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Comissão de Segurança Social e Trabalho
Parecer
Autor:
Deputado Adriano
Proposta de Lei
n.°
1471Xfl (2.a) (GOV)
Rafael Moreira (PSD)
“Estabelece os regimes jurídicos do fundo de compensação do trabalho e do fundo de
garantia de compensação do trabalho”.
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Comissão de Segurança Social e Trabalho
Índice
PARTE 1
-CONSIDERANDOS
PARTE II
-OPINIÃO DO DEPUTADO AUTOR DO PARECER
PARTE III
-CONCLUSÕES
PARTE IV- ANEXOS
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Comissão de Segurança Social e Trabalho
PARTE 1
-CONSIDERANDOS
1
—O Governo apresentou a Proposta de Lei
n.°1471X11/
(2•a),que estabelece os regimes
jurídicos do fundo de compensação do trabalho (FCT), do mecanismo equivalente (ME) e do
fundo de garantia de compensação do trabalho (FGCT).
2
—Os regimes jurídicos constantes da citada Proposta de Lei aplicam-se apenas aos
contratos de trabalho, regulados pelo Código do Trabalho, celebrados após a sua entrada
em vigor.
3
—Ficam excluídos os contratos de trabalho de muito curta duração, regulados no artigo
142.° do Código do Trabalho.
4
-O Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) é um fundo de capitalização individual,
que visa garantir o pagamento até metade do valor da compensação devida por cessação
do contrato de trabalho, calculada nos termos do artigo 366.° do Código do Trabalho, e que
responde até ao limite dos montantes entregues pelo empregador e eventual valorização
positiva.
5
-O Mecanismo Equivalente (ME) é um meio alternativo ao FCT, pelo qual o empregador
fica vinculado a conceder ao trabalhador garantia igual à que resultaria da vinculação do
empregador ao FCT.
6
-O Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT) é um fundo de natureza
mutualista, que visa garantir o valor necessário à cobertura de metade do valor da
compensação devida por cessação do contrato de trabalho calculada nos termos do artigo
366.° do Código do Trabalho, subtraído do montante
já
pago pelo empregador ao
trabalhador.
7
—O empregador
é
obrigado a aderir ao Fundo de Compensação de Trabalho, salvo opção
por adesão a Mecanismo Equivalente.
8
—Em caso de cessação de contrato de trabalho que origine o direito à compensação
prevista no artigo 366.°
do
Código do Trabalho, sempre que o empregador não efetue, total
ou parcialmente, o pagamento da compensação devida, pode o trabalhador acionar o Fundo
de Garantia de Compensação do Trabalho pelo valor necessário à cobertura de metade do
valor da compensação a que tem direito, subtraída do montante já pago pelo empregador.
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Comissão de Segurança Social e Trabalho
9
—A presente Proposta de Lei procura dar cumprimento ao acordado em 18 de janeiro de
2012, entre o Governo e a maioria dos parceiros sociais com assento na Comissão de
Concertação Social, no Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, no
qual “as partes subscritoras acordaram na criação de um fundo de compensação do
trabalho ou de um mecanismo equivalente” destinado a garantir o pagamento parcial das
compensações devidas aos trabalhadores por motivo de cessação do contrato de trabalho.
10
—Procedeu-se à consulta pública, obrigatória por força do artigo 56°, n.° 2, da
Constituição da República Portuguesa, que decorreu no período de 01 a 21 de junho, tendo
sido remetidos à Assembleia da República os contributos de duas confederações sindicais
(CGTP-IN e UGT) e três confederações patronais (CAP, CIP e CTP), da APESPE, da ANIT
Lar, do SITE-Norte (vários pareceres da delegação de Braga), do SITE-CRSA, do SABCES,
do Sindicato dos Professores da Região Açores e da União de Sindicatos de São Miguel e
Santa Maria, que podem ser consultados no seguinte !jjjj.
PARTE II
-OPINIÃO DO DEPUTADO AUTOR DO PARECER
O Deputado autor do parecer reserva a sua posição para futura discussão da iniciativa
legislativa em Plenário.
PARTE III
-CONCLUSÕES
1
—A Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.a) (GOV) estabelece os regimes jurídicos do fundo de
compensação do trabalho (FCT), do mecanismo equivalente (ME) e do fundo de garantia de
compensação do trabalho (FGCT).
2
—A presente iniciativa legislativa cumpre todos os requisitos constitucionais, legais e
regimentais necessários à sua tramitação.
3
—Deverá o presente parecer ser remetido a Sua Ex.a a Presidente da Assembleia da
República.
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1;;;;;;ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Comissão de Segurança Social e Trabalho
Palácio de S. Bento, 24 de junho de 2013.
O Deputado autor do Parecer
O Presidente da Comissão
(Adriano Rafael Moreira)
(José Manuel Canavarro)
PARTE IV- ANEXOS
Nos termos do disposto no artigo 131.° do Regimento da Assembleia da República, anexa
se a nota técnica elaborada pelos serviços.
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74SSEMBLEIA DA EPÜBL1CA
Índice
Nota Técnica
Proposta de Lei n.° 1471Xl1
(2.9
Estabelece os regimes jurídicos do fundo de compensação do trabalho e do fundo
de garantia de compensação do trabalho (GOV).
Data de admissão: 21 de maio de 2013
Comissão de Segurança Social e Trabalho (10.9
1.
Análise sucinta dos factos, situações e realidades respeitantes à iniciativa
II.
Apreciação da conformidade dos requisitos formais, constitucionais e regimentais e do
cumprimento da lei formulário
III.
Enquadramento legal e doutrinário e antecedentes
IV.
Iniciativas legislativas e petições pendentes sobre a mesma matéria
V.
Consultas e contributos
VI.
Apreciação das consequências da aprovação e dos previsíveis encargos com a sua
aplicação
Elaborada por: Susana Fazenda (DAC), Paula Granada (BIB), António Almeida Santos (DAPLEN) e
Filomena Romano de Castro e Fernando Bento Ribeiro (DILP).
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74SSEMBWA DA REPÚBLICA
Nota Técnica
1.
Análise sucinta dos factos, situações e realidades respeitantes à iniciativa
A proposta de lei em apreço, que “Estabelece os regimes jurídicos do fundo de compensação do trabalho e do fundo de garantia de compensação do trabalho”, deu entrada na Assembleia da República em 16/05/201 3, foi admitida a 21/05/2013 e anunciada em sessão plenária de 22/05/2013. Por despacho de S. Exa. a Presidente da Assembleia da República, exarado nesta mesma data, a iniciativa baixou, na generalidade, à Comissão de
Segurança Social e Trabalho (10.a), que, em 19/06/2013, designou autor do parecer o Senhor Deputado
Adriano Rafael Moreira (PSD).
A 28 de maio, aquela Comissão parlamentar deliberou, com votos a favor do PSD e do CDS-PP, votos contra do PCP e a abstenção do PS, fixar em 20 dias o prazo de apreciação pública, que decorreu de 1 a 21 de junho. Na Conferência de Líderes do passado dia 5 de junho foi agendada a sua discussão, na generalidade,
para o Plenário de 28 de junho.
li.
Apreciação da conformidade dos requisitos formais, constitucionais e regimentais e
do cumprimento da lei formulário
•
Conformidade com os requisitos formais, constitucionais e regimentais
A iniciativa é apresentada pelo Governo, nos termos da alínea d) doartigo 197.0 da Constituição e do 11 8.° do
Regimento, que consubstanciam o poder de iniciativa da lei.
Respeita os requisitos formais previstos no n.° 1 do artigo 119.0 e nas alíneas a), b) e c) do n.° 1 do artigo
124.° do Regimento, relativamente às iniciativas em geral, bem como os previstos no n.° 2 do artigo 123.° do referido diploma, quanto às propostas de lei em particular. Respeita ainda os limites da iniciativa impostos pelo Regimento, por força do disposto nos n.°s 1 e 3 do artigo 120°.
•
Verificação do cumprimento da lei formulário
A proposta de lei inclui uma exposição de motivos, em conformidade com o disposto no artigo 13.° da Lei n.°
74/98, de 11 de novembro (sobre a publicação, a identificação e o formulário dos diplomas), alterada e republicada pela Lei n.° 42/2007, de 24 de agosto.
Cumpre o disposto no n.° 2 do artigo 7.° da lei formulário, uma vez que tem um título que traduz sinteticamente o seu objeto [disposição idêntica á da alínea b) do n.° 1 do artigo 124.° do Regimento].
Proposta de Lei n.°1471X11 (2.a)
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ASSEMBLEIA DA ,EPOBL1CA
Contém uma norma a prever a sua regulamentação, nos termos do artigo 59°.
Tem norma a prever a avaliação da implementação das medidas decorrentes da iniciativa, caso esta seja aprovada, nos termos do artigo 60.°.
Quanto à entrada em vigor, terá lugar no dia 1 de outubro, nos termos do artigo 61.° da proposta de lei.
III.
Enquadramento legal e doutrinário e antecedentes
Enquadramento legal nacional e antecedentes
No Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica1, de 17 de maio de 2011, o Governo assumiu determinados compromissos no âmbito da revisão da legislação laboral, nomeadamente no que respeita à alteração do regime jurídico das compensações devidas por cessação do contrato de trabalho.
Acresce que o Programa do XIX Governo Constitucional, concretiza um conjunto de medidas dirigidas ao mercado de trabalho, defendendo que (...)“no atual contexto de globalização exige, acima de tudo, uma legislação íaboral que fomente a economia e a criação de emprego, que diminua a precariedade laboral e que
esteja concentrada na proteção do trabalhador e não do posto de trabalho. Cabe, então, modernizar o mercado de trabalho e as relações laborais; dotar as empresas de instrumentos de resposta a situações de
crise e condições para o aumento da produtividade e competitividade; e assegurar que a política normal de rendimentos deve respeitar o princípio geral de que, a nível global da economia, os custos do trabalho deverão evoluir de acordo com a produtividade.
No quadro da Concertação Social, e tendo em vista a competitividade da economia nacional, o Governo fará tudo o que está ao seu alcance para implementar o Memorando de Entendimento nos aspetos respeitantes à reforma do mercado laboral.”
Neste contexto, no início da presente Legislatura, o XIX Governo Constitucional propôs aos Parceiros Sociais
encetar uma discussão em sede de concertação social visando a possibilidade de um compromisso na área da
competitividade, crescimento e emprego. Este compromisso tem presente a necessidade de “garantir que, a
par da redução do défice orçamental em percentagem do PIB, sejam criadas as condições para uma
‘Assinado pelo XVIII Governo Constitucional em conjunto com a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu.
Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.9
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74SSEMBLEJA DA ,EP0BLTCA
recupera ção forte e duradoura do crescimento económico, multiplicando as oportunidades para o investimento, para a criação de emprego e manutenção e melhoria da sua qualidade”, tendo em conta o estabelecido no
Acordo Tripartido para a Competitividade e Emprego, subscrito em 22 de março de 2011 pelo XVIII Governo e pela maioria dos Parceiros Sociais.
Assim, em 18 de janeiro de 2012, o Governo e a maioria dos parceiros sociais com assento na Comissão
Permanente de Concertação Social, celebraram o Compromisso para o Crescimento, Competitividade e
Emprego que prevê a revisão do regime jurídico das compensações em caso de cessação do contrato de trabalho e a criação de um fundo de compensação do trabalho ou de um mecanismo equivalente.
Posteriormente, e na sequência do supracitado, na reunião do Conselho de Ministros, de 9 de maio do
presente ano, foi aprovada a Proposta de Lei que cria o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) e o Fundo
de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT). O FCT e o FGCT são fundos destinados a assegurar o direito dos trabalhadores ao recebimento efetivo de metade do valor da compensação devida por cessação do contrato de trabalho, calculada nos termos do artigo 366.02 do Cõdigo do Trabalho (CT2009)3, aprovado pela
Lei n.° 7/2009, de 12 de fevereiro, com a redação dada pela Lei n.° 23/201 2, de 25 de junho4.
Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente proposta de lei as relações de trabalho emergentes de
contratos de trabalho de muito curta duração e as relações de trabalho com os serviços a que se referem os
2
“Artigo 366.°
Compensação por despedimento coletivo
1 - Em caso de despedimento coletivo, o trabalhador tem direito a compensação correspondente a 20 dias de retribuição
base e diutumidades por cada ano completo de antiguidade.
2- A compensação prevista no número anterior é determinada do seguinte modo:
a) O valor da retribuição base mensal e diutumidades do trabalhador a considerar para efeitos de cálculo da compensação não pode ser superior a 20 vezes a retribuição mínima mensal garantida;
b) O montante global da compensação não pode ser superior a 12 vezes a retribuição base mensal e diutumidades do trabalhador ou, quando seja aplicável o limite previsto na alínea anterior, a 240 vezes a retribuição mínima mensal garantida;
c) O valor diário de retribuição base e diutumidades é o resultante da divisão por 30 da retribuição base mensal e diutumidades;
d) Em caso de fração de ano, o montante da compensação é calculado proporcionalmente.
3-A compensação é paga pelo empregador, com exceção da parte que caiba ao fundo de compensação do trabalho ou a
mecanismo equivalente, nos termos de legislação específica.
4 -No caso de o fundo de compensação do trabalho ou o mecanismo equivalente não pagar a totalidade da compensação
a que esteja obrigado, o empregador responde pelo respetivo pagamento e fica sub-rogado nos direitos do trabalhador em relação àquele em montante equivalente.
5- Presume-se que o trabalhador aceita o despedimento quando recebe a compensação prevista neste artigo.
6-A presunção referida no número anterior pode ser ilidida desde que, em simultâneo, o trabalhador entregue ou ponha,
por qualquer forma, a totalidade da compensação pecuniária recebida à disposição do empregador e do fundo de
compensação do trabalho ou mecanismo equivalente.
7- Constitui contraordenação grave a violação do disposto nos n.os 1, 2, 3 e 4.”
O Código de Trabalho (CT2009) foi aprovado pela Lei n.° 7/2009, de 12 de fevereiro, retificada pela Declaracão de
Retificaçãon.°21/2009, de 18 de março, alterada pelas Leis n.°s 105/2009, de 14 de setembro, 53/2011, de 14 de outubro,
23/2012, de 25 de iunho (retificada pela Declaracão de Retificação n.° 38/2012, de 23 de julho), 47/20 12, de 29 de agosto
e 11/201 3, de 28 de janeiro.
Teve origem na Proposta de Lei n.°461X11. Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.a)
Comissão de Segurança Social e Trabalho (10.9
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ASSEMBLEIA DA ,EPÚBLICA
n.°s 1 a 4 do artigo 305
da Lei n.° 12-A/2008, de 27 de fevereiro6 - versão consolidada, incluindo os institutos públicos de regime especial.
As empresas de trabalho temporário, cujo regime jurídico foi aprovado pelo Decreto-Lei n.° 260/2009, de 25 de
setembro, ficam sujeitas ao regime previsto na presente proposta de lei.
Para melhor acompanhamento da proposta de lei em análise, referem-se os seguintes diplomas:
o Lei n.° 107/2009. de 14 de setembro que aprovou o regime processual aplicável às contraordenações
laborais e de segurança social;
o Regime Geral das Infrações Tributárias (artigo 105°), aprovado pela Lei n.° 15/2001, de 5 de junho; o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (artigo 9°), aprovado pelo Decreto-Lei
n.° 442-B188, de 30 de novembro;
o Código do Imposto sobre o rendimento das Pessoas Singulares (artigo 2°), aprovado pelo Decreto-Lei n.° 442-A/88, de 30 de novembro.
Enquadramento doutrináriolbibliográfico
Bibliografia específica
CUNHA, Ana Margarida Vilaverde e - Protecção dos trabalhadores em caso de insolvência do empregador: cálculo das prestações do Fundo de Garantia Salarial. Algumas reflexões acerca da compatibilidade do regime
português com o regime comunitário. Questões laborais. Lisboa. ISSN 0872-8267. Ano 18, n° 38 (jul./dez.
2011), p. 197-209. Cota: RP-577
Resumo: A autora propõe-se analisar, neste artigo, uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia
sobre a aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes à proteção dos trabalhadores
assalariados em caso de insolvência do empregador. O Tribunal de Justiça da União Europeia, fornece assim, um conjunto de critérios orientadores de aplicação da Diretiva 80/987/CE, do Conselho, de 20 de Outubro, posteriormente alterada pela Diretiva 2008/94/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Outubro,
5
”Artigo 30
Ambito de aplicação objetivo
1 -A presente lei é aplicável aos serviços da administração direta e indireta do Estado.
2-A presente lei é também aplicável, com as necessárias adaptações, designadamente no que respeita às competências
em matéria administrativa dos correspondentes órgãos de governo próprio, aos serviços das administrações regionais e autárquicas.
3 -A presente lei é ainda aplicável, com as adaptações impostas pela observância das correspondentes competências,
aos órgãos e serviços de apoio do Presidente da República, da Assembleia da República, dos tribunais e do Ministério
Público e respetivos órgãos de gestão e de outros órgãos independentes.
4 - A aplicabilidade da presente lei aos serviços periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros,
relativamente aos trabalhadores recrutados para neles exercerem funções, inclusive os trabalhadores das residências oficiais do Estado, não prejudica a vigência:
a) Das normas e princípios de direito internacional que disponham em contrário; b) Das normas imperativas de ordem pública local;
c) Dos instrumentos e normativos especiais previstos em diploma próprio’
6
Estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.9
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74SSEMBLEJA DA EPÚBL1CA
Nota Técnica
procurando que as legislações nacionais se revelem conformes ao objetivo visado, para uma efetiva
harmonização das soluções praticadas pelos diferentes Estados-Membros.
QUINTAS, Paula; Quintas, Hélder - Manual de Direito do Trabalho e de Processo do Trabalho. Coimbra: Almedina, 2010. 615 p. ISBN 978-972-40-4145-2. Cota: 12.06.9 -206/2010 (OR)
Resumo: Este livro encontra-se dividido em três partes: a primeira, dedicada à relação laboral propriamente dita; a seguinte, relativa à temática processualística; a última, contendo minutas de contratos e procedimentos. Na primeira parte, capitulo X, intitulado: “A protecção do trabalhador em caso de insolvência do empregador”, é abordada a questão do fundo de garantia salarial.
RAMALHO, Maria do Rosário Palma -Tratado de direito do trabalho. 4. ed. revista e actualizada do Código do Trabalho de 2009, com as alterações introduzidas em 2011 e 2012. Coimbra: Almedina, 2012. Parte II:
Situações Laborais individuais. 1019 p. Cota: 12.06.9 -23/2013 (2-3)
Resumo: Este segundo volume da obra acima referenciada versa a disciplina do contrato de trabalho,
enquanto situação jus laboral individual central, numa dupla perspetiva: numa perspetiva estática, apreciando
os problemas da delimitação e caraterização do contrato; e numa perspetiva dinâmica, abordando as questões
colocadas pela sua formação, execução, vicissitudes modificativas e cessação. A questão do fundo de
garantia salarial é abordada no item 102.2.2- “A tutela dos créditos remuneratórios dos trabalhadores”.
. Enquadramento internacional
A legislação comparada é apresentada para os seguintes países da União Europeia: Espanha, França e Itália.
ESPANHA
O Real Decreto Legislativo 1/1995, de 24 de marzo (texto consolidado), que aprovou o Estatuto dos
Trabalhadores, no seu artigo 33°, prevê o Fundo de Garantia Salarial. Nos termos deste artigo, o Fundo de
Garantia Salarial é um organismo autónomo, dotado de personalidade jurídica e de caráter administrativo, ligado ao Ministério de Emprego e Segurança Social. Este Fundo tem como função assegurar o pagamento dos salários aos trabalhadores, no caso em que o empregador é declarado insolvente.
O Fundo tem também como função o pagamento de indemnizações reconhecidas por sentença, ato de conciliação judicial ou resolução administrativa a favor dos trabalhadores por força de despedimento ou extinção dos contratos de trabalho nos termos dos artigos 50.° (extinção por vontade do trabalhador), 51.°
(despedimento coletivo) e 52.° (extinção do contrato por causas objetivas) do Estatuto do Trabalhador, e da Proposta de Lei n.° 1471Xll (2.9
Comissão de Segurança Social e Trabalho (10.a)
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lIIIlIIjjII!!!!i!!
ASSEMBLEIA DA ,EPOBLICA
extinção dos contratos de acordo com o artigo 64.° da Ley 22/2003. de 9 de fulio, Concursal7, bem como as
indemnizações por extinção dos contratos a termo. As indemnizações não poderão ultrapassar o limite
máximo do valor anual do salário diário. Em todo o caso não pode nunca exceder o dobro do salário mínimo
nacional
8
, incluindo as horas extraordinárias (artigo 33.° do Estatuto dos Trabalhadores).
Este Fundo é composto pelo Consejo Rectore pela Secretaria Geral. O Consejo Rector, órgão superior de direção, está integrado pelo Presidente, quatro representantes da administração pública, cinco representantes de entidades patronais, cinco representantes das organizações sindicais e por um secretário.
O Fundo de Garantia Salarial, previsto no artigo 33.° do Estatuto dos Trabalhadores, foi regulamentado pelo Real Decreto 505/1985. de 6 de marzo (texto consolidado), sobre organización y funcionamiento dei Fondo de
Garantía Salarial. Este diploma foi objeto de duas alterações introduzidas pelo Real Decreto 372/2001, de 6 de abril, por ei que se modifica ei Real Decreto 505/1985, de 6 de marzo, sobre organización y funcionamiento dei Fondo de Garantía Salarial e pelo Real Decreto 1300/2009, de 31 de lulio, de medidas urgentes de empleo destinadas a los trabajadores autónomos y a las cooperativas y sociedades laborales.
Para cumprimento dos seus fins, o Fundo de Garantia Salarial dispõe dos seguintes recursos:
o As contribuições efetuadas pelos empresários (públicos ou privados) que empreguem trabalhadores por conta de outrem;
o As quantias obtidas por sub-rogação;
o Os rendimentos ou frutos do seu património ou do património do Estado ligado ao fundo; o A venda de publicações;
o As consignações ou transferências que podem ser fixadas no orçamento do Estado; o E outros previstos na lei.
O Fundo é financiado com as contribuições feitas por todos os empregadores (públicos ou privados), que
tenham trabalhadores a seu cargo; pelos clubes ou entidades desportivas, que tenham desportistas profissionais vinculados aos mesmos em virtude da relação laboral de caráter especial.
A base de contribuição é a mesma que a estabelecida para o cálculo da contribuição correspondente às
eventualidades de acidentes de trabalho, doença profissional e desemprego no sistema da segurança social
(artigo 12.° do Real Decreto 505/1985, de 6 de marzo).
‘
A Lei Concursal é equivalente ao nosso Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE).
8
o
Real Decreto 1717/2012, de 28 de diciembre fixa o salario mínimo nacional para 2013, cujo valor mensal é 645,30 eu ros.
Proposta de Lei n.° 147!Xll (2.a)
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II 111111 IIIIII 11111111 ASSEMBLEIA DA EPÜBUCA
O Fundo também se destina ao pagamento de salários em atraso (artigo 1 8.° do Real Decreto 505/1985, de 6
de marzo) e ao pagamento de indemnizações reconhecidas pela extinção de contratos de trabalho por razões
económicas, tecnolágicas ou de força maior, cujo montante é calculado à razão de 20 dias de salário por ano
de serviço. Quando se trata de indemnizações por despedimento ou extinção do contrato de trabalhador por
vontade do trabalhador, o montante é calculado à razão de 25 dias de salário por ano de serviço (artigo 19.°
do Real Decreto 505/1985, de 6 de marzo).
Para melhor desenvolvimento pode consultar o sítio do Fondo de Garantia Salarial.
FRANÇA
Em França, os trabalhadores estão protegidos contra o risco de não-pagamento dos salários devidos, sempre que uma empresa entre em falência, seja objeto de recuperação ou de liquidação judiciária, no seguimento de uma decisão judicial.
O ‘Seguro de Garantia Salarial’ (assurance de garantie des salaires [AGS]), que paga os trabalhadores em
causa, é financiado por uma contribuição patronal obrigatória.
O SGS garante as seguintes quantias:
• As remunerações devidas aos trabalhadores decorrentes do contrato de trabalho (salários, prémios, indemnizações...), à data de abertura do processo de reorganização ou de liquidação judiciária;
• Os créditos resultantes da rutura dos contratos de trabalho:
1. Durante o período de observação,
2. No mês seguinte ao julgamento, para o plano de salvaguarda, de reorganização ou de cessão, 3. Nos 15 dias seguintes ao julgamento de liquidação,
4. Durante a manutenção provisória da atividade autorizada pelo julgamento de liquidação judiciária e nos 15 dias após o fim desta manutenção da atividade;
• As remunerações devidas, quando o tribunal se pronuncia pela liquidação judiciária:
1. Durante o período de observação,
2. Nos 15 dias seguintes ao julgamento de liquidação (dentro de um mês para os representantes do pessoal),
3. Durante a manutenção provisória da atividade autorizada pelo julgamento de liquidação judiciária e nos 15 dias após o fim desta manutenção da atividade;
• Os créditos resultantes da rutura do contrato de trabalho dos trabalhadores aos quais foi proposto o acordo de reclassificação personalizado (sob certas condições);
• Os créditos resultantes do despedimento dos trabalhadores beneficiários de uma proteção particular (salários protegidos, em licença de maternidade, em licença de adoção, ausente do local de trabalho
Proposta de Lei n.°l47lXll (2.a)
Comissão de Segurança Social e Trabalho (1O.a)
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ASSEMBLEIADA ,EPÜBLICA
após um acidente de trabalho ou uma doença profissional) relativa ao despedimento em caso de
rutura do contrato de trabalho;
• As quantias devidas a título de incentivo, participação ou de um acordo criando um fundo salarial (sob
certas condições);
• Os atrasos de pagamentos de reforma antecipada (sob certas condições).
Montante máximo da garantia
O montante máximo da garantia está fixado em €74 064 euros.
O montante da garantia é diminuído para €61 720 euros quando o contrato de trabalho tenha terminado menos de 2 anos e 6 meses, pelo menos, antes da data do julgamento de abertura do procedimento coletivo.
É
diminuído para €49 376 euros quando o contrato de trabalho tenha terminado menos de 6 meses antes da
data do julgamento de abertura.
Em caso de liquidação judiciária da empresa, o montante máximo da garantia dos salários está fixado em:
• €9 258 Euros por um mês e meio de salário;
• €6 172 Euros por um mês de salário.
Prazos de pagamento
O representante dos credores estabelece as listas dos créditos e envia-as à AGS num prazo de 10 dias até
três meses, dependendo da natureza do crédito.
A instituição de garantia deve pagar os valores devidos ao representante dos credores num prazo de 5 a 8 dias após a receção das listas. Esta deve pagá-los imediatamente aos trabalhadores.
Papel do representante do trabalhador
Designado pelos trabalhadores, controla o montante das quantias devidas e pagas aos trabalhadores. Serve de intermediário entre os assalariados e o administrador ou o tribunal.
Recursos em caso de contestação
Em caso de contestação das quantias pagas, os trabalhadores podem recorrer ao conseil des prud’hommes’ (jurisdição paritária encarregue de julgar causas em consequência da conclusão do contrato de trabalho) —
Artigo L141 1-1 do Código de Trabalho.
Referências legislativas Código do Trabalho: Artigos L3253-2 a L3253-21, D3253-1 a D3253-3, R3253-4,
D3253-5 e R3253-6.
Proposta de Lei n.° 147!Xll (2.9
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ASSEMBLEIA DA EPOBL!CA
Nota Técnica
ITÁLIA
Em Itália o Decreto Legislativo n.° 80/1 992, de 27 de aneiro, transpôs para a ordem jurídica italiana a Diretiva
80/987/CEE, de 20 de outubro de 1980, cujo artigo 8°, modificado pela Diretiva 94/08 CEE, tutela os trabalhadores dependentes em caso de insolvência do empregador, não só em relação aos créditos do trabalho, mas também quanto à sua posição em termos de previdência complementar.
O Fundo de Garantia (artigo 5.° do DL n.° 80/1992) tutela o trabalhador quando o empregador insolvente deixe
de pagar as contribuições dos fundos complementares de pensões, ou se os pagar em menor escala. (Artigo 9-bis, do Decreto Legislativo n.° 103/1 991, de 29 de março, Decreto Legislativo n.° 80/1 992 de 27 de janeiro, artigo 21.°, n.° 7, do Decreto Legislativo n.° 252/2005).
O fundo è financiado por uma quota da “contribuição de solidariedade (n.° 2 do artigo 9-bis do Decreto Legislativo n.° 103/1991, de 29 de março, convertido, com modificações, na Lei n.° 166/1991), a cargo do empregador, sobre os valores pagos a título de previdência complementar.
Período garantido pelo Fundo
O Fundo paga apenas os créditos retributivos relativos aos últimos três meses da relação de trabalho desde que se mantenham dentro dos 12 meses anteriores à data(dies a quo) desde o primeiro pedido de abertura de processo de insolvência.
Créditos garantidos pelo fundo
Os créditos do trabalho que possam ser colocados a cargo do Fundo são: a retribuição propriamente dita; a
acumulação de décimo terceiro mês e de outras mensalidades adicionais; as quantias devidas pelo empregador a título de subsídios de doença e maternidade.
São excluídas as indemnizações de pré-aviso; as relativas a férias não gozadas e por doença a cargo do INPS
(Instituto Nacional de Previdência Social) que o empregador deveria ter antecipado.
Veja-se nesta ligação uma descrição mais detalhada sobre a matéria em causa: ‘Fondo di qaranzia e previdenza complementare’.
IV. Iniciativas legislativas e petições pendentes sobre a mesma matéria
Iniciativas legislativas
Proposta de Lei n.° 147lX11 (2.a)
11111 liii*11111, •uu.,iii.
111 11111111111 liii 111 74SSEMBLEIA DA EPÚBL1CA
Da pesquisa à base de dados do processo legislativo e da atividade parlamentar (PLC), verificou-se que se encontram pendentes três iniciativas legislativas sobre idêntica matéria:
• Projeto de Lei n.° 347IXll (2.a) (BE)— Fundo de Garantia Salarial;
• Projeto de Lei n.° 416/Xll (2a) (PCP) — Altera as regras de funcionamento e acesso ao Fundo de
Garantia Salarial;
• Proposta de Lei n.° 120/Xll (2.a) (GOV) — Procede à quinta alteração ao Código do Trabalho, aprovado
pela Lei n.° 7/2009, de 12 de fevereiro, aiustando o valor da compensação devida pela cessação de contrato de trabalho.
Petições
Efetuada uma pesquisa à base de dados do processo legislativo e da atividade parlamentar, verificou-se que,
neste momento, não existe qualquer petição versando sobre idêntica matéria.
V.
Consultas e contributos
•
Consultas obrigatórias
Trata-se de legislação do trabalho, pelo que há lugar à consulta obrigatória das associações sindicais [artigo
56.°, n.° 2, alínea a) da CRP] e patronais e à promoção da apreciação pública nos termos dos artigos 469.° e
seguintes do Código do Trabalho, que decorreu (pelo período de 20 dias) de 1 a 21 de junho de 2013.
A Senhora Presidente da Assembleia da República determinou a promoção da audição dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas, os quais remeteram os seguintes pareceres:
• Do Governo da Região Autónoma da Madeira (Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos);
• Do Governo da Região Autónoma dos Açores;
• Da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (7 Comissão especializada); • Da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
•
Consultas facultativas
Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.a)
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liii IIIIII 111111 II 74SSEMBLEIA DA EPOBLJCA
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Nota Técnica
Caso a Comissão assim o entenda, e em sede de apreciação na generalidade ou na especialidade, poderá ser suscitada a audição dos parceiros sociais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social.
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Contributos de entidades que se pronunciaram
Os contributos remetidos podem ser consultados neste link.VI.
Apreciação das consequências da aprovação e dos previsíveis encargos com a sua
aplicação
Em face dos elementos disponíveis, designadamente do articulado da proposta de lei
e
da respetiva exposição de motivos, não é possível avaliar eventuais encargos resultantes da aprovação da presente iniciativa legislativa e da sua consequente aplicação.Proposta de Lei n.° 1471X11 (2.a)