• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO"

Copied!
45
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – BACHARELADO

CATIANA PERIN

LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PENTATOMOIDEA

(HEMIPTERA-HETEROPTERA) E ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO

TAMANHO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS NA RIQUEZA DE

ESPÉCIES NO SUL DE SANTA CATARINA

(2)

CATIANA PERIN

LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PENTATOMOIDEA

(HEMIPTERA-HETEROPTERA) E ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO

TAMANHO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS NA RIQUEZA DE

ESPÉCIES NO SUL DE SANTA CATARINA

Trabalho de conclusão de curso apresentado para obtenção de grau de Bacharel em Ciências Biológicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense.

Área de concentração:

Manejo e Gestão de Recursos Naturais

Orientador: Prof. MSc. Pedro Rosso

Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Alexandre Campos

(3)

CATIANA PERIN

LEVANTAMENTO DA DIVERSIDADE DE PENTATOMOIDEA

(HEMIPTERA-HETEROPTERA) E ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO

TAMANHO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS NA RIQUEZA DE

ESPÉCIES NO SUL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Ciências da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Manejo e Gestão de Recursos Naturais.

Criciúma, 26 de novembro de 2009.

BANCA EXAMINADORA

Prof. MSc. Pedro Rosso – (UNESC) Orientador

Profª. Drª. Birgit Harter Marques (UNESC)

(4)

Dedico com todo meu amor a meus pais Moacir e Noemi, que sempre me apoiaram e incentivaram com todo o carinho. Se alcancei, esse mérito, tenho absoluta certeza, foi graças a vocês. Amo muito vocês!!!

(5)

AGRADECIMENTOS

É muito gratificante chegar ao final de um trabalho e lembrar cada pessoa que de alguma forma te ajudou, te deu força e ânimo para que a concretização desse trabalho fosse possível.

A Deus, por me confortar nos momentos difíceis e por ter me permitido chegar até aqui.

Aos meus pais Moacir e Noemi por todo o amor e dedicação que sempre tiveram comigo e por serem responsáveis pela minha paixão por Biologia. Batalhadores, dedicados, amigos abriram mão de muitas coisas para me proporcionar a realização deste estudo. Pai obrigado por tudo, por ser o pai maravilhoso que eis, e por ter “segurado as pontas” no momento difícil que passamos quando a mãe estava doente, não deixando, eu trancar a faculdade. Mãe, minha linda que durante esses quatro anos, nos fez rir e chorar muitas vezes, mas que acima de tudo foi guerreira e confiante, lutando sempre com a certeza que um dia ficaria melhor. Amo muito vocês!

Ao meu irmão que apesar de muitas “brigas”, eu amo muito também. Ajudou-me muito desde o início da faculdade até agora. E principalmente quando a mãe ficou doente acompanhado-a às consultas quando eu não podia me ausentar do trabalho e da faculdade. Vou torcer sempre por você!

Ao meu namorado “Rafael” que esteve ao meu lado sempre que eu precisei. Meu amigo acima de tudo, me consolou inúmeras vezes e me deu forças. Te amo muito e te admiro muito pela pessoa batalhadora que és.

A todos os meus familiares, em especial a minha “nona” Maria Angélica e in

memorian meu “nono” João Maria. E também a minha “nona” Gema, meu “nono” Avelino, e

meus padrinhos, por terem ajudado a cuidar da minha mãe, quando eu não podia estar presente.

Ao meu orientador MSc. Pedro Rosso por ter aceitado “pegar o bonde andando” e, na medida do possível, ter me ajudado. Obrigado pela amizade e confiança e pelas sugestões e críticas.

Ao co-orientador Dr. Luiz Alexandre Campos com quem aprendi muito. Obrigado pela oportunidade de fazer parte do grupo do laboratório, e por todo o conhecimento transmitido.

Ao pessoal do LIAP (Van, Marília, Nara, Michels e Thereza) pelos momentos de

(6)

aprendizado, sugestões e críticas e pelos momentos de descontração. A “Van e o Michels” obrigado também pela ajuda nas coletas, com o projeto e com os cálculos. Com certeza aprendi muito com todos vocês, obrigado principalmente para aqueles que além de colegas de trabalho foram amigos.

Ao pessoal da sala, com certeza muitos anos passarão e nos lembraremos de vários momentos engraçados e alegres, que passamos juntos. Sentirei saudade de todos, mas em especial da Van, a Loy e a Carol – “minhas florzinhas”- somos muito diferentes, mas temos uma coisa muito valiosa em comum: a amizade. A Van - “minha duplinha”- obrigada por tudo”, pelas inúmeras vezes que saiu da sala para me consolar, pelo carinho e também pelas briguinhas, que não foram poucas. Te considero muito e vou torcer sempre por você !

A todos os professores que por mim passaram desde o começo da faculdade! Em especial a Dr. Birgit Harter Marques e o Dr. Jairo José Zocche por terem aceitado o convite da banca, e por terem contribuído para que eu me interessasse por ecologia.

A todos os meus amigos e amigas, mas em especial a Aline, a Andreza, a Fernanda e a Marluce, já que foram muitos momentos juntas e inúmeras histórias temos para contar. Desculpa pela ausência, mas adoro muito todas vocês.

A todos que moraram comigo durante esses quatro anos de faculdade a Carol, o Geraldo (Ge), o Gustavo (Sábia), o Luciano (Lu), o Rafael (Rafa) e a Fernanda (Fe) aprendi muito com todos, e lembrarei sempre de todos os momentos alegres e engraçados que passamos juntos. Apesar de que seguiremos caminhos diferentes, sempre me lembrarei de todos.

A todos que trabalharam comigo na Biblioteca da UNESC. Ao Marcelo Passeto pela ajuda concedida.

A todos aqui não mencionados, mas que de alguma forma colaboraram para que a realização desse trabalho fosse possível.

(7)

"Se não podemos compreender o mínimo de uma flor ou de um inseto, como poderemos compreender o

(8)

RESUMO

A ação antrópica sobre os ecossistemas naturais tem provocado a fragmentação de habitats, processo que leva a redução de uma área contínua, ocasionando a eliminação de habitats e perda de espécies. Os insetos são considerados adequados para estudos em habitats fragmentados, no entanto com pentatomóideos desconhecem-se trabalhos que avaliem os efeitos da fragmentação. Com o objetivo de verificar se há influência do tamanho dos fragmentos florestais sobre a diversidade de Pentatomoidea no sul de Santa Catarina. Foram analisados seis fragmentos de Floresta Ombrófila Densa, sendo um o fragmento amostrado no presente estudo que se localiza no município de Araranguá, e os outros, fragmentos estudados anteriormente ou concomitante a este. A comunidade de Pentatomoidea do fragmento estudado foi analisada quantitativamente e qualitativamente. As coletas ocorreram entre março a maio de 2009, em duas trilhas localizadas no interior do fragmento, com auxílio de guarda-chuva entomológico e coleta manual, totalizando 63 horas de amostragem. Foram coletados insetos imaturos e adultos, totalizando 131 pentatomóideos pertencentes a três famílias, 14 gêneros e 17 espécies. A família mais rica e abundante foi Pentatomidae (n= 127; 96,94%), seguida de Scutelleridae (n=2; 1,53%) e Phloeidae (n=2; 1,53%). A espécie mais abundante foi Banasa chaca (n=43; 32,82%), seguida de Podisus sp.1 (n= 20; 15,27%) e

Piezodourus guildinii (n=17; 12,98%). Ampliou-se o registro de ocorrência das seguintes

espécies: Banasa Chaca, Chinavia geniculata, Galedanta truncata, Loxa deducta e Phloea

subquadrata. A utilização de mais de uma metodologia e a coleta e criação de ninfas, permitiu

uma rápida e fiel descrição da comunidade de pentatomóideos. Observou-se que a similaridade entre os fragmentos pode ter sido influenciada principalmente pelas épocas que foram realizados os estudos, localização das áreas, formação vegetacional e a vegetação do entorno. O tamanho dos fragmentos florestais não influenciou a riqueza de Pentatomóideos, e demonstrou que fragmentos pequenos também são relevantes do ponto de vista da conservação desses insetos.

(9)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Vista aérea da área de estudo, município de Araranguá, Santa Catarina. Destaque para as trilhas percorridas para amostragem dos Pentatomóideos. Fonte: Google Earth. ... 17 Figura 2: Mapa do Brasil e de Santa Catarina, com destaque para os municípios de Araranguá, Criciúma e Maracajá, onde se localizam os seis fragmentos que foram realizados levantamentos de Pentatomóideos. Fonte: Modificado de CEGEO-IPAT (apud DANIEL, 2006). ... 20 Figura 3: Vista aérea da localização dos seis fragmentos, que foram realizados levantamentos de pentatomóideos no sul de Santa Catarina. Fonte: Google Earth...21 Figura 4: Curva de acumulação de espécies de pentatomóideos ao longo de sete coletas, no município de Araranguá, SC, entre março e maio de 2009. ... 25 Figura 5: Estimadores de riqueza não paramétricos: Chao 1, Jacknife 1, Bootstrap e Michaelis-Menten. ... .26 Figura 6: Curva de Abundância de pentatomóideos em ordem decrescente, coletados no município de Araranguá, SC. ... ..27 Figura 7: Análise de agrupamento (UPGMA) por similaridade de Jaccard, utilizando as espécies de Pentatomóideos amostradas em seis fragmentos do Sul de Santa Catarina...29 Figura 8: Curvas de rarefação dos seis fragmentos realizados levantamento de pentatomóideos no sul de Santa Catarina, com uma reta traçada na menor amostra para padronização. ... 30 Figura 9: Relação entre a riqueza de espécies (padronizada por meio de rarefação) e a área (ha) dos fragmentos florestais. ... 31

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de espécimes (N), espécies (S) e gêneros (G) e respectivos percentuais por família pelo total amostrado da superfamília Pentatomoidea em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas no município de Araranguá, sul de Santa Catarina. ... 22 Tabela 2: Espécies de Pentatomoidea registradas no fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, no município de Araranguá, SC, e suas respectivas abundância absoluta (AA) e relativa (AR)...23 Tabela 3: Similaridade entre a riqueza de Pentatomóideos dos seis fragmentos amostrados no sul de Santa Catarina...28

Tabela 4 : Número real e estimado de espécies de Pentatomóideos, dos seis fragmentos amostrados no sul de Santa Catarina...31

(11)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 OBJETIVOS ... 16 2.1 Objetivo geral ... 16 2.2 Objetivos específicos ... 16 3 METODOLOGIA ... 17 3.1 Área de Estudo ... 17 3.2 Materiais e métodos ... 18

3.3 Análise dos dados ... 19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

5 CONCLUSÃO ... 34

REFERÊNCIA...35

ANEXOS ... 42

(12)

1 INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é considerada um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de biodiversidade do planeta (CAPOBIANCO, 2002), contendo uma notável riqueza e diversidade de espécies de plantas e animais (HIROTA, 2005). Este bioma abriga de 1 a 8% da biodiversidade mundial (SILVA; CASTELETI, 2005), mesmo com extensas áreas ainda pouco conhecidas do ponto de vista biológico. À medida que novas espécies são descobertas e descritas, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de se realizarem inventários na Mata Atlântica, pois é um dos biomas mais devastados e ameaçados do planeta (GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2005) e apresenta altíssimos níveis de espécies endêmicas (CAPOBIANCO, 2002).

No Brasil, em razão da acentuada intervenção antrópica, a Mata Atlântica teve sua área de cobertura original, equivalente a 1.306.421 km², reduzida em mais de 92%, restando atualmente cerca de 102.000 km² (SCHÄFFER; PROCHNOW, 2002; MAURY, 2002). Uma diminuição dos hábitats nativos dessa magnitude deveria resultar na extinção da metade das espécies endêmicas (GALINDO-LEAL, 2005).

As estimativas de extinções e declínios no ambiente terrestre têm sido associadas diretamente às atividades humanas (HERO; RIDGWAY, 2006). Atualmente, a área que era coberta pela Mata Atlântica está ocupada pela agricultura, silvicultura, pecuária e por grandes cidades (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2000), sendo que vivem sobre este bioma cerca de 70% da população brasileira (PINTO; BRITO, 2005).

O Estado de Santa Catarina está totalmente inserido no bioma Mata Atlântica, restando apenas 16.620 km², equivalente a 17,46 % da área original (SCHÄFFER; PROCHNOW, 2002). Dentro deste bioma, a fitofisionomia Floresta Ombrófila Densa é a maior do Estado, cobrindo cerca de 7.000 km2,equivalente a 22,15% da cobertura original, que era de 31.611 km². (MEDEIROS, 2002). O desflorestamento, desta fitofisionomia no início da colonização do Estado se deu, devido à ocupação das áreas litorâneas e à extração de madeira. Atualmente, ocorre em razão da ocupação desordenada do ambiente, da especulação imobiliária e da construção de estradas, rodovias, hidrelétricas e indústrias, o que vem provocando sua fragmentação (REIS; REIS; FANTINI, 1994).

Este processo, conhecido como fragmentação de hábitats, consiste na transformação de uma paisagem natural contínua em manchas ou fragmentos de hábitat, isolados uns dos outros e imersos em paisagens alteradas pelo homem (PRIMACK;

(13)

RODRIGUES, 2001; PIRES; FERNANDEZ; BARROS, 2006), tais como áreas de pastagens, centros urbanos e campos agrícolas (PÉRICO et al., 2005) que diminuem significativamente o fluxo de animais, pólen ou sementes (VIANA; TABANEZ; MARTINEZ, 1992).

Com a fragmentação, a área dos remanescentes florestais passa a ter peso diferente na determinação da biodiversidade da comunidade (SCHIFFLER, 2003). A área sofre uma redução, ocasionando a eliminação de habitats, o que resulta na perda de espécimes e mesmo de populações inteiras (FLORENCIO; DIEH, 2006).

Atualmente, restam poucas áreas que ainda possuem comunidades completas de espécies nas quais os processos ecológicos e evolutivos continuam intactos (GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2005). No bioma Mata Atlântica, a fragmentação levou a fauna e a flora, que se distribuíam por um grande ecossistema contínuo, a dispersar-se por pequenos fragmentos florestais (YONOSKY; CABRERA, 2005) e que se encontram circundados por paisagens intensamente cultivadas (VIANA, 1995).

Na Mata Atlântica, as previsões de extinção de espécies são baseadas em projeções de perda de hábitat e nas relações entre riqueza e o tamanho dos fragmentos (PINTO; BRITO, 2005), principalmente, devido à dificuldade de se avaliar todos os fatores que alteram a estrutura das comunidades biológicas em fragmentos florestais (LOUZADA, 1995). O tamanho efetivo dos fragmentos florestais é um dos principais fatores que devem ser considerados para medir as alterações dos processos biológicos de um determinado ecossistema (VIANA; TABANEZ; MARTINEZ, 1992; THOMAZINI; THOMAZINI, 2000), pois determina o número de espécies e suas respectivas abundâncias na comunidade assim como a composição de espécies (OLIFIERS; CERQUEIRA, 2006).

Por meio da “Teoria da Biogeografia de Ilhas”, desenvolvida por MacArthur e Wilson em 1967, para explicar o número de espécies em ilhas oceânicas, foi possível estudar a dinâmica biológica em mosaicos de hábitat criados pelo homem (SCHIFFLER, 2003). Atualmente, o efeito da fragmentação florestal na riqueza de espécies tem sido avaliado por vários autores usando esta teoria (PASSAMANI, 2003), relacionando, assim, a área dos fragmentos com a diversidade de espécies (VIANA; PINHEIRO, 1998).

Na Teoria de Biogeografia de Ilhas é descrita a relação espécie-área, que prediz que ilhas ou fragmentos florestais têm um número de espécies proporcional à área (GILPIN; SOULÉ, 1986 apud OLIFIERS; CERQUEIRA, 2006). Deste modo, o número de espécies em “ilhas” grandes seria maior que em “ilhas” pequenas (SCHIFFLER, 2003). A relação espécie-área é descrita como “uma das poucas leis ecológicas da comunidade” em que, independente do grupo taxonômico ou tipo de ecossistema considerado, o número de espécies tende a

(14)

aumentar com o aumento do tamanho da área (SCHOENER, 1976 apud BROWN; LOMOLINO, 2006).

A explicação mais óbvia para a regularidade das relações espécie-área é a de que áreas maiores possuiriam mais espécies pelo fato de englobarem maior diversidade de habitats, sendo que cada habitat diferente permitiria a inclusão de novas espécies adaptadas a ele (PIRES, FERNANDEZ, BARROS, 2006; BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007). Da mesma forma, as áreas menores, além de conterem uma menor diversidade de habitats, também são menos heterogêneas, o que não permitiria a inclusão de muitas espécies (DANTAS; ROCHA, 2005).

Nos últimos anos, os resultados de uma série de estudos sobre os efeitos da fragmentação deixaram claro que não é mais possível ter a ilusão de que fragmentos possam ser pequenas réplicas completas do habitat original (PIRES, FERNANDEZ, BARROS, 2006). Diferentes resultados têm sido encontrados quanto à alteração na diversidade de insetos em função da fragmentação, que em alguns casos resulta na redução da diversidade de espécies e em outros, contrariamente, ocasiona um aumento (THOMAZINI; THOMAZINI, 2000; ANTONINI et al., 2003). Um exemplo de organismos que tendem a proliferar em áreas fragmentadas são insetos associados a clareiras, os quais tendem a aumentar com o aumento das bordas dos fragmentos (COLLI et al., 2003). Outros insetos evitam as bordas e, portanto, são sensíveis a fragmentação (BIERREGAARD et al., 1992).

Os insetos são considerados adequados para caracterizar habitats fragmentados e os efeitos dessa fragmentação, pois além de possuírem elevadas densidades populacionais, apresentam grande diversidade em termos de espécies e de ocupação de habitats, ampla habilidade de respostas à qualidade e quantidade de recursos disponível e sua dinâmica populacional é influenciada pela heterogeneidade dentro de um mesmo habitat (THOMAZINI; THOMAZINI, 2000; LEWINSOHN et al., 2005).

São considerados também importantes pelo seu papel no funcionamento dos ecossistemas terrestres, atuando como predadores, parasitos, fitófagos, saprófagos, polinizadores, entre outros. Realizando a regulação de populações de plantas e outros animais, pois mantêm diversas interações ecológicas (ANTONINI et al., 2003; BROWN JR., 1997).

O grupo dos insetos é o mais numeroso e mais diverso do globo terrestre (DIDHAM et al., 1996), com estimativa do número de espécies variando entre 898.000 a 948.000 e com a possibilidade de uma grande quantidade não descrita (BRUSCA; BRUSCA, 2007). Conforme Lewinsohn, Freitas e Prado (2005), o número de espécies descritas para o Brasil está entre 80.750 e 109.250. Entre os insetos, a quinta maior ordem é Hemiptera com

(15)

85.000 espécies (BRUSCA; BRUSCA, 2007), distribuídas em praticamente todas as regiões biogeográficas (TRIPLEHORN; JOHNSON, 2005), sendo poucos os trabalhos no Brasil em especial na Região Sul de inventário da hemipterofauna.

Dentro da ordem Hemiptera, destaca-se a Superfamília Pentatomoidea que é composta por insetos exclusivamente terrestres e em geral fitófagos, com a exceção dos predadores da subfamília Asopinae (SCHUH; SLATER, 1995). No mundo são conhecidas mais de 5.720 espécies nominais da superfamília, sendo que mais de 600 destas ocorrem no Brasil(GRAZIA; FORTES; CAMPOS, 1999).

Não são muitos os trabalhos realizados com a Superfamília Pentatomoidea e os disponíveis na literatura referem-se a inventários faunísticos, sendo que a maioria é limitada a famílias que incluem espécies oportunistas. Sendo que não foi apurado nenhum estudo que avaliasse o efeito da fragmentação sobre pentatomóideos.

Entre os trabalhos realizados no Brasil com Pentatomoidea, destacam-se os estudos de Grazia, Fortes e Campos (1999), que a partir de dados de literatura elaboraram a lista de pentatomóideos para o Estado de São Paulo. No Rio Grande do Sul, Bonatto (1984) realizou um inventário faunístico de Pentatomoidea na Estação Ecológica do Taim; Bunde (2005) realizou um levantamento da diversidade de Pentatomoidea em áreas de campo, borda e mata, na Serra do Sudeste; Schmidt e Barcellos (2007) analisaram padrões de riqueza e abundância da comunidade de Pentatomoidea em duas trilhas no Parque Estadual do Turvo; e

Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009) realizaram um levantamento da diversidade de Pentatomoidea em matas ripárias no município de Bagé.

Em Santa Catarina, são poucos os estudos realizados. Destaca-se o realizado por Bertolin (2007) que amostrou a diversidade de Pentatomoidea em três fragmentos no sul de Santa Catarina utilizando guarda-chuva entomológico e rede de varredura, tendo coletado no Parque Ecológico Maracajá 311 pentatomóideos, pertencentes a 33 espécies, no Parque Ecológico José Milanese 182 pentatomóideos, pertencentes a 25 espécies e em Morro dos Conventos 102 pentatomóideos, pertencentes a 27 espécies. Bianchi (dados não publicados) realizou um levantamento de pentatomóideos, com auxílio de guarda-chuva entomólogico em um fragmento urbano, localizado no município de Criciúma, e obteve 1.325 espécies, pertencentes à 44 espécies e Daminelli (dados não publicados) realizou uma amostragem de pentatomóideos no município de Araranguá, que coletou 109 indivíduos, pertencentes à 22 espécies.

A documentação sobre a perda de espécies animais em remanescentes florestais cresce a cada ano de forma que o entendimento de como cada espécie vai ser afetada por esse

(16)

processo torna-se essencial para que novas perdas possam ser evitadas. O primeiro passo, portanto, é entender como o processo de fragmentação põe em risco a persistência dessas espécies (PIRES, FERNANDEZ, BARROS, 2006).

A avaliação da fragmentação, relacionando o tamanho dos fragmentos florestais com a biodiversidade de pentatomóideos, é de extrema importância e proporcionará informações para futuros estudos, com vistas na conservação dos últimos remanescentes de Mata Atlântica que ainda restam no Sul de Santa Catarina.

(17)

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Realizar um levantamento de Pentatomoidea (Hemiptera-Heteroptera) em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa, e analisar a influência do tamanho deste e de outros cinco fragmentos florestais sobre a riqueza.

2.2 Objetivos específicos

 Analisar a composição, abundância e riqueza de espécies de Pentatomoidea em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (FODTB), localizado no município de Araranguá, sul de santa Catarina.

 Dimensionar a diversidade de Pentatomoidea do fragmento estudado por meio de índices e estimadores de riqueza;

 Verificar se o tamanho do fragmento da área de estudo e dos outros cinco fragmentos já estudados no sul de Santa Catarina, influenciam a diversidade de pentatomóideos.

(18)

3 METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo

A área do presente estudo possui aproximadamente 40 ha e se localiza próxima a empresa Florestal S/A, no município de Araranguá, sul do Estado de Santa Catarina, nas seguintes coordenadas geográficas centrais 29º02’21”S e 49º31’34”W (Fig. 1).

É um remanescente de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas que se encontra em estágio sucessional tardio, com árvores esparsas que atingem até 10 metros de altura e notável a presença de uma enorme quantidade de espécimes da bromélia Nidularium

innocenti Lemaire. O solo é encharcado e turfoso e, conforme Sevegnali (2002), onde o solo

apresenta estas características, a vegetação é adaptada às condições de umidade, podendo ocorrer sobre o solo um denso tapete de espécies de Bromeliaceae.

A vegetação arbórea do fragmento é, aparentemente, pouco heterogênea, predominando poucas espécies com muitos indivíduos. As espécies mais comuns são

Alchornea triplinervea (Spreng.) Muell. Arg., Byrsonima ligustrifolia A. Juss., Clusia criuva

Cambess., Ficus cestrifolia Schott. e Geonoma shottiana Mart. (Marcelo Passeto,

com.pessoal).

Figura 1: Vista aérea da área de estudo, município de Araranguá, Santa Catarina. Destaque para as trilhas percorridas para amostragem dos Pentatomóideos. Fonte: Google Earth.

(19)

O clima, segundo Köeppen classifica-se como mesotérmico úmido, sem estação seca, com verões quentes, cuja temperatura média normal anual varia de 17,0 a 19,3 ºC (SANTA CATARINA, 1990).

3.2 Materiais e métodos

As amostragens foram realizadas ao longo de duas trilhas. A primeira trilha é paralela à borda, a cerca de 5 metros da mesma, na direção Sudeste/Noroeste, com cerca de 200 metros de comprimento e apresentando clareiras no decorrer do trajeto. A segunda é perpendicular à primeira, na direção Nordeste/Sudoeste, seguindo para o interior do fragmento, com cerca de 300 metros de comprimento (Fig. 1).

As coletas foram realizadas no período de março a maio de 2009, caracterizando o método de campanha proposto Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009), e a amostragem foi realizada em ambas as margens das trilhas, com auxílio de duas técnicas de coleta: o guarda-chuva entomológico de 1m² e a coleta manual. Na técnica com guarda-chuva entomológico, eram dados 10 golpes nos ramos da vegetação arbustiva-arbórea encontrada entre 0,5 a 2 m do solo, recolhendo os espécimes a cada amostragem. Na técnica de coleta manual, o coletor vistoriava os ramos e troncos até uma altura de 2 m, recolhendo os espécimes encontrados. Os espécimes adultos e juvenis coletados foram acondicionados em frascos e levados ao Laboratório de Interação Animal-Planta (LIAP) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

Os trabalhos foram realizados sempre no período matutino por três coletores. Enquanto um ia à frente realizando a coleta manual, os outros dois realizavam amostragem em ambas as margens de cada trilha com auxílio de dois guarda-chuvas entomológicos. Totalizando sete eventos amostrais, equivalente a 63 horas de amostragem, sendo 42 horas de com guarda-chuva entomológico (21 horas para cada coletor) e 21 horas de coleta manual.

No laboratório, para os insetos juvenis foi adotada a proposta apresentada por

Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009), sendo que cada indivíduo foi criado em Placa de

(20)

Somente os que atingiram o estágio adulto, foram submetidos à eutanásia, com vapor de acetato de etila, alfinetados, secados em estufa, etiquetados e identificados com o auxílio de chaves dicotômicas e Estereomicroscópio Zeiss Stemi DV4, mesmo procedimento que foi utilizado para os insetos adultos coletados.

Quando não foi possível a identificação, foram codificados em morfoespécies (SCHUH; SLATER, 1995). A classificação adotada para a superfamília Pentatomoidea seguiu Grazia, Schuh e Wheeler (2008). Os exemplares foram depositados na Coleção Entomológica de Referência da Universidade do Extremo Sul Catarinense (CERSC).

3.3 Análise dos dados

Para a análise dos resultados foram construídos gráficos de abundância (n) e riqueza (S) com o programa Excel 2007. Foram calculados os índices de diversidade de Shannon (H’) e dominância de Simpson (D) (MAGURRAN, 2004), com auxílio do programa PAST 1.18 (HAMMER; HARPER; RYAN, 2004). Os estimadores de riqueza utilizados foram Jacknife de primeira ordem, Chao 1, Bootstrap e Michaelis-Menten com o programa EstimateS 8.0 (COLWELL, 2005). Esses estimadores foram utilizados por serem apontados como menos sensíveis ao tamanho das amostras e mais adequados a dados de abundância (HORTAL; BORGES e GASPAR, 2006).

Foram utilizados para as análises da similaridade e da relação espécie-área, seis levantamentos de Pentatomóideos (Anexo. A), realizados em seis fragmentos de diferentes tamanhos, sendo que o maior apresentava 112 ha e o menor 0,31 ha, e a distância máxima entre as áreas é de aproximadamente 40 km.

Os levantamentos foram realizados no sul de Santa Catarina, nas cidades de Araranguá, Criciúma e Maracajá (Fig. 2 e 3). Um dos levantamentos é a área amostrada no presente estudo e os outros são áreas amostradas em estudos anteriores ou concomitantes a este, porém realizados por outros pesquisadores. Os fragmentos foram descritos a seguir em ordem crescente, do de menor para o de maior área e nominados por F1, F2, F3, F4, F5 e F6 (Anexo. A).

(21)

Figura 2: Mapa do Brasil e de Santa Catarina, com destaque para os municípios de Araranguá, Criciúma e Maracajá, onde se localizam os seis fragmentos que foram realizados levantamentos de Pentatomóideos. Fonte: Modificado de CEGEO-IPAT (apud DANIEL, 2006).

O fragmento 1 (F1) localiza-se em uma área particular no município de Araranguá (28º53’56”S 49º22’01”W), apresentando, aproximadamente, 0,31 ha de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e com atividades de agricultura e pecuária em seu entorno (DAMINELLI, dados não publicados).

O fragmento 2 (F2) é o Parque Ecológico José Milanese e localiza-se no município de Criciúma (28° 41' 23"S 49° 25' 55"W), contando com uma área de 7,7 ha de Floresta Ombrófila Densa Submontana e sendo circundado por área urbana (BERTOLIN, 2007).

O fragmento 3 (F3) localiza-se no Campus da Universidade do Extremo Sul Catarinense, município de Criciúma (28°42’27”S 49°24’28”W), apresentando uma área de 16,45 ha de Floresta Ombrófila Densa Submontana, sendo circundado por área urbana e plantações de Eucaliptos sp. e Pinnus sp. (BIANCHI, dados não publicados).

O fragmento 4 (F4) localiza-se no balneário Morro dos Conventos, município de Araranguá (28° 56' 05"S 49° 21' 47"W). É uma área de 25 ha de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas circundada por vegetação de restinga e sofre forte pressão antrópica devido a visitação turística (BERTOLIN, 2007).

O fragmento 5 (F5) é a área que foi estudada no presente trabalho, estando localizada no município de Araranguá (29º 02' 21''S 49º 31' 34'' W) e medindo cerca de 40 ha de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas. No entorno é realizado a extração de turfa.

(22)

Conservação em nível Municipal, localizada no município de Maracajá (28° 52' 51"S 49° 27' 59"W) e apresenta 112 ha de mata nativa de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, com entorno ocupado por plantações de arroz e a sudeste com a BR 101 (BERTOLIN, 2007) .

Figura 3: Vista aérea da localização dos seis fragmentos, que foram realizados levantamentos de pentatomóideos no sul de Santa Catarina. Fonte: Google Earth.

Para a comparação foram utilizados cálculos de rarefação para padronizar as amostras transformando-as em tamanhos amostrais comparáveis (MORENO, 2001). Para a avaliação comparativa da riqueza nos diferentes fragmentos foi utilizado o índice de similaridade qualitativo de Jaccard por análise de agrupamento (UPMGA), com auxílio do programa PAST 1.18.

A análise da relação espécie-área foi realizada com auxílio do programa Excel 2007, por meio de regressão linear, avaliando a área de estudo, e outros levantamentos já realizados em fragmentos da região (KREBS, 1999).

(23)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No levantamento realizado durante o presente estudo, foram coletados 131 pentatomóideos pertencentes a três famílias, 14 gêneros e 17 espécies. A família mais rica em espécies e gêneros, e mais abundante foi registrada, em ordem decrescente, para Pentatomidae, Scutelleridae e Phloeidae (Tab. 1).

Tabela 1: Número de espécimes (N), espécies (S) e gêneros (G) e respectivos percentuais por família pelo total amostrado da superfamília Pentatomoidea em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas no município de Araranguá, sul de Santa Catarina.

Famílias N N(%) S S(%) G G(%) Pentatomidae 127 96,94 14 82,35 11 78,57 Scutelleridae Phloeidae 2 2 1,53 1,53 2 1 11,77 5,88 2 1 14,29 7,14 Total 131 100,00 17 100,00 14 100,00

Em um estudo realizado em três fragmentos no sul de Santa Catarina, a família mais rica e abundante coletada também foi Pentatomidae (BERTOLIN, 2007). Nos estudos com Pentatomoidea no sul do Brasil, Pentatomidae é sempre a família mais representativa em abundância e riqueza (CAMPOS et al., no prelo; BARCELLOS, 2006; SCHMIDT, BARCELLOS, 2007).

A espécie mais abundante foi Banasa chaca (Tab. 2), representando quase um terço do total dos pentatomóideos coletados (n=43; 32,82%), sendo que este é o primeiro registro para o Brasil, pois antes era restrita para a Argentina, e só a fêmea da espécie foi descrita (THOMAS; YONKE, 1990). Demonstrando a importância da realização de estudos em fragmentos ainda não amostrados e de diferentes fitofisionomias.

O gênero Banasa Stål, 1860 (S=3; 17,47%) foi o que apresentou maior riqueza de espécies, seguido de Edessa Fabricius, 1803 (S=2; 11,76%), que juntos representam 29, 41% do total. Os outros gêneros apresentaram somente uma espécie cada (S=1; 5,88%), sendo responsáveis por 70,59% do total coletado. Em relação ao gênero Banasa, não foi encontrado estudos que obtiveram uma maior riqueza, sendo este o primeiro trabalho. Porém em relação ao segundo gênero Edessa, Bunde (2007) também registrou como o segundo gênero mais rico em espécies, e é comum em estudos no sul do Brasil. Isso pode ocorrer devido ser um dos gêneros mais ricos, e o maior de Pentatomidae, com cerca de 260 espécies descritas até o

(24)

momento (SILVA; FERNANDES; GRAZIA, 2006).

Tabela 2: Espécies de Pentatomoidea registradas no fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, no município de Araranguá, SC, e suas respectivas abundância absoluta (AA) e relativa (AR).

Família Espécie AA AR

Pentatomidae Banasa chaca Thomas, 1990 Podisus sp.1

Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) Banasa sulcata Thomas, 1990

Galedanta truncata Distant, 1899 Chinavia geniculata (Dallas, 1851) Edessa cf. Scabiventris Stål, 1859 Chloropepla vigens (Stål, 1860) Edessa sp.1

Mormidea notulifera Stal, 1860 Banasa sp.1

Chlorocoris tau Spinola, 1837 Loxa deducta Walker, 1867 Thyanta humilisBergroth, 1891 43 20 17 14 10 7 4 3 3 2 1 1 1 1 32,82 15,27 12,98 10,69 7,63 5,34 3,05 2,29 2,29 1,53 0,76 0,76 0,76 0,76

Phloeidae Phloea subquadrata Spinola, 1837 2 1,53

Scutelleridae Scutelleridae sp.1 Symphylus sp.1 1 1 0,76 0,76 Total 17 131 100,00

Em relação às espécies coletadas, duas são consideradas espécies oportunistas, P.

guildini e M. notulifera, respectivamente da soja e do arroz, no entanto podem estar utilizando

o fragmento como abrigo ou fonte de recursos alimentares, sendo que a última pode ser encontrada também em plantas nativas, especialmente leguminosas (PANIZZI et al., 2000).

P.guildinii (Tab.2) apresentou abundância relativamente elevada (n=17; 12,98%), e em

observações de campo se notou grande afinidade da espécie com áreas mais abertas.

Bertolin (2007) analisou a diversidade de Pentatomoidea em três fragmentos de Floresta Ombrófila Densa no sul de Santa Catarina, um dos fragmentos era de FODTB isolado por plantações de arroz. A riqueza encontrada foi de 33 espécies e entre as mais abundantes estão espécies pragas agrícolas, apenas M. notulifera foi registrada também no presente estudo. O estado de conservação dos fragmentos, bem como a vegetação adjacente a eles podem ser os principais responsáveis pela grande dissimilaridade da riqueza entre os dois trabalhos.

(25)

T. humilis foi coletada apenas na trilha paralela à borda do fragmento, indicando

sua preferência por habitats abertos, como clareiras e bordas de mata corroborando com

Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009).

Muitos espécimes, assim como todos os indivíduos da espécie G. truncata, foram coletados em exemplares de Geonoma shottiana Mart., ficando como sugestão estudos futuros para ver se há alguma associação.

A captura de espécimes da família Phloeidae, que são insetos que vivem sobre cascas de árvores e tem a forma do corpo modificada para mimetizar o substrato (GRAZIA; FORTES; CAMPOS, 1999), demonstra a importância da utilização de mais de uma metodologia nos levantamentos de pentatomóideos, pois possibilita a captura de espécies com diferentes hábitos de vida. Coletas manuais permitem amostrar, por exemplo, insetos em cascas de árvores, o que dificilmente seria possível com o guarda-chuva entomológico (BARCELLOS, 2006). Bunde (2005) chama a atenção também para a importância da utilização de diferentes metodologias no sentido de obter uma maior abundância de insetos e assim uma melhor caracterização da comunidade estudada.

Não se tinha registro até o presente estudo de espécimes da família Phloeidae para o estado de Santa Catarina, se restringindo para os estados Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul (GRAZIA; FORTES; CAMPOS, 1999).

Com a coleta metodologia da coleta manual foram coletadas quatro espécies, com o método do guarda-chuva entomológico 14 espécies, sendo que uma espécie foi coletada com as duas metodologias. Schmidt e Barcellos (2007) coletaram seis espécies com coleta manual e 14 com guarda chuva entomológico, de um total de 20 espécies, sendo que uma foi coletada com as duas metodologias.

Uma vez que imaturos são de difícil identificação (SCHMIDT; BARCELLOS, 2007), a proposta apresentada por Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009) em relação à coleta e a criação de imaturos até a fase adulta para posterior identificação, mostrou-se importante para a ampliação dos dados e a caracterização da comunidade da área de estudo. Visto que foram coletados 29 indivíduos imaturos, porém apenas 20 (15,28% do total) pertencentes a três espécies (B. chaca, G. truncata e Podisus sp.1), chegaram a fase adulta, os outros nove indivíduos morreram. Mendonça Jr. et al. (2009) realizando um levantamento de Pentatomoidea no município de Bagé coletou 154 espécimes, sendo que destes 45 eram ninfas (29,22%).

A identificação em nível específico de alguns espécimes não foi possível, pois, conforme Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009), isso pode ocorrer em razão da

(26)

taxonomia de algumas famílias ser fragmentada, principalmente a família Scutelleridae, sendo que uma descrição exata dessas espécies é importante.

Baseado na Coleção Entomológica de Referência da UNESC (CERSC) e na lista das espécies de Pentatominae apresentada para Santa Catarina por Garbelloto (2008) são novos registros para o município de Araranguá e para a formação Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas as seguintes espécies: G. truncata; L. deducta; P. subquadrata e C.

geniculata. Para estas duas últimas espécies, é o primeiro registro para o Estado de Santa

Catarina. Sendo que a espécie B. chaca já citada também é um novo registro para o Brasil (THOMAS; YONKE, 1990).

A curva de acumulação de espécies não apresentou estabilidade razoável, indicando que um maior esforço amostral abrangendo, principalmente, outros meses do ano, poderia aumentar o número de espécies (Fig. 4).

Figura 4: Curva de acumulação de espécies de pentatomóideos ao longo de sete coletas, no município de Araranguá, SC, entre março e maio de 2009.

Verificou-se um aumento do número de espécies até a 6a coleta, seguida de estabilização da 6a para a 7a coleta. Bertolin (2007), porém, chama a atenção para a necessidade de maiores estudos para a determinação do número de horas mínimas por coletor, necessária para se obter uma amostragem representativa de Pentatomóideos em ecossistemas tropicais.

Em função da não estabilização plena da curva de acumulação das espécies, foram utilizados os estimadores de riqueza. Os estimadores de riqueza não paramétricos variaram

(27)

entre 19,37 (Bootstrap) e 26,08 (Michaelis-Menten), com valores intermediários de 22,14 (Jack 1) e 22 (Chao 1). Os estimadores de riqueza calculados indicam que a amostragem representou entre 65,18% (Michaelis-Menten) e 87,76% (Bootstrap) do número de espécies esperadas para o local (Fig. 5).

Entretanto, as curvas dos estimadores também não se estabilizaram, indicando que o aumento de amostragens pode aumentar o número estimado de espécies. Porém, levando em consideração o período de tempo deste estudo, pode-se considerar que o levantamento foi satisfatório.

Figura 5: Estimadores de riqueza não paramétricos: Chao 1, Jacknife 1, Bootstrap e Michaelis-Menten.

A curva de distribuição de abundância mostrou um pequeno número de espécies abundantes e um grande número de espécies com abundância baixa (Fig. 6). Este mesmo resultado foi obtido por Bertolin (2007) realizando um levantamento de Pentatomóideos em três áreas no sul de Santa Catarina. Price et al. (1995) afirmou que é comum ecossistemas tropicais serem constituídos de muitas espécies com abundância baixa e apresentarem uma pequena riqueza de espécies com abundância alta.

O número elevado de singletons (S=6; 35,29%) evidencia ser possível com o aumento da amostragem, ocorrer uma ampliação do número de espécies (SCHMIDT; BARCELLOS, 2007). Os mesmos autores em um levantamento de Pentatomoidea realizado no Parque Estadual do Turvo, com um esforço amostral de 153 horas, encontraram 16

(28)

singletons (28,57 % do total). Conforme Novotný e Basset (2000), o número elevado de espécies raras é esperado para insetos herbívoros em florestas tropicais, porém não se pode descartar a possibilidade de que algumas espécies tenham sido coletadas acidentalmente por limitações do método.

Contudo, Barcellos (2006) e Schmidt e Barcellos (2007) sugerem, que alguns grupos de pentatomóideos, por exemplo os edessíneos, são habitantes preferenciais dos estratos superiores, como o dossel da mata, podendo ser coletados acidentalmente em outros substratos por estarem desalojados do seu microhabitat. Porém, algumas destas espécies podem ser realmente raras no fragmento estudado.

Figura 6: Gráfico de Abundância de pentatomóideos em ordem decrescente, coletados no município de Araranguá, SC.

Os índices de diversidade de Shannon (H’) e dominância de Simpson (D) foram 2,14 e 6,08 respectivamente. Bertolin (2007) obteve respectivamente, H’: 2,73; 2,59 e 2,81 e D: 11,31; 9,46 e 13,14. O índice de diversidade de Shannon (H’) foi próximo do da área de estudo, e em outros estudos realizados no sul de Santa Catarina, também são encontrados valores próximos. Porém o de Dominância de Simpson (D) foi bem mais baixo demostrando que foram amostradas menos espécies dominantes.

Em relação aos seis levantamentos comparados neste trabalho, todos utilizaram para amostragem o guarda-chuva entomológico, porém alguns empregaram, juntamente, outra metodologia para uma melhor caracterização das comunidades de pentatomóideos. Apesar dessa diferença e do esforço amostral que foi padronizado, pode-se comparar os dados aqui apresentados com os obtidos em outros cinco levantamentos, avaliando a similaridade entre os

(29)

fragmentos e relacionando a riqueza obtida com o tamanho das áreas.

Já que conforme Barcellos (2006) mesmo com essas diferenças é possível traçar um comparativo entre as áreas estudadas e o número de espécies e morfoespécies, devido ser pequeno o número de levantamentos com insetos e outros invertebrados terrestres que possuem padronização amostral e ainda ser escassa a quantidade de informação acerca da taxonomia, biologia e ecologia desses grupos.

O índice de similaridade de Jaccard demonstrou baixa similaridade entre a riqueza de pentatomóideos encontrada nos seis fragmentos (Tab. 3). Apenas duas espécies, M.

notulifera e T. humilis foram encontradas nos seis fragmentos, sendo que a primeira é

considerada uma importante praga do arroz (PANIZZI et al., 2000). A presença desta espécie pode ser explicada pelo cultivo de arroz, estar bastante difundido no sul de Santa Catarina. E a segunda conforme Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009) é encontrada em clareiras e bordas de mata, podendo ser encontrada se correlacionada com o nível de fragmentação da vegetação do estado.

O menor valor encontrado foi entre o F5 e o F6 (0,04; S = 2) e o maior entre o F2 o F4 (0,49; S = 17) (Tab.3). A menor similaridade entre o F5 e o F6 pode ser explicada devido no segundo fragmento, terem sido coletadas mais espécies oportunistas, podendo estar associado à presença de cultivos adjacente e ao estado de conservação dos fragmentos, já que o F5 é mais conservado, e se encontra circundado apenas por área de extração de turfa . Em relação aos fragmentos que apresentaram maior similaridade o F2 e o F4, ambos foram amostrados no mesmo período, e se encontram em áreas que sofrem forte influência antrópica, o que pode ter determinado as espécies ali encontradas.

Tabela 3: Similaridade entre a riqueza de Pentatomóideos dos seis fragmentos amostrados no sul de Santa Catarina . F1 F2 F3 F4 F5 F6 F1 F2 F3 F4 F5 F6 - 0,21 0,14 0,17 0,26 0,20 0,21 - 0,23 0,49 0,08 0,41 0,14 0,23 - 0,20 0,05 0,24 0,17 0,49 0,20 - 0,13 0,36 0,26 0,08 0,05 0,13 - 0,04 0,20 0,41 0,24 0,36 0,04 -

Foi realizada análise de agrupamento (UPMGA) utilizando o índice de Jaccard, verificando assim o que poderia influenciar, além das espécies, na similaridade dos

(30)

fragmentos. Observou-se que o período em que foram realizados os estudos é importante para uma similaridade entre as áreas (Fig. 8), tendo em vista que os fragmentos F2, F4 e F6 foram amostrados na mesma época (setembro de 2005 a agosto de 2006), assim como F1 e F5 (outubro de 2008 a maio de 2009 e março a maio de 2009, respectivamente). Apenas F3 foi amostrado em um período (dezembro de 2007 a novembro de 2008) que não houve a realização de nenhum outro estudo paralelo, o que pode ter ocasionado a diferença de similaridade em relação aos outros fragmentos.

Os fragmentos F1 e F5 além de terem sidos amostrados na mesma época, também são constituídos da mesma formação vegetacional e se encontram no mesmo município, o que também pode ter contribuído para a similaridade entre esses dois fragmentos. A diferença maior observada é em relação à no F1 terem sido coletadas mais espécies pragas agrícolas, podendo estar correlacionada com as atividades de agricultura realizadas no entorno. Isto ressalta a importância de se observar a vegetação adjacente aos fragmentos para ver se a mesma pode ter correlação com a riqueza. O fragmento F3 foi o estudo que utilizou o maior esforço amostral, fato que pode também ter influenciado à dissimilaridade com os outros fragmentos.

Figura 7: Análise de agrupamento (UPGMA) por similaridade de Jaccard, utilizando as espécies de Pentatomóideos amostradas em seis fragmentos do Sul de Santa Catarina.

(31)

Foram encontradas 60 espécies que foram amostradas exclusivamente em uma das áreas, sendo o fragmento 3 foi o que apresentou o maior número de espécies exclusivas, com 26 espécies (43,33% ) seguido do fragmento 6 com 12 espécies (20%), o fragmento 5 com sete espécies (11,67%), o fragmento 1 com seis espécies (10%), o fragmento 4 com cinco espécies (8,33%) e o fragmento 2 com quatro espécies (6,66%). Portanto o fato do maior número de espécies exclusivas serem encontradas no F3, também pode ter sido influenciado, por ser o estudo que utilizou o maior esforço amostral.

Apesar de Barcellos (2006) assegurar ser possível traçar um comparativo entre áreas estudadas e riqueza, devido não haver ainda uma padronização amostral, em estudos com grupos de insetos, para se evitar o efeito de amostragem, as amostras foram padronizadas pelo número de espécimes coletados, usando o método de rarefação. Conforme Moreno (2001), este método é usado para comparar número de espécies entre comunidades quando o tamanho da amostra é diferente.

A partir do cálculo feito com o programa Excel (2007), foi traçada uma reta no número de espécimes da menor amostra, correspondente a 102 espécimes, sendo que os valores de riqueza obtidos até a reta (número estimado de espécies) foram utilizados para análise da relação espécie-área (Fig. 9). Observou-se que dos seis estudos utilizados para comparação o F1, F2 e F6 obtiveram valores de riqueza bem próximos. Sendo que o F3 obteve a riqueza maior e o F5 a riqueza menor, isso pode ter ocorrido devido, o primeiro ter utilizado o maior esforço amostral, e o primeiro talvez por ter sido realizado em um curto período de tempo.

Figura 8: Curvas de rarefação dos seis fragmentos realizados levantamento de pentatomóideos no sul de Santa Catarina, com uma reta traçada na menor amostra para padronização.

(32)

O número real de espécies (S) coletadas nos seis fragmentos foi padronizado por rarefação, sendo que a riqueza estimada foi utilizada para a análise da relação espécie-área (Tab.4).

Tabela 4. Número real e estimado de espécies de Pentatomóideos, dos seis fragmentos amostrados no sul de Santa

Catarina.

Fragmentos Número real de espécies (S) Riqueza de espécies estimadas (rarefação) F1 22 20 F2 25 21 F3 44 40 F4 27 27 F5 17 15 F6 33 22

Não houve uma correlação significativa entre o tamanho dos fragmentos e a riqueza estimada de espécies de Pentatomóideos (Fig. 10), não ocorrendo nem o aumento e nem a diminuição da riqueza com o aumento do tamanho dos fragmentos. Observando ainda que alguns fragmentos menores obtiveram uma riqueza maior ou equivalente aos fragmentos maiores.

Figura 9: Relação entre a riqueza de espécies (padronizada por meio de rarefação) e a área (ha) dos fragmentos florestais.

(33)

Outros autores trabalhando com outros grupos de insetos também observaram que não houve uma correlação significativa entre o tamanho dos fragmentos e a riqueza de espécies.

Tonhasca, Blackmer e Albuquerque (2002), Darrault et al., (2005), Storck-Tonon et al. (2007) estudando as abelhas euglossina (Hymenoptera: Apidae), observaram que o tamanho dos fragmentos não foi preditor para a riqueza .

Schiffler (2003), estudando espécies de Scarabaeidae (Coleoptera) em 12 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual Montana, localizados no sul de Minas Gerais, não constataram uma correlação entre a riqueza e a área dos fragmentos florestais estudados.

Lopes et al. (2005), em um estudo em quatro fragmentos localizados na divisa do Estado de Pernambuco com a mata norte de Alagoas, não observaram a existência de correlação significativa entre o tamanho dos fragmentos e os índices de diversidade de esfingídeos.

Florencio e Diehl (2006), estudando as termitofaunas em seis remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e em uma área desmatada em início de sucessão vegetal no município de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, observaram que a relação entre o tamanho da área e a riqueza de espécies não foi significativa.

Santos et al., (2006), avaliando a riqueza de formigas da serapilheira em 12 fragmentos de floresta semidecídua da Mata Atlântica na região do Alto do Rio Grande, MG, não encontrou correlação entre a riqueza de espécies observada e o tamanho dos fragmentos florestais.

Souza, Costa e Louzada (2008), estudando comunidade de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) em 15 fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual da região do Alto Rio Grande, sul do Estado de Minas Gerais, concluíram que o tamanho do fragmento não teve influência sobre a riqueza.

A relação da riqueza com a área dos fragmentos não foi significativa, contestando a relação espécie-área descrita na teoria de biogeografia, que relaciona a riqueza com a área do habitat. Contudo, sugere-se a realização de uma avaliação de outros fatores, como a composição florística, o efeito de borda, a forma do fragmento, o entorno entre outros fatores que possam estar interferindo na dinâmica destes fragmentos e influenciando a comunidade.

Conforme Thomazini e Thomazini (2000), os principais insetos utilizados e indicados para estudos de fragmentação são as formigas, as abelhas, principalmente da subfamília Euglossinae, os besouros, principalmente os da Família Scarabaeidae e da Família Carabidae, as borboletas e os cupins.

(34)

Porém, supõe-se que apenas estes grupos de insetos sejam citados como importantes em estudos de fragmentação devido à carência de estudos com outros grupos de insetos nesta área. Observa-se, ainda, que não foi apurado nenhum estudo no qual se tenha avaliado a influência da fragmentação em comunidades de Pentatomóideos, comparando a riqueza de espécies com o tamanho de fragmentos florestais, sendo este o primeiro trabalho.

Há o conhecimento da utilização de Pentatomóideos como indicadores de ambientes impactados, para subsídio de medidas de gestão ambiental (MENDONÇA; Jr.;

SCHWERTNER; GRAZIA, 2009). Este trabalho evidenciou também que os fragmentos

menores também obtiveram uma riqueza elevada ou equivalente de pentatomóideos, sendo importante para esses insetos. Porém mais estudos são necessários, para afirmar que a diminuição das áreas, devido o processo de fragmentação de habitats, não afeta esse grupo de insetos.

(35)

5 CONCLUSÃO

O presente trabalho contribui para a ampliação do conhecimento das comunidades de Pentatomoidea em Santa Catarina por meio da consolidação de padrões ecológicos para o táxon estudado e do registro de cinco espécies, sendo duas para o município de Araranguá e para a FODTB, duas para Santa Catarina e uma para o Brasil. Isso demonstra a importância de se realizarem levantamentos em fragmentos ainda não amostrados e de diferentes fitofisionomias.

A utilização de mais de uma metodologia para amostragem permitiu a coleta de espécies em diferentes substratos que dificilmente seriam amostrados com apenas uma metodologia. A criação de imaturos para posterior identificação e contabilização mostrou-se importante para uma caracterização mais adequada da área estudada, possibilitando assim, uma descrição mais fiel da comunidade.

Os dados obtidos nesse trabalho sugerem que a similaridade entre os fragmentos pode ter sido influenciada principalmente pelas épocas que foram realizados os estudos, localização das áreas, formação vegetacional e a vegetação do entorno. O tamanho dos fragmentos florestais não influenciou a riqueza de Pentatomóideos, demonstrando, assim, que fragmentos pequenos são relevantes do ponto de vista da conservação desses insetos.

Estudos que avaliam se a fragmentação afeta a diversidade de Pentatomoidea são desconhecidos. Porém, mais estudos são necessários para se afirmar que a diminuição de habitat não afeta negativamente a riqueza desse táxon e a avaliação de outros fatores abióticos também devem ser analisadas em conjunto.

(36)

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTONINI, Y. ; ACCACIO, G.; BRANDT, A.; CABRAL, B. C.; FONTENELLE, J. C. R.; NASCIMENTO, M. T.; THOMAZINI, A. P. B.W. ; THOMAZINI, M. J. Insetos. In

RAMBALDI, D.M., OLIVEIRA, D.A.S. (Orgs.) Fragmentação de Ecossistemas: Causas, Efeitos sobre a Biodiversidade e Recomendações de Políticas Públicas. Brasília: MMA/ SBF, 2003, p. 239-273.

BARCELLOS, A. Hemípteros terrestres. In: BECKER, F. G.; RAMOS, R. A.; MOURA, L. A. (Eds.). Biodiversidade. Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes,

planície costeira do Rio Grande do Sul. Brasília: MMA, 2006, p. 198-209.

BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 740 p.

BERTOLIN,T. B. P. B. Pentatomoidea (Insecta: Hemiptera) em fragmentos de Mata

atlântica no sul de Santa Catarina. 2007. 62 f. Dissertação (Ciências Ambientais).

Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

BIERREGAARD Jr., R. O. ; LOVEJOY, T. E. ; KAPOS, V.; SANTOS, A. A.; HUTCHINGS, R. W. The Biological Dynamics of Tropical Rainforest Fragments.

Bioscience, Washington, v. 42, n. 11, p. 859-866, Dez. 1992.

BONATTO, S.L. Resultados preliminares do levantamento da entomofauna da estação ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. In: SEMANA UNIVERSITÁRIA GAÚCHA DE DEBATES BIOLÓGICOS. Anais... Porto Alegre, 1984, p. 46-54.

BUNDE, P. R. S. Levantamento da diversidade de Percevejos-do-Mato (Heteroptera:

Pentatomoidea) na Serra Sudeste, Rio Grande Do Sul, Brasil. 2005. 63 f. Dissertação

(Biologia Animal). Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Porto Alegre.

BROWN Jr, K. S. Diversity, disturbance, and use of Neotropical Forest: insects as indicators for conservation monitoring. Journal of Insect Conservation, Campinas, v. 1, n.1, p. 25-42, fev. 1997.

BROWN, J.H.; LOMOLINO, M.V. Biogeografia. 2.ed. Ribeirão Preto: FUNPEC, 2006. 691 p.

(37)

BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Invertebrados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 968 p.

CAPOBIANCO, J. P. R. Mata Atlântica: Conceito, abrangência e área original. In:

SCHÄFFER, W. B.; PROCHNOW, M. (Orgs.). A Mata Atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Brasília: APREMAVI, 2002, p. 111-123.

COLLI, G. R., ACCACIO, G. M., ANTONINI, Y., CONSTANTINO, R., FRANCESCHINELLI, E. V., LAPS, R. R., SCARIOT, A. O., VIEIRA, M. V.;

WIEDERHECKER, H. C. A. Fragmentação dos ecossistemas e a biodiversidade brasileira: uma síntese. In: RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. O. (Orgs.). Fragmentação de

ecossistemas: Causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas.

Brasília: MMA/SBF, 2003. p.317-324.

COLWELL, R. K. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species

from samples. 2005. Disponível em: <http://viceroy.eeb.uconn.edu/estimates>. Acesso em:

25 ago. 2009.

DANIEL, R. B. Florística e fitossociologia da restinga herbáceo-arbustiva do Morro dos Conventos, Araranguá, SC. 2006. 74f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

DANTAS, T.B.; ROCHA, P.L.B. Corredores ecológicos- uma tentativa para reverter ou minimizar a fragmentação florestal e seus processos associados: o caso do Corredor Central da Mata Atlântica.In: ROCHA, P.L.B.; FRANKE, C. R.; KLEIN, W.; GOMES, S. L. (Orgs.)

Mata Atlântica e Biodiversidade. Salvador: EDUFBA, 2005, p. 165-190.

DARRAULT, R. O.; MEDEIROS, P. C. R.; SOUZA, LOCATELLI, E.; LOPES, A. V.; MACHADO, I. C.; SCHLINDWEIN, C. Abelhas Euglossini. In: PÔRTO, K. C.; ALMEIDA-CORTEZ, J. S.; TABARELLI, M.; (Orgs.). Diversidade biológica e conservação da

Floresta Atlântica no Norte do Rio São Francisco. Brasília: MMA, 2005, p. 238-253.

Disponível em:

<http://www.cepan.org.br/docs/publicacoes/livro_divers_ma/14_Biodiv_14_Cap12.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2009.

DIDHAM, R.K.; GHAZOUL, J.; STORK, N.E.; DAVIS, A.J. Insects in fragmented forests: a functional approach. Trends in Ecology and Evolution, Chile, v.11, p. 255–260, 1996.

FLORENCIO, D. F. ; DIEHL, Elena . Termitofauna (Insecta, Isoptera) em Remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista

(38)

GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. Status do hotspot Mata Atlântica: uma síntese. In:_______ (Eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica, 2005, p. 3-11.

GALINDO-LEAL, C. Reunindo as peças: a fragmentação e a conservação da paisagem In:_______; CÂMARA, I. G. (Eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica, 2005, p. 370-378.

GARBELLOTO, T. A. Pentatominae (Heteroptera, Pentatomidae) no sul de Santa

Catarina. 2008. 93 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas). Universidade

do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

GRAZIA, J.; FORTES, N.D.F.; CAMPOS, L.A. Pentatomoidea. In: JOLY , C. A. ; BICUDO C. E. M. (ORG). Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, 5: invertebrados terrestres. São Paulo: FAPESP, 1999, p. 101-112.

GRAZIA, J.; SCHUH, R. T.; WHEELER, W. C. Phylogenetic relapionships of family groups in Pentatomoidea based on morphology and DNA sequences (Insectta: Heteroptera).

Cladistics, v. 24, p. 1-45, 2008.

HERO, J.M.; RIDGWAY,T. Declínio global de espécies. In: ROCHA, C.F.D.;

BERGALLO,H.G.; SLUYS, M. V.; ALVES,M.A.S. (Orgs.). Biologia da Conservação: essências. São Carlos: RIMA, 2006, p. 53-90.

HIROTA, M. M. Monitoramento da cobertura da Mata Atlântica brasileira. In: GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I.G. (Eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte: Fundação SOS Mata Atlântica, 2005, p. 60-65.

HORTAL, J.; BORGES, P. A. V.; GASPAR, C. Evaluating the performance of species

richness estimators: senstivity to sample grain size. Journal of Animal Ecology, v. 75, n.1, p. 274-287, 2006.

KREBS, Charles J. . Ecological methodology. New York: Addison-Wesley, 1999. 620p.

LEWINSOHN, T.M.; FREITAS, A.V.L.; PRADO, P.I. Conservation of Terrestrial

Invertebrates and Their Habitats in Brazil. Conservation Biology, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 640-645, set. 2005.

(39)

LOPES A. V.; MEDEIROS P. C.; AGUIAR NETO A. V.; MACHADO, I. C.

ESFINGÍDEOS. In: PÔRTO, K. C.; ALMEIDA-CORTEZ, J. S.; TABARELLI, M.; (Orgs.).

Diversidade biológica e conservação da Floresta Atlântica no Norte do Rio São Francisco. Brasília: MMA, 2005, p. 228-235. Disponível em: <

http://www.cepan.org.br/docs/publicacoes/livro_divers_ma/14_Biodiv_14_Cap11.pdf >. Acesso em: 19 ago. 2009.

LOUZADA, J.N.C. A comunidade de Scarabaeidae s. str. (Insecta, Coleoptera), em

fragmentos de floresta atlântica. 1995. 44 f. Dissertação (Mestrado em Entomologia),

Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

MAGURRAN, A. E. Ecological Diversity And Its Measurement. Princeton University Press, 2004. 192 p.

MAURY, C. M. Biodiversidade brasileira: avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da

biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2002, 404 p.

MEDEIROS, J. D. Mata Atlântica em Santa Catarina: situação atual e perspectivas futuras. In SCHÄFFER, W. B.; PROCHNOW, M. (Eds.) A Mata Atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Brasília, DF: APREMAVI, 2002, p. 103-109.

MENDONÇA, JR. M. S., SCHWERTNER, C. F.; GRAZIA, J. Diversity of Pentatomoidea (Hemiptera) in riparian forests of southern Brazil: taller forests, more bugs. Revista

Brasileira de Entomologia, v. 53, n.1, p. 121-127, mar. 2009.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Avaliação e ações prioritárias para a conservação

da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Brasília: Ministério do Meio

Ambiente/SBF, 2000. 40 p.

MORENO, C. Métodos para medir la biodiversidad. Manuales & Tesis de La Sociedade Entomológica Aragonesa (SEA). Zaragoza, Espanha. vol. 1, 2001. 81 p.

NOVOTNÝ, V.; BASSET, Y. Rare species in communities of tropical insect herbivores: pondering the mystery of singletons. Oikos, v. 89, n. 3, p. 564-572, jun. 2000.

OLIFIERS, N.; CERQUEIRA, R. Fragmentação de habitat: Efeitos históricos e ecológicos. In: ROCHA, C.F.D.; BERGALLO, H.G.; SLUYS, M.V.; ALVES, M.A.S. (Eds.). Biologia

(40)

PANIZZI, A.R.; MCPHERSON, J.E.; JAMES, D. G.; JAVAHERY, J.M.; MCPHERSON, R.M. Stink bugs (Pentatomidae). In: SCHAEFER, C.W.; PANIZZI, A.R. (Eds.)

Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC Press, 2000, p.421- 474.

PASSAMANI, M. O Efeito da fragmentação da Mata Atlântica Serrana sobre a

comunidade de pequenos mamíferos de Santa Teresa, Espírito Santo. 2003. 115 f. Tese

(Doutorado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

HAMMER, O.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P.D. Past: Paleontological Statistics Software

Package for Educationand Data Analysis. Palaeontologia Electronica 4: p.9, 2001.

Disponível em: < http://palaeo - electronica.org/2001 1/past/issue1 01.htm>. Acesso em: 19 abr. 2009.

PÉRICO, E.; CEMIN, G.; LIMA, D. F. B. ; REMPEL, C. Efeitos da fragmentação de hábitats sobre comunidades animais: utilização de sistemas de informação geográfica e de métricas de paisagem para seleção de áreas adequadas a testes. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: INPE, 2005, p. 2339-2346. Disponível em: <http://urlib.net/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.18.20.25>. Acesso em: 19 abr. 2009.

PINTO, L.P.; BRITO, M.C.W. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira: uma introdução. In: GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I.G. (Eds.). Mata

Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata

Atlântica, 2005, p. 27-30

PIRES, A.S.; FERNANDEZ, F.A.S.; BARROS, C.S. Vivendo em um mundo em pedaços: Efeitos da fragmentação florestal sobre comunidades e populações de animais. In: ROCHA, C.F.D.; BERGALLO, H.G.; SLUYS, M.V.; ALVES, M.A.S.(Eds.). Biologia da

conservação: essências, São Carlos, SP: RiMa Editora, São Carlos, 2006, p.231-260.

PRICE, P.W.; DINIZ, I.R.; MORAIS, H.C.; MARQUES, E.S.A. The abundance of insect herbivore species in the tropics: the high local richeness of rare species. Biotropica, Washington, v.27, n.4, p.468-478, 1995.

PRIMACK, R.B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina, PR: Midiograf, 2001, 328 p.

REIS, A.; REIS, S. M.; FANTINI, C. A. Sustentabilidade das florestas tropicais: uma utopia? Ciências e Ambiente, Santa Maria, RS, n. 9, p. 29-38, dez. 1994.

Referências

Documentos relacionados

a) Oferecimento por edital interno, cuja atribuição não exceda a 200 horas mensais; b) Não havendo interessado / candidato com inscrição deferida no edital interno,

Verificar a presença de compostos fenólicos, flavonoides, taninos, antraquinonas, cumarinas, saponinas, alcaloides e heterosídeos cardiotônicos nos extratos das folhas e

No teste de micronúcleos, os animais tratados com brócolis de área de mineração apresentaram maior incidência de células micronucleadas em relação ao controle

Os processos REC analisados são específicos de restauração ambiental, portanto, foi realizado visitação nas três áreas. Nestas áreas foi observada sua situação

Lista de hospedeiros e ectoparasitos, com os índices de prevalência total (P. total) e intensidade média de infestação total (IM total), prevalência de

Entre os trabalhos registrados para o litoral catarinense citam-se: Cordeiro-Marino (1978) que descreve as Rodofíceas Bentônicas; Citadini-Zanette; Veiga Neto; Veiga, (1979) que

Os difratogramas de raios-X das amostras laminadas também foram obtidos e são apresentados na Figura 3, onde é possível observar somente os picos da fase α em todas as