em locais protegidos das ondulações. Essas condições são características de ambientes estáveis, com espécies dominantes com ciclo de vida longo e crescimento lento típico de final de sucessão e indicando ambientes com alto grau de produtividade e baixos distúrbios.

No entanto a coexistência de gêneros oportunistas como Ulva e Gracilaria, que formam comunidades indicativas de ambiente com estado de degradação, com gêneros de estádio tardio de sucessão como Sargassum, formam comunidades que supõe indícios de condições intermediárias. Em sítios de faixas costeiras dominadas por espécies de estádio tardio de sucessão tendem a ser mais indicativos das condições ambientais locais do que aqueles dominados por espécies oportunistas. Isso acontece porque a concorrência entre as macrófitas bentônicas que possuem recursos limitados como nutrientes em uma comunidade clímax é alta, considerando que as perturbações e estresse físico do ambiente sejam baixos (ORLANDO-BONACA et al., 2008).

4.2 Constatação de novos táxons ao primeiro levantamento realizado em 1979

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Imbituba, Santa Catarina com o realizado por Citadini-Zanette; Veiga Filho; Veiga (1979). (+) indica a presença e (-) a ausência da espécie nos referidos trabalhos.

Espécies Citadini-Zanette et al. (1989) Presente Estudo

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Embora não se tenha constatado a ocorrência de alguns táxons, o índice de similaridade de Sorensen mostrou 63,06% de similaridade entre os dois estudos. Apesar das Baías de Santa Catarina, apresentarem interferências antrópicas marcantes com o avanço da urbanização (LEHMKUHL-BOUZON, 2005), a dimensão e os impactos destas modificações não foram quantificados até o momento (CARUSO, 1990). A praia da Ribanceira apresenta-se visuavelmente em bom estado de conservação, devido o reduzido número de freqüentadores e pela pouca urbanização do local, este evidencia pode ser considerável levando-se em conta a similaridade elevada entre os dois trabalhos aqui comparados.

A não constatação de um maior número de espécies da divisão Rhodophyta concorda com afirmações de que são pouco resistentes à pressões ambientais, quando comparadas à táxons de Chlorophyta, ocorrendo apenas em locais não poluídos ou fracamente poluídos (REIS; YONESHIGUE-VALENTIN,1996;TAOUIL; YONESHIGUE-VALENTIN, 2002 LEHMKUHL-BOUZON ,2005)

O estudo realizado na Baía de Guanabara por Taouil; Yoneshigue-Valentin (2002) revelou alterações florísticas na Praia de Boa Viagem, com desaparecimento de 10 táxons da divisão Ochrophyta em comparação a estudos realizados trinta anos antes. Segundo Taouil; Yoneshigue-Valentin (2002), esse desaparecimento pode estar relacionado à poluição de esgotos domésticos e industriais lançados na baía. No presente estudo a mesma divisão obteve uma redução de três táxons, sendo eles Bachelotia antillarum, Chnoospora minima e Scytosiphon lomentaria. Segundo Borowitzka (1972) fatores relacionados à poluição e instabilidade ambiental podem interferir no ciclo de vida das algas pardas.

A ausência de Jania cappillacea, Peyssonnelia capensis e Bachelotia antillarum consideradas competidoras de sucessão tardia (ORFANIDIS et al., 2001), pode estar associada à danos de origem antrópica, relacionados à presença de poluentes, excesso de nutrientes e aumento do material suspenso acumulados ao longo desses 30 anos.

Costões localizados em zonas temperadas, como é o caso da Praia da Ribanceira, podem apresentar uma variação significativa de parâmetros de aspecto físico, como resultado das mudanças de estações de ano e do efeito de ressurgência.

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pode estar relacionado às questões biogeográficas, particularmente das correntes marítimas do Brasil e das interações bióticas (OLIVEIRA et al., 2001). Em geral essas espécies são de pequeno porte, filamentosas e de rápido crescimento, podendo sugerir que são introduções recentes na Praia da Ribanceira (AMADO-FILHO et al., 2003). No entanto estas não constituem novas ocorrências para o Estado de Santa Catarina.

As espécies da divisão Rhodophyta já haviam sido descritas para o Estado de Santa Catarina por Cordeiro-Marino (1978) e citadas por Horta (2000) e Tôrres-Silva (2005).

As espécies levantadas no presente estudo que compreendem a divisão Ochrophyta foram descritas por Ouriques (1997), Bouzon; Sauer (1993) para o estado. E todas as espécies encontradas de Chlorophyta foram descritas por Santos (1983) para o litoral de Santa Catarina.

Uma outra hipótese a ser levantada para o aparecimento dessas novas espécies pode estar relacionada à proximidade da área ao Porto de Imbituba, onde possíveis introduções involuntárias estariam ocorrendo, sobretudo decorrentes de água de lastro de embarcações de largo curso. No entanto, estas introduções não apresentam prejuízos ecológicos para o ambiente de estudo em questão (OLIVEIRA, 2002).

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4.3 Sazonalidade

Os resultados para sazonalidade mostraram que em diferentes estações do ano existe pouca variação no número de espécies (Figura 3). Segundo Connel (1978) a diversidade específica, onde os distúrbios não são freqüentes,e a competição entre as espécies, resulta numa alteração na comunidade, por meio do qual um pequeno número de espécies competitivamente superiores irão dominar a comunidade e a diversidade entrará em declínio. Numa comunidade sujeita a distúrbios, o equilíbrio competitivo da comunidade é rompido, e a diversidade tende a aumentar. E em níveis altos de distúrbio, um impacto constante pela entrada do poluente, as espécies são eliminadas da comunidade e a diversidade entra em processo de declínio.

27 21 20 30 7 4 3 7 9 6 5 13 0 5 10 15 20 25 30 35

Primavera Verão Outono Inverno

N º es p éc ie s Rhodophyta Ochrophyta Chlorophyta

Figura 3 Distribuição sazonal do número de espécies das divisões Chlorophyta, Ochrophyta e Rodophyta, encontrada na Praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina.

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A análise de agrupamento realizada em função das estações do ano apresentou maior similaridade entre inverno e primavera (73%), e menor entre inverno e outono (53%). Observa-se que a similaridade é decrescente de acordo com a sucessão das estações, com maior similaridade no inverno seguido pelas demais estações primavera, verão e outono (Figura 4)

Figura 4 Análise de agrupamento relacionando a similaridade entre as estações do ano obtido pelo índice de Similaridade de Sorensen.

Foi constatado pouca variação dos táxons ao longo do ano, verificado pela similaridade entre as estações. Dados semelhantes foram obtidos por Amado-Filho et al. (2003) que observando a similaridade da sazonalidade do fitobentos da baía de Sepetiba em cinco locais de amostragem apresentaram-se bastante similares, com exceção de um único ponto que obteve diferenças significativas entre primavera e verão, outono e inverno e primavera e inverno.

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períodos. Segundo Tôrres-Silva (2005) o fato pode ser explicado pelas melhores condições de temperatura da água e luminosidade durante as estações do ano mencionadas, recrutando as espécies que possuem maior afinidade a estas estações.

Arthrocardia flabellata, A. gardneri, Crytopleura ramosa, Gelidium floridanum, Codium decorticatum, Ulva fasciata, U. lactuta, Cladophora prolifera, Chondracanthus teedei, C. elegans foram as mais freqüentes, ocorrendo em todas as estações do ano. Ressalta-se que estas espécies indicam áreas de ambientes moderamente impactados, devido ao seu caráter oportunista, geralmente mais produtivo e com crescimento temporal instável (ORFANIDIS et al., 2001).

Entre as espécies com menor ocorrência, destacaram-se Acrochaetium codicola, Aglaothamnion felliponei, Polysiphonia subtilissima, Porphyra puljasiae, Bryopsis plumosa, Chaetomorpha antennina, ocorrendo apenas no inverno, com exceção de Aglaothamnion fellipone que ocorreu no outono, podendo ser consideradas raras para a área de estudo. A ocorrência incidindo apenas nas estações mais frias do ano, provavelmente e devido ao efeito de circulação de água proveniente das correntes marítimas que contribui para o aparecimento dessas espécies no período mais frio.

Yoneshingue-Valentin; Valentin (1992) propõem que a mudança na riqueza das espécies é característica de regiões onde água fria e quente são encontradas próximas, causando perturbação na estrutura das comunidades algáceas. Esse estresse pode ser observado também devido à poluição. Condições estressantes parecem diminuir a riqueza das espécies e causar a dominância de algas oportunistas, pertencentes às Ectocarpaceae e Ulvales em locais expostos a mudanças de temperatura devido à ressurgência.

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Tabela 3- Gêneros representantes dos morfotipos funcionais da Praia da Ribanceira, Santa Catarina, Brasil. Onde: F- Filamentosas ; CR - Crosta ; COR- Corticada ; CALART – Calcárias articuladas e FO – Foliáceas. Classificação baseada em Villaça et al. (2008).

MORFOTIPOS GÊNEROS

F Bryopsis ; Chaetomorpha ; Cladophora; Cladophoropsis ; Feldmania ; Hinckisia ; Shacelaria ; Erythrotrichia ; Acrochaetium ; Bryocladia ;. Aglaothamnion ; Ceramium ; Callithamnion; Centroceras ; Neosiphonia ; Polysiphonia ; Pterosiphonia

COR Gelidium ; Pterocladiella ; Plocamium ; Gracilaria ;

Hypnea; Gymnogongrus; Chondracanthus; Champia; Padina; Sargassum ;

CR Codium ; Colpomenia ; Levringia ; Nemalion..

CALART Arthrocardia.; Cheilosporum ; Corallina ; Jania .

FO Ulva ; Petalonia ; Porphyra ; Grateloupia ; Cryptopleura ; Rosenvingea .

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13 10 8 20 13 10 8 13 5 4 4 4 5 3 3 5 7 5 5 8 0 5 10 15 20 25

Primavera Verão Outono Inverno

d e es ci es F COR CR CALART FO

Figura 5 Relação entre o número de espécies e a sazonalidade dos morfotipos das espécies encontradas na praia da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina. Onde: F- Filamentosas ; CR - Crosta ; COR- Corticada ; CALART – Calcárias articuladas e FO – Foliáceas.

O oposto foi visualizado para calcárias articuladas que obtiveram seu pico de cobertura no inverno e primavera, oscilando entre os períodos de ressurgência e de mar mais calmo (com menores valores) e os períodos de maior frequência de batimento sem efeito de ressurgência (maiores valores) (VILLAÇA et al., 2008), foram estas principalmente pelo gênero de Jania e Arthrocardia.

Com relação aos grupos morfológicos correspondentes às algas suporte, em grande parte perenes, mostram uma relação de substituição ao longo do gradiente vertical, de algas com características rígidas na parte rasa (corticadas e coralináceas articuladas), por algas mais delicadas (foliáceas e filamenosas), obtendo seu pico na primavera e inverno, diminuindo sua freqüência no outono e verão.

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Bombinhas, Santa Catarina, Brasil, encontraram valores máximos para as plantas durante a primavera e mínimos no inverno.

S. cymosum é uma espécie do tipo perene, ou seja, conserva a totalidade ou parte do talo durante o ano inteiro, mantendo-se viva por mais de um ano persistindo após a fase de senescência o apressório (disco de fixação ao substrato) e perdendo anualmente a parte ereta do talo, em proporções variadas (VELOSO; SZÉCHY, 2008).

Populações de Padina gymnospora apresentaram-se associadas aos bancos de Sargassum em três estações do ano: verão, primavera e inverno. Segundo Amado-Filho et al. (2003) este tendência tem sido registrado pelo litoral sudeste e nordeste brasileiro.

A presença de espécies de Porphyra sp. foi registrada em estações de climas mais amenos, primavera e outono, onde a temperatura da água tende a ser mais amena. Segundo Yoneshingue-Valentin; Valentin (1992) a água fria tem grande influência na variabilidade das populações algais. Locais com características de regiões temperadas possuem associações de Porphyra, que contrastam com locais tropicais, e associações de Sargassum e Padina, enquanto outros locais apresentam comunidades mistas. Os gêneros Padina e Sargassum possuem afinidades tropicais e subtropicais.

Outras espécies como Hypnea musciformis, Gelidium floridanum e Pterocladiella capillacea registradas no estudo durante todas estações, também apresentaram-se associadas aos bancos de Sargassum, principalmente na primavera nas porções superiores do infralitoral. Essas espécies, geralmente são caracterizadas como resistentes, pois suportam hidrodinamismo intenso, característico das condições marítimas da área de estudo. O batimento das ondas sobre os costões mostra sinais de influência, uma vez que algas com melhor adaptação à fixação e morfologia rígida ramificada, estão presentes em maior abundância na parte superior do costão sujeita às forças multidirecionais do hidrodinamismo. Em contrapartida, algas de morfologia mais flexível e com estruturas de fixação menos elaboradas dominam as maiores profundidades (VILLAÇA et al., 2008).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A composição da comunidade algácea das entremarés na praia da Ribanceira apresentou padrão de riqueza específico semelhante comparado ao estudo realizado por Citadini-Zanette et al. (1979) para estação da primavera, não sendo constatados apenas 17 táxons ao longo de 30 anos, podendo levantar a hipótese de que a área esteja em bom estado de conservação, no entanto é importante destacar que não há estudos que avaliem a qualidade ambiental do local. Por sua vez, foi constatada a adição de 16 novos táxons para a área, com a possível hipótese de que estas espécies estejam ligadas a condições biogeográficas e/ou a introduções involuntárias decorrentes de embarcações, visto que a área localiza-se próxima ao Porto.

A área apresentou riqueza específica alta, registrando 62 táxons infragenéricos, entretanto cabe ressaltar que a diversidade é fortemente influenciada pela dominância e sem estudos que avaliem a qualidade ambiental e a esclareçam, esses resultados podem ser interpretados de maneira errônea, visto que espécies como Ulva spp., Cladophora spp. e Polysiphonia spp. de caráter oportunistas e indicadores de ambiente degradados foram registradas durante todas as estações.

Pôde-se constatar baixa variação entre os táxons amostrados e as estações do ano, verificando maior índice de similaridade entre primavera e inverno e menor índice entre outono e inverno.

A sazonalidade foi marcada por maior riqueza específica no inverno, seguido pela primavera, verão e outono, predominando morfotipos filamentosos e corticados. Sargassum cymosum destaca-se pela freqüência em todas as estações amostradas do ano e pela associação com outras espécies.

A distribuição dos morfotipos dentro do gradiente de variação sazonal obtido, pode estar relacionado a fatores de ordem ambiental, sejam estes, naturais ou de origem antrópica, visto a assiduidade dos grupos morfológicos filamentosos.

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Referências

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